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2015 Praias arenosas

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Ambiente sedimentar costeiro de composição variada (mais comumente areia e quartzo), 
condicionadas pela interação das ondas incidentes e pelo regime de marés. As praias arenosas 
podem ocorrer em todo tipo de costa, desde que exista a disponibilidade e um volume suficiente de 
sedimentos a serem depositados pelas ondas em uma região acima do nível do mar. As praias 
dependem do clima de ondas e aporte sedimentar para a sua formação, porém são independentes de 
outros processos físicos, podendo ocorrer em todo o espectro de latitudes, climas e marés. 
ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS:
Parâmetros físicos Marés - Micromareal
Os limites do ambiente praial 
compreendem: 
-  uma porção marinha, que é 
determinada pela profundidade máxima 
onde há transporte efetivo de 
sedimentos pela ação das ondas ou 
marés; 
-  uma porção terrestre, que é delimitada 
pela linha de vegetação permanente, ou 
pelo início de uma feição fisiográfica, 
como dunas ou falésias. 
Ecossistemas Marinhos - Praias arenosas 
Zonação geomorfológica de praias 
Duna 
Antepraia (shoreface): porção submersa do perfil praial, muitas vezes morfologicamente limitada por 
um decréscimo da declividade, considerando o limite entre o nível inferior do estirâncio e o nível base 
de ação das ondas, onde ocorre o transporte efetivo de sedimentos. 
Estirâncio (foreshore): zona situada entre os níveis de maré alta e baixa de sizígia, também 
conhecida como região entremarés. 
Pós-praia (backshore): região compreendida entre o limite máximo do espraiamento*, sob maré alta 
de sizígia, e o início de dunas fixas ou qualquer outra feição fisiográfica. Eventualmente pode ser 
inundada por efeitos de ondas de tempestade. * = parte da praia alternadamente coberta e exposta pela 
elevação e abaixamento da água do mar. 
Estirâncio 
Berma: porção praticamente horizontal do pós-praia formada pela sedimentação de areia por ação de 
ondas. Algumas praias não possuem berma, enquanto outras possuem uma ou várias. 
Zonação geomorfológica de praias 
Zona de surfe (surf zone): região onde ocorre a quebra das ondas; parte integrante da antepraia, 
estende-se da linha de arrebentação, ou primeira linha de quebra das ondas, até o limite inferior da 
face da praia. 
Duna 
Estirâncio 
Face da praia (beachface): porção emersa, onde ocorre a interação da onda com a linha de costa 
(limite inferior). O limite superior é o limite máximo da capacidade de espraiamento da onda. A máxima 
incursão das ondas sobre a face depende de fatores como amplitude de maré, declividade do perfil, 
tipo de sedimento, tipo e altura de ondas, dentre outros. Na face da praia a onda perde a energia após 
o espraiamento, uma parte da água se infiltra e percola o sedimento, e outra retorna por escoamento 
superficial em direção ao mar. O período de espraiamento é um parâmetro muito importante no 
estabelecimento da fauna bentônica, pois está relacionado à dessecação e às atividades de 
alimentação e locomoção. 
Limites 
EXTERNO (em direção ao mar): 
Ocorre na profundidade máxima onde 
há um transporte efetivo de sedimento 
pela ação das ondas ou marés 
INTERNO (em direção à terra): 
O limite superior está delimitado pela 
ação de ondas de tempestade sobre a 
costa, por dunas, falésias* ou qualquer 
outra feição fisiográfica 
* falésia = paredão abrupto originado 
pela erosão marinha na frente de pontas 
ou promontórios costeiros 
 
 
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Por que estudar as praias arenosas? 
-  contribuem para a manutenção da linha de costa 
-  são áreas de grande concentração humana 
-  são habitat de espécies de interesse comercial 
-  representam uma das principais atrações turísticas das zonas litorâneas 
Principais parâmetros físicos: ondas 
ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS:
Parâmetros físicos
O ndas
A altura da onda (H) é o parâmetro que representa a sua energia, ou seja, o seu potencial na 
mobilização de sedimentos. Quando atingem a linha de costa, as ondas são chamadas “ondas 
incidentes ou gravitacionais” e sofrem transformações devido à sua interação com o fundo marinho. 
 
A forma de uma onda pode ser expressa pela medida de “esbeltez” (steepness), que é a relação 
entre a altura e o comprimento da onda (H/L). 
 
À medida que o trem de ondas aproxima-se da costa as ondas situadas na parte frontal entram em 
águas rasas e diminuem a velocidade. Consequentemente as ondas posicionadas atrás começam a 
engavetar e a distância entre as ondas diminui. A água e a energia de cada onda concentram-se em 
uma estreita faixa, e as ondas empinam, tornam-se instáveis e eventualmente quebram. Quando 
atingem uma profundidade equivalente a aproximadamente 1,3 vezes sua altura, as ondas quebram. 
Já em águas profundas as ondas quebram quando a razão entre sua altura e comprimento 
ultrapassa 1/7. 
 
 
Parâmetros de uma onda 
Tipo de arrebentação das ondas 
MERGULHANTE (plunging): 
A onda empina abruptamente ao aproximar-se 
da linha de arrebentação e quebra 
violentamente, formando um tubo, dissipando 
sua energia de forma rápida, em uma porção 
pequena do perfil de praia. Este tipo de onda 
apresenta pequena esbeltez. Ocorrem em 
praias de declividade moderada a acentuada. 
!
!
Teahupo'o is a fairly recent sensation. Some say a local surfer named Chopes was the first to brave its 
wave in 1985, followed by bodyboarding pioneers like Mike Stewart in 1986. Although Teahupo'o 
became an underground spot for daredevil bodyboarders, it wasn't until the 90's that a handful of 
surfers took to the 
wave, and closing 
in on the millenium 
before it became a 
stop on the pro 
surfing circuit. It 
was then that 
Teahupo'o captured 
the world's 
attention for having 
probably the 
world's thickest 
wave. Big wave 
surfing legend 
Laird Hamilton had 
the ride of his life 
when he famously 
dropped in here on 
August 17, 2000. 
Others have not 
been so lucky. 
Read more at 
http://www.environ
mentalgraffiti.com/f
eatured/teahupoos-
wall-of-
water/10823#fXyx
M4v1ZxZrWbUg.9
9 
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Diferentes formas de quebramento de ondas: 
 
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$+!,&'-(.*/0&!
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PROGRESSIVA OU DESLIZANTE (spilling): 
Dissipam sua energia de forma gradual ao longo 
de uma extensa porção do perfil. Ondas 
progressivas apresentam valores de esbeltez 
mais altos. Ocorrem em praias de baixa 
declividade. 
!
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wave in 1985, followed by bodyboarding pioneers like Mike Stewart in 1986. Although Teahupo'o 
became an underground spot for daredevil bodyboarders, it wasn't until the 90's that a handful of 
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Diferentes formas de quebramento de ondas: 
 
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ASCENDENTE (surging): 
Não chegam a sofrer quebra propriamente dita, 
devido à declividade acentuada do perfil, o que 
faz com que a onda avance sobre a face da 
praia e interaja com o refluxo das ondas 
precedentes. 
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Teahupo'o is a fairly recent sensation. Some say a local surfer named Chopes was the first to brave its 
wave in 1985, followed by bodyboarding pioneers like Mike Stewart in 1986. Although Teahupo'o 
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Diferentes formas de quebramento de ondas: 
 
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A maneira como uma onda quebra depende da declividade do fundo e da esbeltez da onda. A 
energia que a onda transfere para a praia no momento em que arrebenta está relacionada à sua 
capacidade de colocar os sedimentos em suspensão. 
Correntes costeiras: correntes longitudinais (deriva litorânea) e de retorno (rip) 
As correntes costeiras são resultantes da transferência de energia das ondas e do vento, sendo 
responsáveis pelo transporte longitudinal e transversal de sedimentos em uma praia. A dinâmica de 
entrada e saída de água (resultante das ondas) pela zona de surfe proporciona o estabelecimento 
de um sistema de circulação que associa 3 tipos de correntes: 
Correntes de retorno de fundo: associadas à 
presença de bancos e cavas, o retorno da 
água acumulada ocorre na forma de dispersas 
correntes de fundo. 
Correntes longitudinais (deriva litorânea): 
são responsáveis pelo transporte de 
sedimento que ocorre paralelo à linha de 
costa, sendo o tipo mais importante de 
corrente costeira. 
Correntes de retorno (rip): são eficientes no 
transporte de sedimentos em direção ao mar, 
onde atravessam a linha de arrebentação em 
fluxo rápido e concentrado, espraiando-se em 
forma de leque. Também são chamadas de 
correntes de erosão. Quando ocorre 
transporte em direção à costa, proporcionam 
acresção de sedimentos à praia, sendo 
denominadas de correntes de acresção. 
Correntes costeiras 
ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS:
Parâmetros físicos Correntes costeiras
Marés 
As marés também são importantes agentes no transporte de sedimentos, podendo exercer um 
deslocamento periódico das zonas de espraiamento, surfe e zona de arrebentação, adicionando 
uma variação espaço-temporal aos processos morfodinâmicos. 
 
Em função da latitude, ocorre uma variabilidade na amplitude ou regime de marés vigente, sendo as 
praias classificadas em 3 tipos: 
 
 
Ambiente de Amplitude da maré 
de sizígia (m) 
 
Micromarés < 2 
Mesomarés 2 - 4 
Macromarés > 4 
Variação de maré na Baía de Fundy, Canadá, região com maior amplitude de maré no mundo (> 15 m): 
(A) maré alta, (B) maré baixa. 
Sedimentos 
O pacote sedimentar das praias é formado em sua maioria por quartzo. O ambiente praial pode 
receber sedimentos transportados por rios, erosão de rochedos, transporte eólico e fontes 
biogênicas (conchas e esqueletos). 
O tamanho da partícula (grão) é de extrema importância, e a distribuição dos grãos em uma praia 
(granulometria) é um dos fatores responsáveis pela declividade do perfil e pela determinação de 
propriedades como a porosidade, a permeabilidade e o grau de compactação dos sedimentos. 
Estes, por sua vez, influenciam na composição, abundância e distribuição da fauna bentônica. 
POROSIDADE = % de interstícios (poros) em 
relação ao volume total. Sedimentos de praias 
de grãos finos apresentam > porosidade do que 
de praias de grãos grossos, porque em um 
mesmo volume cabe um número maior de 
partículas e, consequentemente, há mais 
interstícios (poros). 
PERMEABILIDADE = refere-se à propriedade 
de um material em permitir a passagem de água 
ou outro fluido por um meio poroso. Sedimentos 
grossos, menos porosos, são altamente 
permeáveis devido à baixa capacidade de 
retenção de água entre os interstícios. 
GRAU DE COMPACTAÇÃO DO SEDIMENTO = 
relaciona-se à natureza da partícula. 
Sedimentos finos apresentam alto grau de 
compactação devido ao efeito da coesão. 
Sedimentos grossos (areia) são menos 
compactados. 
Sedimentos 
Praias 
 de areia 
Teor de água 
retida no 
sedimento 
 
Consequências 
 
FINA 
 
Maior -  Confere proteção aos organismos contra a 
dessecação 
-  Favorece a adsorção de matéria orgânica 
GROSSA 
 
Menor - Drenam a água com maior facilidade – tornam-se 
ambientes mais inóspitos para a fauna bentônica 
O grau de compactação do sedimento é um 
fator de seleção das comunidades bentônicas. 
Quanto mais compacto o sedimento, mais 
estável ele é, o que o caracteriza como um 
ambiente favorável à fauna construtora de tocas 
e galerias. Em sedimentos com baixo grau de 
compactação, devido ao fator de instabilidade, 
há o estabelecimento de uma fauna mais ágil, 
capaz de se enterrar rapidamente nas camadas 
mais superficiais. 
Morfodinâmica praial 
Praias dominadas por ondas submetidas ao regime de micromarés podem ser classificadas por 3 
principais parâmetros: 
 
1.  Altura de onda na arrebentação (Hb) 
2.  Período da onda (T) 
3.  Tamanho da partícula de sedimento = parâmetro de Dean (!) = Hb/WsT 
 (Ws=velocidade de decantação do sedimento) 
Com o intuito de descrever e prever o comportamento morfodinâmico das praias, Wright e Short 
(1983), em um extenso estudo de campo na costa australiana, aplicaram o parâmetro ômega de 
Dean (!) em praias naturais. Como resultado da investigação, eles observaram que quando ! < 1, 
as praias tendiam a ser refletivas (=reflexivas) (perfil íngreme, sem bancos), e que quando ! > 6, 
elas tendiam a ser dissipativas (perfil suave, bancos múltiplos). As praias com valores de ! entre os 
extremos refletivo-dissipativo (1 < ! < 6) foram classificadas como intermediárias (1 a 2 bancos). 
Estado morfodinâmico das praias 
Praias Refletivas 
 ! <1 
Sedimentos (grãos) grossos; 
Zona de surfe reduzida ou ausente, 
com ondas quebrando na face da 
praia; 
Perfil íngreme (alta declividade), 
sem bancos; 
Ondas do tipo mergulhante; 
Menor riqueza de espécies. 
Grãos médios, mal selecionados; 
Inclinação média; 
Ondas do tipo mergulhante e/ou 
deslizante; 
Praias Intermediárias 
 1<! <6 
Sedimento fino e compactado; 
Zona de surfe extensa; 
Perfil suave (baixa declividade), 
bancos múltiplos; 
Ondas do tipo deslizantes 
(predominantemente); 
Alta riqueza de espécies. 
Praias Dissipativas 
 ! >6 
Vivendo no sedimento 
 
“Seleção” refere-se à 
uniformidade do tamanho 
do grão no sedimento. Em 
sedimentos “bem 
selecionados”, os grãos 
são todos do mesmo 
tamanho. Há muito espaço 
entre os grãos, de forma 
que a água pode fluir 
livremente. O tamanho do 
grão também afeta o quão 
bem a água circula: grãos 
maiores têm espaços 
maiores. Sedimentos “mal 
selecionados” têm grãos de 
diferentes tamanhos; os 
grãos menores preenchem 
o espaço entre os grãos 
maiores, dificultando o 
fluxo de água. 
Na zona entremarés, viver no sedimento é vantajoso, uma vez que 
os fundos moles permanecem úmidos depois que a maré baixa. 
Entretanto, quanto maior o tamanho do grão (areia grosseira), mais 
rapidamente o sedimento drena (e, portanto, seca). 
Estado morfodinâmico das praias e a riqueza de espécies 
A fauna típica das praias arenosas está representada pela maioria dos grupos taxonômicos de 
invertebrados, sendo grande parte encontrada no interior do sedimento. Destaca-se a importância 
dos poliquetas, moluscos e crustáceos. 
 
A composição e abundância de espécies estão diretamente relacionadas aos fatores ambientais. 
As praias refletivas, devido à intensa dinâmica de transporte de sedimento, têm seu perfil 
constantemente modificado, além de possuírem um sedimento mais grosso, que retém menos água. 
Por isso, são poucas as espécies adaptadas a esse tipo de ambiente, mais severo e instável. 
A riqueza de espécies e sua abundância aumentam em direção às 
praias dissipativas, que apresentam sedimento mais compacto e 
com maior umidade. 
Praias Refletivas Praias Intermediárias Praias Dissipativas 
Teia alimentarem uma praia arenosa 
Uma característica marcante das 
praias é a ausência de plantas 
(flora) macroscópica. A produção 
primária é realizada pelo 
fitoplâncton e por microalgas que 
estão no sedimento. Algas e 
animais mortos depositados na 
praia também são fontes primárias 
de alimento para os chamados 
organismos carniceiros. A 
vegetação de dunas e restingas, 
apesar de contribuir com matéria 
orgânica para as praias, faz parte 
de outro sistema ecológico. 
Em relação ao perfil vertical, o tempo de imersão/emersão (ação das marés), a ação das 
ondas e o transporte de sedimentos pelo vento geram uma acentuada variação no 
ambiente, principalmente com relação à temperatura e umidade. Este gradiente ambiental, 
associado às características biológicas dos organismos, promove uma distribuição da fauna 
em faixas ou zonas: 
SUPRALITORAL = localizado acima da linha da maré mais alta, sendo 
alcançado apenas por borrifos d’água (maresia) e pelas grandes ondas de 
ressaca. Geralmente ocupado por isópodes e por caranguejos do gênero 
Ocypode (maria-farinha). Alguns insetos coleópteros podem estar presentes. 
LITORAL = faixa de areia sob a ação usual das marés e sujeita 
à perda de água por capilaridade. São comuns os isópodes 
Cirolanidae (tatuzinho da areia), anfípodes Talitridae (pulgas da 
areia) e poliquetas. 
SUBLITORAL = zona sempre 
imersa, onde o sedimento está 
permanentemente saturado com 
a água do mar, havendo um 
limitado fluxo de água entre os 
grãos de areia. Sujeito à ação 
das ondas. Presença de diversos 
invertebrados, incluindo ouriços 
irregulares (bolacha da praia), 
moluscos bivalves, gastrópodes, 
crustáceos decápodes, isópodes, 
poliquetas. 
Adaptações da macrofauna (= > 0,5 mm) 
!  Alto grau de mobilidade, capacidade de se enterrar rapidamente 
!  Altas taxas de ingestão e assimilação eficientes 
!  Locomoção através do fluxo e refluxo da onda 
!  Distribuição de forma agregada 
!  Migração associada às marés 
!  Ritmos de atividade nos crustáceos 
!  Cores geralmente claras 
!  Tolerância a variação da salinidade e temperatura 
Adaptações da meiofauna (0,044 mm- 0,5 mm) 
! Redução do tamanho 
! Formato alongado e flexível do corpo 
! Presença de órgãos adesivos (escamas, ventosas, espinhos e muco) 
! Todos transparentes 
! Muitos possuem cílios 
! Alguns apresentam reforço na cutícula 
Emerita brasiliensis (tatuí) 
O tatuí (Emerita brasiliensis) é um exemplar da macrofauna de praias arenosas bastante 
conhecido. Esta espécie possui formato anatômico que favorece a escavação, pois possui um 
corpo liso que minimiza o atrito durante o processo de enterramento e pereópodos (apêndices 
locomotores toráxicos) em forma de pá, o que proporciona agilidade na escavação. 
 
Outro comportamento curioso do tatuí é a alimentação. Posicionando-se de costas para o mar, 
estes animais estendem suas antenas, compostas de várias cerdas, e filtram a água que está 
retornando para o sublitoral após o espraiamento da onda na face da praia. Ficam na areia 
marcas em forma de V feitas por suas antenas, que funcionam como uma rede que captura o 
fitoplâncton na coluna d’água. Após a filtragem, os animais flexionam suas antenas e passam 
pelo aparato bucal. 
Vivendo no sedimento – adaptações 
Um bom exemplo de adaptação para o ambiente de praia é o molusco Donax (sernambi), que no 
passado era inclusive utilizado como alimento por algumas populações caiçaras. Possui concha 
de forma triangular, lisa e sem ornamentação, a qual, associada a um pé musculoso, permite 
que o animal se enterre rapidamente no sedimento. Aproveitando-se da capacidade de mudar o 
formato de seu pé muscular, primeiro eles deixam o pé fino e o empurram para a frente, em 
seguida a extremidade engrossa e atua como uma âncora, enquanto o resto do corpo é puxado. 
 
Outra adaptação associada a esta espécie é a presença de protuberâncias na parede interna do 
sifão inalante, que previne o entupimento das estruturas respiratórias por partículas suspensas 
no sedimento. 
Vivendo no sedimento - adaptações 
Os organismos da meiofauna apresentam, em sua maioria, uma forma afilada (vermiforme) ou 
delgada, uma vez que vivem entre os grãos de areia. Podem possuir estruturas para reforçar a 
parede do corpo, minimizando os possíveis danos resultantes do atrito com a areia. 
Vivendo no sedimento 
Alguns poucos detritívoros resolveram dois problemas de uma só vez, “ingerindo seu caminho”. 
Os pepinos-do-mar e alguns vermes usam o mesmo estilo de locomoção dos moluscos 
descritos, porém comem o sedimento à medida que cavam, digerem a matéria orgânica presente 
no sedimento e deixam o resto do sedimento no seu rastro. Essa técnica é mais comum em 
granulometrias mais finas do que na areia, provavelmente porque a lama contém mais matéria 
orgânica e pelo fato da areia ser mais abrasiva no sistema digestivo 
Consequências da urbanização e das atividades recreativas em praias arenosas 
! Perda da biodiversidade; 
! Alteração da cadeia trófica; 
! Redução das densidades populacionais; 
! Destruição da vegetação de dunas; 
! Remoção das algas arribadas que servem como fonte de alimento e refúgio; 
! Alteração na distribuição das espécies; 
! Perdas de áreas de alimentação e nidificação de aves marinhas. 
Dunas costeiras 
Dunas costeiras são feições naturais da maioria das praias arenosas constituídas por grande 
acúmulo de areia, com forma, tamanho e orientação particulares para cada local, em função de: 
-  perfil de praia; 
-  orientação da costa; 
-  direção e velocidade do vento dominante; 
-  tamanho dos grãos de areia; 
-  tipo de vegetação presente. 
Processo de formação de uma duna costeira 
Dunas costeiras são resultantes, principalmente, da estabilização do sedimento transportado pelo 
vento, através da vegetação. O estágio inicial na formação de uma duna costeira, entretanto, depende 
principalmente das marés, que permitem o estabelecimento de uma linha de deposição de lixo 
(material orgânico como restos de algas, vegetação, etc) na zona de pós-praia. O mar deposita areia 
fina durante a maré alta, e esta areia após secar é transportada pelo vento em direção ao continente, 
até que seja depositada junto à linha de deposição de lixo, ou junto a uma vegetação pioneira. 
Vegetação de dunas: Blutaparon portulacoides 
Blutaparon portulacoides 
 
Espécie vegetal da família das Amaranthaceae, 
muito comum em solos arenosos. Essa espécie 
coloniza a zona do pós-praia desde o NE do 
Brasil até a Argentina, e representa o principal 
obstáculo que intercepta o fluxo de areia. A 
densa rede de raízes, hastes e folhas retém a 
areia e gradativamente forma pequenas 
elevações de até um metro de altura, 
conhecidas como “dunas incipientes” ou 
“dunas embrionárias”. 
 
Algumas características que habilitam essa 
espécie a colonizar o ambiente inóspito: 
- folhas suculentas con glândulas de sal; 
- capacidade de se propagar a partir de 
fragmentos de seus rizomas (útil para a 
recolonização após a erosão por ondas de 
tempestade) 
Nome popular: bredo-de-praia, pirrixiu, 
capotiraguá. 
Vegetação de dunas: Cakile maritima 
Cakile maritima 
 
Espécie anual de praias arenosas que encontra 
condições propícias ao seu desenvolvimento 
atrás das dunas incipientes, no limite das marés 
de tempestade. A maior estabilidade neste locais 
permite o seu crescimento no verão. 
 
Nome popular: eruca-marítima, eruca-marinha. 
 
Vegetação de dunas: Panicum racemosum 
Panicum racemosum 
 
Embora as dunas incipientes desempenhem um 
papel importante na captação inicial da areia, 
devido ao hábito rasteiro de Blutaparon, a maior 
parte da areia continua a ser transportada pelo 
vento em direção ao continente. 
A interceptação desse fluxo e sua deposição 
mais eficiente e permanente é realizada por 
Panicum racemosum, que é uma espécie bem 
adaptada à vida nas dunas costeiras. O vigoroso 
crescimento de hastes e folhas apresentado por 
esta espécie proporciona a retenção de maiorvolume de areia, que por sua vez estimula o 
crescimento. Assim, a contínua deposição de 
areia, fixada pela densa rede de rizomas e 
raízes, lentamente constrói dunas frontais que 
podem atingir até 6 m de altura. 
 
 
 
Nome popular: capim-das-dunas 
 
As dunas como barreira natural 
A fixação da areia pelo Panicum racemosum 
estimula o avanço das dunas frontais em 
direção ao mar. Este processo é interrompido 
em situação de tempestade/ressaca, quando 
ondas alcançam as dunas. As dunas incipientes 
podem ser destruídas e a base das dunas 
frontais é escarpada. Este avanço do mar em 
direção às dunas é mais frequente no inverno, 
enquanto na primavera e no verão seguinte 
nova areia é depositada na praia, transportada 
pelo vento e interceptada pelas plantas. As 
dunas frontais se reestabelecem e reiniciam seu 
avanço em direção ao mar. Esse ciclo de 
erosão/deposição da areia e sua fixação pela 
vegetação confere às dunas uma função de 
barreira natural, assegurando a estabilidade da 
costa e protegendo os terrenos de retaguarda. 
Quando a cobertura de Panicum é perturbada (seja 
por perturbações naturais ou antrópicas), o ciclo é 
interrompido. Os fortes ventos oceânicos removem a 
areia das áreas danificadas (= sem cobertura de 
Panicum), formando entradas do tipo ‘funil”, que 
abrem caminho para a areia chegar nos terrenos 
abrigados atrás das dunas frontais e também facilita 
a penetração de ondas de tempestade. 
MPM = Nível médio da maré cheia (preamar) 
 
 
MBM = Nível médio da maré baixa (baixamar) 
 
 
 
 
 
A linha pontilhada coincide com o perfil original; 
o tracejado vermelho indica a mudança no perfil 
que ocorre associada à passagem das ondas de 
tempestade. 
Berma: porção praticamente horizontal do pós-
praia formada pela sedimentação de areia por 
ação de ondas. 
Crista da duna: ponto de maior altura da duna. 
Balanço sedimentar de uma praia: 
AS TROCAS PODEM OCORRER 
Entre a praia e o continente: 
- rios e canais de maré 
- dunas 
- terraços marinhos adjacentes 
Entre a praia e a plataforma continental: 
- correntes costa-adentro 
- correntes costa-afora 
- correntes de retorno 
Dentro da própria praia: 
- correntes de deriva litorânea 
 
 9 
de sedimentos, haverá um déficit sedimentar, predominando a erosão da praia, com 
diminuição paulatina de sua largura e a retração da linha de costa. Se o saldo for 
positivo, a praia tenderá a crescer em largura pela deposição predominante de 
sedimentos, e a linha de costa progradará. No balanço igual a zero haverá o equilíbrio 
do sistema praial. 
 
 
Figura 3 Balanço sedimentar de uma praia (modificado de NOAA, 2007). 
 
A erosão em uma praia se torna problemática quando passa a ser um processo 
severo e permanente ao longo de toda essa praia ou em trechos dela, ameaçando áreas 
de interesse ecológico e sócio-econômico (Souza et al., 2005). Nessas condições passa a 
ser denominada de erosão costei ra (atinge promontórios, costões rochosos e falésias) 
ou erosão praial (quando se refere somente às praias). O fenômeno deve merecer a 
Definição: relação entre as saídas/perdas e as entradas/ganhos de sedimentos em uma praia. 
 
O homem também pode tornar-se um agente direto dessas trocas, através da retirada de areia das 
praias e da realização de projetos de alimentação ou engorda artificial das praias. 
Balanço sedimentar de uma praia: balanço = zero (equilíbrio do sistema praial) 
BALANÇO SEDIMENTAR NEGATIVO: 
Saída/perda de sedimentos > Entrada/ganho de sedimentos 
BALANÇO SEDIMENTAR POSITIVO: 
Entrada/ganho de sedimentos > Saída/perda de sedimentos 
SALDO SEDIMENTAR NEGATIVO: 
Predomina a erosão da praia, com a 
diminuição de sua largura e retração 
da linha de costa. 
SALDO SEDIMENTAR POSITIVO: 
Predomina a deposição de sedimentos 
e a praia tende a crescer a linha de 
costa progradará. 
A erosão em uma praia se torna problemática quando passa a ser um processo severo e permanente 
ao longo de toda essa praia ou em trechos dela, ameaçando áreas de interesse ecológico ou sócio-
econômico. 
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RESPOSTAS AMBIENTAIS DA EROSÃO COSTEIRA (Consequências) 
"  Modificações morfológicas na praia (redução da largura e 
aumento da declividade) 
"  Perda e desequilíbrio da pós-praia e de outros hábitats 
naturais (dunas, manguezais, florestas de restinga) 
"  Perda de bens e propriedades 
"  Destruição de estruturas urbanas e obras de engenharia 
"  Aumento da vulnerabilidade costeira e do risco à erosão 
(freqüência e intensidade das inundações costeiras) 
"  Aumento da intrusão da cunha salina (aqüíferos/rios) 
"  Perda do valor paisagístico 
"  Perda do potencial turístico 
"  Artificialização da orla 
"  Prejuízos sócio-econômicos 
RESPOSTAS POLÍTICAS → GESTÃO COSTEIRA INTEGRADA!
Planejamento ambiental integrado e estratégico 
baseado em: conhecimento dos processos costeiros; 
m e c a n i s m o s n a t u r a i s e a n t r ó p i c o s n o 
desencadeamento de processos erosivos; impactos 
da elevação do NM. 
 
Recomendações e regulamentações para certas 
atividades nas praias/orla: 
 obras de engenharia; retirada de areia de praias e 
dunas; desassoreamento de desembocaduras fluviais 
e lagunares, canais portuários; indicação de áreas 
para atividades náuticas (marinas, rotas para jet-
sky e “banana-boat”); evitar a ocupação de novas 
áreas na orla. 
 
CE-Gestão de Praias/ABNT (discussão internacional 
para normalização de praias). 
 
RESPOSTAS (O que fazer??) → GESTÃO DE RISCO !
MAPEAMENTO DE RISCO X AÇÕES: 
 
" Riscos Muito Alto (MA) e Alto (A): praias 
particularmente vulneráveis que estão sob 
forte ameaça e requerem ações imediatas 
(realocações, remoções, recuperação de praias 
e dunas frontais); 
" Risco Moderado (M): praias que requerem 
atenção; impedir a piora do estado; 
" Riscos Baixo (B) e Muito Baixo (MB): praias 
comparativamente mais seguras de danos; 
conservar o estado. 
 
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MA = 33,3% 
 A = 20,7% 
 M = 25,3% 
 B = 18,4% 
MB = 2,3% 
 
Risco à Erosão Costeira em SP (Souza, 2007, 2009) 
Medidas não Estruturais (Adaptação) 
 
•  Informação/conscientização 
•  Remoção completa de estruturas urbanas e obras 
•  Realocação de estruturas urbanas para o continente 
•  Estabelecimento de faixa (ou zona) de proteção (ZP) 
 
Medidas Estruturais 
 
•  Obras de “proteção” costeira (de preferência não 
rígidas; necessidade de estudos aprofundados) 
•  Alimentação/engordamento artificial da praia 
 
RESPOSTAS: O QUE FAZER?? Medidas de Contenção 
Zonas de Proteção ou Amortecimento!
•  Faixa de terreno da planície costeira, paralela e 
contígua à praia, com determinada largura mínima 
medida a partir do limite superior da praia (este 
limite poderá se dar com a planície costeira 
propriamente dita ou com algum tipo de estrutura 
construída pelo homem) no sentido do continente. 
•  Largura mínima única ou variável em função da 
classificação de risco à erosão da praia, por 
exemplo (progressivamente maior quanto maior o seu 
grau de risco), ou da taxa de recuo da linha de 
costa. 
(O Brasil não tem legislação que proteja as praias!) 
 
Como sua função é de proteger as praias e as 
áreas urbanas da erosão costeira e dos avanços 
progressivos do NM, essa zona deveria: 
 
 (i) ser mantida livre de qualquer ocupação 
antrópica; 
 
(ii) ter restauradas as condições de 
permeabilidade original do terreno, com a 
recuperação da duna frontal anteriormente 
existente e de sua vegetação original ou, não 
havendo esta possibilidade, ser efetuado o plantio 
de espécies nativas. 
Zonas de Proteção ou Amortecimento!
45 
Zonas de Proteção ou Amortecimento!
Definição de ZONAS DE PROTEÇÃO!
Em alguns países da Europa (ex.: Espanha e França), 
a ZP possui 100 m de largura contados a partir do 
limite das águas. 
Não houve compensação aos eventuais proprietários 
(França - Lei Litoral nº 86-2/1986; Espanha - Ley 
de Costas nº 22/1988). 
 
Nos Estados Unidos, a ZP tem largura variável em 
função da taxa de erosão da linha de costa para 
intervalos de 10, 30 e 60 anos, definindo zonas nas 
quais são estabelecidos diferentes tipos de uso e 
ocupação. 
Na Austrália, a faixa tem largura adequada à 
recuperação da primeira duna frontal. 
Medidas não Estruturais (Adaptação) 
 
•  Informação/conscientização 
•  Remoção completa de estruturas urbanas e obras 
•  Realocação de estruturas urbanas para o continente 
•  Estabelecimento de faixa (ou zona) de proteção (ZP) 
 
Medidas Estruturais 
 
•  Obras de “proteção” costeira (de preferência não 
rígidas; necessidade de estudos aprofundados) 
•  Alimentação/engordamento artificial da praia 
 
RESPOSTAS: O QUE FAZER?? Medidas de Contenção 
OBRAS DE “PROTEÇÃO” COSTEIRA 
SISTEMAS DE PROTEÇÃO DAS PRAIAS 
Muralhas de proteção Espigões (“groins”) 
OBRAS DE “PROTEÇÃO” COSTEIRA 
Quebra mar de berma dinamicamente estável 
Malhas de produtos plásticos resistentes e que não apodrecem, 
que podem ser utilizadas em associação com areia ou massa, 
empilhados, para edificar quebra-mares ou outras formas de 
fixação do fundo, e na forma de campos de telas submersas 
ancoradas no fundo arenoso (“algas artificiais”). 
OBRAS DE “PROTEÇÃO” COSTEIRA 
Bombeamento de água sob a face da praia 
Alimentação/Engordamento Artificial!
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Praia de Maricá, RJ 
 
Mostrando o efeito de tempestade (maio/2001) em construções localizadas muito 
próximas à praia, como resultado do não estabelecimento de uma zona de 
proteção (ou faixa de amortecimento). 
Alguns exemplos de erosão costeira no estado do Rio de Janeiro 
Praia de Atafona (São João da Barra, RJ) 
 
Processo erosivo crônico, com elevadas taxas de erosãoem zonas urbanas (2,7 m/ano). 
Praia do Cassino, Rio Grande, RS 
A maior praia arenosa em extensão do mundo (~ 220 km) está localizada no Rio Grande do Sul, 
estendendo-se desde a cidade de Rio Grande até o Chuí. 
Lagoa dos Patos (RS) 
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O ESTUÁRIO DA LAGOA DOS PATOS&
 
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A abundância de pescado no estuário da Lagoa dos 
Patos impulsionou a formação de um povoado em 
1737 (Rio Grande), que tornou a Lagoa dos Patos 
um importante centro de colonização portuguesa. 
Desde então, a área tem sido objeto de múltiplas 
atividades humanas, incluindo o porto de Rio 
Grande. A conexão da lagoa com o oceano dá-se 
através de um estreito canal. O fluxo em direção ao 
oceano favorece a deposição de grandes 
quantidades de sedimento na bacia de drenagem do 
estuário, o que historicamente tem interferido na 
navegação. Desde 1830 é feita a atividade de 
dragagem dos canais. O material dragado serviu de 
aterro ao longo das margens e das áreas rasas 
para a expansão industrial e residencial da cidade 
de Rio Grande. As correntes litorâneas 
continuamente formaram e destruíram bancos 
arenosos na estreita abertura da lagoa, conhecida 
como Barra do Rio Grande. Com isso, muitos 
navegadores encalhavam. Em 1917 foram 
construídos os Molhes da Barra. 
. 
Molhe leste = 3,2 km 
Molhe oeste = 2,2 km 
Molhes da Barra de Rio Grande 
Além da sua finalidade básica essencial 
(estabilização do canal de acesso ao Porto de Rio 
Grande), a construção dos molhes da Barra de Rio 
Grande (latitude 32o 02’S) representou a introdução 
de substrato rochoso em uma área tipicamente 
ocupada por praias arenosas, uma vez que o limite 
sul de ocorrência dos costões rochosos na costa 
brasileira é Torres (RS, latitude 29o 20’S). 
Molhes da Barra de Rio Grande 
Introdução 13
muitos navios encalharam até que, em 1917, a construção dos molhes 
finalmente assegurou a abertura da Barra (Fig. 1-2). Assim, a centenária e 
contínua interferência humana tem gradativamente alterado tanto a área, 
como a profundidade e a circulação do estuário inferior (Calliari 1997).
O rápido crescimento demográfico ao redor da Lagoa dos Patos foi 
responsável pela adição de quantidades crescentes de nutrientes 
(Niencheski & Windom 1994). A água doce dos principais tributários 
adiciona efluentes domésticos dos centros urbanos e efluentes de áreas 
com agricultura intensiva. O excesso de nutrientes para o estuário tem 
iniciado um processo de eutrofização que levou à deterioração das suas 
águas (Almeida et al. 1993; Baumgarten et al. 2001). 
Por mais de um século (von Ihering 1896) o estuário da Lagoa dos 
Patos serviu de expoente do potencial pesqueiro desta região, sustentando 
até os dias de hoje cerca de 6.000 pescadores artesanais (Reis 1992). Até a 
década de 1940, a pesca na Lagoa dos Patos e no estuário dependeu de 
botes a remo e de pequenos barcos de madeira. A introdução de barcos a 
motor, redes de fibra sintética e meios modernos de estocagem e transporte 
permitiram aos pescadores artesanais praticarem a pesca de arrasto. Na 
década de 1980 a sobre-pesca, associada à captura indiscriminada no 
período de reprodução, levaram à exaustão nos estoques estuarinos de 
miragaia (Pogonias cromis), corvina (Micropogonias furnieri) e bagre 
(Netuma barba) (Reis et al. 1994). 
Perturbações de alta frequência ou de longa duração, sejam elas 
naturais como o evento de ENSO, ou antrópicas como dragagens, obras de 
engenharia, eutrofização e pesca, comprometem a persistência do sistema 
estuarino da Lagoa dos Patos. As perturbações alteram a estrutura e as 
funções ecológicas do estuário, bem como a integridade e o desenvolvimento 
socioeconômico das comunidades ao seu redor (Seeliger et al. 1997).
Fig. 1-2. Construção dos molhes da Barra do Rio Grande, entre 1911-15.
É uma obra de hidráulica marítima de pedras, 
construído entre 1911-1915, visando fixar a barra do 
canal e proteger a entrada e saída de navios do 
porto do Rio Grande, e proteger o canal da formação 
de bancos de areia. Na sua construção estima-se 
que 4,5 milhões de toneladas de pedras de até 10 
ton foram sendo jogadas ao mar, transportadas por 
ferrovia de 90 km construída especialmente para 
esse fim. Os trilhos atualmente servem para 
passeios turísticos. 
O molhe leste (São José do Norte) tem 3,2 km e o 
molhe oeste (Praia do Cassino) tem 2,2 km. 
* Um molhe diferencia-se de um quebra-mar porque o quebra-
mar possui as duas extremidades dentro da água, enquanto o 
molhe possui uma extremidade em terra e outra no mar. 
Colônia de leões e lobos marinhos associadas aos Molhes da Barra de Rio Grande 
No molhe leste (São José do Norte) ocorre uma 
colônia de leões e lobos marinhos. Juntamente 
com outra colônia que ocorre em Torres (Ilha dos 
Lobos), representam os únicos refúgios destes 
pinípedes na costa brasileira. As duas áreas são 
protegidas por lei ambiental, classificadas na 
categoria Refúgio da Vida Silvestre (Revis). A Ilha 
dos Lobos é uma unidade federal, vinculada ao 
Instituto Chico Mendes (ICMBio) desde 2005. Com 
área de 142 hectares, é a menor reserva ecológica 
do Brasil. Já o refúgio dos molhes foi criado em1996 pela Prefeitura de São José do Norte. 
Ecossistemas Marinhos - Lagoas costeiras (lagunas costeiras) 
Definição: lagoas costeiras são corpos d’água normalmente orientados paralelamente à linha 
de costa, separados do oceano por uma barreira ou conectados a este por um ou mais canais 
ou pequenas baías que permanecem abertas pelo menos intermitentemente e que possuem 
profundidade que raramente excede poucos metros (1-3 m; < 5 m). Essas lagoas podem ou 
não estar sujeitas ao regime de marés, e a salinidade pode variar de água doce até uma 
condição hipersalina, dependendo do balanço hidrológico. A maioria das lagoas costeiras 
formou-se como resultado da elevação do nível dos oceanos, especialmente durante o 
Holoceno, e pela construção de barreiras costeiras por processos marinhos (Kjerfve, 1984). A 
maioria das lagoas costeiras brasileiras está concentrada nos estados do RJ e RS. 
Lagoa dos Patos, RS Lagoa de Araruama, RJ 
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Figura 11&D*/*&'*&2(+"O%&(.7,*2"-*&'*&I*+%*&'%.&J*7%.@&^M&9K:N&M&d:N&
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5 
 
Figura 1: Representação esquemática de lagoas costeiras segundo KJERFVE (1986). 
As lagoas do litoral do Rio de Janeiro, em sua maioria, enquadram-se no tipo su-
focada, a qual é caracterizada por regiões de costa com alta energia de onda, deriva litorâ-
nea significativa e marés com altura máxima inferior à 2 m. Possuem grande tempo de resi-
dência de água, canais de comunicação com o oceano estreitos e longos. Conseqüente-
mente os principais movimentos de água ocorrem na forma de correntes de maré ou ondas 
geradas por vento de circulação (BOGGS, 1995). 
A circulação em uma lagoa costeira está relacionada ao balanço entre perdas e 
ganhos de água pelo sistema e a mecanismos pelos quais a água é redistribuída dentro da 
lagoa. As forçantes externas relevantes numa lagoa costeira são o vento, que atua direta-
mente sobre a superfície ou gerando ondas de gravidade, os aportes de águas pluviais, flu-
viais e marinhas e, eventualmente, as oscilações de maré na embocadura (SMITH, 1994). 
Correntes de marés atuam de modo a manter uma lagoa aberta, enquanto que 
as ondas, associadas às correntes de deriva litorânea tendem a fechá-la. Dessa forma, as 
lagoas com características estuarinas possuem uma dinâmica de maré e descarga fluvial 
dominantes. Já as lagoas fechadas possuem dinâmicas onde as ondas e os ventos são pre-
SUFOCADA (ESTRANGULADA) = uma única conexão com o mar. 
 A Lagoa dos Patos é a maior lagoa costeira estrangulada do mundo! 
CLASSIFICAÇÃO EM FUNÇÃO DAS TROCAS DAS TROCAS ENTRE 
A LAGOA E O OCEANO ADJACENTE ( Kjerfve, 1986): 
Classificação das lagoas costeiras baseada na zonificação da salinidade (Venice System, 1959) 
 
8 
pendendo do balanço hidrológico do ambiente. Essa variação dependerá principalmente da 
existência e da intensidade de troca com a água do mar, além do aporte fluvial, da relação 
entre precipitação e evaporação, da contribuição da bacia de drenagem e até mesmo das 
águas subterrâneas (KJERFVE & MAGILL, 1989). 
Uma classificação baseada na zonificação da salinidade, que considera diversos 
Venice System
permite a divisão do corpo hídrico em regiões conforme Tabela 1. 
Tabela 1: Classificação baseada na zonificação da salinidade (VENICE SYSTEM, 1959). 
CLASSIFICAÇÃO SALINIDADE 
Zona Limnética (Água Doce) < 0.5 
Oligohalina 0.5 a 5.0 
Mesohalina 5.0 a 18.0 
Polihalina 18.0 a 30.0 
Euhalina 30.0 a 40.0 
Hiperhalina > 40.0 
 
A distribuição da salinidade num sistema lagunar possui grande influência na 
biota, pois cada espécie tem seu nível máximo de tolerância à salinidade e sua faixa ótima. 
A salinidade afeta ainda a capacidade de dissolução do oxigênio na água, o pH e a compo-
sição iônica (SANTANGELO, 2005). 
O sal dissolvido na água reduz o espaço intermolecular disponível para o oxigê-
nio; assim, quanto maior for a salinidade menor será a concentração de oxigênio dissolvido. 
A Figura 2 mostra a solubilidade do oxigênio na água doce e na água do mar para diferentes 
temperaturas; observa-se que, a 25°C a solubilidade do oxigênio em água doce é aproxima-
damente 20% maior que na água do mar (MACIEL, 2007). 
CLASSIFICAÇÃO DAS LAGOAS COSTEIRAS 
BASEADO NA SALINIDADE (Venice System, 1959) 
Idade estimada: ~ 7.000 anos Prof.média: 2 - 3 m (17 m) 
Superfície: 220 km! Salinidade média: 52 
Volume: 636 milhões de m" Renovação água: lenta (84 dias, 50%) 
Largura máxima: 14 km Comprimento: 33 - 47 km (média ~37 km) 
Número de Praias: 30 Canal de Itajuru: 14 km 
Ilhas: Santa Rita, Chico 
Marques, das Pombas, Palmer, 
Japonês 
Municípios na orla: Araruama, Iguaba, Iguabinha, 
São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Arraial do Cabo. 
A Lagoa de Araruama também é uma laguna 
sufocada, sendo a maior lagoa hipersalina em 
estado permanente do mundo. Sua alta 
salinidade média (52) é o resultado da interação 
entre o clima semiárido da região, a pequena 
bacia de drenagem e a ligação restrita com o 
mar. Em função da pequena e lenta renovação de 
suas águas, são particularmente sensíveis a 
quaisquer substâncias que venham a ser 
lançadas no sistema (nutrientes, poluentes, etc.). 
O encontro da Lagoade Araruama com o mar em Cabo Frio. 
Impactos antrópicos 
-  Lançamento de efluentes domésticos e industriais 
-  Aterro da margem 
-  Assoreamento da bacia 
 
-  Retirada de sedimento e depósitos calcários 
-  Degradação da vegetação terrestre no entorno 
-  Introdução de espécies exóticas de peixes 
-  Edificações na margem 
-  Eutrofização artifical 
Filmes – Laguna Araruama e Parque Estadual da Costa do Sol 
A região dos Lagos ganhou seu 
primeiro parque estadual 
(Parque Estadual da Costa do 
Sol, Decreto no. 42.929 de 
18/04/2011). 
Com aproximadamente 10 mil 
ha e 27 áreas de proteção 
ambiental situadas em 6 
municípios, o parque inclui 
áreas descontínuas de 
Saquarema, Araruama, Arraial 
do Cabo, São Pedro da Aldeia e 
Armação dos Búzios, incluindo 
restingas, brejos, mangues, 
lagoas, lagunas, dunas, 
cordões arenosos, costões 
rochosos, florestas, praias e 15 
ilhas costeiras.

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