Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis Ventos e Ondas 1 Fonte: Notas de Aula STT-403 – Portos e Vias Navegáveis. Autor: Antônio Nélson Rodrigues da Silva Portos e Vias Navegáveis • Conteúdo: – Ventos e Ondas • Introdução • Ventos • Ondas 2 1 2 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis Introdução 3 Portos e Vias Navegáveis 4 • Fenômenos Naturais que exercem grande influência na IMPLANTAÇÃO DE OBRAS COSTEIRAS => PORTOS MARÍTIMOS • Impõem enormes esforços a essas obras, além dos problemas característicos de cada um dos materiais empregados, tais como fungos e insetos, que destroem a madeira e a corrosão, que compromete as estruturas de aço e de concreto armado. 3 4 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis • Introdução • 78,8 % da superfície terrestre = OCEANOS – Grande influência no clima, na conformação das costas, na geologia, na biologia, etc... – Ciência que estuda os mares e oceanos: OCEANOGRAFIA • Além de servir como fonte de recursos naturais (alimentos, jazidas de recursos naturais), permite geração de energia, recebe detritos, são utilizados para lazer e CONSTITUE UMA IMPORTANTE VIA DE TRANSPORTE 5 Portos e Vias Navegáveis • Introdução – Oceano como via de transporte – Característica Importante: Conformação das costa • Beira Mar: Faixa Limite do oceano, atingida pelo movimento das ondas • Estirâncio: Faixa de oscilação da maré • Antipraia: faixa na qual ainda ocorre movimentação dos sedimentos pelas ondas, situada abaixo da baixa mar mínima 6 5 6 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis • Conformação da costa • Águas do mar, permanentemente em movimento, e os ventos intensos que sopram sobre as extensões livres dos oceanos, estão continuamente modificando a conformação dos litorais. – Longo Prazo – idades geológicas, com as conformações rochosas – Curto Prazo – nas formações menos resistentes – aluviões marinhos (areias e cascalhos) • Aluviões sofrem movimento constante devido a ação das ondas, correntes e ventos • Podem provocar assoreamento dos acessos aos portos, erosão das praias, movimentação de restingas, etc... 7 Portos e Vias Navegáveis VENTOS 8 7 8 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis • Vento 9 • Diferenças de pressão => movimento das massas de ar • Caráter aleatório na intensidade, duração e direção. Portos e Vias Navegáveis 10 F = Cf . q .A Cf – coeficiente de força q – pressão dinâmica A – área de referência Cf - características Geométricas A – área exposta ao vento q = 0,613.Vk 2 Vk – velocidade característica do vento Vk = V0. S1. S2. S3 V0 – velocidade básica do vento S1 – fator topográfico S2 – rugosidade, dimensões e altura S3 – fator estatístico 9 10 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis • Ação do VENTO - OCEANOGRAFIA • Ação Direta: – Causa abrasão nas rochas – desgaste por fricção – Deflação – transporte das partículas por correntes aéreas • Ação Indireta: – Dando origem às ondas e certos tipos de correntes 11 Portos e Vias Navegáveis • Ação do VENTO - Ação Direta – Abrasão de rochas • pode produzir areia • Pouco sensível a curto prazo – Deflação • O movimento de partículas causado pelo vento é menor que o causado pelos agentes marítimos – Nos Litorais... • Formação e deslocamento de dunas de areia 12 11 12 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis • Ação do VENTO - Ação Direta – Nos Litorais... • Formação e deslocamento de dunas de areia • São formadas pela retirada de areia do estirâncio, permanentemente alimentado pelas ondas. Na maré baixa, as areias secas pelo sol são facilmente levadas para beira-mar pelos ventos que sopram para o continente 13 Portos e Vias Navegáveis • Ação do VENTO - Ação Direta – Nos Litorais... • Velocidade de movimentação das dunas depende da velocidade do vento e da granulometria da areia. • Podem atingir dezenas de metros de altura e caminhar centenas de metros por mês • Podem causar problemas... 14 13 14 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis • VENTO e operação Portuária – Equipamentos Portuários: • Equipamentos de carga e descarga geralmente não podem operar se a velocidade do vento for superior a 25 km/h • Sob fortes tempestades, não é recomendável que as embarcações permaneçam no cai. 15 Portos e Vias Navegáveis • Ação do VENTO - OCEANOGRAFIA • Ação Indireta: – Dando origem às ONDAS e certos tipos de correntes . . . 16 15 16 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis ONDAS 17 Portos e Vias Navegáveis • ONDAS • Geralmente formadas pela ação do vento • Transferência direta de energia cinética da atmosfera para a superfície oceânica • Ao se mover sobre um corpo d'água, o vento exerce uma força tangencial sobre a superfície da água, provocando pequenas ondulações. • Essas ondulações, por sua vez, alteram as condições de pressão do ar junto a superfície da água, fazendo com que essa superfície se ondule ainda mais. • Se o vento persiste, o processo continua, produzindo ondas cada vez maiores. • Quanto maior a velocidade do vento, a sua duração e a extensão da área sob a influência eólica, maiores serão as ondas 18 17 18 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis • ONDAS • Tipos de Ondas 19 O n d as d e Su p erfície Portos e Vias Navegáveis • ONDAS • Tipos de Ondas – Ondas Capilares: Suas origens são as forças capilares decorrentes da tensão superficial, provocadas pelos ventos. Têm comprimentos de alguns centímetros e se propagam com velocidades de até 20 cm/seg, sendo percebidas apenas como cintilamentos na superfície do mar. 20 19 20 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis • ONDAS • Tipos de Ondas – Ondas de gravidade: São influenciadas predominantemente pela gravidade, independendo das outras forças externas, quando fora das zonas de ação dos ventos. Têm períodos de 1 a 20 segundos, com amplitudes de 1 a 5 metros e comprimentos de 100 a 200 metros (na costa brasileira). São também geradas pela ação do vento na superfície do mar (na região onde o vento atua, as ondas são denominadas VAGAS). 21 Portos e Vias Navegáveis • ONDAS • Tipos de Ondas – Seixes: São ondas de pequenas amplitudes e períodos de 5 a 30 minutos, observadas em enseadas e portos, fora da ação direta das ondas de gravidade. Sua origem é a ressonância entre a freqüência de oscilação normal das ondas e o período próprio da bacia. Provocam grandes deslocamentos horizontais de massa líquida. 22 21 22 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis • ONDAS • Tipos de Ondas – Tsunami São ondas solitárias, com amplitudes que podem atingir de 35 a 45 metros, em períodos de 15 a 60 minutos. Podem causar verdadeiras devastações, mesmo a milhares de metros do epicentro do abalo sísmico que as provocou. 23 Portos e Vias Navegáveis • ONDAS • Tipos de Ondas – Onda de Maré O período destas ondas está ligado ao tempo de rotação da Terra e aos seus movimentos em relação ao Sol e a Lua, ou seja, sua origem é regida por fenômenos astronômicos. 24 23 24 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis • ONDAS • Importância • É muito importante, no projeto de obras marítimas, o perfeito conhecimento da ação das ondas, tanto pela sua ação direta, como pela indireta, na formação de correntes especiais e no transporte de material sólido ao longo da costa • O movimento das ondas é difícil de ser estabelecido, tanto teórica, como praticamente. Os estudos matemáticos sobre as ondas são extremamente complicados, afastando-se, na maioria dos casos, das situações reais. • Atualmente são desenvolvidos modelos reduzidos nos laboratórios de Hidráulica, para avaliação dos efeitos das ondas sobre as obras a serem realizadas. Entretanto, mesmo nesses casos, é necessário o conhecimento das características de geração destas ondas, para que seja possível reproduzi-las de maneira satisfatória. 25 Portos e Vias Navegáveis • ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS DA ONDAS • AMPLITUDE DA ONDA (2H) - Altura que vai da crista da onda ao fundo do cavado consecutivo; • COMPRIMENTO DA ONDA(2L) - Distância entre dois pontos consecutivos em igualdade de fase (crista a crista, por exemplo); • PERÍODO DA ONDA (2T) - Tempo de passagem, pelo mesmo lugar, de dois pontos consecutivos em igualdade de fase; 26 25 26 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis • ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS DA ONDAS • PROFUNDIDADE DA ÁGUA (h) - Contada a partir do nível médio em movimento; • CRISTA - Ponto mais alto atingido pelo nível d'água na passagem da onda; • FUNDO - Ponto mais baixo atingido pelo nível d'água na passagem da onda; • INTUMESCÊNCIA - Parte da onda, acima do nível médio em movimento; • CAVADO - Espaço vazio, não ocupado pela água, abaixo do nível médio em movimento. 27 Portos e Vias Navegáveis • CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS • TRANSLAÇÃO – Não são periódicas – As velocidade e componente horizontal do movimento são constantes da superfície ao fundo (se observados ao longo de uma vertical - é o caso das marés fluviais) • OSCILAÇÃO – PROGRESSIVAS, a velocidade e o componente horizontal do movimento vão diminuindo à medida que se afastam da superfície (são as observadas em alto-mar, provocadas pelo vento). – ESTACIONÁRIAS são criadas pela reflexão total de uma onda progressiva, devido a existência de um obstáculo vertical paralelo à frente da onda (são chamadas CLAPOTIS). 28 27 28 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis • CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS Nas ondas de oscilação, para efeito de dimensionamento de obras marítimas, é fundamental o conhecimento dos fundamentos da teoria clássica elaborada por GERSTNER, em 1804, constituída de leis válidas para profundidades teoricamente indefinidas, ou seja, alto-mar: A superfície da onda é gerada por uma partícula que se desloca com movimento angular constante, solidária a um círculo que gira sem escorregar sobre um plano horizontal, acima do nível de repouso da água, traçando neste deslocamento uma curva denominada TROCÓIDE. O diâmetro do círculo mencionado corresponde a altura da onda. Um outro círculo, concêntrico com o primeiro, embora com maior raio, possui circunferência de tamanho igual ao comprimento da onda. 29 Portos e Vias Navegáveis • CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS Teoria de GERSTNER (1804) 30 29 30 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis • Teoria de GERSTNER (1804) Nessa teoria, cada partícula gira em um plano vertical, ao redor de um eixo horizontal, o que pode ser comprovado por objetos que executam movimentos de sobe-desce em águas profundas, e não de translação. A onda é produzida por um movimento circular das moléculas d'água, que descrevem círculos cada vez menores, progressivamente e a medida que a profundidade cresce, até cessar, a uma profundidade L/2. 31 Portos e Vias Navegáveis • Teoria de RANKINE • Quando as ondas de profundidade do alto-mar se aproximam da zona litorânea, sofrem alterações. • Junto à costa, devido à influência do fundo, as ondas têm o movimento de oscilação transformado em movimento de translação, o que faz com passem a exercer grandes esforços sobre as obras costeiras: • RANKINE estudou as ondas em profundidade limitada (finita) e demonstrou que as órbitas das moléculas são elípticas e não circulares. Se achatam, quando a profundidade decresce, até o limite (praia), onde a elipse se reduz a uma reta (movimento de vaivém). • Os sedimentos do fundo do mar se movem para frente e para trás, absorvendo energia da água em movimento e reduzindo a velocidade das ondas pelo atrito com o fundo. 32 31 32 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis • Teoria de RANKINE 33 Portos e Vias Navegáveis • Consideração em projeto – Difícil obtenção da “onda máxima” – Onda Significativa: • definida com a média das alturas das ondas que compõem a terça parte com as maiores alturas de uma amostra obtida em um período de tempo pré-determinado. • Onda máxima = 1,87 x Onda Significativa. – Obras importantes (plataforma de cais e quebra-mares) devem impedir totalmente a transposição de água • Utiliza-se onda máxima, obtida a partir de registros de pelo menos 1 ano. 34 33 34 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis • CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS • OSCILAÇÃO – ESTACIONÁRIAS ou CLAPOTIS Surge pela reflexão de uma onda progressiva, ao incidir sobre um obstáculo perpendicular à direção da mesma, gerando um segundo sistema de ondas 35 Portos e Vias Navegáveis • CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS • OSCILAÇÃO – ESTACIONÁRIAS ou CLAPOTIS Surge pela reflexão de uma onda progressiva, ao incidir sobre um obstáculo perpendicular à direção da mesma, gerando um segundo sistema de ondas (se o obstáculo estiver inclinado, o sistema resultante constituirá um GAUFRAGE) 36 35 36 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis • Consideração em projeto - Reflexão – Fenômeno importante no projeto de quebra-mares de parede vertical – Importante também para a navegação, devido aos grandes valores das amplitudes das ondas resultantes da superposição de ondas incidentes e refletidas 37 Portos e Vias Navegáveis • Deformação de ondas – Refração: • Causada pela variação de profundidade • Uma determinada frente de onda que se encontra, em um dado instante, em profundidades diferentes, terá, no instante seguinte, uma celeridade menor nas profundidades menores e maior nas profundidades maiores. • A velocidade das ondas diminui em águas rasas. Se a onda se aproxima obliquamente em relação à costa, a parte mais próxima do litoral perde velocidade e a onda tende a ficar paralela à costa, devido à refração. 38 37 38 23/10/2022 Portos e Vias Navegáveis • Deformação de ondas – Refração: 39 Portos e Vias Navegáveis • Deformação de ondas – Difração: • Causada por obstáculos • É a penetração da onda atrás dos obstáculos, mesmo quando não há variação de profundidade. • É importante no projeto de portos, pois provoca agitação nos recintos abrigados por quebra-mares 40 39 40
Compartilhar