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SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS – SOI III MANUAL DO PROFESSOR Módulo: Sistemas Orgânicos Integrados III – (SOI III) Curso de Medicina Período: 3º Período SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA Carga Horária: 320 HORAS Prática: 120 horas Teórica: 60 horas Aprendizagem em Pequenos Grupos (APG): 120 horas Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC): 20 horas Instituição: Direção-Geral: Coordenador do Curso: Coordenador do Módulo: Coordenação da Elaboração e Planejamento do Módulo SOI I Versões 2017.2 e 2018.1 Prof. Daniel Riani Gotardelo – UNIPTAN Profª. Marcia Hiromi Sakai – Corporativo AFYA Equipe de Elaboração e Planejamento do Módulo SOI I Versões 2017.2 e 2018.1 Profª. Any Carolina Cardoso Guimarães Vasconcelos – IESVAP Prof. Márcio Braz Monteiro – IESVAP Proª. Vanessa Meneses De Brito – IESVAP Prof. Yuri Dias Macedo Campelo – IESVAP Profª. Ana Carolina Vale Campos Lisboa – UNIVAÇO Profª. Flávia Albuquerque Magalhães – UNIVAÇO Profª. Jaqueline Melo Soares – UNIVAÇO Profª. Letícia Guimarães Carvalho De Souza Lima – UNIVAÇO Profª. Melissa Araújo Ulhôa Quintão – UNIVAÇO Prof. Orlando Barreto Zocratto – UNIVAÇO Prof. Vinicius Lana Ferreira – UNIVAÇO Prof. Cristiano Da Silva Granadier – ITPAC PORTO Profª. Raquel Da Silva Aires – ITPAC PORTO Profª. Lorena Dias Monteiro – ITPAC PALMAS Profª. Nubia Cristina De Freitas Maia – ITPAC PALMAS Prof. Allysson D’angelo De Carvalho – UNIPTAN SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA Profª. Brisa D'Louar Costa Maia – UNIPTAN Prof. Carlos André Dilascio Detomi – UNIPTAN Prof. Mauro César Tavares De Souza – UNIPTAN Prof. Rodrigo Chávez Penha – UNIPTAN Prof. Vilson Geraldo De Campos – UNIPTAN Prof. Bruno Medrado Araújo – UNITPAC Prof. Luis Fernando D’albuquerque E Castro – UNITPAC Prof. Remy Faria Alves – UNITPAC Profª. Marcia Hiromi Sakai – Corporativo AFYA 1a Revisão – Maio/2018 – Versão 2018.2 Profª. Monica Pereira Campanha Viegas - UNIPTAN Prof. Remy Faria Alves – UNITPAC Profª. Marcia Hiromi Sakai – Corporativo AFYA Equipe de Elaboração e Planejamento do Módulo SOI III Versão 2020.2 Profª. Cássia Luana de Faria Castro – UNIPTAN Profª. Gabrielle Agostinho Rolim Marques – IESVAP Prof. Mauro Fernandes Teles – FASA Vitória da Conquista Profª. Suelen Martins Perobelli – UNIPTAN Prof. Luan Kelves Miranda de Souza – IESVAP Profª. Marcia Hiromi Sakai – Corporativo AFYA Equipe de Elaboração e Planejamento do Módulo SOI III Versão 2021.1 Profª. Fabiana de Almeida Mello de Menezes – FACIMPA Profª. Gabrielle Agostinho Rolim Marques – IESVAP Prof. Henrique Lanza – FASA ITABUNA Profª. Joacilda Nunes – FCM-PB Prof. Mauro Fernandes Teles – FASA Vitória da Conquista Prof. Rafael Cerqueira Campos Luna – FASA Vitória da Conquista SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA Profª. Vidiany Aparecida Queiroz Santos – UNIDEP Prof. Wermerson Assunção – ITPAC SANTA INÊS Profª. Marcia Hiromi Sakai – Corporativo AFYA Equipe de Elaboração e Planejamento do Módulo SOI III Versão 2021.2 Prof. Júlio César dos Santos Boechat – UNIREDENTOR Prof. Mauro Fernandes Teles – FASA Vitória da Conquista Profª. Gabrielle Agostinho Rolim Marques – IESVAP Profª. Tereza Cristina de Carvalho Souza Garcês – IESVAP Profª. Fernanda Luiza Andrade Azevedo – FASA ITABUNA Profª. Fernanda de Abreu Silva – FASA Vitória da Conquista Prof. Wellington Luiz – ITPAC PALMAS Profª. Marcia Hiromi Sakai – Corporativo AFYA Equipe de Elaboração e Planejamento do Módulo SOI III Versão 2022.2 Profª. Fernanda Luiza Andrade Azevedo – FASA ITABUNA Profª. Fernanda de Abreu Silva – FASA Vitória da Conquista Profa. Gabrielle Agostinho Rolim Marques – IESVAP Prof. Luiz Eduardo Canton Santos – UNIPTAN Prof. Mauro Fernandes Teles – FASA Vitória da Conquista Profª. Maria Suzana Marques – UNIFIPMOC Profª. Nubia Cristina de Freitas Maia – ITPAC PALMAS Prof. Ricardo Consigliero Guerra – UNITPAC Profª. Marcia Hiromi Sakai – Corporativo AFYA Profª. Maria José Sparça Salles SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA Sumário 1 Apresentação .................................................................................6 2 Conhecimentos, Habilidades e Atitudes .........................................6 3 Ementa ...........................................................................................7 4 Objetivos do módulo .......................................................................7 5 Estratégias de Ensino-Aprendizagem ............................................7 5.1 Palestras ....................................................................................................8 5.2 Aprendizagem em Pequeno Grupo (APG) .................................................8 5.3 Práticas integradas .....................................................................................9 5.4 TIC ..............................................................................................................9 6 Atividades Educacionais Por Semana ............................................9 Semana 1: Sistema Cardiocirculatório .............................................................9 ✓ Pressão arterial baixa ................................................................11 ✓ Pressão arterial alta ...................................................................11 Semana 2: Sistema Cardiocirculatório ...........................................................16 Semana 3: Sistema Cardiocirculatório ...........................................................22 Semana 4: Sistema Cardiocirculatório ...........................................................29 Semana 5: Sistema Cardiocirculatório ...........................................................36 Semana 6: Sistema Cardiocirculatório ...........................................................43 Semana 7: Sistema Cardiocirculatório ...........................................................53 Semana 8: Sistema Respiratório ....................................................................63 Semana 9: Sistema Respiratório ....................................................................70 Semana 11: Sistema Respiratório ..................................................................85 Semana 12: Sistema Hemolinfopoiético ........................................................92 Semana 13: Sistema Hemolinfopoiético ......................................................100 Semana 14: Sistema Hemolinfopoiético .......................................................110 Semana 15: Sistema Tegumentar ................................................................116 Semana 16: Sistema Tegumentar ................................................................124 Semana 17 – Sistema Tegumentar ..............................................................133 7 Avaliação ....................................................................................141 8 Bibliografia Básica ......................................................................144 9 Bibliografia Complementar .........................................................145 10 Anexos ......................................................................................146 SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA 1 Apresentação As disciplinas das áreas básicas e clínicas foram integradas nos módulos de Sistemas Orgânicos Integrados, presentes nas cinco primeiras fases, trabalha a medicina baseada em problemas, trazendo para debate, em grupos, os temas abordados. A compreensão do processo saúde-doença no âmbito de discussões de situações problemas e casos clínicos, principalmente no que tange à fisiopatologia das doenças, com ensino centrado noaluno como elemento ativo (principal) no processo de aprendizagem é o objetivo primordial dos módulos. É incentivada pelo docente a solução de situações- problemas, particularmente por meio da utilização sistemática de metodologias ativas, com ênfase no estímulo à autoaprendizagem e à busca da solução de questões levantadas individualmente ou nas discussões em grupo. Os módulos de Sistemas Orgânicos Integrados serão ministrados do 1o ao 5o Períodos do curso e os conhecimentos, habilidades e atitudes serão desenvolvidos em níveis crescentes de complexidade ao longo dos períodos. Cada módulo está integrado longitudinalmente e verticalmente entre eles e os módulos de Habilidades e Atitudes Médicas e os de Integração Ensino-Serviço. 2 Conhecimentos, Habilidades e Atitudes • Compreender, de maneira contextualizada e voltada para a prática profissional, a estrutura e função dos tecidos, órgãos, sistemas e aparelhos. • Aplicar os conhecimentos científ icos básicos da natureza ecobiopsicossocial subjacentes à prática médica e ter raciocínio crítico na interpretação dos dados, na identificação da natureza dos problemas prevalentes e no enfrentamento destes. • Utilizar os fundamentos da estrutura e funções do corpo humano na avaliação clínica e complementar. • Conhecer elementos para estabelecer a conduta diagnóstica e terapêutica dos agravos prevalentes no ser humano em todas as fases do ciclo de vida, norteados pela Medicina Baseada em Evidências. • Interpretar e proceder à análise crítica de artigos científicos em língua inglesa. • Aprender a aprender e ter responsabilidade e compromisso com a sua educação permanente. • Desenvolver habilidades para a atuação em equipe. 10.1 – Anexo I - Normas gerais de biossegurança .......................146 10.2 – Anexo II ..............................................................................148 Fluxograma EXCLUSIVO para o tutor: Conteúdos SOI III ............148 SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA • Aplicar, para a tomada de decisão, os princípios morais, éticos e bioéticos com responsabilidades legais inerentes à profissão e ao estudante de Medicina. 3 Ementa Abordagem integrada dos principais mecanismos de agressão e defesa, bases fisiopatológicas, fundamentos da terapêutica, propedêutica radiológica e laboratorial aplicada aos problemas prevalentes do desenvolvimento humano e do meio ambiente relacionados aos sistemas cardiocirculatório, respiratório, hemolinfopoiético e tegumentar. 4 Objetivos do módulo • Compreender os mecanismos de agressão e defesa envolvidos nas doenças do ser humano em todas as fases do ciclo biológico, tendo como critérios a incidência, prevalência, a letalidade, o potencial de prevenção e o potencial mórbido, bem como a eficácia da ação médica dos sistemas cardiocirculatório, respiratório, hemolinfopoiético e tegumentar. • Conhecer elementos para estabelecer a conduta diagnóstica e agravos prevalentes no ser humano norteados pela Medicina Baseada em Evidências; • Reconhecer estados morfofuncionais alterados, com vistas à compreensão dos mecanismos envolvidos em diversas afecções; • Explicar os determinantes sociais e fatores ambientais e os mecanismos do processo saúde-doença no indivíduo e na coletividade; • Aplicar os conhecimentos dos princípios da ação e uso dos medicamentos. • Desenvolver a capacidade de buscar e analisar informações nas principais bases de dados; • Desenvolver a capacidade de atuar em pequenos grupos pautados em princípios éticos e humanísticos; • Aplicar os princípios éticos e de biossegurança nos cenários de prática. 5 Estratégias de Ensino-Aprendizagem O curso utiliza estratégias ancoradas em métodos ativos de ensino- aprendizagem, preferencialmente em pequenos grupos, nos quais a motivação, a problematização, a interdisciplinaridade e a vivência prática no sistema de saúde permitem uma individualização da experiência educacional do aluno. SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA Essas estratégias aplicadas no curso promovem o aprender a aprender, no qual se desenvolve a autonomia do aprendizado e o raciocínio crítico- reflexivo, e parte-se do conhecimento prévio sobre o tema em busca da solução dos problemas e situações de saúde que enfrentará no dia a dia da futura profissão. Além disso, incentiva o desenvolvimento das habilidades de metacognição. O outro pressuposto das metodologias ativas é o aprender fazendo, por meio da integração teoria-prática, desde o início do curso, em todos os módulos. Nos módulos de Sistemas Orgânicos Integrados serão aplicadas as seguintes estratégias de ensino-aprendizagem: • Palestras. • Aprendizagem em Pequeno Grupo (APG). • Práticas integradas (demonstração, treinamento/retreinamento, experimentos, simulação, games, entre outros). • Tecnologia de Informação e Comunicação (TICs). 5.1 Palestras Serão desenvolvidas no formato de exposições em método ativo, mesas-redondas e conferências, uni ou multiprofissionais e integradoras. Os objetivos são introduzir o estudante em uma nova área do conhecimento da qual não detenha conhecimentos prévios ou resumir e ordenar uma área de conhecimento que os estudantes tenham estudado, mas cuja complexidade possa ser esclarecida pela participação de um ou mais especialistas. 5.2 Aprendizagem em Pequeno Grupo (APG) É um método de aprendizagem centrado no estudante e desenvolvido em pequenos grupos, que tem uma situação-problema como elemento disparador do aprendizado e integrador do conhecimento. O pequeno grupo é composto de 8 a 10 estudantes e o professor é o mediador do processo de ensino-aprendizagem. A dinâmica do grupo a tende a sequência dos 9 (nove) passos. Os passos de 1 a 6 ocorrem em uma APG, o passo 8 é desenvolvido em diversos cenários de aprendizagem, tais como biblioteca, laboratórios, comunidade, palestras, entre outros. Os passos 8 e 9 são desenvolvidos na APG subsequente. O tempo de duração da APG é de aproximadamente 2h30min, subdivido em 1h15min para o passo 8 e 1h15min para os passos 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Finalizar a atividade do APG com o passo 9. Método dos 9 Passos 1- Leitura do problema - termos desconhecidos SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA 2 - Definir o problema (formular questões) 3 - Analisar o problema baseado em conhecimentos prévios (levantar hipóteses) 4 - Resumir as conclusões 5 - Formular objetivos de estudo 6 - Socialização dos objetivos de estudo 7 – Autoaprendizagem 8 - Dividir conhecimentos com o grupo 9 - Avaliação formativa (fechamento e abertura) 5.3 Práticas integradas São desenvolvidas nos laboratórios morfofuncionais integrados e consiste na aplicação de diversas estratégias de ensino-aprendizagem. 5.4 TIC Considerada um dos pilares nos processos de ensino e aprendizagem, mobiliza compreensões, saberes e habilidades específicas de diversos campos do conhecimento. Norteada em teorias de aprendizagem significativa, trabalha os conhecimentos de maneira relacionada aos aspectos pedagógicos e de conteúdo. Abrange uma seleção do recurso tecnológico que melhor desenvolve os objetos de aprendizagem, levando em conta a metodologia a ser utilizada, a faixa etária dos estudantes e o contexto educacional no qual estão inseridos, e são disponibilizados vários recursos educacionais para complementação da aprendizagem. 6 Atividades Educacionais Por Semana Semana 1: Sistema Cardiocirculatório Objetivos da Semana: Rever a morfofisiologia cardiovascular e entender os mecanismos fisiopatológicos adaptativos cardiovasculares na hipertensão arterial. Problemas e objetivos da semana S1P1 O “melhor” amigo do homem João dormia tranquilamente quando sente algo gelado tocar seu nariz. Logo pulou da cama com taquicardia, boca seca, dor na nuca, parestesia nas mãos e nos lábios. Elegrita: SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA - Não atire! Não atire! Sua esposa acende a luz e mostra Bob, o cachorro da família. Após alguns minutos e a consequente poliúria do João, foi dado um leitinho morno para “o cão assaltante”. A família voltou a dormir tranquilamente. Objetivos: • Rever fisiologia e anatomia cardiovascular. • Rever a regulação neuro-hormonal da pressão arterial. • Revisar as manifestações adrenérgicas no sistema cardiovascular Orientações para os tutores Anatomia: músculo oco, aproximadamente com o tamanho de uma mão fechada, 2 bombas - coração esquerdo e coração direito (organizado em série), peso - Homens com peso médio 310 gramas / Mulher 255 gramas, localização – entre os dois pulmões (mediastino) esquerda, extremidade pontuda em forma de cone e ápice (repousa no diafragma), extremidade superior (grandes vasos entram e saem) base e formado pelos átrios. Fisiologia: o sistema cardiocirculatório pode ser entendido como um sistema fechado de bomba, composto pelo coração e os vasos sanguíneos, fazendo com que o sistema seja alimentado. Em resumo, para que se aumente a pressão HIDRÁULICA do sistema, aumenta-se a potência da bomba (aumento do débito cardíaco) ou aumenta-se a resistência do sistema (vasoconstrição, por exemplo). Figura 1: RETIRADO DE Silverthorn, Fisiologia humana: uma abordagem integrada, 2017 SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA A regulação neuro-hormonal da pressão arterial se dá principalmente pela atividade dos sistemas simpático e parassimpático, que modulam as vias adrenérgicas que, por sua vez, modulam a bomba (coração) e o sistema (vasos sanguíneos). A estimulação simpática aumentada do miocárdio não apenas provoca uma contração mais poderosa, mas também faz com que tanto a contração quanto o relaxamento dos ventrículos ocorram mais rapidamente. Estes últimos efeitos são muito importantes, visto que, conforme descrito anteriormente, o aumento da atividade simpática para o coração também aumenta a frequência cardíaca. A epinefrina, à semelhança da norepinefrina liberada pelos neurônios simpáticos, pode ligar-se aos receptores alfa-adrenérgicos no músculo liso arteriolar e causar vasoconstrição. Entretanto, a história é mais complexa, visto que muitas células musculares lisas arteriolares possuem o subtipo β2 de receptores adrenérgicos, bem como receptores alfa-adrenérgicos, e a ligação da epinefrina aos receptores β2 provoca relaxamento das células musculares, e não a sua contração. Controle a curto prazo: • MECANISMO REFLEXO: ✓ Barorreceptores / Receptores de Alta pressão ✓ Corpos aórticos e seios carotídeos (terminações nervosas livres na camada adventícia) ✓ Atua na seguinte faixa de variação da pressão arterial: 100-180mmHg ✓ Pressão arterial baixa o Diminui ativação de barorreceptores e aumenta atividade simpática ✓ Pressão arterial alta o Aumenta ativação de barorreceptores o Diminui atividade simpática o Aumenta atividade parassimpática. Controle a longo prazo: SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA A modulação a longo prazo responde as alterações de volume sanguíneo que é ALVO a Modulação química. • Em humanos, a elevação da PA, em poucos mmHg pode duplicar o débito renal de água (diurese de pressão) e pode duplicar a eliminação de sal (natriurese renal). • Catecolaminas liberadas pela Glândula Adrenal (atuante a curto prazo, mas entra no controle hormonal). Adrenalina e Noradrenalina: ssintetizadas pela glândula adrenal, produção e liberação - Estimulação da medula adrenal pelos neurônios simpáticos pré- ganglionares. • [Catecolaminas] – Adrenalina: vasodilatação muscular esquelética via β-adrenérgicos. Noradrenalina: sempre vasoconstrição via α2- adrenérgicos. • [Catecolaminas] - Adrenalina provoca vasoconstrição. Obs. A adrenalina se liga a receptores α2 e β2-adrenérgicos (músculo esquelético), a noradrenalina tem menos afinidade pelos receptores β2. S1P2 Rotina de Pressão Aroldo Mascarenhas andava muito estressado e procurou um médico por grande insistência de sua esposa. É empresário, pai de 6 filhos. Tabagista inveterado, toca a fábrica da família com 300 funcionários. Em sua rotina diária, chega em casa todo dia às 23h, dorme apenas 5 horas. Mantém essa rotina há 15 anos. O médico realizou o exame físico e encontrou níveis tensionais arteriais sistólicos e diastólicos elevados, que se repetiram nas consultas subsequentes. Com isso, solicitou exames gráficos, laboratoriais e de imagens. Objetivos: SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA • Compreender a fisiopatologia e regulação da HAS e sua classificação (de acordo com os níveis pressóricos). • Compreender os fatores de risco (estresse, estilo de vida, etc) para a HAS. Orientações para os tutores A hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica não transmissível (DCNT) definida por níveis pressóricos, em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ou medicamentoso) superam os riscos. Trata-se de uma condição multifatorial, que depende de fatores genéticos/epigenéticos, ambientais e sociais caracterizada por elevação persistente da pressão arterial (PA), ou seja, PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva. A hipertensão arterial primária, onde a causa não é identificada, tem sua principal causa no aumento da resistência vascular (por diminuição da complacência vascular, por exemplo), que aumenta a resistência hidráulica do sistema, causando elevação da pressão necessária a ser gerada pela bomba (coração) para que haja fluxo sanguíneo. Exemplos de fatores de risco não-modificáveis: ● História familiar: Aparentemente, a contribuição genética para a hipertensão arterial pode chegar a 50%. A força preditiva depende da definição de história familiar positiva e dos fatores ambientais; ● Idade: Com o crescimento físico progressivo, a pressão arterial aumenta da faixa de 78 mmHg de sistólica com 10 dias de vida para 120 mmHg de sistólica no final da adolescência. A pressão diastólica aumenta até a idade de 50 anos e depois declina da sexta década em diante, enquanto a pressão sistólica continua a aumentar com a idade. ● Etnia: Nos Estados Unidos da América, a hipertensão não é apenas mais prevalente entre os negros que nos outros grupos étnicos, como também é mais grave. Exemplos de fatores de risco modificáveis: ● Ingestão excessiva de sal: É possível que o sal aumente a pressão arterial, acentue a sensibilidade dos mecanismos cardiovasculares ou renais aos estímulos do SNS ou produza seus efeitos por algum outro mecanismo como o sistema renina-angiotensina-aldosterona. Também SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA foi sugerido que possa ser o cloreto em vez do sódio do sal que é responsável pela elevação da pressão arterial. ● Obesidade: O excesso de peso está associado comumente à hipertensão. A redução do peso em apenas 4,5 kg pode diminuir a pressão arterial em uma porcentagem expressiva dos pacientes hipertensos com sobrepeso. A gordura abdominal ou visceral parece causar mais resistência à insulina, intolerância à glicose, dislipidemia, hipertensão e doença renal crônica que a gordura subcutânea. Também há entendimento crescente dos efeitos neuroendócrinos do excesso de tecido adiposo na pressão arterial. ● De forma aguda, a nicotina gera ativação do sistema nervoso simpático e provoca aumento da frequência cardíaca, pressão arterial e contratilidade miocárdica com redução da oferta de oxigênio aos vasos e miocárdio. Os efeitos em longo prazo do tabagismo na pressão arterial são complexos e os achados contraditórios.Classificação: os limites de PA considerados normais são arbitrários. Entretanto, valores que classificam o comportamento da PA em adultos por meio de medidas casuais ou de consultório estão expressos no quadro abaixo: São considerados hipertensos os indivíduos com PAS ≥ 140 mmHg e/ou PAD ≥ 90 mmHg. Quando utilizadas as medidas de consultório, o diagnóstico de HA deverá ser sempre validado por medições repetidas, em condições ideais, em duas ou mais visitas médicas em intervalo de dias ou semanas; ou de maneira mais assertiva, realizando-se o diagnóstico com medidas fora do consultório (MAPA ou MRPA), excetuando-se aqueles pacientes que já apresentem LOA ou doença CV. Define-se a classificação de acordo com a PA do consultório e pelo nível mais elevado de PA, sistólica ou diastólica. Indivíduos com PAS ≥ 140 mmHg e PAD < 90 mmHg são definidos como portadores de HA sistólica isolada, enquanto a presença de níveis de PAS < 140 mmHg e PAD ≥ 90 mmHg caracteriza a HA diastólica isolada. Tanto a HA SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA sistólica isolada quanto a HA diastólica isolada apresentam maior prevalência de HA do avental branco (HAB). A HAS não controlada é definida quando, mesmo sob tratamento anti- hipertensivo, o paciente permanece com a PA elevada tanto no consultório como fora dele por algum dos dois métodos (MAPA ou MRPA). Objetivos para o Laboratório Morfofuncional Integrado: As atividades nos laboratórios irão iniciar após a primeira semana de APG. Práticas (Laboratórios Morfofuncionais): As atividades nos laboratórios irão iniciar após a primeira semana de APG. Palestra 01- Conhecer os princípios da radiografia, medidas de proteção radiológica e os efeitos biológicos da radiação ionizante. Tópicos a serem abordados: -Conceito de radiografia; -Princípios de formação da imagem e aplicações da radiologia; -Principais medidas de proteção radiológica (incluindo riscos e benefícios); -Efeitos biológicos da radiação ionizante (incluindo os casos das gestantes); Palestra 02- Explicar a diferença de densidades na avaliação cardiotorácica. Tópicos a serem abordados: -Princípios da radiografia torácica; -Explicar a importância do posicionamento na realização da radiografia torácica; -Diferenciar as densidades das estruturas cardiotorácicas: aérea (bolha gástrica, pulmões e árvore traqueobrônquica); partes moles (coração, fígado e mediastino); gordura (tecido subcutâneo); óssea (coluna, clavículas, escapulas e coluna torácica). -Principais incidências na radiografia de tórax. TICs: Objetivos: 1. Aferir adequadamente a pressão arterial. 2. Conhecer a Diretriz atualizada de HAS. 3. Revisar os achados no ECG normal. 4. Conhecer os SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA achados no ECG patológico no IAM. 5. Compreender as repercussões nas sobrecargas de câmaras cardíacas. Atividades: Como aferir pressão arterial / Diretriz de HAS / Sobrecarga câmaras cardíacas. Semana 2: Sistema Cardiocirculatório Objetivos da Semana: Entender os mecanismos fisiopatológicos adaptativos da hipertensão arterial e insuficiência cardíaca. Problemas e objetivos da semana S2P1: Mudança necessária Aroldo Mascarenhas resolveu mudar seu estilo de vida. Estava com astenia, dispneia e obesidade centrípeta. Foi novamente ao médico, que o alertou sobre a hipertensão ser uma “assassina silenciosa”. Sua adesão ao t ra tamen to ev i ta r i a es tas manifestações. Ainda disse: “O coração é um músculo semelhante ao do braço. Se o halterofilista faz força, seu músculo hipertrofia. Foi o que aconteceu com seu coração”. Objetivos: • Entender o processo de remodelamento cardíaco (hipertrofia concêntrica e excêntrica) e insuficiência cardíaca diastólica na HAS descontrolada. • Compreender as complicações da HAS descontrolada. • Entender a importância da adesão ao tratamento para controle da HAS. Orientações para os tutores Remodelamento cardíaco A elevação da pressão arterial aumenta a carga de trabalho imposta ao ventrículo esquerdo, porque eleva a pressão contra a qual o coração precisa bombear para ejetar o sangue na circulação sistêmica. Com o tempo, a pressão alta aumenta a sobrecarga do coração. Com isso, a parede do ventrículo esquerdo remodela e hipertrofia para compensar o aumento da SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA carga de pressão. Essa hipertrofia do ventrículo esquerdo é um fator de risco importante para cardiopatia coronariana, arritmias cardíacas, morte súbita e insuficiência cardíaca congestiva, porque o coração não consegue bombear sangue com eficiência. A hipertrofia hipertensiva do ventrículo esquerdo regride com o tratamento com alguns fármacos. A regressão está relacionada mais diretamente com a redução da pressão sistólica. O acréscimo de sarcômeros por célula é sem dúvida o principal mecanismo de aumento da massa cardíaca, tanto no crescimento normal quanto em situações patológicas. Quando há sobrecarga de pressão (p. ex., por hipertensão arterial ou estreitamento de uma valva; ver adiante), a força contrátil precisa aumentar. Adicionalmente, há aumento da tensão na parede. Os miocardiócitos da parede submetida a maior trabalho se hipertrofiam na tentativa de manter o débito cardíaco e diminuir a tensão. Em consequência, a parede se espessa, enquanto o volume da cavidade fica mantido ou, às vezes, discretamente diminuído. Desse modo, ocorre uma hipertrofia na qual o comprimento de cada célula não se altera muito, mas sim sua espessura, refletindo um aumento dos sarcômeros “em paralelo”. Essa situação é conhecida como hipertrofia concêntrica. Também nessa situação as células se hipertrofiam, tentando manter o fluxo e diminuir o estresse na parede, mas a espessura desta é normal ou mesmo diminuída, assim como a dos cardiomiócitos, que sofrem aumento do seu comprimento, com predomínio de adição de sarcômeros dita “em série”. Essa forma de adaptação é conhecida como hipertrofia excêntrica. Insuficiência cardíaca diastólica na HAS Embora a insuficiência cardíaca esteja frequentemente associada ao comprometimento da função sistólica deficiente, em aproximadamente 55% dos casos a função sistólica foi preservada e a insuficiência cardíaca se manifesta exclusivamente com base na disfunção diastólica do ventrículo esquerdo. Ainda que um coração nessas condições seja capaz de contrair normalmente, o relaxamento é anormal. O enchimento anormal do ventrículo compromete o débito cardíaco, especialmente durante a prática de exercícios físicos. Para qualquer volume ventricular determinado, as pressões ventriculares se mostram elevadas, conduzindo a sinais de congestão venosa pulmonar e sistêmica, idêntica à que é observada em pessoas com um coração dilatado e problemas de contração do músculo cardíaco. A prevalência de insuficiência diastólica aumenta com a idade e é maior em mulheres do que os homens e em pessoas com hipertensão e fibrilação atrial. Entre as condições que causam uma disfunção diastólica encontram-se aquelas que impedem a expansão do ventrículo (p. ex., derrame pericárdico, pericardite constritiva); aumentam a espessura da parede e reduzem o tamanho da câmara (p. ex., hipertrofia do miocárdio, miocardiopatia hipertrófica); e que retardam o relaxamento diastólico (p. ex., envelhecimento, doença isquêmica do coração). Discutir sobre a necessidade de controle da HAS e sua evolução para evitar complicações SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA O objetivo principal do tratamento da hipertensão arterial sistêmica essencial é alcançar e manter um nível de pressão arterial menor que 140/90 mmHg, tendo como meta evitar morbidade e mortalidade. Estudos demonstraram que a modificação do estilo de vida reduz a pressão arterial, acentua os efeitos do tratamento com fármacos anti-hipertensivose evita risco cardiovascular. As principais modificações significativas do estilo de vida que reduzem a pressão arterial incluem: redução de peso, dieta, atividade física, consumo de álcool e adesão ao tratamento farmacológico. S2P2: O crime não compensa A a n i m a ç ã o d e A r o l d o Mascarenhas não durou um mês. Não conseguia sair cedo do trabalho para ir para a academia. Nunca lembrava de tomar a medicação. A dispneia vinha aumentando, inclusive quando tomava banho. Notou que quando tirava o sapato e as meias seus pés estavam edemaciados. Começou a ter tosse, principalmente à noite. Voltou ao médico, que o repreendeu por não ter seguido as orientações e tomado as medicações. Pediu os exames laboratoriais, de métodos gráficos e radiografias que foram sugestivos de insuficiência cardíaca diastólica, tratada com medicamentos. Objetivos: • Conhecer e interpretar os exames complementares na propedêutica da HAS. • Conhecer o tratamento farmacológico (classe e os mecanismos de ação dos anti-hipertensivos) e o não farmacológico. Orientações para os tutores O atendimento inicial e acompanhamento da pessoa com diagnóstico de HAS requer um apoio diagnóstico mínimo. Sugere-se uma periodicidade anual destes exames, no entanto, o profissional deverá estar atento ao acompanhamento individual de cada paciente, considerando sempre o risco cardiovascular, as metas de cuidado e as complicações existentes. SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA Ao avaliar os exames de rotina, o profissional deve observar alguns aspectos: • O eletrocardiograma é razoavelmente sensível para demonstrar repercussões miocárdicas da hipertensão, como sobrecarga de ventrículo esquerdo. • A presença de proteinúria leve a moderada no sedimento urinário é, geralmente, secundária à repercussão de hipertensão sobre os rins. Proteinúria mais acentuada, leucocitúria e hematúria (excluídas outras causas), especialmente se acompanhadas dos cilindros correspondentes, indicam hipertensão grave ou hipertensão secundária à nefropatia. • O potássio sérico anormalmente baixo sugere o uso prévio de diuréticos. Excluída essa causa, o paciente deve realizar, via encaminhamento, investigação de hiperaldosteronismo primário. • A dosagem do colesterol e da glicemia visa detectar outros fatores que potencializam o risco cardiovascular da hipertensão. Outros exames complementares poderão ser solicitados conforme a apresentação clínica. A radiografia de tórax deve ser feita quando houver suspeita de repercussão mais intensa de hipertensão sobre o coração, como insuficiência cardíaca, podendo demonstrar aumento do volume cardíaco, sinais de hipertensão venocapilar e dilatação da aorta, ou quando houver outra indicação, como doença pulmonar obstrutiva crônica. O ecocardiograma é indicado quando existe indícios de insuficiência cardíaca, mas não é indispensável para estratificar o risco e tomar decisões terapêuticas no paciente hipertenso. Os diuréticos – inclusive tiazídicos, diuréticos de alça e antagonistas da aldosterona (poupadores de potássio) – reduzem a pressão arterial inicialmente, pois diminuem o volume vascular (suprimindo a reabsorção renal de sódio e aumentando a excreção de sal e água) e o débito cardíaco. Com a continuação do tratamento, a redução da resistência vascular periférica torna- se um dos mecanismos principais da diminuição da pressão arterial. Os bloqueadores dos receptores β-adrenérgicos são eficazes no tratamento da hipertensão porque diminuem a frequência e o débito cardíacos. Além disso, esses fármacos reduzem a secreção de renina e, deste modo, atenuam o efeito do sistema renina-angiotensina-aldosterona na pressão SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA 50 Vol vosculoo arterial. Há dois tipos de receptores β-adrenérgicos: β1 e β2. Os bloqueadores β1-adrenérgicos são cardiosseletivos e produzem seus efeitos no coração, enquanto os bloqueadores β2-adrenérgicos causam broncodilatação, relaxamento dos vasos sanguíneos esqueléticos e outras funções mediadas pelos receptores β. Os inibidores da ECA atuam por inibição da conversão da angiotensina I em angiotensina II e, deste modo, reduzem os níveis deste último mediador e amenizam seu efeito na vasoconstrição, nos níveis de aldosterona, no fluxo sanguíneo intrarrenal e na taxa de filtração glomerular. Além disso, esses fármacos inibem a decomposição da bradicinina e estimulam a síntese das prostaglandinas vasodilatadoras. Os inibidores da ECA são usados com frequência crescente como fármaco inicial para tratar hipertensão branda a moderada. Em razão de seu efeito no sistema renina-angiotensina, esses fármacos estão contraindicados aos pacientes com estenose da artéria renal, nos quais este sistema funciona como mecanismo compensatório para manter a perfusão adequada dos rins. Como esses fármacos inibem a secreção de aldosterona, também podem aumentar os níveis de potássio e causar hiperpotassemia. Os bloqueadores do canal de cálcio inibem o transporte de cálcio para os músculos cardíaco e vascular liso. Esses fármacos parecem reduzir a pressão arterial por vários mecanismos, inclusive redução do tônus da musculatura lisa dos vasos sanguíneos dos sistemas arterial e venoso. Cada um dos diferentes fármacos desse grupo atua de forma ligeiramente diversa. Alguns bloqueadores do canal de cálcio têm efeito miocárdico direto, reduzindo o débito cardíaco por meio da diminuição da contratilidade e da frequência cardíacas; outros afetam o tônus vasomotor venoso e reduzem o débito cardíaco por diminuição do retorno venoso; outros ainda interferem no tônus da musculatura lisa das artérias por inibição do transporte de cálcio por meio dos canais da membrana celular, ou a resposta vascular à norepinefrina ou à angiotensina. Os antagonistas dos receptores α1-adrenérgicos bloqueiam os receptores α 1 pós-sinápticos e reduzem o efeito do SNS no tônus da musculatura lisa dos vasos sanguíneos reguladores da resistência vascular periférica. Esses fármacos provocam redução considerável da pressão arterial depois da primeira dose; por esta razão, o tratamento deve ser iniciado com uma dose menor administrada à hora de deitar. Com a continuação do tratamento, pode haver palpitações, cefaleia e irritabilidade persistentes. Em geral, esses fármacos são mais eficazes quando combinados com outros anti- hipertensivos. Os agonistas adrenérgicos de ação central bloqueiam a atividade simpática originada do SNC. Esses fármacos são agonistas α2-adrenérgicos que atuam por feedback negativo e reduzem a atividade simpática originada dos neurônios simpáticos pré-sinápticos do SNC. Os agonistas α2- SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA adrenérgicos são eficazes quando usados isoladamente por alguns pacientes, mas geralmente são combinados com um segundo ou terceiro fármaco em vista da incidência alta de efeitos colaterais associados ao seu uso. Um desses fármacos – clonidina – está disponível na forma de adesivo transdérmico substituído semanalmente. Os vasodilatadores de ação direta na musculatura lisa vascular causam redução da resistência vascular periférica produzindo relaxamento da musculatura lisa dos vasos sanguíneos, principalmente das arteríolas. Em geral, esses fármacos causam taquicardia em razão da ativação inicial do SNS, assim como retenção de sal e água como consequência da redução do enchimento do compartimento vascular. Os vasodilatadores são mais eficazes quando combinados com outros anti-hipertensivos que atenuam as reações cardiovasculares compensatórias. Referências complementares: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ hipertensao_arterial_sistemica_cab37.pdf http://telessaude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/09/Boletim-Telessaude-set20.pdf Objetivos para o Laboratório Morfofuncional Integrado: Comparar parâmetros do pacientenormal e paciente hipertenso. Identificar manifestações cardiovasculares na hipertensão arterial sistêmica. Práticas (Laboratórios Morfofuncionais): IMAGEM: Conhecer Rx normal do tórax PA, AP e perfil (anatomia radiológica e qualidade de imagem). Diferença de densidades na avaliação de estruturas cardiotorácicas. PATOLOGIA CLÍNICA: Reconhecer a rotina laboratorial do paciente hipertenso (perfil lipídico, glicemia, ureia, creatinina, potássio, ácido úrico, sumário de urina). ANATOMOPATOLOGIA: Conhecer as diferenças anatômicas entre coração normal e coração em paciente hipertenso por hipertrofia do ventrículo esquerdo. Discutir alterações vasculares no paciente hipertenso (alterações microvasculares). Palestras: Palestra 03 - Conhecer os princípios da farmacocinética e farmacodinâmica. Tópicos a serem abordados: -Introdução aos principais conceitos da farmacologia; -Princípios da farmacocinética; SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA -Princípios da farmacodinâmica; Palestra 04 - Conhecer as noções de interações medicamentosas. Tópicos a serem abordados: - Introdução ao conceito de interações medicamentosas e a importância clínica; - Tipos de interações medicamentosas; - Análise das interações medicamentosas na correta prescrição médica. TICs: Objetivos: 1. Correlacionar os mecanismos de ação dos anti-hipertensivos. 2. Descrever os fatores de risco associados à hipertensão arterial. Atividades: Mecanismo ação anti-hipertensivos / fatores de risco. Semana 3: Sistema Cardiocirculatório Objetivos da Semana: Entender os mecanismos fisiopatológicos da cardiomiopatia dilatada. Problemas e objetivos da semana S3P1: O inimigo mora ao lado Em um dia de busca ativa pela equipe do Centro de Controle de Zoonoses, agentes se depararam com uma indígena de 30 anos, com sintomas de cansaço aos grandes esforços. A jovem morava em uma aldeia no interior do estado, numa casa de pau a pique, próximo a uma plantação de açaí. Encaminhada ao ambulatório de saúde indígena, juntamente com uma tradutora, a qual referiu que os pais da paciente morreram devido ao “bicho chupança”. Exames sorológicos foram solicitados. O interno pensa em solicitar também radiografias de tórax PA e perfil. Objetivos: • Conhecer os principais grupos de protozoários parasitas humanos. • Entender a epidemiologia, fisiopatologia, ciclo biológico e manifestações clínicas da doença de Chagas. • Conhecer os exames laboratoriais sorológicos para doença de Chagas. • Conhecer o esquema de tratamento para a doença de Chagas. • Discutir a situação atual de saúde indígena. SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA Orientações para os tutores: Aspectos epidemiológicos: a Doença de Chagas é uma antropozoonose causada pelo Trypanosoma cruzi (T. cruzi), protozoário flagelado, que representa uma condição infecciosa (com fase aguda ou crônica) classificada como uma doença tropical negligenciada, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). É resultante da pobreza humana, ao mesmo tempo que a reproduz, e apresenta elevada carga de morbimortalidade em países endêmicos, incluindo o Brasil, com expressão focal em diferentes contextos epidemiológicos. As formas de transmissão do agente etiológico da Doença de Chagas podem ocorrer por: vetores - Contato com fezes e/ou urina de barbeiro após a picada; oral - Consumo de alimentos contaminados com triatomíneo ou fezes; vertical - Por via transplacentária ou no parto; transfusional - Transfusão de sangue / transplante de órgãos; acidental - Acidente laboratorial, por contato da pele ferida ou mucosas com material contaminado ou na manipulação de caça. Ciclo biológico: a doença de Chagas é transmitida quando o barbeiro pica uma pessoa ou animal infectado, que então pica outra pessoa. Enquanto picam, os insetos infectados depositam na pele as fezes contendo tripomastigotas metacíclicos. Essas formas infecciosas entram pela lesão da picada ou penetram na conjuntiva ou nas mucosas. Os parasitas invadem macrófagos no local de entrada, transformam-se em amastigotas que se multiplicam por divisão binária e são liberados como tripomastigotas no sangue e em espaços teciduais, de onde infectam outras células. Células do sistema reticuloendotelial, do miocárdio, dos músculos e do sistema nervoso geralmente estão envolvidas. A doença de Chagas ocorre em 3 fases: aguda, latente (indeterminada) e crônica: a infecção aguda é seguida por um período de latência (indeterminado) que pode permanecer assintomático ou progredir para doença crônica. Imunossupressão pode reativar a infecção latente, com alta parasitemia e uma 2ª fase aguda, lesões de pele, ou abscessos cerebrais. Cerca de 1 a 5% das grávidas transmitem a infecção pela placenta, resultando em aborto, natimortos ou doença neonatal crônica com mortalidade alta. Exames laboratoriais sorológicos para Chagas: Imunofluorescência indireta: Caracteriza-se por sua grande sensibilidade e pela precocidade das respostas positivas, na fase aguda. Mais de 70% dos casos podem ser diagnosticados nesse período, após a segunda ou terceira semana da doença. Entretanto, dada a frequência com que essa fase é assintomática e passa despercebida, o teste é aplicado em geral nas formas crônicas da doença. Estudos comparativos feitos com outros métodos mostraram que os resultados são concordantes em 97% dos casos, mantendo- se a sensibilidade e a especificidade sempre em torno ou acima de 99%. Havendo suspeita de infecção congênita, os títulos altos de IgM, no sangue da SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA - criança (determinados por esta reação), constituem um indício seguro de infecção. Por atravessarem a barreira placentária, as IgG não possuem a mesma significação, a não ser depois dos seis meses de idade. Imunotestes enzimáticos (ELISA): A reação faz-se em tubo ou em cavidades de uma placa de matéria plástica em cuja superfície interna os extratos do antígeno solúvel de T. cruzi foram fortemente adsorvidos. Se houver anticorpos no soro do paciente, eles se ligarão ao antígeno e, por sua vez, fixarão as antiglobulinas humanas (que serão adicionadas depois) e permitirão constatar o fenômeno, pois essas antiglobulinas estão conjugadas com uma enzima capaz de dar reação colorida. Além de simples e barato, o método pode ser automatizado para o processamento quantitativo de grande número de amostras, em um leitor especial para isso (espectrofotômetro). Ele pode ser utilizado tanto na fase aguda da doença (se for empregada uma antiglobulina M) como na fase crônica (com antiglobulina G). Hemaglutinação. Existem técnicas e materiais padronizados, para esta prova. Assim, sua realização consiste apenas em diluir o soro (ou eluir o sangue coletado em papel de filtro) em solução salina a 0,85%, na proporção de 1:30; misturar duas gotas desta diluição com uma de suspensão de hemácias sensibilizadas, agitando levemente, e ler o resultado uma a duas horas depois. Hemaglutinação indireta. Este teste pode ser realizado fácil- mente, em qualquer laboratório e mesmo em consultório, contando-se para isso com kits comerciais de excelente padrão. Em 1999, uma política de descentralização do atendimento, mediante a assinatura de convênios com prefeituras e instituições da sociedade civil, reduziu a ação direta do Estado e implementou 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), gerando alguns resultados positivos. O subsistema de saúde indígena do Sistema Único de Saúde era então gerido pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que, durante anos, foi alvo de denúncias ligadas a corrupção e deficiências no atendimento. O movimento indígena lutou para que a gestão da saúde indígena passasse às mãos de uma secretaria específica, diretamente vinculada ao Ministério da Saúde – demanda que foi atendida pela presidência da Repúblicano ano de 2010. Os DSEIs são, atualmente, de responsabilidade da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), e foram delimitados a partir de critérios epidemiológicos, geográficos e etnográficos. Cada DSEI possui um conjunto de equipamentos que permite a realização do atendimento de casos simples, ficando as ocorrências de alta complexidade a cargo de hospitais regionais, implicando em um aparato para remoção dos doentes. S3P2: Coração grande é coração bom? SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA Dona Maria faz uma consulta ambulatorial trazendo consigo exames que confirmam doença de Chagas. Ela apresentava falta de ar aos pequenos esforços (ao escovar os dentes), acordava a noite com falta de ar e edema nos MMII principalmente. O exame físico mostra turgência jugular, taquipneia, taquicardia, ritmo cardíaco regular, estertores crepitantes em ambas as bases pulmonares, hepatomegalia e edema nos MMII até a raiz da coxa. Realizada radiografia de tórax, que evidenciou cardiomegalia importante. Objetivos: • Descrever a fisiopatologia da miocardiopatia dilatada e o remodelamento cardíaco na insuficiência cardíaca congestiva (direita e esquerda). • Correlacionar as manifestações clínicas e radiológicas na insuficiência cardíaca. • Discutir a definição de doenças negligenciadas e o motivo de ainda haver doenças assim caracterizadas. Orientações para os tutores Miocardiopatia dilatada. É uma causa frequente de insuficiência cardíaca e a principal indicação para transplante de coração. De acordo com alguns relatos, cerca de 20 a 35% dos casos têm origem familiar. A maioria dos casos familiares parece ser transmitida como traço autossômico dominante, mas também existem casos autossômicos recessivos, recessivos ligados ao X e padrões hereditários mitocondriais. Outras causas são infecções (i. e., virais, bacterianas, fúngicas, micobacterianas ou parasitárias), toxinas, alcoolismo, quimioterapia, metais pesados e muitos outros distúrbios. Em muitos casos, não é possível descobrir a causa e, então, a doença é descrita como miocardiopatia dilatada (MCD) idiopática. A MCD caracteriza-se por dilatação ventricular, redução da espessura da parede ventricular e disfunção sistólica de um ou ambos os ventrículos. Ao exame histológico, a doença caracteriza-se por fibras miocárdicas atróficas e hipertróficas e fibrose intersticial. Os miócitos cardíacos, principalmente os que estão localizados no subendocárdio, frequentemente mostram alterações degenerativas avançadas. Os tecidos têm fibrose intersticial, que também é mais marcante na zona subendocárdica. Células inflamatórias esparsas podem ser encontradas. SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA Os principais sintomas de IC são fadiga e dispneia. Ainda que a fadiga tradicionalmente seja atribuída ao baixo débito cardíaco da IC, é provável que anormalidades musculares esqueléticas e outras comorbidades não cardíacas (p. ex., anemia) contribuam para esse sintoma. Nos primeiros estágios da IC, a dispneia é observada apenas durante exercício; entretanto, à medida que a doença evolui, esse sintoma passa a ser provocado por atividades cada vez menores até, por fim, ocorrer inclusive durante o repouso. A dispneia da IC provavelmente é multifatorial. O mecanismo mais importante é a congestão pulmonar com acúmulo de líquido no interstício ou dentro dos alvéolos, o que ativa os receptores J justacapilares, estimulando a respiração rápida e superficial característica da dispneia cardíaca. Outros fatores podem contribuir para a dispneia aos esforços, incluindo redução na complacência pulmonar, aumento da resistência nas vias respiratórias, fadiga dos músculos respiratórios ou do diafragma e anemia. A dispneia pode se tornar menos frequente com o surgimento de insuficiência ventricular direita (VD) e de insuficiência tricúspide. ORTOPNEIA: a ortopneia, definida como dispneia ocorrendo em posição deitada, em geral é uma manifestação mais tardia de IC em comparação com a dispneia aos esforços. Ela é causada pela redistribuição de volume da circulação esplâncnica e dos membros inferiores para a circulação central quando o paciente permanece deitado, com o consequente aumento da pressão capilar pulmonar. A tosse noturna é uma manifestação comum desse processo, sendo um sintoma muitas vezes negligenciado. A ortopneia costuma ser aliviada quando o paciente senta ou quando dorme recostado sobre muitos travesseiros. Ainda que seja um sintoma relativamente específico da IC, também pode ocorrer em pacientes com obesidade abdominal ou com ascite e naqueles com doença pulmonar cuja mecânica favoreça a postura ereta. DISPNEIA PAROXÍSTICA NOTURNA (DPN): essa expressão refere-se a episódios agudos de dispneia e tosse que costumam ocorrer à noite e despertam o paciente, em geral 1 a 3 horas após deitar. A DPN pode se SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA manifestar na forma de tosse ou de sibilos, possivelmente em razão de aumento da pressão nas artérias brônquicas, levando à compressão das vias respiratórias junto com edema intersticial pulmonar, o que produz aumento da resistência nas vias respiratórias. Enquanto a ortopneia pode ser aliviada com o paciente sentado ereto com as pernas pendentes, nos casos de DPN, a tosse e os sibilos se mantêm mesmo com os pacientes em posição ereta. A asma cardíaca está relacionada com a DPN, é caracterizada por sibilos secundários ao broncospasmo e deve ser diferenciada da asma primária, bem como das causas pulmonares para os sibilos. RESPIRAÇÃO DE CHEYNE-STOKES: também conhecida como respiração periódica ou cíclica, a respiração de Cheyne-Stokes está presente em 40% dos pacientes com IC avançada e em geral está associada a baixo débito cardíaco. A respiração de Cheyne-Stokes é causada pela redução da sensibilidade do centro respiratório à PCO2 arterial. Observa-se uma fase de apneia durante a qual a PO2 arterial cai e a PCO2 arterial aumenta. Essas alterações nos gases arteriais estimulam o centro respiratório, resultando em hiperventilação e hipocapnia, seguidas de apneia recorrente. A respiração de Cheyne-Stokes costuma ser percebida pelo paciente ou por sua família como uma dispneia grave com suspensão transitória da respiração. EDEMA AGUDO DE PULMÃO. Outros sintomas: os pacientes com IC também podem apresentar sintomas gastrintestinais. Anorexia, náuseas e saciedade precoce, associadas à dor abdominal e plenitude, são queixas comuns, podendo estar relacionadas com edema na parede intestinal e/ou congestão hepática. A congestão do fígado com estiramento de sua cápsula pode produzir dor no quadrante superior direito. Alguns sintomas cerebrais, como confusão, desorientação, além de distúrbios no sono e humor, podem ser observados em pacientes com IC grave, em particular nos mais idosos com arteriosclerose cerebral e perfusão cerebral deficiente. A nictúria é comum na IC, podendo contribuir para a insônia. Achados radiológicos na IC (Diretriz Brasileira de IC – 2009): Alterações na radiografia de tórax Possíveis causas Cardiomegalia Aumento de câmaras cardíacas, derrame pericárdico Congestão venosa pulmonar, edema intersticial, linhas B de Kerley Pressão de enchimento do VE elevada Derrames pleurais Pressão de enchimento do VE elevada, infecção pulmonar, neoplasias, tuberculose Hipertransparência pulmonar Enfisema, embolia pulmonar Consolidação pulmonar Pneumonia SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA Ressonância magnética cardíaca: é considerado padrão-ouro em termos de acurácia e reprodutibilidade na avaliação de volumes, massas e movimento parietal. Pode ser útil na avaliação etiológica e para medidas de volume quando o ecocardiograma não for conclusivo. Com a técnica de realce tardio, utilizando-se gadolínio como contraste, obtém-se informações sobreinflamação, processos infiltrativos e áreas de edema ou fibrose, sendo de grande utilidade na investigação de miocardites, cicatrizes de infarto do miocárdio, cardiomiopatias e pericardiopatias, doenças infiltrativas e de depósito. As limitações incluem pacientes portadores de marca-passo, clipes metálicos oculares ou cerebrais e intolerância do paciente. Objetivos para o Laboratório Morfofuncional Integrado: Identificar as alterações nos exames complementares do paciente com insuficiência cardíaca. Identificar complicações cardiovasculares da hipertensão arterial sistêmica. Práticas (Laboratórios Morfofuncionais): IMAGEM: Explicar radiografia de tórax alterada: dilatação arco aórtico. (OBS: Não abordar dilatação de câmaras cardíacas). FARMACOLOGIA: Compreender os mecanismos gerais de ação dos anti- hipertensivos (abordar exemplos das drogas mais comumente utilizadas: iECA, BRA, Bloqueador de Canal de cálcio, betabloqueador). ANATOMOPATOLOGIA: Conhecer peça/modelo anatômico de coração com hipertrofia ventricular direita e esquerda e as respectivas lâminas. Coração com insuficiência cardíaca congestiva direita e esquerda Palestra: Palestra 05 – Explicar os métodos imunodiagnósticos e suas principais características. Tópicos a serem abordados: - Rever conceitos gerais da resposta imunológica - Caracterizar antígenos e anticorpos - Apresentar conceitos da epidemiologia clínica (precisão, exatidão, sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo e acurácia). - Exemplificar os princípios metodológicos utilizados (aglutinação e imunoprecipitação; imunofluorescência; enzimaimunoensaio e etc). Infiltrados pulmonares Doenças sistêmicas SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA Palestra 06 – Explicar os aspectos farmacodinâmicos das principais classes de anti-hipertensivos parte I. Tópicos a serem abordados: - Introdução ao conceito de anti-hipertensivos; - Principais classes de anti-hipertensivos; - Mecanismo de ação dos anti-hipertensivos; TICs: Objetivos: 1. Conhecer a transmissão oral da Doença de Chagas. 2. Conhecer os direitos de saúde indígena. 3. Entender as repercussões ambientais de grandes obras na Amazônia. Atividades: Chagas e transmissão oral / usina Belo Monte e Malária / Direito de saúde indígena. Semana 4: Sistema Cardiocirculatório Objetivos da Semana: Rever a morfofisiologia da irrigação cardíaca e compreender os mecanismos fisiopatológicos da cardiopatia isquêmica. Problemas e objetivos da semana S4P1: Telefone Mudo Bom dia Dr. Raimundo, tudo bem? A causa da morte do Sr. João encaminhado, para necropsia semana passada, foi infarto mesmo? - Opa, bom dia, Dr. Carlos, veja bem... O falecido que o senhor nos encaminhou para necropsia apresentou, ao exame histopatológico das coronárias, placas ateroscleróticas que obstruíam mais de 50% de todas as coronárias examinadas, mas não havia sinais macroscópicos, tampouco microscópicos de infarto agudo do miocárdio. - Entendi, se não foi infarto, o falecido apresentou angina instável ou estável? - Prezado Dr. Carlos, para fazer essa conclusão, o senhor deveria ter enviado a história clínica do paciente, coisa que o senhor não fez... - TUTUTUTUTU... Objetivos: • Compreender os mecanismos fisiopatológicos da aterosclerose. SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA • Identificar as características clínicas e exames complementares da angina estável e instável. Orientações para os tutores A aterosclerose é considerada uma resposta inflamatória crônica da parede arterial à lesão endotelial. O processo envolve vários fatores, sobretudo: (1) agressão às células endoteliais por agentes físicos, químicos ou biológicos, inclusive hipercolesterolemia; (2) quantidade e qualidade de lipídeos circulantes (que atravessam a barreira endotelial e se acumulam na íntima). A lesão endotelial iniciada por diversas agressões e pela ação de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) oxidadas resulta em: (1) aumento dos espaços interendoteliais, que favorecem a penetração de lipídeos na íntima; (2) adesão e agregação plaquetárias; (3) maior expressão de moléculas de adesão no endotélio e captura de monócitos e linfócitos T. LDL oxidada agride o endotélio e induz a síntese de TNF e de IL-1, os quais, por ação autócrina, ativam células endoteliais a expor mais moléculas de adesão e a produzir outras citocinas e quimiocinas, responsáveis pela diapedese de monócitos para a íntima. O ambiente da íntima favorece a oxidação progressiva de LDL, por ser pobre em agentes antioxidantes e por albergar macrófagos; estes têm efeitos pró- oxidantes, por meio de lipo-oxigenases, radicais livres, água oxigenada, hipoclorito e peroxinitrito. Na íntima, os macrófagos capturam LDL por meio de receptores de remoção (scavengers receptors), sem controle de incorporação de lipídeos; com isso, os macrófagos locupletam-se de lipídeos e adquirem o aspecto de células espumosas. Macrófagos ativados produzem mais citocinas e quimiocinas, que favorecem maior ativação endotelial e exsudação de mais monócitos para a íntima. Macrófagos morrem por apoptose ou por necrose, e seus restos misturam-se aos depósitos lipídicos extracelulares. Macrófagos e plaquetas aderidas ao endotélio liberam fatores de crescimento, como PDGF, FGF e VEGF, os quais induzem neoformação de vasos, migração de células musculares lisas para a íntima e multiplicação destas. As células musculares lisas também endocitam LDL e originam células espumosas; ao lado disso, transformam-se em miofibroblastos e passam a sintetizar matriz extracelular (proteoglicanos e fibras colágenas), contribuindo para formar a capa fibrosa que envolve o núcleo lipídico. A repetição desses fenômenos ao longo de anos ou décadas aumenta progressivamente, na íntima, a quantidade de lipídeos, de células (macrófagos, células musculares lisas) e de matriz extracelular, formando a lesão expansiva que caracteriza os ateromas. Angina: segundo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2014), a angina é uma síndrome clínica caracterizada por dor ou desconforto em quaisquer das seguintes regiões: tórax, epigástrio, mandíbula, ombro, dorso ou membros superiores. É tipicamente desencadeada ou agravada com SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA a atividade física ou estresse emocional, e atenuada com uso de nitroglicerina e derivados. O exame clínico é um dos mais importantes passos para a avaliação do paciente com dor torácica, orienta o médico, com um alto grau de acurácia, a estimar a probabilidade de DAC significativa. Com relação à sua apresentação, pode ser classificada como segue: - A angina instável pode se apresentar da forma como se segue: - No que tange a apresentação clínica da angina instável devido DAC, tem-se: Probabilidade de os sinais e sintomas serem devidos a síndromes isquêmicas miocárdicas instáveis secundárias a doença obstrutiva coronariana Angina típica (definitiva) Desconforto ou dor retroesternal Desencadeada pelo exercício ou estresse emocional Aliviada com o repouso ou uso de nitroglicerina Angina atípica (provável) Presença de somente dois dos fatores acima Dor torácica não cardíaca Presença de somente um ou nenhum dos fatores acima Tipo de Angina Apresentações Angina em repouso Usualmente com duração maior que 20 minutos, ocorrendo há cerca de 1 semana Angina em aparecimento Com, pelo menos, gravidade CCS* III e recente com início há 2 meses Angina em crescendo Angina previamente diagnosticada, que se apresenta mais frequente, com episódios de duração, ou com limiar menor Variáveis Probabilidade alta P r o b a b i l i d a d e intermediária Probabilidade baixa SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA S4P2: Tempo é vida!!! Dona Angelina era aquela avó querida de todo mundo. Adoravadoces e nem sempre controlava sua pressão arterial. Ontem, quando foi subir uma escada no mercado, sentiu uma dor precordial muito grande que irradiava para o pescoço e, ao mesmo tempo, teve náuseas. Sentou-se na escada e as pessoas que vieram socorrê-la disseram: - Nossa Dona Angelina, a senhora está branca, gelada e toda molhada de suor! - Tomou seu remedinho do coração hoje? História Sintomas sugestivos d e i s q u e m i a miocárdica prolongada (> 20 minutos), em repouso, ou dor similar a quadro anginoso prévio. História de DAC, incluindo infarto agudo do miocárdio (IAM) S i n t o m a s s u g e s t i v o s d e i s q u e m i a miocárdica como p r i n c i p a l m a n i f e s t a ç ã o . Idade > 70 anos. Diabetes melito. Doença vascular periférica S in tomas não sugest ivos de i s q u e m i a miocárdica. Uso r e c e n t e d e cocaína E x a m e físico I C t r a n s i t ó r i a , hipotensão, sudorese, edema pulmonar ou estertores D e s c o n f o r t o t o r á c i c o reproduzido pela palpação ECG I n f r a d e s n í v e l d o segmento ST (> 0,5 m m ) n o v o o u presumivelmente novo, ou inversão da onda T > 2 mm com sintomas P r e s e n ç a d e o n d a s Q . Segmento ST ou ondas T anormais antigas Achatamento ou inversão da onda T em derivações com ondas R predominantes. ECG normal Marcadores bioquímicos TnT, TnI ou CK-MB elevados. M a r c a d o r e s normais M a r c a d o r e s normais SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA Dona Angelina nem conseguia falar direito. Comprimia o peito como se isto fizesse a dor diminuir. O dono do mercado, Sr. Guido, prontamente chamou o SAMU, que administrou um comprimido bem pequeno. O SAMU encaminhou Dona Angelina para a sala vermelha do Hospital. Ao ser monitorizada, apresentou supradesnivelamento de segmento ST de V1 a V6 e alterações nos marcadores laboratoriais. Objetivos • Caracterizar Doença Arterial Coronariana - DAC (fisiopatologia e manifestações clínicas) e seus fatores de risco. • Reconhecer as características da dor precordial típica (fatores desencadeantes e atenuantes, duração, localização, tipo, irradiação, etc.) e atípica. • Conhecer os exames complementares iniciais da DAC: ECG (diferenciar IAM sem supra de ST e com supra de ST) e marcadores de necrose. • Explicar os princípios farmacodinâmicos do tratamento da DAC. Orientações para os tutores A doença arterial coronariana (DAC) - refere-se ao comprometimento da circulação coronária com alterações na luz das artérias, ou seja, corresponde às alterações anatômicas das artérias coronárias, levando ou não alterações no fluxo sanguíneo coronário. Geralmente, a causa é pela aterosclerose. Este diagnóstico de DAC pode ser: insuficiência coronária, isquemia ou isquemia silenciosa. A insuficiência coronária se caracteriza por um desequilíbrio entre a oferta de oxigênio (O2) para miocárdio e o seu respectivo consumo. A isquemia é a desproporção entre a oferta e demanda de O2, causa exclusivamente pela incapacidade de aumento proporcional do fluxo sanguíneo. A isquemia silenciosa é caracteriza pela isquemia sem sintomatologia concomitante. De acordo com a literatura, entre os fatores de risco para doença arterial coronariana destacam-se: hereditariedade, sexo masculino, idade avançada, hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), dislipidemia - níveis elevados de colesterol total (CT), triglicerídeos (TG), low density lipoproteins (LDL), baixos níveis de high density lipoproteins (HDL), obesidade - especialmente excesso de gordura abdominal, sedentarismo e tabagismo. Ressalta-se que hereditariedade, gênero e idade são denominados de fatores de risco constitucionais, e os demais, seriam fatores de risco comportamentais. Ou seja, podem ser eliminados ou, pelo menos, controlados. SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA A dor precordial é o sintoma predominante nas diferentes formas de apresentação clínica de DAC. A dor típica caracteriza angina ou infarto do miocárdio (coração), sendo parecida com um aperto ou opressão no peito. Geralmente, o incômodo é difuso, ou seja, sentido em uma área maior que um ponto específico. Também tem duração prolongada, superando os 10 minutos, pode se irradiar para o pescoço, ombros, braço esquerdo e, às vezes, para o braço direito. Já a dor atípica aponta para uma causa diferente de angina ou infarto. Febre, tosse e queimação ou azia são alguns dos sinais que podem acompanhar esse tipo de incômodo. Vale lembrar que parte dos casos de dor atípica exclui sintomas associados, tem duração de segundos ou poucos minutos e melhora com o uso de medicamentos. Ação farmacológica de medicações: ● Nitratos: atuam promovendo vasodilatações periférica e coronária, levando deste modo a um aumento da oferta e a uma diminuição do consumo de Oxigênio. ● Antiagregante plaquetário: têm em comum a propriedade de inibir a formação do trombo, sem interferir de forma significativa nos demais segmentos da coagulação. Promovem a inibição das funções plaquetárias como adesividade e agregação, inibem a reação de liberação ou secreção das plaquetas, reduzem os agregados plaquetários circulantes e inibem a formação do trombo, induzido predominantemente por plaquetas. ● Betabloqueadores: bloqueio dos receptores beta-adrenérgicos, porém com perfis farmacológicos diferentes. As diferenças relacionam-se à seletividade dos receptores beta-adrenérgicos, à lipossolubilidade e às ações vasodilatadoras de alguns medicamentos da classe. ● Estatina: agentes hipolipemiantes que exercem os seus efeitos através da inibição da HMG-CoA redutase, enzima fundamental na síntese do colesterol, levando a uma redução do colesterol tecidual e um consequente aumento na expressão dos receptores de LDL. ● Trombolítico: Na verdade, o nome “trombolítico” é um engano para estes agentes, pois o que fazem, na verdade, é ativar o plasminogênio em sua transformação para plasmina, esta sim com capacidade para degradar a fibrina, o maior componente do trombo. Assim, na verdade, estes agentes devem ser chamados de agentes fibrinolíticos. Os principais marcadores bioquímicos de necrose cardíaca Marcadores bioquímicos são úteis para auxiliar tanto no diagnóstico quanto no prognóstico de pacientes com SCA. Quando as células miocárdicas sofrem lesão, suas membranas celulares perdem a integridade, as proteínas intracelulares se difundem no interstício e vão para os linfáticos e capilares. Após a lesão miocárdica, a cinética dos marcadores depende de diversos SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA fatores: o compartimento intracelular das proteínas; o tamanho das moléculas; o fluxo regional linfático e sanguíneo; e a taxa de depuração do marcador. Tais fatores, em conjunto com as características de cada marcador, diferenciam o desempenho diagnóstico de cada um para IAM. Em pacientes que se apresentam com quadro sugestivo de Síndrome Coronariana Aguda, nos quais o diagnóstico de IAM não está estabelecido, os biomarcadores cardíacos são úteis para confirmar o diagnóstico de infarto. Os resultados dos marcadores de necrose devem estar disponíveis em até 60min a partir da coleta. Os principais marcadores bioquímicos de necrose cardíaca são Troponina I cardíaca (Tnlc), Troponina T cardíaca (TnTc) e creatinoquinase MB (CK-MB). Sugestão de leitura: http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/ 2015/02_TRATAMENTO%20DO%20IAM%20COM%20SUPRADESNIVEL%20DO%20SEGME NTO%20ST.pdf Objetivos para o Laboratório Morfofuncional Integrado: Desenvolver atividades de princípios de interpretação de imagem, lâminas permanentes e peças de coração hipertrofiado e do parasita, incluindo o seu ciclo de vida. Conhecer alguns princípios imunológicos (sorologia). Práticas (Laboratórios Morfofuncionais): IMAGEM: Compreender a avaliaçãodas radiografias de tórax em paciente com ICC (Destacar a cardiomegalia via avaliação do índice cardíaco e dilatação das câmaras cardíacas). PATOLOGIA CLÍNICA: Descrever os exames laboratoriais para doença de Chagas. Explicar os principais métodos de imunodiagnóstico. ANATOMOPATOLOGIA: Identificar peças/modelos anatômicos e lâminas histopatológicas de insuficiência cardíaca/ Doença de Chagas / cardiopatia dilatada. Palestra: Palestra 07 – Explicar os aspectos farmacodinâmicos das principais classes de anti-hipertensivos parte II. Tópicos a serem abordados: - Introdução ao conceito de anti-hipertensivos; - Principais classes de anti-hipertensivos; - Mecanismo de ação dos anti-hipertensivos; Palestra 08 – Conhecer os princípios da formação de imagem no Ultrassom. Tópicos a serem abordados: SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA -Conceito da Ultrassom; -Princípios de formação da imagem na Ultrassom; - Aplicações dos exames de Ultrassom; TICs: Objetivos: 1. Descrever as causas de precordialgia. 2. Correlacionar os medicamentos usados na Síndrome Coronariana Aguda. 3. Correlacionar os medicamentos usados na Insuficiência Cardíaca Congestiva. 4. Conhecer a angioplastia coronariana. 5. Correlacionar os exames indutores de isquemia. Atividades: Precordialgia / SCA / ICC / Medicamentos SCA / Angioplastia coronariana / Exames indutores isquemia. Semana 5: Sistema Cardiocirculatório Objetivos da Semana: Rever a morfofisiologia das valvas cardíacas e entender os mecanismos fisiopatológicos das doenças valvares. Problemas e objetivos da semana: S5P1: “Lambe os ossos e encaroça o coração” Jones ficou latindo a manhã toda, pois o passeio matinal com seu pequeno amigo foi cancelado por uma febre alta e dispneia. - Mãe, hoje não vou passear com o Jones, as dores no joelho passaram para o cotovelo! - Garoto, venha aqui, deixa eu ver se ainda continua placas de infecção bacteriana em sua garganta... - Não, mãe, a garganta melhorou há 2 semanas. Minhas juntas doem por causa dos caroços. - Que caroços, menino? A pediatra ficou preocupada com a descoberta de pequenos nódulos subcutâneos e sobre a possibilidade de haver no coração nódulos formados por granulomas de macrófagos envolvendo material fibrinoide. SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA Objetivos: • Conhecer os principais grupos, morfologias e estrutura celular das bactérias. • Compreender a etiopatogenia das lesões valvares e suas complicações; • Conhecer a epidemiologia, etiologia, manifestações clínicas, fisiopatologia e diagnóstico da febre reumática. Orientações para os tutores: A febre reumática (FR) é uma complicação não supurativa da faringoamigdalite causada pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes) e decorrem de resposta imune tardia a esta infecção em populações geneticamente predispostas. É uma doença que predomina na idade pediátrica, entre 5 a 15 anos, sendo a média de idade de 10 anos. Apenas em 20% dos casos ocorre em adultos. É muito rara antes dos três anos e depois dos 23 anos. Fisiopatologia: A FR não é uma doença inflamatória em si, mas sim uma reação autoimune consequente de uma doença inflamatória. Essa reação decorre por conta de um mimetismo molecular, que consiste em uma reação cruzada de anticorpos produzidos originalmente contra produtos e estruturas dos estreptococos, porém passam a reconhecer também as células do hospedeiro, que se tornam alvos dos anticorpos produzidos contra o antígeno infeccioso. A proteína M da parede celular desses seres, induzem uma reação cruzada com as células do tecido cardíaco, principalmente os cardiomiócitos. Sabe-se que ambas as respostas imunes mediadas por linfócitos B e T estão envolvidos no processo inflamatório da FR. Além disso, também há produção de citocinas inflamatórias que exacerbam a reação autoimune, sendo responsáveis pela progressão e manutenção da lesão valvar crônica. SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA Manifestações da Febre Reumática: As principais manifestações clínicas decorrentes da Febre Reumática podem ser subdivididas nas seguintes categorias: Sintomas constitucionais: representado principalmente pela febre. Pode haver anorexia e mal-estar, mas não são específicos para FR. Sinais e sintomas cardíacos: Cardite é a apresentação mais incidente. O comprometimento cardíaco manifesta-se por pancardite, afetando o coração tipicamente de dentro para fora, valvas e endocárdio, depois miocárdio e finalmente pericárdio. EXAMES DX: ASLO, FAN, VHS, PROTEINA C REATIVA COMPREENDER A ETIOPATOGENIA DAS LESÕES VALVARES E SUAS COMPLICAÇÕES SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA Insuficiência ou regurgitação aórtica (IA); Estenose aórtica (EA); A Insuficiência Mitral (IM); A estenose mitral (EM); O prolapso da válvula Mitral (PVM); A Estenose Tricúspide (ET); Insuficiência ou regurgitação tricúspide; A insuficiência ou regurgitação pulmonar (IP) e a estenose pulmonar. S5P2: É Couve-Flor? Produtor de vegetais orgânicos retorna à Unidade Básica de Saúde após ser encaminhado ao cardiologista por apresentar febre prolongada, astenia, precordialgia e petéquias subconjuntivais pós-tratamento dentário e pergunta ao médico de família: “Doutor, por que um produtor de vegetais tem vegetações no coração? Objetivos: • Identificar os agentes etiológicos mais frequentes da endocardite infecciosa (os fatores predisponentes para endocardite infecciosa). • Compreender a epidemiologia, etiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento da endocardite infecciosa. • Reconhecer as complicações associadas à endocardite. • Discutir as redes de atenção no atendimento à população rural. Orientações ao tutor: Endocardite infecciosa (EI) é uma infecção grave e potencialmente fatal das superfícies internas do coração. A doença caracteriza-se por colonização ou invasão de um agente microbiano nas valvas cardíacas e no endocárdio mural, resultando na formação de vegetações volumosas e friáveis, assim como na destruição dos tecidos cardíacos subjacentes. Agente etiológico Fisiopatologia: A disseminação dos microrganismos na corrente sanguínea é o fator principal que resulta no desenvolvimento da EI. A porta de acesso à SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III MANUAL DO PROFESSOR – CIRCULAÇÃO RESTRITA corrente sanguínea pode ser uma infecção evidente, um procedimento dentário ou cirúrgico que cause bacteriemia transitória, injeção de uma substância contaminada diretamente no sangue por usuários de substâncias intravenosas, ou uma fonte oculta na cavidade oral ou no intestino. Lesão endotelial, bacteriemia e disfunção hemodinâmica podem promover a formação de um trombo de fibrina-plaquetas sobre o revestimento endotelial. O trombo está sujeito à implantação de bactérias durante a bacteriemia transitória, causando ativação dos monócitos, bem como formação de citocinas e fatores tissulares, resultando na proliferação progressiva das vegetações valvares infectadas. Com as formas aguda e subaguda-crônica de EI, formam-se lesões vegetativas friáveis, volumosas e potencialmente destrutivas nas valvas cardíacas. As valvas mitral e aórtica são afetadas mais comumente pela infecção, embora o coração direito também possa ser envolvido, especialmente nos usuários de substâncias intravenosas. Essas lesões vegetativas consistem em uma coleção de microrganismos e restos celulares entremeados em faixas de fibrina do sangue coagulado. As lesões podem ser únicas ou múltiplas, podem crescer até alcançar vários centímetros e geralmente estão frouxamente aderidas às bordas livres da superfície valvar. Os focos infecciosos
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