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n á u s e a s e v ô m i t o s I N T R O D U Ç Ã O E D E F I N I Ç Õ E S É definida como sensação subjetiva da necessidade de vomitar, geralmente percebida na garganta ou no epigástrio. N A Ú S E A S É a ejeção de conteúdo gastrointestinal pela boca. v ô m i t o s v ô m i t o ≠ r e g u r g i t a ç ã o N a r e g u r g i t a ç ã o , o c o r r e r e t o r n o d e c o n t e ú d o g á s t r i c o p e l a b o c a s e m e s f o r ç o d o p a c i e n t e . v ô m i t o s N A Ú S E A S v ô m i t o e m j a t o N A Ú S E A S * a s s o c i a d o s à h i p e r t e n s ã o i n t r a c r a n i a n a , E T I O L O G I A E F I S I O P A T O L O G I A O ato de vomitar resulta da interação de componentes neurais, humorais, musculares e gastrointestinais. Os mecanismos que levam à náusea são menos conhecidos. F I S I O P A T O L O G I A O centro do vômito no sistema nervoso central recebe aferências de quatro fontes: Fibras aferentes vagais e esplâncnicas GI (receptores 5GT-3); Sistema vestibular; Zona postrema da medula; Receptores do SNC relacionados a odores e experiencias emocionais. F I S I O P A T O L O G I A Principais etiologias de náuseas e vômitos Quimioterápico: agudo-24h; Tardio: após 24h; Antecipatório: antes da quimioterapia por fatores psicogênicos. Anti-inflamatórios não hormonais e antibióticos macrolídeos são particularmente associados a náuseas e vômitos e os provocam por meio das vias aferentes vagais e esplâncnicas. digoxina, opioides e agonistas dopaminérgicos agem na zona postrema da medula 40 a 70% dos pacientes em uso de opioides. Radioterapia de abdome superior - alterações estruturais e funcionais do trato GI e evoluir com vômitos em até 80% dos pacientes. Principais etiologias de náuseas e vômitos Doenças inflamatórias como colecistite, apendicite ou pancreatite podem ativar vias aferentes em peritônio e causar vômitos. Principais etiologias de náuseas e vômitos Vômitos são particularmente mais frequentes antes dos 3 anos e após ao 20 anos de idade São mais comuns nos quadros virais comparados aos bacterianos. Hepatites virais, otites e meningites frequentemente evoluem com vômitos Principais etiologias de náuseas e vômitos Pressão intracraniana maior que 80mmHg mostra efeito máximo Doenças vestinulares: neurite vestibular e doença de Ménière: náuseas e vômitos associados com vertigem de padrão periférico, com ativação autonômica extensa e palidez, diaforese e salivação Principais etiologias de náuseas e vômitos Insuficiência adrenal: 75% dos pacientes Doenças tireoidianas: alteram atividade motora GI Principais etiologias de náuseas e vômitos 20 a 40% dos pacientes pós operatório ( maior recorrência em mulheres, com anestesia geral e cirurgias abertas e ortopédicas) Vômitos cíclicos: caracterizado por episódios recorrentes e intensos de vômitos, geralmente sem causa aparente, que podem ocorrer em padrões cíclicos. Principalmente em crianças de 5 anos. IAM: irritação do diafragma Uremia, cetoacidose diabética e hipercalcemia ativam a área postrema da medula e ocasionam vômito Gestação: náuseas no 1 trimestre na maioria e vômitos em 50-70% (2% na parte da manha). Após a nona semana é motivo de investigação. Ingestão alimentar excessiva após jejum prolongado. A C H A D O S C L Í N I C O S E D I A G N Ó S T I C O D I F E R E N C I A L Os vômitos agudos, entre 24 e 48 horas de evolução, são, na maioria das vezes, causados por quadros infecciosos, tóxico-metabólicos ou medicações. Característica do Vômito Diagnóstico diferencial Vômito de alimentos não digeridos Divertículo faringoesofágico (músculo cricofaríngeo) ou acalasia (movimentos peristálticos comprometido). Vômito de alimentos parcialmente digeridos várias horas após a alimentação Gastroparesia e Obstrução gástrica Vômitos inodoros Acloridria gástrica (incapacidade de produzir ácido gástrico) Vômitos de característica biliosa piloro pérvio e obstrução intestinal em jejuno Vômitos de aspecto fecaloide obstrução intestinal Vômitos com sangue ou “em borra de café sangramentos do trato digestivo alto, como gastrite hemorrágica, doença ulcerosa péptica e ruptura de varizes esofágicas Achados clínicos Diagnóstico diferencial Vômito matutinos gestação, uremia, enxaqueca e também ocorrem no etilista crônico. Vômitos associados a diarreia, mialgia e febre quadros infecciosos - gastroenterites virais. Vômitos associados a rigidez de parede intestinal e descompressão brusca dolorosa de abdome condições inflamatórias. dor abdominal precedendo os vômitos, distensão abdominal e presença de ruídos hidroaéreos metálicos e aumentados. Quadros obstrutivos intestinais Vômitos associados a cefaleia, vertigem, náuseas, rigidez de nuca e achados neurológicos focais patologia do SN exames complementares exames complementares tratamento Verificar a necessidade de reposição volêmica intravenosa Sonda nasogástrica (obstrução gastrointestinal ou íleo paralítico) Adequação da dieta Diabéticos --> controle da glicemia Uso de antieméticos e procinéticos tratamento Mais utilizado: METOCLOPRAMIDA (PLASIL) Dose: 10 a 20 mg a cada 6 horas 30 mg ou mais a cada 6 horas (pacientes com vômitos de difícil controle pós-quimioterapia) Eventos adversos (até 20%): agitação, nervosismo, tonturas, distonias e raramente discinesia tardia. DOMPERIDONA e BROMOPRIDA (PLAMET): 10 mg, 3 a 4 vezes ao dia tratamento Antieméticos ANTAGONISTAS SEROTONINÉRGICOS: 5HT-3 Principais: Ondansetrona (VONAU): 8 a 16 mg EV ou VO a cada 8 a 12 horas. Granisetrona Dolasetrona Palonosetrona tratamento Macrolídeos: ERITROMICINA Pacientes com gastroparesia Dose EV de 3 mg/kg a cada 8 horas, seguida de VO de 250 mg a cada 8 horas DIFENIDRAMINA e MECLIZINA: Pacientes com distúrbios vestibulares 10 a 50 mg EV a cada 6 horas (dose máxima de 300 mg/dia) ou VO 50 a 100 mg a cada 6 a 8 horas. tratamento Fenotiazinas: CLORPROMAZINA, PROCLORFERAZINA e PROMETAZINA 10 mg a cada 6 horas Proclorperazina é pouco utilizada (eventos adversos extrapiramidais e hipotensão) Butirofenonas: HALOPERIDOL E DROPERIDOL Uma das últimas escolhas (úteis, mas eficácia menor) tratamento BENZODIAZEPÍNICOS: pacientes com náuseas e vômitos com componente psicológico CORTICOESTEROIDES: Dexametasona: 10 a 20 mg ao dia Pacientes em quimioterapia Combinados com outras medicações Acupuntura no ponto P6 no punho (pós operatório) Inalação de álcool isopropílico (superior ao uso de ondasentrona) tratamento tratamento VÔMITOS NA GESTAÇÃO: Tratamento inicial: mudanças dietéticas Primeira escolha: medicações com ação anti-histamínica, como difenidramina, dimenidrato e meclizina Procinéticos e antagonistas 5HT-3 também podem ser utilizadas (Ondansetrona) VÔMITOS NO PÓS-OPERATÓRIO: Antagonistas do receptor 5HT-3 e droperidol (uso combinado) Ondansetrona profilática 8 mg 1 a 2 horas antes dos procedimentos cirúrgicos e 4 mg durante a anestesia Corticosteroide e clonidina Dexametasona 20 minutos antes do término da cirurgia tratamento HOSPITALIZAÇÃO: Incapacidade de alimentar-se ou de ingerir líquidos por via oral Doenças crônicas debilitantes, como insuficiência cardíaca Refratariedade dos vômitos ao tratamento farmacológico Ddesidratação grave Hipotensão Distúrbios hidroeletrolíticos Etiologias potencialmente graves Raramente são necessários recursos de terapia intensiva REFERÊNCIA MARTINS, Herlon Saraiva e BRANDÃO NETO, Rodrigo Antonio e VELASCO, Irineu Tadeu. Medicina de emergência: abordagem prática. 14 ed. Barueri, SP: Manole. 2020.
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