Treponema pallidum 2

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treponema pallidum 
sifilis, bejel e bouba
Microbiologia Básica 2020 - Farmácia & Bioquímica - Universidade de São Paulo
Henrique Crevatin, Kalil Vitor e Nicolas Giacomo
Treponema pallidum: Sífilis, bejel e bouba
Treponema pallidum 
Filo Spirochaetes; 
Subespécies morfologicamente indistinguíveis: 
T. pallidum pallidum 
T. pallidum endemicum 
T. pallidum pertenue 
Principais doenças (Treponematoses): Sífilis, Bejel e Bouba 
Único hospedeiro: Seres humanos. 
Treponema pallidum: Sífilis, bejel e bouba
Morfologia e caracterí­sticas
Formato helicoidal; 
Tamanho padrão variando entre 5-20 μm de comprimento e 0,1 a 0,2 μm de diâmetro; 
Filamento axial (endoflagelo), responsável pelo movimento tipo saca-rolha;
Envoltório similar ao de bactérias Gram negativas, com periplasma fino, e baixa densidade de peptideoglicanos; 
Anaeróbias facultativas; 
Não podem ser cultivadas artificialmente. 
Treponema pallidum: Sífilis, bejel e bouba
fatores de virulência 
Aderência no tecido conjuntivo por meio de adesinas na parede do T. pallidum;
 Devido a baixa quantidade de proteínas detectáveis em sua parede, não aciona o sistema imune eficientemente;
Produção de LPS em baixa quantidade.
mecanismos de patogenicidade
Mecanismo patogênico específico ainda não conhecido; 
Entrada na circulação devido a aderência da bactéria ao epitélio do hospedeiro. 
Treponema pallidum: Sífilis, bejel e bouba
Sífilis
Agente etiológico: Treponema pallidum pallidum 
Desenvolvimento em 3 fases distintas: 
Primária: 3 a 90 dias após exposição; 
Secundária: 4 a 10 semanas após infecção inicial; 
Terciária: 3 a 15 anos após infecção inicial. 
Treponema pallidum: Sífilis, bejel e bouba
Sí­filis - Manifestações clínicas (primária)
Formação de feridas indolores (cancro) contendo grande quantidade de treponemas;
Possível formação de ínguas na virilha;
Essas feridas podem desaparecer espontaneamente. 
Treponema pallidum: Sífilis, bejel e bouba
Sí­filis - Manifestações clínicas (secundária)
Disseminação da bactéria pelo organismo do hospedeiro;
Formação de manchas avermelhadas (exantemas maculopapulares contendo grande quantidade de trepanemas em diversos locais do corpo;
Assim como na sífilis primária, as feridas desaparecem espontâneamente;
Sintomas comuns: Febre, perda de apetite, mal-estar, anorexia, náuseas e fadiga.
Treponema pallidum: Sífilis, bejel e bouba
Sí­filis - Manifestações clínicas (terciária)
Entre a segunda e a terceira fase da doença, há um período de latência, no qual a doença não apresenta sintomas; 
Na sífilis terciária: Formação de gomas (massas inflamatórias) na pele, nos ossos e em órgãos internos; 
Formação de aneurismas, que caracteriza a sífilis cardiovascular; Invasão do SNC: Neurossífilis. 
Treponema pallidum: Sífilis, bejel e bouba
Sí­filis - Transmissão
Principal forma de transmissão: Via relação sexual;
Contato com sangue e secreções contaminados;
 Via placenta: Sífilis congênita
 Transmissão da bactéria ao feto através da placenta;
Pode causar aborto espontâneo, natimorto, prematuridade e baixo peso no nascimento; 
Sífilis congênita precoce: lesões cutâneas, ósseas e oculares; 
Sífilis congênita tardia (>2 anos): úlceras gomosas, alterações ósseas e dificuldade no aprendizado. 
Treponema pallidum: Sífilis, bejel e bouba
Sí­filis - Diagnóstico
Microscopia de campo escuro: é possível ver apenas a luz refletida na amostra com treponemas, uma vez que o microorganismo não é facilmente corado;
Testes reagínicos: Uso de antígenos lipídicos para detectar anticorpos humanos que se ligam a lipídios.
Testes treponêmicos: detectam anticorpos antisífilis.
Treponema pallidum: Sífilis, bejel e bouba
Sífilis - Tratamento
Injeção intramuscular do antibiótico penicilina benzatina. 
 O medicamento Benzetacil® impede a formação de parede celular da bactéria, causando lise osmótica e morte. (Amplamente usado no Brasil)
SÍFILIS - Prevenção
Uso de preservativos durante a relação sexual;
Evitar contato com sangue e secreções contaminados.
Taxa de detecção de sífilis adquirida (por 100.000 habitantes), segundo região de residência por ano de diagnóstico. Brasil 2010 a 2018.
Fonte: Boletim epidemiológico de Sífilis - 2019.
Sífilis - Adquirida
Taxa de detecção de sífilis adquirida (por 100.000 habitantes), segundo faixa etária. Brasil 2010 a 2018.
Fonte: Boletim epidemiológico de Sífilis - 2019.
Sífilis - Faixa etária
Taxa de detecção de sífilis em gestantes e taxa de incidência de sífilis congênita por 1.000 nascidos vivos, segundo UF. Brasil, 2018.
Fonte: Boletim epidemiológico de Sífilis - 2019.
Sífilis - Gestantes
Taxa de detecção de sífilis adquirida (por 100.000 habitantes), taxa de detecção em gestantes e taxa de incidência de sífilis congênita (1.000 nascidos vivos), segundo ano de diagnóstico. Brasil 2010 a 2018.
Fonte: Boletim epidemiológico de Sífilis - 2019.
Sífilis - Comparação
Treponema pallidum: Sífilis, bejel e bouba
Bejel - Sífilis endêmica
Agente etiológico: Treponema pallidum endemicum.
 Manifestações clínicas:
Placa mucosa, geralmente bucal, que muitas vezes não é percebida; 
Em seguida, feridas no tronco e nas extremidades; 
No último estágio da doença, há inflamação dos ossos e formação de úlceras na face. 
Transmissão: contato íntimo com a pele 
Treponema pallidum: Sífilis, bejel e bouba
Bouba
Agente etiológico: Treponema pallidum peternue. 
Manifestações clínicas: 
Pápula vermelha no local de infecção, que pode aumentar e formar uma úlcera (Bouba primária); 
Após alguns meses, há formação de feridas, principalmente nas mucosas e nas áreas úmidas do corpo (Bouba secundária); 
Anos mais tarde podem ocorrer novas lesões (Bouba terciária) acompanhada de inflamação óssea, nódulos nas articulações e lesões faciais mutilantes. 
Transmissão: contato íntimo com a pele e fômite.
Países subdesenvolvidos, que vivem em condições de higiene precárias; 
Bejel tem prevalência nos países áridos do Mediterrâneo oriental, do sul da Ásia e do norte da África; 
Bouba tem prevalência em países úmidos e equatoriais. 
Treponema pallidum: Sífilis, bejel e bouba
Bejel e bouba - diagnóstico e tratamento
Diagnóstico: Como as três bactérias envolvidas são idênticas morfológica e sorologicamente, é necessário diferenciar as doenças via análise dos sintomas e das áreas endêmicas;
O tratamento: Similar à sifilis, uso de antibióticos beta-lactâmicos (comumente a penicilina benzatina).
Bejel e bouba - epidemiologia
Treponema pallidum: Sífilis, bejel e bouba
Referências
Resumo de Antibioticoterapia: Penicilinas e Carbapenêmicos | Yellowbook. Sanar Med, 2020. Disponível em: <https://www.sanarmed.com/resumo-de-antibioticoterapia-penicilinas-e-carbapenemicos-yellowbook>. Acesso em: 25/10/2020.
AVELLEIRAL, João Carlos Regazzi; BOTTINOLL, Giuliana. Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle. SciElo, 2006. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962006000200002>. Acesso em: 25/10/2020.
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CASAL, Charliana Aragão Damasceno; ARAÚJO, Eliete da Cunha; CORVELO, Tereza Cristina de Oliveira. Aspectos imunopatogênicos da sífilis materno-fetal. Atualização e Revisão, 2012. Disponível em: <http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2012/v26n2/a3212.pdf>. Acesso em: 25/10/2020.
MORRIS, Sheldon. Sífilis. MSD Manuals, 2019. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doenças-infecciosas/doenças-sexualmente-transmiss%C3%ADveis-dsts/s%C3%ADfilis>. Acesso em: 25/10/2020.
Sífilis. Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis - Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-sao-ist/sifilis>.Acesso em: 25/10/2020.
TESINI, Brenda. Sífilis congênita. MSD Manuals, 2018. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/infecções-em-recém-nascidos/s%C3%ADfilis-congênita>. Acesso em: 25/10/2020.