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Processo Civil

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Admissibilidade recursal 
O CPC de 2015 trouxe uma mudança, até 2016 
se você entrava com apelação e o juiz negasse 
sua apelação de plano, contra essa decisão do 
juiz de primeiro grau que negou seguimento da 
apelação, cabia um novo recurso, sendo ele 
agravo de instrumento, levando essa discussão 
para o tribunal. 
A grande mudança que o CPC promoveu foi: em 
regra o CPC de 2015 ele acabou com o duplo 
juízo de admissibilidade. 
Olhando para apelação quem passou a ter 
competência para analisar esse recurso é o 
tribunal o juiz de primeiro grau não faz nada, ele 
só analisa a apelação e manda para o tribunal. 
Pela sistemática do código continua protocolando 
o recurso em primeiro grau, mas encaminhando 
as razões para o tribunal, o juiz de primeiro grau 
apenas abre prazo para contrarrazões e 
encaminha os autos para o tribunal (órgão ad 
quem). 
E se, de maneira equivocada o juiz de primeiro 
grau que proferiu a sentença, quando vem a 
apelação ele não aceita a apelação e não 
encaminha para o tribunal, o que pode ser feito 
nesse caso? 
Essa decisão que ele profere, ele está usurpando 
competência que não é dele, pois é competência 
do tribunal admitir ou não admitir o recurso, e 
como estamos diante de uma decisão que usurpa 
competência do tribunal, o mecanismo 
processual para ser aplicado é a reclamação 
constitucional, é uma ação e não um recurso. 
Para o STJ e no STF continua tendo o juízo da 
duplo juízo admissibilidade para recurso 
extraordinário e recurso especial, quem analisa 
esses recursos e tanto o órgão a quo quanto o ad 
quem. Mas, para apelação admissibilidade e o 
mérito estão concentrados somente no órgão a 
quo, o órgão que irá julgar. 
Eu interponho recurso especial contra acordão do 
TJ de São Paulo, no tribunal de SP eles negam 
meu recurso, cabe reclamação constitucional 
contra isso? 
Não, pois não está havendo usurpação de 
competência, o Tribunal de SP tem 
admissibilidade para fazer a admissibilidade do 
Recurso Especial, mas o STJ pode fazer 
admissibilidade também e constatar que não era 
caso de admitir o recurso se assim ele entender. 
Requisitos de Admissibilidade Recursal: 
Classificação idealizada por Barbosa Moreira, 
que divide os requisitos em dois grupos: 
Intrínsecos: estão ligados a própria existência, 
se faltar um desses requisitos, o recorrente se 
quer tem o direito de recorrer. 
São requisitos cumulativos: 
1- Cabimento: adequação entre o tipo de 
pronunciamento e o recurso interposto, é por 
esse requisito que se você interpuser um agravo 
de instrumento mas era apelação ele não será 
conhecido, pois falta cabimento. É aqui que 
aparece a fungibilidade recursal. 
 
2- Legitimidade: existência de vínculo entre 
a pessoa, e a ação, então quem tem legitimidade 
para recorrer são conforme o artigo 996 é: as 
partes, o MP e o terceiro interessado. 
 
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte 
vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério 
Público, como parte ou como fiscal da ordem 
jurídica. 
 
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a 
possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica 
submetida à apreciação judicial atingir direito de que 
se afirme titular ou que possa discutir em juízo como 
substituto processual. 
 
Obs. ação de alimentos, MP intimado só para dar 
parecer, e sai a sentença condenando o pai ao 
pagamento de 10 mil reais, o MP pode recorrer 
pedindo para diminuir o valor da pensão 
estipulada? 
 
Embora não seja comum, a doutrina entende que 
pode, pois a legitimidade do MP é autônoma e 
disjuntiva, significa que o MP como funciona 
como fiscal da lei, ele pode realizar esse recurso. 
 
Ex. Isa bateu no meu carro e entro com uma 
ação contra ela. Isa traz a seguradora para o 
processo, e se for condenada ao pagamento a 
seguradora já irá pagar. Caso a Isa for 
condenada a me pagar, e o juiz julgou 
procedente também o chamamento da 
seguradora para lide mandando ela restituir os 
valores para a Isa. A seguradora pode apelar 
dessa sentença? 
Sim, ela pode, porque ela é parte do processo. 
 
O recurso de terceiro, precisa mostrar nexo de 
interesse. É daquele que até então não estava no 
processo, entra no processo recorrendo, 
exemplo: 
 
Recurso interposto por litisconsorte necessário 
que não foi citado. Ação de usucapião que eu 
tenho que citar todos os vizinhos, mas o juiz citou 
apenas dois, faltando uma pessoa. Essa terceira 
pessoa que não foi citada fica sabendo desse 
processo, ela pode entrar no processo 
recorrendo, pois ela deveria estar no processo, o 
recurso que ela interpõe fora do processo, é um 
exemplo de recurso de terceiro. O terceiro 
interessado ele também pode recorrer, ele tem 
legitimidade para isso, independente do conteúdo 
desse recurso. 
 
A legitimidade recursal é uma noção em abstrato, 
e não em concreto. As partes sempre terão 
direito de recorrer, é algo em abstrato, já o 
interesse é uma noção em concreto dependendo 
das circunstâncias, pois você pode ter ou não 
interesse para recorrer. 
 
3- Interesse Recursal: 
 
Extrínsecos: são aqueles ligados ao exercício 
regular do direito de regular, não é a própria 
existência de recorrer e sim ao exercício regular, 
se faltar um desses requisitos, você exerceu o 
seu direito que maneira inadequada. 
Faltando qualquer um dos requisitos intrínsecos 
ou extrínsecos o efeito é o mesmo, leva a mesma 
consequência ou seja, recurso não será admitido. 
5- Inexistência de Fato Extintivo ou Impeditivo 
do Direito de Recorrer: para que o recurso 
caminhe para frente e tenha seu mérito julgado 
não pode ter havido renúncia ou desistência. 
Renúncia é um ato anterior ao recurso, renuncia 
ao direito de recorrer, já a desistência é um ato 
posterior ao recurso. 
Tanto a renúncia quanto a desistência recursal 
independem de aceitação da parte contrária, são 
atos unilaterais. 
Há alguns anos aconteceu um problema, um 
julgamento do STJ que gerou impacto a posto do 
CPC de 2015 trazer um dispositivo (998, p.u) que 
de algum modo mitiga essa ideia de que a 
desistência é um ato unilateral e não precisa de 
mais nada. 
Era um caso envolvendo discussão bancária, 
onde o tribunal condenou o banco a pagar, e o 
banco entrou com recurso especial para o STJ 
para levar a discussão para o STJ. O recurso 
especial já havia sido interposto e depois o banco 
percebeu que o relator tinha sido um Ministro pró 
consumidor, contra banco e que provavelmente 
iria perder para o STJ também. Desta forma, para 
evitar um julgamento do STJ com força de 
precedente que pioraria a situação do banco, o 
banco desiste do recurso para o STJ não julgar, o 
banco atravessou uma petição dizendo que 
desiste do recurso e cai com uma ministra que 
deu uma decisão falando “neste caso eu não 
concordo e não admito a desistência do banco, o 
recurso será julgado de qualquer maneira, pois 
passou a ser uma questão de interesse público e 
não só particular”. O que estava por traz era essa 
ideia de que, “agora que vou fixar um precedente, 
você vai impedir que eu faça isso?”. 
Art. 998. Parágrafo único. A desistência do recurso 
não impede a análise de questão cuja repercussão 
geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de 
julgamento de recursos extraordinários ou especiais 
repetitivos. 
A ideia deste artigo é de que, toda vez que tiver 
um recurso que já foi indicado para formar um 
precedente vinculante, seja pelo STF reconhecer 
a repercussão ou pelo STJ reconhecer repetitivo, 
a sua desistência não impede o julgamento deste 
recurso. O CPC mitigou o direito de se desistir 
desse recurso. 
5- Tempestividade: esse é o mais fácil de 
se visualizar, é a ideia de que para que seu 
recurso seja admitido ele tem que ter sido 
interposto dentro do prazo correto. 
Embora a ideia seja simples algumas questões 
precisam ser abordadas. A regra geral de prazo éque o recurso tem que ser interposto dentro do 
prazo de 15 dias úteis, a lógica é, não contando 
sábado, domingo e feriado. 
Como fica a questão de feriado local, conta ou 
não conta? 
Ex: tenho 15 dias para apelar da sentença 
proferida pelo juiz da 2ª vara civil de Presidente 
Prudente, e cai bem entre o dia 14/09 aniversário 
da cidade, conta o dia 14 como um dia útil ou 
não? 
Art. 1.003, § 6º. O recorrente comprovará a ocorrência 
de feriado local no ato de interposição do recurso. 
A existência de feriado local deve-se levar em 
conta o local onde o ato deva ser praticado, ou 
seja, como o local onde é praticado o ato de 
interposição de apelação é Presidente Prudente, 
no caso do exemplo, o dia 14/09 será 
considerado um dia não útil, devendo então 
juntar o comprovante de feriado local. Já no caso 
de agravo de instrumento que é praticado em 
São Paulo, o dia 14/09 será considerado um dia 
útil. 
Ex: está advogando em Presidente Prudente, 
chega dia 14/09, o advogado nem vai para o 
escritório, mas tem um processo que está 
correndo em Brasília no STJ, que saiu uma 
decisão onde abriu um prazo para propor 
embargos de declaração contra aquela decisão 
do ministro do STJ. 
Esse ato tem que ser praticado em Brasília e o 
15º dia caiu dia 14/09, desta forma, o dia do 
feriado será o último dia e não o primeiro dia útil 
seguinte do dia 14/09. Mesmo que comprove que 
era feriado em Prudente neste dia, será 
totalmente irrelevante. 
A jurisprudência do STJ é no sentido de que o 
momento para comprovar a existência de feriado 
local é apenas no ato da interposição do recurso, 
se você deixar para juntar só depois não valerá. 
O recurso interposto antes do início oficial da 
fluência do prazo é sim tempestivo, ou seja, o 
recurso prematuro deve ser considerado 
tempestivo, dentro do prazo. Por incrível que 
pareça até pouco tempo entendia-se no STJ se 
você interpõe recurso antes do prazo, ele estaria 
fora e não seria reconhecido. 
6- Preparo: uma taxa recursal, uma espécie do 
gênero tributo. As normas que regulamentam o 
preparo são normas estaduais, normas locais. 
Qual valor de custas/preparo de uma apelação? 
Vai depender do estado em que você está, por 
exemplo no estado de SP uma apelação a taxa é 
de 4% sobre o valor da condenação (se houver) 
se não sobre o valor da causa. 
Cada recurso possui seu critério de taxa, de 
custas. 
Fazenda Pública, MP, Defensoria, Beneficiário da 
Justiça Gratuita, essas pessoas não precisam 
recolher o preparo. 
CPC regulamenta que se não haver o 
recolhimento de preparo o tribunal deve intimar o 
recorrente dando um prazo para recolhimento em 
dobro. 
Não pode o tribunal inadmitir o recurso sem 
preparo de plano, existe o direito da parte 
recorrente de complementar o preparo, ou ainda 
que pague em dobro. Uma vez que não haja o 
pagamento do preparo e intimido para 
pagamento em dobro, sendo requisito de 
admissibilidade o tribunal não irá admitir o 
recurso por falta de preparo, sendo um requisito 
de admissibilidade (recurso deserto/deserção 
recursal). 
7-Regularidade formal: temos um requisito mais 
genérico/amplo, que serve para englobar várias 
outras formalidades de cada recurso em espécie. 
Ex. o recurso deveria ter sido interposto de forma 
oral e não foi. 
Formalidades exigidas para cada recurso 
especificamente. 
Toda vez que você for recorrer agravar, apelar, 
dentre outros, é crucial para que seu recurso seja 
admitido, que você cumpra o princípio da 
dialeticidade recursal (você que estava 
confeccionando o recurso, você precisa enfrentar 
os fundamentos da decisão atacada). 
O princípio da dialeticidade, previsto no art. 514, 
inciso II, do CPC, aplicado subsidiariamente ao 
processo do trabalho por força do art. 769 da 
CLT, estabelece a necessidade de a parte 
impugnar expressamente as razões de decidir 
expostas na decisão objeto da insurgência. 
Não estamos falando dos recursos em espécie, o 
recurso adesivo na verdade é denominado pela 
doutrina como forma de interposição adesiva dos 
recursos. 
Recurso adesivo não é um tipo de recurso e sim 
uma forma de interposição de alguns recursos. 
Ex: A ajuíza uma ação contra B cobrando 1 
milhão de reais e ao final do procedimento o juiz 
julga parcialmente procedente e condena o réu 
ao pagamento de oitocentos mil reais. 
Nesse caso tanto o autor quanto o réu tem 
interesse em apelar da sentença. O prazo dos 
dois para apelar, em regra, será concomitante. 
Se o autor não quer apelar para transitar em 
julgado e receber o que é dele de direito, pode, 
mas ainda tem a possibilidade da parte ré 
recorrer e se assim for, não irá transitar em 
julgado e o autor pensando que se for para 
demorar lá no tribunal, também irá apelar, por 
medo. 
A lei permite que o autor não apele por medo da 
outra parte apelar. Se a parte autora não apelou 
e a parte ré sim, o autor será intimado para 
apresentar as contrarrazões e nesse período, 
além de apresentar resposta as contrarrazões, a 
lei permite que ele apele de maneira adesiva, o 
recurso irá ficar junto, de forma adesiva com o 
recurso da parte ré. 
O recurso adesivo serve para evitar que uma 
parte recorra apenas por receio da outra parte 
recorrer. 
Só cabe recurso adesivo cumpridas três 
condições: 
1- Só cabe RA se houver sucumbência 
reciproca. Os dois perderam, os dois tem 
interesse em recorrer, porque os dois de certa 
forma foram prejudicados pela sentença; 
 
2- Existência de recurso da parte de 
contrária; 
 
3- Somente cabe interposição adesiva na 
apelação, no recurso especial e no recurso 
extraordinário. Agravo de instrumento não admite 
recurso adesivo, mesmo tendo sucumbência 
reciproca, pois só cabe adesivo nas modalidades 
de recursos citadas acima. 
 
Há na doutrina quem sustente a possibilidade de 
agravo de instrumento adesivo quando se tratar 
de decisão interlocutória de mérito. 
Qual é o momento para interposição do recurso 
adesivo? o momento para se interpor é o prazo 
das contrarrazões. 
O recurso adesivo fica processualmente 
subordinado ao recurso principal, a lógica é, se 
você recorreu de maneira adesiva, depois do 
prazo das contrarrazões, por exemplo, pediu 100 
mil ganhou 90 mil, a outra parte recorreu 
agravando, ai você recorreu de forma adesiva 
para ganhar 100 mil. O recurso do réu foi 
inadmito por falta de requisito de admissibilidade, 
nesse caso o meu recurso adesivo também é 
inadmitido, pois ele é processualmente 
subordinado ao recurso principal. 
O sistema presumo que seu eu recorri de 
maneira adesiva eu deva me contentar com a 
decisão dada. 
O fato de dizer que o recurso adesivo está 
subordinado ao principal, não significa que o 
adesivo dispense os preenchimento dos 
requisitos de admissibilidade. 
Mesmo que interponha de maneira adesiva 
minha apelação, eu tenho que preencher os 
requisitos de admissibilidade do recurso adesivo. 
Pode ser que o tribunal inadmita o meu recurso 
adesivo e o principal segue normal. Mas no caso 
do principal ser inadmitido, o meu adesivo será 
também, mesmo que ele esteja perfeito. Então, é 
melhor utilizar outra espécie de recurso. 
Essa subordinação é meramente processual 
(conhecimento do recurso), e não material, não 
há subordinação de conteúdo, o recurso principal 
do réu falou sobre o tema x, a minha adesivo 
pode falar sobre y e z, isso não irá interferir. 
Somente ocorre que, uma vez inadmitido o 
principal o meu adesivo é inadmitido também, 
mais não por questões materiais. 
RECURSOS EM ESPÉCIES 
Apelação (art. 1009 e seguintes, CPC) 
Até 2016, durante a vigência do CPC, tínhamos 
uma regra que estipulava que, diante de uma 
sentença caberia apelação. Diante de uma 
decisão interlocutória, caberia agravo, podendo 
este ser de duas formas: de instrumento ou 
retido. Se houvesse necessidade de impugnar e 
levar a questão diretamente ao tribunal,de forma 
urgente, cabia o agravo de instrumento. Exemplo: 
Pedido de tutela antecipada de medicamento, juiz 
nega por entender que não há fumus boni iuris. 
Necessário que seja reexaminado pelo tribunal, 
de forma urgente. Nesse sentido, cabia agravo 
de instrumento dessa decisão interlocutória. 
“Instrumento” porque tirava cópia do processo e 
enviava ao tribunal enquanto os autos ficavam 
em primeiro grau. Se não houvesse necessidade 
de impugnar no momento, caberia o agravo 
retido, um recurso protocolado em primeiro grau 
e, como o próprio nome sugere, ficava 
preso/retido nos autos, com o objetivo de evitar 
preclusão. Exemplo: Juiz recusa testemunha, 
para não precluir, era recorrido no prazo do 
agravo (10 dias na época), protocolado e o 
processo seguia. Se após um ano com a 
sentença, ao apelar desta, era possível pedir ao 
tribunal para analisar o agravo retido nos autos. 
“Tem um agravo retido que precisa ser 
analisado”. Tribunal analisava o recurso retido e 
poderia entender de plano e mandar ouvir a 
testemunha. 
Nesse sentido, o CPC/15, ao tentar aprimorar os 
recursos, ele extinguiu o agravo retido (não existe 
mais!) e traz um rol supostamente taxativo no art. 
1015 do CPC de quais decisões interlocutórias 
são passíveis de agravo de instrumento. Contra 
decisão interlocutória pode caber agravo de 
instrumento se estiver presente no art. 1015 do 
CPC. Exemplo: Decisão sobre tutela provisória 
(indefere tutela antecipada). 
Com essa mudança legislativa, hoje temos 
decisões interlocutórias que podem não ter 
presentes no art. 1015 e, nesse sentido, existem 
decisões interlocutórias não agraváveis. 
Exemplo: Decisões que cabiam agravo retido. 
Decisão que indefere perícia, decisão 
interlocutória. 
Qual o recurso cabível nessa hipótese? A 
apelação é o recurso cabível contra sentença e 
contra as decisões interlocutórias não passíveis 
de agravo de instrumento (que não estão no art. 
1015). 
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
Regra geral. 
§1º As questões resolvidas na fase de 
conhecimento, se a decisão a seu respeito não 
comportar agravo de instrumento (exemplo 
decisão que indefere uma prova), não são 
cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas 
em preliminar de apelação, eventualmente 
interposta contra a decisão final, ou nas 
contrarrazões. 
Um dos dispositivos mais relevantes do CPC. 
Sentença, 15 dias para apelação, na própria 
apelação pode ser impugnado a sentença e 
aberto tópicos para impugnar decisões 
interlocutórias proferidas durante o processo que 
prejudicaram e que não cabiam agravo. 
O que o legislador quis dizer da expressão “não 
são cobertas pela preclusão”? Há duas 
interpretações possíveis: 
1. A expressão não significa que as 
questões não irão precluir. Preclui sim, mas deve 
ser impugnada nas apelações e contrarrazões. 
“Não são cobertas imediatamente pela 
preclusão”, ou seja, o juiz negou a perícia, pode 
relaxar, porque não preclui. 
2. “E devem ser suscitadas”, não somente 
mencionada. No antigo CPC faria sentido 
mencionar, porque foi feito um agravo retido. Mas 
agora deve ser fundamentado/argumentado o 
motivo/prejuízo. O legislador usa a palavra 
“suscitada” no sentido de que deve ser recorrido. 
O CPC cogita, também, a possibilidade que 
recorra nas contrarrazões. Para aquele que 
ganhou o processo não cabe apelação, mas caso 
a outra parte apele, é nas contrarrazões o 
momento para impugnar as decisões 
interlocutórias desfavoráveis. Por ser um recurso, 
pode não preencher os requisitos de 
admissibilidade. 
Decisão do STJ sobre a mitigação do art. 1015 
do CPC, no sentido de que este pode ser 
mitigado desde que demonstrado que a matéria, 
se não for julgada naquele momento, não fará 
sentido ser julgada em outro. Desse modo, deve 
levar ao tribunal (devolver efetivamente) a 
matéria, demonstrando uma série de razões que 
justifique a decisão ter sido errada. Não um erro 
de juízo, mas de procedimento. 
 
 
Aula dia 16/08 – Ligeiro 
Efeitos da Apelação 
a- Devolutivo: qual é a consequência da 
interposição do recurso de apelação? Temos 
vários efeitos, sendo o primeiro o devolutivo. 
Consequência de se devolver/levar ao 
conhecimento do tribunal a matéria ou as 
matérias que foram decididas em primeira 
instancia e que precisam ser revistas pelo 
tribunal, essa é a primeira consequência/ efeito 
do recurso de apelação. 
 
“Tantum Devolutum Quantum Appelatum” 
Essa expressão significa tanto se devolve quanto 
se apela, está em latim pois remonta o direito 
romano em processo civil. 
O efeito devolutivo também está relacionado a 
devolver ao tribunal aquilo que se apela na sua 
extensão, ou seja, o que será devolvido para o 
tribunal conhecer, toda matéria de debate, e se a 
demanda tiver vários pedidos, quantos pedidos 
vamos devolver? 
Na verdade o efeito devolutivo está intimamente 
relacionado ao um princípio chamado dispositivo, 
significa dizer que vamos levar ao tribunal 
apenas aquilo que a parte entender que deva ser 
levado (quem dispõe de alguma coisa tem a 
liberdade de levar/pedir isso ou não). 
Ex. imagine uma ação indenizatória que tenha 
dois pedidos, um pedido de danos morais e 
materiais, a ação foi julgada procedente, 
concedido os danos matérias mas os danos 
morais ficaram bem abaixo daquilo que a parte 
pediu. O autor tem interesse recursal nesse 
caso? 
Sim, mesmo que os pedidos foram acolhidos, 
mas um deles ficou abaixo do que foi pedido, 
então ele terá interesse. 
O autor vai ao tribunal e devolverá apenas um 
pedido, o pedido relacionado aos danos morais e 
ainda a quantificação dos danos morais. Só estou 
devolvendo ao tribunal aquilo que é objeto da 
quantificação. 
Está sendo devolvido apenas a reanálise da 
quantificação desses danos. 
Qual será a profundidade dessa análise? O que o 
tribunal terá que analisar para conceder esse 
pedido? 
Reanalisará tudo o que toca o dano moral, todas 
as provas pertinentes a esta dano. Então o 
tribunal terá uma profundidade enorme, podendo 
reanalisar o que quiser no tocante ao dano moral. 
Esta relacionando quanto a extensão quanto a 
profundidade das matérias. 
Ex. ação de cobrança e o réu na contestação 
alega prescrição e pagamento (duas matérias). O 
juiz julga e acolhe, afastando as duas teses do 
réu e acolhendo o pedido do autor. O réu apela e 
pedindo a improcedência, mesmo que o juiz não 
tenha analisado uma daquela duas matérias 
(prescrição ou pagamento) o que será devolvido 
ao tribunal? Na sua extensão será aquilo que 
levaremos e na sua profundidade todas as 
matérias. 
Ex. se tivermos em falta uma apelação de 
sentença terminativa que em primeira instancia o 
processo foi extinto sem resolução do mérito, por 
ilegitimidade de parte. O autor apelar dizendo 
que é parte legitima. O tribunal vai receber qual 
matéria? A matéria da legitimidade, não houve 
análise em primeira instancia sobre o direito 
propriamente dito. Nesses casos, como ficam o 
efeito devolutivo? 
O Tribunal pode julgar de duas maneiras: 
primeiro reconhecer a legitimidade e devolver 
para que seja proferida nova decisão, ou ele 
pode, se existirem elementos suficientes provas 
já produzidas e a causa estiver madura, ele já 
pode decidir o mérito. 
A devolutividade na sua extensão em tese é 
pequena, porque só diz respeito a legitimidade, 
mas o tribunal reanalisando e vendo a causa 
madura, pronta para julgamento é porque existe 
elementos de cognição, que forma produzidas 
em primeira instancia, e o tribunal pode conhecer 
porque está sendo devolvido tudo para ele. 
Em relação ao efeito devolutivo: 
Extensão: a frase em latim está relacionado a 
extensão, ou seja, se devolve ao tribunal aquilo 
que se apela. 
Profundidade: na profundidade o juiz/tribunal 
pode conhecer todas as matérias dentro daquilo 
que foi devolvido na extensão. 
Demonstrar urgência e relevância damatéria 
conseguimos que aquela decisão seja revista 
pelo tribunal, em que pese essa decisão 
(reabertura da fase instrutória) não possa ser 
agravada pelo art. 1.015. 
 
b- Suspensivo: outro efeito da apelação é o 
efeito suspensivo. 
 
Uma sentença já passa a surtir efeito quando 
ela é disponibilizada, ou seja, quando ela é 
juntada nos autos. Agora a partir de quando 
começa a conter prazo para recurso é outra 
coisa. 
O recurso de apelação quando interposto tem 
força suficiente para suspender essa decisão? 
Regra: o recurso de apelação tem efeito 
suspensivo. 
Exceções: art. 1.012, §1 
A decisão adotada vem pelo processo e ela é 
inerte. Agora, quando não haverá efeito 
suspensivo? Existe exceções: 
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. 
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a 
produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a 
sentença que: 
I - homologa divisão ou demarcação de terras; 
II - condena a pagar alimentos; 
III - extingue sem resolução do mérito ou julga 
improcedentes os embargos do executado; 
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
VI - decreta a interdição. 
A partir da publicação esses efeitos já serão 
produzidos, a partir do momento que a decisão 
vem para o processo. Então a regra, é o efeito 
suspensivo, interpôs apelação haverá o efeito 
suspensivo. 
Será que existe a possibilidade de nas situação 
de que não tem efeito suspensivo, pedir tal 
efeito? 
A sentença que condena a pagar alimento não 
tem efeito suspensivo, ou seja, já tem que pagar 
alimentos desde quando foi publicada a 
decisão. 
§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas 
hipóteses do § 1º poderá ser formulado por requerimento 
dirigido ao: 
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição 
da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado 
para seu exame prevento para julgá-la; 
II - relator, se já distribuída a apelação. 
Ou seja, é possível fazer um pedido de efeito 
suspensivo. 
§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá 
ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a 
probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo 
relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou 
de difícil reparação. 
Esses § nós mostram quais são os requisitos 
para pedir o efeito suspensivo, nas hipóteses 
em que não há efeito suspensivo. 
Saiu a decisão para pagar alimentos c/c 
conhecimento de paternidade? Na prática 
temos que apelar a nas próprias razões 
recursais, se traz toda a matéria e realiza o 
pedido de efeito suspensivo, podendo ser 
dirigido para o tribunal, podendo fazer uma 
petição a parte a mandar para o tribunal, 
mesmo que a apelação não tenha subido para o 
Tribunal ainda. 
Ou fazer para o relator. 
Imagine que nesta ação de paternidade com 
alimentos já tenha sido julgado o recurso 
anterior (uma das partes interpôs agravo por 
não ter sido concedida tutela antecipada), mas 
houve uma câmara preventa que já prevê essa 
tutela, e se vier essa sentença, o pai já pode 
pedir o efeito suspensivo por essa câmara 
preventa, que está com o agravo. 
Existe alguma forma de buscar decisão que não 
tenha efeito suspensivo? 
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. 
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a 
produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a 
sentença que: 
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
Ex. ação de danos materiais e morais e tudo 
está levando pra uma procedência, o autor 
precisa de um tratamento fisioterápico. Assim 
que encerra a instrução, o advogado do autor 
faz o pedido de tutela de evidência. O juiz pode 
conceder na sentença essa tutela de evidência? 
Pode, e essa parte da sentença no qual ele 
decide sobre a tutela de evidência não terá 
efeito suspensivo. 
O Juiz pode na sentença conceder essa tutela 
de evidencia? 
Essa parte da sentença que tenha a concessão 
da tutela de evidencia não terá efeito 
suspensivo, quando ela for publicada o réu terá 
que cumpri-lá. 
O recurso de apelação é interposto em primeira 
instância, contrarrazoado em primeira instância 
mas só o tribunal que fara o juízo 
admissibilidade. 
c- Regressivo: uma vez interposta a 
apelação ela produz efeito regressivo, ou seja o 
juiz pode voltar a atrás da sua decisão? 
É a possibilidade do juiz rever sua decisão. 
O agravo de instrumento tem esse efeito muito 
bem caracterizado, sempre é possível. 
Na apelação o juiz não pode se retratar, mas 
existe exceções. 
Art. 332 (procedência liminar do pedido) §3. 
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 
(cinco) dias. 
Neste caso, haverá efeito regressivo, podendo 
ele se retratar, bem como nas hipóteses de 
sentença terminativa. 
Apesar de não ter como regra o efeito regressivo, 
em algumas situação haverá essa possibilidade. 
O artigo 331 prevê o efeito regressivo da 
apelação e o 332, §3º também, como exceções. 
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, 
facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se. 
d- Translativo: mudar de lugar, o efeito 
translativo está relacionado as matérias de ordem 
pública (ou seja, o tribunal poderá conhecer 
todas as matérias de ordem pública), mesmo que 
a parte não cite/fale de ordem pública todas elas 
estarão sendo transferidas para o tribunal. 
 
Todas as matérias de ordem pública podem ser 
conhecidas a qualquer grau e a qualquer tempo. 
Ex. o tribunal pode reconhecer uma ausência de 
legitimidade não alegado pela parte, pois é 
matéria de ordem pública. 
 
Procedimento da Apelação 
Esse procedimento é bifásico, temos duas fases, 
o que corre em primeiro grau, e a maior parte da 
apelação que corre em segundo grau no tribunal. 
Proferida uma sentença abra-se o prazo de 15 
dias para interposição de apelação que se dá em 
primeiro grau, dirigindo ao juiz que proferiu a 
sentença. 
O juiz de primeiro grau irá intimar a parte 
contrária (apelada) para apresentar contrarrazões 
(argumentar que a sentença deve ser mantida) 
também no prazo de 15 dias úteis. 
Feito isto, apresentada as contrarrazões o juiz de 
primeiro grau deverá encaminhar os autos para o 
tribunal independentemente de admissibilidade. 
Juiz de primeiro grau simplesmente processa a 
apelação naquela primeira parte, e depois 
encaminha para o Tribunal, o juiz de primeiro 
grau não analisa nada. 
Obs. as vezes esse procedimento de 1 grau, 
pode ganhar algo a mais, um detalhe a mais, 
É possível que no prazo das contrarrazões da 
apelação, a parte apelada (recorrida) nesse 
momento ela interponha recurso, podendo ser 
dois tipos de recursos: recurso adesivo (quando 
houver sentença parcial, ou reciproca), mas 
também pode ter a interposição nas 
contrarrazões recurso contra decisão 
interlocutória (ex. o juiz indeferiu meu pedido de 
perícia). 
Se nas contrarrazões o apelado interpôs um 
recuso junto o juiz tem que abrir prazo, intimar 
novamente, para agora apresentar contrarrazões. 
Cada tribunal tem seu regimento, mas 
geralmente é dividido em duas seções, a de 
direito público e de direito privado e cada seção é 
composta por diversas câmaras (se usa para 
tribunal estadual) ou turmas (se usa para tribunal 
federal). 
Cada câmara é composta por desembargadores, 
no STJ e no STF é ministros. 
Em regra seu recurso será julgado por três 
desembargadores. Por regras do regimento 
interno quando sai o relator você consegue saber 
quais são os outros dois desembargadores que 
participaram do julgamento. 
Apelação chegou no tribunal foi distribuída, meu 
caso está na mão do desembargador X que é o 
relator da 3ª câmara de direito privado, quais são 
os poderes que esse relator tem, o que ele pode 
fazer monocraticamente? 
Art. 932 do CPC – dispositivo muito relevante, 
porque ele não é especificopara apelação, 
qualquer recurso que chega no tribunal, caído na 
mão do relator, desembargador as medidas que 
ele pode tomar estão neste artigo. 
Primeira coisa que esse desembargador, relator 
terá que fazer o juízo de admissibilidade. 
Contra decisão do relator que nega 
conhecimento do recurso de apelação cabe o 
que? 
Cabe agravo interno, conhecido como agravo 
regimental. 
O agravo interno você já antecipa a ida disso 
para o colegiado. 
E se por acaso quem inadmitiu a apelação foi o 
juiz de primeiro grau? 
Não cabe agravo de instrumento, e aqui se o juiz 
de primeiro grau equivocadamente inadmite o 
recurso de apelação, o mecanismo para isso é 
propor uma ação paralela no Tribunal de Justiça, 
chamada de reclamação constitucional, cuja a 
discussão não é você falar que o juiz errou e que 
está dentro do prazo e sim dizer que o juiz está 
usurpando a competência do Tribunal, pois não é 
competência dele, pedirá o julgamento 
procedente sobre a usurpação de competência 
para que suba para o Tribunal. 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em 
relação à produção de prova, bem como, quando for o 
caso, homologar autocomposição das partes; 
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e 
nos processos de competência originária do tribunal; 
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou 
que não tenha impugnado especificamente os 
fundamentos da decisão recorrida; 
IV - negar provimento a recurso que for contrário a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior 
Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou 
pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de 
recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de 
demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, 
dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for 
contrária a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior 
Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou 
pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de 
recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de 
demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
VI - decidir o incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica, quando este for instaurado 
originariamente perante o tribunal; 
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando 
for o caso; 
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no 
regimento interno do tribunal. 
 
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o 
recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao 
recorrente para que seja sanado vício ou complementada 
a documentação exigível. 
 
Além de analisar o juízo de admissibilidade, o 
desembargador sozinho que ele pode tomar é 
analisar o pedido de efeito suspensivo/ativo ao 
recurso. 
Cabe recurso contra decisão do relator que 
nega efeito suspensivo? 
Cabe agravo interno também para relator que 
indefere efeito suspensivo. 
Questão 
O relator desembargador pode julgar o mérito 
do recurso? 
R: É possível que até mesmo o julgamento de 
mérito (provimento ou improvimento) do recurso 
se dê de maneira monocrática. 
 
Se a sentença estiver em contrário com o 
precedente, o desembargador pode dar ou 
negar provimento a apelação por envolver 
precedente vinculante. 
Julgamento de precedente vinculante, são 
determinados tipos de julgamento que pela lei 
possuem força maior, de vincular os demais 
juízes. 
 
Se não for caso de julgamento monocrático nem 
de precedente vinculante, o relator prepara o 
voto e deixar pronto para ir pra julgamento, 
solicita a presidência a inclusão daquele recurso 
na pauta de julgamento, as partes são 
intimadas (aquela intimação que diz que o 
processo número tal foi incluído na pauta tal 
etc.) sendo possível solicitar sustentação oral. 
 Logo após a sustentação oral acontece então o 
julgamento. O que geralmente acontece é que 
eles proferem o acordão (julgamento colegiado). 
Feito o julgamento, o normal é o relator lê seu 
voto e os outros dois dizerem “sigo o relator”, ou 
seja, 3x0, vai esperar sair a intimação, e desse 
acordão pode haver recurso especial. Mas pode 
acontecer no julgamento da apelação, ao invés 
de ser 3x0, ser 2x1. Até 2016 acabava o 
julgamento do mesmo jeito, e se ninguém 
recorresse transitava em julgado, o CPC de 
2015 trouxe no art, 942 que se o julgamento da 
apelação for por maioria o julgamento não 
termina, ele irá continuar ampliando-se o 
colegiado, chama-se mais dois 
desembargadores, sendo agora o total de cinco 
desembargadores. 
Aula dia 23/08 
Somente caberia embargos infringentes se fosse 
um julgamento não unânime, ou seja, por 
maioria, 2x1 que reformasse a sentença. 
Ex. juiz de primeiro grau condenou o réu ao 
pagamento de danos, o réu apela, o Tribunal por 
2 a 1 dão provimento a apelação entendendo que 
não há dano moral. 
Você tinha um juiz de primeiro grau que entendi 
que era casa e três desembargadores, mas dois 
entendiam que não era caso de dano moral, e um 
dos desembargadores entendia que era caso de 
dano mora. Então, ficaria 2x2, cabendo 
embargos infrigentes. 
Se fosse 2x1 para configurar que existe dano 
moral, teríamos improvimento da apelação por 
maioria, dois desembargadores mais o juiz de 
primeiro grau entenderam uma coisa, então 
ficaria 3x1, não cabendo embargos infringentes. 
Hoje essa técnica de ampliação do colegiado, do 
art. 942, se aplica a toda e qualquer situação, 
qualquer julgamento não unânime, não importa o 
resultado, continua o julgamento, não importa 
essa regra de 2x2 ou 3x1. 
Falar de agravo, portanto falar de recurso contra 
decisões interlocutórias é falar de algo mais 
amplo, que é sistema de recorribilidade das 
interlocutórias. 
Quando se vai pensar num determinado 
processo civil de um país, o legislador precisa 
enfrentar um grande dilema, e aí cada sistema, 
Pais, tem o seu sistema. Precisamos ao montar o 
processo civil, no ponto de vista legislativo, 
enfrentar a seguinte questão, será que é bom ou 
ruim estabelecer recursos para a decisão do juiz? 
Será que temos que adota um sistema de ampla 
recorribilidade das interlocutórias ou ampla 
irrecorribilidade das interlocutórias? 
No Brasil temos ideias de irrecorribilidade, em 
casos que a lei diz que não cabe recurso, como 
no caso do Juizados Especial, essa lei não prevê 
o agravo contra decisões, a justiça do trabalho 
também tem essa lógica. 
Mas temos outro extremo que adota a 
recorribilidade ampla das interlocutórias, todas as 
decisões que o juiz dá no meio do processo são 
recorríveis, é uma opção legislativa válida. Tudo 
o que acontece antes da sentença, cabe agravo 
de tudo. 
Na origem do CPC de 73 (revogado) quando ele 
entrou em vigor, ele adotava um sistema de 
recorribilidade ampla das interlocutórias, TODAS 
as decisões interlocutórias antes da sentença 
poderiam ser objeto de agravo. 
Percebeu-se ao longo do tempo que isso era 
uma loucura, pois você tinha um TJSP que só 
julgava agravo e apelação que é o grande 
recurso que discute o mérito ficava parada, 
esperando 5,6,8 anos para ser julgado, pois em 
um único processo poderia ter uns 30 agravos, 
então o processo não andava. 
Após inúmeras reformas que o CPC antigo 
passou sobre o agravo, tentando otimizar essa 
ideia, nós chegamos hoje no artigo 1.015 do atual 
CPC. 
O artigo 1.015 mitiga/restringe a recorribilidade 
das decisões interlocutórias, do ponto de vista 
doutrinário, hoje no processo civil brasileiro adota 
um sistema de recorribilidade mitigada/restrita 
das interlocutórias, não é amplo e não é 
irrecorrível. 
Traz um rol supostamente taxativo, de quais são 
as decisões interlocutórias que o legislador diz 
que cabeagravo, fora desse rol a princípio não 
cabe agravo, você terá que esperar sair a 
sentença e apelar após a sentença. 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra 
as decisões interlocutórias que versarem sobre: 
I - tutelas provisórias; 
– Decisão que concede, decisão que nega, 
decisão que reforma/revoga tutela, decisão que 
posterga a análise da liminar, cabe agravo; 
II - mérito do processo; 
- Geralmente quando tem dois pedidos o juiz 
julga um deles antes, ex. pedi dano moral e dano 
material, o juiz já julga improcedente o dano 
moral, como não coloca fim ao processo não é 
sentença e sim decisão interlocutória de mérito. 
Já se cometeu o erro do advogado deixar passar 
e esperar sair a sentença, querendo apelar o 
dano moral e o dano material, só que já precluiu 
o direito do autor sobre o dano moral pois deveria 
ter colocado agravo, se não interpôs no 
momento, já era, perdeu, o processo seguirá 
somente para o dano material. 
O ou juiz fala que tal parte do processo está 
prescrito, que o processo seguirá somente com o 
restante, é uma interlocutória, cabe agravo. Você 
deve interpor em 15 dias agravo para o tribunal 
analisar que não está prescrito. 
III - rejeição da alegação de convenção de 
arbitragem; 
- entro com uma ação contra a Isa discutindo um 
contrato, a Isa vem na contestação e uma das 
tesas dela que é ré, diz: juiz você não pode julgar 
esse caso, porque nosso contrato tem uma 
cláusula de arbitragem. Deu conflito no contrato e 
eu entro contra a Isa, e ela alega que não pode, 
porque no contrato diz que se der conflito tem 
que ser por meio de arbitragem. 
Aí vem o juiz, recebe a contestação da ré (Isa), e 
dá a seguinte decisão: rejeito/afasto a alegação 
da ré que o processo deve tramitar na 
arbitragem, ou ele entende que a cláusula de 
arbitragem é nula. 
Posto isto, contra decisão que rejeita a alegação 
de arbitragem cabe agravo. 
Porque se o juiz acolhe essa tese de arbitragem, 
estaríamos diante de uma sentença, cabendo 
então apelação, 
Ex. acolho a alegação do réu, reconheço a 
existência de clausula arbitral e extingo o 
processo. 
IV - incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica; 
- se tiver um processo andando que o autor quer 
trazer um sócio, receber algo de uma empresa, 
mas há elementos de fraude, aí o autor da ação 
que tem crédito contra essa empresa e não 
consegue receber, ele chama o sócio dessa 
empresa para tentar receber do patrimônio 
pessoal desse sócio. 
Contra essa decisão que acolhe ou rejeita a 
desconsideração da personalidade jurídica, cabe 
agravo. 
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça 
ou acolhimento do pedido de sua revogação; 
- Decisão que indefere a gratuidade, o cliente não 
tem condições de arcar com as custas do 
processo e o juiz vai lá e nega, eu entro com 
agravo. 
Pode discutir na contestação a gratuidade da 
outra parte. Mas, cabe agravo contra decisão do 
juiz que concede a gratuidade para a outra 
parte? A decisão que concede a gratuidade, deve 
se discutir na apelação, pois só cabe agravo na 
decisão que INDEFERE. 
VI - exibição ou posse de documento ou 
coisa; 
- Juiz determina a exibição de documento, as 
vezes não era para ser anexado documento, 
então cabe agravo. 
VII - exclusão de litisconsorte; 
- Objeto de recente discussão do STJ. 
Eu entro com uma ação contra a Isa e a Bia, o 
processo está andando, o juiz vem e diz que a 
Isa é parte ilegítima, e o processo deve seguir 
entre eu e a Bia. Contra essa decisão, cabe a 
agravo. 
Porque não pode ser discutida na apelação? 
Se chegar lá na frente e o tribunal reformar e 
dizer que a Isa deveria estar no processo, pois 
processo será nulo, e a decisão não afetará a 
Isa. 
O que chegou no STJ foi uma decisão que não 
acolheu a tese de que a parte é ilegítima, 
afastando essa alegação, mandando a pessoa 
ficar no processo. 
O STJ diz que não cabe agravo de instrumento 
neste caso, só cabe agravo a decisão que exclui, 
a decisão que mantém não cabe. O fundamento 
do STJ foi que nesse caso não irá causar 
nenhum prejuízo para o processo andar. 
VIII - rejeição do pedido de limitação do 
litisconsórcio; 
- o réu pode dizer que tem muitos autores contra 
mim, pedindo a limitação desse processo, ex. 
Dividir esse processo que tem 400 pessoas, em 
vários processos com uns 10 litisconsórcio por 
processo, porque o dificulta a defesa do réu. 
Se o juiz julga essa limitação, cabe agravo. 
IX - admissão ou inadmissão de intervenção 
de terceiros; 
- Juiz inadmitiu a entrada de um assistente, ele 
pode agravar. 
Obs. vide regra especial do artigo 138 do CPC, 
quando vai falar de uma das modalidades 
interventivas (amicus cure), essa decisão que 
admite ele, especificamente é irrecorrível, então 
cabe agravo contra admite ou inadmite 
intervenção de terceiros, exceto a regra do 138 
que admite o amicus cure, que é irrecorrível. 
X - concessão, modificação ou revogação do 
efeito suspensivo aos embargos à execução; 
- essa decisão já se encaixaria no inciso I, pois 
essa decisão de efeito suspensivo é uma tutela 
provisória, o efeito suspensivo dos embargos. 
XI - redistribuição do ônus da prova nos 
termos do art. 373, § 1º ; 
- decisão que o juiz inverte o ônus da prova, a 
grande questão é será que cabe agravo apenas 
quando o juiz redistribui o ônus da prova, quando 
ele fala que vai inverter o ônus. E no contrário, e 
se você está advogando para o réu e você pede 
para o juiz que essa prova é difícil de produzir 
então eu quero que seja invertido para a outra 
parte que tem m ais facilidade de produzir, o juiz 
vem e nega, existe uma decisão na doutrina e na 
jurisprudência pra ver se cabe agravo ou não 
nesses caso. 
Há quem entenda que se o juiz nega o pedido de 
retribuição deveria esperar a apelação. 
Quando o juiz mantem o ônus, essa discussão 
não está pacificada, se cabe agravo ou não. 
Se ele inverte o ônus, cabe agravo de 
instrumento, agora se ele mantem e a parte pediu 
para inverter, mas mesmo assim o juiz nega, ele 
mantém como é, não está pacificado. 
XII - (VETADO); 
XIII - outros casos expressamente referidos 
em lei. 
Cabe agravo quando outras legislações disserem 
que caiba agravo de instrumento. 
Contra decisão interlocutória caberá agravo de 
instrumento se tiver a hipótese prevista no art. 
1.015 do CPC ou se tiver previsto em alguma lei 
especial/extravagante. 
Parágrafo único. Também caberá agravo de 
instrumento contra decisões interlocutórias 
proferidas na fase de liquidação de sentença ou 
de cumprimento de sentença, no processo de 
execução e no processo de inventário. 
Esse parágrafo único estende o cabimento de 
agravo de instrumento, amplia para outras 
situações, diz que se você estiver no âmbito de 
liquidação de sentença, de uma execução (seja 
judicial ou extrajudicial) ou se estiver no âmbito 
do processo de inventário, poderá ser proposto 
agravo nestes procedimentos, absolutamente 
todas as decisões interlocutória proferidas nestes 
casos mencionados são agraváveis, ou seja, 
nestes procedimentos não há uma limitação do 
rol. 
Ex. o juiz diz que tal bem é impenhorável, não 
está no rol do 1.015, mas o parágrafo único diz 
que em execuções tal procedimento é permitido, 
pois trata-se de âmbito de execução. 
O legislador quis colocar também o processo de 
inventário, o que tem de diferente nesses casos 
do parágrafo único que o legislador especificou 
que serão agravadas? 
Porque na execução, no processo de inventário 
todas as decisões interlocutórias devem ser 
agravadas? Qual a razão? 
Porque na execução, não vai ter outro momento 
para você recorrer depois, porque você não verá 
uma sentença lá n frente que caberia apelação 
mais a frente. 
Ex. transitou em julgado uma sentença que 
condenou o réu em 100 mil de dano material. No 
processo de execução eu tenho que agravar 
agora, porque naexecução do cumprimento de 
sentença não terá outro momento, porque agora 
eu estou executando e não dizer quem tem razão 
ou não, pois a execução ela termina com a 
quitação do pagamento. 
No inventário até tem sentença que pode ser 
apelável, mas não vale a pena deixar para 
recorrer tudo lá na frente, não é eficiente fazer 
isso pois existem muitas questões a serem 
decididas, por isso todas as decisões 
interlocutória são agraváveis. 
Portanto, nestes casos citados a cima cabem 
agravo de instrumento mesmo estando fora do rol 
do 1.015. 
Mas se você está diante de uma ação de 
conhecimento, se o juiz der uma decisão 
interlocutória precisa ir no art. 1.015 e ver se está 
no rol, se não estiver você recorre dessa decisão 
na apelação. Agora se estivermos em uma 
execução ou inventário, não tem rol limitando, 
todas as decisões interlocutórias são agravantes. 
Cabe agravo contra decisão do juiz que indefere 
uma prova? 
Dependendo do procedimento cabe, mas se 
estamos diante de um processo de 
conhecimento, uma ação de rito comum, teremos 
que olhar os incisos do 1.015, neste caso de 
indeferimento de prova não está previsto no rol, 
portanto eis um exemplo de decisão interlocutória 
apelável ao final do processo, não podendo ser 
agravada. 
Se estiver em um processo de inventário cabe 
(parágrafo único do 1.015) ou indeferimento na 
liquidação, ou processo de execução, nestes 
casos sim. 
Mas e se essa prova do processo de 
conhecimento for urgente, ex. oitiva de vítima que 
está prestes a morrer? 
Eu poderia interpor agravo com base no art. 
1.015, inciso I, isto é o que muitos aplicam. 
EX. Entrei com ação contra a Isa, cobrando uma 
determinada indenização (ação de 
conhecimento) o réu Isa na contestação alega 
dentre outras coisas, incompetência (matéria de 
contestação), pois no contrato existe uma 
cláusula de foro que a ação deve tramitar em 
Dracena e não em Prudente. O processo vai para 
o juiz para ele dar andamento. 
 O advogado do réu se depara com a decisão 
desse processo onde o juiz diz que: 
rejeito/indefiro a alegação do réu de 
competência, o processo continuará em Prudente 
e não em Dracena. 
Qual a natureza desse pronunciamento? Trata-se 
de uma decisão interlocutória. 
Cabe agravo de instrumento? Não, pois não está 
previsto no rol do artigo 1.015, devendo esperar a 
sentença para poder apelar. Contudo, não faz 
sentido pois se o Tribunal entende que Dracena 
era o foro competente, haverá nulidade absoluta 
do processo. 
Esse caso, gerou um grande debate na doutrina 
e na jurisprudência sobre esse problema. 
1 posição: na verdade contra essa decisão do 
juiz que rejeita a competência cabe sim agravo 
de instrumento, está no rol do 1.015 sim, essa 
decisão deve ser agravada com base no 1.015 
inciso III (existe uma semelhança pois o réu 
alega que não deveria ser um juiz e sim 
arbitragem, mas nessa ação ao invés de alegar 
arbitragem, alega que é um outro juiz e não esse, 
portanto existe semelhança entre essas 
decisões). Então Freddie passou a entender que 
poderia sim, aplicar o inciso III realizando uma 
interpretação extensiva desse inciso (onde se lê 
convenção de arbitragem lê-se também 
competência). 
Qual o problema dessa interpretação? 
Se chegasse no tribunal e o desembargador 
entendesse de forma igual essa doutrina de 
Fredie Didier, quando o réu apelasse no final do 
processo o desembargador falaria: conforme a 
doutrina de Fredie Didier, caberia agravo de 
instrumento com base no 1.015 inciso III, 
portanto está precluso seu direito pois poderia 
ser proposto agravo no prazo de 15 dias. 
Surgiu um grande problema na doutrina em 2017 
que o legislador esqueceu de algumas matérias 
importantes que deveriam ser agravadas, por 
isso veio essa posição do Fredie Didier alegando 
que pode realizar uma interpretação extensiva 
dos incisos, mesmo sendo o rol taxativo. 
Essa discussão chegou no STJ em 2018, afinal 
cabe ou não cabe agravo sobre matéria de 
competência? 
STJ fixou precedente vinculante sobre isso: 
O rol do 1.015 é de taxatividade mitigada, 
admitindo-se o cabimento de agravo quando 
houver uma urgência decorrente da inutilidade do 
julgamento da questão na apelação (tema 988 
dos repetitivos do STJ). 
Isso também é problemático, pois entende-se 
que admite-se a interposição de agravo mesmo 
não estando no rol, toda vez que quando for 
discutir aquilo na apelação tal discussão se 
mostre inútil ao final do processo. 
Não dá pra dizer que o STJ adotou a tese do 
Fredie, o ponto é que se está diante de uma 
decisão, ex. rejeitou incompetência, se eu deixar 
para discutir isso na apelação é inútil, logo 
caberia agravo mesmo não estando no rol. 
Essa tese acaba permitindo o cabimento do 
agravo de instrumento nesta hipóteses de 
rejeição de competência, pois é justamente a 
ideia de que não faz sentido discutir isso lá na 
frente, pois pode acabar ocorrendo uma nulidade 
absoluta. 
Portanto, podemos propor agravo de instrumento 
neste caso de matéria de incompetência, com 
base no procedente vinculante do STJ. 
Saiu uma decisão X no meu processo, eu olho 
pra essa decisão e falo seria bom eu interpor 
agravo agora e discutir agora, mas eu acho que 
não é muito urgente falando que posso deixar 
para apelação, ai lá na apelação eu recorro 
dessa decisão, corre o risco do tribunal olhar e 
falar: na minha visão isso é uma certa urgência 
que deveria ter sido interposto agravo com base 
na taxatividade mitigada, portanto precluiu seu 
direito. 
Contudo, a Ministra Nancy em seu voto diz que a 
parte pode interpor agravo mesmo quando fora 
do rol, mas a parte não pode ser prejudica pela 
preclusão caso não agrave de decisão que não 
esteja no rol do 1.015. 
Portanto, está no rol do 1.015 cabe agravo em 15 
dias se não precluiu seu direito, mas se não 
estiver no rol em processo de conhecimento a 
parte tem o direito de propor com base na 
taxatividade mitigada em se tratando de urgência, 
mas se ela não interpuser o agravo naquele 
momento, bem ou mal ela pode discutir isso na 
apelação, não podendo ser prejudicada. 
Aula do dia 30 faltei, prova da Ana Laura. 
Aula dia 04/09 
Procedimento do Agravo de Instrumento no 
Âmbito do Tribunal 
O procedimento do agravo no Tribunal seguirá a 
mesma dinâmica do procedimento da apelação 
no tribunal, com três peculiaridades. 
Primeira Particularidade: É possível o 
relator/desembargador, julgar monocraticamente 
um agravo de instrumento? 
Até é possível o julgamento monocrático no 
âmbito do agravo (no caso de negado o 
provimento), mas cuidado! Se for Para o 
desembargador/relator dar provimento 
monocrático ele precisa antes, intimar a parte 
agravada para apresentar contrarrazões 
(resposta ao agravo). 
No agravo não teve momento para a outra parte 
ser intimada e apresentar resposta. 
É no caso de dar provimento, porque pode ser 
que o desembargador/relator negue o provimento 
ao agravo de plano. O problema é dar 
provimento, sendo caso de reformar a decisão. 
Mesmo que o relator esteja tendencioso a dar 
provimento ao agravo, achando que o juiz de 
primeiro grau aplicou mal o precedente, as 
contrarrazões do agravado podem fazer a função 
de distinção. 
Segunda Particularidade: Como advogado do 
agravante, pode fazer sustentação oral no 
julgamento desse agravo? Ou seja, cabe 
sustentação oral no julgamento desse agravo? 
A lei diz que no âmbito do agravo de instrumento 
só cabe sustentação oral em uma hipótese que é 
agravo de instrumento contra decisão 
interlocutória que verse sobre tutela provisória. 
Art. 938, VIII. 
Existe uma crítica na doutrina sobre o artigo 
citado acima, por não caber sustentação oral na 
hipótese de agravo de instrumento contra 
decisão interlocutória de mérito (inciso II do art. 
1.015 – julgamento parcial do processo). 
Ex. entrei com indenização contra bia pedindo2 
milhões de dano material e 500 mil no dano 
moral, é possível que o juiz julgue esses dois 
pedidos de maneira conjunta ao final do 
processo, e se acontecer do juiz de primeiro grau 
julgar um dos pedidos antes, ele já está 
convencido...pegar 
Muitos sustentam que deveria caber sim a 
sustentação oral nessa hipótese. Mas no CPC só 
cabe a sustentação na hipóteses de agravo de 
instrumento contra decisão interlocutória que 
verse sobre tutela provisória. 
Terceira Particularidade: é possível se afirmar 
que se o julgamento do agravo for por maioria 
(não unanime 2x1), haverá extensão/ampliação 
do julgamento/colegiado? 
No julgamento do agravo de instrumento por 
maioria, ou seja não unanime, somente caberá a 
ampliação do colegiado no caso de reforma (e 
não manutenção) de decisão interlocutória de 
mérito. 
Efeitos do Agravo de Instrumento 
Regressivo: junta ela em primeiro grau, é a 
possibilidade do juiz que deu a decisão se 
retratar. 
Devolutivo: o agravo de instrumento tem efeito 
devolutivo normal, quando você recorre do 
agravo você está devolvendo-o para eles 
analisarem. 
b) Translativo e Regressivo: permite que o juiz 
que proferiu a decisão volte atrás. 
Suspensivo: regra geral o agravo não tem efeito 
suspensivo, no mais das vezes quando 
interpomos um agravo de uma decisão de 
primeiro grau, a regra é que esse agravo de 
instrumento não tem condão de suspender a 
decisão de primeiro grau que estamos atacando, 
ela continua valendo. 
Quando você está advogando pro réu e você vai 
agravar um pedido de liminar, se contra essa 
decisão concedendo a liminar eu coloco agravo, 
essa decisão que concedeu a liminar já está 
valendo, não gera a suspensão da sentença de 
primeiro grau. 
Mas mesmo que por lei automaticamente o 
agravo não tenha efeito suspensivo, é possível o 
agravante requerer o efeito suspensivo, já 
protocolamos direto no tribunal e já pedimos o 
efeito suspensivo mostrando o fumus boni iuris e 
o periculum in mora, para que o relator já 
conceda o efeito suspensivo (tira a eficácia da 
decisão de primeiro grau se o relator acolhe o 
pedido do efeito suspensivo). 
O agravo não tem efeito suspensivo open legis, 
mas pode ter decorrente de ordem judicial. 
Existe um caso peculiar sobre o agravo de 
instrumento interposto contra a decisão 
interlocutória de mérito: 
Ex. caso de cumulação de pedidos do autor qe 
pediu dano moral e dano material, o juiz pode 
julgar os dois pedidos juntos na sentença final? 
Sim, se eu entro com a ação contra bia pedindo 1 
milhão de dano moral e dano material o juiz julga 
procedente, a Bia apela para o Tribunal, eu já 
posso executar essa sentença? 
Não posso executar ainda, porque apelação tem 
efeito suspensivo, e essa sentença está 
suspensa. 
Mas se por acaso seja os mesmos motivos 
citados acima, mas o juiz resolve julgar um dos 
pedidos antes do outro pedido, exemplo julga 
somente dano moral, sendo uma decisão 
interlocutória de mérito, condenando a Bia já 
pagar 1 milhão de dano moral, mas o processo 
vai continuar porque tem uma prova pericial que 
precisa ser feita então o processo irá seguir para 
depois julgar o dano material. O juiz julga o dano 
moral e condena a Bia a pagar o dano moral, 
qual recurso a Bia pode propor? 
Cabe agravo de instrumento, neste caso eu Ana 
já posso antes do processo acabar, já posso 
começar a executar, porque o agravo de 
instrumento que ela interpôs não tem efeito 
suspensivo. 
Ou só pude executar o dano moral porque por 
algum motivo o juiz acabou julgando por meio de 
decisão interlocutória de mérito e por isso cabe 
agravo, não tendo efeito suspensivo, e por isso 
eu já posso começar a executar. 
Pode a Bia ré que foi condenada por essa 
interlocutória, pode agravar e pedir efeito 
suspensivo? 
Sim ela pode, não é um efeito suspensivo 
automático ela precisa demonstrar os requisitos. 
Boa parte da doutrina vai dizer o seguinte: 
Sustenta que o agravo de instrumento contra 
decisão interlocutória de mérito, por fazer as 
vezes de uma apelação, deve ter efeito 
suspensivo automático também, há na doutrina 
um posicionamento forte sobre isso. 
Que quando for uma decisão interlocutória que 
está decidindo de fato, dando uma sentença, 
deve haver o efeito suspensivo automático assim 
como a apelação. Isso não é pacifico na doutrina. 
Se estamos advogando para o réu que foi 
condenado a 1 milhão de reais por uma sentença 
parcial (decisão interlocutória de mérito), fazer 
esse agravo e quando vai pedir o efeito 
suspensivo, começar fazer o seguinte pedido que 
independente de requisito deve-se seguir o 
mesmo rito da apelação. 
Se por acaso o autor ao invés de cumular pedido 
na ação, ele fez duas ações, uma teve a 
condenação a pagar dano moral, e a outra o 
dano material, ambas vão ser apeladas. 
Parte da doutrina vai dizer que o agravo de 
instrumento contra decisão interlocutória de 
mérito tem que ter o regime jurídico da apelação, 
uma das consequências é, esse agravo tem que 
ter efeito suspensivo automático. 
Ninguém defende que o agravo de instrumento 
contra uma liminar tenha efeito suspensivo, você 
precisa pedir e preencher os requisitos, mas no 
caso de interlocutória de mérito deveria sim ter o 
efeito suspensivo. 
Mas em uma questão objetiva a assertiva e que o 
agravo de instrumento não tem efeito suspensivo 
automático, ele deve ser pedido. 
....................................................................... 
Noções iniciais: muito já se discutiu na doutrina a 
natureza dos embargos, a ponto de que por 
muito tempo dizer que os embargos se quer 
poderiam ser chamados de recurso. 
Porque? Existem duas peculiaridades nos 
embargos que sempre contribuíram para que a 
doutrina questionasse da natureza dos 
embargos: 
Primeira finalidade: os embargos são julgados 
pelo mesmo juízo que proferiu a decisão, trata-se 
de um recurso julgado pelo mesmo juiz que deu a 
decisão e isso é estranho, porque pensamos em 
um órgão superior quando se fala em recurso. 
A doutrina questionou, por não ser um órgão 
superior que reexamina. 
Segunda finalidade: em regra os embargos não 
tem como objetivo reformar a decisão, mas 
apenas aprimorá-la/melhorar na decisão. 
No ponto de vista histórico essa duas 
peculiaridades sempre fez a doutrina questionar 
a natureza dos embargos. Mas bem ou mal, certo 
ou errado o que importa para nós é que o 
legislador fez uma opção e a opção do legislador 
foi conferir natureza recursal aos embargos de 
declaração, tratando ele como um recurso, está 
no rol, portanto é um recurso. 
Para o direito brasileiro embargos de declaração 
é um recurso. 
Conceito: pode ser definido como meio de 
impugnação a decisão judicial, manejada no 
mesmo processo em que a decisão foi proferida, 
que tem como objetivo precipuamente/acima de 
tudo o aprimoramento da decisão. 
De maneira mais simples, os bem embargos são 
aquele recurso em que diante de uma decisão 
judicial você deseja que essa decisão seja 
aprimorada, porque ela tem alguma obscuridade, 
alguma contradição, algum erro material. 
Cabimento dos Embargos 
São cabíveis contra todo e qualquer 
pronunciamento judicial, contra decisão 
interlocutória, contra tutela, como sentença, como 
decisão monocrática, contra acordão no tribunal, 
inclusive contra despacho (para muitos). 
Inclusive despacho possível existe um dispositivo 
que o despacho é irrecorrível, e se despacho é 
irrecorrível e embargos é um recurso não caberia 
embargos. Mas a doutrina entende que tem que 
caber embargos até em despacho porque? 
Ex. um juiz culto vai lá e dá um despacho em 
alemão, latim, a parte olha aquilo e não entende 
o que fazer. Então ele embarga para deixar mais 
claro, porque esse despacho está obscuro. Não 
faz sentido o juiz negar porque contra despacho 
não cabe recurso, não faz sentido. 
Embora não seja algo comum,mas do ponto de 
vista doutrinário, entende-se que cabe sim 
embargos contra despacho. 
Vícios que ensejam os embargos: 
4 vícios possíveis que admitem embargos, artigo 
1.022 do CPC. 
Primeiro: quando a sentença, acordão, dentre 
outros possuir obscuridade. 
Obscuridade é falta de clareza, é um 
pronunciamento incompreensível, que você não 
consegue entender, ele não é claro. 
O exemplo padrão é justamente sentença que 
utiliza muito latim, alemão, usa muita expressão 
estrangeira e a parte não consegue entender o 
que o juiz quis dizer. Não é para mudar a decisão 
e sim aprimorar ela para entender. 
Segundo: é a contradição interna, há um 
pronunciamento contraditório. 
Exemplo: ação contra a Isa discutindo uma 
dívida, a Isa contesta, faz produção de provas e 
depois de um tempo o juiz da uma sentença 
condenado a Isa a pagar o que me devia. A Isa 
vai lá e protocola um embargos dizendo que a 
sentença esta contraditória, porque o juiz julgou 
procedente a causa, mas a testemunha x falou 
que eu não devia, havendo uma contradição no 
processo. Isso está errado, isso não é uma 
contradição para os embargos, isso é matéria de 
apelação, você não concorda, precisa de uma 
reanálise das provas e isso não é embargos. 
A contradição que enseja embargos é apenas a 
contradição interna dentro do pronunciamento, 
segundo a doutrina. 
A sentença em si tem noções inconciliáveis, a 
fundamentação fala A (o juiz da entender na 
fundamentação que vai julgar procedente), mas 
no dispositivo fala X (ele julga improcedente). 
Isso é um exemplo clássico de contradição 
interna. 
É comum mesmo assim a gente ver embargos 
levantando teses de contradição para coisas que 
não são? Sim, é comum e o que ocorre? 
Estudaremos depois. 
Terceiro: Omissão, Tradicionalmente sempre se 
definiu omissão como sendo um pronunciamento 
que deixa de enfrentar alguma questão relevante 
para o desfecho da causa. Ex: réu alegou 
prescrição e o juiz na sentença não enfrentou o 
tema da prescrição. Essa sentença é um 
exemplo de sentença omissa, cabendo embargos 
de declaração. Ex: entro como uma ação pedindo 
dano moral e dano material e a sentença não 
enfrenta sobre o dano material, cabendo 
embargos de declaração. Ex: Quando o juiz não 
aplica honorários sucumbenciais também se trata 
de omissão. 
O CPC atual amplia a ideia de omissão, se 
lermos o §único do artigo 1.022 traz uma ideia 
mais ampla de omissão. Onde a ideia principal 
deste artigo é dizer que o legislador também 
considera omissa a decisão judicial que deixa de 
enfrentar um precedente vinculante aplicável ao 
caso. 
Art. 1.022. Parágrafo único. Considera-se omissa a 
decisão que: 
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em 
julgamento de casos repetitivos ou em incidente de 
assunção de competência aplicável ao caso sob 
julgamento; 
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 
489, § 1º. 
A ideia desse dispositivo é forçar os magistrados 
em geral a dialogarem com os precedentes. 
Ex: sai uma sentença e ela não fala sobre um 
precedente vinculante do STJ que tratava do 
dano moral, independente de como o juiz julgou. 
Se ele não enfrentou os precedentes, qualquer 
das partes podem interpor embargos de 
declaração. 
4. Erro material 
Toda vez que a decisão tiver um erro material 
(perceptível de plano) cabe embargos de 
declaração. Ex: erro no nome, do valor da 
condenação. 
 
Essas 4 hipóteses ensejam os embargos de 
declaração. Não se trata de uma impugnação 
tradicional, trata-se de algo que precisa ser 
sanado para então levar para o tribunal. 
Procedimento dos Embargos de Declaração 
De maneira ampla, dá pra dizer que o 
procedimento dos embargos é simplificado, sem 
grandes fases. 
Ex: advogando para uma parte, saiu a sentença e 
ela esta omissa, o juiz deixou de analisar algo 
que você levantou, desta forma, terá que seguir o 
procedimento: 
Precisa verificar o cabimento dos embargos; 
1 – Prazo: é de 5 dias úteis. 
Não precisa recolher custas; 
2 – Independe de preparo: 
O embargo vai então para o juiz analisar. 
Mas, existe também o contraditório nos embargos 
de declaração, mas pela regra geral, como a 
função dos embargos é o aprimoramento da 
decisão, não há contraditório. Entretanto, caso o 
juiz vislumbre que eventual acolhimento dos 
embargos pode, de fato, modificar a decisão, ele 
deve intimar o embargado para apresentar 
contrarrazões em 5 dias. 
Art. 1.023. § 2º O juiz intimará o embargado para, 
querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, 
sobre os embargos opostos, caso seu eventual 
acolhimento implique a modificação da decisão 
embargada. 
Ex: o juiz condenou o réu a pagar x valor. O réu 
oposto embargos dizendo que a sentença esta 
omissa e não enfrentou sobre a tese de 
prescrição. Desta forma, pode ser que ao julgar 
os embargos o juiz vê que prescreveu e vai então 
falar sobre o que não falou e reconhecer a 
prescrição. Teremos então uma mudança na 
sentença, pois ela era de procedência e virou de 
improcedência. Agora se viu que não prescreveu, 
segue tudo normal como estava. 
É possível que a partir dos embargos de 
declaração, termos uma mudança muito grande 
na decisão. 
A doutrina chama isso de “embargos de 
declaração com efeitos infringentes ou efeitos 
modificativos”. Não confundir com embargos 
infringentes e inclusive, nem existe mais no CPC. 
O infringente aqui é com o sentido de 
modificativo. 
Quem Julga? 
Quem julga os embargos de declaração é o 
mesmo juízo que proferiu a decisão. Mas nem 
sempre é o mesmo juiz. 
--Interposição, eventual contraditório e 
julgamento-- 
Efeitos dos Embargos de Declaração 
a) Efeito Integrativo: para todos os efeitos, a 
decisão que julga os embargos de declaração 
passa a integrar a decisão embargada. 
Ou seja, o juiz deu uma sentença e eu embarguei 
dela, o juiz julga os embargos em 5 laudas. É 
como se eu juntasse as 5 laudas dos embargos + 
as 20 laudas da sentença. 
Qual o recurso que cabe contra decisão do juiz 
que julga os embargos de declaração? Só vamos 
conseguir responder bem essa pergunta através 
do efeito integrativo. 
b) Efeito Interruptivo: a interposição dos 
embargos de declaração interrompe todos os 
demais prazos recursais. 
A interrupção significa voltar ao zero e não voltar 
de onde estava, como na suspensão. 
Ex: saiu sentença e depois de 3 dias, alguma das 
partes interpõe embargos de declaração, onde 
estava também aberto o prazo de 15 dias para 
apelação, como a interposição dos embargos 
todos os demais prazos recursais estão 
interrompidos. Quando daqui um tempo, 1 mês, 
por exemplo, acontecer o julgamento dos 
embargos, reabre o prazo para a apelação, isto 
é, começa a contar os 15 dias novamente, não 
importando se já tinha passado 3 dias, por 
exemplo, pouco importando o resultado dos 
embargos. 
Fica mais fácil de entender se juntarmos os dois 
efeitos. Saiu a sentença, embargou? 
Interrompeu. Saiu o julgamento dos embargos, 
junta com a sentença. 
Quando alguém opõe embargos de declaração, 
esse efeito interruptivo se opera para todas as 
partes. 
Ex: sentença de parcial procedência, onde 
ambas as partes podem apelar. E uma delas 
interpõe embargos de declaração, a outra parte 
pode ficar tranquila, pois vai reabrir o prazo do 
zero para que ambas as partes possam apelar da 
sentença. 
Entretanto, tem um detalhe. Existe uma hipótese 
que a oposição de embargos de declaração não 
interrompe prazo, sendo ela, a hipótese de 
embargos interpostos fora do prazo. 
Ex: juiz ao julgar os embargos, fala que não 
conhece dos embargos, pois ele são 
intempestivos, ou seja, fora do prazo. Ou seja, 
vai ter transitado em julgado o processo, pois 
esses embargos não suspenderam nada. 
Então, é sempre bom a parte contraria analisar 
se os embargos interpostos estão dentro do 
prazo. 
Você advogando para o autor, você quer apelar e 
a outraparte embargou. Ao verificar se estava 
dentro do prazo, você vê que não, no prazo de 15 
dias normal, você apela e deixa nos autos. Feito 
isso, supondo que teve mudanças na sentença, 
ou seja, um novo julgamento, e você já tinha 
apelado da sentença. O que vai acontecer? 
O CPC trata no artigo isso 1.024, §4º e 5º, mas o 
que deve ser julgado primeiro? 
Primeiros os embargos para complementar a 
sentença e depois isso vai para o tribunal para 
julgar a apelação. 
O grande ponto não é o que vai julgar primeiro, 
mas sim o que acontece no julgamento dos 
embargos se o juiz acaba dando provimento aos 
embargos dizendo que a sentença estava 
omissa, que faltou enfrentar algo e ao julgar ele 
acaba mexendo na sentença. O réu já tinha 
apelado dessa sentença e agora você tem uma 
sentença diferente, porque ao juiz julgar os 
embargos ele reforma a sentença, mais o réu já 
tinha proposto apelação. 
Se houve os embargos e a outra parte já tinha 
recorrido (apelação ou agravo), aquele que já 
recorreu tem o direito de complementar o seu 
recurso no prazo de 15 dias nos exatos limites 
da notificação. 
Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) 
dias. 
§ 4º Caso o acolhimento dos embargos de declaração 
implique modificação da decisão embargada, o 
embargado que já tiver interposto outro recurso contra 
a decisão originária tem o direito de complementar ou 
alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, 
no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da 
decisão dos embargos de declaração. 
E se acontece o por parte do autor embargo, o 
réu apelou da sentença, mais ao julgar os 
embargos o juiz rejeita os embargos e não 
reforma, o que acontece? 
Por muitos anos se entendeu de maneira 
absurda (jurisprudência defensiva) que mesmo 
nesse caso em que os embargos são rejeitados, 
se quem já tinha interposto recurso (apelação) 
não ratificava o seu interesse a apelação seria 
inadmitida. 
O CPC de 2015 vendo esse cenário, fez questão 
no §5º do artigo 1.024, dizer que nesse caso se 
os embargos forem rejeitados o recurso 
(apelação, agravo) será admitido 
independentemente de ratificação/confirmação. 
§ 5º Se os embargos de declaração forem rejeitados 
ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, 
o recurso interposto pela outra parte antes da 
publicação do julgamento dos embargos de 
declaração será processado e julgado 
independentemente de ratificação. 
Efeito suspensivo: 
Os embargos de declaração possuem efeito 
suspensivo? 
O artigo 1.026 do CPC diz que não possuí efeito 
suspensivo, mas isso pode gerar uma noção 
equivocada de como funciona na prática. 
Porque dizer que os embargos não possui efeito 
suspensivo, significa que mesmo que você 
embargue não suspende nada da decisão, 
continua valendo. 
A resposta para essa questão é que os embargos 
de declaração doutrinariamente terão ou não 
efeito suspensivo a depender do recurso 
originariamente cabível na hipótese. 
Qual recurso originariamente seria cabível? 
Estou embargando de uma sentença que 
condenou meu cliente a pagar 1 milhão de reais 
por dano moral, o recurso cabível seria uma 
apelação, cabendo então efeito suspensivo neste 
embargos. 
Decisão interlocutória que condene uma liminar 
para pagar medicamentos, o réu impetra 
embargos, qual recurso seria possível 
originariamente? Originariamente contra decisão 
interlocutória cabe agravo, não possuindo efeito 
suspensivo, então os embargos também não 
terá. 
Saiu uma sentença em uma ação de alimentos 
condenando o réu pai a pagar alimentos, 
entendendo que a sentença esta contraditória o 
advogado do réu opõe embargos, a sentença 
está valendo? Sim porque eventual recurso 
originário contra essa sentença é uma apelação, 
logo os embargos respectivos não estarão 
suspensos também. 
Efeito translativo dos embargos: é aquele 
efeito que alguns recurso possuem, que quando 
interpostos eles transmitam a análise de matéria 
de ordem pública. Permite que quem irá julgar 
reconheça matéria de ordem pública. 
É possível dizer que os embargos tem efeito 
translativo? 
Saiu uma sentença condenando o réu a pagar, o 
réu impõe embargos falando que a sentença está 
obscura, ao julgar os embargos o juiz pode 
perceber que tinha prescrição, e reconhecer ela? 
Ou extinguir o processo por prescrição? 
Sim, o juiz pode, os embargos de declaração 
possui efeito translativo, transmitido para quem 
julga o poder de analisar as matérias de ordem 
pública. 
Observações 
Embargos de declaração protelatórios: não é 
difícil perceber que pelo fato dos embargos 
interromper prazo, pelo efeito interruptivo (ou 
seja, para tudo), costumam ser usados com 
finalidade protelatória. 
Trata-se de um instrumento usado para o mau, 
para protelar. Sabendo disso o legislador 
disciplina algumas regras sobre os embargos 
protelatórios, por conta de ser um instrumento 
para protelar o processo. 
Lá nos §2, 3 e 4 do artigo 1.026 o CPC disciplina 
os embargos protelatórios. 
Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem 
efeito suspensivo e interrompem o prazo para a 
interposição de recurso. 
§ 2º Quando manifestamente protelatórios os 
embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em 
decisão fundamentada, condenará o embargante a 
pagar ao embargado multa não excedente a dois por 
cento sobre o valor atualizado da causa. 
§ 3º Na reiteração de embargos de declaração 
manifestamente protelatórios, a multa será elevada a 
até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e 
a interposição de qualquer recurso ficará condicionada 
ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da 
Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da 
justiça, que a recolherão ao final. 
§ 4º Não serão admitidos novos embargos de 
declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido 
considerados protelatórios. 
Se o juiz considerar os embargos protelatório, 
demonstrar que realmente é, ao julgar os 
embargos ele irá fundamentar dizendo que é 
protelatório e aplicar uma multa de até 2% sobre 
o valor da causa. 
Mas não é dizer que a rejeição dos embargos 
não significa dizer que eles são protelatórios. 
Os embargos considerados protelatórios a 
sanção é multa, e mesmo os embargos 
protelatórios tem o condão de interromper o 
prazo, por uma questão de segurança jurídica. 
O legislador foi além e pensou no seguinte: 
Réu realmente quer protelar, atrasar a ação, ele 
interpõe embargos e o juiz reconhece que é 
protelatório e contra essa decisão que julgou os 
embargos e considerou protelatório e aplicado 
multa, o réu embarga novamente dessa decisão, 
interrompe? 
Sim interrompe, a solução do legislador é que 
havendo uma segundo embargos protelatórios o 
juiz pode elevar a multa até a 10% e condiciona a 
interposição de outros recurso para o pagamento 
dessa multa. 
O legislador considerou uma terceira hipótese de 
embargos protelatórios, esse terceiro embargos é 
como se não existisse juridicamente falando, é 
um nada jurídico, o juiz não tem nem obrigação 
de julgar, é desconsiderável completamente. 
Seria também uma hipótese de embargos que 
interrompe o prazo, mais por ele ser considerado 
como um nada jurídico, não suspende, não 
interrompe pois não possuí efeito. 
Embargos de declaração pré questionadores: 
Cabe embargos de declaração contra decisão 
que julga embargos de declaração? 
O que não da para descartar e a doutrina admite 
é: você fez o embargos o juiz julgou os 
embargos, e por exemplo ele deu a entender que 
houve uma omissão, pode ser que ao julgar os 
embargos e complementar a sentença e tirar a 
omissão, passou a existir uma contradição na 
sentença. Aí você poderia fazer um segundo 
embargos dizendo que a sentença está 
contraditória. 
Então a nova sentença (integrada pelos 
embargos), caso ao suprir a omissão, pode vir 
uma segundo embargos analisando uma 
contradição. 
Portanto,

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