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DERMATITE ATÓPICA CANINA Diagnóstico ao Tratamento Inicialmente, o prurido pode estar associado a lesões primárias como eritema (Figura 1) e pápulas, porém, a cronicidade resulta na necessidade do ato de coçar e alterações secundárias (Figura 2) como escoriações, alopecia ou hipotricose auto-induzidas, feotriquia, infecções secundárias ou mesmo outras dermatoses concomitantes podem ocorrer. Lesões perioculares, perinasais e auriculares podem refletir em conjuntivites, rinites e otites, respectivamente FIGURA 2 - Alterações secundárias causadas por DAC (E) feotriquia devido lambedura excessiva, (F) hiperpigmentação da pele causada por trauma auto-induzido, eritema e alopecia, (G) liquenificação. FIGURA 1 – Eritema devido a DAC em diferentes regiões (A) pavilhão auricular, (B) olhos, (C) interdígito. Dermatite atópica canina (DAC): doença alérgica, inflamatória, crônica e pruriginosa. Associada à hipersensibilidade do tipo I com produção excessiva de anticorpos do tipo IgE frente a alérgenos ambientais. Os sinais tendem a aparecer entre um e três anos de idade com o prurido como sinal principal, afetando a qualidade de vida dos portadores e dos tutores. A etiopatogenia desta enfermidade não é totalmente esclarecida, por isso a terapia para DAC é por toda a vida, multimodal e individualizada. Há diversas terapias medicamentosas disponíveis, porém podem causar reações e efeitos colaterais indesejados. Centro Universitário de Valença Disciplina: Clínica de Pequenos Animais I Professora Flávia Clare Aluno Wellington Jhony – RA 18778 A DAC é uma doença que não possui patogênese totalmente compreendida, motivo pelo qual até então não existe uma terapia curativa permanente, requerendo provavelmente tratamento por toda a vida. Apesar disso, pode ser controlada de maneira a fornecer qualidade de vida ao paciente e placidez a seu tutor. O clínico pode incluir uma ou ações concomitantes a depender da sua avaliação e percepção do quadro individual do paciente canino, devendo tratar não apenas da doença primária, mas também as complicações secundárias. Evitar a exposição ao antígeno, recuperar a barreira epidérmica, evitar e controlar a proliferação de microrganismos e ectoparasitas são abordagens para DAC. TRATAMENTO ANTIHISTAMÍNICOS Há diversos antihistamínicos passíveis de ser utilizados nos cães, porém os seus efeitos são na maioria das vezes imprevisíveis. Se for opção de uso, o clínico deve estar preparado para a utilização de diversos antihistamínicos até que se chegue à conclusão de qual é o mais efetivo para determinado paciente. CICLOSPORINA A ciclosporina é um fármaco isolado do fungo Tolypocladium inflatum e apresenta propriedades imunomodulatórias e imunossupressoras. Na medicina veterinária é amplamente utilizada para tratar diversas condições inflamatórias e imunomediadas, como fístulas perianais, adenite sebácea e DAC. GLICOCORTICOIDES Os glicocorticoides são fármacos amplamente utilizados na Medicina Veterinária para uma série de afecções inflamatórias, imunomediadas, bem como para o rápido controle do prurido em animais alergopatas. MALEATO DE OCLACITINIB O maleato de oclacitinib (APOQUEL®, Zoetis) é o primeiro fármaco inibidor de Janus quinase (JAK) desenvolvido para cães. Atua preferencialmente sobre JAK 1, que tem papel fundamental na atividade de citocinas pró-alérgicas (IL-4, IL-13), pró inflamatórias (IL-2, IL-6) e pruridogênicas (IL-31). Exerce pouco efeito nas citocinas envolvidas na hematopoiese e que são dependentes da enzima JAK2. Foi recentemente aprovado para o controle do prurido em cães acima de 12 meses com DAC em diversos países, como o Brasil. Atinge pico de concentração plasmática 1 hora após a administração por via oral, e possui biodisponibilidade de 89%, não sendo interferida por estado prandial do animal. O diagnóstico de DAC exige uma exclusão de diagnósticos diferenciais a partir da anamnese minuciosa, exame físico e reconhecimento individual das lesões. Estão incluídos como diagnósticos diferenciais desta enfermidade: DAPE, dermatofitose, sarna demodécica, sarna sarcóptica, hipersensibilidade alimentar, infecções secundárias como a dermatite por Malassezia, a piodermite estafilocócica superficial, dentre outros. Exames complementares como hemograma e bioquímica sérica devem ser realizados e normalmente estar dentro dos padrões de normalidade, desta forma, estes exames servem para avaliação de outras enfermidades, não contribuindo diretamente com o diagnóstico de DAC. DIAGNÓSTICO Centro Universitário de Valença Disciplina: Clínica de Pequenos Animais I Professora Flávia Clare Aluno Wellington Jhony – RA 18778 REFERÊNCIAS Giulianne Vieira Rodrigues da Costa - USO DO OCLACITINIB NO TRATAMENTO DA DERMATITE ATÓPICA CANINA Guilherme de Caro Martins - ANÁLISE DE BIOMARCADORES NA DERMATITE ATÓPICA EM CÃES ANTES E DURANTE O TRATAMENTO COM MALEATO DE OCLACITINIB Centro Universitário de Valença Disciplina: Clínica de Pequenos Animais I Professora Flávia Clare Aluno Wellington Jhony – RA 18778
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