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OBSTETRÍCIA Afecções cirúrgicas do aparelho genital das fêmeas em pequenos animais

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OBSTETRÍCIA 20/10
Afecções cirúrgicas do aparelho genital das fêmeas em pequenos animais:
Anatomia: O órgão genital da fêmea é composto pelos ovários que estão no polo caudal
dos rins. Ele tem ligamento suspensor que os prende a parede abdominal próxima as
duas ultimas costelas, e tem artéria e veia. E o pedículo ovariano formado por esse
ligamento suspensor e pela artéria e veia ovariana. A gente tem o ligamento próprio do
ovário que liga ele ao útero. E tem o útero dividido em dois cornos uterinos mais longos,
e um corpo mais curto. A conexão dele com a vagina é feita pela cérvix, e ai palpando
da pra ter ideia de onde ele é, porque é mais dura. O útero fica ligado ao abdome pelo
ligamento largo e pelo ligamento redondo. Tem artéria e veia uterinas vindo próximo
dos cornos.
Tem as glândulas mamárias M1 a M5, sendo M1 Torácica cranial, M2 torácica caudal,
M3 abdominal cranial, M4 abdominal caudal, M5 inguinal. Alguns animais podem não
ter as M1, nas gatas é mais comum ter somente 4 pares de mamas.
O ovário direito é mais cranial que o esquerdo, dificultando o acesso quando feito por
celiotomia media. E pelo flanco é escolhido fazer pelo lado esquerdo, para facilitar a
visualização. A artéria ovariana é ramo da aorta, e a veia ovariana esquerda drena pra
veia renal, enquanto que a direita drena para a cava.
Abordagem das afecções:
Para fazer a abordagem do animal a gente tem que na anamnese abordar a raça e idade
dos animal, pois algumas afecções são mais comuns em animais mais jovens como
hiperplasia vaginal e mamaria, e prolapso vaginal. E outras como neoplasias mamarias e
vaginais são mais comuns em animais mais velhos.
- Raças e Idades: algumas raças tem maior predisposição a algumas doenças, como
o boxer com hiperplasia vaginal, e prolapso vaginal.
- Inteira x Castrada: observar se eles são inteiros ou castrados, pois na maioria dos
casos essas afecções são comuns em pacientes inteiras, mas pode acometer em
castrados mais velhos. Observar se a afecção é sistêmica, e tem anorexia,
inapetência, ou se é mais um desconforto.
A piometra, se for fechada causa sinais sistêmicos, com sinais mais graves.
E os pacientes com hiperplasia vaginal tem mais sinais locais.
- Anorexia? Inapetência?
- Tempo de evolução: o tempo de evolução também deve ser avaliado. Principalmente
quando pensamos em neoplasias, para avaliar se são benignas (crescem mais
devagar) ou malignas (mais rápido). E avaliar todo o sistema reprodutivo, conversar
com o tutor para saber se ele paciente já teve algum problema reprodutivo, e saber
quando ele foi castrado, tratado, etc.
EXAME FÍSICO
O exame físico:
- Inicia com a inspeção e palpação. É possível papal as glândulas mamárias.
- Inspeciona a cavidade abdominal, procurando aumentos de volume,
endurecimentos que não deveriam acontecer, pensando em avaliar o útero, e
uterina (gatas é mais fácil), realizar a palpação também das glândulas
mamarias para ver se tem nódulos e em quais cadeias.
- A secreção vaginal muitas vezes vai estar presente, e ai precisa avaliar se é
maior que deveria, e o tipo de
secreção, avaliar isso com o tutor desde quando começou, o ultimo cio dela, quantas
gestações etc.
Avaliar vulva, glândula mamária, vestíbulos e vagina. Avaliar tudo que é externo e é
possível de visualizar. Em relação a vagina avaliar se tem edema, turgidez para associar
com o ciclo estral dos animais. Lembrando que a vulva sofre edema e fica de 2 a 3 vezes
maior na fase de proesto e estro. E a palpação abdominal para ver se tem dor,
desconforto, aumento uterino, massas etc.
Vulva e vagina técnicas:
EPISIOTOMIA
A episiotomia, que é uma incisão na vulva para poder ter acesso a cavidade vaginal que
pode ser necessário em neoplasias, ou em casos de sondar o paciente que não seja
possível de outra forma.
Episioplastia, que é uma cirurgia plástica na vulva em casos de pregas excessivas que
causam dermatite.
Episiorrafia, que é a sutura depois de fazer a episiotomia para fechar a região vulvar.
Introdução: Elas podem ser necessárias em casos de deformidades congênitas onde
precisamos ter acesso a cavidade vaginal, no caso de fistula retovaginal por exemplo. O
edema gavinal e hiperplasia precisa ter o acesso para reposicionar. Nos casos de
prolapso vpara fazer a redução adequada do prolapso. E em casos de tumores vaginais.
Episiotomia: Incisão no orifício vulvar para expor a vulva e a vagina.
É indicada a exploração cirúrgica da vagina para retirar massas, modificar defeitos, reparar
lacerações, expor a papila uretral (casos que precise da sondagem), e facilitar a extração
manual de fetos.
Inicialmente é preparada a região com tricotomia e antissepsia, e coloca o animal em
decúbito esternal com acolchoamento e os membros apoiados, para evitar lesões pela
compressão do nervo femoral. Inicialmente coloca os clampes intestinais de Doyen (de
forma preventiva), para fazer a hemostasia porque é uma área muito vascularizada e ai vai
fazer a incisão aprofundada da comissura vulvar dorsal (dos lábios vulvares até próximo do
esfíncter anal externo), claro dependendo da situação. Faz a incisão de pele e subcutâneo
com o bisturi e continua com a tesoura de mayo.
Faz então a avaliação e a cirurgia necessária e faz o fechamento. Ele deve ser feito em 3
camadas, iniciando pela parte mais interna, onde o nó deve ser intraluminais, podendo
ser com sutura isolada, mas normalmente se utiliza as continuas (inicia-se com swift
para ficar com nó intraluminais. Com fio absorvíveis sintéticos – poliglactina 910, acido
poliglicoligo. Se caso tiver infecção na região deve ser com poligliconato ou polidiaxonona
por serem fios que tem resistência maior e por mais tempo.
Normalmente se une com um pontinho de pele para poder guiar o restante. E depois fecha
subcutâneo junto com a musculatura e a pele. Antes de realizar o procedimento deve-se
fazer a bolsa de tabaco no anus para evitar a contaminação.
EPISIOPLASTIA - indicada para reconstrução da vulva.
Episioplastia (vulvoplastia): nada mais é que a reconstrução da vulva. É indicado em
casos de excesso de pele ao redor da vulva, que podem causar dermatite perivulvar e
infecções recorrentes do trato urinário. Lembrando que deve tratar a piodermatite na
dobra da pele antes da cirurgia.
O posicionamento é o mesmo da anterior, em decúbito external com membros
apoiados. Antes de realizar o procedimento deve-se fazer a bolsa de tabaco no anus
para evitar a contaminação
Se faz 2 incisões paralelas em forma de lua crescente circundando a vulva. Avalia o tanto
de pele que deve ser retirada. Faz com bisturi. A remoção é com tesoura de metsembaum
ou mayo. Lava-se a região. Faz então 3 pontos, um em 3 9 e 12 horas no subcutâneo, e
avalia se ainda tem excesso de pele. E ai pode tirar mais algum fragmento que seja
necessário, se não pode fazer pontos intraluminais na musculatura e subcutâneo com
absorvível sintético e em seguida a pele, ou pode ser feito direto os pontos de pele com o
PIS fazendo a aproximação com inabsorvível. E após fazer a limpeza do local todos os dias,
e após o animal defecar etc, ATB profilático, e cuidados de limpeza, anti inflamatório e
dipirona (por 3 dias). Se for retirado uma parte muito grande pode avaliar o uso do tramadol.
Cuidados pós: cuidados básicos de limpeza, analgesia e antibioticoprofilaxia caso não tenha
sido feita durante a cirurgia (somente o profilático se a infecção estiver controlada)
EDEMA VAGINAL
- Ocorre durante o proestro ou estro como resultado do aumento edematoso do tecio
vaginal.
- Origina-se de um pedúnculo da mucosa do assoalho vaginal - externamente não vê,
vai ver uma massa saindo da vulva, então é difícil definir se é edema ou prolapso;
geralmente a massa se sobra por cima da uretra, podendo atrapalhar o animal a
urinar
- Normalmente cranial a papila uretral
- A uretra não costuma ficar exteriorizada
- Buldogue inglês, Boxer e outras raças braquicefálicas - mais comum nessas raças
- Excesso de resposta do estrogênio causando esse pregueamento excessivo da
mucosa do assoalho vaginal
- Cadelas jovens,geralmente nos 3 primeiros cios - são indicados o castramento e
evitar reprodução desse animal
Edema vaginal (hiperplasia): Ocorre durante o proestro ou estro como resultado do
aumento edematoso do tecido vaginal.
Origina-se de um pedúnculo da mucosa do assoalho vaginal, que fica cranial a papila
uretral. Porém a uretra não costuma ficar exteriorizada. Esse aumento de volume pode
dificultar o animal a urinar. Mais comum em buldogs, boxer e raças braquicefalicas.
Suspeita-se se um componente hereditário e esses animais não devem ficar na reprodução.
É uma excesso de resposta ao estrógeno, resulta no pregueamento excessivo da mucosa
do assoalho vaginal. E essa mucosa sofre protusão, e sai pelo orifício vulvar. Normal em
cadelas jovens nos 3 primeiros cios e depois costuma passar. Esses animais devem ser
castrados.
Sinais clínicos:
- É uma massa saindo dos lábios vulvares, que é peduncular, mas as vezes não
consegue ver o pedúnculo.
- Tem superfície mucosa brilhante, edemaciada, e rosapálido, quanto mais proximo
ela fica ressecada.
Diagnóstico: É feito pela inspeção e palpação.
- Sempre que possível palpar ao redor e a vagina para localizar o pedúnculo.
- Precisa diferencial do prolapso uterino ou vaginal.
Tratamento médico:
- É o uso de géis lubrificantes, solução salina normal para minimizar o ressecamento
da mucosa exposta.
- Dependendo do edema pode usar açúcar ou água fria para tentar reduzir o edema e
tentar reposicionar, e fazer 2 suturas da vulva em Wolf para evitar a profusão. E
quando voltar ao normal é indicado a OSH para evitar casos de recidiva.
Tratamento cirúrgico é indicado onde com o tratamento do edema não consegue
reposicionar a massa, e ai precisa fazer a episiotomia para reposicionar. E também em
casos onde a massa vai atrapalhar o animal, tiver necrose, úlceras etc após a episiotomia,
precisa fazer a ressecção dessa massa – faz a amputação na base do pedúnculo. Precisa
fazer a sondagem uretral para ter certeza do posicionamento da uretra. Faz a episiotomia, e
depois a sutura simples continua com fio absorvível sintético.
Cuidados básicos: AINES, opióides, casos de ressecção já faz a OSH.Indicado castrar no
mesmo procedimento para evitar edema no pós operatório (por conta do estrógeno);
PROLAPSO VAGINAL
Prolapso vaginal:
- É menos comum que a hiperplasia, e tem a protrusão de 360 graus da mucosa.
Toda a circunferência da mucosa e lumem estão protuidos.
- A mucosa está sendo evertida e visualizada externamente.
- Pode ser parcial, onde ainda tem algumas partes protuídas, ou completa. Parcial
são 360º, mas apenas uma parte irá sair.
- Ocorre no proestro e estro. Pode ocorrer pela hiperextrogenismo ou fraqueza do
tecido conectivo vaginal. E pode acontecer por separação forçada de coito,
constipação e distocia.
- Ocorre a eversão de toda a circunferência vaginal em forma de rosquinha, podendo
incluir a papila uretral, e com isso é projetado através da vagina.
- Ocorre em cadelas jovens, até no 3 ciclo estral. Pode estar ulcerado, com congestão
e é facilmente acometido por traumas.
Sinais clínicos: massa saindo dos lábios vulvares, com superfície mucosa brilhante,
edemaciada, e rosa-pálido. Tecido com mudança de coloração devido à congestão, ulcera e
facilmente sofre traumatismo.
Diagnóstico: inspeção e palpação.
Tratamento médico:
- Nos casos brandos ocorre regressão espontânea sem fazer nada, com a queda do
estrogênio no diestro. Faz limpeza, redução de edema, espera passar o período de
estro - pode manter o animal sondado enquanto reduz o edema.
Deve-se fazer a limpeza com solução fisiológica ou antisséptica diluída. E fazer a
redução manual, que pode ser feita com açúcar ou água fria, e sutura dos lábios
vaginais.
- Nos casos muito intensos pode ser necessário fazer uma episiotomia para reduzir.
Mas geralmente, já com o tratamento do edema já consegue fazer a redução; e
depois de tratar o edema faz a sutura em Wolf.
Tratamento cirúrgico: É indicado em casos agudos graves ou existentes há muito tempo.
E que tenha hemorragia, infecção, necrose do tecido.
É feito a ressecção cirúrgica, com a episiotomia, e sondagem. Faz uma incisão
circunferencial ao redor de toda a espessura da parede vaginal com padrão Wolf. Pós
operatório é a mesma coisa. Tem fundo hereditário e aí é indicado fazer a OSH
posteriormente. Aguarda a fase estrogênica e depois faz a castração. O prognostico é muito
bom.
NEOPLASIA VULVA/VAGINAL
Neoplasia vulvar/vaginal: São tumores envolvendo a vulva e a vagina.
- São incomuns, cerca de 2,4 3% DE TODAS AS NEOPLASIAS CANINAS.
- Fibroleiomioma, lipoma, leiomiossarcoma, carcinoma de células escamosas,
e tumor venéreo transmissível.
- Mais comum em fêmeas mais velhas de 10 anos ou mais.
- Geralmente são pedunculados, macios, firmes, e pálidos.
- Exceção do TVT, que são largos na base, irregular, friável, e sangra fácil.
- 75% são benignos e respondem de forma curativa a excisão local e a OVH.
- Os malignos são localmente invasivos e com metástase precoce nos linfonodos
regionais, não costumam fazer metástase à distância.
Massa pode ser vulva ou no tecido cutâneo da vulva.
TVT tem características mais sangrante.
Tratamento cirúrgico: a excisão cirúrgica que é recomendada para todos, com exceção do
TVT que faz a vincristina por 4 a 6 semanas e continua 2 semanas após não ter nenhuma
lesão. E a OSH e recomendada para não ter recidiva.
Faz a episiotomia para poder ter acesso e remover o tumor e antes do procedimento
faz a OSH para não levar células tumorais para dentro do abdome.
Incisão (episiotomia) – localiza tumor- faz sondagem- remoção- pode ser usado o
eletrocautério, pq é muito vascularizado; reconstrução localizando a mucosa vaginal
para unir com o assoalho - aproxima os tecidos - faz reconstrução- remoção de pele
que sobrou pq estica mt - sutura subcutâneo com fios absorvíveis- padrão de
walking suture (passa em vários pontos) - sutura continua zigzag.
É necessário enviar para o histopatológico para saber se é benigno (remoção e osh)
ou maligno.
Pós operatório: analgesia com opioide, AINES, avaliar se precisa de ATB.
ÚTERO
PIOMETRA
Piometra: É o acúmulo de material purulento no interior do útero. Pode estar associado com
o complexo endometrial cística.
- Esse complexo quando tem apenas secreção mucóide é chamado de:
- Mucometra (secreção mucoide)
- Hidrometra (secreção líquida)
- Hemometra (secreção sanguinolenta)
= qualquer uma delas pode causar a piometra
- Desenvolve-se durante o diestro e nas cadelas dura em torno de 70 dias, onde o
útero fica em influencia da progesterona. E há estimulo de crescimento e secreção
das glândulas endometriais e reduz a atividade miometrial.
- No caso da Hiperplasia endometrial cística, ocorre uma resposta uterina anormal no
diestro, ao aumento e prolongada produção de progesterona ou pelo uso da
progesterona exógena. Vai ter uma resposta exagerada que pode acometer o tecido
glandular.
Ou pelo uso de estrógeno no diestro. Estrogênio aumenta o numero de receptores
uterinos na progesterona. O fluido se acumula nas glândulas endometriais e no
lúmen uterino.
Há uma drenagem uterina impedida pela progesterona e o ambiente fica propício
para colonização de bactérias, o que causa a piometra - geralmente por E. coli
(vaginal ou do trato gastro intestinal).
Dificuldade dos leucócitos chegarem no local.
Em gatas é menos comum, pelo desenvolvimento do corpo lúteo ser necessário ter
a cópula.
- Se a cérvix estiver aberta, a secreção é eliminada e aí o quadro é mais leve.
- Quando a cérvix esta patente ou fechada tem um quadro mais grave, porque
vai ter absorção de toxinas.
Os pacientes podem apresentar: desidratação, toxemia, septicemia, e endotoxemia. E
pode acontecer a torção uterina por conta do aumento de liquido, e quando for feito a
remoção deve ser feita a remoção com ele torcido, para evitar a liberação de radicais livres
e piorar o quadro de toxemia do animal.
Anormalidades: alguns animais podem ter ainda hipoglicemia, disfunção renal (deposito de
imunocomplexos e a toxemiaque causa insuficiência renal aguda), disfunção hepática,
anemia (diminui a eritropoise), arritmias cardíacas (toxinas), e anormalidades na coagulação
como a CID (choque) = relacionado aos quadros mais graves.
Ocorre em cadelas e gatas mais velhas (6 a 11 anos), normalmente semanas após o
estro(1 a 4 gatas e 4 a 8 semana cadelas) ou após ingestão de contraceptivos (estrógenos
ou progestágenos.
Sinais clínicos:
- Secreção vaginal purulenta ou sanguinolenta quando ela é aberta.
- Distensão abdominal (se for fechada, ou pode ser que não tenha), febre, anorexia,
letargia, poliúria e polidipsia, vomito, diarreia, e perda de peso = sinais sistẽmicos de
uma infecção, que pode se tornar uma peritonite e septicemia.
- Os animais acabam desidratando e com distúrbios eletrolíticos e ácido básicos.
Diagnostico:
- RX: pode ser feito com o raio x onde vê um aumento de volume uterino.
- US: o ultrassom que se vê o conteúdo mas que não é possível saber se é
hiperplasia (hidrometra, hemometra) ou piometra.
Exames laboratoriais: podem não ter nenhuma alteração (quando ela é aberta) ou ter
leucocitose (com desvio à esquerda com 1000 a 2000 leucócitos) com neutrofilia,
hipoproteinemia, e azotemia (devido o quadro renal, diminuição filtração glomerular). Pode
ter casos de leucopenia e linfopenia (sepse).
Tratamento médico: não é ideal, mas pode ser usado em pacientes metabolicamente
estáveis (se não tiver estável corre o risco da piometra romper e ocorrer septicemia) de
piometra aberta e com pouca alteração, e de alto valor genético. O mais indicado é fazer o
tratamento cirúrgico. O clinico pode causar a morte do animal pela ruptura uterina.
- Antibiótico em torno de 3 semanas com prostaglandina ou aglepristona +
cloprostenol ou cabergolina + cloproestenol.
- A recidiva no próximo cio é de 20%.
Tratamento cirúrgico: É a indicação, com remoção dos ovários e úteros; é a OSH/OVH
Ovariohisterectomia – a cérvix não precisa ser removida.
Pós operatório: tem que usar analgésicos, antibióticos (depende da situação - como casos
de leucocitose) 7 a 10 dias, antiinflamatórios. Fluidoterapia até o animal voltar ao normal e
se alimentar pós cirurgia. Há de 5 a 8% de chance de óbito.
A OSH é a mesma, porém com mais cuidados para evitar ruptura.
Se for uma cadela pequena pode fazer o método básico e usar iodo tópico para
omentalizar, se não, a sutura de parker que é indicada na cérvix, ou então a sutura
de cushing + a lembert que faz uma segunda camada de invaginação.
No final faz a omentalização.
TORÇÃO UTERINA
Torção uterina: mais comum em grandes que pequenos animais.
- É bem pouco comum em cadelas e gatas, mas pode acontecer.
- O corno uterino gira ao longo do eixo longitudinal, ou em torno do corno oposto, ou
todo o corpo uterino pode rotacionar.
- Pode acontecer em útero gravídeo ou não, em sentido horário ou anti horário.
Possíveis causas são: saltos, corridas, movimento fetal intenso, contração prematura,
abortamento parcial, e alterações uterinas.
Sinais clínicos: são não específicos, dor abdominal, curvar-se apresentando contração,
tentar defecar, abdômen tenso e distendido.
Tratamento é a OSH ou cesariana, se os fetos estiverem viáveis. Caso o tutor não queira
que se castre pode reposicionar e fazer a histeropexia.
Prognóstico depende do tempo que se passou até o atendimento e cirugia.
PROLAPSO
Prolapso uterino: é a eversão e protusão de uma porção do útero pela cérvix para dentro da
vagina. Será a mucosa uterina protruída. No prolapso uterino consegue ir com o dedo até
na cérvix, vai conseguir acompanhar, aqui irá acontecer durante ou próximo ao parto,
diferente do prolapso vaginal.
- É raro de acontecer.
- Pode estar associado ao parto, seja durante, ou próximo ao parto, ou parto
laborioso, ou em até 48 horas após o parto.
- A cérvix tem que estar aberta e bem dilatada para poder ocorrer essa afecção, mais
um dos motivos, precisa ter uma força para gerar o prolapso.
- 1 ou 2 cornos podem sofrer o prolapso.
- Associado a força excessiva no parto. É uma massa da mucosa saindo pela vagina,
e pode ter sinais de choque hemorrágico, com vasos ovarianos ou uterinos
rompidos.
Sinais clínicos: o animal apresenta agitação, postura anormal, dor, inchaço perineal,
lambedura, disúria (dificuldade para urinar).
Diagnóstico: é feito pela visualização e o histórico.
Tratamento médico: é raramente bem sucedido, tem que tratar o choque, e lavar a massa
com solução fisiológica, lubrificar e reposicionar. O reposicionamento e fazer a sutura em
Wolf e dependendo da condição precisa fazer uma celiotomia para avaliar a estrutura e
avaliar o caso de precisar de OSH.
Tratamento cirúrgico: É a redução e a OSH, e Em casos que não resolve o edema ou que
ta muito crônico, tem que amputar o útero para permitir a redução.
RUPTURA UTERINA
Ruptura uterina: é bem rara.
- Pode estar associado a ruptura do útero gravídeo durante o parto ou em casos de
distocia. Pode acontecer durante o procedimento cirúrgico (piometra ou cesária) -
quando rompe na cirurgia é possível lavar e tomar as providẽncias; quando abre e
está rompido, a chance de peritonite é muito grande.
- Caso os fetos caiam na cavidade abdominal vão ter morte imediata, ou serão
reabsorvidos ou terão peritonite. vaid epender do estado em que esses fetos estão
(se estão saudáveis, macerados, …)
- Fetos viáveis se a circulação estiver intacta e se for detectada no momento
do parto, é possível salvar.
- Palpação = presença de massa extra-uterina.
- O útero dilatado, então precisa diferenciar de piometra e gestação, pode romper
antes ou durante a cirurgia.
Tratamento: OVH, e sutura em casos de laceração pequena. Essa sutura é feita com uma
camada de aposição e outra de invaginação.
Pós operatório: analgesia, antibiótico (se houver alterações sistêmicas) - geralmente se faz
o profilático (deve ser feito antes de abrir) - após abrir verifica a situação da ruptura e da
cavidade.
NEOPLASIA UTERINA
Neoplasia uterina: São raras em cães e gatos.
- Leiomioma e leiomiossarcoma - mais frequentes
- Adenocarcinomas uterinos (são de glândulas uterinas).
- Pode estar associadas a cistos ovarianos ou hiperplasia endometrial cística
ou piometra.
- Parece que tem influência hormonal.
- A maioria dos animais são assintomáticos. Caso for tumores grandes podem
comprimir o trato gastrointestinal e urinário e aí causar sintomas.
Sinais clínicos: São secreção vaginal purulenta, mucóide ou hemorrágica (se tem piometra
ou mucometra associada), febre, anorexia, vômito, polidipsia, poliúria, distensão abdominal,
disúria, hematúria (dificuldade e sangue misturado) e dispneia (metástase pulmonar).
Diagnóstico: pelo raio x (torácico tbm para avaliar metástase) e ultrassom para identificar o
tumor. Neoplasias uterinas tendem a fazer metástases locais, mas deve-se procurar.
Tratamento cirúrgico: é a OVH - precisa de margem de segurança de 2 cm, se a cérvix
estiver a menos de 2 cm do tumor é indicado a remoção da cérvix (a cérvix geralmente não
é retirada pois serve como proteção). A sondagem uretral é muito importante.
A grande maioria das são benignas.
Pós operatório: analgesia e cuidados básicos.
Prognóstico: geralmente é bom.
CESARIANA
- Objetivo da Histerotomia: é remover os fetos do útero gravídico o mais rápido
possível, para que sejam reanimados e comecem a interagir.
- Potenciais distocias ou putrefações fetais podem levar a necessidade da
cesariana
- Fetos grandes, mal posicionados, malformados, tamanho reduzido do canal
do parto (fratura pélvica de consolidação) e inércia uterina.
- Eletiva:
- Raças que têm tendência a não ter partos normais (braquicefálicos);
- Casos com histórico de distocia;
- Má consolidação de fraturas de pelve ou estreitamento do canal (não
conseguem parir nem com assistência).
- Em casos com suspeita de morte fetal, faz ATB profilático. E dependendo pode fazer
a ATB terapia se for necessário.
A cesariana pode ser feita por:
1) Ressecção em bloco: fazer uma OVH e fazer a remoção dos filhotes - não tem
sofrimento fetal, fetos estáveis,tutor já quer que faço OVH, faz a aplicação das pinças -
prepara os pedúnculos, corta e pinça e continua o procedimento - mais rápido - fecha a mãe
enquanto outras pessoas reanimam os fetos. Deve seguir o tempo mais ou menos de 1
minutos após pinçar (se forem muitos é mais díficil, então não se opta por essa forma).
Quando realiza a OVH antes da histerotomia, pode ser feito em casos agendados ou
morte fetal. Se os fetos tiverem em sofrimento não é indicado, pq o tempo até serem
removidos pode ser o tempo que eles teriam, então só em casos de estabilidade ou
morte fetal confirmada. Também em casos de dúvida de integridade Uterina ou
quando o tutor quer castrar o animal junto a cesária. O tempo de aplicação das
pinças e a remoção dos neonatos deve ser de 30 a 60 segundos no máximo, é feito
uma preparação do pedículo e da cérvix, é feito o triplo pinçamento e ressecção,
triplo pinçamento e ressecção, triplo pinçamento e ressecção e entrega o útero para
uma segunda equipe, que faz a histerotomia e a reanimação dos fetos e sua
reanimação.
● Vantagens - Ressecção em Bloco: são um menor tempo anestésico, já que enquanto
uma equipe está retirando os neonatos a outra já está fechando a paciente, além de um
potencial de contaminação diminuído (faz ressecção sem abrir e a abertura do útero é feita
fora da mesa de cirurgia) e um controle populacional sem 2ª cirurgia (OSH associada.)
2) Cesariana sem OVH: incisão na linha média, exterioriza os cornos uterinos levantando
cuidadosamente - tira os cornos com os filhotes; isolar o útero com compressas; incisão
ventral do corpo do útero; ampliar com tesoura. vantajoso para os filhotes - sai do útero e irá
direto para reanimação. Maior segurança para os fetos.
Apenas a histerotomia, faz incisão na linha média, tricotomia do tórax caudal e
abdome, coloca em decúbito dorsal, depois de incisionar faz incisão de celiotomia de
pele e musculatura, coloca pinça tecidual de Alis para não correr risco de perfurar
quando fizer a punção guiada. Amplia com a mayo (primeiro testa as aderências
com a metzenbaum). Isola o útero com muito cuidado para não tracionar (tem muita
vascularização e é friável), isola o útero com compressa para não cair líquido
amniótico na cavidade abdominal. Incisão ventral no corpo do útero amplia com a
tesoura de metzembaum com cuidado para não lesionar os filhotes. Faz massagem
de ordenha de cada feto para empurrar gentilmente pro local de incisão, tracionando
a placenta junto gentilmente, rompe o saco amniótico e pinça cordão umbilical com
pinça de halsted, entrega pro auxiliar que entrega pra quem for reanimar.
Depois é feita a Histerorrafia:
Faz uma lavagem com solução fisiológica no útero e faz uma sutura no útero com fio
absorvível 3-0 ou 4-0, simples continua + padrão invaginante (aposição- shmiden e
kurshner) e Cushing ou lembert (invaginante) e faz a omentalização. Terminou, lava
com solução fisiológica, omentaliza e fecha cavidade abdominal como de costume.
Obs.: complemento de prolapso uterino e prolapso vaginal �� quando faz a palpação no
prolapso vaginal, com o dedo ou com a probe ao redor do prolapso, não tem como progredir
o dedo, pq o fórnix vaginal impede. No uterino tem como progredir o dedo até a cérvix,
então é possível diferenciar os dois. Um está relacionado ao estro e proestro e o outro ao
parto.
Ruptura uterina: único que deve lavar a cavidade.
OVÁRIOS
As principais afecções ovarianas são os cistos ovarianos, neoplasias e a síndrome do
ovário remanescente. Lembrando que os ovários ficam no polo caudal do rim, já falou
de pedículo, vascularização, ligamentos... Veia ovariana do lado esquerdo drena para
veia renal, e no lado direito, drena para a veia cava caudal. E a artéria ovariana direita e
esquerda é ramo da aorta.
CISTOS OVARIANOS
- Afuncionais, periovarianos sem sinais clínicos e encontrados acidentalmente
- Funcionais, são cistos foliculares (solitários- 1 a 5 cm ou múltiplos- 10cm) em 1 ou
nos 2 ovários. O paciente vai ter o estro prolongado, corrimento vaginal
sanguinolento, hiperplasia mamária cística ou fibroleiomiomas genitais também.
Também nos funcionais podemos ter os cistos luteinizados, associados com
hiperplasia endometrial cística ou piometra. Para remover faz ovariectomia, tomando
muito cuidado para não deixar nenhum pedaço (causa síndrome do ovário
remanescente). O ideal é que se faça a remoção os ovários e do útero já que tão
produzindo hormônios que podem gerar hiperplasia ou neoplasias no útero.
NEOPLASIAS OVARIANAS
Incomuns (1% só), normalmente são células germinativas, epiteliais ou do cordão estromal,
e os tumores podem ser volumosos, palpados no quadrante abdominal cranial direito e
esquerdo. Como sinais, vai apresentar principalmente uma massa expansiva na região
abdominal cranial, sendo o tratamento a realização da OSH e a excisar a parede corporal
caso haja invasão do tumor.
SÍNDROME DO OVÁRIO REMANESCENTE
É uma falha na técnica cirúrgica, fazendo com que fique algum resquício de ovário ou se um
pedaço cair na cavidade abdominal ele cresce de novo, se revascularizando no abdômen e
gerando sinais de estro e pode ter corrimento vaginal.
Diagnóstico: é pelo histórico de cirurgia, podendo também fazer uma avaliação hormonal
para confirmar (dosa LH).
Tratamento é a cirurgia para retirada do ovário remanescente.
Prognóstico tende a ser bom, mas deve ser avaliado a viabilidade.
GLÂNDULAS MAMÁRIAS - NEOPLASIAS
As principais são as neoplasias mamárias.
A anatomia: nós temos 2 mamas torácicas (M1 cranial e M2 caudal), duas abdominais (M3
cranial e M4 caudal) e 1 mama inguinal (M5), totalizando 5 mamas de cada lado.
Normal é esse, mas tem vezes que não tem M1 bilateral como em gatas que tem 4 mamas.
Drenagem linfática ocorre para os linfonodos axilares (M1, M2 e M3 a tendência é ir para
eles) e inguinais superficiais (M4 e M5). Alguns animais têm comunicação entre M3 e M4 e
aí a de M3 vai para o inguinal.
Irrigação sanguínea temos os ramos externais da artéria torácica interna, torácica lateral,
epigástrica superficial cranial (entre a mama torácica caudal e abdominal cranial) e caudal
(saindo do anel inguinal), e pudenda externa.
Removendo M5 o inguinal sai juntamente.
Definições:
● Lumpectomia: remoção de uma massa ou parte da mama; nódulo muito pontual lateral -
remove somente o nódulo (distância de 1-2 cm ao redor do nódulo)
● Mastectomia simples ou parcial: remoção de uma glândula inteira (M1, M5 ou M3)
● Mastectomia regional: excisão da glândula envolvida e das glândulas adjacentes.
● Mastectomia unilateral: remoção de todas as glândulas mamárias, do tecido subcutâneo
e linfonodos inguinais associados de um lado da linha média (1 cadeia mamária).
● Mastectomia bilateral: remoção simultânea das duas cadeias mamárias com respectivos
linfonodos inguinais.
Os linfonodos axilares não ficam dentro da cadeia mamária, então necessita de uma
cirurgia separada para remoção destes.
Neoplasias mamárias:
- São o tipo mais comum de tumor em fêmeas (50-70% das neoplasias, 1/3 dos
tumores das gatas são mamários).
- Incomum em machos (1% só).
- Devido à incidência tão alta, tem muito trabalho sendo realizado sobre essas
neoplasias - consenso sobre o tratamento das neoplasias para que se torne mais
efetivo.
- Nas cadelas, de 35 a 50% são malignos
- Nas gatas, de 80-90%.
- Incidência em fêmeas caninas é que ocorra malignas em animais mais velhos
(10-12 anos).
- Receptores de estrógenos: nos tumores malignos 50% tem receptores de
estrógenos, enquanto nos tumores benignos 70% possuem receptores.
- Malignas: tendem a ocorrer animais mais velhos.
- Benignos: tendem a ocorrer em animais mais jovens.
Tipos de tumores mamários:
● Carcinomas
● Adenocarcinomas
● Hiperplasia
● Adenomas
● Sarcomas
● Mioepiteliomas
- A causa dessas neoplasias é desconhecida, acredita-se que tenha um envolvimento
hereditário e genético, de fatores ambientais e fatores do próprio paciente.
- Muitos são hormônio-dependentes, então são evitáveis se a OSH for feita antes de
1 ano de idade. Ai se for feito,por exemplo, antes do primeiro cio, a chance é de
0,05% de desenvolver, enquanto se esperar até os 6-12 meses, sobe para 14%.
Ela prefere recomendar castração entre o primeiro e o segundo cio, porque quando
se fazia antes, os animais ficavam com características infantis (depois ele tem
dermatite, vulva juvenil).
Hoje se sabe que a castração precoce não traz só benefícios, traz também
malefícios: isso se deve principalmente ao fato que no exterior, eles castram esses
animais com semanas de vida, e aí os pontos negativos acabam sendo muito
maiores. Estudos recentes mostram que quando se faz a castração com menos de 6
meses há grandes chances de desenvolver incontinência urinária. Pode gerar:
- Obesidade, alterações de comportamento, alterações de desenvolvimento
ósseo e articulares e incidência de outras neoplasias, como cardíacas,
hemangiossarcomas, esplênicas, osteossarcoma, mastocitoma e linfoma.
Para castrar colocar na balança as vantagens e desvantagens!!!!
Apesar dessas desvantagens, a castração evita a ocorrência de tumores ovarianos,
uterinos e mamários. Alguns estudos que surgem dizem que parece que esses problemas
todos estão mais relacionados com a castração precoce antes dos 6 meses.
A sugestão hoje é que em cães pequenos e de médio porte se castre entre primeiro
e segundo cio, e em cães de raça gigante entre o segundo e o terceiro cio (evita malefícios
e aproveita benefícios).
● A administração de progesterona pode gerar tumores malignos e benignos em gatas e
benignos em cadelas, são bombas de estrógeno. Normalmente se relacionam mais com os
tumores benignos.
● Carcinoma inflamatório: diferencial para neoplasias mamárias
- Pouco diferenciado
- Cresce rápido, invade vasos linfáticos e causa intenso edema, inflamação e dor -
fica muito avermelhado e fica disseminado pela glândula mamária, limites firmes e
endurecidos
- Cresce muito rápido, invadindo vasos linfáticos e causando edema intenso,
inflamação e dor.
- Os pacientes ficam anoréxicos, fracos e perdem peso, sendo um tumor pouco
demarcado (acomete todas as glândulas) e firme, sendo comum a metástase para
pulmões e a ocorrência de CID.
- tratamento clínico de suporte (analgesia, anti-inflamatórios COX2 - adjuvante na
quimioterapia) e quimioterápico - retirar cirurgicamente não é indicado
Prognóstico é bastante desfavorável, não indica cirurgia só paliativo para analgesia (ANTIF
seletivos para cox 2) e em alguns estudos, quimioterapia.
Exame clínico:
- Exame físico de rotina
- Avaliar todas as glândulas, quantos nódulos e qual o tamanho deles (mais comum
nas mamas abdominal caudal e inguinal), se é móvel ou fixo ao músculo (maioria é
móvel) e se há aumento dos linfonodos (inguinais costumam estar reativos e se
tornar palpáveis) e o axilar que não é palpável e pode estar retido.
Diagnóstico:
- Feito a partir do Raio X em 3 posições: lateral direito, lateral esquerdo e
ventro-dorsal, para procura de metástase, porque se ocorrer não há indicação
cirúrgica, e sim de quimioterapia.
Se tiver metástase mas com tumor ulcerado, é incompatível com a quimioterapia,
então primeiro faz o tratamento dessa ulceração para fazer a ressecção e depois a
quimioterapia.
- De 25-50% dos animais vão apresentar metástase de tumor maligno no diagnóstico,
e pode-se utilizar da citologia aspirativa para avaliar que tipo de tumor vamos
encontrar ali (controversa - pode gerar distribuição de metástase, alguns preferem
não realizar, já que não influencia na escolha do tipo de mastectomia).
- Diagnóstico final: é o histopatológico e extremamente importante - prognóstico está
relacionado com a histo.
- Diferencial:
- Carcinoma inflamatório (não é cirúrgico)
- Pseudociese
- Mastite
- Hiperplasia mamária em gatas (relacionadas a pacientes pós
estro/gestantes/utilização de progestágenos).
- Tumores cutâneos - preocupação com a margem; tumor mamário tem outras
coisas como drenagem, entre outros.
Não precisa de mastectomia, só tirar os progestágenos, com adm de fármacos anti
progestágenos + OSH pelo flanco. Na gestante, espera dar o tempo, faz cesariana com
castração, mas só faz mastectomia se com a adm dos medicamentos e OSH não
funcionam) e tumores cutâneos.
Em animais mais velhos, preconiza-se realização do perfil bioquímico com ureia, creatinina,
ALT, FA, albuminas e globulinas.
Tratamento clínico:
Estabilização na maioria, ou em casos de carcinoma inflamatório, hiperplasia mamária, e
metástase pulmonar, aí sim faz quimioterapia. Ulcerado você trata a ferida primeiro.
Se não, o caso é cirúrgico mesmo.
Tratamento cirúrgico: melhora a qualidade de vida do paciente, vai ter um menor custo,
pode alterar a evolução da doença (isso é questionável, depende de como está o avanço
dessa doença → se já tiver micrometástase, vai precisar da quimio), além de permitir o
diagnóstico histopatológico do tumor. É aplicado na maioria dos pacientes!!!
- Excisão cirúrgica é para todos os tipos menos os carcinomas inflamatórios, se
necessário remove ambas as cadeias mamárias, com diferença de 3-4 semanas
entre elas (cirurgia muito dolorosa).
- A OVH deve ser realizada no mesmo tempo cirúrgico, porém antes da mastectomia
para evitar disseminação de células tumorais.
- É importante explicar para o proprietário que os benefícios dessa OVH não
acontecem em todos os pacientes, só nos com neoplasias de grau II, com
receptores de estrogênio ou quando há aumento de estradiol antes da mastectomia
(para ñ levar celular tumorais para dentro da cavidade.
Porém como quer evitar que o paciente cruze novamente ou que surja outros
tumores, para diminuir os hormônios acaba fazendo a OVH associada, mas
não quer dizer que castrou acaba influência hormonal e não vai mais ter
neoplasia mamária.
● Lumpectomia: indicada para massas pequenas, com menos de 5 mm encapsuladas, não
invasivas e na periferia da glândula, porém hoje há uma tendência um pouco mais
agressiva, já que percebe que quando é feita só lumpectomia a tendência é espalhar pela
via linfática.
● Mastectomia parcial ou simples: é feita para nódulos na região central da glândula ou
quando pega a maior parte dela, com isso remove a glândula com margem adequada do
nódulo.
● Mastectomia regional: quando têm múltiplos tumores nas glândulas adjacentes ou uma
massa entre as duas glândulas. M3, M4 e M5…
● Mastectomia unilateral: quando tem numerosos tumores ao longo da cadeia.
● Mastectomia bilateral: Numerosos tumores nas duas cadeias. Incisão bilateral em “V”
para conseguir fechar, é uma cirurgia bem cruenta.
Como eu faço para saber quais glândulas remover?
- Você localiza as massas
- Avalia os linfonodos, o paciente
- Gravidade e a urgência do problema
- Ulceração e contaminação da neoplasia.
- Principalmente, o tratamento se baseava, até 2019, na DRENAGEM
LINFÁTICA!
● Se tem drenagem M1, M2 e M3 indo para linfonodo axilar, M4 e M5 indo
para o inguinal superficial e M3 às vezes com comunicação com linfonodo
inguinal.
● Baseada na drenagem, se tinha um nódulo em M1 ou M2, fazia-se uma mastectomia
regional (M1, M2 e M3) já que drenaria para o axilar. Se fosse na M3 (abdominal cranial),
fazia-se uma mastectomia unilateral total (comunicação com os 2 linfonodos, pode drenar
para os dois, axilar ou inguinal), e no caso de ser em M4 e M5, fazia-se uma mastectomia
regional retirando M3, M4 e M5. Se o tumor fosse nas duas cadeias, fazia-se uma
mastectomia bilateral (como é muito cruenta, faz primeiro 1 unilateral, espera 3-4 semanas,
faz a outra). Essa unilateral total por causa de M3 foi realizada por causa de um estudo com
99 fêmeas com tumor simples em 1 cadeia só (M3), ai fez mastectomia parcial porem teve
um retorno de 58% no mesmo lado sendo 74% deles malignos, e 3 cães desenvolveram
contralateral. Alta taxa de recorrência e maioria malignos, por isso só aumentou a certeza
que no caso de M3 TEM que fazer a unilateral total.
Linfonodos: quando e quais remover? Observou-se, com estudos, que a maioria os
linfonodos que não eram reativo, tinham metástase.
Ao remover M5, já removemos junto o linfonodo inguinal,e sobraria o axilar, que é bem
difícil de ser removido por não ser palpável. Inicialmente, como era difícil fazer a marcação,
removia o axilar só quando estava aumentado de tamanho.
Porém agora, no consenso de 2019, tentaram fazer a cirurgia ficar menos radical, porém
seguindo a drenagem linfática e alguns cuidados adicionais.
Então, ao invés de seguir só a drenagem linfática, passou a utilizar o estadiamento clínico
(antes usado só para o prognóstico) para escolher o tratamento.
● Estádio I- tumor primário menor que 3 cm, Sem metástase distante (M0) e sem
metástase nos linfonodos regionais (N0)
● Estádio II- tumor primário de 3-5 cm, sem metástase nos linfonodos e nem distante
● Estádio III- tumor maior que 5 cm, sem metástases nos linfonodos e sem metástases
distantes
● Estádio IV- qualquer tamanho, com metástase detectável no linfonodo e sem metástase
distante. Aqui faz ressecção cirúrgica primeiro depois entra com a quimioterapia.
● Estádio V- qualquer tamanho, com metástase nos linfonodos e a distância. Aqui a
indicação é a quimioterapia.
Nesse consenso neoplasias mamárias 2019, começou a ser preconizado que tumores de
até 3 cm:
● M1- mastectomia regional (M1 e M2) + linfonodo axilar
● M2- Mastectomia regional (M1 + M2 +M3) + linfonodo axilar
● M3 -mastectomia unilateral + linfonodos axilar e inguinal (em tumores maiores de 3
cm ou múltiplos indicação é essa)
● M4- mastectomia regional (M3 + M4 + M5) + Linfonodos inguinal
● M5- mastectomia regional (M4 +M5) + linfonodo inguinal
Isso é feito preconizando tornar a cirurgia menos radical, mas ainda sim se baseando no
tamanho do tumor e estadiamento desse tumor.
Linfadenectomia axilar:
- Indicativa em algumas situações.
- Utiliza os marcadores para mostrar onde estão esses linfonodos, já que são muito
pequenos e estão numa região difícil de localizar, então usa esses marcadores:
- Azul de patente 2,5% (30 min, 2mg/kg ao redor da M1 ou ao redor M1 ou do
nódulo), para gatas e cadelas.
- Azul de metileno em dose de 0,5 a 1ml no máximo para cadelas até 15kg e
para maiores de 15kg, 1 a 2 ml, 30 minutos antes (não faz em gatas).
- Hemossiderina (pouco utilizada) e tecnécio (custo alto) 99m.
Infiltra em volta do tumor, faz incisão média na musculatura peitoral,
divulsiona e localiza o linfonodo. Faz ligadura dos principais vasos e remove.
Neoplasias mamárias em felinas:
Existe um estadiamento próprio, onde tem só 4 estádios:
● I- tumor menor que 2 cm sem metástase
● II- T2 2-3 cm sem metástase
● III- T1 ou T2 já com metástase no linfonodo ou T3 (maior que 3 cm) com ou sem
metástase no linfonodo mas sem metástase à distância.
● IV- qualquer tamanho com metástase no linfonodo e a distância
- As neoplasias em gatas são extremamente agressivas, por isso sempre há
indicação para mastectomia bilateral + linfonodo axilar e inguinal
- Na maioria das gatas, elas têm bastante pele, então facilita fechar. Avalia a paciente
e se não for possível, faz mastectomia unilateral + linfonodo axilar e inguinal,
aguarda 3-4 semanas e faz o outro lado. Fazer analgesia adequada (opióide mais
forte) e se necessário, fazer sonda esofágica para alimentação.
Técnica cirúrgica:
- Faz incisão elíptica ao redor das glândulas mamárias, depois faz incisão de pele,
subcutâneo com o bisturi até chegar a fáscia da parede abdominal.
- Divulsiona com tesoura de mayo, vai controlando hemorragia e faz ligadura
preventiva dos vasos principais (epigástricos superficiais craniais e caudais) e
pinçamento dos demais vasos, com force torção e force pressão.
- Pode ser utilizado eletrocautério para coagulação, mas como é muito cruenta, tem
mais chance de deiscência quando ele é utilizado, então melhor ligadura mesmo.
- Depois que resseccionado, lava e pode fazer o walking suturing, que pega de um
lado e vai até o outro, como se fosse um pis, só que passa nas aponeuroses de um
lado, do outro e fecha. Pode fazer o modificado também, que é um Sultam, fazendo
a mesma coisa. Depois faz zigzag para reduzir o subcutâneo e fecha com
dermorrafia. A vantagem do walking suturing é que diminui a tensão e formação de
seroma (diminui espaço morto), com fios absorvíveis sintéticos.
Pós-operatório: analgesia é extremamente importante, com utilização de analgésicos
opióides, se for unilateral total 5-6 mg/kg de tramadol, se ficar internado pode usar
metadona. E associa com AINE e dipirona.
- Se for bilateral, pesa mais na analgesia, ideal é ficar internado para utilização de
opióides mais fortes.
- A bandagem abdominal ajuda bastante diminuindo a dor e fazendo compressão
local - pelo menos 72h com a atadura.
Complicações: dores, inflamação, hemorragia, seromas (acaba acontecendo na região
inguinal, pq tem ponto que dificulta redução de espaço morto, com artéria femoral passando
de um lado e epigástrica cranial ligada no outro lado), infecção, deiscências (mais comum
quando utiliza-se eletrocautério - lembrar de não fazer na incisão; geralmente acaba
fazendo antibioticoterapia no pós), edema de membros traseiros (normal - avisar o tutor,
devido a retirada dos linfonodos - leva um tempo até desinchar, solicitar que o tutor faça
massagens).
Neoplasia grande e ulcerada: faz sondagem uretral, muito importante para se guiar e saber
onde está a uretra. Tem vezes que precisa fazer flaps para fechar.
Metástases: podem ocorrer nos linfonodos regionais, mas também no pulmão (mais
frequente), fígado, rins, adrenais, baço, pâncreas, diafragma, ovários, coração, ossos, olhos
e cérebro. Quase todos os órgãos.
Quimioterapia é bastante importante em situações específicas: faz em todos os
pacientes?
- Não, na benigna se você tiver margem de 2-3 cm e remover, com OSH, é curativo.
- Também não faz em todas as malignas, só em casos de tumores grandes ou quando
no laudo histopatológico tem invasão linfática, invasão de vasos sanguíneos,
metástase em linfonodos, quando tem carcinoma sólido de grau III, anaplásico,
micropapilar, ou carcinomas e osteossarcomas extraesqueletal→ aqui faz
quimioterapia como prevenção para as micrometástases, muitas vezes já até tem
elas mas não é detectável.
Cadelas: diversos protocolos
● Doxirubicina
● Doxirubicina + carboplatina ou ciclofosfamida
● Carboplatina
● Carboplatina + gencitabina
● Mitoxantrone e 5-fluoracil associados a ciclofosfamida
Inibidores de Cox-2 associados a quimio.
Já se sabe também que o uso de inibidores de COX-2 associados a quimio tem dado bons
resultados, já que a maioria dos tumores tem receptor para COX-2. Cadelas tem estudos,
gatas ainda não, mas tem gente utilizando.
Felinas pode usar:
● Doxirubicina
● Doxirubicina + ciclofosfamida
● Doxirubicina + carboplatina
● Mitoxantrone + ciclofosfamida
Muito cuidado com a doxirubicina, é nefrotóxica para gatos então acompanhar de perto.
Então a quimioterapia deve ser utilizada, deve fazer um segmento “folow up” por 24 meses,
com retornos bimestrais onde eles fazem avaliação clínica, laboratorial, raio x de tórax nos 3
posicionamentos, ultrassom abdominal (ver metástase abdominal). Depois de 7 meses,
esses retornos viram trimestrais.
Prognóstico: depende do tamanho do tumor, se ele é circunscrito, invasivo ou ulcerado, do
status ganglionar (se tinha metástase linfática), de metástase distantes, do tipo histológico
do tumor e também do grau de diferenciação desse tumor.

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