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Multivix_Bovinocultura_Leite_Corte_Equideos_BOOK (1)

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BOVINOCULTURA DE LEITE
E CORTE E EQUÍDEOS
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do 
Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais 
em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, 
Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória, 
e com a Educação a Distância presente 
em todo estado do Espírito Santo, e com 
polos distribuídos por todo o país. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, 
destacando-se pela oferta de cursos de 
graduação, técnico, pós-graduação e 
extensão, com qualidade nas quatro 
áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, 
Humanas e Saúde, sempre primando 
pela qualidade de seu ensino e pela 
formação de profissionais com consciência 
cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de 
Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 
instituições avaliadas no Brasil, apenas 
15% conquistaram notas 4 e 5, que são 
consideradas conceitos de excelência em 
ensino. Estes resultados acadêmicos 
colocam todas as unidades da Multivix 
entre as melhores do Estado do Espírito 
Santo e entre as 50 melhores do país.
 MISSÃO
Formar profissionais com consciência cidadã para o 
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança 
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.
 VISÃO
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida 
nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
R E I TO R
GRUPO
MULTIVIX
R E I
2
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
3
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)
Deisiane Soares Murta Nobre 
Bovinocultura de Leite e Corte e Equídeos / NOBRE, DSM - Multivix, 2023
Catalogação: Biblioteca Central Multivix 
2023 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
4
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
LISTA DE QUADROS
UNIDADE 1
 Alterações de temperatura de um corpo de acordo com a diferença com 
o ambiente 18
 Relação entre temperatura retal, frequência respiratória e estresse 
térmico em bovinos 32
UNIDADE 3
 Estimativa da idade do animal pelos dentes permanentes 77
 Vantagens do gado taurino e do gado zebuíno 85
UNIDADE 4
 Influência da forma de processamento sobre a extensão da digestão de 
amido de milho em função da quantidade de amido que atingiu cada 
compartimento (rúmen, pós-rúmen) 104
 Valores de carboidratos não fibrosos (CNF) e carboidratos não estruturais 
(CNe) para vários alimentos 107
 Participação (%) na demanda total de alimentos concentrados 
energéticos e proteicos em rações comerciais para bovinos no Brasil em 
2011 110
 Valores de digestibilidade ruminal de amido de milho e sorgo em função 
do efeito do processamento 111
UNIDADE 5
 Espaços destinados à criação de equinos 121
 Esquema de vacinação 125
 Algumas características valorizadas das raças nas espécies de interesse 
zootécnico acionado 128
 Algumas características valorizadas das raças nas espécies de interesse 
zootécnico acionado 129
5
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
UNIDADE 6
 Princípios gerais para a alimentação dos equinos 144
 Principais insumos utilizados em concentrados comerciais 150
 Características de algumas gramíneas 153
 Orientações para a suplementação de um equino com concentrados 155
6
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
LISTA DE FIGURAS
UNIDADE 1
 A radiação solar possui efeito sobre o conforto térmico dos animais 14
 A temperatura é influenciada por diversos fatores climáticos 15
 A umidade do ar depende da quantidade de vapor de água presente 16
 Fileiras de árvores atuam como quebra-vento 17
 Os animais recebem radiação solar direta e do ambiente 18
 Resposta do organismo animal quando na zona de termoneutralidade 19
 O estresse térmico causa queda na produção de leite 20
 O estresse térmico diminui a fertilidade dos touros 21
 Cavalos têm alta capacidade de transpiração 23
 Mamíferos têm mecanismos internos para controlar a temperatura 
corporal 24
 A ingestão de alimentos contribui para a termogênese 25
 Áreas sombreadas auxiliam na termorregulação 26
 O conforto térmico animal é um desafio em climas tropicais 27
 Aspersores de água auxiliam no conforto térmico de bovinos 28
 As baias de cavalos precisam garantir o conforto térmico 29
 Temperatura e umidade são utilizadas para calcular índices de conforto 
térmico 31
UNIDADE 2
 O leite é o produto de origem animal mais consumido no Brasil 37
 A rentabilidade está relacionada ao volume de leite produzido 38
 Fontes de renda em uma propriedade leiteira 39
 Sistema extensivo de produção de leite 40
 Vacas de alta produção são mais suscetíveis à mastite 44
 Principais prejuízos decorrentes da mastite 45
 A bezerra deve tomar colostro nas primeiras três horas de vida. 47
 Problemas de casco podem levar à redução da vida produtiva do animal.
 48
7
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
 Algumas vacinas podem proteger a vaca e o bezerro. 49
 Animal da raça girolando. 52
 A classificação de tipo é a avaliação da conformação corporal do animal.
 53
 O teste de progênie avalia o valor genético de um touro. 54
 A conformação de pernas e úbere são avaliados na classificação linear. 55
 A herdabilidade de determinada característica deve ser considerada no 
melhoramento genético. 56
 O intervalo entre partos é um indicador de eficiência reprodutiva. 58
 O cio indica que o animal está próximo da ovulação. 60
 Na monta natural, o macho pode cobrir até 30 fêmeas. 61
 A inseminação artificial é uma importante biotécnica reprodutiva em 
bovinos. 61
 A fertilização in vitro é uma biotécnica reprodutiva utilizada na 
bovinocultura leiteira. 63
 Desvantagens da fertilização in vitro (FIV). 64
UNIDADE 3
 O Brasil é um grande produtor de carne bovina 68
 A cria é o sistema que mantém o bezerro até a desmama 70
 Capim Brachiaria 72
 Sistema agrossilvipastoril 74
 A avaliação da carcaça visa garantir uma carne de qualidade ao 
consumidor 75
 O rendimento de carcaça quente se baseia no peso vivo do animal 76
 A área de olho de lombo tem relação direta com o rendimento de carnes 
nobres 79
 O marmoreio é a gordura entremeada na carne 80
 O pH da carne está relacionado com a aparência, o sabor e a suculência
 81
 Características de ingestão de alimento fazem parte da seleção genética
 86
 O melhoramento genético prioriza o ganho de peso 87
8
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
 Parâmetros medidos pela Diferença Esperada de Progênie (DEP) em 
gado de corte 89
 No cruzamento industrial, utilizam-se fêmeas rústicas 90
 Os nascimentos devem ocorrer, preferencialmente, na época de seca 91
 Machos estão aptos a reproduzir com 50% a 70% do peso adulto 92
UNIDADE 4
 Dieta balanceada 98
 Produção de gases de efeito estufa (GEE) 100
 Gado em confinamento em fazenda 103
 Pastejo de bovinos 106
 Vacas alimentadas em estábulo 113
UNIDADE 5
 Atividade de sela 118
 Diagrama parcial do complexo do agronegócio do cavalo 119
 Equinos: sistema intensivo 122
 Cavalos de diferentes cores e raças 127
 Ciclo estral da égua 133
 Égua e potro no pasto 135
UNIDADE 6
 Caracterização da composição química dos alimentos 140
 Aparelho digestivo do cavalo 141
 Cavalos pastejando 146
 Cavalo estabulado 147
 Alimentação no cocho 149
 Cavalo em atividade de pista 152
9
MULTIVIX EAD
Credenciadapela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
1UNIDADE
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 11
1. BIOCLIMATOLOGIA ANIMAL 13
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 13
1.1 BIOCLIMATOLOGIA 13
1.2 AMBIÊNCIA 23
2. BOVINOCULTURA DE LEITE 36
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 36
2.1 CONCEITOS GERAIS 36
2.2 REPRODUÇÃO 50
3. BOVINOCULTURA DE CORTE 67
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 67
3.1 CONCEITOS GERAIS 67
3.2 REPRODUÇÃO 81
4. NUTRIÇÃO DE BOVINOS 95
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 95
4.1 A ALIMENTAÇÃO DOS BOVINOS 95
4.2 FORMULAÇÃO DE DIETAS 105
5. EQUIDEOCULTURA 117
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 117
5.1 CONCEITOS GERAIS 117
5.2 REPRODUÇÃO 126
6. NUTRIÇÃO DE EQUÍDEOS 139
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 139
6.1 A ALIMENTAÇÃO DE EQUÍDEOS 139
6.2 FORMULAÇÃO DE DIETAS 151
2UNIDADE
3UNIDADE
4UNIDADE
5UNIDADE
6UNIDADE
10
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
ICONOGRAFIA
11
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina Bovinocultura de Leite e Corte e Equídeos objetiva proporcionar 
conhecimentos importantes para essas criações animais de grande relevân-
cia econômica para o país.
O Brasil tem aproximadamente 218 milhões de cabeças de bovinos. As ati-
vidades dessa criação pecuária no Brasil são predominantemente a bovino-
cultura de corte e de leite, com grande parte de raças europeias, indianas e 
híbridos para finalidade de adaptação ao clima. O Brasil é o maior produtor 
e exportador de carne bovina do mundo e o sexto maior produtor de leite. A 
criação de equinos, por sua vez, conta com quase 6 milhões de cabeças no 
país, com finalidade de trabalho e esporte.
Para profissionais atuantes em agronomia, é crucial adquirir uma visão geral 
e integrada da bovinocultura de leite, da bovinocultura de corte e da equi-
deocultura para a compreensão dos principais fatores e princípios aplicados 
a essas criações animais. Para tanto, é necessário conhecer os principais fa-
tores climáticos que impactam a produtividade dos animais, compreender 
as formas de adaptação deles ao clima e saber mensurar a eficiência dessa 
adaptação, bem como identificar as principais características da produção, 
compreender as medidas de manejo e conhecer os componentes e os princí-
pios da formulação de dietas de bovinos de leite, bovinos de corte e equídeos.
UNIDADE 1
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
12
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BOVINOCULTURA DE LEITE E CORTE E EQUÍDEOS
> Conhecer os 
principais fatores 
climáticos que 
impactam a 
produtividade dos 
animais.
> Compreender as 
formas de adaptação 
dos animais ao clima e 
mensurar a eficiência 
dessa adaptação.
13
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BOVINOCULTURA DE LEITE E CORTE E EQUÍDEOS
1. BIOCLIMATOLOGIA ANIMAL
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade, abordaremos os principais conceitos de bioclimatologia ani-
mal, com aplicação especial em bovinos e equinos. A bioclimatologia permite 
o estudo do animal com o ambiente e as respostas fisiológicas para a melhor 
adaptação. Trata-se de uma ferramenta para o bem-estar animal que tem 
sido cada vez mais uma exigência de mercado (MORAES; ISHIHARA; SALES, 
2020). O conforto térmico é um dos preceitos das cinco liberdades do bem-
-estar animal, determinando que o animal deve estar “livre de desconforto 
térmico e físico” (ROLIM, 2014).
Particularidades de cada ambiente acarretam diferentes respostas do orga-
nismo dos animais. Dessa forma, conhecer essas respostas permite traçar 
estratégias de manejo que limitem os efeitos prejudiciais daquele ambiente 
sobre o bem-estar animal e a produtividade, garantindo a viabilidade econô-
mica da atividade pecuária (MORAES; ISHIHARA; SALES, 2020).
Iniciaremos a unidade com o estudo dos fatores e dos elementos climáticos, o 
efeito do clima sobre os animais e os mecanismos de transferência de energia 
térmica. Em seguida, veremos os principais mecanismos de termorregulação 
dos bovinos e dos equinos, com avaliação comparativa entre animais e dife-
rentes ambientes. Por fim, apresentaremos os principais índices de adapta-
ção e de conforto térmico.
1.1 BIOCLIMATOLOGIA
A bioclimatologia animal é a ciência que analisa e estuda as relações entre 
o clima e os animais, coletando informações precisas sobre eles, o que inclui 
o conhecimento dos elementos meteorológicos, assim como das respostas 
fisiológicas e dos comportamentais dos animais, com o objetivo de garantir o 
bem-estar e a produtividade deles.
1.1.1 FATORES E ELEMENTOS CLIMÁTICOS
Os fatores e os elementos climáticos mais importantes, quando se trata de 
bioclimatologia animal, são a radiação solar, a temperatura, a umidade do 
14
BOVINOCULTURA DE LEITE E CORTE E EQUÍDEOS
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ar e o vento. A radiação solar é aquela emitida pelo Sol e gera grande efeito 
no conforto térmico dos animais (AZEVÊDO; ALVES, 2009). Quando um cor-
po emite radiação devido à temperatura, tal fenômeno é a radiação térmica 
(CARNEVSKIS; LOURENÇO, 2018).
• Radiação solar
A radiação solar é refletida parcialmente pela atmosfera, não 
chegando à superfície terrestre.
• Partes da radiação
Parte da radiação é absorvida pelos gases, como dióxido de carbono 
(CO2) e vapor de água, principalmente em dias nublados, e outra parte 
chega à superfície (CARNEVSKIS; LOURENÇO, 2018).
A RADIAÇÃO SOLAR POSSUI EFEITO SOBRE O CONFORTO TÉRMICO DOS ANIMAIS
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia de uma vaca pastando com incidência de raios de sol sobre ela.
15
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BOVINOCULTURA DE LEITE E CORTE E EQUÍDEOS
A temperatura é relacionada ao grau de agitação das moléculas de determi-
nado corpo ou meio e é provocada por energia proveniente da radiação. A 
temperatura é tanto mais quente quanto maior for o grau de agitação des-
sas moléculas e é influenciada por latitude, altitude, ocorrência de correntes 
oceânicas, massas de ar e continentalidade (CARNEVSKIS; LOURENÇO, 2018).
A TEMPERATURA É INFLUENCIADA POR DIVERSOS FATORES CLIMÁTICOS
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia de um campo com árvores e montanhas ao fundo, com névoa 
encobrindo a paisagem.
Para uso na pecuária, a temperatura pode ser 
medida em graus Celsius (°C) ou graus Fahrenheit 
(°F). Para converter uma temperatura aferida em °F 
para °C, deve-se utilizar o seguinte cálculo: 
• °C= (°F-32)/1,8
Para converter °K em °C, utiliza-se o cálculo a 
seguir: 
• K= °C+273,15
16
BOVINOCULTURA DE LEITE E CORTE E EQUÍDEOS
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
A umidade do ar é determinada pela quantidade de vapor de água presente, 
que, por sua vez, depende da evaporação de fontes de umidade como lagos, 
rios, oceanos e vegetação. A umidade, assim como a temperatura, é maior em 
regiões tropicais (CARNEVSKIS; LOURENÇO, 2018).
A UMIDADE DO AR DEPENDE DA QUANTIDADE DE VAPOR DE ÁGUA PRESENTE
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia de uma folha vegetal contendo gotículas de água na superfície.
O vapor de água presente no ar exerce uma pressão no ambiente. Quanto 
mais vapor existe, maior é a pressão que exerce. Quando a pressão de vapor 
chega a um valor muito alto, o animal não consegue eliminar o próprio vapor 
de água como tentativa de resfriamento (na sudorese, por exemplo) (AZE-
VÊDO; ALVES, 2009; CARNEVSKIS; LOURENÇO, 2018).
O vento é o deslocamento de ar de zonas de maior pressão para zonas de me-
nor pressãode massas de ar. O vento é afetado pela altura em que é medido 
(distância do solo), por fenômenos atmosféricos e pela presença de obstácu-
los no terreno, como construções e árvores (CARNEVSKIS; LOURENÇO, 2018).
17
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BOVINOCULTURA DE LEITE E CORTE E EQUÍDEOS
• Velocidade do vento:
Medida em quilômetros por hora (km/h), metros por segundo (m/s) ou 
nós com um aparelho denominado anemômetro. A direção do vento, 
por sua vez, é estimada com cata-vento ou biruta.
• Direção:
Medida a partir da origem do vento, sendo determinada pelos 
pontos cardeais ou pelo ângulo correspondente na esfera terrestre 
(CARNEVSKIS; LOURENÇO, 2018).
FILEIRAS DE ÁRVORES ATUAM COMO QUEBRA-VENTO
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia de uma fileira de árvores em uma fazenda.
Quebra-ventos, que são faixas plantadas de árvores ou arbustos, são instala-
dos com o intuito de mudar o fluxo do vento para não afetar negativamente 
os animais e as lavouras (CARNEVSKIS; LOURENÇO, 2018).
18
BOVINOCULTURA DE LEITE E CORTE E EQUÍDEOS
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
1.1.2 EFEITOS DO CLIMA SOBRE OS ANIMAIS
Além d a radiação solar direta, o animal recebe radiação proveniente do am-
biente (CARNEVSKIS; LOURENÇO, 2018). Assim, existem três cenários possí-
veis, como descrito na figura a seguir.
ALTERAÇÕES DE TEMPERATURA DE UM CORPO DE ACORDO COM A 
DIFERENÇA COM O AMBIENTE
Corpo mais frio que o 
meio
Corpo em equilíbrio com 
o meio
Corpo mais quente 
que o meio
Absorve mais radiação do 
que emite
Taxas de emissão e absorção 
de radiação são iguais
Emite mais radiação do 
que absorve
Absorve mais radiação do 
que emite
Taxas de emissão e absorção 
de radiação são iguais
Emite mais radiação do 
que absorve
Temperatura do corpo 
aumenta
Sem alteração de 
temperatura
Temperatura do corpo 
diminui
Fonte: adaptada de Carnevskis e Lourenço (2018, p. 51).
#pratodosverem: esquema das alterações de temperatura de acordo com o ambiente.
OS ANIMAIS RECEBEM RADIAÇÃO SOLAR DIRETA E DO AMBIENTE
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia de um cavalo pastando sob o sol.
19
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BOVINOCULTURA DE LEITE E CORTE E EQUÍDEOS
A zona de termoneutralidade é aquela em que o animal não sofre estresse 
por frio nem por calor; é delimitada pela temperatura crítica inferior, abaixo 
da qual o animal sofre estresse pelo frio, e pela temperatura crítica superior, 
acima da qual o animal sofre estresse pelo calor (AZEVÊDO; ALVES, 2009; MO-
RAES; ISHIHARA; SALES, 2020).
RESPOSTA DO ORGANISMO ANIMAL QUANDO NA ZONA DE TERMONEUTRALIDADE
Corpo mais frio que o meio
Temperatura do 
corpo aumenta
Absorve mais radiação 
do que emite
Corpo em equilíbrio com 
o meio
Sem alteração 
de temperatura
Corpo mais quente que 
o meio
Temperatura do 
corpo diminui
Emite mais radiação do 
que absorve
Taxas de emissão e absorção 
de radiação são iguais
Fonte: adaptada de Azevêdo e Alves (2009, p. 12).
#pratodosverem: esquema informativo sobre a resposta do organismo animal na zona de 
termoneutralidade.
A eficiência produtiva é afetada pelo estresse por calor ou frio, pois o animal 
utiliza parte da energia obtida da dieta para sustentar mecanismos de regu-
lação da temperatura corporal (MORAES; ISHIHARA, 2020). Tratando-se do 
estresse calórico, que é o estresse pelo calor, os efeitos da temperatura alta 
são maximizados pela alta umidade do ar e pela baixa velocidade do vento 
(MORAES; ISHIHARA; SALES, 2020).
Em vacas leiteiras, são observados aumento da temperatura retal, da frequ-
ência cardíaca e da frequência respiratória em resposta ao estresse térmi-
co, acarretando alterações na qualidade do leite (MORAES; ISHIHARA; SALES, 
2020). Além disso, a redução do consumo de matéria seca impacta negativa-
mente o volume de leite produzido (AZEVÊDO; ALVES, 2009). 
20
BOVINOCULTURA DE LEITE E CORTE E EQUÍDEOS
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O ESTRESSE TÉRMICO CAUSA QUEDA NA PRODUÇÃO DE LEITE
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia de um úbere de uma vaca.
Em relação ao desenvolvimento fetal, observa-se menor crescimento e menor 
peso ao nascer em bovinos de raças europeias, o que seria o contrário caso es-
tivessem em ambiente de clima temperado. A fertilidade de bovinos também 
é afetada, com maior ocorrência de anestro, estros anovulatórios, atrasos na 
ovulação, estros curtos e estros silenciosos. Em touros, a qualidade do sêmen, 
a concentração e a motilidade espermática são afetadas negativamente pelo 
estresse calórico, reduzindo a fertilidade (AZEVÊDO; ALVES, 2009).
Em equinos atletas, o estresse calórico ocasiona queda no rendimento devido 
ao direcionamento de energia para mecanismos termorregulatórios. Ainda, 
animais de esporte são frequentemente transportados para competições, o 
que pode ser um desafio para o conforto térmico dos cavalos (FONSECA; OLI-
VEIRA, 2015).
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BOVINOCULTURA DE LEITE E CORTE E EQUÍDEOS
Animais de pelo escuro estão mais suscetíveis 
ao estresse calórico devido à maior absorção da 
irradiação (FONSECA; OLIVEIRA, 2015). Bovinos com 
pele pigmentada, pelos claros, curtos e densos têm 
maior resistência ao calor e são mais adaptados a 
regiões tropicais (NICOLAU; SILVA; MOTA, 2004). Esse 
é o caso do gado Nelore, a raça mais importante de 
bovinos de corte no Brasil.
O ESTRESSE TÉRMICO DIMINUI A FERTILIDADE DOS TOUROS
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia de um touro no campo.
1.1.3 MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE 
ENERGIA TÉRMICA
Os principais mecanismos de transferência de energia térmica de bovinos e 
equinos são: condução, convecção, radiação e evaporação.
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• Condução
O contato entre o corpo do animal e uma superfície sólida leva a uma 
transferência de calor da superfície mais quente para a mais fria até 
ocorrer o equilíbrio térmico, ou seja, até ambos alcançarem a mesma 
temperatura. O animal pode, portanto, ganhar ou perder calor nesse 
processo (AZEVÊDO; ALVES, 2009).
• Convecção
Ocorre na troca de calor entre o corpo do animal e um meio fluido, 
como água ou ar, e depende da velocidade do ar (AZEVÊDO; ALVES, 
2009).
• Radiação
Ocorre a dissipação de calor do corpo do animal para o ambiente por 
meio de ondas eletromagnéticas (AZEVÊDO; ALVES, 2009).
• Evaporação
Ocorre por meio da sudorese e pela perda de água na respiração 
(AZEVÊDO; ALVES, 2009).
Quando os animais estão submetidos a temperaturas dentro da zona de con-
forto térmico, três quartos das trocas de calor com o ambiente ocorrem por 
condução, evaporação ou radiação. Porém, quando a temperatura está acima 
da temperatura crítica superior, esses mecanismos se tornam menos eficien-
tes, pois atuam melhor quando há grande diferença entre a temperatura ex-
terna e a temperatura corporal do animal (AZEVÊDO; ALVES, 2009).
Nesse caso, a termólise é iniciada, e a evaporação se torna o mecanismo de 
perda de calor mais importante, contribuindo para cerca de 80% do processo 
(AZEVÊDO; ALVES, 2009).
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CAVALOS TÊM ALTA CAPACIDADE DE TRANSPIRAÇÃO
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia com foco na cabeça e no pescoço de um cavalo jovem.
A capacidade de transpiração varia muito entre as espécies, sendo maior em 
cavalos que em bovinos. Além disso, a eficiência da perda de calor pela trans-
piração depende da umidade relativa do ar. Se a umidade for alta, a dissipa-
çãode calor pela transpiração é muito menor e, portanto, ocorre maior risco 
de estresse térmico (AZEVÊDO; ALVES, 2009).
1.2 AMBIÊNCIA
A ambiência se refere ao que é do ambiente, como o próprio nome sugere. 
Diz respeito ao que rodeia os seres vivos; isso inclui o meio físico em que o ser 
vivo, animal ou vegetal, vive.
1.2.1 MECANISMOS DE TERMORREGULAÇÃO
Homeotermia é a capacidade de conservação da temperatura corporal cons-
tante, mesmo quando existe variação da temperatura ambiente (MORAES; 
ISHIHARA; SALES, 2020). Essa é uma característica presente em mamíferos e 
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é crucial para a sobrevivência do animal (AZEVÊDO; ALVES, 2009). Compensa-
ções fisiológicas têm o objetivo de regular a produção de calor e a dissipação 
dele para o ambiente, mantendo a temperatura interna controlada, tratando-
-se da termorregulação (AZEVÊDO; ALVES, 2009).
MAMÍFEROS TÊM MECANISMOS INTERNOS PARA CONTROLAR A TEMPERATURA 
CORPORAL
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia de um bezerro mamando no úbere de uma vaca.
A termorregulação é uma resposta do animal para manter a temperatura 
dentro da zona de termoneutralidade (MORAES; ISHIHARA; SALES, 2020). O 
estresse pelo frio gera respostas de maior produção de calor interno, a termo-
gênese (AZEVÊDO; ALVES, 2009), aumentando a taxa metabólica e o consu-
mo de alimentos (AZEVÊDO; ALVES, 2009; MORAES; ISHIHARA; SALES, 2020). 
A termogênese pode ser alcançada por meio de diversos mecanismos, como 
o calor metabólico obtido na digestão dos alimentos, a atividade muscular, a 
prenhez e a lactação (AZEVÊDO; ALVES, 2009). Outras respostas são a vaso-
constrição periférica e a piloereção (AZEVÊDO; ALVES, 2009). 
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A INGESTÃO DE ALIMENTOS CONTRIBUI PARA A TERMOGÊNESE
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia de um cavalo comendo feno.
A termorregulação comportamental ao frio inclui a busca por abrigo e o ato 
de enroscar o corpo, diminuindo a superfície de contato com o ambiente 
(AZEVÊDO; ALVES, 2009). Tremores musculares e liberação de substâncias 
como adrenalina, noradrenalina, glicocorticoides e hormônios tireoidianos 
aumentam a taxa metabólica e a termogênese (AZEVÊDO; ALVES, 2009). A 
liberação de glicocorticoides como resposta ao estresse ocasiona queda na 
resposta imunológica do animal, favorecendo a ocorrência de doenças (AZE-
VÊDO; ALVES, 2009).
Da mesma forma, se há estresse pelo calor, ocorre a tentativa da redução do 
calor interno (termólise) pela diminuição da taxa metabólica e da alimenta-
ção (AZEVÊDO; ALVES, 2009; MORAES; ISHIHARA; SALES, 2020). A redução da 
taxa metabólica ocorre pela redução da liberação dos hormônios tireoidia-
nos (AZEVÊDO; ALVES, 2009). Além disso, existem as formas de dissipação de 
calor para o ambiente, ou seja, condução, convecção, radiação e evaporação 
(AZEVÊDO; ALVES, 2009). Dessa forma, aumentam-se a frequência respira-
tória, a sudorese (evapotranspiração) e a vasodilatação periférica (AZEVÊDO; 
ALVES, 2009).
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Em relação à termorregulação comportamental ao calor, alguns exemplos 
são a tentativa de se proteger em áreas sombreadas e o aumento da ingestão 
de água (MORAES; ISHIHARA; SALES, 2020).
ÁREAS SOMBREADAS AUXILIAM NA TERMORREGULAÇÃO
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia de vacas e bezerros sob a sombra de uma árvore.
1.2.2 AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE ANIMAIS E 
AMBIENTES
Em climas tropicais e subtropicais, o estresse 
térmico é um grande desafio para garantir o bem-
estar animal (MORAES; ISHIHARA; SALES, 2020). Isso 
ocorre porque, nessas regiões, há alta temperatura 
ambiente e alta radiação solar associadas à alta 
umidade relativa do ar (AZEVÊDO; ALVES, 2009). 
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O CONFORTO TÉRMICO ANIMAL É UM DESAFIO EM CLIMAS TROPICAIS
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia de vacas deitadas no pasto em exaustão pelo calor.
O sombreamento é um importante fator para bovinos de corte no Brasil. Ob-
serva-se maior ganho de peso diário quando os animais em confinamento têm 
acesso a áreas sombreadas nas horas mais quentes do dia (MORAES; ISHIHA-
RA; SALES, 2020). Em áreas com árvores, os animais se aglomeram na sombra 
desses vegetais; quando a quantidade de sombra não é suficiente, têm acesso 
a ela os animais dominantes do lote (MORAES; ISHIHARA; SALES, 2020).
A zona de termoneutralidade varia de acordo com 
a espécie e a raça. Em bovinos de raças europeias, 
provenientes de climas temperados, a Temperatura 
Crítica Inferior (TCI) é de -10°C, enquanto a Temperatura 
Crítica Superior (TCS) é de 27°C. Para bovinos indianos, 
provenientes de climas tropicais, a TCI é de 0°C, e a 
TCS é de 35°C (AZEVÊDO; ALVES, 2009).
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Porém, tais zonas de termoneutralidade pode variar com a umidade relativa 
do ar e com o nível metabólico do animal, que depende, por sua vez, da dieta 
e nível de produção (AZEVÊDO; ALVES, 2009). Vacas leiteiras de alta produção 
são mais suscetíveis ao estresse calórico devido ao alto metabolismo e alto 
consumo energético da dieta (AZEVÊDO; ALVES, 2009).
Entretanto, existe um intervalo dentro da zona de termoneutralidade em que 
o animal tem gasto fisiológico mínimo para manutenção da homeotermia 
— portanto, potencial máximo de produtividade —, que é a zona de conforto 
térmico (TC). A TC de bovinos europeus é de -1°C a 16°C, enquanto em bovinos 
indianos é de 10°C a 27°C (AZEVÊDO; ALVES, 2009).
Uma das formas mais eficientes de alcançar o conforto térmico em bovinos 
leiteiros é usar aspersores de água combinados com ventiladores, levando a 
uma troca de calor do tipo convecção (AZEVÊDO; ALVES, 2009). Sombrites e 
sombras de árvores são utilizados com eficiência em criação de gado de corte 
e de leite (AZEVÊDO; ALVES, 2009).
ASPERSORES DE ÁGUA AUXILIAM NO CONFORTO TÉRMICO DE BOVINOS
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia de gotículas de água liberadas por aspersor.
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Para saber mais do conforto térmico de vacas 
leiteiras e mecanismos para alcançá-lo, leia este 
artigo.
No caso de estresse térmico pelo frio, considerando nosso país, observa-se 
maior malefício a bezerros devido a baixas reservas energéticas e pouca co-
bertura corporal (AZEVÊDO; ALVES, 2009). A TCI para bezerros recém-nascidos 
é de 10°C, estando a TC entre 18°C e 21°C (AZEVÊDO; ALVES, 2009). A energia 
de mantença a baixas temperaturas é maior do que em bezerros com mais 
de três semanas (AZEVÊDO; ALVES, 2009).
Os equinos costumam ser alojados em baias em boa parte do dia, por isso a 
qualidade das instalações afeta diretamente o conforto térmico. A combina-
ção do piso com a qualidade e a quantidade de camas, assim como o manejo 
destas, são determinantes para manter a temperatura e a umidade corretas 
(CASTRO; VASCONCELOS, 2019).
AS BAIAS DE CAVALOS PRECISAM GARANTIR O CONFORTO TÉRMICO
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia de um cavalo dentro de uma baia, olhando para fora pela 
abertura superior.
http://revistas.ufcg.edu.br/acsa/index.php/ACSA/article/view/62/pdf
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Pisos de cimento podem deixar o ambiente muito frio se a cama não for alta 
o suficiente,já pisos de areia permitem melhor drenagem e menor umidade. 
O importante é que, independentemente do tipo de piso, a cama sempre 
esteja presente. Além disso, o animal deve ter acesso a água limpa e fresca à 
vontade (CASTRO; VASCONCELOS, 2019).
Para saber mais da mensuração do estresse térmico 
em equinos, leia este artigo. 
1.2.3 ÍNDICES DE ADAPTAÇÃO E CONFORTO 
TÉRMICO
Alguns dos índices de conforto térmico mais importantes na produção ani-
mal são:
• Índice de Temperatura e Umidade (ITU);
• Índice de Temperatura de Globo Negro e Temperatura de Ponto de Orvalho 
(ITGU); e
• Carga Térmica Radiante (CTR) (MORAES; ISHIHARA; SALES, 2020).
O ITU é muito utilizado para mensurar o conforto térmico de ruminantes. Va-
lores de ITU acima de 72 são considerados estressantes para vacas leiteiras de 
alta produção (AZEVÊDO; ALVES, 2009).
https://www.scielo.br/j/eagri/a/FjvZbvpxRHzPSbKMXV9Wgwf/?format=pdf&lang=pt
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TEMPERATURA E UMIDADE SÃO UTILIZADAS PARA CALCULAR ÍNDICES DE CONFORTO 
TÉRMICO
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia de um termômetro digital de mesa com indicador de umidade 
relativa do ar.
Esse índice depende da temperatura ambiente e da umidade relativa do ar. 
Dessa forma, mesmo uma temperatura considerada dentro da termoneutra-
lidade pode causar estresse calórico caso a umidade relativa do ar apresente 
valores muito altos. Um ITU até 70 é considerado sem estresse; entre 71 e 78, é 
considerado crítico; de 79 a 83, é considerado perigoso; acima de 83, é consi-
derado uma emergência (AZEVÊDO; ALVES, 2009).
O ITGU é um índice considerado mais confiável que o ITU, pois analisa outros 
fatores adicionais, como radiação, pressão barométrica e efeito do vento (AZE-
VÊDO; ALVES, 2009). Outros índices podem ser calculados a partir de mensu-
rações realizadas nos próprios animais, como temperatura retal, frequência 
respiratória e frequência cardíaca (AZEVÊDO; ALVES, 2009).
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RELAÇÃO ENTRE TEMPERATURA RETAL, FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA E 
ESTRESSE TÉRMICO EM BOVINOS
Temperatura 
retal (°C)
Frequência 
respiratória (mrpm) Nível de estresse
38,3 23 Sem estresse
38,4 a 38,6 45 a 65
Estresse controlado, sem afetar 
atividades fisiológicas
39,1 70 a 75
Estresse calórico inicial, com 
diminuição do apetite, sem perdas 
na produção e na fertilidade
40,1 90
Estresse acentuado, perda de 
apetite, queda na produção e 
alterações no estro
40,9 100 a 120
Estresse sério, com alta perda na 
produção, ingestão de alimentos e 
fertilidade
> 41 > 120 Estresse mortal
Fonte: adaptada de Azevêdo e Alves (2009, p. 62).
#pratodosverem: tabela apresentando a relação entre a temperatura retal, a frequência 
respiratória e o estresse em bovinos.
Esses índices são:
• teste de Rhoad (teste de Iberia): tem o objetivo de medir a eficiência do 
bovino em manter a temperatura retal em até 38,3°C. A tolerância ao 
calor é tão maior quanto maior for o valor do coeficiente. Os bovinos são 
submetidos à radiação solar direta, sem receber água, em dia luminoso em 
que a temperatura esteja entre 29°C e 35°C. É mensurada a temperatura 
retal dos animais às 10h e às 15h. Esse procedimento deve ser realizado por 
três dias (podendo ou não ser consecutivos). Com o valor da temperatura 
retal média, aplica-se a seguinte equação:
CTC = 100 - 18 (TRm - 38,3)
Em que:
CTC = Coeficiente de Tolerância ao Calor
TRm = temperatura retal média
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• teste de Benezra: associa o teste de Rhoad aos valores de frequência 
respiratória, sendo mais acurado. Quanto mais próximo o coeficiente se 
aproximar do valor 2, mais tolerante ao calor é o animal. O cálculo se dá pela 
equação:
CTC = temperatura retal/38,3 + frequência respiratória/23
• teste de Rainsby: mede a adaptabilidade do animal ao calor por meio da 
mensuração da dissipação do calor. O animal é submetido a exercício para 
que a temperatura retal se eleve acima de 40°C. Depois, ele é alocado em 
ambiente sombreado e a temperatura é medida em intervalos determinados, 
até que volte ao valor normal. Quanto mais rapidamente a temperatura 
voltar aos valores basais, mais adaptado ao calor é o animal;
• câmaras climáticas: permitem maior controle das condições ambientais, 
porém, o uso é limitado devido aos custos envolvidos (AZEVÊDO; ALVES, 
2009).
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CONCLUSÃO
Nesta unidade, nosso objetivo foi apresentar os principais conceitos de bio-
climatologia animal, com enfoque em bovinos e equinos. Em países tropicais 
como o Brasil, o conforto térmico animal não é apenas um critério de bem-es-
tar, mas também permite que o animal expresse o máximo potencial gené-
tico de produtividade e rendimento. Diversas técnicas de mensuração estão 
disponíveis, cujo uso permite traçar estratégias para evitar o estresse térmico 
em animais de produção.
Em bovinos, o conforto térmico é uma preocupação em animais de alta pro-
dução leiteira. Visando à manutenção da produtividade, é necessário realizar 
adaptações no ambiente que mitiguem os efeitos do clima sobre os animais. 
O uso de ventiladores, associados a aspersores de água, facilita a dissipação 
de calor via mecanismo de convecção. Em bovinos de corte — que, no Brasil, 
são em sua maioria de raças de origem tropical —, a estratégia mais utilizada 
é o uso de áreas de sombreamento. Em bezerros, a maior preocupação é com 
o estresse pelo frio devido à dificuldade de termogênese desses animais.
Equinos têm maior eficiência de dissipação do calor via sudorese que bovi-
nos. Acesso a água fresca e sombreamento auxiliam na ambiência desses 
animais. Em relação ao conforto térmico no frio, a manutenção de uma die-
ta em maior quantidade e o material da cama garantem a termorregulação 
adequada.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Para saber mais do tema, acesse:
1. Ambiência no transporte de equinos e os efeitos nas respostas ao estresse. LINK.
2. Estresse térmico na reprodução equina. LINK.
3. Conforto térmico e bem-estar animal em pastagem: um desafio para a pecuária tropical. LINK.
4. Impacto do estresse térmico na reprodução da fêmea bovina. LINK.
5. Comportamento ingestivo e respostas termorregulatórias de equinos em atividades de 
pastejo. LINK.
http://www.nupea.esalq.usp.br/admin/modSite/arquivos/imagens/64c77bf432136952f9f6ce4bd5f91e46.pdf
http://cbra.org.br/portal/downloads/publicacoes/rbra/v43/n2/p216-221%20(RB796).pdf
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/167367/1/Conforto-termico-e-bem-estar-animal-em-pastagem.pdf
http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/v36n1/pag18-24.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Gioto-Ghiarone-Terto-E-Sousa/publication/276302684_Comportamento_Ingestivo_e_Respostas_Termorregulatorias_de_Equinos_em_Atividades_de_Pastejo/links/5e8dcc8792851c2f52888c4d/Comportamento-Ingestivo-e-Respostas-Termorregulatorias-de-Equinos-em-Atividades-de-Pastejo.pdf
UNIDADE 2
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
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BOVINOCULTURA DE LEITE E CORTE E EQUÍDEOS
> Identificar as principais 
características da produção 
de bovinos de leite. 
> Compreender as 
medidas de manejo em 
bovinocultura de leite.
> Você vai adquirir um 
conhecimento geral da 
bovinocultura leiteira, como 
a importância econômica, 
os tipos de criação e as 
instalações, o manejo 
sanitário, as raças do país, 
o manejo reprodutivo e 
melhoramento genético.
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2. BOVINOCULTURA DE LEITE
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
A bovinocultura de leite é uma das atividades pecuárias mais importantes do 
país, sendo que o leite tem alto valor nutritivo e é acessível a grande parte da 
população (ANVISA, 2018). Essa atividade pecuária tem muitas peculiaridades 
que fazem com que seja crucial o conhecimento integrado de mercado, sis-
temas de produção e manejo (OLIVEIRA et al., 2001).
A maior parte das propriedades consiste em pecuária leiteira familiar, moda-
lidade responsável pela produção de mais da metade do leite no país (REIS et 
al., 2020; FERRAZZA; CASTELLANI, 2021). Porém, trata-se de um setor agrope-
cuário com características heterogêneas entre os diferentes tipos de criação, 
o que demanda um conhecimento amplo do profissional que atuará nessa 
área para que possa prestar assistência técnica de qualidade para o criador.
Nesta unidade, serão abordados os principais conceitos relacionados à bovi-
nocultura leiteira, com foco nas características do clima e do gado presente 
em nosso país.
2.1 CONCEITOS GERAIS
A seguir, serão apresentadas informações gerais a respeito da pecuária leitei-
ra como atividade econômica, bem como os sistemas de criação presentes 
no país e os pontos mais importantes do manejo sanitário de bovinos leiteiros.
2.1.1 IMPORTÂNCIA E MERCADO DA 
BOVINOCULTURA DE LEITE
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o leite bovino é 
o produto de origem animal mais consumido no país, sendo um componente 
relevante na dieta de grupos populacionais mais vulneráveis e suscetíveis a 
doenças, como crianças e idosos (ANVISA, 2018).
A atividade está distribuída em todo o Brasil, contando com mais de 11 mi-
lhões de vacas ordenhadas e 30 bilhões de litros de leite produzidos (FERRA-
ZZA; CASTELLANI, 2021). 
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O LEITE É O PRODUTO DE ORIGEM ANIMAL MAIS CONSUMIDO NO BRASIL
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: copo cheio de leite ao lado de um latão para armazenamento de leite.
Os maiores estados produtores são Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul 
e Santa Catarina (FERRAZZA; CASTELLANI, 2021). O Brasil é um dos maiores 
produtores de leite do mundo, porém, ainda com baixa produtividade média. 
A exportação de produtos lácteos ocorre principalmente para países da Amé-
rica Latina e África (MAIA et al., 2013). Visto que os custos fixos de produção 
são altos, a margem de lucro depende de uma busca por maior volume pro-
duzido (OLIVEIRA et al., 2001).
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Alguns dos indicadores mais importantes da 
pecuária leiteira são (OLIVEIRA et al., 2001):
• produção de leite por hectare/ano; 
• produção média por vaca em lactação/dia; 
• produção média diária/total de vacas do rebanho; 
• idade ao primeiro parto; 
• mão de obra/litro de leite produzido; 
• taxa de natalidade; 
• intervalo entre partos; e 
• litros de leite/kg de concentrado fornecido.
A RENTABILIDADE ESTÁ RELACIONADA AO VOLUME DE LEITE PRODUZIDO
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: úbere de uma vaca com um equipamento de ordenha acoplado aos tetos.
As vacas em lactação são os animais que trarão rendimentos que sustentarão 
a si próprios e aos outros do plantel. O ideal é que as vacas em lactação repre-
sentem 83% dos animais do rebanho, dependendo de características raciais, 
sanidade, alimentação e intervalo entre partos (OLIVEIRA et al., 2001).
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Já a venda é feita sobre animais de descarte ou de engorda, ou animais de 
alto valor genético em leilões (OLIVEIRA et al., 2001; MIRANDA; FREITAS, 2009).
FONTES DE RENDA EM UMA PROPRIEDADE LEITEIRA
Fonte: elaborado pela autora (2023).
#pratodosverem: fluxograma sobre as fontes de renda de uma propriedade leiteira.
O leite é um produto perecível, que exige que a captação na fazenda tenha 
que ser realizada quase que diariamente, levando os laticínios a contarem 
apenas com o leite fornecido por produtores da região (MAIA et al., 2013).
2.1.2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO E INSTALAÇÕES
Os principais sistemas de criação de bovinos leiteiros são o extensivo, o se-
miextensivo e o intensivo (CASTRO; VASCONCELOS, 2019). O índice de produ-
tividade da terra (IPT) mede a produção de um item agropecuário por hecta-
re, sendo maior em um sistema intensivo do que em um sistema extensivo 
(OLIVEIRA et al., 2001).
O sistema extensivo é a criação a pasto, sendo o pastejo a principal fonte de 
alimentação dos mesmos (SALMAN; PFEIFER, 2020). 
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BOVINOCULTURA DE LEITE E CORTE E EQUÍDEOS
SISTEMA EXTENSIVO DE PRODUÇÃO DE LEITE
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: vacas leiteiras em um pasto, com uma carroça ao lado, e, ao fundo, um 
lago e um casarão.
O sistema intensivo é também conhecido como confinamento, e os tipos 
mais importantes são o free stall, o tie stall, o loose housing e o compost barn 
(MOTA et al., 2017).
Free stall: trata-se de uma área cercada 
e coberta em que os animais têm baias 
individuais para descanso e um local de 
circulação.
Sistema free stall
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: vacas leiteiras em galpão de sistema free stall.
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Tie stall: semelhante ao free stall, mas as 
vacas ficam contidas, lado a lado, em baias 
individuais, com uma corda ou corrente 
presa ao pescoço. São soltas apenas no 
momento da ordenha.
Sistema tie stall
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: vacas se alimentando, lado a lado, cada uma presa com uma corda na baia 
individual do tie stall.
Loose housing: estábulos que contêm uma 
área coberta e uma área com incidência 
direta do sol. O sistema exige um maior 
capital investido por animal, devido à área 
que ocupa.
Sistema loose housing
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: vacas leiteiras circulando em uma instalação do tipo loose housing.
Compost barn: é um sistema onde é 
realizada a compostagem anaeróbia (por 
microrganismos que crescem na ausência 
de oxigênio). A cama dos animais é revirada e 
homogeneizada, fazendo com que os resíduos 
sejam metabolizados pelos microrganismos. 
Isso favorece uma produção em um sistema 
mais ecológico (MOTA et al., 2017).
Sistema compost barn
Fonte: adaptada de Embrapa (2023, [n.p.]).
#pratodosverem: vacas leiteiras, em pé e deitadas, em galpão do tipo compost barn.
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As principais instalações em uma propriedade leiteira são o bezerreiro, o cur-
ral de espera, a sala de ordenha, a sala do leite, o curral de alimentação e a 
área de manejo (SALMAN; PFEIFER, 2020).
O bezerreiro, onde são alocados os bezerros lactentes com até três meses de 
vida, pode ser coletivo, agrupando um grande número de animais, ou indivi-
dual. Ainda, pode ser suspenso ou não (SALMAN; PFEIFER, 2020).
O curral de espera é o local em que as vacas em lactação são alocadas antes 
do momento da ordenha (SALMAN; PFEIFER, 2020).
A ordenha é a atividade central dentro de uma propriedade leiteira, pois é 
quando ocorre a obtenção do leite (SALMAN; PFEIFER, 2020). 
Existem três formas de realizar a ordenha:
Manual: o leite é extraído pelo ordenhador 
em um balde, sendo posteriormente 
filtrado antes de ser colocado no tanque de 
refrigeração.
Ordenha manual
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: uma pessoa ordenhando uma vaca, com o leite sendodirecionado para 
dentro de um balde de plástico.
Mecânica: o leite é extraído por equipamento 
que simula a mamada do bezerro, por meio 
de um sistema de vácuo. Tem a vantagem 
de diminuir o tempo de ordenha. Os tipos 
de ordenhadeira mecânica são: balde ao pé 
e canalizada.
Ordenha do tipo “balde ao pé”
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: imagem de vaca sendo ordenhada com equipamento de ordenha 
mecânico do tipo “balde ao pé”.
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Robotizada: processo em que há automação 
total. O equipamento para extração do leite 
encaixa automaticamente nos tetos do 
animal. (SALMAN; PFEIFER, 2020).
Ordenha do tipo robotizada
Fonte: Shutterstock (2023).
#pratodosverem: imagem de vaca leiteira posicionada em sala de robotizada.
Após a ordenha, o leite é transferido para o tanque de refrigeração (tanque de 
expansão), localizado na sala do leite, onde deve atingir 4°C em, no máximo, 
três horas. A captação do leite pela indústria deve ocorrer até 48 após a orde-
nha (SALMAN; PFEIFER, 2020).
O curral de alimentação é para onde as vacas são direcionadas após a orde-
nha para fornecimento de alimento no cocho (SALMAN; PFEIFER, 2020).
A área de manejo é destinada para a realização de procedimentos específicos, 
como aplicação de medicamentos e vacinas, manejo reprodutivo e embar-
que em veículos, com instalações que permitem a contenção dos animais 
(SALMAN; PFEIFER, 2020).
2.1.3 MANEJO SANITÁRIO
O manejo sanitário permite que os animais estejam livres de doenças, poden-
do expressar o potencial genético, além de gerar um leite de melhor quali-
dade e mais seguro para o consumidor, garantindo o retorno econômico ao 
pecuarista (SALMAN; PFEIFER, 2020).
A mastite (inflamação da glândula mamária) é um dos principais problemas 
sanitários e afeta principalmente vacas de alta produção, ocorrendo nas formas 
clínica (aparente) ou subclínica (inaparente) (CASTRO; VASCONCELOS, 2019). 
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VACAS DE ALTA PRODUÇÃO SÃO MAIS SUSCETÍVEIS À MASTITE
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: imagem de duas vacas, uma de perfil e outra olhando para a frente.
Na mastite clínica, são observados grumos ou pus no leite, enquanto na sub-
clínica o que se altera é a composição do leite, ou seja, a quantidade de pro-
teínas, gordura e lactose (CASTRO; VASCONCELOS, 2019). Na mastite, ocorre 
o aumento do número de células de descamação do leite, que são as células 
somáticas (CASTRO; VASCONCELOS, 2019).
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PRINCIPAIS PREJUÍZOS DECORRENTES DA MASTITE
Fonte: elaborado pela autora (2023).
#pratodosverem: fluxograma apresentando os principais prejuízos decorrentes da mastite.
As principais medidas para o controle da mastite são: desinfecção dos tetos 
antes e após a ordenha, limpeza do ambiente e do equipamento de ordenha, 
higiene dos funcionários e determinação de uma linha de ordenha – ou seja, 
ordenhar primeiro os animais saudáveis e, por último, os animais com mas-
tite, evitando a contaminação cruzada (CASTRO; VASCONCELOS, 2019; SAL-
MAN; PFEIFER, 2020). 
Dentro da fazenda, antes da ordenha, dois testes podem ser realizados: teste 
do caneco de fundo preto e CMT (SALMAN; PFEIFER, 2020).
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1. Teste de caneco
Deve ser realizado com os três primeiros jatos de leite, sendo a amostra 
avaliada quanto à presença de grumos, que são indicativos de mastite 
clínica. 
2. CMT
O CMT (California Mastitis Test) consiste em uma análise em que se 
mistura o leite de cada um dos tetos com um reagente. De acordo 
com a viscosidade da mistura, é possível determinar se há aumento 
da celularidade do leite, indicando a presença, ou não, de mastite 
subclínica (SALMAN; PFEIFER, 2020).
Depois da ordenha, o orifício do teto demora algumas horas para fechar to-
talmente, estando sujeito à entrada de agentes infecciosos, junto com o fato 
de o leite residual ser um substrato importante para diversos microrganismos. 
Portanto, deve-se evitar que os animais fiquem deitados no pós-ordenha; uma 
estratégia para isso é fornecer alimento no cocho (SALMAN; PFEIFER, 2020).
O manejo sanitário se inicia logo após o nascimento 
do animal. Quando a bezerra nasce, não tem 
anticorpos, estando muito vulnerável a doenças. 
O colostro, que é o leite produzido pela vaca nos 
primeiros dias pós-parto, tem esses anticorpos, mas 
o filhote precisa realizar a primeira mamada em 
até duas horas após o nascimento para conseguir 
absorvê-los. Nas primeiras 24 horas, o consumo de 
colostro deve ser de 10% a 15% do peso vivo do filhote 
(SALMAN; PFEIFER, 2020). 
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A BEZERRA DEVE TOMAR COLOSTRO NAS PRIMEIRAS TRÊS HORAS DE VIDA.
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: imagem de bezerro mamando em uma mamadeira.
Além disso, o umbigo do recém-nascido é uma porta de entrada para infec-
ções. Deve-se aplicar iodo a 5% para desinfectar e cauterizar a região. A diar-
reia e a pneumonia também são comuns em bezerros que não receberam o 
colostro suficiente. A limpeza das instalações e o bloqueio de correntes de ar 
ajuda a evitar essas doenças (SALMAN; PFEIFER, 2020). 
Uma doença comum em propriedades leiteiras é a tristeza parasitária bovina. 
É causada por parasitas das células vermelhas do sangue (Babesia spp. e Ana-
plasma spp.) e transmitida principalmente por carrapatos. Por isso, é necessá-
rio realizar o controle estratégico desses artrópodes (SALMAN; PFEIFER, 2020).
Problemas de cascos também são comuns em sistemas do tipo semiexten-
sivo ou intensivo, devido ao acúmulo de umidade e tipo de piso. O casque-
amento corretivo frequente previne diversas afecções de casco que podem 
diminuir a vida produtiva da vaca (SALMAN; PFEIFER, 2020).
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PROBLEMAS DE CASCO PODEM LEVAR À REDUÇÃO DA VIDA PRODUTIVA DO ANIMAL.
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: imagem da pata de um bovino.
As vacinas mais importantes para vacas adultas são aquelas que previnem 
doenças da reprodução. Caso as vacas sejam vacinadas, os anticorpos podem 
ser transmitidos para os bezerros pelo colostro, protegendo mãe e filho (SAL-
MAN; PFEIFER, 2020).
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ALGUMAS VACINAS PODEM PROTEGER A VACA E O BEZERRO.
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: imagem de bezerros em pé e olhando para a frente.
A vacina contra brucelose, que é uma zoonose, é obrigatória em todo o país 
em bovinos fêmeas entre três e oito meses de idade (SALMAN; PFEIFER, 2020).
As principais práticas para a prevenção e controle 
de doenças são:
• Compra de animais de rebanhos com controle san-
itário ou realização de quarentena desses animais. 
• Implementação de um programa de sanidade do 
rebanho, isolando animais doentes, realizando vaci-
nações, controle de parasitas e tratamento dos ani-
mais doentes. 
• Acompanhamento veterinário. 
• Treinamento dos funcionários. 
• Instituir programa de controle de mastite (SAL-
MAN; PFEIFER, 2020).
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2.2 REPRODUÇÃO
Visto que o parto é responsável não apenas pelo início da lactação, mas tam-
bém pela obtenção de uma novabezerra para reposição do plantel, o manejo 
reprodutivo é um dos pontos críticos na produção de leite.
2.2.1 PRINCIPAIS RAÇAS
As principais raças leiteiras presentes no Brasil são de origem europeia, in-
diana ou são mestiças entre raças dessas regiões. As raças europeias mais 
importantes no país são o gado Holandês e o gado Jersey. O gado Holandês é 
a raça pura mais utilizada no Brasil e no mundo na pecuária leiteira, devido à 
alta seleção genética para produção (MIRANDA; FREITAS 2009).
A vantagem do gado Jersey está na menor energia de mantença, devido ao 
menor porte e ao maior teor de sólidos no leite. Também é uma raça que apre-
senta maior rusticidade e maior tolerância ao calor que o gado Holandês. Em 
contrapartida, o volume de leite produzido é menor (MIRANDA; FREITAS 2009).
• Gado holandês
Raça de grande porte, com pelagem malhada em preto e branco ou 
preto e vermelho (MIRANDA; FREITAS 2009).
• Gado Jersey
Raça de pequeno porte, com pelagem parda clara a parda escura, com 
coloração mais escura na face (MIRANDA; FREITAS 2009).
Raças indianas têm melhor adaptação ao clima tropical, como resistência ao 
calor e a parasitas, mas têm menor produção de leite quando comparadas 
aos animais da raça Holandesa. São raças denominadas zebuínas ou gado 
zebu. As raças zebuínas leiteiras mais importantes no Brasil são o gado Gir e o 
gado Guzerá. O gado Gir é o gado zebuíno com maior produtividade leiteira.
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• Gado Gir
Raça de médio porte, com pelagem que pode apresentar coloração 
variada, como vermelho, amarelo, acinzentado, branco e preto, 
podendo ou não ser malhado.
• Gado Guzerá
Raça de grande porte, com pelagem branca, acinzentada ou com 
partes pretas nos machos, pincipalmente cernelha, pescoço e face 
(MIRANDA; FREITAS, 2009).
Raças bovinas europeias e indianas pertencem à mesma espécie, mas a su-
bespécies diferentes. O gado europeu pertence à subespécie Bos taurus tau-
rus, enquanto o quando zebuíno corresponde à subespécie Bos taurus indi-
cus (ROLIM, 2014). Entretanto, o cruzamento entre esses animais gera animais 
férteis e é muito utilizado na produção animal por unir benefícios dos dois 
grupos de raças (ROLIM, 2014).
No Brasil, a raça híbrida (mestiça) mais importante é, também, a responsável 
pela maior parte do leite produzido no país. Trata-se do gado Girolando, raça 
desenvolvida a partir do cruzamento do gado Holandês com o gado Gir (MI-
RANDA; FREITAS, 2009).
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 ANIMAL DA RAÇA GIROLANDO.
Fonte: adaptada de Embrapa (2023, [n.p.]).
#pratodosverem: imagem de uma vaca da raça Girolando de perfil.
Outras raças mestiças também são criadas no país, como o Guzolando (Guze-
rá + Holandês) e Jersolando (Jersey + Holandês), sempre em busca da união 
da produtividade do Holandês com a rusticidade de outra raça (MIRANDA; 
FREITAS, 2009).
2.2.2 MELHORAMENTO GENÉTICO
O cruzamento de raças que são geneticamente divergentes, ou seja, que têm 
muitas diferenças entre si, leva à ocorrência da heterose (ou vigor híbrido), 
caracterizada pelos filhos apresentarem melhor desempenho que a média 
dos pais em características específicas (MIRANDA; FREITAS, 2009). A heterose 
é considerada a forma mais rápida de se obter melhoramento genético (MI-
RANDA; FREITAS, 2009).
O melhoramento genético perpassa por duas principais avaliações: avaliação 
fenotípica e avaliação genotípica. Quando se trata de animais leiteiros, a ava-
liação fenotípica tem dois componentes: o controle leiteiro e a classificação 
linear (ABCBRH, 2021).
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1. Controle leiteiro
É o monitoramento da produção de determinada vaca em uma 
lactação inteira, além da mensuração dos teores de proteína, gordura e 
lactose.
2. Classificação de tipo
É a avaliação da conformação corporal do animal, como membros, 
tórax e úbere, indicadores do potencial de produtividade e 
longevidade dos animais (ABCBRH, 2021).
A CLASSIFICAÇÃO DE TIPO É A AVALIAÇÃO DA CONFORMAÇÃO CORPORAL DO ANIMAL.
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: imagem de uma vaca da raça Holandesa de perfil.
Para a seleção dos animais reprodutores, as características fenotípicas e ge-
notípicas precisam ser avaliadas. Quando é utilizado material genético da 
vaca, avalia-se o controle leiteiro e a classificação de tipos. Quando o intuito é 
escolher o material genético do touro, deve-se verificar a avaliação fenotípica 
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das filhas desse touro, realizada antes de o material genético ser comercia-
lizado. Essa avaliação do desempenho das filhas de um determinado touro 
é o teste de progênie, ou “prova do touro”. O teste de progênie é classifica-
do como uma avaliação genotípica dos animais, juntamente com o pedigree 
(ABCBRH, 2021).
O TESTE DE PROGÊNIE AVALIA O VALOR GENÉTICO DE UM TOURO.
Fonte: Pixabay (2020).
#pratodosverem: imagem de um touro Holandês, com a cabeça baixa, olhando para a 
frente.
Dessa forma, no momento de escolher os cruzamentos, deve-se avaliar o que 
é necessário melhorar nos animais do rebanho, em documentos elaborados 
pelas centrais de reprodução ou associações de criadores das raças, denomi-
nados sumários (SALMAN; PFEIFER, 2020).
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Um exemplo de como os cruzamentos são 
escolhidos é verificar o que precisa ser melhorado 
na conformação de pernas dos animais. O ideal é 
que o ângulo de jarrete seja neutro, ou seja, que o 
fechamento entre os membros posteriores não 
seja muito “para dentro” nem muito “para fora”, 
pois qualquer uma dessas situações favorecem 
problemas de casco, e essas características são 
hereditárias, passando para a próxima geração. 
No caso de vacas com o jarrete “para dentro”, é 
necessário procurar, no sumário de touros, machos 
que ajudem a neutralizar essa angulação, ou seja, 
que transmitam o material genético que ocasione 
o jarrete “para fora” (ABCBRH, 2021).
A CONFORMAÇÃO DE PERNAS E ÚBERE SÃO AVALIADOS NA CLASSIFICAÇÃO LINEAR.
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: imagem de uma vaca comendo pasto, de costas para o observador, com 
foco no úbere.
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O animal escolhido deve ser aquele que traga mais benefícios ao rebanho, e 
que não cause decréscimo no desempenho de nenhuma característica. In-
dependentemente do touro utilizado, ele deve sempre promover acréscimo 
na produção de leite, promovendo o melhoramento genético da raça a cada 
geração (SALMAN; PFEIFER, 2020).
Cada característica apresenta uma herdabilidade, ou seja, uma probabilida-
de de transmissão à prole. Segundo Barbero et al. (2022), a herdabilidade “[...] 
mede a influência da variação genética em relação à variação total de uma 
característica em uma população” e “[...] indica a existência ou não de variação 
genética aditiva suficiente para permitir ganhos genéticos por meio da sele-
ção” (BARBERO et al., 2022, p. 2). 
A HERDABILIDADE DE DETERMINADA CARACTERÍSTICA DEVE SER CONSIDERADA NO 
MELHORAMENTO GENÉTICO.
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: imagem de uma vaca holandesa, com foco em pescoço e cabeça, olhando 
para o observador.
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A avaliação genômica, ou seja, do DNA dos repro-
dutores, representa um grandeganho de tempo 
quanto ao teste de progênie, pois não é necessário 
esperar o touro entrar em idade reprodutiva, ter fil-
has e avaliar a produção destas. Ao avaliar o DNA do 
touro, mesmo sendo o animal jovem, já se sabe a 
capacidade de transmissão dos genes de interesse 
(SALMAN; PFEIFER, 2020).
2.2.3 MANEJO REPRODUTIVO
Um manejo reprodutivo eficiente é essencial para alcançar a rentabilidade 
e a produtividade desejáveis da atividade leiteira. Isso implica na necessida-
de de mensuração e análise dos índices reprodutivos para garantir o sucesso 
da produção e da implementação de biotécnicas reprodutivas, como a inse-
minação artificial, fertilização in vitro e transferência de embriões (SALMAN; 
PFEIFER, 2020).
 A diminuição do intervalo entre partos (IEP) de um mesmo animal é um dos 
principais objetivos do manejo reprodutivo. Um IEP ideal dura 12 meses, o 
que equivale a uma cria por ano, sendo as raças europeias mais propensas a 
alcançar o índice ideal (OLIVEIRA et al., 2001).
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 O INTERVALO ENTRE PARTOS É UM INDICADOR DE EFICIÊNCIA REPRODUTIVA.
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: imagem de uma vaca e um bezerro da raça holandesa, descansando 
deitados lado a lado.
O período de 12 meses de IEP considera a soma da duração da gestação (nove 
meses e 20 dias), o início de uma nova gestação após o parto (70 dias) e o perí-
odo de descanso ou período seco (60 dias). O alcance desses intervalos depen-
de, além da raça, de um manejo reprodutivo eficiente (OLIVEIRA et al., 2001).
Os principais índices relacionados ao manejo reprodutivo são:
1. O intervalo entre partos (IEP)
Tempo decorrido entre um determinado parto e o parto subsequente 
de uma mesma vaca. 
2. Intervalo parto-concepção (IPC)
Intervalo entre o parto e a detecção de uma nova prenhez.
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3. Taxa de serviço (TS)
Percentual de vacas inseminadas ou cobertas pelo touro em relação 
ao total do rebanho, em um período de 21 dias.
4. Taxa de concepção (TC)
Número de vacas gestantes em relação ao total de vacas que foram 
inseminadas ou cobertas. 
5. Número de serviços por prenhez
Número de inseminações ou coberturas necessárias para que uma 
vaca fique gestante. 
6. Taxa de detecção de cio
Porcentagem de cios detectados em relação ao total de animais que 
estão ciclando. 
7. Taxa de abortos
A porcentagem aceitável de abortos em relação ao total de gestações 
é de 3%.
8. Idade ao primeiro parto (IPP)
O ideal é que ocorra aos dois anos de idade do animal (SALMAN; 
PFEIFER, 2020).
O cio, ou seja, o período fértil das vacas, é um momento em que o organismo 
desses animais se prepara para a fecundação, ocorrendo a aceitação da mon-
ta pelo touro e a ovulação. As fêmeas bovinas entram no cio a cada 21 dias 
(SALMAN; PFEIFER, 2020).
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O CIO INDICA QUE O ANIMAL ESTÁ PRÓXIMO DA OVULAÇÃO.
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: imagem de um óvulo, com espermatozoides nadando para alcançá-lo.
Idade, estado nutricional, estado de saúde e genética são fatores a serem 
considerados ao colocar um animal em reprodução. Animais muito velhos 
ou muito novos, com baixo ou alto escore de condição corporal, enfermos ou 
filhos(as) de animais pouco férteis tendem a apresentar problemas reprodu-
tivos (ROLIM, 2014).
Na monta natural, quando as fêmeas estão em cio, 
o macho é colocado junto a elas. A quantidade de 
fêmeas que cada macho tem a capacidade de co-
brir é calculada pelo teste de libido. Alguns touros 
conseguem cobrir até 30 matrizes (ROLIM, 2014).
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NA MONTA NATURAL, O MACHO PODE COBRIR ATÉ 30 FÊMEAS.
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: imagem de um touro em monta natural com uma vaca.
A inseminação artificial é muito disseminada na bovinocultura leiteira devido 
ao custo-benefício. O touro acaba ficando junto apenas às fêmeas que não 
emprenharam na inseminação, em um procedimento denominado “repas-
se” (ROLIM, 2014).
A INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL É UMA IMPORTANTE BIOTÉCNICA REPRODUTIVA EM 
BOVINOS.
Fonte: adaptada de Embrapa (2023, [n.p.]).
#pratodosverem: imagem de um homem de chapéu realizando a inseminação artificial em 
uma vaca, com a ajuda de mais dois outros homens.
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A inseminação artificial em bovinos foi o primeiro uso de tipo de biotecno-
logia reprodutiva. Isso ocorre porque o congelamento do sêmen bovino ain-
da mantém boa viabilidade dos espermatozoides após descongelar (ROLIM, 
2014). Um único ejaculado do touro pode gerar muitas doses de sêmen para 
inseminação. Isso garante um bom rendimento do material genético de ani-
mais melhoradores para a raça em questão (ROLIM, 2014).
Algumas das vantagens do uso da inseminação em 
bovinos são:
• diminuição do risco de doenças sexualmente 
transmissíveis entre bovinos, pois os animais são 
testados e vacinados; 
• o procedimento pode ser facilmente realizado por 
uma pessoa treinada; 
• menor custo para aquisição de material genético 
de alto valor; 
• menor risco de consanguinidade (ROLIM, 2014).
Para maximizar a eficiência da inseminação artificial em uma fazenda, pode-
-se utilizar a inseminação artificial em tempo fixo (IATF), em que as vacas são 
submetidas a protocolos hormonais de forma a sincronizar os cios. Assim, é 
possível saber em qual dia as vacas vão ovular e, portanto, quando é o momen-
to certo de realizar a inseminação. Isso facilita o manejo reprodutivo, pois vários 
animais são inseminados em sequência. Isso também permite prever melhor 
a quantidade de partos em cada época do ano (SALMAN; PFEIFER, 2020).
Na fertilização in vitro (FIV), o material genético de uma fêmea geneticamen-
te superior é utilizado em máximo rendimento, pois é induzida, hormonal-
mente, a ovulação de vários óvulos concomitantes em um mesmo animal. 
Esses óvulos são retirados da vaca doadora e é realizada a fertilização com 
sêmen em laboratório (ROLIM, 2014).
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A FERTILIZAÇÃO IN VITRO É UMA BIOTÉCNICA REPRODUTIVA UTILIZADA NA 
BOVINOCULTURA LEITEIRA.
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: imagem de um embrião em estágio inicial de desenvolvimento.
Os óvulos fertilizados são implantados em outras fêmeas geneticamente in-
feriores à doadora, as quais são chamadas de receptoras. Uma grande vanta-
gem é que fêmeas de alto valor genético, mas que não têm capacidade de 
suportar uma gestação, podem continuar gerando produtos (ROLIM, 2014).
A transferência de embrião se assemelha à FIV no fato de haver uma doadora 
e várias receptoras. Porém, ao invés de coletar os óvulos, são coletados os em-
briões da doadora. Trata-se também de uma técnica de maior custo e com 
necessidade de mão de obra qualificada (ROLIM, 2014). 
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DESVANTAGENS DA FERTILIZAÇÃO IN VITRO (FIV).
Fonte: elaborado pela autora (2023).
#pratodosverem: fluxograma demonstrando as desvantagens da fertilização in vitro.
Outra biotécnica reprodutiva utilizada em bovinos é a clonagem, em que um 
novo animal é gerado sem a necessidade de um espermatozoide e um óvulo. 
Essa técnica ainda apresenta alto custo, sendo pouco viável na maioria das 
propriedades leiteiras (ROLIM,2014).
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CONCLUSÃO
A produção de leite apresenta muitos desafios devido aos custos fixos de 
alto valor, exigindo do produtor estratégias que promovam o aumento da 
produção e produtividade, o que depende da escolha de instalações que se 
adequem ao manejo preterido, da raça bovina utilizada, das estratégias de 
melhoramento genético, dos manejos reprodutivo, alimentar e sanitário, da 
atenção aos índices de desempenho econômico da fazenda e do conheci-
mento do mercado.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Para saber mais do tema, acesse:
1. OLIVEIRA, T. B. A. et al. Índices técnicos e rentabilidade da pecuária leiteira. Scientia Agricola, 
Piracicaba, v. 58, n. 4, 2001. LINK.
2. FERRAZZA, R. de A.; CASTELLANI, E. Análise das transformações da pecuária brasileira: um 
enfoque na pecuária leiteira. Ciência Animal Brasileira, v. 22, 2021. LINK.
3. MAIA, G. B. S. et al. Produção leiteira no Brasil. Brasília: BNDES, 2013.. LINK.
4. MIRANDA, J. E. C.; FREITAS, A. F. Circular Técnica 98: Raças e tipos de cruzamentos para pro-
dução de leite. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2009. LINK.
5. SALMAN, A. K. D.; PFEIFER, L. F. M. Pecuária leiteira na Amazônia. Brasília: Embrapa, 2020. LINK.
https://doi.org/10.1590/S0103-90162001000400006
https://www.scielo.br/j/cab/a/4mK7LBmjZQrr5tCqwXbqHdC/?format=pdf&lang=pt
https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/1514/1/A%20mar37_09_Produ%c3%a7%c3%a3o%20leiteira%20no%20Brasil_P.pdf
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/65294/1/CT-98-Racas-e-tipos-de-cruzamentos.pdf
https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1126135/pecuaria-leiteira-na-amazonia#:~:text=Autoria%3A%20SALMAN%2C%20A.%20K.%20D.%3B%20PFEIFER,de%20ser%20adaptada%20e%20reinventada
UNIDADE 3
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
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> Identificar as principais 
características da produção 
de bovinos de corte.
> Compreender as 
medidas de manejo em 
bovinocultura de corte.
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3. BOVINOCULTURA DE CORTE
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Equivalendo a mais de 175 milhões de cabeças, mais de 80% de todos os bovi-
nos criados no país são destinados à pecuária de corte. Embora a maior par-
te das propriedades de corte sejam de pequeno ou médio porte, o sistema 
agroindustrial da pecuária de corte envolve diversos setores, como a indústria 
de insumos, ração, defensivos agrícolas, fertilizantes, medicamentos veteriná-
rios, vacinas, fazendas de criação, abatedouros, distribuidoras e comerciantes, 
sem contar a logística e procedimentos para exportação. A participação de 
diversos setores da economia evidencia a grande relevância dessa atividade 
para o país (LIMA; ANTUNES, 2012; ROSA et al., 2021).
O desempenho produtivo do bovino de corte deve garantir a qualidade da 
carcaça e da carne, a qual tem grande demanda por consumo, tanto interna-
mente quanto externamente ao país (KOBLITZ, 2011; LIMA; ANTUNES, 2012). 
Entretanto, a pecuária de corte brasileira ainda é caracterizada por uma pro-
dutividade variável, que muitas vezes é baixa (LIMA; ANTUNES, 2012). Portan-
to, trata-se de uma atividade econômica com grande potencial para profis-
sionais capacitados da área agronômica, e nesta Unidade serão abordados 
tópicos essenciais para o entendimento dessa atividade.
3.1 CONCEITOS GERAIS
A seguir, serão apresentadas informações sobre a importância da bovinocul-
tura de corte e mercado relacionado a essa atividade no país, além dos tipos 
de sistemas de produção e instalações e a avaliação de carcaças bovinas rea-
lizada nos abatedouros.
3.1.1 IMPORTÂNCIA E MERCADO DA 
BOVINOCULTURA DE CORTE 
O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo (PAULUS; PARIS, 
2016). A cadeia produtiva da pecuária de corte tem muitos elementos, desde 
insumos e equipamentos até o consumidor final, passando pelo principal elo, 
que é a fazenda de gado de corte (CEZAR et al., 2005). 
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O BRASIL É UM GRANDE PRODUTOR DE CARNE BOVINA
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: um corte de carne com um ramo de alecrim ao lado.
A produtividade depende de uma integração eficiente dos manejos repro-
dutivo, nutricional e sanitário (PAULUS; PARIS, 2016). As fazendas de gado de 
corte predominam em locais de solo mais pobre, onde a produção de grãos é 
dificultada (CEZAR et al., 2005).
Nos sistemas extensivos, as pastagens são a única fonte de proteína e ener-
gia da dieta. Nos semiextensivos, a alimentação a pasto é suplementada com 
complementos proteicos e energéticos, além de sal mineral. Já no sistema 
intensivo, é realizado o confinamento para a terminação dos machos, com 
associação ou não de pastagens cultivadas (CEZAR et al., 2005).
Os tipos de atividades econômicas na pecuária de corte são a cria, a recria e a 
engorda, que podem ser feitas de forma isolada ou de forma complementar 
uma à outra (CEZAR et al., 2005).
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Cria
A obtenção de novos filhotes que são mantidos até a desmama; 
portanto, é um rebanho composto principalmente de fêmeas em 
reprodução. As fêmeas que nascem são direcionadas para a reposição 
do rebanho, enquanto os machos são vendidos logo após a desmama 
(CEZAR et al., 2005).
Cria e recria
Semelhante à atividade de cria, porém, com retenção dos machos no 
rebanho até os 15 a 18 meses, sendo posteriormente vendidos para 
engorda (CEZAR et al., 2005).
Engorda (ou terminação)
Ocorre após a fase de recria, em que o “boi magro” é alimentado com 
dieta com maior valor energético e proteico, seja em pastagens de alta 
qualidade ou em atividade intensiva com alimentação totalmente no 
cocho. Assim, obtém-se o chamado “boi gordo”, que é comercializado 
para os abatedouros (CEZAR et al., 2005).
Cria, recria e engorda
É o ciclo completo. Uma vantagem é que é possível reduzir a fase de 
recria, antecipando a engorda, obtendo-se assim animais precoces 
(que atingem o peso de abate rapidamente), com a carne mais macia, 
por serem mais jovens (CEZAR et al., 2005).
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A CRIA É O SISTEMA QUE MANTÉM O BEZERRO ATÉ A DESMAMA
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia de um bezerro mamando no úbere de uma vaca.
3.1.2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO E INSTALAÇÕES
Na pecuária de corte no Brasil, há predominância de pastagens, mas pode-se 
dizer que o setor conta com sistemas extensivos e intensivos, sendo os primei-
ros baseados em pastagens nativas ou cultivadas, e o segundo em pastagens 
de alta produtividade, suplementação a pasto e confinamentos (CEZAR et al., 
2005).
Uma intensificação que leva a uma maior lotação da pastagem sem estar as-
sociada à rotação de piquetes aumenta o risco de parasitas, os quais afetam 
diretamente os índices produtivos (PAULUS; PARIS, 2016).
Os sistemas produtivos presentes no país são:
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BOVINOCULTURA DE LEITE E CORTE E EQUÍDEOS
Sistema extensivo
Os animais se alimentam exclusivamente 
de pastagem.
Sistema extensivo de pecuária de corte
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: bois soltos no pasto em um sistema extensivo.
Sistema semi-intensivo
Animais se alimentam da pastagem e 
recebem suplementação no cocho a pasto.
Sistema semi-intensivo de pecuária de corte
Fonte: Pixabay

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