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Casos latinos - abordagem calendário alternativo

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CASOS E DECLINAÇÕES LATINAS: UMA ABORDAGEM PARA INICIANTES
Se confrontarmos frases latinas com as suas correspondentes na língua portuguesa, notamos:
1) que existe grande semelhança entre os vocábulos de uma e de outra língua (raízes e temas):
Ad gloriam Dei – Para a glória de Deus.
Humillimus – Humílimo.
Finis coronat opus – O fim coroa o trabalho.
Errare humanum est – Errar é humano.
Qui bene amat, bene castigat – Quem bem ama, bem castiga.
Alter ego - Um outro eu.
2) que há semelhanças nas desinências flexionais de gênero, de número, de tempo, de pessoa:
Aquila non capit muscas – A águia não caça moscas.
Extra muros – Fora dos muros
Quod scripsi, scripsi – O que escrevi, escrevi (está escrito)
Bonos laudamus – Louvamos os bons.
Fortes fuistis - Fostes corajosos.
Mare non timuisti – Não temeste o mar.
Donec eris felix, multos numerabis amicos. – Enquanto fores feliz, contarás muitos amigos.
3) que há diferença entre a flexão casual latina e a regência prepositiva portuguesa:
Sic transit gloria mundi. – Assim passa a glória do mundo.
Mater Dei est mater mea. – A mãe de Deus é minha mãe.
Salus populi suprema lex esto - A salvação do povo seja a lei suprema.
Deo ignoto - Ao Deus desconhecido.
Urbem carmine laudare – Celebrar a cidade num poema.
Pois, enquanto na língua portuguesa, nos servimos de duas palavras para exprimir a função de um determinado vocábulo (do mundo; de Deus: do povo; ao Deus; num poema), na língua latina, devido ao emprego de desinências, pode exprimir-se isso mesmo com uma só palavra (mundi; Dei; populi; Deo; carmine);
4) que em latim não há o determinante artigo, o que também diferencia as duas línguas, pois às expressões portuguesas a glória, a mãe, o deus ou um deus correspondem os vocábulos latinos gloria, mater, deus;
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5) que se nota diferença entre a conjugação sintética latina e a correspondente portuguesa, que é analítica:
Quia nominor leo – Porque me chamo leão.
Urbs periculo liberatur – A cidade é libertada do perigo.
Orator audietur - O orador será ouvido.
Si tacuisses, non ridissem. – Se tivesses calado, eu não teria rido.
6) que há ainda diferença entre a ordem das palavras na frase latina e a ordem direta portuguesa. A frase “Rômulo fundou Roma” pode apresentar-se assim:
	Romam condidit Romulus
	Romulus Romam condidit
	Condidit Romulus Romam
	Romam Romulus condidit
	Romulus condidit Romam
	Condidit Romam Romulus
O que nos leva a concluir:
a) que a função da palavra não depende do lugar que ocupa na oração;
b) que no latim há muito maior liberdade na colocação das palavras.
Tendo dito isso, podemos esclarecer mais!
O SISTEMA DE CASOS EM LATIM
Para expressar as funções sintáticas (sujeito, complemento, predicativo etc) que os nomes desempenham na frase, o português, língua analítica, vale-se da ordem de entrada das palavras e de preposições, razão pela qual os nomes apresentam, em sua parte final, apenas flexões de gênero e de número: belo/ bela, belos/belas. Para exprimir essas mesmas funções sintáticas, o latim, por ser língua sintética (como o grego, o alemão e muitas outras), vale-se de um sistema de flexões desses mesmos nomes (tanto os próprios quanto os comuns), dos pronomes e dos adjetivos, que se denomina sistema de casos. Assim, mediante uma série de morfemas desinenciais de caso, um mesmo nome pode assumir diferentes formas, de acordo com a função sintática e do número que ele representa na frase. Em outras palavras, como os verbos, para exprimirem as categorias de pessoa, número, tempo e modo, se conjugam, assim os nomes, para exprimirem qual é a função sintática que exercem na frase, se declinam. Declinar um nome é flexioná-lo, citando a forma que ele assume em cada um dos casos, ou seja, em cada uma das funções sintáticas que ele exerce. A propósito, é importante mencionar as classes de nomes flexionáveis em Latim. São elas:
· substantivos
· adjetivos
· pronomes
· alguns numerais
A palavra “caso” tem ligação com o verbo cado (cair), cujo particípio passado era casus, ou seja, os antigos imaginavam o sujeito como uma linha reta, vertical, sobre a qual “caíam”, obliquamente, as demais funções (objetos, complementos circunstanciais etc). Segundo essa definição, o sujeito é o norteador da frase e as demais funções sintáticas são direcionadas a ele. Caso, então, é a marcação morfológica para identificar a função sintática de um termo. Tratemos, então, dos 6 casos latinos:
O caso nominativo
O caso nominativo (nominativus casus: de nomear) é o caso do sujeito e do predicativo do sujeito. É também o caso que indica o nome da palavra e no qual ela está enunciada no dicionário. Responde à pergunta: quem ou o quê?
Ex. Puella pulchra est. (A menina é bonita).
O caso acusativo
O caso acusativo (accusativus casus) indica a pessoa ou coisa afetada pela ação verbal, ou seja, delimita a extensão da ação. É o caso, principalmente, do objeto direto. Responde à pergunta: quem ou o quê?
Ex. Heri vidimus puellam. (Ontem nós vimos a menina).
Além de exercer a função de objeto direto, o acusativo pode ser preposicionado passando a desempenhar outra função, a de adjunto adverbial. Esse acusativo é chamado por alguns autores de “acusativo adverbial”.
Ex. Mater natat ad puellam. (A mãe nada até a menina).
O caso genitivo
O caso genitivo (genitivus casus) remete a gerar, ou seja, é o caso gerador (de genitor, pai, genitor, criador) da declinação. O genitivo também remete à ideia de pertencimento, de posse, por isso exerce a função sintática de adjunto adnominal restritivo. Responde à pergunta: de quem? De quê?
Ex. Vita puellae beata est. (A vida da menina é feliz).
Em Latim, os nomes (citados acima) costumam ser divididos em cinco grupos, chamados declinações. Para reconhecermos a declinação a que pertence um vocábulo, usamos o caso genitivo. A partir de agora, ao procurar no dicionário ou no vocabulário uma palavra qualquer, verifique que ela está no nominativo e no genitivo singular, separados por vírgula.
Ex. puellA, puellAE ou puellA,AE
(puella é nominativo e puellae é genitivo: sendo assim, como o genitivo - que aparece após a vírgula - é –ae, é possível afirmar, com certeza, que a palavra pertence à 1ª. declinação).
O caso dativo
O caso dativo (dativus casus) tem relação com o verbo do (dar, conceder, fornecer). É o caso, principalmente, do objeto indireto (pessoa ou coisa a quem algo é destinado). Responde à pergunta: a quem?
Ex. Mater fabulam narrat puellae. (A mãe conta uma história à menina).
O caso ablativo
O caso ablativo (ablativus casus) remete a ablatus – particípio passado do verbo aufero –tirar, retirar). Por isso, diz-se, inicialmente, que é o caso do ponto de partida (por exemplo,“ Ele tirou a menina da água”). Exerce a função, precipuamente, de adjunto adverbial, regido ou não por preposição, em Latim. Responde às perguntas: com quem? Por onde? Como? De onde? Onde? Quando?
Ex. Mater ambulat cum puella. (A mãe passeia com a menina)
O caso vocativo
O caso vocativo (vocativus casus) é o caso da invocação ou do chamamento. Corresponde ao vocativo em português. É igual ao nominativo em todas as declinações, exceto nas palavras terminadas em –us, da 2ª. declinação, que fazem o vocativo com –e.
Ex. Puella, ubi es? (Menina, onde estás?)
Resumindo:
1. Desinência: é a parte final, mutável das palavras conforme gênero (masculino, feminino ou neutro), número (singular ou plural) e caso (nominativo, vocativo, acusativo, genitivo, dativo ou ablativo).
2. Caso: é a forma que a palavra apresenta, com sua desinência apropriada, para indicar a função sintática que exerce na oração.
3. Declinação: é o conjunto de casos que uma palavra pode apresentar. De acordo com o tema que as palavras apresentem, estas se agrupam formando as declinações, que no latim são cinco (1ª, 2ª, 3ª, 4ª ou 5ª declinação). Cada declinação tem suas próprias desinências, que não são sempre diferentes, de caso para caso (observe sua tabela). Há alguns que apresentam, por razões de ordem fonéticaou por convergência de formas, desinências iguais, conforme se pode observar nos exemplos acima, com a palavra puella.
Algumas classes de palavras não são flexionáveis em Latim. São elas:
· interjeições
· advérbios
· partículas: conjunções e preposições.
Essas são as informações gerais sobre o sistema de casos latino. 
Referências: material para a disciplina de Latim I (Cursos de Letras – UFPel), ministrada pela Profa. Paula Branco de Araujo Brauner

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