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Caderno ADM(Economia e Mercados 2017 1)

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246ouvrer 
u 
 
 
 
 
 
 
Economia e Mercados 
Amanda Aires Vieira 
 
Curso Técnico em Administração 
Educação a Distância 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXPEDIENTE 
 
 
Professor Autor 
Amanda Aires Vieira 
 
Design Instrucional 
Deyvid Souza Nascimento 
Maria de Fátima Duarte Angeiras 
Renata Marques de Otero 
Terezinha Mônica Sinício Beltrão 
 
Revisão de Língua Portuguesa 
Letícia Garcia 
 
Diagramação 
Izabela Cavalcanti 
 
Coordenação 
Antonio Silva 
 
Coordenação Executiva 
George Bento Catunda 
 
Coordenação Geral 
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra 
 
 
 
Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação Profissional 
de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação (Rede e-Tec Brasil). 
 
Julho, 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V657e 
 Vieira, Amanda Aires. 
Economia e Mercados: Curso Técnico em Administração: 
Educação a distância / Amanda Aires Vieira. – Recife: 
Secretaria Executiva de Educação Profissional de 
Pernambuco, 2016. 
96 p.: il. 
 
Inclui referências bibliográficas. 
 
1. Educação a distância. 2. Economia. 3. Demanda. 4. 
Oferta. 5. Equilíbrio. 6. Produção. 7. Custos. 8. 
Macroeconomia. I. Vieira, Amanda Aires. II. Título. III. 
Secretaria Executiva de Educação Profissional de 
Pernambuco. IV. Ministério da Educação. V. Rede e-Tec 
Brasil. 
 
 CDD – 330 
 CDU – 330 
 
 
 
 
 
Sumário 
Introdução .............................................................................................................................................. 5 
1.Competência 01 | Conhecer a definição e a importância da economia para as organizações .......... 6 
1.1Definições e leis da economia ......................................................................................................................6 
1.1.1 O que é economia? ..................................................................................................................................6 
1.1.2 As áreas da Economia ..............................................................................................................................8 
1.1.3 Alguns conceitos básicos importantes .....................................................................................................9 
1.1.4 Leis econômicas .................................................................................................................................... 13 
1.1.5 A escassez de recursos x necessidades e desejos ilimitados ................................................................ 15 
1.1.6 A tríade dos problemas centrais e seu inter-relacionamento .............................................................. 16 
1.2 Entendendo o funcionamento de uma economia ................................................................................... 21 
1.2.1. O fluxo circular da riqueza ................................................................................................................... 21 
2.Competência 02 | Classificar os mercados, conhecendo os conceitos de demanda e oferta ......... 30 
2.1 Teoria dos preços ..................................................................................................................................... 30 
2.1.1 Lei da demanda ..................................................................................................................................... 31 
2.1.2 Deslocamento da curva de demanda ................................................................................................... 39 
2.1.3. Lei da oferta ......................................................................................................................................... 51 
2.1.4 Deslocamento da curva de oferta no mercado .................................................................................... 54 
2.1.5 Ponto de equilíbrio ................................................................................................................................ 56 
2.1.6 Dinâmica de mercado ........................................................................................................................... 59 
3.Competência 03 | Compreender os fundamentos da macroeconomia ........................................... 63 
3.1 As funções e as formas de atuação do governo ...................................................................................... 63 
3.1.1 A função distributiva ............................................................................................................................. 64 
3.1.2. A função alocativa ................................................................................................................................ 73 
3.1.3 A função estabilizadora ......................................................................................................................... 75 
3.1.4 A função reguladora .............................................................................................................................. 76 
 
 
 
 
4.Competência 04 | Entender a teoria e a prática em operações cambiais ........................................ 80 
Conclusão ............................................................................................................................................. 83 
Referências ........................................................................................................................................... 84 
Minicurrículo do Professor ................................................................................................................... 93 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
Introdução 
Queridos alunos, 
Começamos hoje o curso de ECONOMIA! 
Esse tema tem como objetivo desenvolver a sua análise crítica da realidade empresarial. Além disso, 
a disciplina pretende expor os fundamentos da economia, enfatizando o papel da empresa e a 
importância desses conhecimentos para o empresário. Ao final da disciplina, você vai poder 
compreender o funcionamento da economia e como a empresa que você administra poderá 
responder às variações do ambiente econômico. Logo, estudaremos temas como: o que é a 
economia; sistemas econômicos; a economia de mercado; demanda/oferta e equilíbrio, estruturas 
de mercado; PIB; câmbio; juros e outros tópicos de macroeconomia. 
Vamos ao que interessa? Compreender o que é e como a economia funciona? No tópico 01 da 
nossa disciplina abordaremos a definição de economia e quais as principais definições desta 
disciplina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
1.Competência 01 | Conhecer a definição e a importância da economia 
para as organizações 
 
 
 
 
1.1Definições e leis da economia 
Para estudar as decisões econômicas de famílias, empresas e governos, é necessário, inicialmente, 
entender do que trata a economia. Apesar de ser uma palavra largamente utilizada como sinônimo 
de previdência, o significado de economia não é, muitas vezes, plenamente compreendido. Esta 
seção busca esclarecer esse aspecto, respondendo à seguinte questão: o que é economia? 
1.1.1 O que é economia? 
Um ponto inicial para compreender o conceito de economia diz respeito à análise etimológica dessa 
palavra. O termo economia se origina do grego, oikonomia: oikos (casa), nomos (costume, lei, ou 
também, administrar, gerir) e ια (sufixo relativo a assuntos como ciência, doutrina e profissão). 
Assim, oikonomia poderia ser traduzida como a “ciência da administração da casa”. 
Na administração de um domicílio, um chefe de família precisa decidir sobre diversos assuntos, tais 
como: o quanto adquirir de alimentos e energia elétrica; se deve comprar uma nova geladeira a 
prazo ou esperar até ser possívelcomprar à vista; se deve investir em uma reforma ou trocar de 
residência; se deve contratar alguém ou realizar os trabalhos domésticos por conta própria; se deve 
aceitar a promoção em seu emprego (e trabalhar mais horas) ou recusá-la (e ter mais tempo 
disponível para o lazer). 
A tarefa de administrar envolve escolhas, não somente nas casas, como também nas empresas e 
órgãos públicos. As decisões estão relacionadas a objetivos que podem ser alcançados de maneiras 
diferentes, cada uma delas dependente de diferentes métodos e condições para a utilização dos 
 Competência 01 
O que é Economia? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
recursos disponíveis. 
Assim, a economia é uma ciência social que estuda como os agentes econômicos decidem empregar 
recursos na produção de bens e serviços, de modo a distribui-los entre as pessoas e grupos da 
sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. 
Essa noção mais fundamental de economia acabou sendo alterada ao longo dos anos. Mais 
recentemente, a maior parte dos livros tem trazido a noção do conceito de economia de uma forma 
diferente. Dentre as formas possíveis, eu gosto de uma particularmente utilizada no livro de 
Introdução à Economia do A. Gremaud et all que diz o seguinte: 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, em cima desse conceito, eu gosto de reforçar a ideia da escolha! Na verdade, toda vez que se 
falar em economia, vai se falar no processo de escolher algo. E por que eu preciso escolher? Por 
uma razão simples: embora eu queira, eu não posso ter tudo! Se você pensar dessa forma, nunca 
mais vai esquecer-se do conceito de economia! 
 
Toda vez que se falar em economia, você vai sempre 
lembrar-se de ESCOLHA! 
 
Essa informação nos será útil mais adiante! 
 
 
Figura 1 
Fonte: GettyImages 
Descrição: mulher rodeada por 
calçados, em processo de escolha. 
“Economia é a ciência da escolha quando os 
recursos são escassos, ou seja, insuficientes 
para satisfazer necessidades e desejos 
ilimitados dos indivíduos” 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
 
Um vídeo de que gosto demais é apresentado no youtube para que você possa dar uma 
olhadinha em como o conceito de escolha fica bastante nítido! Disponível em: 
www.youtube.com/watch?v=HGizAyRFqYA 
 
 
Por que esse vídeo fala sobre economia? Por uma razão simples: as crianças precisam ESCOLHER se 
desejam consumir agora ou no futuro. A ideia de previdência não é nem a parte principal do vídeo. 
O que eu quero que você compreenda é a necessidade de escolher, tópico fundamental quando se 
fala em economia. 
Logicamente, saber o que é economia não é o suficiente. Assim, na seção seguinte conversaremos 
um pouco sobre alguns dos principais conceitos básicos de economia. 
1.1.2 As áreas da Economia 
A teoria econômica é dividida em três grandes ramos: microeconomia, macroeconomia e 
desenvolvimento econômico. A etimologia das duas primeiras palavras já ajuda a perceber a 
diferença básica entre as áreas de atuação: enquanto a microeconomia estuda as partes, a 
macroeconomia estuda o TODO. 
Ao estudar e procurar relacionar os grandes agregados, a macroeconomia não analisa em 
profundidade o comportamento das unidades econômicas individuais, tais como famílias e firmas, a 
fixação de preços nos mercados específicos, os efeitos de oligopólios em mercados individuais, etc. 
Essas são preocupações da microeconomia. A macroeconomia é aplicada no estudo das relações 
entre os grandes agregados econômicos. Ela se ocupa da economia como um todo, buscando 
respostas para a determinação de cada uma dessas variáveis globais. Por exemplo, no mercado de 
bens e serviços, o conceito de Produto Nacional é um agregado de mercados agrícolas, industriais e 
de serviços; no mercado de trabalho, a macroeconomia preocupa-se com oferta e demanda de mão 
de obra e com a determinação dos salários e do nível de emprego, mas não considera diferenças de 
qualificação, gênero, idade, origem da força de trabalho, etc. Quando considera apenas o nível da 
taxa de juros, não são destacadas devidamente as diferenças entre os vários tipos de aplicações 
financeiras. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
O custo dessa abstração é que os pormenores omitidos são muitas vezes importantes. A abstração, 
porém, tem a vantagem de permitir estabelecer relações entre grandes agregados e proporcionar 
melhor compreensão de algumas das interações mais relevantes da economia, que se estabelecem 
entre os mercados de bens e serviços, de trabalho e de ativos financeiros e não financeiros, assim 
como as intervenções do governo. 
Dessa forma, não existe conflito entre a teoria macro e a teoria microeconômica. A diferença 
fundamental seria uma questão de foco. Ao analisar os preços em determinado mercado, a 
microeconomia considera que os preços dos demais mercados não são alterados, seguindo a 
hipótese do coeteris paribus. Na macroeconomia, analisa-se o nível geral de preços, ignorando-se 
as mudanças de preços relativos de bens dos diferentes mercados (como veremos quando formos 
estudar inflação e desemprego!). 
Assim, a teoria macroeconômica preocupa-se tanto com questões conjunturais – ou de curto prazo 
– quanto com questões estruturais – ou de longo prazo. Entre as questões conjunturais, destacam-
se a análise do desemprego e da inflação (vistas na aula 02). As questões estruturais estão 
associadas a problemas como o desenvolvimento econômico, distribuição de renda, crescimento 
econômico, globalização ou progresso tecnológico. 
1.1.3 Alguns conceitos básicos importantes 
Para definir economia, foram empregados alguns termos que podem não ser de conhecimento 
comum, ou que possuem sentidos diferentes em outros ramos do conhecimento como, por 
exemplo: necessidades, agentes econômicos e firmas. A fim de esclarecer o emprego desses termos 
na ciência econômica, definiremos, também, alguns conceitos adicionais, que serão amplamente 
utilizados no decorrer do nosso estudo. 
• Necessidade: sensação de desejar algo. 
O conceito de necessidade pode ser dividido em duas partes: a necessidade primária e a secundária. 
Vamos dar uma olhada nesses conceitos? 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
a) Necessidade primária: a satisfação é imperiosa (obrigatória), como se alimentar. 
b) Necessidade secundária: a satisfação não é fundamental, como adquirir um carro novo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 – Cadeia das Necessidades 
Fonte: a autora 
Descrição: a imagem mostra uma pirâmide da Cadeia de Necessidades dividida em duas partes. A base da 
pirâmide representa a Necessidade Primária, considerada obrigatória, a exemplo da alimentação. No topo 
está a Necessidade Secundária, cuja satisfação não é fundamental, exemplo de carro novo. 
• Bens e serviços: os meios através dos quais as necessidades são satisfeitas. 
a) Bens livres: abundantes, postos à disposição pela natureza (não produzidos pelo homem). 
Exemplo: ar, água. 
b) Bens econômicos: bens escassos, geralmente produzidos pelo homem. São classificados 
como bens de consumo ou de produção. 
� Bens de consumo: voltados para o consumo final (podem ser duráveis ou não). 
Exemplo: peças do vestuário, televisão, carros. 
� Bens de produção: destinados à produção de outros bens. Podem ser bens de capital ou 
bens intermediários. 
o Bens de capital: bens de produção que podem ser utilizados várias vezes. Exemplo: 
máquinas, computadores de alta tecnologia, fornos industriais. 
o Bens intermediários: bens de produção que são utilizados uma única vez (são 
transformados durante o processo produtivo). 
 Exemplo: alguns artigos agrícolas, como o trigo e a soja. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 – Tipos de bens 
Fonte: a autora 
• Fatores de produção (ou insumos produtivos): recursos básicos na produção de bens e 
serviços. Comumente são divididos em: terra, trabalho, capital e tecnologia. 
a) Terra: fator de produção relacionado aos recursos naturais.b) Trabalho: insumo produtivo relacionado à mão de obra. 
c) Capital: fator de produção relacionado aos equipamentos utilizados na produção. 
d) Tecnologia: insumo relacionado ao conhecimento quanto à forma de produzir algo (o 
“modus operanis”). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 – Fatores de produção 
Fonte: a autora 
Descrição: A figura representa os quatro fatores de produção, dispostos dois a dois. 
Em cima está escrito terra com a foto de uma costa marinha; ao lado escrito 
trabalho e quatro homens vestidos de laranja com capacete trabalhando; abaixo 
está escrito capital e a foto de cédulas e moedas; por fim, escrito tecnologia com a 
figura de um quebra-cabeça com computadores e um boneco em cima. 
Bens e 
Serviço
s 
Bens livres 
Bens 
Econômicos 
Bens de 
consumo 
Bens de 
produção 
Bens de capital 
Bens de capital 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
Aqui vale uma ressalva: veja que no grupo fatores de produção não se incluem as matérias-primas 
(bens intermediários)! A diferença entre o que é um fator de produção e o que é uma matéria-
prima é vista no quadro abaixo. 
 
 
A diferença entre fator produtivo e matéria-prima está ligada à 
reutilização durante o processo de produção. Os fatores produtivos 
podem ser reutilizados após a produção de um bem, enquanto a 
matéria-prima não, ou seja, eu posso reutilizar um trabalhador para 
fazer 600 carros, mas a chapa de aço que vai em um carro não pode 
ser utilizada para fabricar o segundo carro! 
 
 
 
• Agentes econômicos: entidades que atuam contribuindo e influenciando o funcionamento 
do sistema econômico. São as famílias, as firmas, o governo e o resto do mundo. 
a) Famílias: indivíduos e unidades familiares da economia. Desempenham o papel de 
consumidores e de proprietários de alguns dos fatores de produção (a essa altura, você já sabe 
de cor os fatores de produção, não é?). 
b) Firmas: unidades encarregadas de produzir e/ou comercializar os bens e serviços. Também 
são compradoras dos fatores produtivos que são de posse das famílias. 
c) Governo: todas as organizações que, direta ou indiretamente, estão sob o controle do 
Estado, em todas as suas esferas (federal, estadual, municipal). É possível que o Estado também 
atue na produção de algum bem, através de empresas estatais, mas nós, por simplificação do 
entendimento, não vamos entrar nesse mérito, ok? 
d) Resto do mundo: indivíduos, firmas ou governos que não estão localizados dentro de 
determinada área geográfica, mas que influenciam a economia local. 
• Racionalidade: em economia, entende-se como a busca do melhor para si por parte de um 
agente: o consumidor racional escolhe os produtos que o deixam mais satisfeito possível, e as 
firmas racionais buscam o maior lucro possível. 
Figura 5 
Fonte: GettyImages 
Descrição: Símbolo da 
reciclagem (três setas 
verdes que se ligam em 
um formato parecido com 
um triângulo). 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
Novamente, aqui, vale uma ressalva: existem indivíduos que não agem de forma racional, a 
exemplo dos dependentes químicos ou dos compradores compulsivos. Embora esses agentes façam 
parte da sociedade, eles não são ponto de estudo para a economia, dado que nem sempre eles 
buscarão o que é melhor para si. Dessa forma, só consideraremos como fonte de análise em 
economia, os agentes racionais. 
• Mercado: local físico ou não onde é estabelecida a interação entre compradores (demanda) 
e produtores (oferta) de um determinado bem ou serviço. 
• Economia: eventualmente, esse termo pode ser utilizado como um substituto para sistema 
econômico de uma determinada região. Então, quando se fala em economia brasileira, na verdade 
está se falando no sistema econômico brasileiro. É a mesma coisa, ok? 
• Otimização: em matemática, melhorar uma função significa determinar qual o seu valor 
máximo (maximização) e/ou seu valor mínimo (minimização) dadas as restrições existentes. 
Para que eu preciso do conceito de otimização, professora? Porque, dado que os agentes são 
racionais e buscam o que é melhor para si, eles irão buscar, continuamente, maximizar satisfação 
(para os consumidores) e lucros (para as empresas) ou minimizar despesas (para os consumidores) 
e custos (para as empresas). Assim, no fundo, no fundo, os agentes econômicos estão otimizando 
suas funções subjetivas!1 
Agora que nós compreendemos o que é economia e alguns dos conceitos básicos, precisamos 
compreender como a economia funciona. Para isso, vamos ter que compreender, antes, algumas 
leis econômicas, nosso próximo tópico. 
1.1.4 Leis econômicas 
Um dos objetivos da ciência econômica é encontrar as leis que possam reger o comportamento dos 
agentes e o efeito de suas decisões no restante do sistema econômico. Para tanto, os economistas 
 
1 Nós não entraremos no detalhe da análise, dado que o nosso curso é de noções fundamentais, mas só para 
que você compreenda, consumidores e empresas buscam sempre aperfeiçoar funções matemáticas sujeitas a restrições 
de mesma ordem. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
observam como os diversos agentes atuam com relação a situações aparentemente semelhantes, 
de forma a identificar a existência de algum tipo de padrão. 
Contudo, uma dificuldade no trabalho dos economistas está associada ao fato de que essas 
situações são apenas semelhantes. Para entender o porquê, pode-se tomar como exemplo o 
trabalho de um físico, como Galileu, por exemplo. Para que discorresse sobre a gravidade, Galileu 
teve de repetir experimentos em ambientes exatamente iguais para, apenas assim, ser possível a 
ele afirmar a existência de uma força que sempre atrai todos os corpos para a terra. 
No caso dos economistas, estudar situações exatamente iguais é difícil, principalmente porque 
repetir as condições não depende dos pesquisadores. Imagine que um economista é contratado 
para analisar a procura dos consumidores por um determinado bem. A decisão de cada indivíduo a 
respeito de comprar ou não o bem pode ser influenciada por diversos fatores, e o comportamento 
de um mesmo indivíduo também pode ser diferente a depender das circunstâncias que ele enfrente 
no momento. Por exemplo, basta pensar no valor que você dá a uma sombrinha em um dia de sol e 
em um dia de chuva! 
No entanto, apesar das dificuldades, o estudo econômico evoluiu bastante e os economistas 
conseguiram identificar um padrão no comportamento dos agentes em diversas situações. Assim, 
pode-se considerar a existência de leis econômicas de dois tipos: 
• Leis gerais: válidas para qualquer estágio de evolução da sociedade; 
• Leis específicas: próprias de cada modo de produção ou de cada formação socioeconômica. 
As leis econômicas servem para fins práticos e transformam-se em regras quando utilizadas na 
busca por objetivos. 
Um exemplo das leis econômicas aparece no estudo dos mercados de bens e serviços. As leis da 
oferta e da demanda (ou procura), analisadas com maior rigor no decorrer das aulas, explicam o 
funcionamento do mercado e como ele reage a mudanças nos comportamentos tanto de 
consumidores quanto de produtores. A análise de um determinado fato que altera a procura (ou a 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
oferta) sob a luz dessas duas leis permite que sejam estabelecidos os seus possíveis efeitos sobre a 
economia. 
Outro exemplo é a lei da mão invisível, primeiramente formulada por Adam Smith (considerado por 
muitos o pai da ciência econômica). Segundo essa lei, quando firmas e indivíduos atuam 
racionalmente, ou seja, cada um buscando o melhor para si mesmo, o sistema econômico opera de 
modo mais eficiente. 
Problemas Econômicos 
Como analisado anteriormente, observamos que os agentes econômicos precisam escolher como 
usar os recursos ou fatores produtivos2 que dispõem de modo a atender suas necessidades. A 
partir dessa ideia, ratificamos que a economia é o campodas ciências sociais que estuda as 
escolhas. 
As decisões dos indivíduos, das firmas e dos governos são quase sempre difíceis de serem tomadas 
devido à complexidade das questões envolvidas. A partir de agora, passamos a analisar as 
singularidades que norteiam as decisões econômicas. 
1.1.5 A escassez de recursos x necessidades e desejos ilimitados 
Como visto, a economia é definida como a ciência da escolha quando os recursos são escassos, ou 
seja, insuficientes para satisfazer necessidades e desejos ilimitados dos indivíduos. O conceituado 
economista Paul W. Samuelson divide esse conceito em duas questões importantes: 
1. Os recursos são escassos; 
2. As necessidades são ilimitadas e se renovam. 
Considerando essas duas importantes questões, o economista N. Gregory Mankiw define ainda a 
 
2 Os fatores de produção são necessários no processo de fabricar bens e serviços. Em economia, esses fatores 
são distribuídos em três grupos: Terra – recursos naturais; Capital – máquinas e equipamentos; Trabalho – Mão de obra 
qualificada e não qualificada. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
economia como o estudo de como uma sociedade administra seus recursos escassos. 
Assim, nem sempre é possível atender TODAS as necessidades e desejos de modo simultâneo, 
caracterizando um problema econômico muito relevante e de difícil solução. As pessoas escolhem 
entre modos de produção e alternativas de distribuição dos resultados das atividades produtivas 
entre os vários grupos da sociedade. A teoria econômica procura fornecer uma alternativa 
eficiente3 para a alocação dos recursos de modo a maximizar a satisfação das necessidades e dos 
desejos. 
Essa dita alternativa eficiente, por sua vez, deve responder aos três principais problemas em 
economia. Quais são esses problemas é o que veremos agora. 
1.1.6 A tríade dos problemas centrais e seu inter-relacionamento 
A sociedade precisa escolher entre formas alternativas de utilização dos recursos disponíveis de 
maneira a operar eficientemente. Para isso, a economia procura responder a três questões: 
1) O que produzir e em que quantidade? 
Quais os produtos e serviços deverão ser produzidos para satisfazer da melhor forma possível as 
necessidades da sociedade? 
2) Como os bens devem ser produzidos? 
Que tecnologias e métodos de produção utilizar? Que matérias-primas deverão ser utilizadas para 
produzir determinado produto? Como maximizar a produção tendo em conta os recursos 
disponíveis? 
3.Para quem os bens são produzidos? 
 
3 A eficiência é uma propriedade que a sociedade tem de obter o máximo possível a partir de seus recursos 
escassos. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
Como repartir os rendimentos disponíveis entre os diferentes agentes econômicos? Quem deverá 
ganhar mais e quem deverá ganhar menos? 
A depender da forma como as sociedades respondem as essas três questões, temos diferentes 
sistemas de organização econômica como resultado. Os dois extremos dessas formas seriam: 
economias centralizadas e economias de mercado. Nas economias centralizadas, as principais 
decisões relacionadas à produção dos bens são tomadas pelo governo. Já nas economias de 
mercado, é o próprio mercado (interação entre oferta e demanda, que veremos na aula que vem) 
que responde às três questões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 – Tipos de Economia 
Fonte: a autora 
Contudo, na prática, não existem atualmente sociedades que se encaixem em nenhum dos dois 
casos extremos expostos. De fato, todas as sociedades atuais estão organizadas em economias 
mistas na medida em que contêm características das economias de mercado e das economias de 
direção central. Na economia brasileira, por exemplo, o mercado determina o quê, como e para 
quem produzir, mas o governo desempenha papéis importantes como a supervisão e 
regulamentação das atividades econômicas, a oferta de serviços públicos ou a repartição dos 
recursos pelos agentes econômicos, fatos que certamente analisaremos ao longo do curso. 
Antes de continuar, contudo, vale aqui um ponto adicional: quem se preocupa com o 
funcionamento do sistema de preços é a economia centralizada ou planificada, que são bem 
Economia 
Centralizada 
• Sistemas Planificados, 
socialistas 
• Leis de mercado são 
suprimidas ou mitigadas 
ao máximo 
• Tomada de decisões 
econômicas pelo Poder 
Público 
 
Economia 
Descentralizada 
• Livre concorrência e 
iniciativa 
• Atendimento às leis de 
mercado 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18 
retratadas pelos sistemas socialistas ou comunistas. Nesse caso, existe, sim, uma forte 
preocupação com o funcionamento da economia em termos de preços e tudo fica controlado pelo 
Planejador Social, retratado pelo agente econômico Governo. É ele quem controla todos os salários 
e os demais preços da economia. Dessa forma, se a questão falasse sobre a economia centralizada, 
o item estaria correto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7 – Tipos de Economia 
Fonte: a autora 
Mas vamos continuar com nossa aula e falar sobre Alocações eficientes no sentido de Pareto. 
Alocação eficiente de Pareto! 
Eis aí um conceito extremamente importante em economia! 
Pareto apresentou alguns conceitos importantes no sentido de bem-estar. Assim, algumas noções, 
antes de responder são necessárias: 
1. Uma alocação ou situação é eficiente no sentido de Pareto se não há uma forma de melhorar a 
situação de uma pessoa sem piorar a situação de outra. Sobre isso, vamos ver um exemplo: 
Digamos que existam apenas duas pessoas na economia, o Sr. e a Sra. Silva. 
 
Economia 
Centralizada ou 
Planificada 
• Funcionamento do 
sistema de preços 
• Sistemas socialistas 
ou comunistas 
• Planejador social 
retratado pelo agente 
econômico Governo 
 
Economia 
Descentralizada 
• Satisfação dos inte-
resses dos agentes 
econômicos 
• Desconsidera a pre-
sença do governo 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8 – Distribuição de Riqueza 
Fonte: a autora 
Descrição: lado a lado estão duas figuras, uma azul e outra rosa. A imagem em 
azul é um boneco e abaixo está escrito Sr. Silva, sob este se tem a palavra riqueza 
e a cifra de 999 reais. Ao lado está a figura de uma boneca, abaixo escrito Sra. 
Silva e sob a mesma escrito riqueza com a cifra de um real. 
Digamos ainda que o total de riquezas dessa economia soma R$ 1.000,00 que são distribuídos da 
seguinte forma: R$ 999,00 para o Sr. Silva e R$ 1,00 para a Sra. Silva. 
Nesse caso, nós observamos que a nossa economia está longe de ser justa, certo? Mas, será que ela 
é eficiente no sentido de Pareto? 
Veja, existe alguma forma de melhorar a situação da Sra. Silva sem piorar a situação do Sr. Silva? 
Por exemplo, se a Sra. Silva recebesse R$ 1,00, ela ficaria em uma situação melhor? Sim, 
certamente, mas veja que, para que isso acontecesse o Sr. Silva teria que ficar em uma situação 
“menos boa”, pois, para que a Sra. Silva recebesse R$ 1,00, ele teria que perder esse valor! Nesse 
caso, não há como melhorar a situação de um agente econômico sem piorar a situação do outro. 
Essa situação é o que Pareto chamou de eficiência. 
Mas, existem situações ou alocações ineficientes no sentido de Pareto? 
 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9 – Distribuição de Riqueza 
Fonte: a autora 
Descrição: lado a lado estão duas figuras, uma azul e outra rosa. A imagem em 
azul é um boneco e abaixo está escrito Sr. Silva, sob este se tem a palavra riqueza 
e a cifra de 999 reais. Ao lado está a figura de uma boneca, abaixo escrito Sra. 
Silva e sob a mesma escrito riqueza com a cifra de um real. 
Sim, para ver isso, vamos fazer outro exemplo: 
Imagine agora que o Sr. Silva possua R$ 900,00 e a Sra. Silva continue com o seu rico R$ 1,00. 
Continuamos dizendo que existemR$ 1.000,00 nessa economia, certo? 
Nessa situação agora, é possível melhorar o estado da Sra. Silva sem piorar a do Sr. Silva? Nesse 
caso, sim! Veja que, por exemplo, o governo pode dar a Sra. Silva R$ 50,00, sem que isso implique 
em uma retirada do Sr. Silva. Como essa situação permite a melhora de um agente sem a piora do 
outro, ela é chamada como uma alocação ineficiente no sentido de Pareto. 
Quando uma alocação é ineficiente no sentido de Pareto nós dizemos que existe a possibilidade de 
uma melhora de Pareto, ou seja, há uma forma de deixar um agente melhor sem deixar outro 
necessariamente pior! 
Uma pergunta que se faz é: como responder, de forma eficiente a essas três perguntas? Se os 
recursos são escassos, como o agente econômico deve realizar suas escolhas? Em um mundo onde 
há escassez, qualquer escolha que se faça implica, necessariamente, na renúncia de diversas 
alternativas disponíveis. Esta renúncia representa um custo, que é um dos conceitos mais 
importantes da economia: o custo de oportunidade. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10 – Custo de oportunidade 
Fonte: a autora 
Descrição: do lado esquerdo há a foto dos pés de uma mulher calçada com um sapato de salto 
e em cima escrito a palavra escolhas; entre as figuras um grande X ; do lado direito fotos de 
bolsa, brincos e vestidos e acima escrito “Renúncia de Alternativas Disponíveis”. 
 
1.2 Entendendo o funcionamento de uma economia 
1.2.1. O fluxo circular da riqueza 
É necessário compreender as interações entre os agentes econômicos a fim de melhor 
compreender as intervenções governamentais. Embora não seja pedida diretamente a 
compreensão gráfica do que ocorre em uma economia, uma vez entendida a direção e o que ocorre 
em cada mercado, você não terá problemas para verificar o que acontece em toda a economia e 
poderá analisar, com tranquilidade, se determinada assertiva da questão está correta. Por isso, essa 
parte da nossa aula será destinada à compreensão mais geral do que estudaremos ao longo das 
nossas cinco aulas. Uma vez compreendido esse mapa da mina, farei menção diversas vezes ao 
longo de todas as nossas aulas para que fique bem reforçado e para que você possa ter uma visão 
ampliada. 
Para compreender a macroeconomia, precisamos, inicialmente, saber o que é um modelo: um 
modelo é como um mapa; ele ilustra a relação entre as coisas. Assim como um mapa não mostra 
todos os detalhes da paisagem, omitindo árvores, e pontos menos relevantes, o modelo simples 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
não poderá mostrar tudo que acontece na complexidade de um sistema econômico4. Contudo, 
assim como o mapa nos leva ao local onde desejamos chegar, o modelo simples desenvolvido nessa 
parte permitirá ter uma compreensão melhor das relações econômicas. 
Para saber o que acontece em um sistema econômico, é preciso, antes de qualquer coisa, 
compreender quais são os agentes econômicos que atuam nesse sistema. Um agente econômico, 
como já vimos, é uma pessoa ou entidade que toma decisões econômicas. Em uma economia 
simplificada dizemos que existem quatro agentes econômicos: as famílias (que buscam maximizar o 
nível de satisfação através de um processo de otimização), as firmas ou empresas (que buscam 
maximizar os lucros também através de um processo de otimização), o governo (que busca 
maximizar o bem-estar social) e o resto do mundo (uma representação dos três agentes citados que 
não estão dentro do território em análise). 
Esses quatro agentes interagem em espaços chamados mercados. Assim, apenas reforçando, um 
mercado é um local, físico ou não, no qual agentes econômicos procedem à troca de bens por uma 
unidade monetária ou por outros bens. Em uma economia, existirão três mercados-chave: bens e 
serviços (onde são comercializados os bens destinados ao consumo final), fatores Produtivos (onde 
são comercializados fatores necessários à produção, como trabalho, terra e capital) e ativos 
financeiros. 
 
Em uma economia, os quatro agentes (famílias, empresas, governos e 
resto do mundo) interagem em três mercados: bens e serviços, 
fatores produtivos e ativos financeiros. 
 
4 Sistemas Econômicos são arranjos historicamente constituídos, a partir dos quais os agentes econômicos são 
levados a empregar recursos e a interagir via produção, distribuição e uso dos produtos gerados, dentro de mecanismos 
institucionais de controle e de disciplina, que envolvem desde o emprego dos fatores produtivos até as formas de 
atuação, as funções e os limites de cada um dos agentes. 
 
Figura 11 
Fonte GettyImages 
Descrição: grupos de bonecos de 
cores diferentes com linhas que 
os conectam formando um 
hexágono. 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
Antes de estudar a economia acima descrita, iniciaremos analisando uma economia mais 
simplificada. Uma situação em que só existem dois agentes: famílias e empresas (economia fechada 
– não há comunicação com o resto do mundo – e sem governo); e apenas dois mercados: bens e 
serviços e fatores produtivos, conforme mostrado na figura abaixo, denominada de fluxo circular 
da riqueza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12 –Fluxo econômico para o caso de uma economia fechada e sem governo. 
Fonte: a autora 
Descrição: a figura representa o sistema circular de quatro elementos: “Famílias”, “Mercados de Bens e Serviços”, 
“Empresas” e “Mercado de Fatores de Produção”, em que setas azuis mostram o fluxo de “Pagamento”, “Renda” , 
“Despesas” e “Receitas”; já as setas vermelhas, no sentido inverso, mostram “Oferta de Bens e Serviços”, 
“Demanda de Bens e Serviços”, “Oferta de Fatores de Produção” e “Pagamento dos Fatores de Produção”. 
 
De forma simplificada, nesse fluxo circular da riqueza, as famílias são proprietárias de fatores de 
produção (terra, capital e trabalho) e os fornecem às firmas, através do mercado dos fatores de 
produção. As firmas combinam os fatores de produção e produzem bens e serviços, que são 
fornecidos às famílias por meio do mercado de bens e serviços. Essas são as transações, que 
formam os fluxos reais, descritos na figura em cor de rosa. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
Assim, as firmas produzem bens e serviços e os ofertam no mercado de bens e serviços. Esses 
produtos serão adquiridos pelas famílias que, para poder pagar por esses bens, precisam ofertar 
seus fatores às empresas. Assim, a terra, o capital e o trabalho, que são de propriedade das famílias, 
serão utilizados pelas empresas para produzir bens e serviços que serão consumidos pelas famílias, 
seguindo um fluxo indefinido que se retroalimenta. 
Para cada elo do fluxo real, descrito acima, existe um fluxo monetário. Os fluxos reais possuem uma 
contrapartida monetária, ou seja, são efetuados pagamentos na moeda corrente: as firmas 
remuneram as famílias quando adquirem os fatores de produção e as famílias pagam as firmas pelo 
consumo dos bens e serviços produzidos. Essas operações compõem o fluxo monetário. Percebe-se 
que toda renda dos agentes se deve a alguma contribuição sua no processo produtivo. Por isso, o 
fluxo econômico também é denominado de fluxo circular da renda. Esse fluxo monetário é 
representado em azul na figura. 
Logicamente, você percebe que esse modelo não condiz com a nossa complexa realidade 
(discutiremos mais nos exercícios)! Não é comum encontrarmos economias fechadas, sem o 
contato com o resto do mundo, e é ainda mais improvável encontrar uma economia sem governo. 
Por isso, embora bastante simplificado, o fluxo acima descrito não se reporta a uma realidade 
factível. 
Observando isso, começaremos a tornar o nosso modelinho mais completo. Começando, 
adicionaremos o agente GOVERNO na análise. Nessa economia, conforme você observa na figura 2, 
o Governo não se comunica diretamente com as empresas. O único contato que o agente Governoestabelece é com o outro agente, família. Esse fato deve ser levado em consideração, pois, o 
Governo deseja maximizar, entre outras coisas, o bem-estar social. 
Para atingir esse objetivo, o governo deve tirar recursos das famílias ricas (através dos impostos) 
e destinar às pobres (através das transferências governamentais), sendo desnecessário o contato 
direto com as empresas. 
Além de tributar e transferir recursos, o governo atua ainda na economia através das compras 
governamentais de bens e serviços realizadas no mercado de bens e serviços. Note que, nessa 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 25 
economia, o governo não atua no mercado de fatores (veremos como isso acontece na aula 01). 
Uma coisa que você poderá notar posteriormente é que a única forma que o governo tem de se 
“comunicar” com as empresas é através do mercado de bens e serviços. Como nessa economia 
hipotética o governo não atua no mercado de fatores, poderá fazer essa ligação com as firmas 
através da imposição de impostos sobre os bens (não sobre os rendimentos auferidos pelas 
empresas) ou ainda impondo preços máximos ou mínimos, além de tarifas e subsídios. Um último 
ponto que se pode considerar a respeito da existência do governo e de seu contato com as 
empresas diz respeito às compras governamentais, pois o governo também compra! Ele adquire os 
bens e serviços providos pelas empresas quando deseja realizar uma obra pública, por exemplo. 
Tudo isso pode ser visto na figura abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13 - Fluxo circular da riqueza de uma economia fechada e com governo. 
Fonte: a autora 
Descrição: A figura representa a relação entre os elementos: “Famílias”, “Mercado de Bens e Serviços”, 
“Firmas” e “Marcado de Fatores”, como uma relação circular mediada pelo governo. 
Agora, a nossa economia começa a ficar um pouco mais alinhada com o que acontece nos sistemas 
econômicos mais complexos. 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 26 
Veja que, só com esses pontos iniciais, nós já começamos a compreender melhor o Estado e suas 
funções econômicas governamentais (redução da desigualdade de renda), assim como a atuação do 
governo na economia (através de impostos, transferências e compras governamentais). 
Logicamente, como foi dito anteriormente, essa é uma versão bastante introdutória, nada muito 
complexa. Na aula que vem, vamos entrar fundo nesses conceitos. 
Dando continuidade, precisamos verificar o surgimento do agente resto do mundo na nossa 
economia, até porque a maioria esmagadora dos países se comunica com outros países. E como o 
resto do mundo se comunica com a nossa economia? Através do mercado de bens e serviços, 
comprando produtos nacionais e vendendo produtos de outras nacionalidades. Assim, quando o 
resto do mundo adquire nossas mercadorias no mercado de bens e serviços, estamos exportando e 
quando o resto do mundo vende bens no nosso mercado de bens e serviços, estamos importando. 
A figura 3 mostra o surgimento do resto do mundo na economia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14 - Fluxo circular da riqueza de uma economia aberta 
Fonte: a autora 
Descrição: A figura representa a relação entre os elementos: “Famílias”, “Mercado de Bens e Serviços”, 
“Firmas” e “Mercado de Fatores”, como uma relação circular, mediada pelo governo, que por sua vez está 
relacionado com o resto do mundo. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27 
Até agora, observamos que os quatro agentes se encontram, simultaneamente, apenas no mercado 
de bens e serviços. Cabendo ao mercado de fatores a interação entre empresas e famílias, apenas. 
O modelo até aqui formulado é bastante complexo, mas não mostra a totalidade das relações 
existentes entre os agentes. Isso porque até agora desconsideramos a existência de um mercado 
vital no sistema econômico: o mercado financeiro ou de ativos financeiros5. Assim como no 
mercado de bens e serviços, o mercado financeiro também conta com a presença simultânea dos 
quatro agentes econômicos: as famílias atuam nesse mercado enviando a parte da renda não 
consumida (a poupança privada), as empresas operam no mercado através da tomada de 
empréstimos para investimentos e a posterior emissão de títulos da dívida e emissão de ações, 
enquanto o GOVERNO e o resto do mundo podem tanto tomar quanto conceder empréstimos ao 
sistema financeiro nacional. O fluxo circular da riqueza expandido é mostrado na figura 4. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 O Mercado Financeiro é formado por quatro segmentos de mercado: 
• Mercado de Crédito: destinado, prioritariamente, a fornecer recursos financeiros para as famílias; 
• Mercado de Capitais: destinado, fundamentalmente, à emissão de crédito para capital de giro das 
empresas; 
• Mercado Monetário: utilizado pelo governo para emitir moeda e fazer política monetária; 
• Mercado Cambial: utilizado para a conversão entre a moeda nacional e as demais moedas 
estrangeiras. 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15 - Fluxo circular da riqueza de uma economia fechada e com governo 
Fonte: a autora 
Descrição: A figura representa a relação entre os elementos: “Famílias”, “Mercado de Bens e Serviços”, 
“Firmas” e “Mercado de Fatores” como uma relação circular, mediada pelo governo, que por sua vez está 
relacionada com o resto do mundo, e com os mercados financeiros. 
O fluxo circular da riqueza conecta os quatro setores da economia: famílias, firmas, governos e 
resto do mundo. Tudo isso através dos três tipos de mercados: os fundos fluem das firmas para as 
famílias na forma de salários (remuneração do fator produtivo trabalho), juros (remuneração do 
fator produtivo capital), e aluguéis (remuneração do fator produtivo terra), através do mercado de 
fatores. Depois de pagar os impostos ao governo e receber do governo as transferências, a família 
aloca a renda restante, ou seja, a renda disponível entre poupança privada e o gasto com consumo. 
Através dos mercados financeiros, a poupança privada e os fundos do resto do mundo são 
canalizados para gastos de investimentos das firmas, tomada de empréstimo pelo governo, tomada 
e concessão de crédito de estrangeiros e transações de estrangeiros com ações. Além disso, os 
fundos fluem do governo e das famílias para as firmas, para pagar pela compra de bens e serviços. 
Finalmente, exportações para o resto do mundo geram um fluxo de fundos que entra na economia 
e as importações levam a um fluxo de fundos que sai da economia. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 29 
Assim, quando se soma os gastos de consumo com bens e serviços, os gastos de investimentos 
pelas firmas, as compras governamentais de bens e serviços e as exportações e, em seguida, 
subtrai-se o valor das importações, o fluxo total de riqueza representado por esse gasto é o gasto 
total com bens e serviços produzidos em um país, uma variável muito importante para uma 
economia, conforme veremos adiante. De modo equivalente, esse é o valor de todos os bens e 
serviços produzidos no país, isto é, o Produto Interno Bruto (PIB) da economia. 
É claro que isso aqui está, de fato, extremamente simplificado, mas, como eu já tinha dito, isso faz 
parte da noção de modelo enquanto simplificação. Mas, disso tudo o que é que, de fato, nos 
interessa em um primeiro estágio? 
É interessante que você saiba que no mercado de bens e serviços não existe apenas um tipo de 
mercado, mas ALGUMAS estruturas. São elas: Concorrência Perfeita, Concorrência Monopolística, 
Oligopólio e Monopólio. Existem ainda outras, como o oligopsônio e o monopsônio. Há, ainda, o 
mercado contestável, mas nós vamos falar sobre essa estrutura quando nos reportarmos ao 
mercado em concorrência perfeita. Além disso, é interessante que você compreenda como os 
consumidores e empresas atuam no mercado de bens e serviços e comoo governo pode influenciar 
esse mercado. Por fim, é importante que você note que esses mercados podem ter falhas e que, 
quando essas falhas acontecem, cabe ao governo fazer intervenções através de um processo 
regulatório! 
Viu como está tudo conectado desde o início? 
A pergunta que você pode estar se fazendo agora é: quanto, no máximo, uma economia pode 
produzir? Para analisar isso, precisamos ter o conhecimento de uma fronteira muito importante na 
economia: a curva de possibilidade de produção6. 
 
6 A Curva ou Fronteira de Possibilidade de Produção é um gráfico que mostra as combinações de produto que a 
economia tem possibilidade de produzir dados os fatores de produção e de tecnologia de produção disponíveis. 
 
 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
2.Competência 02 | Classificar os mercados, conhecendo os conceitos de 
demanda e oferta 
2.1 Teoria dos preços 
Durante muito tempo, os economistas buscaram descobrir o que determina o valor das coisas. O 
que faz, por exemplo, o carro ter um valor tão alto e o sal um valor tão baixo. Dessa procura, 
surgiram duas teorias: a teoria objetiva, que afirma que o valor de um bem depende do esforço e 
do trabalho para sua obtenção e a teoria subjetiva, que associa que o valor do bem depende da sua 
utilidade e do seu nível de escassez. 
Posteriormente, essas suas teorias foram reunidas e o valor do bem, agora, é determinado como o 
resultado do seu custo de produção (associado ao esforço e ao trabalho) e da sua preferência 
(associada à necessidade ou ao desejo). 
De fato, os bens oferecidos no mercado têm preços. O preço é definido como o valor do bem 
expresso em moeda. Segundo a teoria econômica, os preços são resultado da interação entre dois 
agentes: os consumidores (que se preocupam com a utilidade dos bens) e as empresas (que 
representam o esforço ou os custos de produção). 
 
 
O PREÇO DE UM BEM é definido como valor desse bem expresso em moeda. Ele é resultado 
da interação entre os consumidores e as empresas. 
 
 
Hoje, buscamos analisar, com detalhes, como acontece a formação de preços em uma economia e 
alguns dos problemas econômicos mais importantes, além de estudar os fatores que influenciam na 
escolha da quantidade que será demandada e que será ofertada de um determinado bem, assim 
como definir o equilíbrio de mercado. Para começar, vamos compreender o conceito de 
microeconomia? 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
Conceito de MICROECONOMIA 
Diferentemente da macroeconomia, que estuda o agregado (como visto no fluxo circular da riqueza 
analisado na aula passada), a microeconomia é o ramo da economia que estuda o comportamento 
dos agentes econômicos, ou seja, qualquer indivíduo ou entidade que desempenha um papel na 
economia. A microeconomia estuda como e por que consumidores, empresas, governo, 
trabalhadores, investidores, entre outros, tomam decisões econômicas, ou fazem escolhas. 
É de interesse de estudo da microeconomia, ainda, a forma pela qual os agentes econômicos 
interagem de modo a formar unidades maiores, os mercados. Sendo assim, a microeconomia 
explica, entre outras questões, a formação dos preços, a quantidade ofertada ou demandada e o 
quanto será investido. Assim, poderemos inferir porque os mercados dos bens são diferentes, e 
como são influenciados por políticas econômicas e mudanças no ambiente internacional. Para 
começar a compreender o mercado analisaremos, inicialmente, porque as famílias ou consumidores 
consomem. Toda a análise do consumo é vista, na microeconomia, através da demanda. 
Mas, antes disso, eu te pergunto: se o preço da gasolina aumentar (como temos visto nos últimos 
tempos), você consumirá mais gasolina ou menos gasolina? 
2.1.1 Lei da demanda 
Antes de definir a lei da demanda, queria saber o que você respondeu na questão acima! Você 
comprará mais, menos ou a mesma quantidade? Possivelmente, você respondeu que comprará 
menos gasolina quando o preço aumentar, não foi isso? 
Essa relação inversa entre o preço de um bem e a quantidade que um consumidor planeja comprar 
(ou a quantidade demandada desse bem) é conhecida por Lei da Demanda. Ela estabelece uma 
relação negativa entre a quantidade consumida e o preço do bem em questão. 
Agora, eu te pergunto o seguinte: sob as condições dadas anteriormente, você comprará menos 
SEMPRE? Olhe, pense bem, eu estou perguntando se você comprará SEMPRE uma quantidade 
menor? 
 Competência 02 
Luiz Henrique
Sublinhar
Luiz Henrique
Sublinhar
 
 
 
 
 
 
 
 
 32 
Do jeito que a questão foi posta, você não pode dizer que SEMPRE comprará menos. Por quê? Por 
uma simples razão: imagine que você ganhe o prêmio do Big Brother Brasil. Você vai comprar 
menos gasolina mesmo possuindo uma renda maior? Possivelmente não, né?! 
Ou, ainda, imagine que o preço do álcool combustível chegue a R$ 100,00/l. Ainda assim você 
comprará menos gasolina? 
Dessa forma, do jeito que está posta a lei, ela acaba sendo aplicada em pouquíssimos casos e 
termina sendo violada em muitos outros. Pensando nisso, os economistas adicionaram uma 
hipótese bastante importante e que tornará a lei válida para a maioria esmagadora dos casos. Essa 
hipótese é denominada de Hipótese de Ceteris Paribus. 
A expressão em latim ceteris paribus significa algo como “todos os demais fatores relevantes 
permanecem inalterados”, ou seja, agora com a adição dessa hipótese, a lei da demanda se torna 
válida e afirma que à medida que o preço de um bem aumenta, os consumidores estarão 
dispostos a consumi-lo em menor quantidade, considerando que todas as demais variáveis que 
podem influenciar o seu comportamento se mantêm constantes, ou seja, na hipótese de Ceteris 
Paribus. A relação negativa entre quantidade e preço para o consumidor ocorre porque, em alguns 
casos, a renda dos indivíduos se torna insuficiente para adquirir o produto e, em outros, os 
indivíduos optam por algum substituto próximo mais barato. 
 
 
 
A LEI DA DEMANDA afirma que, com tudo o mais mantido constante, a quantidade 
demandada de um bem diminui quando o preço dele aumenta. 
 
Como exemplo desse fato, imagine que os preços dos rodízios de sushi aumentem. Com essa 
elevação, você levará em conta a possibilidade de ir, por exemplo, a um rodízio de carnes ou 
massas. Nesse caso, você reduzirá a quantidade demandada de sushi porque estará trocando esse 
produto por carnes, um substituto que ficou, relativamente, mais barato (observe que o uso do 
“relativamente” é importante porque o preço do rodízio de carnes, de fato, não diminuiu). 
 Competência 02 
Luiz Henrique
Sublinhar
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
Outra possibilidade é que com o aumento do preço do rodízio do sushi, você não poderá ir tantas 
vezes ao restaurante, pois, já que o seu salário não aumentou igualmente com o preço do rodízio, o 
seu poder de compra ficou reduzido. 
Em termos matemáticos, a Lei da demanda vira uma função, a função demanda, que informa a 
quantidade de um bem que será procurada para cada nível de preço. Analiticamente: 
• Função demanda: 
A função demanda pode ser representada, graficamente, através da curva de demanda, também 
conhecida unicamente como demanda. No gráfico cartesiano temos que o preço se encontra no 
eixo vertical e a quantidade demandada no eixo horizontal.7 
Para compreender como o gráfico funciona, vamos analisar a sua construção. Ainda analisando a 
gasolina que ficou mais cara, vamos colocar no gráfico a situação inicial. Nesse caso, você consumia 
a quantidade Q1 ao preço P1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 16 – Composição da demanda 
Fonte: a autora 
Descrição: A figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é 
representado pela letra Q e o das ordenadas pela letra P e o ponto P1, Q1 é o único 
determinado. 
 
7 Observe aqui que,diferentemente do que ocorre em um gráfico na matemática em que a variável dependente 
(no nosso caso, quantidade) fica no eixo vertical e a variável independente (no caso, preço) fica no eixo horizontal, na 
economia, ocorre o inverso. Isso é feito apenas para simplificar o raciocínio. 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 34 
Ainda seguindo a análise anterior, imagine agora que o preço aumente. O que acontecerá? Você 
reduzirá a quantidade demandada! Analiticamente: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17 – Composição da demanda 
Fonte: a autora 
Descrição: a figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é 
representado pela letra Q e o das ordenadas pela letra P. São determinados os pontos 
Q0 e P2 e ponto P1, Q1. 
 
Assim, depois dos ajustes, teremos a seguinte estrutura: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 18 – Composição da demanda 
Fonte: a autora 
Descrição: a figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é 
representado pela letra Q e o das ordenadas pela letra P. São determinados os pontos 
Q0 e P2 e ponto P1, Q1. 
Finalmente, para desenhar a curva de demanda, basta ligar os pontos no plano cartesiano. E Voilà: 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 19– Curva de demanda 
Fonte: a autora 
Descrição: a figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é 
representado pela letra Q e o das ordenadas pela letra P. A linha do gráfico é 
determinada pelos pontos Q0 e P2 e o ponto P1, Q1. 
 
A curva de demanda representa a relação entre preço de um bem e a quantidade demandada desse 
bem. 
A curva de demanda representa o comportamento do agente econômico chamado consumidor. 
Para preços mais altos, as pessoas consumirão menos do bem, pois os bens substitutos ficarão 
relativamente mais baratos, levando o consumidor a adquirir mais desses bens. O aumento dos 
preços também reduz a renda real (poder de compra) do consumidor, o que gera uma retração no 
consumo do bem. 
Antes de continuar, gostaria de fazer três observações: 
i. O termo “relativamente” muitas vezes acaba sendo utilizado de forma incorreta. Nesse 
caso, o “relativamente” pode ser mais bem compreendido com um exemplo: imagine que você 
compra sempre a mesma marca de, digamos, margarina. Um belo dia você chega ao supermercado 
e observa que a margarina aumentou de preço! Não é que ela ficou, necessariamente, mais cara 
que a melhor margarina que existe no mercado, mas ela ficou, simplesmente, mais cara. Em uma 
situação como essa você pode pensar: “Ah, por esse preço, eu vou levar a margarina de marca Y. Ela 
é mais cara, mas para pagar mais pela margarina que eu vinha consumindo, não vale a pena”. Já 
 Competência 02 
Luiz Henrique
Sublinhar
Luiz Henrique
Sublinhar
 
 
 
 
 
 
 
 
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aconteceu isso com você? Se sim, quando esse fato ocorre, é justamente o funcionamento mental 
da nossa curva de demanda! Legal, né? 
ii. Embora a curva de demanda pareça muito mais uma reta, na verdade ela possuirá um 
formato que nós economistas chamamos de convexo. Como, para fins mais simples, a curva e a reta 
estabelecem a relação negativa entre quantidade de preço, vamos utilizar a reta por ser mais 
simples de desenhar, ok? 
iii. Por fim, quando falamos em variação do preço, os efeitos dessa variação incidirão sobre a 
quantidade demandada (por exemplo, Q1 e Q2), não sobre a demanda ou curva de demanda. Ou 
seja, quando o preço varia, nós teremos um movimento ao longo da curva de demanda (como 
mostrado pela setinha vermelha no gráfico acima) e não da curva de demanda. A compreensão 
disso é fundamental e nós vamos voltar a esse ponto mais algumas vezes! 
A curva de demanda pode representar as escolhas de apenas um dos consumidores de uma 
economia ou de todos de uma forma agregada. No primeiro caso temos a demanda individual, que 
graficamente é representada pela curva de demanda individual, e no segundo caso tem-se a curva 
de demanda de mercado, representada na figura abaixo. 
Pode-se, facilmente, obter a curva de demanda de mercado somando-se todas as quantidades 
demandadas por cada consumidor para cada preço. Na figura abaixo, a demanda agregada de um 
bem foi calculada para apenas três consumidores. Quando o preço de mercado for igual a $4, o 
consumidor A não adquire o bem (note que a quantidade é zero para a DA quando o preço é $ 4,00), 
e os consumidores B e C compram, digamos, 6 e 10 unidades, respectivamente. 
 
 
 
 
 Competência 02 
Luiz Henrique
Sublinhar
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 20 - Curva de Demanda de Mercado 
Fonte: a autora 
Descrição: a figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é 
representado pela quantidade e o das ordenadas pelo preço. Três retas, DA, DB, DC e 
Demanda de mercado são representadas no gráfico. 
A demanda de mercado é representada como a soma das demandas individuais dos consumidores. 
Assim, a curva de demanda de mercado representa o somatório das demandas individuais. Para o 
preço de $ 4,00, o consumidor A não demandará desse bem. Como os consumidores B e C 
demandarão, respectivamente, 6 e 10 unidades, teremos que, ao preço de $ 4,00, a demanda de 
mercado será de 16 unidades. 
 
 
A demanda de mercado é a curva que relaciona cada um dos preços possíveis à quantidade 
demandada por todos os consumidores. 
 
 
 
Para ver a importância de definição da lei da demanda e da curva de demanda de mercado vamos 
resolver a primeira questão da aula? 
Antes de prosseguirmos, contudo, vale aqui duas explicações importantes: 
1. Toda vez, eu disse TODA, que houver uma variação no preço do bem em análise, haverá um 
deslocamento ao longo da curva de demanda! Sempre, sempre, sempre! Mais na frente, nós vamos 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ver que outros fatores irão deslocar a demanda, mas ainda não chegamos neles. 
2. A segunda vai levar um pouco mais de tempo para explicar: 
Em economia, a maior parte dos bens obedece à lei da demanda, ou seja, para esses bens, quando o 
preço aumenta, a quantidade diminui e vice-versa. Há uma simples e notória relação entre 
quantidade e preços sob a hipótese de ceteris paribus. Contudo, essa relação, não é válida para 
todos os bens. Existe um tipo de bem, que analisaremos agora, que não obedece à lei da demanda. 
Esse bem se chama de Bem de Giffen. Antes de defini-lo, vou te contar uma historinha, ok? Aliás, 
essa historinha é bastante recorrente em todos os livros de economia. 
Os bens de Giffen foram encontrados inicialmente na Inglaterra da Revolução Industrial. Durante 
esse tempo, a batata inglesa era um dos bens que fazia parte do menu básico do proletariado. O 
economista Giffen, analisando o comportamento da classe trabalhadora, observou que os 
consumidores não se comportavam da forma esperada quando havia uma variação no preço desse 
bem. 
Assim, todas as vezes que os preços caíam, as pessoas passavam a demandar (ou procurar) menos o 
bem e, quando o preço aumentava, os consumidores passavam a demandar mais do bem. 
Nesse caso, diferentemente do que acontece com um bem ordinário, a curva de demanda de um 
bem de Giffen possui inclinação positiva! É isso mesmo, tudo o que vale para a maioria quase 
absoluta dos bens não vale para o bem de Giffen! 
Ainda bem, esses bens não são solicitados em termos gráficos, porque isso tornaria a nossa análise 
bastante complicada, sendo solicitado apenas em questões mais teóricas. 
Infelizmente, por outro lado, não existem muitos outros exemplos sobre tipos de bens de Giffen para 
que eu possa explicar a você. A maioria esmagadora dos livros traz apenas a noção da batata 
inglesa na Inglaterra na época da Revolução Industrial. Assim, hoje, por exemplo, as batatas não são 
mais consideradas bens de Giffen. 
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Luiz Henrique
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Luiz Henrique
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Entendido? 
Nós vamos voltar ainda algumas vezes a noçãode bem de Giffen hoje. À medida que a aula for 
progredindo, passaremos a analisar ainda mais esse bem, ok? 
Mas vamos continuar o nosso trabalho. Nós vimos como a curva de demanda é construída e vimos 
ainda como acontecem os movimentos ao longo da curva. A partir de agora, vamos compreender 
quais fatores levam a variações da curva de demanda. 
Vamos lá? 
2.1.2 Deslocamento da curva de demanda 
A curva de demanda relaciona a procura por um determinado bem a seu preço. De forma mais 
específica, mostra que a demanda é menor para preços maiores. Assim, nós vimos que é possível 
mostrar que a quantidade demandada de um produto depende do preço que será cobrado por ele. 
Mas, o preço não é o único fator que determina a quantidade demandada de um bem. A única coisa 
que faz você comer sushi é o preço? Será que o preço da carne não afetaria, em nenhuma hipótese, 
o seu consumo? 
Pois é, fatores como a existência de substitutos próximos e o preço que é cobrado por eles também 
influenciam a demanda de um bem. Por exemplo, a manteiga é uma substituta próxima para a 
margarina, sendo assim, um aumento no preço da manteiga pode induzir a troca desse bem por 
margarina, o que aumenta o consumo desse último bem. 
Os fatores listados anteriormente modificam a quantidade consumida, sem que haja uma mudança 
nos preços. Em outras palavras, a quantidade demandada é maior ou menor para um mesmo preço 
anterior. Vamos analisar isso, intuitivamente? 
Imagine que a curva de demanda abaixo represente a sua demanda por cinema: 
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Luiz Henrique
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Figura 21 – Curva de demanda 
Fonte: a autora 
Descrição: a figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é 
representado pela letra Q e o das ordenadas pela letra P. A linha do gráfico é 
determinada pelos pontos Q0 e P2 e o ponto P1, Q1. 
Inicialmente, você está no ponto (A). Digamos, por hipótese, que você vai ao cinema duas vezes por 
mês (Q1 = 2) e paga R$ 17,00 (P1 = 17). Imagine agora que você ganhou a última edição do Big 
Brother Brasil. Com essa nova renda, você irá mais vezes ou menos vezes ao cinema? 
Possivelmente, mais vezes, não é? Nesse caso, eu posso dizer que você irá mais vezes ao cinema 
pagando o mesmo preço pelo ticket (o que é mostrado pela setinha vermelha na figura abaixo) ou 
que, para a mesma quantidade de vezes que você vai ao cinema, você poderia pagar mais por saída 
(o que é mostrado pela setinha verde na figura abaixo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 22 – Curva de demanda 
Fonte: a autora 
Descrição: a figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é 
representado pela letra Q e o das ordenadas pela letra P. A linha do gráfico é 
determinada pelos pontos Q0 e P2 e o ponto P1, Q1. 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Nos dois casos, é possível notar que haverá um movimento para fora da curva de demanda original. 
Quando isso acontece, dizemos que há um deslocamento paralelo da curva. Esse deslocamento é 
mostrado na figura abaixo (onde D1 é a demanda original e D2 é a demanda final): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 23 – Curva de demanda 
Fonte: a autora 
Descrição: a figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é 
representado pela letra Q e o das ordenadas pela letra P. São marcados dois pontos Q0 e 
P2 e o ponto P1, Q1. Duas linhas azuis são demonstradas no gráfico, uma em cada ponto. 
 
Ora, eu não falei em variação de preço, mas de outra variável que não preço. No caso acima, eu 
falei de uma variação na renda do consumidor! Logicamente, outras variáveis farão com que ocorra 
o mesmo movimento, são elas: 
• Gostos ou preferências; 
• Expectativas; 
• Preço de bens relacionados. 
Grosso modo, a renda e essas três variáveis são as mais frequentes como determinantes de 
alteração na curva de demanda. Lógico, podem existir outras, mas essas seriam os quatro maiores 
grupos. 
Para que fique simples a compreensão, como a demanda representa o consumidor, tudo que 
alterar a vida desse agente econômico, alterará a curva de demanda dele! Simples assim! 
Antes de seguirmos adiante, vamos esclarecer os três outros fatores e detalhar como a renda afeta 
 Competência 02 
Luiz Henrique
Sublinhar
 
 
 
 
 
 
 
 
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a vida do consumidor. Inicialmente, vamos analisar os gostos e as preferências. Comecemos com 
uma pergunta bastante reflexiva: nós nos vestimos hoje da mesma forma que nos vestíamos há 10 
anos? Possivelmente, não. Não, porque não cabe, não porque a moda já passou, não porque você 
se mudou para um lugar mais frio como o Canadá! Então, o nosso padrão de consumo é alterado 
não apenas porque o preço mudou, mas também porque nossas necessidades e desejos também 
mudaram! Assim, alterações nos gostos e nas preferências modificam por demais o nosso padrão 
de consumo. 
Um segundo fator que altera a demanda de um determinado consumidor é a expectativa sobre o 
futuro. Por exemplo, imagine agora que você sabe que amanhã vai chover (no meu caso, nevar), 
será que você não mudará o seu consumo de guarda-chuvas hoje? Possivelmente, sim. Nesse caso, 
a sua demanda mudou (ela será deslocada) não porque está chovendo agora, mas porque a sua 
crença é de que chova no dia seguinte. A nossa crença sobre o futuro é o que os economistas 
chamam de expectativas. 
Vamos continuar analisando: 
Existe outra variável que afeta o padrão de consumo de uma pessoa. Esse fator se chama preço dos 
bens relacionados. Vamos compreender melhor. Vamos analisar a demanda de uma pessoa por 
açúcar quando os preços de dois bens relacionados a ele são alterados separadamente. 
Imagine, inicialmente, que o preço do café aumente. Imagine ainda que essa pessoa só compre 
açúcar para tomar café e só toma café adoçado. Nesse caso, como o preço do café aumentou, essa 
pessoa comprará menos café, certo? Assim, como ela só toma café com açúcar, comprará menos 
açúcar também, não é isso? Logo, o aumento do preço do café levará a uma redução na demanda 
pelo açúcar! Mais uma vez, veja que eu não falei em variação do preço do açúcar, hein? 
Vamos mais: imagine agora que não foi o preço do café, mas o preço do adoçante que aumentou. 
Agora, com o aumento do preço do adoçante, você passará a comprar mais açúcar, para poder 
compensar a falta do adoçante. 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Nesse ponto, vale uma consideração: veja que nós faremos movimentos de forma separada, 
ou seja, um fator variando de cada vez. Nada de variar tudo na mesma hora, porque vira uma 
coisa incompreensível! Em economia, nós trabalhamos com o que se denomina de estática 
comparativa. Nela, cada variável é alterada de forma isolada. 
 
 
No caso acima, você deve ter notado uma coisa bem interessante: quando o preço do café 
aumentou, a demanda por açúcar diminuiu enquanto que quando o preço do adoçante aumentou, 
a demanda por açúcar também aumentou! Alguma explicação para isso?? 
Sim, e ela é bem simples! O café e o açúcar, assim como o feijão com arroz ou o queijo e a goiabada 
são consumidos de forma conjunta, é o que se chama de bens complementares. Já para o caso do 
açúcar e do adoçante, nós vamos consumir aquele que for mais barato. Nesse caso, os bens são 
denominados de bens substitutos! Essa classificação é absolutamente importante que você 
compreenda. 
Então, se falou em variação do preço dos bens relacionados, eu só sei para onde vai a demanda se 
eu souber qual a relação que existe entre os bens em análise: se de substitutibilidade ou de 
complementaridade! 
Compreendido? 
Para finalizar a lista de itens que deslocam a demanda por alterar o comportamento do consumidor, 
vamos falar com mais detalhe sobre uma variação da renda, iniciado no começo dessa parte da 
aula. 
Pergunta simples: 
Se você tirasse na loteria, você consumiria mais de tudo? 
Possivelmente, você pensou que sim, mas eu te direi que não!E a explicação para isso é bem 
objetiva. 
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Luiz Henrique
Sublinhar
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Se você tirasse na loteria, você certamente viajaria mais vezes pela Europa ou compraria um carro 
melhor ou ainda iria a restaurantes mais caros. Contudo, com o aumento da sua renda, você vai 
tomar menos ônibus ou comer menos carne de conserva! Logo, o aumento da renda induz ao 
aumento no consumo de alguns bens e redução no consumo de outros. 
Assim, quando consumo e renda variam no mesmo sentido, dizemos que o bem é chamado de bem 
normal. São os bens que quando a renda aumenta, o consumo aumenta e quando a renda diminui 
o consumo também diminui. Por outro lado, quando a renda e o consumo variam em sentidos 
contrários, o bem é chamado de bem inferior. 
Compreendido? 
Graficamente, mudanças que promovem um crescimento da demanda para um mesmo preço 
deslocam a curva de demanda para DIREITA. Dentre essas mudanças estão: aumento nos preços de 
bens substitutos, redução do preço de bens complementares, crescimento da renda, alterações 
das preferências que promovem o consumo. Por outro lado, fatores que reduzem a demanda para 
um mesmo preço deslocam a curva para ESQUERDA, por exemplo: uma redução dos preços de 
bens substitutos, redução da renda ou alterações nas preferências que reduzem o consumo. 
Logicamente é muita informação, eu sei, eu sei, mas eu não quero que você decore! Você já tem 
muitas outras disciplinas em que é preciso decorar conceitos. No meu caso, eu quero que você 
compreenda. A princípio parece complicado, mas à medida que nós formos fazendo os exercícios 
juntos, prometo que a coisa vai ficar mais clara. 
A figura abaixo mostra exemplos de deslocamento da curva de demanda. Considerando a curva do 
meio (D2) como inicial, um aumento da demanda leva a curva para uma posição como a ocupada 
pela linha mais clara (D3) e uma redução da demanda leva a curva a ocupar uma posição como a 
curva mais escura (D1). 
Para compreender esse raciocínio é bastante simples: para um preço de R$ 1,00, se a minha renda 
aumentar, eu consumirei mais, para qualquer nível de preços, ou seja, ao invés de consumir Q2, vou 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
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passar a consumir Q3, dado que o bem é normal. Raciocínio inverso vale para a linha mais escura e 
a quantidade de Q1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 24 – Deslocamentos da Curva de Demanda 
Fonte: a autora 
Descrição: a figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é 
representado pela letra Q e o das ordenadas pela letra P. São marcados pontos D1, D2 e 
D3. Três linhas azuis são demonstradas no gráfico, uma em cada ponto. 
 
Uma mudança na quantidade demandada, a qualquer preço dado, é representada graficamente 
pelo movimento da curva de demanda original para uma nova posição. 
Entendido até aqui? 
Antes de passarmos a analisar a questão da empresa e da curva de oferta, gostaria de explicar um 
ponto: os efeitos renda e substituição, oriundos da variação do preço, também denominado de 
efeito preço. Esse ponto é bem importante porque nos permite entender melhor o bem de Giffen, 
que nós começamos a compreender no início da aula. Vamos ver? 
Você lembra que quando o preço aumenta a quantidade demandada diminui, não é? Explicando de 
forma mais técnica, existe uma relação entre um aumento do preço do bem, a troca por um 
substituto que ficou relativamente mais barato e a perda do poder de compra pelo consumidor. 
Assim, podemos dizer que o comportamento do consumidor com relação ao preço decorre da 
atuação conjunta de dois efeitos: o efeito-renda e o efeito-substituição. 
 Competência 02 
Luiz Henrique
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 46 
Vejamos como compreender esses efeitos: com o aumento do preço, uma parte da redução da 
minha demanda por determinado bem quando o seu preço aumenta pode ser explicada pelo fato 
de que haverá um estímulo para que eu busque alternativas para satisfazer minha necessidade pelo 
bem que teve o aumento de preço, por exemplo. Assim, passarei a olhar de outra maneira os bens 
substitutos. Basta lembrar-se do caso do Sushi, mostrado inicialmente na aula. Com o aumento do 
preço dos rodízios de sushi, você procurará ir mais vezes ao rodízio de carnes ou de massas, por 
exemplo. Nesse caso, para o consumidor, as carnes e massas são substitutos do sushi. Dizemos que 
rodízios de sushi, carnes e massas são substitutos no consumo. 
Uma forma bem simples de verificar o efeito-substituição é a seguinte: você está no supermercado 
e observa que aquele bem que você costumava comprar mais barato está, agora, mais caro. Você 
olha o produto e pensa: “Por esse preço aqui, esse bem está muito caro para o que ele me traz. 
Prefiro comprar esse produto B, que é mais caro, mas pelos menos é melhor e a diferença nem é 
tão grande assim, mesmo...”. Já aconteceu isso com você? Porque comigo, já. 
O outro efeito que explica a redução do consumo de um bem é o efeito-renda. Esse efeito decorre 
da perda de poder aquisitivo causado pelo aumento de preço de um bem que faz parte da cesta de 
compras do consumidor. 
Para compreender melhor o efeito-renda, vale aqui um exemplozinho matemático. Digamos que eu 
gaste, semanalmente, R$ 63,00 em rodízios de sushi (eu vou três vezes durante a semana e pago, 
em cada uma delas, R$ 21,00). Agora, considere que a minha renda semanal é de R$ 200,00. 
Digamos agora que o preço do rodízio de sushi dobre, passando a ser R$ 42,00. Ao novo preço do 
rodízio de sushi, se eu, como consumidor, quisesse adquirir a mesma quantidade de sushi que eu 
demandava antes do aumento, eu teria que gastar o dobro de antes, ou seja, R$ 126,00, restando 
agora R$ 74,00 para os outros bens e não R$ 137,00 como anteriormente, o que, 
consequentemente, me forçará a deixar de comprar vários itens. Dessa forma, o aumento do preço 
do sushi faz com que haja um efeito de “empobrecimento” do consumidor. Ficou claro? 
Um fato complicador ainda no que diz respeito ao efeito renda é que ele depende de cada tipo de 
 Competência 02 
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bem: normal, inferior ou de Giffen. O quadro abaixo apresenta uma explicação de como você 
precisará compreender o efeito renda, e assim, o efeito preço, para cada tipo de bem. Vamos 
analisar? 
Antes de começar, algumas explicações básicas: 
O efeito preço, como o próprio nome diz, fala sobre a variação de preços. No nosso caso, vamos 
considerar sempre um aumento de preços para poder ver a diferença entre os bens, certo? Fica 
como tarefa de casa ver as reduções! 
Depois, vou colocar os sinais de (+) ou (-) nos efeitos renda e substituição para que você 
compreenda se houve um aumento ou uma diminuição da quantidade demandada, certo? 
Vamos lá, sem decorar! 
1. Imagine, primeiramente, que o preço das laranjas aumente. Nesse caso, você vai trocar 
laranja por um bem que ficou relativamente mais barato, digamos, a maçã (veja que o preço da 
maçã aqui pouco importa). Assim, o efeito substituição será negativo, já que você reduzirá a 
quantidade demanda de laranja. Isso é mostrado no quadro abaixo. 
Imagine agora o seguinte: com um aumento do preço da laranja, você ficou mais rico ou mais 
pobre? Veja, com um aumento de preço, seu poder de compra diminuiu já que você agora precisa de 
mais dinheiro para comprar a mesma quantidade de bens. Logo, para simplificar, diremos que você 
ficou mais pobre, ok? 
Continuando, agora que você ficou mais pobre você vai comprar mais ou menos laranja? Como a 
laranja é, para a maioria das pessoas, um bem normal, nesse caso, você comprará menos laranja, 
correto? Assim, colocaremos um (-) no efeito renda para a laranja, ok? 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EFEITO PREÇO EFEITO SUBSTITUIÇÃO EFEITO RENDA TIPO DE BEM 
Aumento no preço das 
laranjas (+) 
(-) (-) Normal 
Tabela 1 – Efeito preço 
Fonte: a autora 
O que podemos dizer sobre

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