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2 pontos Mas o ilustre médico, com os olhos acesos da convicção científica, trancou os ouvidos à saudade da mulher, e brandamente a repeliu. Fechada a porta da Casa Verde, entregou-se ao estudo e à cura de si mesmo. Dizem os cronistas que ele morreu dali a dezessete meses no mesmo estado em que entrou, sem ter podido alcançar nada. (O alienista, Machado de Assis) Era o nosso Jacinto. E imediatamente o comparei a uma planta, meio murcha e estiolada, no escuro, que fora profusamente regada e revivera em pleno sol. Não corcovava. Sobre a sua palidez de supercivilizado, o ar da serra ou a reconciliação com a vida tinha espalhado um tom trigueiro e forte que o virilizava soberbamente. (Civilização, Eça de Queirós) Comparando a novela O alienista, de Machado de Assis, ao conto Civilização, de Eça de Queirós: a. a narrativa de Machado demonstra como a ciência pode responder ao tema universal da loucura; enquanto o conto de Eça demonstra que o progresso não é suficiente para satisfazer as necessidades humanas. Ambos exploram racionalmente, contudo, os estados de alma de seus personagens. b. a investigação dos estados de alma dos personagens é comum aos dois escritores, que na fase final de sua produção abandonam a observação e representação do real. Ambos criticam os excessos da ciência e do progresso. c. enquanto a literatura machadiana se volta às incertezas das questões humanas, o realismo de Eça se pauta no real. Ambos criticam os excessos da ciência e do progresso, sendo que o conto de Eça redime seu protagonista, enquanto a novela de Machado reserva a ele um destino pessimista. d. tanto a literatura machadiana quanto o realismo de Eça, nas narrativas analisadas, voltam-se à observação e representação do real, com propósito de condenar os males das sociedades burguesas. Por isso, as duas narrativas reservam aos seus personagens um destino pessimista. e. enquanto a literatura machadiana se volta à representação da realidade cotidiana e social, o realismo de Eça se volta à sondagem da alma humana. Ambas as narrativas reservam aos seus personagens um destino pessimista, como crítica aos excessos da ciência e do progresso. PERGUNTA 2 1. Leia o trecho abaixo para responder à questão: Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de Dona Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: - Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. (Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis) Pode-se afirmar a respeito do excerto que encerra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis: a. neutraliza o exame de consciência da personagem, que teve uma vida atormentada pelo ódio e pela ganância. b. racionaliza a experiência vivida, o que consiste em uma contradição, uma vez que se trata de um “defunto autor”. c. imprime um tom pessimista à narrativa, ao rejeitar qualquer possibilidade de redenção do personagem. d. esclarece o processo sobrenatural que o narrador utilizou para fazer o relato após a morte. e. revela a existência de Brás Cubas como exitosa, embora não tenha tido filhos. 2 pontos PERGUNTA 3 1. Caminharam a direito, atravessando constantemente o rio, para encurtar caminho. Os primeiros minutos foram o inferno para Teoria. Agora ia melhor. Vencera o primeiro combate, o mais duro. Sabia que vencera mesmo todo o combate. Avançaram distanciados uns dos outros, em fila indiana, por entre as folhas largas de xikuanga, onde vivem os elefantes. O cheiro de elefante era persistente. Pena que não viemos caçar, pensou Ekuikui, o caçador; daria comida por muito tempo. E, ao atravessarem de novo o rio, depararam com uma manada de elefantes. Instintivamente, Ekuikui levantou a arma. (Mayombe, Pepetela) Publicado em 1980, o romance Mayombe, do escritor angolano Pepetela, é uma narrativa que retrata os combates pela independência empreendidos pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Considerando o realismo como postura e método, podemos afirmar que: a. o realismo vigorou apenas na segunda metade do século XIX, sendo depois considerado como conservador e anacrônico pelas vanguardas modernistas, cujas inovações de fragmentação e subjetividade estética permaneceram dominantes até a contemporaneidade. b. abandonado pelas vanguardas modernistas, o realismo se encerrou como estética e como movimento a partir do século XX, quando novos estilos de época trouxeram narrativas radicalmente subjetivas, encerrando definitivamente os estilos anteriores. c. os princípios de observação, análise e crítica social do realismo permaneceram inalterados, havendo romances que reapresentam a estética do movimento realista desde o século XIX, sem alterações no estilo ou na linguagem. d. o realismo sobreviveu ao movimento literário, transformando-se e se misturando com outras estéticas e estilos, com exceção do idealismo romântico, ao qual surgiu como reação. e. o realismo antecedeu o movimento e sobreviveu a ele, transformando-se diante das inovações estéticas e ressurgindo com força nas narrativas contemporâneas, caracterizadas pela representação de aspectos do mundo referencial e social. 2 pontos PERGUNTA 4 1. Os romances do Naturalismo construíam seus enredos baseados na tese determinística, que afirmava que o homem seria fruto de três causas essenciais: o meio social, sua raça (hereditariedade) e o momento. Era sempre umas dessas três causas que os escritores usavam para explicar as ações dos personagens. Nesse sentido, os romances da época tiveram um nome específico (PAGNAN, 2010). PAGNAN, M. Manual compacto de literatura brasileira. São Paulo: Rideel, 2010. Assinale, a seguir, a alternativa que indica corretamente o nome específico dos romances do Naturalismo. a. Romances críticos. b. Artigos científicos. c. Romances narrados. d. Romances de tese. e. Ultrarromantismo. 2 pontos PERGUNTA 5 1. Se, no Romantismo, o escritor era um porta-voz nacional, consistindo-se em um difusor da cultura nacional, no Realismo e no Naturalismo, ele sai da subjetividade, passando a ser um observador do seu entorno; assim, ele transfere para a literatura o que é ordinário dos problemas da sociedade em que está inserido. Desse modo, o plano estético mudou bastante. Assinale, a seguir, a alternativa que nomeie corretamente uma mudança significativa com o surgimento do Realismo e do Naturalismo. a. O escritor passou a buscar pelas raízes do passado. b. Houve uma busca pela essência do espírito humano. c. O escritor recusou a subjetividade sem limite, visando a uma objetividade científica. d. Houve um foco elevado na subjetividade. e. A capacidade de raciocínio foi elevada a novos patamares. 1. Podemos citar como expoentes do Naturalismo Aluísio de Azevedo, Domingos Olímpio, Inglês de Sousa, Adolfo Caminha e Júlio Ribeiro. Embora todos naturalistas, cada romance tem a peculiaridade específica de seu escritor e de seu tempo. Relacione, a seguir, os nomes de autores com suas obras. I) Domingos Olímpio. II) Inglês de Sousa. III) Aluísio de Azevedo. 1) O Missionário.II 2) Luzia-Homem. I 3) O Cortiço. III Assinale, a seguir, a alternativa que correlaciona adequadamente os dois grupos de informação. a. I-2, II-1 e III-3. b. I-3, II-1 e III-2. c. II-2, I-1 e III-3. d. I-1, II-2 e III-3. e. I-2, II-1 e III-3.
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