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Parvovirose Prof. Dr. Miguel Angelo da Silva Medeiros Faculdade de Veterinária – Universidade Castelo Branco Etiologia • Doença infecto-contagiosa • Reconhecida inicialmente 1978 • Família: Parvoviridae • Sub-família: Parvovirinae • Gênero: Parvivírus • CPV 1 e CPV 2 (2a, 2b, 2c) • Vírus não envelopado • DNA pequeno (18 – 26 nm) • DNA fita simples CPV tipo 1 ↓ Parvovírus diminuto dos cães (sem importância clínica definida nas gastrenterites) CPV -2 ↓ CPV2a / CPV2b /CPV2c ↓ CPV2b ↓ Parvovirose canina Infecção aguda ↓ Diarréia ↓ Vômito ↓ Anorexia e febre ● Resistência alta (estáveis no meio ambiente → ficam em fômites por mais de 5 meses) – Sobrevivência meses – Eliminação viral • inicio 3 a 4 dia PI • Inativação: ↑ 56°C durante 60 min. • Agentes desinfetantes efetivos: – Hipoclorito de sódio 5 % – Formalina a 1% • Cães infectados com parvovírus excretam o microorganismo em sua forma infecciosa nas fezes por até 20 dias após o início da doença, e a transmissão pode ocorrer por meio de água e alimentos contaminados com as fezes. Epidemiologia Animais susceptíveis (CPV2) A semelhança entre o CPV2 e a estirpe vacinal de FPV contribuiu para a controvérsia acerca da origem do CPV2. Sugeriu-se na altura que a origem do CPV poderia estar relacionada com a própria estirpe vacinal do FPV, em vez do seu aparecimento a partir de um mutante do FPV. Só entre 1995 e 1998 foi provada que a origem do CPV2 não está relacionada, nem com uma variante direta do FPV, nem com estirpe vacinal de FPV (Truyen et al., 1998a; Carmichael, 2005). Estudos filogenéticos sugerem que o Fatores predisponentes • Idade (filhotes) • Estresse (densidade e falhas na higiene) • Estresse intestinal • Fatores genéticos – Rottweiller, Dobermann, Pinschers, Labrador Retriever, Pastor Alemão e Spriger Spaniel • Infecções simultâneas – Presença de outros patógenos entéricos • Coronavírus canino, Salmonella, Campylobacter, Clostridium helmintos intestinais e protozoários. Rottweiler / Doberman Pinscher / Labrador Retriever / Springer Spaniel / Pit Bull Terrier / Yorshire Terrier. Raças que aparentemente se encontram em menor risco são o Cocker Spaniel e o Toy Poodle (Glickman et al., 1985; Smith-Carr et al., 1997). Susceptibilidade Rottweilers ↓ Imunodeficiência hereditária ↓ Alta prevalência ↓ doença de von Willebrand´s Explicação plausível para a predisposição a infecção mais grave por parte dos Dobermans Pinscher (Prittie, 2004). • Relatos de surtos de gastroenterites grave com mortalidade por infecções pelo CPV-2c em cães adultos (com mias de 6 meses de idade). Patogenia • Dissemina-se rapidamente de um cão para outro via exposição a fezes contaminadas. • A replicação do vírus inicia-se no tecido linfoide da orofaringe, em linfonodos mesentéricos e no timo, disseminando-se para as criptas intestinais do intestino delgado por meio de viremia. Observa-se viremia plasmática acentuada 1 a 5 dias após a aquisição da infecção. Patogenia Infecção por via oral (filhotes) Timo, tonsilas, faringe, amídalas, linfonodos regionais, Viremia Tecido linfóide, m.o → Imunodeficiência, linfopenia ● Epitélio intestinal → Enterite (necrose da crípta intestinal) Pulmões, fígado, rins (mínimas patologia) A morte ocorre por desidratação, desequilíbrios eletrolíticos, choque endotóxico ou septicemia relacionada com a destruição da mucosa intestinal e com a leucopenia. Infecção grave ↓ Resposta inflamatória sistémica (SIRS) ↓ Síndrome de stress respiratório agudo (ARDS) ↓ Secundários a translocação bacteriana intestinal agentes microbianos ↓ Escherichia coli, Salmonella spp., Clostridium spp. Campillobacter spp. Animais (forma subclínica)↓ Disseminação da doença ↓ Excretam quantidades substanciais de vírus e podem ser importantes fontes de contágio ↓ Outros importantes reservatórios da doença cães vadios, os canídeos selvagens ↓ e os gatos ↓ Também são suscetíveis à infecção subclínica, ou podem apresentar sintomatologia muito ligeira • Forma Miocárdica – Parvovírus canino tipo 1 – Quase extinto – Animais de 4 – 8 semanas de idade – Depressão – Miocardite com morte súbita • A forma miocárdica da doença é atualmente bastante rara, acontecendo em cachorros descendentes de cadelas não imunizadas e que são infectados in utero, ou nas primeiras semanas de vida (Meunier et al., 1984). Este tipo de infecção é muito esporádico, dado que a maior parte das cadelas se encontra imunizada, passando essa imunidade para o cachorro de forma passiva (Meunier et al., 1984). • Forma Entérica - Parvovírus Canino Tipo 2 e 2b. – Síndrome gastroentérica – Raramente miocárdica - estirpes – Animais com mais de 8 semanas – Ac maternos – Anorexia – Depressão/ letargia – Diarréia sanguinolenta com odor fédido, desidratação ● morte Sinais clínicos • Sinais clínicos - Quadros Graves – Emese, Diarréia Hemorrágica, Letargia, – Depressão, Anorexia e Febre • Transmissão – Fecal – Oral – PI: 3 – 7 dias Achados clínicos • Enterite pelo CPV pode progredir rapidamente pelas cepas mais novas (a, b, c) do CPV-2. • Doença neurológica – Pode causar doença primária – Mas é mais provável por hemorragia no SNC (Coagulação intravascular disseminada) – Hipoglicemia durante o processo mórbido • Trombose (hipercoagulabilidade) – Trombose ou flebite com cateteres ou trombos viscerais • Bacteriúria O mais correto seria defini-la como uma doença sistêmica, pois as suas lesões e consequências não se manifestam só a nível do sistema gastrointestinal (Meunier et al., 1985a; Macartney et al., 1984b). A ocorrência de vasculite, artrite, septicemia e miocardite estão descritas como associadas a esta doença (Macartney et al., 1984b; Johnson e Castro, 1984; McCaw e Hoskins, 2006). Lesões macroscópicas • Lesões macroscópicas – Enterite hemorrágica – Intestino espessado ou inelástico – Serosa – aparência granular – Aumento linfonodos mesentéricos Diagnóstico Diagnóstico Clínico • Sinais clínicos (vômito e diarréia) + anamnese (filhote não vacinado) – provas complementares – hemograma – Linfopenia – Neutropenia (Clássico - Leucopenia com Linfopenia mais exacerbada do que a neutropenia) - Hipoalbuminemia Diagnóstico Laboratorial – Ensaios imunoenzimáticos (ELISA) > 109 partículas virais/g fezes – fase aguda – Sorologia ( IgM/IgG específicos) – Demonstração do vírus por ME – Reações de IF – PCR – Necropsia • ELISA - > sensibilidade e específicidade para parvovirose canina • O teste mais viável para o clínico particular é o teste ELISA por ser rápido e eficiente de custo acessível, já estando comercialmente disponível no Brasil. Somente a detecção do vírus nas fezes a demonstração de anticorpos IgM no soro confirmam positivamente a infecção aguda. • Cães infectados desenvolvem altos títulos de anticorpos de longa duração • Anticorpos séricos contra o parvovírus canino Tipo 2 podem persistir por 24 meses Tratamento • Fluidoterapia • Antieméticos • Antibioticoterapia de amplo espectro • Análgésicos • Vitaminas • OBS: Hipoglicemia e hipopotassemia são comuns e devem ser corrigidos com os devidos acréscimos aos líquidos IV Controle e profilaxia • O parvovírus caninos Tipo 2, é muito resistente a fatores ambientais e pode persistir em condições adversas por longos períodos. • Desinfecção imediata de locais onde animais infectados estão sendo mantidos e vacinação de filhotes antes de serem introduzidos nesses locais são etapas importantes na prevenção desta doença. • Na imunização contra CPV, a causa mais importante de “falha vacinal” em cachorros está associada à supressão da resposta imune induzida pelos anticorpos maternos. Para ultrapassar este problema, desenvolveram-se estratégias de imunização que assentam em múltiplosreforços vacinais. • Muitas vacinas atuais contém altos títulos de anticorpos capazes de neutralizar os anticorpos maternos e induzir a imunidade antes que a proteção materna seja perdida. Controle e profilaxia • Vacinação: 8, 12 e 16 semanas • Vírus modificado ou inativado • Revacinação: anual • Desinfecção do ambiente após surtos / isolamento do animal doente • 30 dias para introdução de outro cão Controle e profilaxia • A imunidade após o uso de vacinas vivas modificadas dura de 1 a 3 anos • Revacinação anual recomendada, embora se reconheça que nem todos os cães necessitam de revacinação anual. • A dosagem dos níveis de anticorpos séricos pode ser utilizada para determinar quando a revacinação é necessária. • Títulos maiores ou iguais a 1:80 são considerados protetores. Coronavirose Prof. Dr. Miguel Angelo da Silva Medeiros Faculdade de Veterinária – Universidade Castelo Branco Etiologia • Doença infecto-contagiosa • Família: Coronaviridae • Ordem: Nidovirales • Gênero: Coronavírus • Vírus RNA, envelopado • Inativado pela maioria dos desinfetantes comerciais Epidemiologia • Hospedeiro: Canidae • Altamente contagioso • Neonatos mais gravemente afetados • Eliminação nas fezes por semanas ou meses • Transmissão fecal-oral • Felinos – FCoV = enterite ou PIF Patogenia ● PI = 1 a 4 dias Ingestão Células das vilosidades intestinais e linfonodos Destruição da borda em escova e hiperplasia da cripta Vilosidades sofrem atrofia e infiltrado de mononucleares Sinais Clínicos • Diarréia súbita, alaranjada, fétida, raramente com sangue, geralmente muito líquida • Presença de vômito ou não • Inapetência, letargia, desidratação • Presença de febre ou não • Recuperação espontânea em 8 a 10 dias ou complicações com bactérias, parasitas, vírus O CCoV é considerado um agente pouco Diagnóstico • Clínico: difícil diferenciar • Exame direto: Microscopia eletrônica (fezes frescas) • Isolamento viral: difícil (cultura de células) • PCR: sensível (fezes) • ELISA: Anticorpos (doença ou exposição) Tratamento • Fluidoterapia • Antiemético • Antibioticoterapia de amplo espectro • Analgésicos • Vitaminas • Reposição de eletrólitos em filhotes Controle e Profilaxia • Vacinação • Revacinação: anual • Desinfecção do ambienete • Isolamento do animal doente
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