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Língua Portuguesa - Interpretação de texto I
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Leia o texto a seguir e responda às questões 219 a 221.
“Falando em leitura...
Falando em leitura, podemos ter em mente alguém lendo jornal, revista, folheto, mas o mais
comum é pensarmos em leitura de livros. E quando se diz que uma pessoa gosta de ler, ‘vive
lendo’, talvez seja rato de biblioteca ou consumidor de romances, histórias em quadrinhos, foto-
novelas. (...) Sem dúvida, o ato de ler é usualmente relacionado com a escrita, e o leitor visto como
decodificador da letra. Bastará porém decifrar palavras para acontecer a leitura? Como explica-
ríamos as expressões de uso corrente ‘fazer a leitura’ de um gesto, de uma situação; ‘ler o olhar de
alguém’, ‘ler o tempo’; ‘ler o espaço’, indicando que o ato de ler vai além da escrita?
Se alguém na rua me dá um encontrão, minha reação pode ser de mero desagrado, diante de
uma batida casual, ou de franca defesa, diante de um empurrão proposital. Minha resposta a esse
incidente revela meu modo de lê-lo. Outra coisa: às vezes passamos anos vendo objetos comuns,
um vaso, um cinzeiro, sem jamais tê-los de fato enxergado; limitamo-los à sua função decorativa
ou utilitária. Um dia, por motivos os mais diversos, nos encontramos diante de um deles como se
fosse algo totalmente novo. O formato, a cor, a figura que representa, seu conteúdo passam a ter
sentido, melhor, a fazer sentido para nós.
Só então se estabeleceu uma ligação efetiva entre nós e esse objeto. E consideramos sua beleza
ou feiura, o ridículo ou adequação ao ambiente em que se encontra, o material e as partes que o
compõem. (...)
(...) Será assim também que acontece com a leitura de um texto escrito?
Com freqüência nos contentamos, por economia ou preguiça, em ler superficialmente, ‘passar
os olhos’, como se diz. Não acrescentamos ao ato de ler algo mais de nós além do gesto mecânico
de decifrar os sinais. Sobretudo se esses sinais não se ligam de imediato a uma experiência, uma
fantasia, uma necessidade nossa.
Reagimos assim ao que não nos interessa no momento. Um discurso político, uma conversa,
uma língua estrangeira, uma aula expositiva, um quadro, uma peça musical, um livro. Sentimo-
nos isolados do processo de comunicação que essas mensagens instauram – desligados. E a ten-
dência natural é ignorá-las ou rejeitá-las como nada tendo a ver com a gente. Se o texto é visual,
ficamos cegos a ele, ainda que nossos olhos continuem a fixar os sinais gráficos, as imagens. Se é
sonoro, surdos. Quer dizer: não o lemos, não o compreendemos, impossível dar-lhe sentido por-
que ele diz muito pouco ou nada para nós.
Por essas razões, ao começarmos a pensar a questão da leitura, fica um mote que agradeço a
Paulo Freire:
‘a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade
da leitura daquele’.“
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo, Ática. p. 7-10.
219. UFR-RJ Partindo-se das reflexões da autora, pode-se concluir que o ato de ler é, em
última análise, um:
a) gesto mecânico de decifrar sinais;
b) gesto rotineiro de “passar os olhos”;
c) ato de construir sentido para aquilo que se lê;
d) ato prazeroso de decodificar romances, fotonovelas e histórias em quadrinhos;
e) modo de perceber as relações sintáticas que constroem o texto.
220. UFR-RJ “Ler não é uma atividade restrita ao ato de decifrar um código escrito. Ler é
interpretar. Neste sentido, a leitura é uma atividade que se constrói através de um diálogo
entre quem lê e o que é lido.”
Pode-se dizer que a afirmativa acima, em relação ao texto, está:
a) certa, pois a autora afirma que o ato de ler é usualmente relacionado com a escrita;
b) errada, pois, para a autora, basta que se decifrem as palavras para acontercer a leitura;
c) certa, pois, para a autora, o leitor é visto como um decifrador da letra se contenta em
ler superficialmente;
d) errada, pois, para a autora, só podemos ler textos escritos e esses textos precisam ter
uma relação direta com a nossa realidade;
e) certa, pois, para a autora, ainda que o indivíduo não saiba decodificar a escrita, ele
pode ser considerado leitor, na medida em que interpreta o que observa.
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221. UFR-RJ Paulo Freire, ao afirmar que “a leitura do mundo precede sempre a leitura da
palavra e que a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele”, nos diz que:
a) quando se começa a ler a palavra não se pode deixar de ler o mundo, pois a leitura da
palavra depende da leitura do mundo;
b) quando se começa a ler o mundo não se pode deixar de ler a palavra, pois a leitura do
mundo depende da leitura da palavra;
c) quando se começa a ler a palavra não se pode deixar de ler o texto, pois a leitura do
texto depende da leitura da palavra;
d) quando se começa a ler a palavra não se pode deixar de ler o mundo, pois a leitura da
palavra não depende da leitura do mundo;
e) quando se começa a ler o texto não se pode deixar de ler cada palavra, pois a leitura de
cada palavra depende da leitura do texto.
Com base na foto abaixo, responda às questões de números 222 e 223.
“O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado fez esta foto
num campo de refugiados instalados em equipamentos
ferroviários na fronteira da Croácia com a Sérvia e a Bós-
nia, em 1994.
Assim como textos, fotografias podem ser lidas: o
menino que aparece no primeiro plano funciona como o
tema da foto, enquanto o trem no segundo plano co-
menta este tema.”
SALGADO, Sebastião. Êxodos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
222. UERJ A escolha da figura humana no primeiro plano busca provocar no espectador a
seguinte atitude:
a) questionar a opção pelo tema; c) surpreender-se com o gesto do menino;
b) admirar a composição com o fundo; d) refletir sobre o desamparo da criança.
223. UERJ O fotógrafo, ao enquadrar o trem parado ao fundo, onde os refugiados se encon-
travam instalados, ressalta o contraste entre:
a) o metal e a terra; c) o progresso e a guerra;
b) o real e o imaginário; d) a infância e o mundo adulto.

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