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CÁLCULO I 2023 - 1º Semestre Lista de Exercícios 16 Questão 1. Uma barra de 4 m de distância do extremo A ao extremo B, tem a densidade linear ρ = 3 √ (d+ 1)2 kg/m em um ponto qualquer da barra que varia diretamente com a distância ao extremo B, ou seja, d é a distância entre um ponto genérico da barra ao extremo B. Calcule a massa e o centro de massa dessa barra. Solução: Colocando o extremo A na origem (x = 0) e o extremo B em x = 4, a distância d poderá ser expressa como d = 4− x, pois em x = 0 a distância é igual a quatro metros e em x = 4 a distância é igual a zero metros. Então, para obter a massa dessa barra, basta integrar a densidade linear de massa ρ(x) = 3 √ ((4− x) + 1)2 de 0 até 4 em relação a x. ∫ 4 0 ρ(x)dx = ∫ 4 0 3 √ (5− x)2dx . Tomando: u = 5 − x, du = −dx e quando x = 0 o u = 5 e quando x = 4 o u = 1, então ∫ 4 0 3 √ (5− x)2dx = − ∫ 1 5 3 √ u2du = − ∫ 1 5 u 2 3du = [ − u 5 3 5 3 ]1 5 = [ − 3 3 √ u5 5 ]1 5 = −3 5 + 3 3 √ 55 5 = 15 3 √ 25− 3 5 = 8, 172053215 kg. Para determinar o centro de massa, basta calcular xM da seguinte forma: xM = ∫ 4 0 xρ(x)dx∫ 4 0 ρ(x)dx 1 Universidade Federal do Pará Cálculo I Lista de Exercícios 16 Para resolver ∫ 4 0 x 3 √ (5− x)2dx, devemos utilizar a substituição: u = 5 − x, du = −dx, x = 5− u, e quando x = 0 o u = 5 e quando x = 4 o u = 1, então∫ 4 0 x 3 √ (5− x)2dx = − ∫ 1 5 (5− u) 3 √ u2du = − ∫ 1 5 (5− u)u 2 3du = − ∫ 1 5 (5u 2 3 − u 5 3 )du = − [ 5 u 5 3 5 3 − u 8 3 8 3 ]1 5 = − [ 3 3 √ u5 − 3 3 √ u8 8 ]1 5 = − ( 3− 3 8 − ( 15 3 √ 25− 75 3 √ 25 8 )) = −3 + 3 8 + 15 3 √ 25− 75 3 √ 25 8 = 13, 82259978 mkg. Portanto o centro de massa da barra será xM = 13, 82259978 8, 17205315 = 1, 691447611 m. Questão 2. Um tanque cilíndrico está cheio até metade com gasolina cuja densidade é 721 kg/m3. Se o eixo é horizontal e o diâmetro é de 6 m, ache a força decorrente da pressão do líquido sobre um extremo. Considere a gravidade: 10 m/s2 Solução: O sistema de coordenadas foi escolhido de tal forma que origem esteja no centro do círculo. Uma equação do círculo é x2 + y2 = 4. Resolvendo em x, obtemos x = ± √ 4− y2, em que a parte positiva representa a parte à direita do eixo y e que a parte negativa representa a parte à esquerda do eixo y, fechando assim o círculo do tanque. Sabendo que a força do fluido sobre a superfície na profundidade h(y) com extensão ω(y) no ponto y é dada por F = ∫ ρg · h(y) · ω(y)dy . A profundidade pode ser escrita como h(y) = y, com y variando de 0 até 2. Enquanto que a região horizontal pode ser escrita como ω(y) = √ 4− y2−(− √ 4− y2), também com y variando de 0 até 2. Assim F = ∫ 2 0 ρg · y · [√ 4− y2 − (− √ 4− y2) ] dy F = ∫ 2 0 ρg · y · 2 √ 4− y2dy . 2 Cálculo I Lista de Exercícios 16 Como ρg = 7210, temos F = ∫ 2 0 2ρgy √ 4− y2dy = ∫ 2 0 2 · 7210 · y √ 4− y2dy = 7210 ∫ 2 0 2y √ 4− y2dy . Tomando u = 4 − y2, du = −2ydy, quando y = 2 o u = 0, quando y = 0 o u = 4, então F = −7210 ∫ 0 4 √ udu = −7210 [ u 3 2 3 2 ]0 4 = −7210 [ 2 √ u3 3 ]0 4 = −7210 ( − 2 √ 43 3 ) = 7210 · 16 3 = 115360 3 N. Questão 3. Uma partícula se moveu ao longo de uma curva definida pela função y = √ 1− x2, onde x representa a posição horizontal da partícula e y representa a posição vertical. Calcule o comprimento de arco da curva no intervalo x ∈ [−1, 1]. Solução: Para calcular o comprimento de arco da curva y de a até b, vamos usar a fórmula dada pela seguinte integral: L = ∫ b a √ 1 + ( dy dx )2 dx. Como dy dx = d dx (√ 1− x2 ) = −x√ 1− x2 então o comprimento da curva y de x = −1 até x = 1 será L = ∫ 1 −1 √ 1 + ( −x√ 1− x2 )2 dx = ∫ 1 −1 √ 1 + x2 1− x2 dx = ∫ 1 −1 √ 1− x2 + x2 1− x2 dx = ∫ 1 −1 √ 1 1− x2 dx. 3 Cálculo I Lista de Exercícios 16 Podemos utilizar uma substituição trigonométrica x = sen(θ), assim dx = cos(θ)dθ com θ ∈ [ −π 2 , π 2 ] . L = ∫ π 2 −π 2 √ 1 1− sen2(θ) · cos(θ)dθ = ∫ π 2 −π 2 1 cos(θ) · cos(θ)dθ = ∫ π 2 −π 2 dθ = [ θ ]π 2 −π 2 = π u.c. Questão 4. Considerando a função f(x) = ex e g(x) = √ x. a) Ache o volume do sólido gerado pela rotação, em torno do eixo y, da região limitada pelo gráfico de f , pelo eixo x e pela reta x = 1. b) Ache a área da superfície gerada pela rotação de g em torno do eixo x de 0 ≤ x ≤ 1. Solução: a) O volume de um sólido obtido pela rotação em torno do eixo y da região sob a curva y = f(x) de a até b é V = ∫ b a 2πxf(x)dx . Utilizando essa fórmula do volume por cascas cilíndricas acima e em seguida usando a técnica de integração por partes: ∫ udv = uv− ∫ vdu, em que u = x, du = dx, dv = exdx e v = ex, temos que∫ 1 0 2πxf(x)dx = ∫ 1 0 2πxexdx = 2π ([ xex ]1 0 − ∫ 1 0 exdx ) = 2π ( e1 − 0− [ ex ]1 0 ) = 2π ( e1 − e1 + 1 ) = 2π u.v. b) Para determinar a área da superfície de revolução de g usaremos a seguinte fórmula: S = ∫ 2πf(x) √ 1 + (f ′(x))2dx . 4 Cálculo I Lista de Exercícios 16 Sendo f(x) = √ x e f ′(x) = 1 2 √ x , temos que S = 2π ∫ 1 0 √ x · √ 1 + ( 1 2 √ x )2 dx = 2π ∫ 1 0 √ x · √ 4x+ 1 4x dx = �2π ∫ 1 0 � � √ x �2 · √ 4x+ 1 � � √ x dx = π ∫ 1 0 √ 4x+ 1dx . Tomando u = 4x + 1, du = 4dx, quando x = 1 o u = 5, quando x = 0 o u = 1, então S = π 4 ∫ 5 1 √ udu = π 4 [ u 3 2 3 2 ]5 1 = π 4 ( 2 √ 53 3 − 2 3 ) = π(5 √ 5− 1) 6 u.a. Questão 5. Uma mola tem um comprimento natural de 8 m. Se uma força de 20 N estica a mola em 0, 5 m a mais, ache o trabalho realizado ao esticar a mola de 8 para 11 m. Solução: Colocando a mola ao longo do eixo x, com a origem no ponto onde começa o estiramento. Se f(x) é a força que age sobre a mola para esticá-la x cm além do seu comprimento natural. Então, pela Lei de Hooke f(x) = kx → k = F x = 20 1 2 = 40 N/m . Logo, f(x) = 40x . Como a mola está sendo esticada de 8 m para 11 m, o trabalho pode ser calculado como a integral da força f(x) sobre o deslocamento x, de 0 até 3, isto é∫ 3 0 f(x)dx = ∫ 3 0 40xdx = [ 20x2 ]3 0 = 20 ( 32 − 02 ) = 180 J. 5 Cálculo I Lista de Exercícios 16 Questão extra 1: Calcule as integrais impróprias: a) lim b→+∞ ∫ b 0 cos(ax)e−kxdx b) lim b→+∞ ∫ b 0 xe−kxdx Solução: a) Primeiramente, resolvendo a integral ∫ b 0 cos(x)e−kxdx, utilizando a técnica de integração por partes: ∫ udv = uv − ∫ vdu, tomando u = cos(ax), du = −a sen(ax)dx, dv = e−kxdx e v = −e −kx k , temos que ∫ b 0 cos(ax)e−kxdx = [ − cos(ax)e −kx k ]b 0 − ∫ b 0 −a sen(ax) ( − e −kx k ) dx∫ b 0 cos(ax)e−kxdx = −cos(ab)e −kb k + 1 k − ∫ b 0 a sen(ax) e−kx k dx . Na integral: ∫ b 0 a sen(ax) e−kx k dx, utilizando a técnica de integração por partes: ∫ u1dv1 = u1v1 − ∫ v1du1, tomando u1 = a sen(ax), du1 = a2 cos(ax)dx, dv1 = e−kx k dx e v1 = −e−kx k2 , tem-se∫ b 0 cos(ax)e−kxdx = −cos(ab)e −kb k + 1 k + − ([ a sen(ax) ( − e −kx k2 )]b 0 + 1− ∫ b 0 a2 cos(ax) ( − e −kx k2 ) dx ) ∫ b 0 cos(ax)e−kxdx = −cos(ab)e −kb k + 1 k + − ( − a sen(ab)e −kb k2 + 0 + ∫ b 0 a2 cos(ax) e−kx k2 dx ) ∫ b 0 cos(ax)e−kxdx = 1 k + e−kb ( a sen(ab) k2 − cos(ab) k ) − a 2 k2 ∫ b 0 cos(ax)e−kxdx( 1 + a2 k2 )∫ b 0 cos(ax)e−kxdx = k + e−kb(a sen(ab)− k cos(ab)) k2∫ b 0 cos(ax)e−kxdx = k + e−kb(a sen(ab)− k cos(ab))( 1 + a2 k2 ) k2∫ b 0 cos(ax)e−kxdx = k + e−kb(a sen(ab)− k cos(ab)) k2 + a2 . Agora aplicando o limite de ambos os lados lim b→+∞ ∫ b 0 cos(x)e−kxdx = lim b→+∞ ( k +�� �* 0 e−kb(sen(ab)− k cos(ab)) k2 + a2 ) = k a2 + k2 . 6 Cálculo I Lista de Exercícios 16 b) Primeiramente, resolvendo a integral ∫ b 0 xe−kxdx, utilizando a técnica de inte- gração por partes: ∫ udv = uv− ∫ vdu, tomando u = x, du = dx, dv = e−kxdx e v = −e−kx k , temos que∫ b 0 xe−kxdx = [ − xe −kx k ]b 0 − ∫ b 0 −e −kx k dx = [ − xe −kx k ]b 0 + ∫ b 0 e−kx k dx = −be −bk k − [ e−kx k2 ]b 0 = −be −bk k − e −bx k2 + 1 k2 . Aplicando o limite, tem-se lim b→+∞ ∫ b 0 xe−kxdx = lim b→+∞ ( − be −bk k − e −bx k2 +1 k2 ) = − lim b→+∞ ( b e−bk k ) − lim b→+∞ ( � � ��7 0 e−bx k2 ) + lim b→+∞ ( � � ��� 1 k2 1 k2 ) . Aplicando L’Hôpital em lim b→+∞ ( be−kb k ) = lim b→+∞ ( b kebk ) = lim b→+∞ � � � � �> 0( 1 k2ebk ) = 0 . Portanto, lim b→+∞ ∫ b 0 xe−kxdx = −0− 0 + 1 k2 = 1 k2 . Questão extra 2: A potência elétrica dissipada em um resistor pode ser calculada por meio do produto da resistência R e do quadrado da corrente i, isto é, P = Ri2 em que a corrente pode ser obtida mediante a divisão entre a tensão elétrica do resistor V e a resistência R. a) Calcule a energia dissipada no resistor de 0 até 10 segundos se R = 1Ω e V = sen(t+ 5) v, em que t é o tempo sem segundos. b) Calcule a energia dissipada no resistor de 0 até 10 segundos se houvesse um curto- circuito no lugar do resistor (R → 0+), considerando a tensão V do item A. Solução: A integral da potência no tempo é igual a energia. Sabendo que: P = Ri2 = R V 2 R2 = V 2 R . 7 Cálculo I Lista de Exercícios 16 a) Integrando a potência no resistor de 0 até 10s para obter a energia dissipada, temos que∫ 10 0 V 2 R dt = ∫ 10 0 V 2 R dt = 1 R ∫ 10 0 sen2(t+ 5)dt = ∫ 10 0 ( 1 2 − cos(2t+ 10) 2 ) dt . Utilizando a mudança de variável u = 2t + 10, du = 2dt, quando t = 0 o u = 10 e quando t = 10 o u = 30, então∫ 10 0 V 2 R dt = 1 4 ∫ 30 10 ( 1− cos(u)) ) du = 1 4 [ u− sen(u) ]30 10 = 1 4 [30− sen(30)− 10 + sen(10)] = 1 4 [20 + sen(10)− sen(30)] J. b) Basta encontrar a energia aplicando o limite de R → 0+. Assim,∫ 10 0 V 2 R dt = 1 R ∫ 10 0 V 2dt lim R→0+ ∫ 10 0 V 2 R dt = lim R→0+ 1 R ∫ 10 0 V 2dt . Como no item A, o resultado de ∫ 10 0 V 2 1 dt, é um número real finito, logo lim R→0+� � ��� +∞ 1 R · ∫ 10 0 V 2dt = +∞ . Observação: A interpretação física desse resultado é que quando a resistência R se aproxima muito de zero (curto-circuito) perante a uma diferença de potencial V , a energia dissipada é muito grande ("infinita"), ou seja, uma quantidade enorme de energia estaria sendo liberada. 8
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