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Epidemiologia Há 600 mil casos diagnosticados todo ano, com cerca de 26 milhões de pessoas afetadas pela IC A prevalência aumenta com a idade e de acordo com o sexo Epidemiologia Negros possuem maior risco de desenvolver IC, seguido pelos hispânicos, brancos e chineses americanos Há o envolvimento de fatores de risco, condição socioeconômica e acesso aos serviços de saúde Epidemiologia A sobrevida após 5 anos de diagnóstico é de apenas 35% O perfil clínico da IC envolve principalmente indivíduos idosos, com etiologias diversas e alta frequência de comorbidades associadas Etiologia A IC é uma via final para a maioria das doenças cardiovasculares crônicas, como HAS, doença arterial coronariana e doença valvar. É uma doença prevenível, por suas causas serem de longa duração Insuficiência Cardíaca Definida como uma síndrome complexa, resultante de qualquer distúrbio funcional ou estrutural do coração, que aumenta as manifestações de débito cardíaco baixo e congestão pulmonar ou sistêmica. Estadiamento clínico Classificação NYHA Fração de Ejeção Pacientes com FEVE normal (≥50%), denominada IC com fração de ejeção preservada (ICFEp) FEVE reduzida (< 40%), denominados IC com fração de ejeção reduzida (ICFEr) Pacientes com fração de ejeção entre 40 e 49%, denominados IC com fração de ejeção intermediária Fisiopatologia A IC é uma doença progressiva, que envolve um evento-índice seguido por meses ou anos de remodelamento estrutural e funcional Acomete o músculo cardíaco, reduzindo a massa muscular ou prejudicando a habilidade do miocárdio gerar força e manter a função contrátil adequada Fisiopatologia Aumento da Pressão Arterial A compensação da incapacidade de bombear sangue é a ativação do SRAA e do SNS A elevação da P.A. gera sobrecarga e hipertrofia ventricular Fisiopatologia Sobrecarga do átrio esquerdo A sobrecarga do VE sobrecarrega o AE Gera dilatação e disfunção do átrio esquerdo, gerando arritmias Fisiopatologia Aumento da pressão venocapilar pulmonar e hipertensão pulmonar A sobrecarga do AE aumenta a pressão nos capilares pulmonares, gerando hipertensão pulmonar Congestão pulmonar* MECANISMOS ADAPTATIVOS Mecanismo de Frank-Starling É um dos primeiros mecanismos adaptativos Gera um aumento da pré e da pós carga Aumento da pré carga: pode gerar remodelação cardíaca e piora da função cardíaca Aumento da pós carga: pode gerar maior sobrecarga ao coração e contribuir para a deterioração da função cardíaca Mecanismo de Frank-Starling Ativação do Sistema Nervoso Simpático É um dos primeiros mecanismos adaptativos A IC gera diminuição do débito cardíaco, o que é detectado pelos barorreceptores Os barorreceptores diminuem o disparo de potenciais, gerando uma descarga do SNS Atividade do SNS vai gerar taquicardia, vasoconstrição e arritmias cardíacas Ativação do Sistema Nervoso Simpático A estimulação simpática prolongada leva a dessensibilização dos receptores beta-adrenérgicos Aumenta mais ainda a vasoconstrição, gerando mais aumento da pós- carga Gera aumento do consumo de oxigênio pelo músculo cardíaco, pode evoluir como isquemia. Ativa o SRAA e diminui o fluxo sanguíneo para pele, músculos e órgãos abdominais Sistema Renina Angiotensina Aldosterona Ativado pela redução do débito cardíaco e pela descarga simpática Ocorre aumento da secreção de renina pelos rins, que gera como consequência final o aumento da angiotensina II Aumenta reabsorção de sódio e água pela aldosterona, gera vasoconstrição e estímulo a sede Sistema Renina Angiotensina Aldosterona Aumento do volume sanguíneo vai causar dilatação ventricular e aumento da tensão da parede Vai aumentar a demanda de O² e superar o mecanismo de compensação de Frank-Starling Angiotensina II e aldosterona aumentam as citocinas inflamatórias e estimulam a síntese de fibras de colágeno Gera lesão tecidual e fibrose, aumentando a rigidez -> remodelamento Peptídios Natriuréticos São liberados em resposta ao aumento do estiramento das fibras cardíacas (BNP e pró-BNP) Promovem natriurese e diurese,. Natriurese: excreção de sódio pelos rins; Diurese: excreção de água pelos rins Conseguem inibir o SRAA e o SNS, além das citocinas inflamatórias Peptídios Natriuréticos São biomarcadores no diagnóstico e monitoramento da IC Níveis elevados desses péptidos estão associados a um aumento do risco de eventos adversos Endotelina Secreção estimulada por SRAA, SNS, estresse mecânico, isquemia, citocinas Gera vasoconstrição, aumentando a RVP e a pós-carga Desencadeia processos de inflamação celular e fibrose Induz o estresse oxidativo, causando dano celular e progressão da doença Outros Mecanismos Vasopressina Hipertrofia e remodelamento cardíaco MANIFESTAÇÃO CLÍNICAS Manifestações Respiratórias Dispneia ao esforço Ortopneia Dispneia noturna paroxística Tosse seca e não produtiva Respiração de Cheyne-Stokes Edema Pulmonar Agudo Manifestações Cardiocirculatórias Palpitações e Arritmias Fadiga e fraqueza muscular Edema periférico Ascite e Hepatomegalia Presença de B3 e B4 Impulso apical desviado para a esquerda Pressão venosa jugular elevada Outras Manifestações Caquexia e denustrição Cianose DIAGNÓSTICO Diagnóstico clínico A clínica na IC é soberana É utilizado os critérios de Framingham para diagnosticar a IC, que se baseia em sinais e sintomas Os exames são apenas complementares, para realizar o estadiamento do paciente, ou seja, verificar em que grau é a IC. Diagnóstico clínico Presença de 2 critérios maiores, ou 1 critério maior com 1 critério menor PEPTÍDEOS NATRIURÉTICOS São biomarcadores, principalmente o BNP e o NT-proBNP Refletem o estresse hemodinâmico É o teste mais sensível para IC, mas não é específico PEPTÍDEOS NATRIURÉTICOS Níveis mais elevados desses péptidos estão relacionados a um maior risco de hospitalização por descompensação cardíaca, eventos cardiovasculares adversos e mortalidade. Reduções nos níveis desses péptidos após o tratamento indicam melhora na função cardíaca e redução do estresse hemodinâmico. ECOCARDIOGRAMA Avaliação múltipla Fração de ejeção, tamanho das câmaras cardíacas, funcionamento de valvas e câmaras, função sistólica e diastólica Achados do ecocardiograma na IC Dilatação ou hipertrofia das cavidades; Cálculo da fração de ejeção ECOCARDIOGRAMA Anormalidades no fechamento das valvas cardíacas, como regurgitação ou estenose Aumento da espessura do septo interventricular Efusão pericárdica (acúmulo de fluido no espaço pericárdio) ELETROCARDIOGRAMA Possui alta sensibilidade, mas pouco específico Deve ser usado na avaliação inicial Achados do ECG na IC Arritmias cardíacas: fibrilação atrial, taquicardia ventricular, batimento cardíaco ectópico ELETROCARDIOGRAMA Desvio do segmento ST (isquemia ou lesão do miocárdio) Alterações da Onda T (achatamento, inversão ou assimetria -> distúrbios na repolarização ventricular) Bloqueio de Ramo Alterações da frequência cardíaca RADIOGRAFIA DE TÓRAX Exames Laboratoriais São usados para busca da etiologia e identificar fatores que possam piorar a funcionalidade do miocárdio Potássio, ureia e creatinina São importantes para avaliação da prescrição de fármacos Tratamento Não Farmacológico Não Farmacológico Programas multidisciplinares de cuidados Equipe multidisciplinar engajada e comprometida Padrão-ouro para acompanhamento de pacientes com IC Não Farmacológico Restrição de sódio Agrava a hipervolemia, gerando descompensação de IC Dieta e perda de peso Tabagismo, drogas ilícitas e bebidas alcoólicas Não Farmacológico Vacinação para influenza e pneumococo Vacina para influenza diminui as internações por IC Reabilitação cardiovascular Aumento progressivo da capacidade funcional, aumentando aos poucos a carga de trabalho e esforço máximo -> Retorno a atividade laborativa Tratamento FarmacológicoFarmacológico Primeira Linha de Medicamentos IECA/BRA1. Betabloqueadores2. Antagonistas de mineralocorticoides3. Sacubitril/valsartana (complexo inibidor da neprilisina/BRA_4. Inibidores do SGLT2 (dapagliflozina e empagliflozina)5. Farmacológico Outros medicamentos Ivabradina1. Nitrato e Hidralazina2. Digitálicos3. Diuréticos de Alça e Tiazídicos4. IECA e BRA Reduzem mortalidade e morbidade cardiovascular São vasodilatadores e bloqueiam o SRAA IECA e BRA Betabloqueadores Reduzem mortalidade e morbidade cardiovascular, diminuem os sintomas e reduzem hospitalizações Promovem a diminuição inicial do débito cardíaco e da secreção de renina, com a readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas Bloqueiam os receptores beta-1 (taquicardia e aumento da contratilidade) e os beta-2 (vasodilatação e broncodilatação) Inibem a liberação excessiva de catecolaminas pelo SNS Carvedilol, bisoprolol e succinato de metoprolol diminuem a mortalidade. Nebivolol aumenta o óxido nítrico endotelial Betabloqueadores Possuem três categorias: não seletivos, cardiosseletivos e com ação vasodilatadora Os não seletivos bloqueiam os receptores beta-1 (miocárdio) e os beta-2 (pulmões, vasos sanguíneos) Cardiosseletivos bloqueiam os beta-1 adrenérgicos Com ação vasodilatadora: antagonista ao receptor alfa-1 periférico e por produção de óxido nítrico Antagonistas Mineralocorticoides Impedem a ação da aldosterona de aumentar a reabsorção de sódio e água e excreção de potássio Além de ter efeito anti hipervolemia, também impedem o remodelamento cardíaco reverso, impedindo que a aldosterona estimule o depósito de colágeno SACUBITRIL/VALSARTANA Sacubitril: inibidor da neprilisina A neprilisina degrada a bradicinina, os peptídios natriuréticos e adrenomedulina A inibição da neprilisina gera uma vasodilatação generalizada, redução da p.a., diminuição da RVP e aumento da diurese e natriurese Valsartana: é um BRA Impede a ação da angiotensina II SACUBITRIL/VALSARTANA Mecanismo de ação combinado Reduz a sobrecarga do coração, diminui a progressão da IC, melhora os resultados clínicos Inibidor da SGLT2 Inibe o cotransportador de sódio e glicose do tipo 2, localizado nos túbulos renais proximais Dapagliflozina e empagliflozina Recomendado principalmente para pacientes diabéticos, mas em não-diabéticos também possui efeitos benéficos Inibidor da SGLT2 Mecanismo de Ação Redução da reabsorção de sódio e glicose nos túbulos renais: excreção aumentada de glicose e sódio na urina, diminuindo a volemia e pressão Redução na retenção de água: diminui a retenção de líquidos e a congestão sistêmica, aliviando sintomas como dispneia e edema Reduzem a rigidez arterial e melhorar a função endotelial Ivabradina Inibe seletivamente a corrente If, reduzindo a F.C. A corrente funny é responsável por despolarizar as células do nó sinusal Diminui a frequência de despolarização dessas células, resultando em redução da F.C. A redução da F.C. melhora a função diastólica, permitindo um enchimento ventricular mais completo Ivabradina nitrato e hidralazina Nitrato -> Venodilatador -> Reduz a pré-carga Hidralazina -> Vasodilatador Arterial -> Reduz a pós-carga É a combinação de dois fármacos vasodilatadores O nitrato é doador de óxido nítrico A hidralazina atua diretamente nas arteríolas Digitálicos* Representado por dois medicamentos: digoxina (oral) e deslanosídeo (venoso) Inibem a bomba de sódio potássio nos cardiomiócitos, aumentando a concentração intracelular de sódio Gera uma contração mais vigorosa, efeito inotrópico positivo Reduzem o tônus simpático, reduzindo o estado hiperadrenérgico Aumentam o período refratário no nó atrioventricular Diuréticos de Alça e Tiazídicos* Usados apenas para alívio de sintomas Não possuem efeitos de redução de mortalidade e morbidade cardiovascular Causam diurese e alívio da sobrecarga volêmica Alça: inibem cotransporte de sódio, potássio e cloreto Diuréticos: inibem cotransporte de sódio e cloreto Diuréticos de Alça e Tiazídicos*
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