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Resumo - Processos Psicológicos Básicos - Criatividade

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A criatividade é um conceito que permeia diferentes áreas do conhecimento – 
das artes visuais às ciências – e está presente em toda a história do ser humano, em 
toda sua inventividade e capacidade de resolução de problemas. Ainda que seja um 
termo amplo e possa ter definições que variam conforme a área em questão, a 
criatividade pode ser definida como o potencial de geração de ideias “inovadoras, 
úteis, convenientes, valoráveis, prazerosas ou significativas” (AMABILE, 1990 apud 
BARBOSA & BATISTA, 2011). 
A capacidade de pensar criativamente tem sido objeto de diversos estudiosos, 
que tentam delinear o processo criativo e métodos para desenvolvê-lo e reproduzi-lo. 
Sternberg (2010), por exemplo, afirma que a criatividade depende essencialmente da 
interligação de seis fatores diferentes: “habilidades intelectuais, conhecimento, estilos 
de pensamento, personalidade, motivação e ambiente”. Bono (1970), por sua vez, 
classifica o pensamento humano em dois tipos complementares: vertical (lógico) e 
lateral (criativo), condicionando o desenvolvimento do pensamento criativo a desvios 
da forma tradicional de pensar e resolver problemas e à formação de uma base de 
novos conhecimentos, informações e experiências que, associadas com as antigas, 
possibilitam o surgimento de novas ideias. 
Também visando estabelecer um método para o pensamento criativo, Graham 
Wallas (1926 apud POPOVA, 2013) definiu os quatro estágios do pensamento criativo: 
(1) preparação, processo de pesquisa, investigação do problema e acúmulo de 
recursos intelectuais; (2) incubação, fase de processamento e associação da 
informação adquirida anteriormente; (3) iluminação, etapa do insight, quando as 
informações se conectam e surge uma nova ideia; e (4) verificação, estágio de 
validação da solução encontrada. 
As teorizações sobre o método criativo parecem convergir sobre a necessidade 
de planejamento e coleta de informações prévias que possibilitam o surgimento de 
nova ideias, de forma análoga à metodologia científica. A criatividade e seus métodos 
não são exclusivos do campo das artes: estão associados à resolução de problemas 
em geral. Não é equivocado dizer que toda, ou quase toda, invenção ou descoberta 
científica da humanidade está, de alguma forma, relacionada com a capacidade de 
pensar criativamente, integrando, por exemplo, os fatores propostos por Sternberg, o 
pensamento lateral de Bono e o modelo de Wallas para encontrar novas soluções. 
A exemplo disso, podemos citar Wilhelm Conrad Roentgen, físico alemão, cujas 
investigações e consequentes descobertas científicas foram produtos criativos de sua 
pesquisa, trabalho duro e disciplina. Roentgen, além de suas descobertas 
relacionadas ao calor específico de gases e à condutividade térmica dos cristais, foi o 
primeiro a estudar de forma sistemática as radiações eletromagnéticas e descobriu os 
raios-x e sua aplicação: a radiografia. 
 Em 1895, enquanto trabalhava com um tubo catódico em seu laboratório, 
Roentgen observou um brilho fluorescente de cristais numa mesa próxima ao tubo. 
Esse tubo consistia em um invólucro de vidro com eletrodos positivos e negativos 
encapsulados. O ar do tubo havia sido evacuado e, quando uma alta voltagem era 
aplicada, este produzia um brilho fluorescente. 
Roentgen, então, protegeu o tubo com um papel pesado e negro e descobriu 
ali uma luz verde fluorescente gerada por um material próximo ao tubo. Observou que 
um tipo de radiação estava sendo emitida pelo tubo, sendo capaz de atravessar a 
proteção de papel pesado e estimular os materiais fosforescentes na sala. Mais tarde, 
descobriu que essa nova radiação conseguia atravessar a maior parte das 
substâncias e projetar sombras de objetos sólidos. Sendo um pesquisador e curioso, 
também descobriu que a radiação conseguia atravessar tecidos humanos, mas não 
os ossos e nem objetos metálicos. Começou a fazer testes com a sua esposa, Bertha, 
cuja mão está estampada na primeira imagem de radiografia. 
 
Figura 1 – Imagem da mão de Bertha 
Fonte: Site Radiologia RJ1 
A descoberta de Roentgen foi um grande avanço para a ciência, sendo 
recebida com grande entusiasmo. A descoberta despertou tanto interesse do público 
em geral que as pessoas faziam imagens de raios-x de seus corpos sem necessidade, 
apenas pela curiosidade de ver como seria a imagem. 
 
Figura 2 – Pessoas sendo radiografadas 
Fonte: BUZZI & SUÁREZ, 20122 
Até 1912, os raios-x eram utilizados apenas pela medicina e odontologia. Com 
a evolução da técnica e a ampliação da necessidade de aplicação, o uso foi expandido 
para indústria, sendo aperfeiçoado também para as outras áreas. Atualmente, a 
radiografia é uma ferramenta valiosa no diagnóstico de inúmeras patologias, no auxílio 
de cirurgias, além de ser muito utilizada na área da indústria, veterinária, etc. 
Roentgen deixou um grande legado com suas descobertas, revolucionando a 
física e a medicina. Sua criatividade aplicada à ciência lhe rendeu o primeiro Prêmio 
Nobel de Física, em 1901, e uma homenagem permanente na Tabela Periódica, cujo 
elemento de número 111 foi batizado Roentgênio (Rg). 
 
 
 
1 Disponível em <https://goo.gl/L1eDaF>. Acesso em 3 jun. 2017. 
 
2 BUZZI, A.; SUÁREZ, M. V. Contribuciones latinoamericanas originales a la Radiología. 
Rev. argent. radiol., Buenos Aires, v. 76, n.3, jul./set. 2012. Disponível em <https://goo.gl/FU4aH4>. 
Acesso em 3 jun. 2017. 
 
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bases da ciência e do seu ensino. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA E 
EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 8., 2011, Campinas. Anais eletrônicos... Campinas: 
Universidade Estadual de Campinas, 2011. Disponível em <https://goo.gl/zVncsF>. 
Acesso em 8 jun. 2017. 
 
BONO, E. O pensamento criativo. Petrópolis: Ed. Vozes, 1970. 
 
BRITO, R. F.; VANZIN, T.; ULBRICHT, V. Reflexões sobre o conceito de 
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v. 14, n.3, nov. 2009. Disponível em <https://goo.gl/2P4AI1>. Acesso em 3 jun. 2017. 
 
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Brasília, mar./abr. 2008. Disponível em <https://goo.gl/rWgswa>. Acesso em 8 jun. 
2017. 
 
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<https://goo.gl/OMkVoY>. Acesso em 3 jun. 2017. 
 
MARTINS, R. A. A descoberta dos raios X: o primeiro comunicado de Rontgen. 
Revista Brasileira de Ensino de Física, Campinas, v. 20, n. 4, dez. 1998. 
Disponível em <https://goo.gl/lMvRAH>. Acesso em 3 jun. 2017. 
 
POPOVA, M. The art of thought: a pioneering 1926 model of the four stages of 
creativity. Brain Pickings. Disponível em <https://goo.gl/1Bd393>. Acesso em 
8 jun. 2017. 
 
STERNBERG, R. J. Resolução de problemas e criatividade. In:_______ Psicologia 
cognitiva. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010, p. 420-427. 
 
STERNBERG, R. J. The nature of creativity. Creativity Research Journal, v. 18, 
n. 1, 8 jun. 2010. Disponível em <https://goo.gl/jb0R93>. Acesso em 7 jun. 2017. 
 
VOMERO, M. F. Como nascem as idéias. Superinteressante. Ciência. 31 out. 2016. 
Disponível em <https://goo.gl/HUC4kW>. Acesso em 7 jun. 2017.

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