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1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Graduação em Ciências Contábeis Adriely Thaynara Nascimento Santos Ana Clara Menezes Ferreira Karina Oliveira De Jesus Ludmila Aparecida Da Silva Santos Raquel Anny Da Costa DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO Análise comparativa da Demonstração de valor agregado- DVA Belo Horizonte 2023 2 Adriely Thaynara Nascimento Santos Ana Clara Menezes Ferreira Karina Oliveira De Jesus Ludmila Aparecida Da Silva Santos Raquel Anny Da Costa DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO Análise comparativa da Demonstração de valor agregado- DVA Trabalho referente a disciplina de Contabilidade Avançada apresentado à Pontifícia Universidade Católica De Minas Gerais – PUC MG, como requisito de análise da DVA e seus indicadores. . Belo Horizonte 2023 3 Sumário 1 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 4 1.1 A Contabilidade e seu objetivo ....................................................................... 4 2- DVA: origem e evolução no Brasil ....................................................................... 5 2.1 DVA: Conceito e estrutura............................................................................... 6 2.2 DVA: Índices de análise ................................................................................... 7 2.3 DVA: Informações encontradas e suas contribuições ................................. 8 2.4 Cálculo dos Indicadores .................................................................................. 9 2.4.1 Participação no valor adicionado total ....................................................... 9 2.4.1.1 Participação de empregados no valor adicionado - PEVA ........................ 9 2.4.1.2 Participação de governos no valor adicionado - PGVA .......................... 10 2.4.1.3 Participação de terceiros no valor adicionado - PTVA ............................ 11 2.4.1.4 Participação de acionistas no valor adicionado - PAVA .......................... 11 2.4.2 Grau de retenção de valor adicionado ....................................................... 12 2.4.3 Grau de capacidade de produzir riqueza ................................................... 13 2.4.4 Grau de contribuição de ativos na geração de riqueza .............................. 13 2.4.5 Grau de contribuição do patrimônio líquido na geração de riqueza ........... 14 3. Contribuição que consta na DVA com maior valor social ............................... 15 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 16 4 4 1 REFERENCIAL TEÓRICO 1.1 A Contabilidade e seu objetivo A contabilidade é parte fundamental das organizações, é ela que fornece as ferramentas necessárias, para obtenção das informações econômicas e financeiras relevantes, utilizadas pelos usuários nas tomadas de decisões. De acordo com o Professor IUDÍCIBUS (2000, p. 28): O objetivo principal da Contabilidade é fornecer informação econômica relevante para que cada usuário possa tomar suas decisões e realizar seus julgamentos com segurança. Isto exige um conhecimento do modelo decisório do usuário e, de forma mais simples, é preciso perguntar ao mesmo qual a informação que julga relevante ou as metas que deseja maximizar, a fim de delinearmos o conjunto de informações pertinentes […] Com a evolução diária e o mundo cada vez mais globalizado e competitivo exige que as empresas sejam transparentes em suas atividades, atendendo aos usuários externos e internos que, por sua vez, privam por informações confiáveis e diretas. Sendo assim, por se tratar de uma ciência social, a contabilidade além de divulgar as informações financeiras e econômicas, ela também precisa informar a relação da entidade com a sociedade, e o Balanço Social, foi o meio encontrado para apresentar essas informações, pois se trata de um relatório no qual evidencia informações econômicas e sociais. FIPECAFI (2007, p. 29-30) ressalta também: a contabilidade é o controle que a empresa possui sobre sua vida econômica, financeira e patrimonial, indispensável para a gestão e sucesso de uma entidade. Existem diversos usuários que utilizam a informação contábil, tais como: sócios, acionistas, fornecedores, financiadores, governo, administradores e empregados, buscando através das demonstrações, a informação que atenda seu interesse. Essas informações são utilizadas no processo de tomada de decisões, com base nos resultados analisados, auxiliando na projeção para o futuro. Para Tinoco (2009, p. 34), “O Balanço Social tem por objetivo ser equitativo e comunicar informação que satisfaça à necessidade de quem dela precisa. Essa é a missão da Contabilidade, como ciência de reportar informação contábil, financeira, econômica, social, física de produtividade e de qualidade.” A Demonstração do Valor Adicionado, se encaixa devidamente nesse contexto social, um importante elemento do Balanço Social e agora uma demonstração obrigatória, veio para ocupar esse espaço na contabilidade, que primeiramente incluía 5 5 apenas informações de natureza financeira e econômica, e atualmente apresenta, por meio da DVA, informações sociais. 2- DVA: origem e evolução no Brasil A DVA teve seu surgimento na Europa por motivo do imposto sobre o valor agregado nos países Europeus, no final dos anos 70, através do relatório Corporate Report. Conforme Cunha (2002, p.28): Foi durante o crescimento de popularidade, acontecido nos anos 70, que a DVA foi considerada, em muitos países europeus, como uma forma das ferramentas centrais para a divulgação de informações tidas como relevanres para a sociedade. Não somente os acadêmicos, mas especialmente os comitês e institutos contábeis, passaram, então, a preocuparem-se com as proposições para a aprsentação da DVA. No Brasil, por meio da inspiração no sistema norte-americano pré-existente foi promulgada em 1976 a Lei n° 6404, conhecida como Lei das Sociedades por Ações ou Lei das S.A, com o objetivo de regulamentar e formalizar o exercício destas espécies de sociedade no Brasil. No ano de 1989, deu-se a primeira publicação sobre esse tema, um artigo, escrito pelo professor Eliseu Martins. Após isso, a DVA passou a ser usada como processo também pela Revista Exame na edição das Melhores e Maiores- MM. Além disso, o Conselho de Contabilidade (CFC), com a atribuição de regular a contabilidade ao contexto social, editou em 2004 a Resolução n° 1.003-04 que aprovou a NBC T 15 – Informações de Natureza Social e Ambiental. Dando continuidade a esta política, de incluir na Contabilidade informações sociais, aprovou em 2005, uma norma, a NBC T 3.7 – Demonstração do Valor Adicionado. Esta norma trouxe as informações que deveriam ser demonstradas na DVA e como seria a estrutura dela. Em 2007 foi aprovada a lei 11.638 que trouxe alterações na Lei 6404/76, uma delas foi o fato de quando se tratar de Companhias Abertas (S/A), deve se elaborar também, com obrigatoriedade a demonstração do valor adicionado no art. 176, deixando facultativo para as demais sociedades, S/A de Capital Fechado e Limitada (Ltda), a sua elaboração. Segue abaixo: 6 6 Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) Em virtude do desenvolvimento de ajuste dos padrões contábeis foi criado o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), com o objetivo de atualizar as regrascontábeis brasileiras e acelerar a harmonização destas regras com os padrões internacionais. Esse CPC, assim como a NBC T 3.7, traz informações sobre a finalidade, elaboração e estrutura. 2.1 DVA: Conceito e estrutura A sigla DVA significa Demonstração do Valor Adicionado, e a finalidade desse demonstrativo é evidenciar a riqueza gerada pela companhia e a forma que ela foi distribuída entre os diversos setores que contribuíram direta ou indiretamente para a sua geração. Os dados necessários para elaboração dessa demonstração são extraídos DR. O valor Adicionado representa o quanto a empresa está adicionando de valor pela sua atividade, ou seja, qual sua parcela na formação do Produto Interno Bruto (PIB). Em sua estrutura, a DVA é composta por 2 partes, sendo a primeira evidenciando a riqueza gerada pela companhia, já a segunda parte detalha a distribuição dessa riqueza (pessoal e encargos; impostos, taxas e contribuições; juros e aluguéis; juros sobre o capital próprio e dividendos; lucros retidos/prejuízos do exercício), sendo que o total da parte 1 deve ser igualitário a segunda parte. De acordo com o CPC 09, a base da estrutura da DVA é conforme modelo abaixo: 7 7 FONTE: Exemplo adaptado do CPC 09 – Demonstração do Valor Adicionado 2.2 DVA: Índices de análise Por meio dessa demonstração, é possível extrair alguns indicadores para medir a eficiência da empresa, o quanto ela dedica parte do seu resultado para contribuir com o meio ao qual está inserida e entre outros. Diante disso temos a seguir os índices que podem ser obtidos e qual a análise que pode ser retirada: 8 8 • Participação de Empregados no Valor Adicionado (PEVA): evidencia o quanto de valor adicionado a entidade está destinando à sua força de trabalho; • Participação de Governos no Valor Adicionado (PGVA): mostra a contribuição da entidade à sociedade por meio dos pagamentos de tributos; • Participação de Terceiros no Valor Adicionado (PTVA): demonstra o quanto da riqueza gerada pela entidade está sendo destinado aos financiadores, sob a forma de juros e aluguéis e, também de royalties, franquias e direitos autorais; • Participação de Acionistas no Valor Adicionado (PAVA): demonstra o quanto da riqueza gerada pela entidade está sendo destinado aos acionistas, por meio da distribuição de dividendos; • Grau de Contribuição dos Ativos para Gerar Riqueza (GCAGR): mostra quanto o ativo da entidade contribui para geração de riquezas; • Grau de Participação dos Empregados na Riqueza Gerada (GPERG): mostra quanto cada empregado contribui, em média, na geração da riqueza da entidade; • Grau de Contribuição do Patrimônio Líquido na Geração de Riqueza (GCPLGR): mostra o quanto o patrimônio da entidade contribui para geração de riqueza; • Grau de Retenção do Valor Adicionado (GRVA): mostra quanto houve de aumento na riqueza do Capital Próprio da Organização. 2.3 DVA: Informações encontradas e suas contribuições A partir das Demonstrações do Valor adicionado das empresas é possível pode-se obter as seguintes informações: • Cálculo e a formação do PIB e de alguns indicadores sociais; • o nível de contribuição de uma empresa para a riqueza regional ou setorial; • as empresas podem medir o nível de participação da mão de obra na geração de sua riqueza; • verificar a contribuição da empresa à sociedade em geral através de pagamentos de impostos ao governo; • análise do Desempenho econômico da companhia. 9 9 Compreende-se, que a DVA trata de informações imprescindíveis para a contabilidade atualmente, objetivando contribuir com a divulgação de informações socioambientais, que hoje são consideradas muito importante. Dessa forma, uma demonstração como a DVA, colabora para que a Contabilidade possa ser cada vez mais precisa e transparente. 2.4 Cálculo dos Indicadores Conforme abordado no item 2.2, os indicadores tem por objetivo mostrar o percentual da riqueza que foram distribuídos para cada elemento de produção, possibilitando a interpretações dos dados. Nesse viés, esse estudo é pautado em três companhias de capital aberto, tendo sua atividade desenvolvida no ramo do comércio, são elas: Arezzo, Carrefour e Magazine Luiza. Abaixo, será analisado a DVA das entidades mencionados por meio de indicadores, referente ao ano de 2018. 2.4.1 Participação no valor adicionado total A participação do valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. Inclui também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros e transferido à entidade. 2.4.1.1 Participação de empregados no valor adicionado - PEVA O empregado é um componente importante para o desenvolvimento e na constituição de riquezas para as empresas, vez que as organizações dependem do conhecimento humano para atingir sua missão, e com isto se torna possível a empresa apurar a capacidade dos seus empregados em gerar lucro. A participação dos empregados tem como indicador mensurar os investimentos com empregados, envolvendo as relações interpessoais e de poder, as tecnologias e a organização do trabalho, o ambiente, as políticas e os programas de gestão, refletindo a ampliação das responsabilidades, os objetivos e os desafios das tarefas do cargo, reconhecimento profissional e interação com a organização. 10 10 Fonte: Criado pelas autoras Com base nos dados analisados, verificasse que a empresa Arezzo foi a entidade que mais adiciona valor aos seus empregados, tendo em vista que que a mesma gerou riqueza, em relação ao Carrefour e Magazine Luiza, mas pagou maior percentual de participação aos seus empregados. Contudo, o Carrefour tem uma participação mais significativa em relação a riqueza, o percentual foi solido e obteve um bom retorno, o Magazine Luiza atingiu um percentual relativamente baixo, mediante ao montante de riqueza gerada, em comparação com a Arezzo. Portanto, para o empregado, a melhor empresa é Arezzo, pois o percentual de valor adicionado é maior. 2.4.1.2 Participação de governos no valor adicionado - PGVA O governo e as empresas são dois componentes importantes para desenvolver a economia e a sociedade. As entidades por meio de suas atividades geram emprego e renda aos cidadãos, já o governo fornece a infraestrutura econômica, por meio de rodovias, ferrovias, transmissão de energia, dentre outros, para que as entidades possam realizar a sua atividade fim. Porém, o ente público estabelece as obrigações tributárias que as entidades devem cumprir para continuar ativa no mercado. Neste contexto, foram obtidas as seguintes parcelas pagas ao governo através dos impostos, taxas e contribuição: Fonte: Criado pelas autoras Empresa Valor Adicionado total a distribuir Valor Adicionado distribuido aos empregados PEVA Arezzo 551.958 197.320 36% Carrefour 10.142.000 3.121.000 31% Magazine Luiza 4.837.427 1.356.657 28% Empresa Valor Adicionado total a distribuir Valor Adicionado distribuido ao governo PGVA Arezzo 551.958 96.209 17% Carrefour 10.142.000 4.296.000 42% Magazine Luiza 4.837.427 2.088.429 44% 11 11 Mediante os resultados acima descritos, percebe- se que a Arezzo foi a entidade que menos pagou tributos, porém a riqueza gerada em seu exercício quando comparada as outras entidades, também é menor. Por outro lado, a Magazine Luiza tem uma participação mais significativa na questão tributária, pois quando comparada ao Carrefour, o percentual pago de obrigações tributarias é quase o mesmo, porém a riqueza gerada pelo Carrefour é duas vezes maior. Isto significa dizer que, a carga tributária da Magazine Luiza é muito alta, mas que tem contribuído de forma relevante para o governo, agregando mais valor através do pagamento de tributos,que por meio da arrecadação destes, o governo investe no desenvolvimento da sociedade. 2.4.1.3 Participação de terceiros no valor adicionado - PTVA A participação de terceiros no valor adicionado representa o consumo de insumos e outras formas de ingresso de capital externo que são divididos pelo valor adicionado total. No contexto deste trabalho, apresentamos a análise do percentual da participação de terceiros das empresas consideradas. Fonte: Criado pelas autoras Com base nos dados apresentados, podemos analisar que em 2018 a empresa Arezzo se destaca com a maior participação de terceiros, atingindo 21%. Quanto Magazine Luiza observa-se que atingiu um pouco menos, sendo 16%, e o Carrefour atingiu 9%. 2.4.1.4 Participação de acionistas no valor adicionado - PAVA Os acionistas são investidores que por meio da compra de ações em uma companhia, adquirem influências significativas dependendo do poder da ação, podendo ter preferência na distribuição de lucros (preferenciais) ou poder de voto em assembleias (ordinárias). Contudo, o maior interesse do acionista é ter Empresa Valor Adicionado total a distribuir Valor Adicionado distribuido a terceiros PTVA Arezzo 551.958 115.785 21% Carrefour 10.142.000 862.000 9% Magazine Luiza 4.837.427 794.912 16% 12 12 retorno sobre o valor investido, ou seja, receber dividendos. Nesta visão, os resultados obtidos pela participação dos acionistas sobre a riqueza gerada foram: Fonte: Criado pelas autoras Dentre as empresas listadas, verificamos que a Arezzo é a entidade que melhor retribui os acionistas pelos investimentos realizados, tendo em vista que gerou menor riqueza em detrimento do Carrefour e Magazine Luiza, mas pagou maior percentual de participação dos acionistas no capital próprio. Em relação ao Carrefour e Magazine Luiza, os percentuais se diferenciam, podemos inferir que apesar do retorno aos acionistas serem bons, pois estar acima da taxa Selic em 2018 (aproximadamente 6,5%), o Carrefour remunera os acionistas um percentual baixo em relação a Magazine Luiza, quando verificado o montante de riqueza gerada. Para o investidor, a melhor empresa é a Arezzo, pois o percentual de pagamento de dividendos é maior. 2.4.2 Grau de retenção de valor adicionado O grau de retenção do valor adicionado mede o quanto do valor adicionado ficou retido na instituição. No contexto deste trabalho, apresentamos a análise do percentual da participação de terceiros das empresas consideradas. Fonte: Criado pelas autoras Empresa Valor Adicionado total a distribuir Valor Adicionado distribuido aos acionistas PAVA Arezzo 551.958 142.644 26% Carrefour 10.142.000 1.863.000 18% Magazine Luiza 4.837.427 597.429 12% Empresa Valor Adicionado total a distribuir Lucro Líquido GRVA Arezzo 551.958 142.644 26% Carrefour 10.142.000 1.863.000 18% Magazine Luiza 4.837.427 597.429 12% 13 13 Ao analisarmos os dados acima, nota-se que em 2018, a empresa Arezzo, foi a entidade que maior atingiu o percentual de valor retido na instituição, atingindo 26%. Já a Magazine Luiza atingiu 12%, e ao analisarmos a empresa Carrefour, percebe se que embora possua maior lucro líquido em comparação com as demais empresas, seu grau de retenção do valor adicionado é baixo, totalizando apenas 18%. 2.4.3 Grau de capacidade de produzir riqueza A capacidade de geração de riqueza de uma entidade, expressa em termos percentuais, reflete o quanto de riqueza foi produzido internamente, após descontar as transferências recebidas de outras entidades. Esse indicador é um reflexo do potencial operacional da empresa e de sua importância no mercado. No contexto deste trabalho, apresentamos a análise do percentual de capacidade das empresas consideradas. Empresa Valor adicionado líquido produzido Valor adicionado total a distribuir GCPR Arezzo 503.793 551.958 91% Carrefour 5.227.000 5.295.000 99% Magazine Luiza 4.645.741 4.837.427 96% Fonte: Criado pelas autoras Com base nos dados apresentados, fica evidente que o Carrefour se destaca com a maior capacidade de gerar riqueza por meio de suas próprias operações em comparação com as demais empresas. Em 2018, a empresa registrou um valor adicionado líquido produzido de 5.227 bilhões e um valor adicionado total a distribuir de 5.295 bilhões. Ademais, observa-se que a Magazine Luiza e a Arezzo também demonstram sólidas capacidades de geração de riqueza, independentemente de terceiros. 2.4.4 Grau de contribuição de ativos na geração de riqueza O Grau de Contribuição dos Ativos na Geração de Riqueza é uma medida que avalia o quão eficazes os ativos de uma empresa são na produção de riqueza ou valor 14 14 econômico. Isso significa analisar quão bem os ativos de uma empresa estão sendo utilizados para gerar receita ou lucro em relação ao capital investido. Essa métrica é frequentemente usada na análise financeira para avaliar o desempenho de uma empresa e sua capacidade de gerar retorno sobre o investimento. Com base no que foi apresentado, a seguir estão as análises desses índices nas empresas que foram avaliadas. Empresa Valor adicionado total a distribuir Ativo Total GCARG Arezzo 551.958 1.045.032 53% Carrefour 5.295.000 36.677.000 14% Magazine Luiza 4.837.427 8.796.741 55% Fonte: Criado pelas autoras Tendo em vista os dados acima, podemos observar que, em 2018, a Magazine Luiza se destacou com o melhor percentual no que diz respeito ao Grau de Contribuição dos Ativos na Geração de Riqueza, atingindo 55%. Quanto à Arezzo, é evidente que a empresa obteve um desempenho sólido, indicando uma eficaz gestão de seus ativos na geração de riqueza. Por outro lado, ao analisarmos o Carrefour, notamos que, embora possua o maior volume de ativos em comparação com as demais empresas, seu Grau de Contribuição dos Ativos na Geração de Riqueza é notavelmente baixo, totalizando apenas 14%. Isso sugere que a empresa não utiliza seus ativos de forma eficiente na geração de riqueza. 2.4.5 Grau de contribuição do patrimônio líquido na geração de riqueza O grau de contribuição do Patrimônio Líquido na geração de riqueza é um meio que avalia qual o potencial do capital próprio para geração de riqueza de uma entidade. Portanto demonstra o quanto a empresa obteve sobre a riqueza adquirida em relação ao capital próprio investido. Com base neste trabalho, foi apresentado a analise destes índices das empresas avaliadas. 15 15 Fonte: Criado pelas autoras Através dos dados listados acimas, verificamos que, a Magazine Luiza se evidencia com o melhor potencial de capital próprio, atingindo 210%, o que destaca que a cada R$100,00 investido, a empresa conseguiu gerar R$210,00 de riqueza. No entrando a Arezzo, obteve uma atividade solida, tendo em vista que gerou menor riqueza em relação ao Carrefour e Magazine Luiza. Toda via, ao analisarmos o Carrefour, verificasse que, apesar de possuir o maior valor de patrimônio líquido, o grau de Contribuição do Patrimônio Líquido na geração de riqueza é o menor, em comparabilidade com as demais empresas analisadas. 3. Contribuição que consta na DVA com maior valor social O valor gerado por uma empresa deve-se refletir em benefícios não somente para seus acionistas e empregados, mas que tenha também um impacto positivo para o conjunto dos afetados por suas operações, em particular o meio ambiente, e principalmente a sociedade. Dentre as diversas contribuições que uma empresa tem como obrigação e realiza, pode-se citar que a PGVA é a que possui maior valor social, pois é através do recolhimento de tributos que o setor público consegue garantir o funcionamento de diversos serviços públicos e coletivos, dessa forma é a contribuição que mais contribui com a comunidade. Sendo assim, é por meio da contribuição dos impostospagos também pelas entidades, que o governo consegue investir em saúde, educação, segurança, desenvolvimento econômico e comunitário, promovendo a integração e valorização das pessoas como um todo. Diante do exposto, concluímos que a companhia que possui maior valor social é a Magazine Luiza, pois foi a entidade que distribuiu a maior parte da riqueza Empresa Valor Adicionado total a distribuir Patrimônio Líquido GCPLGR Arezzo 551.958 711.342 78% Carrefour 10.142.000 14.047.000 72% Magazine Luiza 4.837.427 2.302.872 210% 16 16 gerada ao governo, por meio de pagamentos de impostos, taxas e contribuições, divididos em federais, estaduais e municipais. É válido ressaltar que, da riqueza gerada pelas três empresas, o governo foi o componente que mais se beneficiou com a distribuição do valor adicionado, exceto pela companhia Arezzo, tendo uma baixa contribuição. Está por sua vez distribuiu maior valor aos empregados, uma parcela representada por 36%. Agregar valor aos empregados é de extrema relevância, pois na visão da sociedade, significa que a empresa possui benefícios, salários adequados, plano de carreira, dentre outros. Assim, a entidade será escolhida pelas pessoas para trabalhar, pois terá preferência em face da concorrência, já que agrega alto valor aos colaboradores. 17 17 REFERÊNCIAS COMITÊ DE PROCUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 09 _ Demonstração do Valor Adicionado. Disponível em: http//www.cpc.org.br/pdf/CPC_09.pdf. Acesso em 30 ago. .2023 CUNHA, Jaqueline Veneroso Alves da. Demonstração Contábil do Valor Adicionado – DVA: um instrumento de mensuração da riqueza das empresas para os funcionários. São Paulos, 2002. Disponível em: http://www.teses.usp.br/. Acesso em: 29/08/2023 FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por ações. Suplemento. São Paulo: Atlas, 2008. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2000. TINOCO, João Eduardo Prudêncio. Balanço Social: Uma Abordagem da Transparência e da Responsabilidade Pública das Organizações. São Paulo: Atlas, 2009. PLANALTO. Lei n° 11.638 de 28 de Dezembro de 2007. Disponível em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso em: 30 ago .2023 http://www.teses.usp.br/ https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
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