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Enzimas Profa. Dra. Magda Oliveira Seixas Carvalho • Catalisadores biológicos. • Tipos: – Enzimas plasma-específicas - ativas no plasma utilizadas no mecanismo de coagulação sangüínea e fibrinólise. Ex.: trombina, fator XII, fator X e outros. – Enzimas secretadas - Secretadas na forma inativa e após ativação atuam em locais extracelulares. Ex.: lipase, α- amilase, tripsinogênio, fosfatase ácida prostática e antígeno prostático específico. Muitas são encontradas no sangue. • Enzimas celulares - Apresentam baixos teores séricos, mas os níveis aumentam quando são liberadas a partir de tecidos lesados por alguma doença. Isto permite inferir a localização e a natureza das variações patológicas em alguns órgãos, tais como: fígado, pâncreas e miocárdio. Ex: enzimas celulares as transaminases, lactato desidrogenases, etc. “A utilidade diagnóstica da medida das enzimas plasmáticas reside no fato que as alterações em suas atividades fornecem indicadores sensíveis de lesão ou proliferação celular. Estas modificações ajudam a detectar e, em alguns casos, localizar a lesão tecidual, monitorar o tratamento e o progresso da doença. No entanto, muitas vezes falta especificidade, isto é, existem dificuldades em relacionar a atividade enzimática aumentada com os tecidos lesados. Isto porque as enzimas não estão confinadas a tecidos ou órgãos específicos, pois estão grandemente distribuídas e suas atividades podem refletir desordens envolvendo vários tecidos.” Aumento na liberação de enzimas para o plasma é conseqüência de: • Lesão celular extensa - causadas por isquemia ou toxinas celulares. Ex: elevação da atividade da CK-MB após infarto do miocárdio. • Proliferação celular e aumento na renovação celular - aumentos na fosfatase alcalina pela elevação da atividade osteoblástica (crescimento ou restauração óssea após fraturas). Aumento na liberação de enzimas para o plasma é conseqüência de: • Aumento na síntese enzimática - marcada elevação na atividade da γ-glutamil transferase após a ingestão de álcool. • Obstrução de ductos – afeta as enzimas normalmente encontradas nas secreções exócrinas, por exemplo: a amilase e a lipase no suco pancreático. Estas enzimas podem regurgitar para a corrente circulatória se o ducto pancreático-biliar estiver bloqueado. A redução nos níveis de atividade enzimática são menos comuns e ocorrem na: • Síntese enzimática reduzida. EX: colinesterase baixa na insuficiência hepática severa pela redução do número de hepatócitos. • Deficiência congênita de enzimas - baixa atividade da enzima fosfatase alcalina plasmática na hipofosfatasemia congênita. • Variantes enzimáticas inerentes com baixa atividade biológica, por exemplo, variantes anormais da colinesterase. Lactato Desidrogenase (LDH) Tipo Percentagem Localização LD-1 (HHHH) 14-26 Miocárdio e eritrócitos LD-2 (HHHM) 29-39 Miocárdio e eritrócitos LD-3 (HHMM) 20-26 Pulmão, linfócitos, baço, pâncreas LD-4 (HMMM) 8-16 Fígado, músc. esquelético LD-5 (MMMM) 6-16 Fígado, músc. esquelético Presente no citoplasma de todas as células do organismo. Rica no miocárdio, fígado, músculo esquelético, rim e eritrócitos. Os níveis plasmáticos de LDH estão elevados nos danos celulares e no câncer. Aumentos da LDH http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=uUCc0BXOmcmolM&tbnid=fVcd-q8g2h4UkM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.dojindo.com/store/p/834-LDH-Assay-Kit-WST.aspx&ei=k0kAUuC8KrSw4APbjoCgBQ&bvm=bv.50165853,d.dmg&psig=AFQjCNFV30f_ZqyFh93KFjsUAFDNUqm6bw&ust=1375834778037253 • Infarto agudo do miocárdio - A LDH no soro aumenta 8 a 12 horas após o infarto do miocárdio, Com pico entre 24- 48h; Os valores permanecem elevados por 7 a 12 dias. • Insuficiência cardíaca congestiva, miocardite, choque ou insuficiência circulatória - A LDH eleva mais do que 5 vezes os valores de referência. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=6ZIwrMsnEAQDHM&tbnid=Z_Z7BYb5GASDDM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.wallstreetfitness.com.br/fique_por_dentro/artigo/304/infarto-a-grande-maioria-dos-ataques-do-coracao-pode-ser-prevista-por-nove-fatores/&ei=EUsAUsHFLsXd4APZs4HgCg&psig=AFQjCNFG41loMxJEtwCgn1aYSqF7O7Yk1w&ust=1375837192862691 • Enfermidade hepática - Os aumentos não são tão efetivos como os das transaminases: – Hepatite infecciosa tóxica com icterícia; – Hepatite viral, cirrose e icterícia obstrutiva; • Anemias hemolíticas – Devido a destruição das hemácias há uma elevação dos níveis plasmáticos de LDH. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=sT5bYzLtzqsXGM&tbnid=rDwemzQvvKo7IM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.dicasdesaude.info/cuidados/enzimas-do-figado&ei=EU0AUrXZE5XI4AO3nYHABw&psig=AFQjCNH-VIMYXNPRalXveV5R2gjGNUjvpQ&ust=1375837804904569 • Enfermidade renal (Especialmente necrose tubular e pielonefrite). • Doenças malignas - Mostram incrementos da LDH no soro, especialmente naquelas com metástases hepáticas. Elevações importantes são encontradas na enfermidade de Hodgkin, câncer abdominal e pulmonar. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=Eb_r6U8RTHD4NM&tbnid=BmvrxsVUrYqEcM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.sbn.org.br/casosClinicos/Caso64/diag.html&ei=a08AUvH9DMeu4AP29oDgBg&bvm=bv.50310824,d.aWM&psig=AFQjCNE0yDDCvaAKQCns4rw66dpPF5CMlQ&ust=1375838405358149 • Distrofia muscular progressiva - Aumentos moderados especialmente nos estágios iniciais e médios da doença: eleva a fração LD-5; • Trauma muscular e exercícios muito intensos. Eleva principalmente a LDH-5, dependendo da extensão do trauma; • Embolia pulmonar - A LDH-3 aumenta, provavelmente, pela grande destruição de plaquetas após a formação do êmbolo. • Pneumocistose - Em pacientes portadores do vírus HIV. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=yjtrbkBhgX5hSM&tbnid=LAcJlW_abR0mVM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.drpereira.com.br/embolia.htm&ei=i00AUtjZGa6z4AOt2oHQCQ&psig=AFQjCNHrwa5beQqE5gkfEkWRZeGFU-se_w&ust=1375837960218600 CREATINA QUINASE (CK) • Associada com a geração de ATP nos sistemas contráteis ou de transporte. • A função fisiológica predominante desta enzima ocorre nas células musculares, onde está envolvida no armazenamento de creatina fosfato (composto rico em energia). • Amplamente distribuída nos tecidos, com atividades mais elevadas no músculo esquelético, cérebro e tecido cardíaco. CREATINA QUINASE (CK) • Quantidades menores são encontradas no rim, diafragma, tireóide, placenta, bexiga, útero, pulmão, próstata, baço, reto, cólon, estômago e pâncreas. • O fígado e eritrócitos são essencialmente desprovidos desta enzima. ISOENZIMAS DA CREATINA QUINASE • A creatina quinase consiste de um dímero com- posto de duas subunidades (B ou cérebro e M ou muscular) que são separadas em três formas mole- culares distintas: – CK-BB ou CK-1, encontrada predominante- mente no cérebro. Raramente está presente no sangue. – CK-MB ou CK-2, forma híbrida, predominante no miocárdio. – CK-MM ou CK-3, predominante no músculo esquelético. CORRELAÇÃO CLÍNICA DA CK • Enfermidades do músculo esquelético - Os níveis séricos de CK estão freqüentemente elevados nas lesões destes tecidos. – Distrofia muscular progressiva; – Miosite viral e polimiosite; – Hipertermia maligna; – Polimiopatia necrosante; A atividade sérica da CK está sujeita a variações fisiológicas que interagem e afetam a atividade da enzima, tais como: sexo, idade, massa muscular, atividade física e raça. CORRELAÇÃO CLÍNICA DA CK • Drogas - anfotericina B, clofibrato, ciclopropano, danazol, halotano, labetalol, lidocaína, D-penicilina, pindolol, stanozol, quinidina e succinilcolina. Nos casos de abuso ou “overdose” o aumento pode ser muito grande (amitriptylina, anfetaminas, barbitúricos, etanol, glutetimida, heroína, imipramina e fenciclidina). http://www.google.com.br/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&docid=Uk_gMMcxsB_EUM&tbnid=HexnT0vDk4uj6M:&ved=0CAgQjRwwAA&url=http://www.bago.com.br/web/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=62&lng=br&ei=vVsAUsvXCY_W9QTb7YD4Cg&psig=AFQjCNEaZKsXG9cymmJd-L9AoWXMV14cFQ&ust=1375841597200340CORRELAÇÃO CLÍNICA DA CK • Enfermidades cardíacas - São comuns os aumentos da atividade da CK em situações que envolvem o coração, apesar de nem todos os aumentos indicarem o envolvimento miocárdico: – Infarto do miocárdio; – Condições e procedimentos cardíacos: angina pectoris, choque cardiogênico, cirurgia cardíaca incluindo transplante, taquicardia, cateterização cardíaca, arteriografia coronária, insuficiência cardíaca congestiva e angioplastia coronária percutânea transluminal; – Miocardite, promove aumentos marcantes da CK-2 (CK-MB). AMINOTRANSFERASES (TRANSAMINASES) • As enzimas aspartato aminotransferase, AST (transaminase glutâmica-oxalacética, GOT) e alanina aminotransferase, ALT (transaminase glutâmica-pinúvica, GPT) catalisam a transferência reversível dos grupos amino de um aminoácido para o α-cetoglutarato, formando cetoácido e ácido glutâmico. • As aminotransferases estão amplamente distribuídas nos tecidos humanos. As atividades mais elevadas de AST (GOT) encontram-se no miocárdio, fígado, músculo esquelético, com peque- nas quantidades nos rins, pâncreas, baço, cérebro, pulmões e eritrócitos. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&docid=6fFoyke_N4fwAM&tbnid=Rowwb2kSYXh_iM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.hepcentro.com.br/histologia.htm&ei=k111U_FvhsrzAYiNgIgK&bvm=bv.66917471,d.b2U&psig=AFQjCNHfr03BIaW2KaUMRj5B192778nwCw&ust=1400286991981281 AUMENTOS DAS AMINOTRANSFERASES • Desordens hepatocelulares. – Hepatite aguda. – Cirrose hepática. – Mononucleose infecciosa. – Colestase extra-hepática aguda. • Infarto do miocárdio. • Distrofia muscular progressiva e dermato- miosite. • Embolia pulmonar. • Pancreatite aguda. • Insuficiência cardíaca congestiva. Outras desordens. A AST (GOT) apresenta pequenos aumentos na gangrena, esmagamento muscular, enfermidade hemolíticas, distrofia muscular progressiva, dermatomiosite, colangite (inflamação dos ductos biliares) e infecção por parasitas.