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Unidade 2 patologia clinica veterinária

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Unidade 2 – patologia clinica 
Hemograma 
O hemograma nada mais é do que o exame das porções celulares do sangue. Nele são 
examinados, por meio de diferentes técnicas, os aspectos quantitativos e qualitativos dos eritrócitos 
(células vermelhas) e dos leucócitos (células brancas). 
Os eritrócitos são responsáveis pelo transporte do oxigênio e do dióxido de carbono pelo sangue. 
Em casos de redução no número de eritrócitos circulantes (anemia), esse transporte poderá ser 
comprometido. Em relação aos leucócitos, sua principal função é a defesa do organismo. Existem 
cinco tipos de leucócitos e cada um age por diferentes vias para manter as defesas celulares do 
organismo. 
Para a realização do hemograma, utiliza-se amostras de sangue total (coletado com 
anticoagulantes). O exame dos eritrócitos pode ser chamado de eritrograma, e o dos leucócitos de 
leucograma, como veremos a seguir. 
ERITROGRAMA 
A principal função dos eritrócitos é transportar oxigênio através da hemoglobina, uma proteína que 
faz parte dos seus componentes. O oxigênio é essencial para os processos bioquímicos das células 
de todos os tecidos do organismo, e é função dos eritrócitos levá-lo a cada um desses tecidos. 
A membrana dos eritrócitos é bastante permeável e flexível, sendo composta por lipídios, proteínas 
e carboidratos. As proteínas presentes na membrana fazem parte do citoesqueleto, que contribui 
para o formato e para a integridade do eritrócito. 
Os eritrócitos de mamíferos não possuem núcleo e, geralmente, apresentam uma morfologia de 
disco bicôncavo (exceto nos camelídeos, em que são ovoides). Já em aves, répteis, anfíbios e 
peixes, os eritrócitos têm núcleo e apresentam uma morfologia lentiforme. Essa variação de 
morfologia entre as diferentes espécies pode ser observada na Figura 1: 
No microscópio, a característica bicôncava dos eritrócitos de mamíferos causa um aspecto mais 
claro no centro em comparação com a periferia das células, e isso é observado principalmente na 
espécie canina. Em animais que possuem eritrócitos menores (como em felinos, equinos, bovinos, 
ovinos e caprinos) esse aspecto não é tão evidente. Em relação às técnicas laboratoriais realizadas 
no eritrograma, temos: 
 
Esses exames que compõem o eritrograma (com exceção da leitura do esfregaço sanguíneo) 
podem ser realizados por meio de equipamentos automáticos, em que a amostra é inserida e, em 
poucos minutos, o equipamento fornece os resultados. Porém é importante que você conheça como 
são realizadas essas técnicas manualmente, também. Vamos ver cada uma delas a seguir. 
O hematócrito (também chamado de volume globular) é a medição da porcentagem de eritrócitos 
presente no sangue. Alguns equipamentos podem fornecer esse valor automaticamente, porém, na 
rotina, esse teste é realizado de maneira manual, através dos seguintes passos: 
Passo 1: Homogeneização do tubo com a amostra de sangue total; 
Passo 2: Colocar o microtubo (também chamado de tubo capilar) na amostra, deixando que o 
sangue preencha cerca de 2/3 do tubo (esse processo acontece por capilaridade); 
Passo 3: Fechar uma das extremidades do microtubo (esse fechamento pode ser feito com fogo 
ou com uma massa especial); 
Passo 4: Centrifugar o microtubo na micro centrífuga a 1200 rpm, por cinco minutos; 
Passo 5: Fazer a leitura do hematócrito com auxílio da tabela de microhematócrito. 
Após a centrifugação, ocorrerá a separação entre os eritrócitos, os leucócitos e as plaquetas e o 
plasma sanguíneo, como você pode ver na Figura 2. O resultado do hematócrito pode nos fornecer 
informações importantes sobre o estado geral do animal, como a presença de anemia (diminuição 
do número de eritrócitos) ou policitemia (aumento no número de células sanguíneas). 
 
Para realização da leitura, alinha-se a linha de baixo da tabela de leitura com o nível inferior do 
sangue no tubo, e a linha superior da tabela com o nível superior do plasma. A linha em que o nível 
de células vermelhas termina é o número do hematócrito. O resultado é expresso em porcentagem 
(%). 
Níveis de hematócrito abaixo do normal indicam uma situação de anemia. Se estiver acima do 
normal, pode indicar policitemia, mas também pode indicar desidratação, que causa um aumento 
relativo do número de células no sangue. O hematócrito sempre deve ser interpretado em conjunto 
com outros exames. 
Para diferenciar uma policitemia verdadeira de uma desidratação, podemos utilizar os valores de 
proteína plasmática total, por exemplo. Se esses valores estiverem elevados, isso indica que o 
animal apresenta um quadro de desidratação. E se estiverem no nível normal, possivelmente é um 
quadro de policitemia, que deverá ser investigado. 
Além de fornecer informações sobre a quantidade de células vermelhas presentes no sangue, o 
hematócrito também pode evidenciar outros problemas, especialmente com a análise da coloração 
do plasma. Normalmente, o plasma tem uma cor límpida e translúcida (em herbívoros, ele pode ser 
levemente amarelado devido à alimentação). Uma coloração amarelada (plasma ictérico) pode 
indicar problemas hepáticos; uma cor esbranquiçada (plasma lipêmico) pode indicar falta de jejum 
antes da coleta, ou problemas como diabetes, hipotireoidismo etc.; já uma cor avermelhada (plasma 
hemoglobinêmico) pode ser um artefato (por hemólise durante ou depois da coleta) ou pode indicar 
uma anemia hemolítica (por problemas autoimunes, intoxicação ou por hemoparasitas, por 
exemplo). 
Com o plasma presente no microtubo após a realização do hematócrito, pode ser realizada a 
dosagem das proteínas plasmáticas totais (PPT) e do fibrinogênio plasmático. Para o teste de PPT, 
quebra-se o microtubo na porção em que está o plasma e coloca-se o líquido em um refratômetro. 
Para a dosagem do fibrinogênio, coloca-se o microtubo em banho-maria a 57 °C e realiza-se nova 
centrifugação. Depois disso, faz-se a leitura em refratômetro. O calor precipita o fibrinogênio, então, 
o valor da leitura das PPT é reduzido do valor obtido e, após o aquecimento, será o valor do 
fibrinogênio plasmático. 
A dosagem da hemoglobina é uma parte essencial do eritrograma. A hemoglobina é uma proteína 
conjugada ao ferro, capaz de se ligar ao O2 e ao CO2 para realizar o transporte desses gases no 
sangue. A hemoglobina está presente no interior dos eritrócitos. 
Existem diversas técnicas para realizar a dosagem da hemoglobina. Geralmente essa dosagem é 
realizada de forma automatizada, podendo ser feita, inclusive, por meio de aparelhos portáteis. O 
método semiautomático mais usado para determinar a concentração de hemoglobina é a técnica 
da cianometahemoglobina, em que um reagente com cianeto de potássio e ferrocianeto de potássio 
(reagente de Drabkin) é adicionado à amostra e, posteriormente, a leitura é realizada em um 
fotocolorímetro ou espectrofotômetro. O resultado da hemoglobina é expresso em g/dL. 
A hemoglobina geralmente está abaixo do normal em casos de anemia (quando também há 
redução no número total de eritrócitos no sangue), e em alguns casos (por exemplo, na deficiência 
de ferro) a anemia é causada justamente pela baixa produção da hemoglobina. 
A contagem de eritrócitos é mais um exame presente no eritrograma e pode ser realizado de forma 
automática (por equipamentos) ou de forma manual. A contagem manual é realizada por meio de 
um hemocitômetro (ou câmara de Neubauer) e apesar de poderem ocorrer erros de contagem, 
essa técnica é bastante utilizada na veterinária. 
Para realizá-la, é preciso realizar uma pequena diluição da amostra de sangue em solução 
fisiológica (0,9% NaCl), também podem ser utilizadas soluções corantes que facilitam a 
visualização. A diluição é na proporção 1:201, feita com 4 ml de solução fisiológica para 20 µL de 
sangue. Após a diluição é feito o preenchimento da câmara de Neubauer com a amostra diluída. 
Esse preenchimento ocorre por capilaridade, entre a câmara e uma lamínula. 
A contagemserá realizada sob o microscópio, sendo que a câmara de Neubauer possui várias 
subdivisões para guiar a contagem, como mostra a Figura 3: 
 
A contagem dos eritrócitos deve ser realizada nos cinco quadrantes do centro. Após a contagem, o 
número obtido é multiplicado por 10.000, sendo que o resultado será expresso em milhões de 
eritrócitos/μL. 
Depois de obter os resultados dos exames realizados até agora, são realizados os cálculos dos 
índices hematimétricos, volume corpuscular médio (VCM) e a concentração de hemoglobina 
corpuscular média (CHCM), que são calculados pelas fórmulas: 
 
Com o VCM podemos analisar o tamanho dos eritrócitos, que podem ser classificados como 
normocíticos (tamanho normal), macrocíticos (tamanho maior) ou microcíticos (tamanho pequeno). 
Com o CHCM é possível analisar a coloração e, consequentemente, a quantidade de hemoglobina 
dos eritrócitos, sendo classificados em normocrômicos (coloração normal) e hipocrômicos 
(coloração diminuída). Não existem anemias hipercrômicas, mas um falso aumento de CHCM pode 
acontecer no caso de um nível de hemoglobina falsamente aumentado em casos de hemólise, por 
exemplo. 
Os índices hematimétricos auxiliam na classificação e interpretação dos diferentes tipos de anemia, 
conforme você pode ver no Quadro 1: 
 
Existem outros tipos de classificações que as anemias podem ter. Uma delas é a classificação de 
acordo com a proporção de eritrócitos em relação ao volume de plasma sanguíneo, em que uma 
anemia pode ser classificada como relativa ou absoluta. Uma anemia relativa pode acontecer, por 
exemplo, por um aumento no volume de plasma que ocorre após fluidoterapia. Já anemias 
absolutas são mais importantes, pois significam uma perda na capacidade de transporte de O2, e 
não simplesmente um aumento no volume de plasma. 
Outro tipo de classificação das anemias é em relação à sua etiologia, como mostrado no Quadro 
2: 
 
Uma das mais importantes formas de classificação das anemias é baseada na resposta da medula 
óssea. Nessa classificação, as anemias podem ser regenerativas ou não-regenerativas 
(arregenerativas), e essa classificação é obtida com a contagem de eritrócitos imaturos na 
circulação, os chamados reticulócitos. A presença dos reticulócitos na circulação indicam que a 
medula óssea está respondendo à anemia, portanto, ela é classificada como regenerativa. 
Em colorações de rotina, os eritrócitos imaturos aparecem com uma coloração diferente, um pouco 
mais azulada que o normal, por isso quando estão presentes e podem ser identificados na lâmina 
do esfregaço sanguíneo, podemos dizer que a amostra apresenta policromatofilia (do grego polys = 
muitos e chroma = cor). 
A ausência de reticulócitos na circulação pode indicar uma anemia não regenerativa (em que a 
medula óssea não está respondendo à anemia), e que deve ser investigada. No início de uma 
hemorragia, por exemplo, o aparecimento de reticulócitos na circulação é baixo, já que a medula 
óssea pode levar de dois a quatro dias para começar a liberar os eritrócitos jovens na circulação. 
Uma anemia não regenerativa pode ter diferentes causas, podendo ser primária (por 
comprometimento na própria medula óssea como em neoplasias, por exemplo) ou secundária (em 
que a medula óssea não está necessariamente comprometida, mas algo a impede de responder 
ao estímulo. Um exemplo é a doença renal crônica, em que há redução na liberação de 
eritropoetina). A anemia regenerativa geralmente é causada por hemorragias ou hemólise. 
Os reticulócitos apresentam coloração mais clara e azulada que os eritrócitos maduros, e 
geralmente também são maiores. Por isso, uma prática comum é analisar a capacidade de 
regeneração da medula pelos índices hematimétricos. Se houver anemia, mas o VCM e o CHCM 
estiverem normais (normocítico e normocrômico), há uma indicação de que a anemia seja não 
regenerativa. 
A confirmação da regeneração ou não da medula óssea vem através da técnica de contagem de 
reticulócitos (ou através de um mielograma). Em uma lâmina corada, normalmente, teremos a 
policromatofilia, mas muitas vezes ela não é tão evidente, então, para contagem de reticulócitos, 
utilizamos uma técnica de coloração especial (chamada de coloração supra vital), que cora os 
grânulos (restos de organelas e ácidos nucleicos) presentes nos eritrócitos imaturos, como você 
pode ver na Figura 4. 
O corante utilizado para isso é o azul de cresil brilhante. Coloca-se, em um tubo de ensaio, 0,5 ml 
da amostra de sangue e 0,5 ml do corante, e leva-se essa mistura para o banho-maria a 37 °C por 
15 minutos. Depois, faz-se um esfregaço em lâmina. A contagem é feita em pelo menos dez campos 
da lâmina, contando-se o número de reticulócitos e de eritrócitos normais, para depois calcular a 
proporção entre eles. 
No eritrograma, além das análises quantitativas, é sempre importante realizar a análise da 
morfologia dos eritrócitos, observando-os sob o microscópio no esfregaço sanguíneo. A observação 
é realizada na região da praia do esfregaço, onde a camada de células é mais fina. 
A morfologia dos eritrócitos pode ser classificada de acordo com o tamanho, a forma, a cor, a 
disposição das células e a presença de estruturas anormais, internas ou externas às células: 
Tamanho 
• Normal: o tamanho normal do eritrócito varia conforme a espécie. Por exemplo, em cães é 
uma célula grande, já em caprinos é bem pequena; 
• Anisocitose: é a diferença de tamanho entre os eritrócitos de uma mesma amostra. É um 
indicativo da presença de anemia regenerativa (já que os reticulócitos geralmente são 
maiores que os eritrócitos maduros); 
• Macrocitose: eritrócitos grandes predominando na lâmina. Comum em anemias 
regenerativas graves; 
• Microcitose: eritrócitos pequenos predominando na lâmina. Comum em anemia ferropriva 
crônica; 
Forma 
• Normal: aspecto bicôncavo, com centro mais claro que as bordas; 
• Esferócitos: eritrócitos com aspecto de esfera, sem a palidez central. Presente em anemia 
hemolítica autoimune; 
• Poiquilócitos: são alterações na forma dos eritrócitos, sendo que existem vários tipos: 
o Equinócitos: eritrócitos com formas espiculadas, com várias projeções regulares. 
Pode ser um artefato, causado pela demora no processamento da amostra ou pelo 
excesso de anticoagulante. Também pode ocorrer em quadros de uremia ou na 
coagulação intravascular disseminada (CID); 
o Acantócitos: eritrócito com projeções irregulares e variadas. Pode ocorrer em 
quadros de hiperbilirrubinemia, dietas com excesso de colesterol etc.; 
o Esquisócitos: fragmentos irregulares de eritrócitos. Pode ocorrer em doença renal, 
deficiência crônica de ferro etc.; 
o Crenação: eritrócitos com formato de engrenagem. Pode ocorrer por artefatos, ou ser 
causada por desidratação. Em bovinos é comum; 
Coloração 
• Normal: pode variar conforme o corante utilizado, mas geralmente é vermelho-claro; 
• Policromatofilia (ou policromasia): variação na coloração entre os eritrócitos de uma 
mesma amostra. Geralmente os reticulócitos apresentam uma coloração mais azulada. Pode 
ocorrer em anemias regenerativas; 
• Hipocromia: eritrócitos mais claros que o normal e com uma maior área de palidez central. 
Geralmente causado por redução da hemoglobina, comum em deficiência de ferro; 
Disposição das células 
• Rouleaux: eritrócitos apresentam-se empilhados, formando estruturas semelhantes a 
correntes. É normal em equinos, mas em outras espécies pode indicar desidratação ou 
inflamação; 
• Aglutinação: eritrócitos aglomerados. Pode ocorrer em doenças autoimunes ou como 
reação a transfusão sanguínea incompatível; 
Presença de estruturas anormais 
• Corpúsculos de Howell-Jolly: inclusões esféricas com coloração arroxeada nos eritrócitos. 
São restos nucleares e podem ocorrer pela resposta da medula óssea à anemia, ou pelo 
uso de glicocorticoides em cães; 
• Metarrubrócitos: eritrócitos imaturos nucleados. Podem estar presentesem anemias 
regenerativas graves, assim como em doenças mieloproliferativas ou hemangiossarcomas; 
• Corpúsculos de Heinz: inclusões esféricas de coloração clara próximas à membrana dos 
eritrócitos. Ocorre devido à oxidação da hemoglobina; 
• Reticulócitos: eritrócitos imaturos que podem apresentar restos de organelas e ácidos 
nucleicos visualizados com coloração supra vital; 
• Ponteado basófilo: eritrócitos com presença de grânulos basofílicos (arroxeados) no seu 
citoplasma. Os grânulos são resíduos de ácidos nucleicos e podem aparecer quando há uma 
eritropoiese intensa, ou em casos de intoxicação por chumbo; 
• Corpúsculos de Lentz: inclusões virais nos eritrócitos. Muito comum em casos de cinomose 
em cães. Também pode aparecer em leucócitos; 
• Parasitas internos à célula: os mais comuns são: Haemobartonella felis, H. 
canis, Anaplasma marginalis, Babesia equi, B. caballi, B. canis, Eperythrozoon 
suis e Cytauxzoon felis; 
• Parasitas externos à célula: principalmente microfilárias. 
Veja, na Figura 5, alguns dos aspectos morfológicos importantes dos eritrócitos, e, na Figura 6, dois 
exemplos de hemoparasitas: 
 
Na Figura 5a estão presentes anisocitose moderada, policromatofilia, hipocromia, presença de 
esferócitos, presença de metarrubrócitos e corpúsculos de Howell-Jolly. Na Figura 5b vemos 
poiquilocitose acentuada, com presença de esquisócitos. Na lâmina da Figura 5c vemos rouleaux 
eritrocitário. 
 
Na lâmina da Figura 6a vemos um parasita intracelular em um eritrócito, a Babesia sp. Na lâmina 
da Figura 6b temos um hemoparasita extracelular, uma microfilária da espécie Dirofilaria immitis. 
LEUCOGRAMA 
Os leucócitos (ou glóbulos brancos) são células sanguíneas produzidas na medula óssea, que são 
responsáveis pela resposta do organismo a processos inflamatórios e infecciosos. Os leucócitos 
são provenientes de células-tronco presentes na medula óssea. 
Para o leucograma, são feitos dois tipos de contagens. A primeira é a contagem total de leucócitos, 
que pode ser feita por equipamentos automáticos ou de forma manual, com a utilização da câmara 
de Neubauer, como na contagem de eritrócitos. Como os leucócitos não são tão abundantes no 
sangue quanto os eritrócitos, a diluição para contagem é feita de forma diferente. 
Além disso, para que não ocorram erros pela presença dos eritrócitos (que podem causar confusão 
na hora da contagem) é utilizado o chamado líquido de Turk, que é composto por ácido acético 
(que causa hemólise) e um corante para evidenciar os leucócitos (que pode ser azul de metileno 
ou violeta de genciana). A diluição é de 1/21, sendo feita da seguinte forma: em um tubo de ensaio, 
adiciona-se 0,4 ml do líquido de Turk e 20 µL de sangue. Após a diluição, é feito o preenchimento 
da câmara de Neubauer e a contagem é realizada nos quatro quadrantes externos da câmara, sob 
microscopia, como na Figura 4. O resultado é obtido pela fórmula: 
Leucócitos/μL = leucócitos contados ∙ 50 
A leucocitose (aumento na contagem total de leucócitos) pode estar associada à presença de 
reações inflamatórias, mas também pode ser um processo fisiológico normal. A leucocitose 
fisiológica pode ocorrer como resposta a adrenalina, por exemplo, em que os leucócitos presentes 
no chamado compartimento marginal (capilares do baço e pulmões, por exemplo) são liberados 
para a circulação geral. 
Em geral, a leucopenia (redução na contagem total de leucócitos) tende a ser causada por 
processos mais graves, e pode ser diferenciada conforme o tipo de célula está com números mais 
baixos. A neutropenia (redução do número de neutrófilos) é mais comum em infecções bacterianas, 
enquanto a linfopenia (redução do número de linfócitos) é comum em infecções virais. A leucopenia 
também pode estar associada a um comprometimento da medula óssea, com uma menor produção 
de leucócitos. 
A outra contagem realizada no leucograma é a contagem diferencial, para determinar as 
quantidades relativas e absolutas de cada tipo de leucócito. Essa contagem é realizada na lâmina 
do esfregaço sanguíneo, contando-se 100 leucócitos e marcando, dentro dessas 100 células, 
quantas são de cada tipo. Com isso, obtém-se a contagem diferencial relativa, em que os resultados 
são expressos em porcentagem. 
Para obter os resultados da contagem diferencial absoluta, simplesmente multiplicam-se os valores 
obtidos na contagem diferencial relativa pelo valor obtido na contagem total de leucócitos. Existem 
equipamentos que realizam a contagem diferencial, porém é sempre indicado que os leucócitos 
sejam ao menos observados no microscópio, para análise da morfologia dos leucócitos. 
Os leucócitos podem ser classificados em polimorfonucleados (com o núcleo segmentado) ou em 
mononucleados. Os polimorfonucleados são os neutrófilos, os eosinófilos e os basófilos, nomeados 
de acordo com a coloração dos grânulos presentes no seu citoplasma. Os mononucleados são os 
monócitos e os linfócitos. 
Os neutrófilos são um dos principais leucócitos, apresentando citoplasma claro, sem muitos 
grânulos visíveis com corantes de rotina. Seu núcleo é basofílico (arroxeado escuro), podendo ser 
segmentado ou em forma de bastonete, como você pode ver na Figura 7: 
 
Os neutrófilos com núcleo segmentado são maduros, e os neutrófilos com núcleo em forma de 
bastonete são jovens, quando o núcleo ainda não está totalmente segmentado. O aumento de 
bastonetes na circulação indica uma reação inflamatória intensa (em que a medula óssea é 
estimulada a liberar as células mais jovens). Por convenção, essa presença de altos números de 
neutrófilos bastonetes na circulação, pode ser chamada de desvio à esquerda. Conforme a 
quantidade de neutrófilos segmentados e bastonetes na circulação, o desvio à esquerda pode ser 
classificado como regenerativo ou degenerativo. 
O desvio à esquerda regenerativo ocorre quando o número de neutrófilos bastonetes está abaixo 
do número de neutrófilos segmentados. Isso significa que a medula está conseguindo responder à 
demanda por células de maneira suficiente (há uma boa resposta ao processo inflamatório). Já no 
desvio degenerativo há um maior número de neutrófilos bastonetes do que de neutrófilos 
segmentados, sendo que o número total de leucócitos pode, inclusive, estar abaixo do normal (a 
medula óssea apresenta um esgotamento). Muitas vezes, o prognóstico nesses casos é 
desfavorável, sendo necessária uma intervenção terapêutica intensa. 
Os neutrófilos são liberados pela medula óssea, porém nem todos ficam circulantes o tempo todo. 
Uma parte dos neutrófilos liberados pela medula óssea pode ficar aderido à parede de capilares e 
pequenos vasos presentes no baço e nos pulmões. Esses neutrófilos podem ser liberados para a 
corrente sanguínea pela presença de adrenalina ou corticoides endógenos, em casos de estresse, 
exercícios intensos, traumas ou infecções. Eles geralmente permanecem na circulação por sete a 
14 horas, e podem se infiltrar em tecidos e cavidades do organismo de maneira aleatória. 
A principal função dos neutrófilos é a fagocitose de microrganismos, mas também podem 
apresentar função de liberação de substâncias importantes na inflamação (especialmente citocinas, 
pirógenos e moléculas de adesão). A presença de bactérias infeccionando um tecido causa 
aumento da permeabilidade vascular no local, permitindo que os neutrófilos (e outros leucócitos) 
alcancem o tecido lesado mais facilmente. Depois a própria morte dos neutrófilos no local, com 
liberação das substâncias presentes no seu citoplasma, aumenta o processo inflamatório. Com 
isso, aumenta a capacidade dos neutrófilos e dos monócitos em realizar a fagocitose das bactérias. 
As características funcionais dos neutrófilos estão no Quadro 3: 
 
 
 
 
 
Os neutrófilos podem apresentar algumas alterações morfológicas (também chamadas de 
alterações tóxicas), principalmente em relação ao tamanho da célula (maiores do que o normal), 
formado núcleo (hipersegmentado), características dos grânulos (grânulos tóxicos e/ou corpúsculo 
de Döhle) e do citoplasma (basofilia citoplasmática). Essas alterações podem ocorrer em casos de 
inflamação aguda, septicemia, infecção grave ou grande destruição tecidual. 
Existem diversas causas para uma neutrofilia ou para uma neutropenia, como você pode ver no 
Quadro 4: 
 
Os eosinófilos são morfologicamente parecidos com os neutrófilos, porém seus grânulos 
apresentam coloração eosinofílica (rosada), como você pode ver na Figura 8. Eles também são 
produzidos principalmente na medula óssea (e uma pequena quantidade também pode ser 
produzida pelo baço, timo e linfonodos cervicais). Eles podem permanecer na circulação por cerca 
de quatro a seis horas 
 
Os eosinófilos aparecem aumentados em quadros de parasitose (parasitas internos ou externos) e 
em reações alérgicas. Nesses casos, a entrada dos eosinófilos nos tecidos afetados é estimulada 
pela presença de substâncias quimiotáticas específicas, como a presença de complexos contendo 
IgE, histamina, fator quimiotático a eosinófilos (FQE) etc. 
Nas reações alérgicas, os eosinófilos têm um papel importante na regulação, sendo capazes de 
fagocitar complexos imunes e grânulos de histamina (e outras substâncias) liberados pelos 
mastócitos. Além disso, eles liberam algumas substâncias (prostaglandinas e zinco) que inibem a 
liberação dos grânulos de mastócitos e possuem a histaminase, enzima que inativa a histamina. 
Em relação às parasitoses, os eosinófilos são atraídos para o local afetado também pela presença 
de substâncias liberadas pelos mastócitos. Primeiro haverá a ligação de IgGs específicos na 
superfície do parasita, estimulando uma resposta inflamatória no local. Depois, os IgEs específicos 
também se ligarão, estimulando a resposta dos mastócitos, que liberarão substâncias (como 
histamina, FQEs e outros) que atrairão os eosinófilos para o local. 
Como ocorre com os neutrófilos, existem várias causas para a eosinofilia e para eosinopenia. A 
eosinofilia pode ocorrer por perda tecidual crônica, reações alérgicas, parasitismo (interno ou 
externo), hipoadrenocorticismo etc. Já a eosinopenia ocorre em casos de inflamações e/ou 
infecções agudas, liberação de adrenalina (estresse agudo) ou glicocorticoides (estresse crônico) 
hiperadrenocorticismo etc. 
Os basófilos apresentam grânulos basofílicos (arroxeados), como você pode ver na Figura 9, e são 
bastante raros na circulação. Também são produzidos na medula óssea, e seus grânulos são ricos 
em histamina e heparina. Eles também estão envolvidos na resposta inflamatória, sendo que 
quando estimulados por antígenos específicos eles podem sintetizar fatores de ativação plaquetária 
(FAP), tromboxanos e substâncias de reação à anafilaxia (SRA). Também são capazes de sintetizar 
o FQE, sendo que, geralmente, aparecem aumentados junto com os eosinófilos. 
 
Com relação aos mononucleados, primeiramente temos os monócitos, que são células grandes, 
geralmente com forma ameboide, citoplasma claro sem grânulos e núcleo roxo claro arredondado, 
irregular ou em forma de ferradura, como você pode ver na Figura 10. Seu citoplasma pode 
apresentar vacúolos. 
 
A produção dos monócitos também ocorre na medula óssea e, normalmente, aparecem em 
pequena quantidade na circulação e podem permanecer por oito a 71 horas. Os monócitos 
circulantes podem dar origem aos macrófagos presentes nos tecidos. Sua função está associada 
a fagocitose de microrganismos e de restos celulares, regulação da resposta imune e inflamatória, 
secreção de enzimas e outras substâncias, efeito citotóxico em tumores, reparo tecidual etc. Com 
isso, os monócitos, macrófagos e seus precursores formam o chamado sistema fagocítico 
mononuclear. 
O outro tipo de leucócito mononucleado é o linfócito, que é uma célula pequena, com citoplasma 
claro e um núcleo roxo claro que preenche quase toda a célula, como você pode ver na Figura 11: 
 
Os linfócitos são produzidos em pequena quantidade na medula óssea. Sua maior produção 
acontece nos órgãos linfoides, como no timo, baço, linfonodos, placas de Peyer, tonsilas e 
apêndices. Os linfócitos são as células mais importantes na resposta imune, sendo que existem 
duas linhagens de linfócitos, os linfócitos T e os linfócitos B (que não são diferenciáveis 
morfologicamente). A linfopoiese é estimulada pela presença de antígenos, e é suprimida pela 
presença de corticoides e hormônios sexuais. 
Na circulação, cerca de 70% dos linfócitos são da linhagem T (geralmente de vida longa), 20% são 
da linhagem B (geralmente de vida curta) e 10% das células são de linhagem desconhecida. 
Existem ainda os linfócitos T e B de memória, que apresentam vida longa e podem durar em torno 
de quatro anos, mas que não aparecem na circulação, permanecendo nos órgãos linfoides. 
Os linfócitos possuem as funções de imunidade (celular e humoral), regulação da resposta imune 
e atividade citotóxica. Diferente dos outros leucócitos, os linfócitos podem realizar a chamada 
recirculação, ou seja, eles podem sair para os tecidos, executar suas funções e depois retornar 
para a circulação. Isso permite que os linfócitos que forem expostos a um antígeno presente nos 
tecidos retornem à circulação e estimulem uma resposta imune sistêmica, inclusive, produzindo 
linfócitos de memória, o que tornará as respostas imunes àquele antígeno ainda mais rápidas e 
eficientes no futuro. 
Os linfócitos T e B possuem receptores de membrana para o reconhecimento de antígenos, e existe 
uma terceira linhagem de linfócitos que não apresenta essa propriedade, são os chamados natural 
killer (ou células exterminadoras naturais), que são importantes por terem a capacidade de destruir 
determinadas linhagens de células tumorais, pela liberação de grânulos presentes no seu 
citoplasma, mesmo sem uma sensibilização prévia. 
Os linfócitos podem estar aumentados (linfocitose) ou diminuídos (linfopenia) por diferentes fatores. 
A linfocitose é normal em animais jovens, e pode ocorrer, independentemente da idade, em casos 
de estresse agudo, leucemia linfocítica, linfossarcoma, vírus da imunodeficiência felina, 
estimulação antigênica, infecção crônica, hipersensibilidade, doenças autoimunes, 
hipoadrenocorticismo etc. A linfopenia ocorre em casos de estresse crônico, hiperadenocorticismo, 
infecção sistêmica aguda (viral ou bacteriana), toxoplasmose, ehrlichiose, leishmaniose, lesão em 
linfonodos, neoplasias, inflamação crônica, quimioterapia, radioterapia etc. 
Mielograma 
A medula óssea é um tecido hematopoiético, ou seja, é o responsável pela produção das células 
presentes na circulação sanguínea. Por isso, a sua avaliação pode fornecer informações 
importantes sobre a produção eficiente dessas células, ou sobre a presença de distúrbios, como 
neoplasias, por exemplo. 
A realização do mielograma é indicada quando há suspeitas de anemias não regenerativas, quando 
são verificadas neutropenias, trombocitopenias ou quando há suspeita de comprometimento da 
medula óssea. 
No mielograma é realizada a contagem e a observação da morfologia das células precursoras dos 
eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Cada uma dessas células possui uma série de precursores 
exclusivos, que podem ser identificados nas análises do mielograma. 
Veremos, a seguir, quais são as células precursoras das células sanguíneas e como ocorre a 
hematopoiese (produção das células sanguíneas). Em seguida, veremos a técnica do mielograma 
e a identificação das células presentes na medula óssea. 
HEMATOPOIESE 
A hematopoiese varia em localização conforme a fase do desenvolvimento do indivíduo. Na vida 
fetal, o fígado, o baço e a medula óssea são os principais tecidos hematopoiéticos. Conforme o 
desenvolvimento avança, a medula óssea (e os órgãos linfoides, no caso dos linfócitos) passa a 
ser a única responsável pela hematopoiese. Em animais jovens, a medula óssea de todosos ossos 
é ativa na hematopoiese. Aos poucos, o tecido hematopoiético fica restrito aos ossos chatos e às 
epífises dos ossos longos. 
O processo de formação dos eritrócitos pode ser chamado de eritropoiese. A formação de um 
eritrócito maduro leva de sete a oito dias. Os eritrócitos são produzidos a partir de células 
precursoras nucleadas. A partir de uma célula-tronco que sofre mitose é produzido o rubroblasto (a 
primeira célula na linha de formação dos eritrócitos). A partir dos rubroblastos, são formados os pró-
rubrócitos, que sofrem mitose para formar dois rubrócitos. Os rubrócitos podem sofrer duas mitoses 
até a formação dos metarrubrócitos. 
Então, os metarrubrócitos dão origem aos reticulócitos, ao perderem seu núcleo (que 
posteriormente são fagocitados por macrófagos). Os reticulócitos sofrem uma maturação até 
chegarem a eritrócitos. A fase chamada de proliferação compreende as etapas de célula-tronco até 
a formação dos metarrubrócitos, e leva cerca entre dois e três dias. A fase de maturação de 
reticulócito até eritrócito maduro leva cerca de cinco dias. 
A eritropoiese é estimulada principalmente pela pressão de O2 nos tecidos. Essa pressão é 
detectada pelos rins, que produzem a eritropoietina em casos de hipóxia tecidual. A eritropoietina 
estimula a diferenciação dos precursores de eritrócitos, estimula a mitose dos precursores e 
aumenta a liberação de reticulócitos para a circulação. 
A produção dos leucócitos também ocorre principalmente na medula óssea (exceto no caso dos 
linfócitos, que são principalmente produzidos nos órgãos linfoides), por um processo que pode ser 
chamado de leucopoiese. Esse processo ocorre de maneira semelhante a eritropoiese, partindo de 
uma célula-tronco que dá origem ao mieloblasto. O mieloblasto dá origem ao pró-mielócito, que 
então se divide para formar os mielócitos. Os mielócitos sofrem mitose e formam os metamietócitos, 
que então sofrem o processo de maturação. Cada um dos leucócitos produzidos na medula óssea 
(neutrófilos, eosinófilos, basófilos e monócitos) possui um precursor pró-mielócito específico, que 
dará origem à célula madura. Veja, na Figura 12, um esquema de como acontece a hematopoiese: 
 
TÉCNICA PARA O MIELOGRAMA 
O mielograma consiste no exame citológico de amostras de medula óssea. Esse tipo de exame é 
útil quando existem anormalidades identificadas no hemograma, por exemplo, mas que não são 
facilmente explicadas por esse exame. 
Após a punção e coleta de amostra da medula óssea devem ser confeccionados cinco esfregaços, 
que serão corados com coloração de rotina. A avaliação é feita pela visualização da presença e da 
morfologia das células precursoras dos eritrócitos, leucócitos e plaquetas. 
Na Figura 13 estão identificados cada precursor dos eritrócitos: rubroblasto (1), pro-rubrócito (2), 
rubrócitos (3), metarrubrócitos (4), reticulócito (5) e eritrócito maduro (6). 
 
estão identificados cada um dos precursores dos neutrófilos: mieloblasto (1), pró-mielócito (2), 
mielócito (3), metamielócito (4), neutrófilo bastonete (5) e neutrófilo segmentado (6). 
No mielograma, também é possível avaliar as 
células que dão origem às plaquetas, os megacariócitos.

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