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CONSTITUCIONAL (1)


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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA
ESCOLA DE DIREITO
Fabiano Gonçalves Duarte Ferreira - 11512830
Lucas Fernando Lopes Cunha - 11612032
Maíra Marcatti - 4047758
Narieli Keila Francisco - 11713754
Thiago Turibio de Brito - 11512385
SÚMULA VINCULANTE E REPERCUSSÃO GERAL
Belo Horizonte
2020
15
FABIANO GONÇALVES DUARTE FERREIRA
LUCAS FERNANDO LOPES CUNHA
MAÍRA MARCATTI
NARIELI KEILA FRANCISCO
THIAGO TURIBIO DE BRITO
SÚMULA VINCULANTE E REPERCUSSÃO GERAL
Trabalho apresentado a Faculdade de Direito do Centro Universitário Newton Paiva como requisito parcial da disciplina de Direito Constitucional II.
Prof.: Rafael Alves
Belo Horizonte
2020
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	3
2 CONCEITO DO TEMA: SÚMULA VINCULANTE	3
2.1 Abordagem doutrinária	4
2.2 Surgimento da Súmula Vinculante	4
2.3 Previsão legal	5
2.4 Funcionamento	5
2.5 Os legitimados:	6
2.6 Eficácia da súmula	7
2.6.1 Revogação ou modificação da lei que ensejou SV	7
2.6.2 Proposição de alguma transformação da SV, com algum processo em curso/não suspensão do processo	7
2.6.3 Outras providências tomadas pela Lei SV	8
3 SÚMULA VINCULANTE COMENTADA	9
3.1 Sumula Vinculante nº 57 do STF	9
4 CONCEITO DE REPERCUSSÃO GERAL	10
4.1 Abordagem doutrinária em face do tema:	10
4.2 Aplicação Prática da Repercussão Geral	11
4.3 Previsão Legal	12
5 CONCLUSÃO	13
REFERÊNCIAS	14
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo elencar de maneira sucinta a importância da Súmula Vinculante e do recurso de efeito com Repercussão Geral no ordenamento jurídico brasileiro. Apontaremos o conceito principal dos dois institutos, bem como a abordagem doutrinária em face dos temas.
Ainda no desenvolvimento dos temas, será apresentado uma breve perspectiva histórica e a análise de suas utilizações práticas, avaliando os efeitos produzidos em jugados abordados pelo grupo como pertinentes ao desenvolvimento do trabalho. 
2 CONCEITO DO TEMA: SÚMULA VINCULANTE
Denomina-se Súmula Vinculante, um conjunto de decisões de um Tribunal Superior, sendo que, estas decisões são relativas a casos que tratam de temas parecidos, e que por sua vez, são julgados de maneira semelhante. Assim, quando existem muitas decisões sobre casos em comum, passa a existir a súmula vinculante, que surge a partir de casos concretos. 
A Súmula Vinculante, tem a força semelhante a uma lei, e vínculo jurídico, o que quer dizer que a mesma vale como uma lei, e posteriormente determina que a decisão seja tomada daquela forma. 
A Súmula Vinculante ainda possui efeito “erga omnes”, o que significa que a decisão proferida deve alcançar todos os casos semelhantes. E possui como função principal, diminuir a insegurança jurídica, e garante também mais uniformidade nas interpretações, principalmente nas questões em que existe discordância, entre os órgãos da Administração Pública ou Poder Judiciário. Ainda sobre a Súmula Vinculante, pode-se dizer que a mesma, ajuda a diminuir as dúvidas, sobre qual interpretação da lei deverá ser adotada na prática dos julgamentos, e para ser adotada deverá ser aprovada por dois terços dos membros do Superior Tribunal de Justiça STJ).
Há também de considerar, que o Supremo Tribunal Federal (STF), é o responsável por votar e aprovar as Súmulas Vinculantes. O que acontece somente depois, que em vários processos, são tomadas decisões semelhantes, em casos onde se envolvam os mesmos direitos, e por conseguinte a mesma aplicação da lei. O cancelamento de uma súmula, bem como sua revisão, e edição, também é realizado pelo Supremo Tribunal Federal.
2.1 Abordagem doutrinária
As súmulas vinculantes surgem a partir da necessidade de reforço à ideia de uma única interpretação jurídica para o mesmo texto constitucional ou legal, de maneira a assegurar-se a segurança jurídica e o princípio da igualdade, pois os órgãos do Poder Judiciário não devem aplicar as leis e atos normativos aos casos concretos de forma a criar ou aumentar desigualdades arbitrárias, devendo, pois, utilizar-se de todos os mecanismos constitucionais no sentido de conceder às normas jurídicas uma interpretação única e igualitária. (MORAES, 2008, p. 566).
Cabe ainda ressaltar, que uma vez que o tema seja pacificado na súmula vinculante, nenhum juiz poderá decidir em outro sentido, uma vez que ela possui a mesma força de uma lei. O que parte-se de pressuposto, que as súmulas possuem um caráter anômalo no Ordenamento Jurídico Brasileiro. Isso ocorre, uma vez que o Direito Brasileiro, é proveniente de uma decisão romano-germânica, e estruturado conforme tendências positivistas. Assim, com a edição de súmulas vinculantes, o Judiciário deixa de ser apenas intérprete da lei para também produzir normatividade.
2.2 Surgimento da Súmula Vinculante
A Súmula Vinculante (SV), é datada desde de 2004, a partir da publicação da Emenda Constitucional nº 45, que ficou conhecida como a Reforma do Poder Judiciário. Consequentemente a emenda, acrescentou o artigo 103-A, ao texto da Constituição Federal (CF/88): 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (BRASIL, 1988).
Assim, o funcionamento da Súmula Vinculante, foi regulamentada pela Lei nº 11.417/06, e foi definido que somente podem pedir a edição, revisão ou cancelamento da Súmula Vinculante, os seguintes órgão ou pessoas, elencados abaixo: 
a) Presidente da República;
b) Mesa do Senado Federal;
c) Mesa da Câmara dos Deputados;
d) Procurador-Geral da República;
e) Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
f) Defensor Público-Geral da União;
g) Partidos políticos com representação no Congresso Nacional;
h) Confederações sindicais ou entidades de classe nacionais;
i) Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
j) Governador de Estado ou do Distrito Federal;
k) Tribunais Superiores, Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal, Tribunais Regionais Federais, Tribunais Regionais do Trabalho, Tribunais Regionais Eleitorais e Tribunais Militares.
2.3 Previsão legal
A Lei nº 11.417 de 19 de dezembro de 2006, disciplina a edição, revisão e o cancelamento de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências.
2.4 Funcionamento
O Supremo Tribunal Federal, poderá de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matérias constitucionais, editar enunciado de súmula, que a partir da sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante, bem como proceder a sua revisão ou cancelamento. Neste ponto, o Legislador se preocupou em restringir o objeto das súmulas vinculantes, afirmando no parágrafo primeiro do artigo 2º da Lei SV que: “§1 O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas [...]” (BRASIL, 2006).
Assim pode-se notar, que a súmula vinculante, não poderá versar sobre qualquer tema esporadicamente, ou seja, ela deverá conter esses elementos, para que assim tenha seu devido efeito. Observando o artigo segundo, parágrafo segundo da Lei SV, o procurador geral sempre se manifestará previamente a edição, revisão ou cancelamento, de determinado enunciado, exceto naquelas que ele a tiver formulado, isso é interessante, uma vez que permite que o Ministério Público (MP) dê seu parecer, não deixando apenas para os ministros, sendo que também acrescenta mais argumentos acerca de determinado tema. 
De acordo com o art. 2º §3 da supra mencionada Lei, para que seja editada, revisada, cancelada, uma súmula de efeito vinculante, será necessário a maioria qualificada dos membros do STF. “§3 A edição, a revisão e cancelamento de enunciado de súmula comefeito vinculante dependerão de decisão tomada por 2/3 (dois terços) dos membros do Supremo Tribunal Federal em sessão plenária.” (BRASIL, 2006).
Desse modo, pode-se notar, que para que ocorra uma transformação de efeito vinculante, terá que ser unânime. Sendo que após a sessão plenária, a qual foi feita a edição, revisão ou cancelamento da súmula vinculante, o STF fará publicar no prazo de 10 dias, em sessão especial do diário oficial, o enunciado artigo segundo, parágrafo quarto da Lei SV. Esse parágrafo, se preocupou em tornar público, os enunciados vinculantes, tornado dessa maneira, insustentável a tese de desconhecimento dos mesmos. Importante mencionar que: conforme artigo 10 da Lei SV: “Art. 10. O procedimento de edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula com efeito vinculante obedecerá, subsidiariamente, ao disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.”. (BRASIL, 2006).
2.5 Os legitimados:
De acordo com o art. 3°, da Lei SV: 
Art. 3º São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante: 
I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; 
III – a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV – o Procurador-Geral da República; 
V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VI - o Defensor Público-Geral da União; 
VII – partido político com representação no Congresso Nacional; 
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; 
IX – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares. (BRASIL, 2006).
Além dos referidos mencionados acima, poderão propor também o Município, só que de forma incidental ao curso do processo em que sela parte. (Artigo 3º § 1 da Lei SV). Também o Relator, dependendo do caso, poderá admitir, por decisão irrecorrível, a manifestação de terceiros na questão, nos termos do Regimento Interno do STF, é o que expressa o artigo 3º §2 da Lei SV.
 
2.6 Eficácia da súmula
A súmula terá eficácia imediata, ressalvados os casos em que o STF, por decisão de 2/3 de seus membros, restrinja os efeitos vinculantes, ou decida que só tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou interesse público, é o que menciona o artigo 4º da Lei SV. 
Art. 4o A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata, mas o Supremo Tribunal Federal, por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá restringir os efeitos vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse público. (BRASIL, 2006).
2.6.1 Revogação ou modificação da lei que ensejou SV
Conforme o Art. 5° da Lei SV, caso seja “Art. 5º Revogada ou modificada a lei em que se fundou a edição de enunciado de súmula vinculante, o Supremo Tribunal Federal, de ofício ou por provocação, procederá à sua revisão ou cancelamento, conforme o caso.” (BRASIL, 2006).
2.6.2 Proposição de alguma transformação da SV, com algum processo em curso/não suspensão do processo
O art. 6° da Lei SV não autoriza a suspensão desses processos: “Art. 6º A proposta de edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante não autoriza a suspensão dos processos em que se discuta a mesma questão.” (BRASIL, 2006). 
Já o artigo 7º da Lei SV, dispõe da decisão ou ato normativo que contraria enunciado de súmula vinculante, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação. Cabe aqui explicar que, caso, a reclamação seja contra ato ou omissão da administração pública, é feito uma ressalva, (art. 7º, § 1 da Lei SV). 
Ao passo que se o STJ julgar procedente a reclamação, os atos administrativos serão anulados, ou a decisão judicial impugnada será cassada, determinando assim, que outra decisão seja proferida, sem ou com aplicação da súmula. “Art. 7º [...] §2o Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso.” (BRASIL, 2006).
2.6.3 Outras providências tomadas pela Lei SV
As outras providências foram adequadas desta lei, com a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, no qual regula o processo administrativo no Âmbito da Administração Pública Federal. Conforme foi mencionado acima, contra omissão ou ato da administração pública, deverão ser esgotados todos os meios, para que se possa realizar a reclamação em face do STF. Ao passo que na Esfera Federal, esses procedimentos foram regulados, através da Lei nº 9.784/99.
3 SÚMULA VINCULANTE COMENTADA
3.1 Sumula Vinculante nº 57 do STF 
Foi aprovada no dia 15/04/2020, pelo Supremo Tribunal Federal, a Súmula Vinculante 57, fruto de proposta da então Súmula Vinculante nº 132, cujo teor é a imunidade tributária constante do Artigo 150, VI, da Constituição Federal de 1988, que se aplica a importação e comercialização, no mercado interno do livro eletrônico, e dos suportes usados para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos, ainda que possuam funcionalidades acessórias. O STF, já possuía tal entendimento a partir do julgamento do Recurso Extraordinário (RE) nº 330.817/RJ, relatoria de Ministro Dias Toffoli, com repercussão geral. 
Nas palavras do Ministro Dias Toffoli: “o corpo mecânico não é o essencial ou o condicionante para o gozo da imunidade.” (BRASIL. STF. RE nº 330.817/RJ. Relator: Ministro Dias Toffoli, 2017). O que pressupõe, que não importa se é o meio eletrônico, o e-book, ou o papel que contém as ideias que forma um livro para fazerem jus a imunidade tributária. Ou seja, aparelhos eletrônicos também fazem jus a imunidade tributária, como: e-readers e Kindle, desde de que sejam utilizados unicamente para a leitura de livros. Também, em relação quanto ao livro que estiver disposto em um CD ou DVD, mas com uma ressalva, que estes só serão contemplados pela imunidade tributária, caso o suporte seja utilizado exclusivamente para leitura de livro, igualmente os audiolivros. 
O tema foi abordado em “Diálogos sobre o Direito Tributário” onde o Supremo Tribunal Federal, já possuía tal entendimento, a partir do julgamento do RE nº 330.817/RJ, Relator Ministro Dias Toffolii, com Repercussão Geral.
4 CONCEITO DE REPERCUSSÃO GERAL
Criada pela Emenda Constitucional nº 45 de 2004 e regulamentado pela Lei nº 11.418 de 2006, Repercussão Geral visa o “desafogamento” da justiça, especificamente em decorrência dos processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal, funcionando na seguinte forma. Os casos são escolhidos por ter à reconhecida relevância Social, Política, Econômica ou Jurídica.
A proposição de Repercussão Geral é feita pelo Relator e é analisada pelo Plenário Virtual do STF. São necessários pelo menos 8(oito) votos discordantes para que a Repercussão Geral não seja admitida, nesses casos a matéria não será julgada pelo Supremo, e permanece a decisão final dada pelo tribunal. Caso for admitida a decisão definitiva sobre o processo com Repercussão Geral, ocorre em julgamento presencial.
Como consequência desse julgamento, a decisão do STF define quais os posicionamentos que os tribunais de instâncias inferiores devem adotar ao julgar causas idênticas as aquelas julgadas pelo supremo.
4.1 Abordagem doutrinária em face do tema:
A supramencionada emenda 45, incluiu no artigo 102 da CF/88 o § 3º, com o seguinte texto: 
§ 3º - No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (BRASIL, 1988).
O texto assegura as questões constitucionais como umdos requisitos de admissão, prevendo um quórum específico para sua recusa. Foi incluído ao Código de Processo Civil os artigos 543-A e 543-B através da promulgação da Lei nº 11.418/06. 
Abordagem doutrinária sobre repercussão geral carrega uma crítica quanto a pessoa do legislador que deixou a hermenêutica jurídica da referida Emenda para os intérpretes, alegando a necessidade de um posicionamento sólido para os operadores do direito, buscando mais clareza quanto ao conteúdo abordado. Muitos apoiam a ideia de que os efeitos do julgamento em face de recurso extraordinário: “[...] será dotada de repercussão geral quando os eventuais efeitos da decisão a ser prolatada pelo Tribunal tenham o condão de ultrapassar a esfera jurídica das partes litigantes para atingir a esfera de toda uma coletividade.” (GOMES JÚNIOR, 2008, p. 91).
Assim entendemos que as decisões proferidas não seriam reservadas somente as partes, passariam a ter sentido transcendente, alcançando toda a coletividade com o mesmo interesse não somente ações coletivas, incluindo também ações individuais com conteúdo de repercussão geral. Em contraposição surge o posicionamento que relativiza a transcendência, podendo essa ser qualitativa (quanto a questão debatida) e quantitativa (pessoas a serem alcançadas), bastando seus efeitos na esfera jurídica de delimitadas pessoas ou segmentos sociais, tornando seus efeitos locais. No tocante a relevância das questões a serem debatidas, estão descritas no parágrafo 1º artigo 543-A: § 1º - Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa. 
De forma semelhante fica estabelecido no Regimento Interno do STF em seu artigo 322: 
Art. 322. O Tribunal recusará recurso extraordinário cuja questão constitucional não oferecer repercussão geral, nos termos deste capítulo. (Redação dada pela Emenda Regimental n. 21, de 30 de abril de 2007)
Parágrafo único. Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões que, relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, ultrapassem os interesses subjetivos das partes. (BRASIL, 2020).
Assim, mantendo constância quando a relevância das questões, estabelecendo as matérias a serem debatidas pela repercussão geral, havendo a interpretação do tribunal para cada caso concreto.
4.2 Aplicação Prática da Repercussão Geral
A edição da Súmula Vinculante nº 13 que tornou o ato de nomear parente de até terceiro grau para cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, será considerado inconstitucional. Um exemplo julgado baseado nas teses de repercussão geral: 
“Leis que tratam dos casos de vedação a nepotismo não são de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo.” (BRASIL. STF. RE nº 570.392. Relator: Ministra Carmen Lúcia, 2015).
“A vedação ao nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática, dado que essa proibição decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da Constituição Federal.” (BRASIL. STF. RE 579.951, Relator: Ministro Ricardo Lewandowski, 2008).
Teses que vedaram a possibilidade de nepotismo no judiciário brasileiro e consequentemente os poderes executivos e legislativo. A repercussão geral engloba outras questões de suma importância para o direito como o encargo de capacidade emergencial e constitucionalidade pela Lei nº 10.438/2002; auxílio reclusão como benefício ao preso; e a criações de cargos públicos e de decretos distritais, entre outras benfeitorias a então estudada emenda vem cumprindo sua finalidade de determinar a competência no julgamento de recursos extraordinários contendo as devidas relevâncias e transcendências, visando unificar entendimentos doutrinários quanto a interpretação constitucional, aliviando a carga de inúmeros casos com a mesma questão.
4.3 Previsão Legal
	Como visto, a repercussão geral consiste em um requisito de admissibilidade dos recursos extraordinários perante o Supremo Tribunal Federal. Sua previsão legal foi incluído no ordenamento jurídico brasileiro pela Emenda Constitucional nº 45 de 2004, conhecida como a “Reforma do Judiciário”
5 CONCLUSÃO
Diante do exposto concluímos que súmula vinculante no ordenamento jurídico Brasileiro se denomina na compreensão, entendimento pacificado e majoritário de uniformização das jurisprudências da corte superior da justiça brasileira possuindo força normativa sobre os demais órgãos Poder Judiciário, alcançando toda a administração pública, direta e indireta no âmbito federal, estadual e do município.
É interessante atentarmos dependendo do volume de ações provocadas, podem receber os efeitos de uma repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal entenderá a necessidade de editar a súmula, para que evite a possibilidade de insegurança jurídica em decisões proferidas de forma contrária. Traduzindo em outras palavras, uma vez que o tema foi pacificado como súmula vinculante, em regra nenhum juiz poderá tomar decisão em outro sentido, evidente que exceções em caso concreto. Logo podendo dizer que ela tem força de uma lei.
Esse aspecto confere as súmulas vinculantes um “caráter fora da ordem” no ordenamento jurídico brasileiro. Proveniente de uma tradição romano-germânica de estruturado conforme tendências positivadas, a estrutura de modo normativa seria atribuição do poder legislativo. Todavia, com a edição das súmulas vinculantes, ao Poder Judiciário também passa a ter atribuição de crias em regras leis. O judiciário deixando de ser interprete da leis para produção normativa.
Em nosso olhar sobre a matéria descrita, conseguimos observar que a súmula vinculante viola “parcialmente” sua atribuição típica do judiciário de mero intérprete, confrontando diretamente com competência típica do Legislativo de criação das leis. Os defensores da súmula vinculante defendem a ideia que a criação da súmula referida, desafogaria o judiciário brasileiro, reduzindo as diversas pendências de processo do judiciário, inclusive a morosidade e a diminuição de custos para máquina Jurisdicional.
Acreditamos que temos relativamente ganhos por uma parte e por outras perdas, exemplificando, deixaria os juízes com uma uniformização das decisões, mantendo controle estatal jurídico, e por outro lado estaria entrando em concorrência com Poder legislativo.
Se a súmula vinculante mantivesse suas atribuições da maneira que foi criada, seria totalmente positiva em relação as suas contribuições sociais-jurídicas, podemos dizer que temos ganhos relativos. Ou seja, parciais com esse mecanismo.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicaocompilado.htm>. Acesso em: jun. 2020.
BRASIL. Constituição (1988). Emenda Constitucional nº 45, de 30 de dezembro de 2004. Altera dispositivos dos arts. 5º, 36, 52, 92, 93, 95, 98, 99, 102, 103, 104, 105, 107, 109, 111, 112, 114, 115, 125, 126, 127, 128, 129, 134 e 168 da Constituição Federal, e acrescenta os arts. 103-A, 103B, 111-A e 130-A, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 31 dez. 2004. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ emendas/emc/emc45.htm>. Acesso em: jun. 2020.
BRASIL. Lei nº 11.417, de 19 de dezembro de 2006. Regulamenta o art. 103-A da Constituição Federal e altera a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 20 dez. 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11417. htm>. Acesso em: jun. 2020.
BRASIL. Lei nº 11.418, de 19 de dezembro de 2006.Acrescenta à Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, dispositivos que regulamentam o § 3º do art. 102 da Constituição Federal. Diário Oficial da União, Brasília, 20 dez. 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11418.htmtm>. Acesso em: jun. 2020.
BRASIL. Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. Diário Oficial da União, Brasília, 1 fev. 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm>. Acesso em: jun. 2020.
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BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário nº 570.392. Relator: Ministra Carmen Lúcia, julgamento 11/12/2014. Diário de Justiça Eletrônico, Brasília, 19 fev. 2015. Disponível em: <http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID= 7797457>. Acesso em: jun. 2020.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário nº 579.951. Relator: Ministro Ricardo Lewandowski, julgamento 20/08/2008. Diário de Justiça Eletrônico, Brasília, 24 out. 2008. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/ RE579951.pdf >. Acesso em: jun. 2020.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Regimento interno: atualizado até a Emenda Regimental n. 53/2020. Brasília: STF, 2020. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/ cms/legislacaoRegimentoInterno/anexo/RISTF.pdf>. Acesso em: jun. 2020.
GOMES JÚNIOR, Luiz Manoel. A arguição de relevância: a repercussão geral das questões constitucional e federal. Rio de Janeiro: Forense, 2008. 
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MORAES, Alexandre. Direito constitucional. 23 ed. São Paulo: Atlas 2008.
SILVA, José Afonso. Direito constitucional. 5. ed. São Paulo: Malheiros 2016.
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