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OBSTETRÍCIA 20/10 Afecções cirúrgicas do aparelho genital das fêmeas em pequenos animais: Anatomia: O órgão genital da fêmea é composto pelos ovários que estão no polo caudal dos rins. Ele tem ligamento suspensor que os prende a parede abdominal próxima as duas ultimas costelas, e tem artéria e veia. E o pedículo ovariano formado por esse ligamento suspensor e pela artéria e veia ovariana. A gente tem o ligamento próprio do ovário que liga ele ao útero. E tem o útero dividido em dois cornos uterinos mais longos, e um corpo mais curto. A conexão dele com a vagina é feita pela cérvix, e ai palpando da pra ter ideia de onde ele é, porque é mais dura. O útero fica ligado ao abdome pelo ligamento largo e pelo ligamento redondo. Tem artéria e veia uterinas vindo próximo dos cornos. Tem as glândulas mamárias M1 a M5, sendo M1 Torácica cranial, M2 torácica caudal, M3 abdominal cranial, M4 abdominal caudal, M5 inguinal. Alguns animais podem não ter as M1, nas gatas é mais comum ter somente 4 pares de mamas. O ovário direito é mais cranial que o esquerdo, dificultando o acesso quando feito por celiotomia media. E pelo flanco é escolhido fazer pelo lado esquerdo, para facilitar a visualização. A artéria ovariana é ramo da aorta, e a veia ovariana esquerda drena pra veia renal, enquanto que a direita drena para a cava. Abordagem das afecções: Para fazer a abordagem do animal a gente tem que na anamnese abordar a raça e idade dos animal, pois algumas afecções são mais comuns em animais mais jovens como hiperplasia vaginal e mamaria, e prolapso vaginal. E outras como neoplasias mamarias e vaginais são mais comuns em animais mais velhos. - Raças e Idades: algumas raças tem maior predisposição a algumas doenças, como o boxer com hiperplasia vaginal, e prolapso vaginal. - Inteira x Castrada: observar se eles são inteiros ou castrados, pois na maioria dos casos essas afecções são comuns em pacientes inteiras, mas pode acometer em castrados mais velhos. Observar se a afecção é sistêmica, e tem anorexia, inapetência, ou se é mais um desconforto. A piometra, se for fechada causa sinais sistêmicos, com sinais mais graves. E os pacientes com hiperplasia vaginal tem mais sinais locais. - Anorexia? Inapetência? - Tempo de evolução: o tempo de evolução também deve ser avaliado. Principalmente quando pensamos em neoplasias, para avaliar se são benignas (crescem mais devagar) ou malignas (mais rápido). E avaliar todo o sistema reprodutivo, conversar com o tutor para saber se ele paciente já teve algum problema reprodutivo, e saber quando ele foi castrado, tratado, etc. EXAME FÍSICO O exame físico: - Inicia com a inspeção e palpação. É possível papal as glândulas mamárias. - Inspeciona a cavidade abdominal, procurando aumentos de volume, endurecimentos que não deveriam acontecer, pensando em avaliar o útero, e uterina (gatas é mais fácil), realizar a palpação também das glândulas mamarias para ver se tem nódulos e em quais cadeias. - A secreção vaginal muitas vezes vai estar presente, e ai precisa avaliar se é maior que deveria, e o tipo de secreção, avaliar isso com o tutor desde quando começou, o ultimo cio dela, quantas gestações etc. Avaliar vulva, glândula mamária, vestíbulos e vagina. Avaliar tudo que é externo e é possível de visualizar. Em relação a vagina avaliar se tem edema, turgidez para associar com o ciclo estral dos animais. Lembrando que a vulva sofre edema e fica de 2 a 3 vezes maior na fase de proesto e estro. E a palpação abdominal para ver se tem dor, desconforto, aumento uterino, massas etc. Vulva e vagina técnicas: EPISIOTOMIA A episiotomia, que é uma incisão na vulva para poder ter acesso a cavidade vaginal que pode ser necessário em neoplasias, ou em casos de sondar o paciente que não seja possível de outra forma. Episioplastia, que é uma cirurgia plástica na vulva em casos de pregas excessivas que causam dermatite. Episiorrafia, que é a sutura depois de fazer a episiotomia para fechar a região vulvar. Introdução: Elas podem ser necessárias em casos de deformidades congênitas onde precisamos ter acesso a cavidade vaginal, no caso de fistula retovaginal por exemplo. O edema gavinal e hiperplasia precisa ter o acesso para reposicionar. Nos casos de prolapso vpara fazer a redução adequada do prolapso. E em casos de tumores vaginais. Episiotomia: Incisão no orifício vulvar para expor a vulva e a vagina. É indicada a exploração cirúrgica da vagina para retirar massas, modificar defeitos, reparar lacerações, expor a papila uretral (casos que precise da sondagem), e facilitar a extração manual de fetos. Inicialmente é preparada a região com tricotomia e antissepsia, e coloca o animal em decúbito esternal com acolchoamento e os membros apoiados, para evitar lesões pela compressão do nervo femoral. Inicialmente coloca os clampes intestinais de Doyen (de forma preventiva), para fazer a hemostasia porque é uma área muito vascularizada e ai vai fazer a incisão aprofundada da comissura vulvar dorsal (dos lábios vulvares até próximo do esfíncter anal externo), claro dependendo da situação. Faz a incisão de pele e subcutâneo com o bisturi e continua com a tesoura de mayo. Faz então a avaliação e a cirurgia necessária e faz o fechamento. Ele deve ser feito em 3 camadas, iniciando pela parte mais interna, onde o nó deve ser intraluminais, podendo ser com sutura isolada, mas normalmente se utiliza as continuas (inicia-se com swift para ficar com nó intraluminais. Com fio absorvíveis sintéticos – poliglactina 910, acido poliglicoligo. Se caso tiver infecção na região deve ser com poligliconato ou polidiaxonona por serem fios que tem resistência maior e por mais tempo. Normalmente se une com um pontinho de pele para poder guiar o restante. E depois fecha subcutâneo junto com a musculatura e a pele. Antes de realizar o procedimento deve-se fazer a bolsa de tabaco no anus para evitar a contaminação. EPISIOPLASTIA - indicada para reconstrução da vulva. Episioplastia (vulvoplastia): nada mais é que a reconstrução da vulva. É indicado em casos de excesso de pele ao redor da vulva, que podem causar dermatite perivulvar e infecções recorrentes do trato urinário. Lembrando que deve tratar a piodermatite na dobra da pele antes da cirurgia. O posicionamento é o mesmo da anterior, em decúbito external com membros apoiados. Antes de realizar o procedimento deve-se fazer a bolsa de tabaco no anus para evitar a contaminação Se faz 2 incisões paralelas em forma de lua crescente circundando a vulva. Avalia o tanto de pele que deve ser retirada. Faz com bisturi. A remoção é com tesoura de metsembaum ou mayo. Lava-se a região. Faz então 3 pontos, um em 3 9 e 12 horas no subcutâneo, e avalia se ainda tem excesso de pele. E ai pode tirar mais algum fragmento que seja necessário, se não pode fazer pontos intraluminais na musculatura e subcutâneo com absorvível sintético e em seguida a pele, ou pode ser feito direto os pontos de pele com o PIS fazendo a aproximação com inabsorvível. E após fazer a limpeza do local todos os dias, e após o animal defecar etc, ATB profilático, e cuidados de limpeza, anti inflamatório e dipirona (por 3 dias). Se for retirado uma parte muito grande pode avaliar o uso do tramadol. Cuidados pós: cuidados básicos de limpeza, analgesia e antibioticoprofilaxia caso não tenha sido feita durante a cirurgia (somente o profilático se a infecção estiver controlada) EDEMA VAGINAL - Ocorre durante o proestro ou estro como resultado do aumento edematoso do tecio vaginal. - Origina-se de um pedúnculo da mucosa do assoalho vaginal - externamente não vê, vai ver uma massa saindo da vulva, então é difícil definir se é edema ou prolapso; geralmente a massa se sobra por cima da uretra, podendo atrapalhar o animal a urinar - Normalmente cranial a papila uretral - A uretra não costuma ficar exteriorizada - Buldogue inglês, Boxer e outras raças braquicefálicas - mais comum nessas raças - Excesso de resposta do estrogênio causando esse pregueamento excessivo da mucosa do assoalho vaginal - Cadelas jovens,geralmente nos 3 primeiros cios - são indicados o castramento e evitar reprodução desse animal Edema vaginal (hiperplasia): Ocorre durante o proestro ou estro como resultado do aumento edematoso do tecido vaginal. Origina-se de um pedúnculo da mucosa do assoalho vaginal, que fica cranial a papila uretral. Porém a uretra não costuma ficar exteriorizada. Esse aumento de volume pode dificultar o animal a urinar. Mais comum em buldogs, boxer e raças braquicefalicas. Suspeita-se se um componente hereditário e esses animais não devem ficar na reprodução. É uma excesso de resposta ao estrógeno, resulta no pregueamento excessivo da mucosa do assoalho vaginal. E essa mucosa sofre protusão, e sai pelo orifício vulvar. Normal em cadelas jovens nos 3 primeiros cios e depois costuma passar. Esses animais devem ser castrados. Sinais clínicos: - É uma massa saindo dos lábios vulvares, que é peduncular, mas as vezes não consegue ver o pedúnculo. - Tem superfície mucosa brilhante, edemaciada, e rosapálido, quanto mais proximo ela fica ressecada. Diagnóstico: É feito pela inspeção e palpação. - Sempre que possível palpar ao redor e a vagina para localizar o pedúnculo. - Precisa diferencial do prolapso uterino ou vaginal. Tratamento médico: - É o uso de géis lubrificantes, solução salina normal para minimizar o ressecamento da mucosa exposta. - Dependendo do edema pode usar açúcar ou água fria para tentar reduzir o edema e tentar reposicionar, e fazer 2 suturas da vulva em Wolf para evitar a profusão. E quando voltar ao normal é indicado a OSH para evitar casos de recidiva. Tratamento cirúrgico é indicado onde com o tratamento do edema não consegue reposicionar a massa, e ai precisa fazer a episiotomia para reposicionar. E também em casos onde a massa vai atrapalhar o animal, tiver necrose, úlceras etc após a episiotomia, precisa fazer a ressecção dessa massa – faz a amputação na base do pedúnculo. Precisa fazer a sondagem uretral para ter certeza do posicionamento da uretra. Faz a episiotomia, e depois a sutura simples continua com fio absorvível sintético. Cuidados básicos: AINES, opióides, casos de ressecção já faz a OSH.Indicado castrar no mesmo procedimento para evitar edema no pós operatório (por conta do estrógeno); PROLAPSO VAGINAL Prolapso vaginal: - É menos comum que a hiperplasia, e tem a protrusão de 360 graus da mucosa. Toda a circunferência da mucosa e lumem estão protuidos. - A mucosa está sendo evertida e visualizada externamente. - Pode ser parcial, onde ainda tem algumas partes protuídas, ou completa. Parcial são 360º, mas apenas uma parte irá sair. - Ocorre no proestro e estro. Pode ocorrer pela hiperextrogenismo ou fraqueza do tecido conectivo vaginal. E pode acontecer por separação forçada de coito, constipação e distocia. - Ocorre a eversão de toda a circunferência vaginal em forma de rosquinha, podendo incluir a papila uretral, e com isso é projetado através da vagina. - Ocorre em cadelas jovens, até no 3 ciclo estral. Pode estar ulcerado, com congestão e é facilmente acometido por traumas. Sinais clínicos: massa saindo dos lábios vulvares, com superfície mucosa brilhante, edemaciada, e rosa-pálido. Tecido com mudança de coloração devido à congestão, ulcera e facilmente sofre traumatismo. Diagnóstico: inspeção e palpação. Tratamento médico: - Nos casos brandos ocorre regressão espontânea sem fazer nada, com a queda do estrogênio no diestro. Faz limpeza, redução de edema, espera passar o período de estro - pode manter o animal sondado enquanto reduz o edema. Deve-se fazer a limpeza com solução fisiológica ou antisséptica diluída. E fazer a redução manual, que pode ser feita com açúcar ou água fria, e sutura dos lábios vaginais. - Nos casos muito intensos pode ser necessário fazer uma episiotomia para reduzir. Mas geralmente, já com o tratamento do edema já consegue fazer a redução; e depois de tratar o edema faz a sutura em Wolf. Tratamento cirúrgico: É indicado em casos agudos graves ou existentes há muito tempo. E que tenha hemorragia, infecção, necrose do tecido. É feito a ressecção cirúrgica, com a episiotomia, e sondagem. Faz uma incisão circunferencial ao redor de toda a espessura da parede vaginal com padrão Wolf. Pós operatório é a mesma coisa. Tem fundo hereditário e aí é indicado fazer a OSH posteriormente. Aguarda a fase estrogênica e depois faz a castração. O prognostico é muito bom. NEOPLASIA VULVA/VAGINAL Neoplasia vulvar/vaginal: São tumores envolvendo a vulva e a vagina. - São incomuns, cerca de 2,4 3% DE TODAS AS NEOPLASIAS CANINAS. - Fibroleiomioma, lipoma, leiomiossarcoma, carcinoma de células escamosas, e tumor venéreo transmissível. - Mais comum em fêmeas mais velhas de 10 anos ou mais. - Geralmente são pedunculados, macios, firmes, e pálidos. - Exceção do TVT, que são largos na base, irregular, friável, e sangra fácil. - 75% são benignos e respondem de forma curativa a excisão local e a OVH. - Os malignos são localmente invasivos e com metástase precoce nos linfonodos regionais, não costumam fazer metástase à distância. Massa pode ser vulva ou no tecido cutâneo da vulva. TVT tem características mais sangrante. Tratamento cirúrgico: a excisão cirúrgica que é recomendada para todos, com exceção do TVT que faz a vincristina por 4 a 6 semanas e continua 2 semanas após não ter nenhuma lesão. E a OSH e recomendada para não ter recidiva. Faz a episiotomia para poder ter acesso e remover o tumor e antes do procedimento faz a OSH para não levar células tumorais para dentro do abdome. Incisão (episiotomia) – localiza tumor- faz sondagem- remoção- pode ser usado o eletrocautério, pq é muito vascularizado; reconstrução localizando a mucosa vaginal para unir com o assoalho - aproxima os tecidos - faz reconstrução- remoção de pele que sobrou pq estica mt - sutura subcutâneo com fios absorvíveis- padrão de walking suture (passa em vários pontos) - sutura continua zigzag. É necessário enviar para o histopatológico para saber se é benigno (remoção e osh) ou maligno. Pós operatório: analgesia com opioide, AINES, avaliar se precisa de ATB. ÚTERO PIOMETRA Piometra: É o acúmulo de material purulento no interior do útero. Pode estar associado com o complexo endometrial cística. - Esse complexo quando tem apenas secreção mucóide é chamado de: - Mucometra (secreção mucoide) - Hidrometra (secreção líquida) - Hemometra (secreção sanguinolenta) = qualquer uma delas pode causar a piometra - Desenvolve-se durante o diestro e nas cadelas dura em torno de 70 dias, onde o útero fica em influencia da progesterona. E há estimulo de crescimento e secreção das glândulas endometriais e reduz a atividade miometrial. - No caso da Hiperplasia endometrial cística, ocorre uma resposta uterina anormal no diestro, ao aumento e prolongada produção de progesterona ou pelo uso da progesterona exógena. Vai ter uma resposta exagerada que pode acometer o tecido glandular. Ou pelo uso de estrógeno no diestro. Estrogênio aumenta o numero de receptores uterinos na progesterona. O fluido se acumula nas glândulas endometriais e no lúmen uterino. Há uma drenagem uterina impedida pela progesterona e o ambiente fica propício para colonização de bactérias, o que causa a piometra - geralmente por E. coli (vaginal ou do trato gastro intestinal). Dificuldade dos leucócitos chegarem no local. Em gatas é menos comum, pelo desenvolvimento do corpo lúteo ser necessário ter a cópula. - Se a cérvix estiver aberta, a secreção é eliminada e aí o quadro é mais leve. - Quando a cérvix esta patente ou fechada tem um quadro mais grave, porque vai ter absorção de toxinas. Os pacientes podem apresentar: desidratação, toxemia, septicemia, e endotoxemia. E pode acontecer a torção uterina por conta do aumento de liquido, e quando for feito a remoção deve ser feita a remoção com ele torcido, para evitar a liberação de radicais livres e piorar o quadro de toxemia do animal. Anormalidades: alguns animais podem ter ainda hipoglicemia, disfunção renal (deposito de imunocomplexos e a toxemiaque causa insuficiência renal aguda), disfunção hepática, anemia (diminui a eritropoise), arritmias cardíacas (toxinas), e anormalidades na coagulação como a CID (choque) = relacionado aos quadros mais graves. Ocorre em cadelas e gatas mais velhas (6 a 11 anos), normalmente semanas após o estro(1 a 4 gatas e 4 a 8 semana cadelas) ou após ingestão de contraceptivos (estrógenos ou progestágenos. Sinais clínicos: - Secreção vaginal purulenta ou sanguinolenta quando ela é aberta. - Distensão abdominal (se for fechada, ou pode ser que não tenha), febre, anorexia, letargia, poliúria e polidipsia, vomito, diarreia, e perda de peso = sinais sistẽmicos de uma infecção, que pode se tornar uma peritonite e septicemia. - Os animais acabam desidratando e com distúrbios eletrolíticos e ácido básicos. Diagnostico: - RX: pode ser feito com o raio x onde vê um aumento de volume uterino. - US: o ultrassom que se vê o conteúdo mas que não é possível saber se é hiperplasia (hidrometra, hemometra) ou piometra. Exames laboratoriais: podem não ter nenhuma alteração (quando ela é aberta) ou ter leucocitose (com desvio à esquerda com 1000 a 2000 leucócitos) com neutrofilia, hipoproteinemia, e azotemia (devido o quadro renal, diminuição filtração glomerular). Pode ter casos de leucopenia e linfopenia (sepse). Tratamento médico: não é ideal, mas pode ser usado em pacientes metabolicamente estáveis (se não tiver estável corre o risco da piometra romper e ocorrer septicemia) de piometra aberta e com pouca alteração, e de alto valor genético. O mais indicado é fazer o tratamento cirúrgico. O clinico pode causar a morte do animal pela ruptura uterina. - Antibiótico em torno de 3 semanas com prostaglandina ou aglepristona + cloprostenol ou cabergolina + cloproestenol. - A recidiva no próximo cio é de 20%. Tratamento cirúrgico: É a indicação, com remoção dos ovários e úteros; é a OSH/OVH Ovariohisterectomia – a cérvix não precisa ser removida. Pós operatório: tem que usar analgésicos, antibióticos (depende da situação - como casos de leucocitose) 7 a 10 dias, antiinflamatórios. Fluidoterapia até o animal voltar ao normal e se alimentar pós cirurgia. Há de 5 a 8% de chance de óbito. A OSH é a mesma, porém com mais cuidados para evitar ruptura. Se for uma cadela pequena pode fazer o método básico e usar iodo tópico para omentalizar, se não, a sutura de parker que é indicada na cérvix, ou então a sutura de cushing + a lembert que faz uma segunda camada de invaginação. No final faz a omentalização. TORÇÃO UTERINA Torção uterina: mais comum em grandes que pequenos animais. - É bem pouco comum em cadelas e gatas, mas pode acontecer. - O corno uterino gira ao longo do eixo longitudinal, ou em torno do corno oposto, ou todo o corpo uterino pode rotacionar. - Pode acontecer em útero gravídeo ou não, em sentido horário ou anti horário. Possíveis causas são: saltos, corridas, movimento fetal intenso, contração prematura, abortamento parcial, e alterações uterinas. Sinais clínicos: são não específicos, dor abdominal, curvar-se apresentando contração, tentar defecar, abdômen tenso e distendido. Tratamento é a OSH ou cesariana, se os fetos estiverem viáveis. Caso o tutor não queira que se castre pode reposicionar e fazer a histeropexia. Prognóstico depende do tempo que se passou até o atendimento e cirugia. PROLAPSO Prolapso uterino: é a eversão e protusão de uma porção do útero pela cérvix para dentro da vagina. Será a mucosa uterina protruída. No prolapso uterino consegue ir com o dedo até na cérvix, vai conseguir acompanhar, aqui irá acontecer durante ou próximo ao parto, diferente do prolapso vaginal. - É raro de acontecer. - Pode estar associado ao parto, seja durante, ou próximo ao parto, ou parto laborioso, ou em até 48 horas após o parto. - A cérvix tem que estar aberta e bem dilatada para poder ocorrer essa afecção, mais um dos motivos, precisa ter uma força para gerar o prolapso. - 1 ou 2 cornos podem sofrer o prolapso. - Associado a força excessiva no parto. É uma massa da mucosa saindo pela vagina, e pode ter sinais de choque hemorrágico, com vasos ovarianos ou uterinos rompidos. Sinais clínicos: o animal apresenta agitação, postura anormal, dor, inchaço perineal, lambedura, disúria (dificuldade para urinar). Diagnóstico: é feito pela visualização e o histórico. Tratamento médico: é raramente bem sucedido, tem que tratar o choque, e lavar a massa com solução fisiológica, lubrificar e reposicionar. O reposicionamento e fazer a sutura em Wolf e dependendo da condição precisa fazer uma celiotomia para avaliar a estrutura e avaliar o caso de precisar de OSH. Tratamento cirúrgico: É a redução e a OSH, e Em casos que não resolve o edema ou que ta muito crônico, tem que amputar o útero para permitir a redução. RUPTURA UTERINA Ruptura uterina: é bem rara. - Pode estar associado a ruptura do útero gravídeo durante o parto ou em casos de distocia. Pode acontecer durante o procedimento cirúrgico (piometra ou cesária) - quando rompe na cirurgia é possível lavar e tomar as providẽncias; quando abre e está rompido, a chance de peritonite é muito grande. - Caso os fetos caiam na cavidade abdominal vão ter morte imediata, ou serão reabsorvidos ou terão peritonite. vaid epender do estado em que esses fetos estão (se estão saudáveis, macerados, …) - Fetos viáveis se a circulação estiver intacta e se for detectada no momento do parto, é possível salvar. - Palpação = presença de massa extra-uterina. - O útero dilatado, então precisa diferenciar de piometra e gestação, pode romper antes ou durante a cirurgia. Tratamento: OVH, e sutura em casos de laceração pequena. Essa sutura é feita com uma camada de aposição e outra de invaginação. Pós operatório: analgesia, antibiótico (se houver alterações sistêmicas) - geralmente se faz o profilático (deve ser feito antes de abrir) - após abrir verifica a situação da ruptura e da cavidade. NEOPLASIA UTERINA Neoplasia uterina: São raras em cães e gatos. - Leiomioma e leiomiossarcoma - mais frequentes - Adenocarcinomas uterinos (são de glândulas uterinas). - Pode estar associadas a cistos ovarianos ou hiperplasia endometrial cística ou piometra. - Parece que tem influência hormonal. - A maioria dos animais são assintomáticos. Caso for tumores grandes podem comprimir o trato gastrointestinal e urinário e aí causar sintomas. Sinais clínicos: São secreção vaginal purulenta, mucóide ou hemorrágica (se tem piometra ou mucometra associada), febre, anorexia, vômito, polidipsia, poliúria, distensão abdominal, disúria, hematúria (dificuldade e sangue misturado) e dispneia (metástase pulmonar). Diagnóstico: pelo raio x (torácico tbm para avaliar metástase) e ultrassom para identificar o tumor. Neoplasias uterinas tendem a fazer metástases locais, mas deve-se procurar. Tratamento cirúrgico: é a OVH - precisa de margem de segurança de 2 cm, se a cérvix estiver a menos de 2 cm do tumor é indicado a remoção da cérvix (a cérvix geralmente não é retirada pois serve como proteção). A sondagem uretral é muito importante. A grande maioria das são benignas. Pós operatório: analgesia e cuidados básicos. Prognóstico: geralmente é bom. CESARIANA - Objetivo da Histerotomia: é remover os fetos do útero gravídico o mais rápido possível, para que sejam reanimados e comecem a interagir. - Potenciais distocias ou putrefações fetais podem levar a necessidade da cesariana - Fetos grandes, mal posicionados, malformados, tamanho reduzido do canal do parto (fratura pélvica de consolidação) e inércia uterina. - Eletiva: - Raças que têm tendência a não ter partos normais (braquicefálicos); - Casos com histórico de distocia; - Má consolidação de fraturas de pelve ou estreitamento do canal (não conseguem parir nem com assistência). - Em casos com suspeita de morte fetal, faz ATB profilático. E dependendo pode fazer a ATB terapia se for necessário. A cesariana pode ser feita por: 1) Ressecção em bloco: fazer uma OVH e fazer a remoção dos filhotes - não tem sofrimento fetal, fetos estáveis,tutor já quer que faço OVH, faz a aplicação das pinças - prepara os pedúnculos, corta e pinça e continua o procedimento - mais rápido - fecha a mãe enquanto outras pessoas reanimam os fetos. Deve seguir o tempo mais ou menos de 1 minutos após pinçar (se forem muitos é mais díficil, então não se opta por essa forma). Quando realiza a OVH antes da histerotomia, pode ser feito em casos agendados ou morte fetal. Se os fetos tiverem em sofrimento não é indicado, pq o tempo até serem removidos pode ser o tempo que eles teriam, então só em casos de estabilidade ou morte fetal confirmada. Também em casos de dúvida de integridade Uterina ou quando o tutor quer castrar o animal junto a cesária. O tempo de aplicação das pinças e a remoção dos neonatos deve ser de 30 a 60 segundos no máximo, é feito uma preparação do pedículo e da cérvix, é feito o triplo pinçamento e ressecção, triplo pinçamento e ressecção, triplo pinçamento e ressecção e entrega o útero para uma segunda equipe, que faz a histerotomia e a reanimação dos fetos e sua reanimação. ● Vantagens - Ressecção em Bloco: são um menor tempo anestésico, já que enquanto uma equipe está retirando os neonatos a outra já está fechando a paciente, além de um potencial de contaminação diminuído (faz ressecção sem abrir e a abertura do útero é feita fora da mesa de cirurgia) e um controle populacional sem 2ª cirurgia (OSH associada.) 2) Cesariana sem OVH: incisão na linha média, exterioriza os cornos uterinos levantando cuidadosamente - tira os cornos com os filhotes; isolar o útero com compressas; incisão ventral do corpo do útero; ampliar com tesoura. vantajoso para os filhotes - sai do útero e irá direto para reanimação. Maior segurança para os fetos. Apenas a histerotomia, faz incisão na linha média, tricotomia do tórax caudal e abdome, coloca em decúbito dorsal, depois de incisionar faz incisão de celiotomia de pele e musculatura, coloca pinça tecidual de Alis para não correr risco de perfurar quando fizer a punção guiada. Amplia com a mayo (primeiro testa as aderências com a metzenbaum). Isola o útero com muito cuidado para não tracionar (tem muita vascularização e é friável), isola o útero com compressa para não cair líquido amniótico na cavidade abdominal. Incisão ventral no corpo do útero amplia com a tesoura de metzembaum com cuidado para não lesionar os filhotes. Faz massagem de ordenha de cada feto para empurrar gentilmente pro local de incisão, tracionando a placenta junto gentilmente, rompe o saco amniótico e pinça cordão umbilical com pinça de halsted, entrega pro auxiliar que entrega pra quem for reanimar. Depois é feita a Histerorrafia: Faz uma lavagem com solução fisiológica no útero e faz uma sutura no útero com fio absorvível 3-0 ou 4-0, simples continua + padrão invaginante (aposição- shmiden e kurshner) e Cushing ou lembert (invaginante) e faz a omentalização. Terminou, lava com solução fisiológica, omentaliza e fecha cavidade abdominal como de costume. Obs.: complemento de prolapso uterino e prolapso vaginal �� quando faz a palpação no prolapso vaginal, com o dedo ou com a probe ao redor do prolapso, não tem como progredir o dedo, pq o fórnix vaginal impede. No uterino tem como progredir o dedo até a cérvix, então é possível diferenciar os dois. Um está relacionado ao estro e proestro e o outro ao parto. Ruptura uterina: único que deve lavar a cavidade. OVÁRIOS As principais afecções ovarianas são os cistos ovarianos, neoplasias e a síndrome do ovário remanescente. Lembrando que os ovários ficam no polo caudal do rim, já falou de pedículo, vascularização, ligamentos... Veia ovariana do lado esquerdo drena para veia renal, e no lado direito, drena para a veia cava caudal. E a artéria ovariana direita e esquerda é ramo da aorta. CISTOS OVARIANOS - Afuncionais, periovarianos sem sinais clínicos e encontrados acidentalmente - Funcionais, são cistos foliculares (solitários- 1 a 5 cm ou múltiplos- 10cm) em 1 ou nos 2 ovários. O paciente vai ter o estro prolongado, corrimento vaginal sanguinolento, hiperplasia mamária cística ou fibroleiomiomas genitais também. Também nos funcionais podemos ter os cistos luteinizados, associados com hiperplasia endometrial cística ou piometra. Para remover faz ovariectomia, tomando muito cuidado para não deixar nenhum pedaço (causa síndrome do ovário remanescente). O ideal é que se faça a remoção os ovários e do útero já que tão produzindo hormônios que podem gerar hiperplasia ou neoplasias no útero. NEOPLASIAS OVARIANAS Incomuns (1% só), normalmente são células germinativas, epiteliais ou do cordão estromal, e os tumores podem ser volumosos, palpados no quadrante abdominal cranial direito e esquerdo. Como sinais, vai apresentar principalmente uma massa expansiva na região abdominal cranial, sendo o tratamento a realização da OSH e a excisar a parede corporal caso haja invasão do tumor. SÍNDROME DO OVÁRIO REMANESCENTE É uma falha na técnica cirúrgica, fazendo com que fique algum resquício de ovário ou se um pedaço cair na cavidade abdominal ele cresce de novo, se revascularizando no abdômen e gerando sinais de estro e pode ter corrimento vaginal. Diagnóstico: é pelo histórico de cirurgia, podendo também fazer uma avaliação hormonal para confirmar (dosa LH). Tratamento é a cirurgia para retirada do ovário remanescente. Prognóstico tende a ser bom, mas deve ser avaliado a viabilidade. GLÂNDULAS MAMÁRIAS - NEOPLASIAS As principais são as neoplasias mamárias. A anatomia: nós temos 2 mamas torácicas (M1 cranial e M2 caudal), duas abdominais (M3 cranial e M4 caudal) e 1 mama inguinal (M5), totalizando 5 mamas de cada lado. Normal é esse, mas tem vezes que não tem M1 bilateral como em gatas que tem 4 mamas. Drenagem linfática ocorre para os linfonodos axilares (M1, M2 e M3 a tendência é ir para eles) e inguinais superficiais (M4 e M5). Alguns animais têm comunicação entre M3 e M4 e aí a de M3 vai para o inguinal. Irrigação sanguínea temos os ramos externais da artéria torácica interna, torácica lateral, epigástrica superficial cranial (entre a mama torácica caudal e abdominal cranial) e caudal (saindo do anel inguinal), e pudenda externa. Removendo M5 o inguinal sai juntamente. Definições: ● Lumpectomia: remoção de uma massa ou parte da mama; nódulo muito pontual lateral - remove somente o nódulo (distância de 1-2 cm ao redor do nódulo) ● Mastectomia simples ou parcial: remoção de uma glândula inteira (M1, M5 ou M3) ● Mastectomia regional: excisão da glândula envolvida e das glândulas adjacentes. ● Mastectomia unilateral: remoção de todas as glândulas mamárias, do tecido subcutâneo e linfonodos inguinais associados de um lado da linha média (1 cadeia mamária). ● Mastectomia bilateral: remoção simultânea das duas cadeias mamárias com respectivos linfonodos inguinais. Os linfonodos axilares não ficam dentro da cadeia mamária, então necessita de uma cirurgia separada para remoção destes. Neoplasias mamárias: - São o tipo mais comum de tumor em fêmeas (50-70% das neoplasias, 1/3 dos tumores das gatas são mamários). - Incomum em machos (1% só). - Devido à incidência tão alta, tem muito trabalho sendo realizado sobre essas neoplasias - consenso sobre o tratamento das neoplasias para que se torne mais efetivo. - Nas cadelas, de 35 a 50% são malignos - Nas gatas, de 80-90%. - Incidência em fêmeas caninas é que ocorra malignas em animais mais velhos (10-12 anos). - Receptores de estrógenos: nos tumores malignos 50% tem receptores de estrógenos, enquanto nos tumores benignos 70% possuem receptores. - Malignas: tendem a ocorrer animais mais velhos. - Benignos: tendem a ocorrer em animais mais jovens. Tipos de tumores mamários: ● Carcinomas ● Adenocarcinomas ● Hiperplasia ● Adenomas ● Sarcomas ● Mioepiteliomas - A causa dessas neoplasias é desconhecida, acredita-se que tenha um envolvimento hereditário e genético, de fatores ambientais e fatores do próprio paciente. - Muitos são hormônio-dependentes, então são evitáveis se a OSH for feita antes de 1 ano de idade. Ai se for feito,por exemplo, antes do primeiro cio, a chance é de 0,05% de desenvolver, enquanto se esperar até os 6-12 meses, sobe para 14%. Ela prefere recomendar castração entre o primeiro e o segundo cio, porque quando se fazia antes, os animais ficavam com características infantis (depois ele tem dermatite, vulva juvenil). Hoje se sabe que a castração precoce não traz só benefícios, traz também malefícios: isso se deve principalmente ao fato que no exterior, eles castram esses animais com semanas de vida, e aí os pontos negativos acabam sendo muito maiores. Estudos recentes mostram que quando se faz a castração com menos de 6 meses há grandes chances de desenvolver incontinência urinária. Pode gerar: - Obesidade, alterações de comportamento, alterações de desenvolvimento ósseo e articulares e incidência de outras neoplasias, como cardíacas, hemangiossarcomas, esplênicas, osteossarcoma, mastocitoma e linfoma. Para castrar colocar na balança as vantagens e desvantagens!!!! Apesar dessas desvantagens, a castração evita a ocorrência de tumores ovarianos, uterinos e mamários. Alguns estudos que surgem dizem que parece que esses problemas todos estão mais relacionados com a castração precoce antes dos 6 meses. A sugestão hoje é que em cães pequenos e de médio porte se castre entre primeiro e segundo cio, e em cães de raça gigante entre o segundo e o terceiro cio (evita malefícios e aproveita benefícios). ● A administração de progesterona pode gerar tumores malignos e benignos em gatas e benignos em cadelas, são bombas de estrógeno. Normalmente se relacionam mais com os tumores benignos. ● Carcinoma inflamatório: diferencial para neoplasias mamárias - Pouco diferenciado - Cresce rápido, invade vasos linfáticos e causa intenso edema, inflamação e dor - fica muito avermelhado e fica disseminado pela glândula mamária, limites firmes e endurecidos - Cresce muito rápido, invadindo vasos linfáticos e causando edema intenso, inflamação e dor. - Os pacientes ficam anoréxicos, fracos e perdem peso, sendo um tumor pouco demarcado (acomete todas as glândulas) e firme, sendo comum a metástase para pulmões e a ocorrência de CID. - tratamento clínico de suporte (analgesia, anti-inflamatórios COX2 - adjuvante na quimioterapia) e quimioterápico - retirar cirurgicamente não é indicado Prognóstico é bastante desfavorável, não indica cirurgia só paliativo para analgesia (ANTIF seletivos para cox 2) e em alguns estudos, quimioterapia. Exame clínico: - Exame físico de rotina - Avaliar todas as glândulas, quantos nódulos e qual o tamanho deles (mais comum nas mamas abdominal caudal e inguinal), se é móvel ou fixo ao músculo (maioria é móvel) e se há aumento dos linfonodos (inguinais costumam estar reativos e se tornar palpáveis) e o axilar que não é palpável e pode estar retido. Diagnóstico: - Feito a partir do Raio X em 3 posições: lateral direito, lateral esquerdo e ventro-dorsal, para procura de metástase, porque se ocorrer não há indicação cirúrgica, e sim de quimioterapia. Se tiver metástase mas com tumor ulcerado, é incompatível com a quimioterapia, então primeiro faz o tratamento dessa ulceração para fazer a ressecção e depois a quimioterapia. - De 25-50% dos animais vão apresentar metástase de tumor maligno no diagnóstico, e pode-se utilizar da citologia aspirativa para avaliar que tipo de tumor vamos encontrar ali (controversa - pode gerar distribuição de metástase, alguns preferem não realizar, já que não influencia na escolha do tipo de mastectomia). - Diagnóstico final: é o histopatológico e extremamente importante - prognóstico está relacionado com a histo. - Diferencial: - Carcinoma inflamatório (não é cirúrgico) - Pseudociese - Mastite - Hiperplasia mamária em gatas (relacionadas a pacientes pós estro/gestantes/utilização de progestágenos). - Tumores cutâneos - preocupação com a margem; tumor mamário tem outras coisas como drenagem, entre outros. Não precisa de mastectomia, só tirar os progestágenos, com adm de fármacos anti progestágenos + OSH pelo flanco. Na gestante, espera dar o tempo, faz cesariana com castração, mas só faz mastectomia se com a adm dos medicamentos e OSH não funcionam) e tumores cutâneos. Em animais mais velhos, preconiza-se realização do perfil bioquímico com ureia, creatinina, ALT, FA, albuminas e globulinas. Tratamento clínico: Estabilização na maioria, ou em casos de carcinoma inflamatório, hiperplasia mamária, e metástase pulmonar, aí sim faz quimioterapia. Ulcerado você trata a ferida primeiro. Se não, o caso é cirúrgico mesmo. Tratamento cirúrgico: melhora a qualidade de vida do paciente, vai ter um menor custo, pode alterar a evolução da doença (isso é questionável, depende de como está o avanço dessa doença → se já tiver micrometástase, vai precisar da quimio), além de permitir o diagnóstico histopatológico do tumor. É aplicado na maioria dos pacientes!!! - Excisão cirúrgica é para todos os tipos menos os carcinomas inflamatórios, se necessário remove ambas as cadeias mamárias, com diferença de 3-4 semanas entre elas (cirurgia muito dolorosa). - A OVH deve ser realizada no mesmo tempo cirúrgico, porém antes da mastectomia para evitar disseminação de células tumorais. - É importante explicar para o proprietário que os benefícios dessa OVH não acontecem em todos os pacientes, só nos com neoplasias de grau II, com receptores de estrogênio ou quando há aumento de estradiol antes da mastectomia (para ñ levar celular tumorais para dentro da cavidade. Porém como quer evitar que o paciente cruze novamente ou que surja outros tumores, para diminuir os hormônios acaba fazendo a OVH associada, mas não quer dizer que castrou acaba influência hormonal e não vai mais ter neoplasia mamária. ● Lumpectomia: indicada para massas pequenas, com menos de 5 mm encapsuladas, não invasivas e na periferia da glândula, porém hoje há uma tendência um pouco mais agressiva, já que percebe que quando é feita só lumpectomia a tendência é espalhar pela via linfática. ● Mastectomia parcial ou simples: é feita para nódulos na região central da glândula ou quando pega a maior parte dela, com isso remove a glândula com margem adequada do nódulo. ● Mastectomia regional: quando têm múltiplos tumores nas glândulas adjacentes ou uma massa entre as duas glândulas. M3, M4 e M5… ● Mastectomia unilateral: quando tem numerosos tumores ao longo da cadeia. ● Mastectomia bilateral: Numerosos tumores nas duas cadeias. Incisão bilateral em “V” para conseguir fechar, é uma cirurgia bem cruenta. Como eu faço para saber quais glândulas remover? - Você localiza as massas - Avalia os linfonodos, o paciente - Gravidade e a urgência do problema - Ulceração e contaminação da neoplasia. - Principalmente, o tratamento se baseava, até 2019, na DRENAGEM LINFÁTICA! ● Se tem drenagem M1, M2 e M3 indo para linfonodo axilar, M4 e M5 indo para o inguinal superficial e M3 às vezes com comunicação com linfonodo inguinal. ● Baseada na drenagem, se tinha um nódulo em M1 ou M2, fazia-se uma mastectomia regional (M1, M2 e M3) já que drenaria para o axilar. Se fosse na M3 (abdominal cranial), fazia-se uma mastectomia unilateral total (comunicação com os 2 linfonodos, pode drenar para os dois, axilar ou inguinal), e no caso de ser em M4 e M5, fazia-se uma mastectomia regional retirando M3, M4 e M5. Se o tumor fosse nas duas cadeias, fazia-se uma mastectomia bilateral (como é muito cruenta, faz primeiro 1 unilateral, espera 3-4 semanas, faz a outra). Essa unilateral total por causa de M3 foi realizada por causa de um estudo com 99 fêmeas com tumor simples em 1 cadeia só (M3), ai fez mastectomia parcial porem teve um retorno de 58% no mesmo lado sendo 74% deles malignos, e 3 cães desenvolveram contralateral. Alta taxa de recorrência e maioria malignos, por isso só aumentou a certeza que no caso de M3 TEM que fazer a unilateral total. Linfonodos: quando e quais remover? Observou-se, com estudos, que a maioria os linfonodos que não eram reativo, tinham metástase. Ao remover M5, já removemos junto o linfonodo inguinal,e sobraria o axilar, que é bem difícil de ser removido por não ser palpável. Inicialmente, como era difícil fazer a marcação, removia o axilar só quando estava aumentado de tamanho. Porém agora, no consenso de 2019, tentaram fazer a cirurgia ficar menos radical, porém seguindo a drenagem linfática e alguns cuidados adicionais. Então, ao invés de seguir só a drenagem linfática, passou a utilizar o estadiamento clínico (antes usado só para o prognóstico) para escolher o tratamento. ● Estádio I- tumor primário menor que 3 cm, Sem metástase distante (M0) e sem metástase nos linfonodos regionais (N0) ● Estádio II- tumor primário de 3-5 cm, sem metástase nos linfonodos e nem distante ● Estádio III- tumor maior que 5 cm, sem metástases nos linfonodos e sem metástases distantes ● Estádio IV- qualquer tamanho, com metástase detectável no linfonodo e sem metástase distante. Aqui faz ressecção cirúrgica primeiro depois entra com a quimioterapia. ● Estádio V- qualquer tamanho, com metástase nos linfonodos e a distância. Aqui a indicação é a quimioterapia. Nesse consenso neoplasias mamárias 2019, começou a ser preconizado que tumores de até 3 cm: ● M1- mastectomia regional (M1 e M2) + linfonodo axilar ● M2- Mastectomia regional (M1 + M2 +M3) + linfonodo axilar ● M3 -mastectomia unilateral + linfonodos axilar e inguinal (em tumores maiores de 3 cm ou múltiplos indicação é essa) ● M4- mastectomia regional (M3 + M4 + M5) + Linfonodos inguinal ● M5- mastectomia regional (M4 +M5) + linfonodo inguinal Isso é feito preconizando tornar a cirurgia menos radical, mas ainda sim se baseando no tamanho do tumor e estadiamento desse tumor. Linfadenectomia axilar: - Indicativa em algumas situações. - Utiliza os marcadores para mostrar onde estão esses linfonodos, já que são muito pequenos e estão numa região difícil de localizar, então usa esses marcadores: - Azul de patente 2,5% (30 min, 2mg/kg ao redor da M1 ou ao redor M1 ou do nódulo), para gatas e cadelas. - Azul de metileno em dose de 0,5 a 1ml no máximo para cadelas até 15kg e para maiores de 15kg, 1 a 2 ml, 30 minutos antes (não faz em gatas). - Hemossiderina (pouco utilizada) e tecnécio (custo alto) 99m. Infiltra em volta do tumor, faz incisão média na musculatura peitoral, divulsiona e localiza o linfonodo. Faz ligadura dos principais vasos e remove. Neoplasias mamárias em felinas: Existe um estadiamento próprio, onde tem só 4 estádios: ● I- tumor menor que 2 cm sem metástase ● II- T2 2-3 cm sem metástase ● III- T1 ou T2 já com metástase no linfonodo ou T3 (maior que 3 cm) com ou sem metástase no linfonodo mas sem metástase à distância. ● IV- qualquer tamanho com metástase no linfonodo e a distância - As neoplasias em gatas são extremamente agressivas, por isso sempre há indicação para mastectomia bilateral + linfonodo axilar e inguinal - Na maioria das gatas, elas têm bastante pele, então facilita fechar. Avalia a paciente e se não for possível, faz mastectomia unilateral + linfonodo axilar e inguinal, aguarda 3-4 semanas e faz o outro lado. Fazer analgesia adequada (opióide mais forte) e se necessário, fazer sonda esofágica para alimentação. Técnica cirúrgica: - Faz incisão elíptica ao redor das glândulas mamárias, depois faz incisão de pele, subcutâneo com o bisturi até chegar a fáscia da parede abdominal. - Divulsiona com tesoura de mayo, vai controlando hemorragia e faz ligadura preventiva dos vasos principais (epigástricos superficiais craniais e caudais) e pinçamento dos demais vasos, com force torção e force pressão. - Pode ser utilizado eletrocautério para coagulação, mas como é muito cruenta, tem mais chance de deiscência quando ele é utilizado, então melhor ligadura mesmo. - Depois que resseccionado, lava e pode fazer o walking suturing, que pega de um lado e vai até o outro, como se fosse um pis, só que passa nas aponeuroses de um lado, do outro e fecha. Pode fazer o modificado também, que é um Sultam, fazendo a mesma coisa. Depois faz zigzag para reduzir o subcutâneo e fecha com dermorrafia. A vantagem do walking suturing é que diminui a tensão e formação de seroma (diminui espaço morto), com fios absorvíveis sintéticos. Pós-operatório: analgesia é extremamente importante, com utilização de analgésicos opióides, se for unilateral total 5-6 mg/kg de tramadol, se ficar internado pode usar metadona. E associa com AINE e dipirona. - Se for bilateral, pesa mais na analgesia, ideal é ficar internado para utilização de opióides mais fortes. - A bandagem abdominal ajuda bastante diminuindo a dor e fazendo compressão local - pelo menos 72h com a atadura. Complicações: dores, inflamação, hemorragia, seromas (acaba acontecendo na região inguinal, pq tem ponto que dificulta redução de espaço morto, com artéria femoral passando de um lado e epigástrica cranial ligada no outro lado), infecção, deiscências (mais comum quando utiliza-se eletrocautério - lembrar de não fazer na incisão; geralmente acaba fazendo antibioticoterapia no pós), edema de membros traseiros (normal - avisar o tutor, devido a retirada dos linfonodos - leva um tempo até desinchar, solicitar que o tutor faça massagens). Neoplasia grande e ulcerada: faz sondagem uretral, muito importante para se guiar e saber onde está a uretra. Tem vezes que precisa fazer flaps para fechar. Metástases: podem ocorrer nos linfonodos regionais, mas também no pulmão (mais frequente), fígado, rins, adrenais, baço, pâncreas, diafragma, ovários, coração, ossos, olhos e cérebro. Quase todos os órgãos. Quimioterapia é bastante importante em situações específicas: faz em todos os pacientes? - Não, na benigna se você tiver margem de 2-3 cm e remover, com OSH, é curativo. - Também não faz em todas as malignas, só em casos de tumores grandes ou quando no laudo histopatológico tem invasão linfática, invasão de vasos sanguíneos, metástase em linfonodos, quando tem carcinoma sólido de grau III, anaplásico, micropapilar, ou carcinomas e osteossarcomas extraesqueletal→ aqui faz quimioterapia como prevenção para as micrometástases, muitas vezes já até tem elas mas não é detectável. Cadelas: diversos protocolos ● Doxirubicina ● Doxirubicina + carboplatina ou ciclofosfamida ● Carboplatina ● Carboplatina + gencitabina ● Mitoxantrone e 5-fluoracil associados a ciclofosfamida Inibidores de Cox-2 associados a quimio. Já se sabe também que o uso de inibidores de COX-2 associados a quimio tem dado bons resultados, já que a maioria dos tumores tem receptor para COX-2. Cadelas tem estudos, gatas ainda não, mas tem gente utilizando. Felinas pode usar: ● Doxirubicina ● Doxirubicina + ciclofosfamida ● Doxirubicina + carboplatina ● Mitoxantrone + ciclofosfamida Muito cuidado com a doxirubicina, é nefrotóxica para gatos então acompanhar de perto. Então a quimioterapia deve ser utilizada, deve fazer um segmento “folow up” por 24 meses, com retornos bimestrais onde eles fazem avaliação clínica, laboratorial, raio x de tórax nos 3 posicionamentos, ultrassom abdominal (ver metástase abdominal). Depois de 7 meses, esses retornos viram trimestrais. Prognóstico: depende do tamanho do tumor, se ele é circunscrito, invasivo ou ulcerado, do status ganglionar (se tinha metástase linfática), de metástase distantes, do tipo histológico do tumor e também do grau de diferenciação desse tumor.
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