Diagnóstico de Problemas e Políticas Públicas Inovadoras

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Diagnóstico de Problemas e Políticas Públicas Inovadoras
1) Dentre todas as políticas que conheceu durante o curso, qual a que você
considerou mais inovadora?
As políticas públicas podem ser criadas com vários objetivos, mas os mais
presentes, segundo o meu ponto de vista, nas experiências apresentadas na
disciplina, são as que buscam solucionar problemas e as que objetivam evitá-los.
Nesse sentido, um dos problemas públicos que mais me chamou atenção no
decorrer do semestre relaciona-se à violência contra a mulher. Nesse viés, diversos
projetos foram apresentados no tópico de “experiências inovadoras”, mas um caso
em específico chamou a minha atenção pelo caráter inovador: a “Ronda para
Homens”, prática aplicada em Salvador, na Bahia.
O “Ronda para Homens” é um projeto da Ronda Maria da Penha da Polícia
Militar do Estado da Bahia e foi criado para buscar atingir uma esfera importante do
combate à violência contra a mulher: a capacitação de homens que residem em
territórios vulneráveis à violência e profissionais da segurança pública. Nessa
contextualização, já é possível observar uma potencial inovação dessa política
pública: o objetivo de promover mudanças culturais, ou seja, evitar que a violência
aconteça, sendo assim, com sucesso, pode ser capaz de reduz grande parte do
número de casos.
Outro aspecto inovador do projeto está na abordagem diferenciada, a qual é
baseada em uma proposta de “papo de homem para homem”, promovendo a
interlocução entre os homens, com reuniões que abordam as diferentes formas de
violência contra a mulher, com uma linguagem simples e clara, promovendo,
portanto, laços de confiança e, com êxito, uma diminuição da cultura machista que
perdura na sociedade.
Em suma, considerei o projeto potencialmente muito inovador, pois busca
tratar e erradicar, dentro de suas possibilidades, um problema contínuo na
sociedade pela própria raiz, diferenciando-se dos projetos que objetivam remediar as
situações decorrentes da violência - destaco que considero essas políticas públicas
[que buscam diminuir os impactos do problema] de suma importância, apenas
ressaltei a diferenciação da política aplicada em Salvador -. Outrossim, além de
contribuir para uma mudança cultural, a política também reduz a possibilidade de
reincidência, além de obter uma solução coletiva através do diálogo entre homens,
fator de grande importância.
2) Como você enxergava a capacidade dos governos para resolver problemas
sociais antes da disciplina?
Antes de iniciar o curso de Administração Pública e a disciplina de
Diagnóstico de Problemas e Políticas Públicas Inovadoras confesso que era um
pouco cética perante às ações do governo de cunho social. Embora eu acreditasse
que os governos tenham plena capacidade administrativa, política e gerencial, no
sentido de administrar recursos, também tinha uma percepção de que pouco era
feito para o muito que era demandando, direta ou indiretamente. Ainda nesse
sentido, acredita haver um certo desinteresse por parte dos políticos em solucionar,
ou, em alguns casos, remediar, mazelas sociais. Outro visão, ainda atrelada à uma
suposta falta de interesse, está relacionada ao meu entendimento de que, por vezes,
muitas situações problemáticas não eram resolvidas e tratadas efetivamente devido
à má alocação e distribuição de recursos financeiros públicos.
Com as aulas e as propostas da disciplina, pude observar que muitas
políticas públicas são desenvolvidas e praticadas no Brasil sem que eu tivesse ideia
de que elas existiam. Não obstante, percebi que além de existir projetos que buscam
diminuir problemas sociais, muitos deles são bem pensados e possuem
características inovadoras (como o próprio nome da disciplina já pressupõe).
Assim, mudei consideravelmente minha forma de entender os governos como
agentes de mudança social e acredito que eles tenham uma capacidade quase
plena de resolver diversas problemáticas. Entretanto, ainda não possuo conclusões
acerca do meu pensamento anterior relacionado à má alocação de recursos, mas
anseio estudar o tema e formar uma opinião com base em estudos, não somente em
impressões.