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Fases de desenvolvimento de medicamentos Profª.: Denise de Amorim Loura Macêdo Retomando... Pesquisa de moléculas Pesquisa da molécula Pesquisa do alvo para a molécula Patenteamento da molécula Estudos Pré-Clínicos Pesquisa conduzida em laboratório Objetivo de descobrir ou confirmar os efeitos farmacológicos e identificar os efeitos tóxicos do medicamento em experimentação Os testes podem ser realizados in vitro ou in vivo (animais) Por que realizar estudos pré- clínicos? PODEM PREVER PROBLEMÁTICAS E COMPLICAÇÕES QUE O FÁRMACO POSSA TRAZER A HUMANOS (TESTES FARMACOLÓGICOS). PERMITEM QUE NOVOS CANDIDATOS A FÁRMACOS SEJAM TESTADOS DE FORMA SEGURA EM HUMANOS (TESTES TOXICOLÓGICOS). PREECHER REQUERIMENTOS REGULATÓRIOS. Escolha dos animais Rato, camundongo, coelho, porco da índia, cachorro, porco e macaco são os mais comumente utilizados; Idealmente, a espécie a ser escolhida deveria possuir o mesmo perfil farmacocinético de humanos. Porém, essa informação muitas vezes é incompleta ou inexistente; Em tais circunstâncias, escolher a espécie com maior sensibilidade para determinar a segurança da substância; Para testes de segurança da molécula candidata, utiliza- se um animal roedor e um não roedor. Exemplos de testes pré-clínicos Ensaios com ovos embrionados Teste de frequência de micronúcleos – mutagenicidade Teste cometa – genotoxicidade Informa o nível de divisão celular citotóxica medem a hipoalergenicidade – efeito de irritação causado pelo composto. Informa dano no DNA Estudos avançados do mecanismo de ação do fármaco. Relação dose/resposta. Tempo de meia vida do fármaco. Formulação da droga em comprimidos ou capsulas: apresenta uma série de outros compostos responsáveis pela entrega do fármaco em um alvo específ ico. Identif icação de outros compostos químicos que são necessários estar presentes na formulação. Dados de cr istal ização, tamanho de part ículas, pol imorf ismos, pH, solubi l idade, inf luenciarão na biodisponibi l idade do fármaco. FARMACOLÓGICOS1 2 3 FORMULAÇÃO FÍSICO-QUÍMI COS Testes pré-clínicos Nova Entidade Química (NCE) Moléculas que sobrevivem a todos os testes são candidatas a se tornarem uma nova entidade química (NCE) e seguirem para ensaios clínicos. NCE pode ser vendida para uma indústria farmacêutica que se apropriará dos direitos de lançá-la no mercado caso sobreviva aos ensaios clínicos. Estudos Clínicos Métodos científicos aplicáveis aos seres humanos, denominados voluntários da pesquisa, sadios ou enfermos, de acordo com a fase da pesquisa. Uma vez comprovadas a segurança e a eficácia do produto na fase pré-clínica, iniciam-se as pesquisas em seres humanos. Segundo descrição do Ministério da Saúde (RDC 251 de 07 de agosto de 1997) e informações dispostas no site do FDA, os estudos clínicos são divididos, basicamente, em quatro fases distintas Estudos Clínicos - Fase I A NCE será testado pela primeira vez em seres humanos; Voluntários sadios, embora, em raras ocasiões, possa envolver indivíduos com doenças específicas como câncer ou AIDS, por exemplo; 20 a 100 voluntários (outras fontes informam de 100 a 200); Verificar se os efeitos indesejáveis são suportáveis; Determinar a melhor forma de administração; Verificar como o organismo reage ao fármaco; Vai determinar principalmente a segurança; NCEs que se mostram seguras são testadas na fase II; Duração aproximada de 1 a 3 anos. Estudos Clínicos - Fase I Sem grandes preocupações com a efetividade da NCE; NCEs são testadas em diferentes concentrações vs placebo para verifcar níveis de tolerância; Voluntários não podem ingerir cafeína, álcool, tabaco ou outros medicamentos (evitar interações medicamentosas); Bioequivalência da nova entidade química é testada: variações na formulação, granulometria, coloração durante período de armazenamento e produção; Alterações nas funções do fígado, ou outros efeitos adversos sérios, levam ao descarte da nova entidade química. Estudos Clínicos - Fase II Voluntários são pacientes acometidos pela doença investigada previamente selecionados; Némero maior de voluntários (70 a 300); Avaliar sua eficácia (isto é, se ele funciona para tratar determinada doença); Estabelecer uma dose ótima e um intervalo adequado entre as doses; Determinar os regimes de administração; Estabelecer a segurança a curto prazo; Estudo são feitos no sistema double-blind. Pacientes divididos em 2 grupos: placebo vs fármaco. Em alguns casos nem o médico sabe quem pertence a qual grupo; Duração média de 2 anos. Estudos Clínicos - Fase III O novo produto ou tratamento é comparado com os padrões já existentes.; O número de pacientes pesquisados varia de 300 a 3.000; O objetivo principal é determinar a relação risco/benefício a curto e longo prazo e o valor terapêutico do produto (segurança e eficácia); Varios grupos étinicos, sexo, idade, grau de infermidade são utilizados; Tipo e o perfil das reações adversas mais frequentes; É muito comum que esses estudos sejam randomizados, ou seja, os pacientes são divididos aleatoriamente, por sorteio, para os grupos controle (produto/tratamento padrão) ou grupo experimental (produto/tratamento em teste). A duração desta fase é de aproximadamente 3 anos. Estudos Clínicos - Fase IV Verificam se os resultados obtidos na fase anterior são aplicáveis a uma grande parte da população doente; Nesta fase, o medicamento já foi aprovado para ser comercializado; Permitem acompanhar os efeitos dos medicamentos a longo prazo; Geralmente são estudos de farmacovigilância pós-comercialização para estabelecer o valor terapêutico, o surgimento de novas reações adversas e/ou confirmação da frequência de surgimento das já conhecidas e as estratégias de tratamento. Teoricamente é uma fase sem fim e depende do acompanhamento contínuo do profissionais de saúde com seus pacientes; Estudos Clínicos - Fase IV Inúmeros medicamentos já foram retirados do mercado após a aprovação pelos órgãos reguladores e utilização na fase IV Exemplos: Ácido tienílico (diurético): problemas no fígado em 1/10 000 pacientes. Fenilbutazona (anti-inflamatório): fatal em 22/1 000 000 pacientes. Efeito impossível de ser detectado na Fase III. Cerivastatina (anti-colesterol 2001): interação medicamentosa levando a óbito de 40 pessoas no mundo. Rofecoxib (VIOXX – fármaco de referência para artrite reumatóide por 5 anos): aumento do risco de ataque cardíaco e derrame. Retirado voluntariamente pela MERCK em 2004. Bioética no desenvolvimento de fármacos Profª.: Denise de Amorim Loura Macêdo Bioética “Ética da vida”; Ciência que tem como objetivo indicar os limites e as finalidades da intervenção do homem sobre a vida, identificar os valores de referência racionalmente proponíveis, denunciar os riscos das possíveis aplicações; Área de estudo fundamental no que tange a atuação dos profissionais da saúde e seus princípios devem guiar, também, a realização dos ensaios clínicos. Defende que a autonomia das pessoas seja respeitada. Nos ensaios c l ín icos, a autonomia do part ic ipante deve ser respeitada. Uma vez que são apresentadas as informações a esse indiv íduo, e le assina o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), mas, se posteriormente desist ir de part ic ipar, e le tem o direito de interromper sua part ic ipação no estudo, respeitando sua vontade. Exige que os prof issionais não prejudiquem intencionalmente os pacientes e que não causem dor ou sofr imento desnecessário. Nos ensaios c l ín icos a evidência desse princípio se dá frente à proibição de experimentos capazes de trazer danos aos part ic ipantes e à interrupção do estudo quando houver divergências s ignif icat ivas entre os resultados obtidos em cada grupo. AUTONOMIA1 2 NÃO MALEFICÊ NCIA Princípios da Bioética Defende a real ização do bem, independente de desejá- lo ou não. Além da compaixão, bondade, car idade, a ltru ísmo, amor, humanidade,o princípio da beneficência, em pesquisa, deve ser v isto de modo que inclua todas as formas de ação que tenham o propósito de beneficiar outras pessoas. Deve-se proceder a uma ponderação entre r iscos e benef ícios, tanto atuais como potenciais, indiv iduais ou colet ivos, buscando o máximo de benef ícios e o mínimo de danos e r iscos. 3 4 BENEFICÊNCI A Princípios da Bioética O princípio da just iça engloba equidade, merecimento (o que é merecido) e prerrogativa (aqui lo a que a lguém tem direito) . Desse modo, o pr incípio da just iça impl ica um tratamento justo, eqüitat ivo e apropriado, levando-se em consideração aqui lo que é devido às pessoas. JUSTI ÇA Relação negativa dos ensaios clínicos com os princípios da bioética Não há capacidade de previsibilidade desses efeitos adversos, podendo causar até consequências graves aos participantes dos estudos, o que fere principalmente os princípios da autonomia e da não maleficência, pois o participante, ao aceitar fazer parte do estudo, não tem total conhecimento do que pode ocorrer em seu organismo, interferindo em sua capacidade de decisão, e há a possibilidade de causar danos à sua saúde. Surgimento de efeitos adversos Relação negativa dos ensaios clínicos com os princípios da bioética Com a dificuldade em monitorizar a segurança dos medicamentos durante a comercialização, pode haver prejuízo à autonomia do paciente que está sob uso da droga, uma vez que ele não tem ciência do que essa substância pode causar em seu organismo e isso também interfere em sua capacidade de decisão. Comercialização de medicamentos sem a realização efetiva da fase IV Relação negativa dos ensaios clínicos com os princípios da bioética Entrave para o acesso da população ao medicamento estudado, o que fere o princípio da justiça, pois, muitas vezes, não se oferece o melhor tratamento aos pacientes que necessitam, porque o medicamento testado e comprovadamente eficaz ainda não foi regularizado no país A burocracia e os longos prazos para a aprovação de ensaios clínicos no Brasil Relação negativa dos ensaios clínicos com os princípios da bioética Sobrepõem-se às reais necessidades em saúde da população, o que pode ser prejudicial a pacientes com doenças raras, por exemplo, porque não há muito interesse em desenvolver estudos para essas doenças devido à menor lucratividade associada. Isso fere o princípio da justiça, pois não é oferecido o justo a todos os pacientes, porque o interesse financeiro impede a realização de estudos que poderiam ser úteis para a saúde de forma geral. Interesses financeiros das indústrias farmacêuticas Relação negativa dos ensaios clínicos com os princípios da bioética Utilização, por exemplo, de placebo em países pobres mesmo que já existam medicações comprovadamente eficazes em países ricos para tratar as condições em teste. Isso fere a justiça no âmbito do acesso às medicações por pacientes provenientes de locais com menor desenvolvimento Disparidades entre os estudos realizados em países pobres e ricos Relação negativa dos ensaios clínicos com os princípios da bioética Implicação importante, principalmente no que se refere aos princípios de beneficência e não maleficência. A rastreabilidade relaciona-se à capacidade da autoridade sanitária, no caso do Brasil, a ANVISA, de rastrear e localizar todos os medicamentos utilizados nos ensaios clínicos. Como ela não é exigida no país, há maior dificuldade na gestão eficaz das pesquisas clínicas, o que pode estar relacionado a malefícios ocasionados à saúde dos participantes. Não exigência de rastreabilidade pela legislação brasileira Obrigada! d.amorimloura@hotmail.com 87.999405263
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