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06 - Operações Imobiliárias - web

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OPERAÇÕES 
IMOBILIÁRIAS
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écnico em
ransações
mobiliárias
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I
Informamos que é de inteira 
responsabilidade do(s) autor(es) 
a emissão dos conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá 
ser reproduzida por qualquer meio ou 
forma sem prévia autorização do IBRESP.
A violação dos direitos autorais é crime 
estabelecido na Lei 9.610/98 e punido de 
acordo com o Art. 184 do Código Penal.
Direitos AutoraisExpediente
INSTITUTO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO 
PROFISSIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS
AUTORES
Paula Elizabeth Cassel de Araújo
Jessiel Rodrigues de Oliveira
DIRETOR PRESIDENTE
Arnaldo Manoel Alves
DIRETORA DE OPERAÇÕES
Jaqueline Araújo
DIRETORA ESCOLAR
Maria Tereza N. Abdal S. Cunha
SECRETÁRIA ESCOLAR
Lisamar Delazeri Castro
COORDENAÇÃO DE CONTEÚDO
Ariane Francine Serafim
REVISÃO
Maria Tereza N. Abdal S. Cunha
Ariane Francine Serafim
Valéria Serafim
Davi Bagnatori Tavares
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
João Carlos Rossi Fonseca
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Sueli Costa CRB-8/5213 
Araújo, Paula Elisabeth Cassel de 
 Operações imobiliárias [livro eletrônico] / Paula 
Elisabeth Cassel de Araújo, Jessiel Rodrigues de 
Oliveira. – São Paulo: IBRESP, 2020. 
 158 p. 
 
 Formato: PDF 
 ISBN: 978-65-88399-01-9 
 
 1. Marketing 2. Vendas 3. Mercado imobiliário 
I. Oliveira, Jessiel Rodrigues de II. Título 
 
 CDD-658 
Índices para catálogo sistemático: 
 1. Vendas : Marketing 658 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Sueli Costa CRB-8/5213 
Araújo, Paula Elisabeth Cassel de 
 Operações imobiliárias [livro eletrônico] / Paula 
Elisabeth Cassel de Araújo, Jessiel Rodrigues de 
Oliveira. – São Paulo: IBRESP, 2020. 
 158 p. 
 
 Formato: PDF 
 ISBN: 978-65-88399-01-9 
 
 1. Marketing 2. Vendas 3. Mercado imobiliário 
I. Oliveira, Jessiel Rodrigues de II. Título 
 
 CDD-658 
Índices para catálogo sistemático: 
 1. Vendas : Marketing 658 
 
 
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écnico em
ransações
mobiliárias
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OPERAÇÕES 
IMOBILIÁRIAS
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Sumário
Caro(a) aluno(a), o componente curricular de Operações Imobiliárias foi desenvolvido 
pelos professores Paula Elizabeth Cassel Araújo e Jessiel Rodrigues de Oliveira.
A professora Paula é responsável pelas aulas:
 ` AULA 1. A ATIVIDADE DE CORRETAGEM: 
 CONTEXTO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA, PÁG. 11
 ` AULA 2. O CORRETOR DE IMÓVEIS: CARACTERÍSTICAS, 
 O EXERCÍCIO PROFISSIONAL E OS ENCARGOS 
 DA PROFISSÃO, PÁG. 25
 ` AULA 3. ÓRGÃOS FISCALIZADORES E ENTIDADES DE CLASSE: 
 COFECI, CRECI, SINDICATOS E ASSOCIAÇÕES, PÁG. 49
 ` AULA 4. CÓDIGO DE ÉTICA DO CORRETOR DE IMÓVEIS, PÁG. 61
 ` AULA 5. EMPRESA IMOBILIÁRIA: 
 A CONSTITUIÇÃO DA EMPRESA, PÁG. 73
 ` AULA 6. CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS AOS CORRETORES 
 DE IMÓVEIS: FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO, LOCAÇÃO, 
 CONDOMÍNIO, LOTEAMENTOS E INCORPORAÇÃO 
 IMOBILIÁRIA, PÁG. 89
E o professor Jessiel é responsável pelas aulas:
 ` AULA 7. REGISTRO DE IMÓVEIS, PÁG. 107
 ` AULA 8. AVALIAÇÃO DE BENS IMÓVEIS, PÁG. 121
 ` GLOSSÁRIO, PÁG. 152
 ` REFERÊNCIAS, PÁG. 153
 ` GABARITO, PÁG. 156
5
Vamos conhecer os professores?
Paula Elizabeth 
Cassel de Araújo
Professora
Especialista em Direito Civil e Processual Civil, 
tem licenciatura e bacharelado em Ciências Jurídicas. 
Atuou como Diretora de Serviços Administrativos e 
professora de ensino técnico no Centro Paula Sou-
za. Atualmente é advogada e coordenadora respon-
sável por projetos do eixo tecnológico de Gestão e 
Negócios, na área de Ética e Direito, no Centro Pau-
la Souza, sendo responsável pela formação de do-
centes e servidores administrativos. Também desen-
volve e ambienta conteúdos para plataformas 
virtuais de aprendizagem para o Centro Paula Souza 
e demais instituições públicas e privadas.
Jessiel Rodrigues 
de Oliveira
Professor
Pós-graduado em Tecnologias Aplicadas à Edu-
cação e Práticas do Ensino Superior, tem licenciatura 
em Matemática e Física. Já atuou como professor 
na Universidade Cidade de São Paulo e Faculdade 
Paschoal Dantas, assim como em escolas particu-
lares e estaduais. Atualmente é professor do curso 
de Técnico em Transações Imobiliárias no Centro 
Paula Souza.
Agora que já conhecemos os profes-
sores e sabemos como as aulas do nosso 
componente curricular estão organizadas, 
vamos estudar?
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Apresentação
Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) ao componente curricular Operações Imobiliárias do curso Técnico 
em Transações Imobiliárias. Sou a professora Paula e com o professor Jessiel preparei este 
material para te auxiliar a compreender melhor a profissão que você pretende exercer.
Assim, nosso componente curricular inicia com estudos de temas que nos permitirão 
entender os bastidores que levaram à aprovação da Lei nº 6.530 (BRASIL, 1978a), que 
regulamentou a profissão de corretor de imóveis no Brasil; as funções dos órgãos fiscali-
zadores e dos órgãos de classe; o Código de Ética do Corretor de Imóveis; a profissão de 
corretor de imóveis e o mercado atual; Sistema Financeiro de Habitação; locação; con-
domínio; loteamentos; incorporação imobiliária; e a constituição da empresa imobiliária.
Espero que nosso componente curricular possa se tornar o seu manual de cabeceira, 
a fim de que você possa encontrar nele as respostas necessárias para resolver os seus 
desafios diários ao exercer as atividades de corretor de imóveis.
Bons estudos!
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OPERAÇÕES 
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Objetivo de 
aprendizagem
Contribuir para o desenvolvimento profissional dos corretores de imóveis, por meio 
da formação técnica em Transações Imobiliárias, especificamente com o conteúdo do 
componente curricular Operações Imobiliárias.
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A Atividade de Corretagem: 
contexto e evolução histórica
Caro(a) aluno(a),
Você já ouviu falar em profissão regulamentada? Será que todas as profissões precisam ser 
regulamentadas? Sabia que a profissão de corretor de imóveis é regulamentada?
Bom, nesta aula trataremos de temas que nos permitirão responder a todas essas perguntas, 
bem como compreender o processo histórico pelo qual passou a regulamentação da profissão 
de corretor de imóveis no Brasil. No final desta aula, você será capaz de entender que é impor-
tante zelar pelo bom exercício profissional, por uma prestação de serviço ética, para que esse 
processo de valorização e reconhecimento da profissão, que se iniciou em 1937, seja contínuo.
Para tanto, estudaremos:
 ` Profissões regulamentadas;
 ` Evolução histórica da profissão de corretor de imóveis;
 ` Atividade de corretagem.
11
Aula 1
A atividade de Corretagem: 
contexto e evolução histórica
Profissões regulamentadas
A Constituição Federal (BRASIL, 1988), em seu Art. 5º, inciso XIII, nos assegura que a regra na 
legislação brasileira é a de que podemos exercer qualquer atividade profissional. Vamos verificar?
Art. 5º, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas 
as qualificações profissionais que a lei estabelecer (BRASIL, 1988).
Você observou que o final do artigo fala sobre atender as qualificações profissionais que a lei 
estabelece? Então, isso quer dizer que, em regra, o exercício da atividade profissional no Brasil é 
livre, mas a lei pode estabelecer limites para o exercício das profissões.
Isso é muito importante para que você compreenda que nem todos os trabalhos ou profissões 
podem ser condicionados ao cumprimento de exigências legais para o seu exercício. Por lei, só 
podem exigir restrições para profissões que podem acarretar perigo ou dano à coletividade, como 
as profissões ligadas à área da saúde, ou a engenharia, advocacia, entre outras.Assim, a lei não pode impor restrições ao exercício de profissões que não ofereçam tais riscos.
Dessa forma, podemos resumir a questão da seguinte forma: em regra, o exercício da atividade 
profissional é livre. Porém, nos casos em que o seu exercício possa causar risco para as pessoas, 
a legislação deve regulamentá-la.
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OPERAÇÕES 
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écnico em
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Para facilitar o entendimento, podemos exemplificar com dois casos que foram julgados pelo 
Supremo Tribunal Federal (STF).
O primeiro deles tratou da profissão de músico, em que se questionou perante o STF sobre a 
necessidade de o músico se inscrever no Conselho Profissional dos músicos para que pudesse 
exercer sua profissão, conforme exigia a Lei nº 3.857/80. Nesse caso, o STF entendeu que essa 
exigência era incompatível com a Constituição Federal, pois, para os Ministros do Supremo, a 
atividade de músico, ainda que mal exercida, não tem potencial de causar grande prejuízo à 
sociedade. Logo, trata-se de profissão que não precisa de controle ou de autorização. Pode ser 
livremente exercida, mesmo por quem não possua “formação” em uma escola ou faculdade de 
música. Vamos verificar um trecho dessa decisão?
(...) Nem todos os ofícios ou profissões podem ser condicionadas ao cumpri-
mento de condições legais para o seu exercício. A regra é a liberdade. Apenas 
quando houver potencial lesivo na atividade é que pode ser exigida inscrição 
em conselho de fiscalização profissional. A atividade de músico prescinde de 
controle. Constitui, ademais, manifestação artística protegida pela garantia da 
liberdade de expressão. (...)
STF. Plenário. RE 414426, Rel. Min. Ellen Gracie, julgado em 01/08/2011.
13
Aula 1
A atividade de Corretagem: 
contexto e evolução histórica
No segundo caso, o STF decidiu não ser possível exigir o diploma de curso superior de jorna-
lismo, registrado pelo Ministério da Educação, para o exercício da profissão de jornalista, já que 
não se exige qualificação técnica para que a pessoa possa exercer a liberdade de expressão (STF. 
Plenário. RE 511961, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/06/2009).
Legal! Com isso já conseguimos responder às perguntas iniciais desta aula, pois verificamos 
que nem todas as profissões precisam ser regulamentadas e descobrimos quais são as hipóteses 
em que isso ocorre: quando o exercício profissional puder ocasionar um risco à coletividade.
Evolução histórica da profissão 
de corretor de imóveis
Agora que você já estudou o tópico Profissões regulamentadas e os questionamentos que 
envolvem essa temática, fica fácil entendermos todo o processo que levou à aprovação da Lei 
nº 6.530 (BRASIL, 1978a), que é a lei que regulamenta a profissão de corretor de imóveis, disci-
plina o funcionamento de seus órgãos de fiscalização e dá outras providências. Essa lei sofreu 
alterações em 2003 e 2015.
SAIBA MAIS: para ter acesso à íntegra da Lei nº 6.530/78, acesse o link: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6530.htm
Agora, vamos juntos fazer um giro histórico?
A primeira legislação que vigorou no Brasil e regulamentou a venda de imóveis foi o conjunto 
de leis portuguesas denominadas Ordenações do Reino, que estabeleciam:
(...) se for senhor de alguma cousa e vender duas vezes a desvairadas pessoas, o 
que primeiro houver a entrega della será della feito verdadeiro senhor, se della 
pagou o preço por que lhe foi vendida ou se houve o vendedor por pago della, 
porque concorrendo assim na dicta venda entrega a cousa e paga do preço, o 
fazem senhor della.
Dessa forma, a venda do imóvel era realizada com a entrega do bem pelo proprietário, sem 
evidências da existência de um intermediador na comercialização de imóveis.
Foi após a vinda da família real portuguesa para o Brasil, quando as cidades começaram a tomar 
uma forma mais urbana, que nasceu a profissão de agente de negócios imobiliários.
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OPERAÇÕES 
IMOBILIÁRIAS
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écnico em
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No entanto, foi somente com a industrialização brasileira, em 1930, que o mercado imobiliário 
passou a ser uma fonte atraente de investimentos, devido ao enorme fluxo de migração nacional, 
principalmente para a cidade de São Paulo.
O nascimento do primeiro sindicato de corretores de imóveis, o Sindimóveis, no Rio de Janeiro, 
em 1937, e do Sindicato de São Paulo, formado 01 ano depois, em 1938, foi um marco importante 
na valorização e regulamentação da profissão.
Em 1942, os dois sindicatos firmaram um convênio que tinha a finalidade de adotar medidas 
de interesse para a classe e aperfeiçoar as transações imobiliárias no Brasil. Como não havia, na 
época, uma regulamentação legal que disciplinasse a relação entre o corretor e o cliente, as 
normas do convênio foram utilizadas como uma verdadeira legislação supletiva, passando a ser 
adotada por várias cidades brasileiras. Olhe que interessante o decálogo (conjunto de 10 normas) 
do corretor, aprovado por esses sindicatos:
1. O Corretor vive o valor e seriedade de sua palavra, de sua ação e de seu espírito de iniciativa;
2. É o espírito de cooperação, e nunca o de competição ou concorrência, que deve presidir 
as relações entre os Corretores. Não há necessidade de perturbar o negócio entregue a 
outro Corretor, pois todo dia fica sempre aberta a porta da colaboração;
3. Não deve o Corretor aceitar a incumbência de venda ou de compra de um imóvel que seja 
entregue a outro, cumprindo-lhe, portanto, indagar sempre do cliente a respeito;
4. Nenhum Corretor deve oferecer um imóvel sem estar devidamente autorizado pelo cliente 
ou por outro Corretor autorizado;
5. Não cabe ao Corretor o direito de prender em suas mãos um negócio, se não tiver a pro-
babilidade de realizá-lo;
6. Ao oferecer um negócio, cabe ao Corretor apresentar dados rigorosamente certos, nunca 
omitindo detalhes que o depreciem;
7. Diante de cliente e estranhos, nunca deve o Corretor atacar, mas ao contrário, defender e 
justificar seus colegas. Só com esse ânimo conseguirá elevar o nível da classe, com pro-
veito geral para si próprio;
8. As queixas devem ser levadas por escrito ao conhecimento do Sindicato, e nunca expostas 
ao público. O desprestígio de um Corretor reflete o conceito de todos os seus colegas;
9. Da camaradagem, respeito e amizade entre os Corretores resultará inevitavelmente a ele-
vação moral da classe e um campo mais vasto de negócios e oportunidades para todos;
10. O Corretor deve colocar estes preceitos da ética profissional acima de seus interesses 
materiais, respeitando-os incondicionalmente.
Percebam, nesse decálogo, principalmnte, a preocupação com a valorização da classe.
Nesse sentido, os primeiros passos para a regulamentação da profissão foram dados em 1937, 
por meio de uma comissão formada por membros dos sindicatos do Rio de Janeiro e de São 
15
Aula 1
A atividade de Corretagem: 
contexto e evolução histórica
Paulo. No entanto, é somente depois de muitas idas e vindas de projetos de lei no Congresso 
Nacional que, em 1962, é publicada a Lei nº 4.116, regulamentando a profissão.
Em 1974, foi encaminhado pelo Sindicato dos Advogados do antigo Estado da Guanabara ao 
procurador-geral da República um ofício solicitando que a lei que regulamentava a profissão de 
corretor de imóveis fosse considerada incompatível com a Constituição Federal, ou seja, incons-
titucional. Vamos ver quais foram os argumentos que eles utilizaram para efetuar este pedido?
Primeiro porque essa atividade, mesmo que exercida por inepto, não prejudicará 
ninguém. Segundo, porque não há requisito de capacidade técnica para exercê-la. 
Quais diplomas, que aprendizado, que prova de conhecimento se exigem para o 
exercício da profissão? Nenhum é necessário; logo, a evidência não se justifica a 
regulamentação. A honestidade do indivíduo por si só não pode ser considerado 
como o único requisito para o ingresso na profissão (trechos extraídos do relatório 
proferido pelo ministro Thompson Flores).
Em 1975, o Supremo Tribunal Federal declarou a Lei nº4.116/62 totalmente inconstitucional. 
Assim, a intermediação e a administração imobiliária passaram a ser exercidas por qualquer ci-
dadão ou empresa.
A categoria dos corretores, no entanto, permaneceu unida e organizada para continuar na 
busca, levando a demanda ao Congresso Nacional e à Presidência da República, de uma nova 
lei que regulamentasse a profissão.
Assim, em 1976, é apresentado ao Congresso Nacional pelo Ministro do Trabalho, o Sr. Arnaldo 
Pietro, o Projeto de Lei nº 3.090. O projeto é aprovado pela Câmara e pelo Senado, e, em 1978, 
é sancionada pelo Presidente Geisel a Lei nº 6.530 (BRASIL, 1978a), que regulamenta novamente 
a profissão de corretor de imóveis.
Para que você entenda melhor esses e outros marcos históricos, vamos ver uma linha do 
tempo da profissão de corretor de imóveis:
 ~ 1937 – Nascimento do 1º sindicato de corretores de imóveis, o Sindimóveis.
 ~ 1938 – Surgimento da Associação Profissional dos Corretores de Imóveis.
 ~ 1942 – Lançamento do decálogo (conjunto de 10 regras, princípios 
filosóficos, morais, políticos) do corretor, que descreve como 
deveria ser o espírito e a conduta dos profissionais.
 ~ 1956 – Apresentação, pelo Sindicato dos Corretores de Imóveis, 
de uma proposta para formação de curso técnico.
16
OPERAÇÕES 
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écnico em
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mobiliárias
 ~ 1962 – Publicação da Lei nº 4.116, regulamentando a profissão.
 ~ 1962 – Constituída a primeira diretoria do Conselho 
Federal de Corretores de Imóveis – Cofeci.
 ~ 1962 – Criado o Conselho Federal (Cofeci) e os Conselhos Regionais (CRECIs).
 ~ 1975 – Supremo Tribunal Federal declara a Lei nº 4.116 inconstitucional. 
Assim, a intermediação e a administração imobiliária passaram 
a ser exercidas por qualquer cidadão ou empresa.
 ~ 1976 – É apresentado ao Congresso Nacional pelo Ministro do 
Trabalho, o Sr. Arnaldo Pietro, o Projeto de Lei nº 3.090.
 ~ 1978 – É sancionada, pelo Presidente Geisel, a Lei nº 6.530, que 
regulamenta novamente a profissão de corretor de imóveis.
 ~ 2003 – O Código Civil traz um capítulo sobre a Corretagem: Capítulo XIII, Arts. 722 a 729.
SAIBA MAIS: para ter acesso ao Capítulo XIII, Arts. 722 a 729, do Código 
Civil (BRASIL, 2002), acesse: https://www.crecies.gov.br/codigo-civil-
-corretagem/
Bom, como você pode observar, não foi um processo fácil para que a profissão de corretor de 
imóveis fosse regulamentada. Foram muitos anos de luta até sua valorização e reconhecimento.
Atividade de corretagem
Bom, agora que já conhecemos a evolução histórica da profissão de corretor de imóveis, 
vamos entender melhor o que é corretagem?
Corretagem, na área imobiliária, é o trabalho do corretor de imóveis. Significa fazer acordo 
por meio de negociação para a compra e venda de imóveis.
E quem é o corretor de imóveis? É o profissional que faz a intermediação de negócios imo-
biliários. O corretor deve utilizar sua capacidade técnica profissional a favor de seus clientes, de 
forma que eles fiquem plenamente satisfeitos com os resultados obtidos.
Para tanto, é fundamental que você, como futuro corretor de imóveis, explore muito todo o 
conhecimento que você pode adquirir aqui em nosso curso, pois tenho certeza de que você não 
será apenas mais um. E sim, será “O” corretor de imóveis.
17
Aula 1
A atividade de Corretagem: 
contexto e evolução histórica
Vamos continuar nossa aula!
Bom, já a taxa de corretagem ou comissão é a remuneração que o corretor de imóveis recebe 
pelo seu trabalho. Ou seja, pelo atendimento, intermediação e negociação.
Nos Arts. 722 a 729 do Código Civil (BRASIL, 2002) (que já falamos anteriormente aqui em nossa 
aula e você pode acessar o link no saiba mais para ter mais informações), é estabelecido que a 
taxa de corretagem é a forma de remuneração da prestação de serviços dos corretores de imóveis.
O que mais esses artigos dizem? Vou detalhá-los e explicá-los para você:
O Art. 722 diz que o corretor, por meio de contrato de corretagem e de suas competências 
técnicas profissionais, fará a conciliação dos interesses das partes envolvidas, facilitando a ne-
gociação.
O que isso quer dizer: que o corretor de imóveis é um profissional que deve utilizar sua for-
mação técnica, obtida por meio do curso Técnico em Transações Imobiliárias, para aproximar 
pessoas que possuem interesses em comum de compra/ venda/ locação de imóveis.
O Art. 723 diz que o corretor é obrigado a executar a mediação com zelo e prudência, e a 
prestar ao cliente, espontaneamente, todas as informações sobre o andamento do negócio.
O que isso quer dizer: que o desempenho das atividades profissionais do corretor de imóveis 
exige clareza, transparência e honestidade na conduta. Sendo assim, o corretor não deve ter 
nunca uma conduta que cause prejuízos aos seus clientes.
O Art. 724 diz que a remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei nem ajustada entre 
as partes, será arbitrada segundo a natureza do negócio e os usos locais.
O que isso quer dizer: que a remuneração do corretor, uma vez que ele tenha conseguido 
o resultado previsto no contrato, pode ser Fixa, quando for estabelecida uma quantia certa, 
ou Variável, quando for um percentual do valor do negócio em transação. A remuneração 
deve ser pactuada antes e constar no contrato.
O Art. 725 diz que a remuneração é devida ao corretor uma vez que ele tenha conseguido 
o resultado previsto no contrato de mediação, ou ainda que este não se efetive em virtude de 
arrependimento das partes.
O que isso quer dizer: que assim que o negócio estipulado no contrato for fechado, o cor-
retor de imóveis deve receber a taxa de corretagem/ comissão acordada, mesmo que uma 
das partes se arrependa da transação. Ou seja, mesmo que haja o distrato entre as partes, o 
corretor não deve devolver a comissão, pois sua atividade profissional já foi desempenhada.
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OPERAÇÕES 
IMOBILIÁRIAS
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ransações
mobiliárias
O Art. 726 diz que, se por escrito for pactuada a corretagem com exclusividade, o corretor 
terá direito à remuneração integral acordada, mesmo que o negócio tenha sido realizado sem 
sua intermediação, exceto se comprovada a falta de atitude do corretor. Portanto, se combinada 
a corretagem exclusiva, a comissão se torna devida, mesmo que o negócio seja concluído dire-
tamente pelo proprietário do imóvel.
O que isso quer dizer: se por escrito for pactuado um contrato de exclusividade com o 
corretor de imóveis, mesmo que o proprietário venda sem sua intermediação, a taxa de 
corretagem deverá ser paga ao corretor de imóveis, exceto se for comprovado que ele não 
tenha demonstrando esforço para a negociação do imóvel.
O Art. 727 diz que, se, por não haver prazo determinado, o dono do negócio dispensar o 
corretor, e o negócio se realizar posteriormente, como fruto da sua mediação, a corretagem 
lhe será devida; igual solução se adotará se o negócio se realizar após a decorrência do prazo 
contratual, mas por efeito dos trabalhos do corretor.
O que isso quer dizer: que a remuneração será devida ao corretor de imóveis sempre que 
o negócio for concluído por consequência da aproximação realizada pelo corretor, mesmo 
que o período de exclusividade já tenha esgotado ou que o corretor tenha sido dispensado.
O Art. 728 diz que, se o negócio se concluir com a intermediação de mais de um corretor, a 
remuneração será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste em contrário.
O que isso quer dizer: se a transação for feita por mais de um corretor, todos deverão receber 
a mesma remuneração.
O Art. 729 diz que os preceitos sobre corretagem constantes deste Código não excluem a 
aplicação de outras normas da legislação especial.
O que isso quer dizer: que esses artigos não excluem demais leis que regulam e disciplinam 
as atividades de corretagem do corretor de imóveis.
Para o corretor de imóveis desenvolver as atividades de corretagem, é fundamental que ele 
conheça esses artigos do Código Civil (BRASIL, 2002), uma vez que eles determinam as obrigações 
e direitos dessacategoria para o exercício pleno da atividade profissional.
Você deve estar se perguntando agora: mas quanto posso cobrar pelo meu trabalho?
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) dá os direcionamentos de como a 
cobrança da taxa de corretagem pode ser feita. Conforme sua última atualização (consulta feita 
em dezembro de 2020), é permitida a livre determinação de valores e negociação entre as partes.
19
Aula 1
A atividade de Corretagem: 
contexto e evolução histórica
Essa liberdade de cobrança garante maior competitividade entre os corretores de imóveis.
IMPORTANTE: fundamental que você, como corretor de imóveis, esteja 
sempre atento às leis, normas e diretrizes que regulam e orientam a ativi-
dade de corretor de imóveis. Por isso, esteja sempre ligado nas Associações, 
Conselhos e Sindicatos, além de participar de eventos, que sempre podem 
te trazer muitas informações e atualizações. Estar sempre bem relacionado 
com profissionais e entidades da área fará de você um profissional atento 
e conectado com sua área. Vale ressaltar ainda que é importante que você 
sempre cheque as informações com pessoas e fontes de confiança. Em 
tempos de fake news, não dá para acreditar em tudo o que recebemos 
sem que pesquisemos na fonte correta a veracidade da notícia.
Portanto, sempre que um corretor de imóveis é contratado, a taxa de corretagem é previa-
mente acordada por meio do contrato.
O valor do trabalho do corretor de imóveis a ser cobrado deve estar de acordo com o nível 
do serviço prestado. Por isso, estude! Aproveite a oportunidade que você está tendo em nosso 
curso. Depois, continue se especializando. Invista em você. Esteja sempre atento ao mercado 
imobiliário, defina em qual segmento você vai querer trabalhar e estude-o: imóveis na planta, 
usados, novos, comerciais.
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IMOBILIÁRIAS
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Atualmente e usualmente, a média cobrada pelos corretores de imóveis é entre 5% e 10% do 
valor do imóvel, no caso de transação de compra e venda. Porém, lembro mais uma vez que o 
valor da cobrança é livre e deve ser negociado entre as partes.
Exemplo: se a taxa de corretagem acordada for de 5% e o valor do imóvel vendido for de R$ 
300.000,00, a remuneração a ser recebida pelo corretor de imóveis será de R$ 15.000,00.
Porém, o valor da taxa de corretagem pode estar embutido no valor do imóvel, pois não 
necessariamente deve ser um valor percentual do imóvel. Pode ser um valor fixo, independen-
temente do valor de venda final.
Quem paga a taxa de corretagem ao corretor, conforme o Código Civil, é quem contrata. 
Ou seja, quando o dono de um imóvel contrata um corretor de imóveis para que ele procure 
um comprador para o seu imóvel, será o dono do imóvel que pagará a taxa de corretagem. Já 
se uma pessoa contrata um corretor de imóveis para que ele procure um imóvel que ele esteja 
querendo comprar, será o comprador que fará o pagamento ao corretor.
No caso de transação de imóveis novos, que pertencem às construtoras, a remuneração do 
corretor já está incluída no valor da venda do imóvel, e não pode ser cobrado valor a mais do 
comprador. As vendas, normalmente, só iniciam depois de acordados 2 contratos, entre:
• Construtora e cliente: compromisso de compra, no qual o cliente se compromete a pagar 
e a construtora a entregar o imóvel, no prazo estipulado;
• Corretor de imóveis/imobiliária e cliente: contrato de prestação de serviços do corretor 
de imóveis/imobiliária.
Quando se trata de loteamentos, há formas diferenciadas. Geralmente, a comissão equivale 
ao valor total da entrada e é repassada para a imobiliária responsável, que repassa posteriormente 
ao corretor.
No caso de transação de locação de imóvel, o honorário do corretor de imóveis não se cha-
ma taxa de corretagem, mas taxa de administração. Quem paga pelos serviços prestados pelo 
corretor de imóveis é o proprietário.
Para não haver problemas futuros, antes de iniciar a prestação de seu serviço como corretor de 
imóveis acorde com seu cliente, com todos os detalhes possíveis dos honorários a serem pagos/
recebidos. Essa negociação deve ser feita de uma forma educada e formal. Não transpareça ao 
seu cliente, em nenhum momento, que o mais importante para você é a comissão. Deixe claro 
que o que você quer é que esteja satisfeito e feliz com a transação imobiliária, tornando assim a 
comissão uma consequência de um trabalho feito com êxito e profissionalismo.
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Aula 1
A atividade de Corretagem: 
contexto e evolução histórica
Síntese da aula
 ` Nem todas as profissões precisam ser regulamentadas e que somente há necessidade de 
regulamentação quando o exercício profissional puder oferecer um risco à coletividade;
 ` A profissão de corretor de imóveis foi regulamentada pela 
primeira vez em 1962, por meio da Lei nº 4.116;
 ` Em 1975, o Supremo Tribunal Federal declarou a Lei nº 4.116 totalmente 
inconstitucional. Assim, a intermediação e a administração imobiliária 
passaram a ser exercidas por qualquer cidadão ou empresa;
 ` Em 1976, o Ministro do Trabalho, o Sr. Arnaldo Pietro, apresenta um projeto de lei 
que é sancionado em 1978 pelo Presidente Geisel, regulamentando novamente a 
profissão de corretor de imóveis, por meio da Lei nº 6.530, em vigor até os dias atuais;
 ` O corretor precisa zelar pelo bom exercício profissional, por uma prestação de 
serviço ética, dentro dos parâmetros de legalidade, a fim de que esse processo de 
valorização e reconhecimento da profissão, que iniciou em 1937, seja contínuo;
 ` A corretagem é o ofício do corretor de imóveis, o qual deve 
seguir as diretrizes dos Arts. 722 a 729 do Código Civil;
 ` O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) dá os direcionamentos 
de como a cobrança da taxa de corretagem pode ser feita. Conforme sua última 
atualização, é permitida a livre determinação de valores e negociação entre as partes.
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Exercícios
Vamos verificar se você compreendeu a matéria desta aula?
Caso tenha ficado com dúvidas, sugiro que retorne ao conteúdo da aula para revisão.
 1. Todos os trabalhos ou profissões podem ser condicionados ao cumprimento de exigências legais 
para o seu exercício.
A. ( ) Verdadeiro.
B. ( ) Falso.
 2. A Lei nº 4.116/1962, que regulamentava a profissão de corretor de imóveis, foi declarada 
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, e um dos argumentos utilizados para essa declaração 
foi o de que não havia requisitos de capacidade técnica para exercê-la.
A. ( ) Verdadeiro.
B. ( ) Falso.
 3. O processo de regulamentação da profissão de corretor de imóveis foi um processo fácil, que não 
demandou muitas idas e vindas de projetos de lei ao Congresso Nacional.
A. ( ) Verdadeiro.
B. ( ) Falso. G
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Aula 1
A atividade de Corretagem: 
contexto e evolução histórica
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O Corretor de Imóveis: 
características, o exercício 
profissional e os encargos 
da profissão
Caro(a) aluno(a), 
Vamos conversar um pouco sobre a carreira que você escolheu? Quais são as característi-
cas que um corretor de imóveis precisa ter para desempenhar bem a sua profissão? O que um 
corretor de imóveis pode fazer? Quais são os desafios que precisa enfrentar para se destacar no 
mercado de trabalho?
Para tanto, estudaremos:
 ` O corretor e o mercado de trabalho atual;
 ` Atuação profissional;
 ` Encargos da profissão.
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Aula 2
O Corretor de Imóveis: características, o 
exercício profissional e os encargos da profissão
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O Corretor e o mercado de trabalho atual
Primeiramente quero lembrá-lo que não há como falarmos do corretor de imóveis da atuali-
dade, das características deste profissional e das formas de exercer essa profissão sem mencio-
narmos o quanto o desenvolvimento tecnológico tem impactado a forma de atuardas carreiras, 
inclusive a do corretor.
Vivemos hoje a Revolução 4.0 (há quem afirme que já estamos na 5.0). A carreira 4.0 ca-
racteriza-se por uma internet mais presente em todos lugares, móvel, por sensores menores e 
mais poderosos, alta conectividade, automação, cyber sistemas, biotecnologia, nanotecnologia, 
interatividade entre máquina e homem.
Nesse contexto, em 20 anos as pessoas e as coisas mudaram mais do que em séculos da 
nossa história.
Mas o que tudo isso tem a ver com você?
Tem a ver que na carreira nunca foi tão essencial desenvolver habilidades como adaptabilidade, 
criatividade e comunicação.
A carreira 4.0 do corretor de imóveis é focada no protagonismo humano, e o profissional 
precisa entender essa mudança para se reinventar a todo momento, com o intuito de não per-
der seu espaço no mercado e manter a competitividade. Hoje, na era digital, o perfil do corretor 
mudou e a sua forma de atuar também.
É preciso entender essa mudança.
Temos imobiliárias on-line, corretores on-line e o contato com o cliente pode ocorrer de onde 
quer que estejamos. O escritório poderá estar no seu próprio celular.
A tecnologia mudou a forma que as pessoas consomem e é preciso que você esteja acom-
panhando para ofertar um produto que atenda às necessidades do seu cliente. Quer ver como 
isso acontece?
SAIBA MAIS: convido você a assistir o vídeo a seguir, antes de 
continuarmos nossa conversa. https://www.youtube.com/
watch?v=mWMv6mTxXDs
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Aula 2
O Corretor de Imóveis: características, o 
exercício profissional e os encargos da profissão
Assim, para se adaptar a esse mercado, é preciso que o corretor da atualidade desenvolva:
 � Flexibilidade – é preciso ser flexível para se moldar às mudanças do novo cenário;
 � Multidisciplinaridade – é preciso conhecer além da sua área de atuação profissional;
 � Criatividade – não dá para fazer o nosso trabalho sempre da mesma 
forma, portanto é necessário acompanhar as mudanças e inovar;
 � Inteligência emocional – é preciso aprender a lidar com os 
diferentes tipos de personalidade de forma construtiva;
 � Relacionamento interpessoal – é preciso aprender a ser colaborativo, a 
criar uma rede de relacionamento com pessoas que te agreguem valor.
Bom, certamente desenvolver todas essas características é o desafio do corretor moderno, 
que precisa estar atento a um mercado de trabalho dinâmico, em que tudo acontece na velo-
cidade da internet.
Exercício profissional
Agora vamos conversar um pouco sobre as atividades que o corretor de imóveis pode de-
senvolver.
O corretor de imóveis pode exercer a intermediação na compra, venda, permuta e locação 
de imóveis. Pode atuar na captação de imóveis para negociação, além de novos clientes, na ad-
ministração de imóveis e até mesmo na avaliação de imóveis. Nesse último caso, para conseguir 
o registro no Cadastro Nacional de Avaliadores de Imóveis (CNAI), além de possuir o título de 
técnico em transações imobiliárias, é necessário que ele possua o certificado de conclusão do 
curso de Avaliação de Imóveis.
É possível que essas atividades sejam exercidas pelo corretor por meio de uma pessoa jurídica, 
devidamente inscrita no CRECI.
Agora vamos estudar cada uma dessas atividades que o corretor de imóveis pode desempenhar:
Compra/venda
Quando alguém está querendo comprar ou vender um imóvel, o que ele está buscando? É 
esta pregunta que o corretor de imóveis deve fazer para seu cliente: o que você quer?
É fundamental conhecer o seu cliente e saber o que ele quer com a compra ou a venda do 
imóvel que está buscando. Estude e conheça seu cliente para oferecer o melhor serviço possível. 
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Para tanto, é necessário ouvi-lo e fazer perguntas cujas respostas ofereçam a você informações 
que vão te auxiliar a ter êxito na comercialização do imóvel em questão.
Caso seja uma situação de venda, vá conhecer o imóvel e estude toda a sua infraestrutura e 
entorno, assim como suas limitações, condições e os pontos que agregam valor.
Por exemplo: se for um apartamento que esteja com problemas estruturais de infiltração, 
esse é um fato importante que deve ser pontuado e levado ao conhecimento dos interessa-
dos pela compra. Nesse caso, faz-se necessário saber se o valor do imóvel (solicitado pelo 
dono do imóvel) já está considerando essa condição ou pode ser um ponto a ser negociado.
Outro exemplo pode ser se o entorno do imóvel é um local que oferece fácil acesso a 
transporte público ou possui lugares estratégicos da cidade. Esse cenário é importantíssimo 
e auxilia como fator agregador de valor, ou o contrário, na divulgação do imóvel.
Tais questões são muito interessantes e vão fazer a diferença para publicização da venda do 
imóvel.
Após conhecer o imóvel, o corretor deve tirar fotos que o valorizem. Quantas vezes não ve-
mos fotos de imóveis com bagunças e sujeiras aparentes? Com certeza isso não agrega valor à 
comercialização de um imóvel.
Uma alternativa interessante na prestação de serviços do corretor para o cliente é a realização 
de vídeos do imóvel. Os vídeos devem seguir as seguintes características:
 ~ O corretor de imóveis deve fazer uma apresentação pessoal, informando seu nome, tem-
po de experiência profissional e um breve relato do imóvel, indicando os aspectos mais 
relvantes;
 ~ O vídeo pode ser feito com o celular, de preferência na posição horizontal. É importante 
segurar com as duas mãos, fazendo os movimentos (lentos) de baixo para cima (vertical) 
e da esquerda para a direita (horizontal);
 ~ Evite movimentos bruscos;
 ~ Todos os ambientes devem ser filmados (em média 10 a 15 segundos por ambiente);
 ~ Não é necessário narração tampouco legendas;
 ~ Cuidados ao filmar os banheiros: não filme o vaso sanitário. 
Dê preferência à pia, espelho e iluminação;
 ~ Ao finalizar o vídeo, pergunte se o cliente gostou e faça um convite 
para uma visita presencial. Não esqueça de deixar o seu contato.
ATENÇÃO: antes de fazer a filmagem, certifique-se de que o imóvel esteja apre-
sentável, limpo e organizado.
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Aula 2
O Corretor de Imóveis: características, o 
exercício profissional e os encargos da profissão
Após conhecer o imóvel e fazer as fotos e filmagens necessárias para a divulgação, o corretor 
deve conversar com o cliente (proprietário do imóvel que tem pretensão de vendê-lo) sobre 
as condições da prestação de serviços. Como vimos na aula anterior, o corretor de imóveis e o 
cliente podem pactuar contrato de exclusividade ou não. E o que isso significa?
Significa que, se firmarem um contrato de exclusividade, o corretor de imóveis é o único pro-
fissional da área autorizado a vender o imóvel. Mesmo que o imóvel seja vendido pelo proprietário 
sem a intermediação do corretor, deverá ser paga a comissão acordada, a não ser que se comprove 
que o corretor de imóveis estava se omitindo e deixando de realizar o trabalho como deveria.
Caso o contrato não tenha exclusividade, o corretor apenas receberá a comissão se concretizar 
o negócio, podendo o proprietário do imóvel contratar outros profissionais.
Muito importante você saber que, ao assinar contrato de exclusividade com seu cliente, você 
deve oferecer serviço diferenciado, garantindo mais qualidade e efetividade ao serviço. Isso sig-
nifica investir mais tempo nos anúncios, divulgação e prospecção de possíveis compradores.
O cliente que busca um contrato de exclusividade com o corretor quer agilidade no processo. 
Portanto, o corretor de imóveis deverá potencializar a divulgação do imóvel em mídias diferen-
ciadas e estar em constante contato com o cliente, informando sempre o andamento e status 
do negócio.
Na verdade, essas são atitudes que o corretor de imóveis deve ter sempre, em qualquer con-
trato. Porém, quando há exclusividade, elas devem ser potencializadas, de forma que o seu cliente 
perceba a vantagem e os benefícios.
É importante definir como será a prestação de serviços:
 ~ Se contrato de exclusividade (por quanto tempo)ou não;
 ~ Valor do imóvel;
 ~ A taxa de corretagem;
 ~ Estratégias utilizadas para divulgação (em quais canais e como serão feitas). 
Depois disso definido, é fundamental a elaboração do contrato de prestação de serviços de 
corretagem imobiliária, que trará transparência e segurança para ambas as partes.
SAIBA MAIS: para acessar modelos de contratos, inclusive o de 
corretagem imobiliária, acesse o link: http://www.creci-pe.gov.br/
modelos_contratos.php
Bom, depois dos assuntos básicos definidos, é hora da construção do anúncio do imóvel.
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Nas aulas de Comunicação e Expressão e de Marketing Imobiliário, você verá esse assunto 
com mais propriedade. Mas vale sempre lembrar:
 � Colocar placas ou faixas é uma forma eficaz de comunicar que 
o imóvel está à venda. Mas é importante sempre consultar a 
legislação do município sobre a Comunicação Visual;
 � Anunciar em sites, plataformas e redes sociais que atinjam o público-alvo daquele imóvel;
 � Escrever os anúncios com ortografia correta, de forma clara, objetiva e 
que traga informações importantes e que despertem interesse;
 � Atualizar sempre as informações do imóvel. Ou seja, é necessário estar sempre 
em contato com o proprietário, para que essas atualizações sejam possíveis;
 � Acompanhar os acessos aos anúncios para, caso não esteja dando 
certo, analisar o motivo pelo qual não está havendo interessados.
O corretor de imóveis deve elaborar o Termo/ Controle de Visitação de Imóvel. Esse instru-
mento serve como garantia e registro de que o corretor de imóveis realmente mostrou o imóvel 
para os interessados.
SAIBA MAIS: para acessar modelo de Termo/ Controle de Visitação de 
Imóvel, acesse o link: http://www.creci-pe.gov.br/modelos_
contratos.php
Ao encontrar possíveis interessados, você deverá seguir cada passo de uma negociação, con-
forme explicado nas aulas de Organização e Técnicas de Negociação.
No momento que as partes estão negociando valores e formas de pagamento, você, como 
corretor de imóveis, deve atuar esclarecendo dúvidas e colocando-se à disposição para auxiliar. 
Mais uma vez, reforço aqui a importância de você estudar todas as aulas do nosso curso, para 
que de fato consiga fazer a intermediação de forma exitosa.
Em seguida, é o momento da formalização do negócio. É importante o corretor de imóveis 
conhecer as principais questões jurídicas que envolvem não apenas os contratos de compra e 
venda e de corretagem, mas também a documentação e a responsabilidade civil decorrente. Por 
isso, se aprofunde nas aulas de Direito Imobiliário, que apresenta tais questões de forma mais 
detalhada. Porém, faz-se necessário contar sempre com o auxílio de um advogado.
O acordo das partes feito no momento do fechamento deve ser formalizado por meio do 
contrato, que deve ser orientado por um advogado. A aquisição de uma propriedade no orde-
namento jurídico brasileiro acontece mediante o registro de título (escritura) de transferência de 
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Aula 2
O Corretor de Imóveis: características, o 
exercício profissional e os encargos da profissão
propriedade entre vivos, por meio do serviço de registro imobiliário competente (conforme Art. 
1.245 do Código Civil).
O corretor deve propiciar as condições para a formalização do acordo (assinatura do contra-
to) e a entrega das demais documentações e das chaves. Assim, você precisa facilitar o diálogo 
entre as partes.
Finalizado o processo, o corretor precisa fazer o acompanhamento do pós-venda, entrando 
em contato com os clientes para saber a satisfação deles e se colocar à disposição para quaisquer 
necessidades.
Permuta
A permuta imobiliária é uma transação comercial. É considerada uma modalidade de negócio 
imobiliária, com segurança jurídica. Acontece por meio da troca de bens entre duas pessoas ao 
mesmo tempo. Esses bens podem ser terrenos, casas, apartamentos, imóveis comerciais, entre 
outros.
Ou seja, a permuta imobiliária acontece quando, por exemplo, uma pessoa quer comprar 
uma casa e quer dar como parte do pagamento uma outra casa que possui maior (ou menor) 
valor. Outro exemplo é quando uma pessoa quer vender um apartamento e aceita outro imóvel 
de menor valor como parte do pagamento.
Note que, nos dois exemplos, estamos falando de transações imobiliárias em que parte do 
pagamento de um imóvel é um outro imóvel de menor valor. Por esse motivo, a parte que rece-
berá o imóvel de maior valor deverá pagar a diferença.
Portanto, a permuta imobiliária não necessariamente é realizada com bens de valores iguais, 
visto que pode haver a compensação financeira de uma das partes.
O corretor de imóveis, quando se depara com uma situação de permuta imobiliária, que é 
cada vez mais comum, deve desempenhar seu trabalho da mesma forma como na modalidade 
de compra e venda sem permuta.
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OPERAÇÕES 
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Porém, ele deve atentar-se às peculiaridades que essa transação exige:
1. Os compradores devem avaliar os imóveis e chegar a um acordo 
dos valores que cada imóvel vai ter no contrato.
É fundamental aqui que o corretor cheque sempre com ambas as partes 
se estão confortáveis com os valores. Nunca deixe seus clientes com a 
sensação de que estão “perdendo dinheiro” ou em “desvantagem”.
2. Verifique se os dois imóveis estão com todos os documentos regularizados. 
Ou seja, pesquise se os imóveis possuem alguma pendência financeira 
ou administrativa. Adiante veremos quais são esses documentos.
Caso uma das partes ainda queira algum documento adicional, não tem problema. 
Isso mostra que eles querem segurança na transação imobiliária. Por isso, caso um dos 
clientes solicite algum outro documento, você não deve agir de forma incompreensiva. 
E quais são esses outros documentos que podem ainda ser solicitados?
 ~ Consulta em sistemas de proteção ao crédito, como SCPC e 
SERASA, para verificar a saúde financeira do comprador.
 ~ Documento de desapropriação, para saber se aquele imóvel 
será desapropriado ou não. Esse documento pode ser retirado 
na prefeitura da cidade apenas pelo proprietário.
Bom, com os documentos em ordem, é hora do contrato!
Há necessidade de escritura pública, lavrada em um tabelião de notas. O contrato deve des-
crever, com todos os detalhes, os imóveis que estão envolvidos na permuta.
O que seria esse “detalhadamento”? É constar os valores dos imóveis e como a diferença de 
valores (caso haja) será paga, informações de localizações e como será feita a entrega dos bens.
O interessante da permuta imobiliária é que, caso os valores dos imóveis sejam iguais, o ne-
gócio é isento de tributação de imposto de renda, já que não existe a torna (complementação 
pela diferença do valor).
Você deve estar pensando: quem paga o corretor de imóveis?
A permuta imobiliária é uma transação um pouco mais complexa para o corretor, pois envolve 
mais visitas a cada imóvel e mais tempo de negociação para chegar a um acordo com os dois 
lados sobre os valores e condições da permuta. Por isso, são consideradas duas vendas em uma 
mesma operação.
Assim, o interessante é que, normalmente, os dois interessados na permuta pagam comissão 
ao corretor de imóveis.
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Aula 2
O Corretor de Imóveis: características, o 
exercício profissional e os encargos da profissão
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Locação
Locação de imóveis é a cessão de uma parte, proprietária do bem, à outra do direito de usu-
fruto desse bem em troca de um pagamento por um tempo determinado.
O locador é o proprietário do imóvel, é quem cede.
O locatário ou inquilino é quem paga pelo uso do imóvel.
O contrato de locação é o que vai reger essa relação. Nas aulas de Direito Imobiliário, há todas 
as peculiaridades desse contrato, pois, para o corretor que pretende trabalhar com locação, é 
imprescindível conhecer muito bem a Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/91) (BRASIL, 1991).
Alguns corretores de imóveis não querem trabalhar comlocação por achar que a remunera-
ção não é tão vantajosa quanto à de compra/venda. Porém, é uma alternativa interessante, pois 
é uma transação muito mais rápida e constante.
É importante que o corretor de imóveis entenda o motivo pelo qual alguém loca um imóvel. 
Veja que há uma grande diferença entre locação e transação de compra e venda.
A pessoa que está colocando seu imóvel para locação provavelmente trata esse imóvel como 
um investimento, renda extra. Por isso, ela não quer “perder dinheiro”.
Por outro lado, uma pessoa que está buscando um imóvel para locação não está comprando 
sua casa própria. Portanto, como em qualquer outra transação, o corretor precisará compreender 
o que cada cliente quer para que possa oferecer a melhor prestação de serviços que for possível.
Todas as questões sobre Atendimento e Negociação que já vimos aqui em nossas aulas e 
que estão nos demais componentes curriculares também devem ser colocadas em práticas nas 
atividades de locação de imóveis.
Então vamos ver as questões particulares:
 � O corretor, como sempre, deve conhecer bem o imóvel disponível para locação a fim 
de passar para os possíveis locatários todas as possibilidades e limitações estruturais;
 � O corretor deve verificar o valor do aluguel do imóvel, valor do 
condomínio (quando tiver) e condições de pagamento do IPTU;
 � Formas de pagamento: boleto bancário, depósito em conta ou 
qualquer outra forma de pagamento que o locador quiser;
 � Garantia de locação: o locador poderá exigir do locatário uma garantia para que 
ele ceda o imóvel para uso. Ele poderá solicitar apenas uma das garantias:
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Aula 2
O Corretor de Imóveis: características, o 
exercício profissional e os encargos da profissão
 ~ Caução: geralmente é uma quantia em dinheiro que o locatário fornece ao 
locador, não podendo exceder o valor de três aluguéis. Deverá ser depositada 
em conta poupança. Quando finalizado o contrato, caso não haja dívidas, o 
locador deverá devolver o valor ao locatário com os rendimentos da poupança.
 ~ Fiança: é quando o locatário apresenta uma pessoa (fiador), que se 
responsabiliza pela locação, caso o locatário não cumpra alguma.
 ~ Seguro-fiança: é um seguro de uma companhia seguradora que o locatário 
pode fazer. Como é um seguro, ele deve ser renovado todo ano.
ATENÇÃO: o locador só poderá solicitar cobrança antecipada do valor do aluguel 
caso o locatário não ofereça uma das garantias de locação.
O corretor deve saber muito bem quais são os direitos e deveres de cada parte na locação, 
que são:
Deveres do locador:
 � Entregar o imóvel em condições de uso;
 � Fornecer os recibos de pagamento do aluguel;
 � Pagar as despesas extraordinárias do condomínio, como reformas 
no prédio, fundo de reserva, manutenções etc.
Deveres do locatário:
 � Pagar o aluguel no prazo e local acordados, conforme contrato;
 � Utilizar o imóvel conforme determinado no contrato 
(para fins residenciais ou comerciais);
 � Restituir o imóvel, no final do contrato da locação, conforme foi recebido;
 � Não realizar modificações no imóvel sem prévia autorização 
por escrito do proprietário do imóvel;
 � No caso de apartamento, cabe ao locatário pagar as despesas ordinárias do 
condomínio, como limpeza, água, luz, salários dos funcionários etc.
O corretor de imóveis deve conversar com o proprietário para que ele já estipule como será 
o reajuste do valor do aluguel. Isso deve ser informado ao locatário e essa informação deverá 
constar do contrato.
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Documentos para negociação de imóvel 
Agora vamos conhecer os documentos exigidos para a negociação do imóvel, tanto na com-
pra/ venda como na permuta e locação.
O corretor de imóveis deve conhecer e saber qual a documentação fundamental que garante 
saber as condições do imóvel.
Vamos ver quais são esses documentos:
 ~ Matrícula atualizada do imóvel: é o dossiê do imóvel, que registra todas alterações es-
truturais realizadas nele e aponta restrições, caso o imóvel tenha alguma, como hipoteca, 
promessa de compra e venda, arrolamento em alguma ação que possa resultar em penhora. 
A cópia da matrícula pode ser retirada no Cartório de Registro de Imóvel da região em que 
o imóvel está localizado.
 ~ Certidões: são os documentos que garantem o estado civil das partes envolvidas (pois, 
caso a pessoa seja casada, o cônjuge também precisa ser averiguado); que garantem que 
o imóvel negociado não consta de nenhum inventário de herança; que certificam que o 
bem não está passando por processo de execução municipal, estadual e federal.
Vamos ver quais são essas certidões:
 9 Certidão de Distribuição Cível;
 9 Certidão de Nascimento/Casamento;
 9 Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas;
 9 Certidão Negativa de Débitos Federais de Pessoa Física;
 9 Certidão Negativa de Débitos na Junta Comercial;
 9 Certidão Negativa de Débitos de Tributos Imobiliários.
 ~ IPTU e condomínios: é importante solicitar documento que comprove que, até a data de 
assinatura do contrato, os débitos referentes ao IPTU e condomínio estão pagos.
SAIBA MAIS: para saber como é feito o reajuste de aluguel, acesse o link: 
https://meulugar.quintoandar.com.br/igp-m-reajuste-de-aluguel/
No momento que há o interesse de uma pessoa em alugar um imóvel, todas as questões que 
acabamos de ver devem ser negociadas.
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Aula 2
O Corretor de Imóveis: características, o 
exercício profissional e os encargos da profissão
O corretor deve ouvir a proposta e levá-la ao proprietário do imóvel, auxiliando na análise. 
Mas lembre-se: o imóvel não é seu. Por isso, você auxiliará com informações técnicas e práticas, 
mas a decisão é do proprietário.
O que pode ser negociado? Valores, garantia de locação, pagamento de IPTU e demais taxas, 
dia de vencimento, reformas que se façam necessárias. Tudo isso deverá estar de forma clara 
no contrato.
Negócio fechado, é hora da vistoria!
Antes mesmo de iniciar o trabalho de anúncio e divulgação do imóvel para seu cliente, é im-
portante fazer com ele a vistoria do imóvel com relatório de fotos, verificando as condições do 
imóvel. Faça anotações sobre o estado de conservação. Depois, faça um termo de vistoria por 
escrito. Essas condições do imóvel também estarão no contrato.
Esse é um processo fundamental que muitas vezes as pessoas não fazem de forma adequada. 
Você, como um corretor de imóveis diferenciado, deixará claro para as duas partes o quanto essa 
etapa é importante. Você pode pedir a eles que a façam com você.
Portanto, assim que o negócio for fechado, faça a vistoria com o locatário, observando e 
verificando se tudo o que está no contrato está em conformidade com as condições do imóvel, 
pois é exatamente assim que ele deverá devolvê-lo. Depois disso, assina-se o contrato e o termo 
de vistoria.
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OPERAÇÕES 
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Pesquisa de mercado imobiliário
A pesquisa de mercado imobiliário consiste em avaliar este mercado em uma determinada 
cidade ou região e tem como objetivos principais: examinar o potencial para comercialização de 
novos empreendimentos, identificar as preferências da população e avaliar o poder aquisitivo das 
pessoas. Todas essas e demais informações devem ser detalhadas em um relatório.
É um nicho muito interessante para atuação do corretor de imóveis. Para aqueles que gostam 
de pesquisa, investigação e antecipação dos fatos, é uma excelente alternativa. Mas é funda-
mental que todo corretor de imóveis faça esse tipo de estudo para melhorar sua produtividade 
e expandir os negócios.
O corretor de imóveis, ao fazer estudo do mercado imobiliário, deve reunir uma série de 
dados e transformá-los em informação, contribuindo assim para o planejamento estratégico e 
definição das metas de negócio.
Exemplo: ao ler que nos anos seguintes os juros de financiamento de imóveis deverão 
ficar mais baixos, o corretor pode trabalhar com essa notícia de forma estratégica. Uma 
possibilidade é levar essainformação para clientes que costumam comprar imóveis para 
vender em ocasiões oportunas do mercado (como essa).
Mas o corretor não deve simplesmente chegar e falar: “Olha, ouvi dizer que…”. Essa não é uma 
atitude profissional. Ele deve pesquisar em mais fontes (confiáveis), buscando mais informações 
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Aula 2
O Corretor de Imóveis: características, o 
exercício profissional e os encargos da profissão
para fazer uma apresentação que demonstre, com simulações, como o cliente poderá ganhar 
dinheiro e em quanto tempo.
Nunca, de forma alguma, o corretor deve levar informações equivocadas. Quanto mais você 
demonstrar profissionalismo, mais segurança seus clientes terão em você.
Fontes confiáveis que podem auxiliar:
 ~ IBGE – Mercado imobiliário: no site do IBGE, você pode encontrar informações e estudos 
referentes ao mercado imobiliário.
SAIBA MAIS: https://www.ibge.gov.br/
 ~ Secovi – Sindicato da Habitação: no site da Secovi, há sempre informações relevantes do 
setor imobiliário, como pesquisas, índices, legislações e anuários.
SAIBA MAIS: https://www.secovi.com.br/
 ~ COFECI – Conselho Federal de Corretores de Imóveis e CRECI – Conselho Regional de 
Corretores de Imóveis: no site do COFECI e dos CRECIs, há informações importantes da 
área imobiliária que você pode utilizar em suas pesquisas.
SAIBA MAIS: https://www.cofeci.gov.br/
 ~ Blogs confiáveis: sempre que acessar um blog, tome cuidado para ter certeza de que é 
uma fonte confiável, pois nem todos os blogs possuem curadoria e controle de postagens. 
Por isso, assegure-se de que o responsável pelo blog seja uma fonte confiável.
 Como exemplo de blog confiável temos o Blog Corretor Ibresp.
SAIBA MAIS: https://www.ibresp.com.br/blog/
 ~ Revistas e jornais de grande circulação: leia sempre os cadernos de economia e tendên-
cias dos grandes jornais e revistas. Trazem sempre muitas informações interessantes que 
podem impactar na área imobiliária.
Você deve estar se perguntando: mas como faço essas pesquisas?
Existem várias formas de fazer pesquisa de mercado imobiliário, mas o ponto principal é en-
tender qual objetivo: saber o comportamento, as necessidades e as preferências do consumidor? 
Acompanhar tendências?
Depois de saber o que você quer ter de informações, verifique as fontes que poderão oferecer 
tais dados. Fazer pesquisas diretamente com os clientes também é importante.
Fazer pesquisa de mercado de forma detalhada não é simples. Caso você se interesse pelo 
assunto, se especialize. Tenho certeza de que agregará valor ao seu trabalho e se tornará um 
diferencial.
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Captação de imóveis
A captação de imóveis é o processo de busca de imóveis que estão disponíveis para comer-
cialização. Essa atividade só pode ser desenvolvida pelo corretor de imóveis. Portanto, é uma 
ação que requer técnica e profissionalismo.
Podemos dizer que o primeiro contato com o cliente proprietário de um imóvel acontece 
por meio da captação. Portanto, é uma etapa importante que deve ser feita de forma estratégica. 
Captar imóveis não é falar para o proprietário que está querendo vender um imóvel: “Oi, sou 
corretor de imóveis e quero vender seu imóvel”. Essa abordagem deve obedecer a premissas de 
atendimento para que o cliente/ proprietário confie em você ou na empresa em que você trabalha.
O que o proprietário do imóvel quer? Ele quer sentir segurança em saber que o imóvel dele 
está sob os cuidados de uma pessoa qualificada, que ele não terá problemas e, claro, que con-
seguirá realizar a venda ou locação de maneira eficaz e satisfatória.
Vamos ver como pode ser feito isso:
 9 Estude as regiões em que você fará a captação de imóveis, verificando se 
conseguirá prospectar clientes interessados naquele tipo de imóvel.
 9 Apresente-se ao proprietário do imóvel dizendo quem é você como profissional, 
que você estava pesquisando imóveis para comercialização e que gostaria de 
conversar melhor com ele para verificar possível trabalho em conjunto.
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Aula 2
O Corretor de Imóveis: características, o 
exercício profissional e os encargos da profissão
 9 Apresente-se sempre com roupas adequadas. Demonstre profissionalismo 
com a sua imagem, comportamento e linguagem.
 9 Apresente estratégias de comercialização: mostre em quais canais você 
anunciará, de acordo com o público-alvo que possa interessar-se pelo imóvel.
 9 Faça fotos e vídeos bem-feitos, pois essa é uma ótima estratégia.
 9 Não minta e não omita informações.
 9 Assim como já falamos nesta nossa aula, faça um contrato 
de prestação de serviços de corretagem.
Temos dois tipos de captação de imóveis:
 ~ Receptiva: é quando o cliente procura um corretor de imóveis ou uma empresa interme-
diadora para comercialização de seu imóvel.
 ~ Ativa: é quando o corretor de imóveis ou uma empresa procura proprietários de imóveis 
interessados em comercializar.
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Administração de imóveis
Administração de imóveis é a intermediação da locação, entre o proprietário e o inquilino, por 
meio da gestão do imóvel, aluguel e eventuais problemas que possam surgir. É a intermediação 
entre proprietário e inquilino. Pode ser realizada pelo próprio proprietário do imóvel, por uma 
imobiliária, por um corretor de imóveis ou por um advogado.
Mas aqui vamos ver como você, enquanto corretor de imóveis, pode atuar nessa área.
A administração de imóveis é um serviço que o corretor de imóveis pode oferecer aos seus 
clientes.
O que o corretor de imóveis deverá fazer como administrador do imóvel? Após o contrato ser 
assinado, da forma como vimos aqui em nossa aula, o corretor deverá:
 9 Fazer a gestão dos documentos referentes à locação. Para isso, é 
importante que tenha local apropriado para guardar os documentos 
físicos e que faça cópia de segurança em meios virtuais;
 9 Prestar todos os esclarecimentos possíveis às duas partes: locador e locatário;
 9 Ser o intermediário entre proprietário e inquilino para resolução 
de eventuais problemas que possam surgir;
 9 Prover o meio de pagamento mensal do aluguel: boleto ou depósito em conta;
 9 Receber mensalmente o pagamento da locação e 
atuar de forma que não haja inadimplência;
 9 Expedir recibo de pagamento mensal do aluguel;
 9 Zelar pelo imóvel e cobrar, se necessário, a entrega do imóvel 
em condições iguais às que foram entregues.
Como o corretor de imóveis recebe por esse serviço prestado?
Muitos corretores de imóveis e imobiliárias cobram o valor do primeiro aluguel assim que o 
contrato é fechado, e depois cobram uma porcentagem do valor mensal, que é, em geral, de 10%.
ATENÇÃO: isso não é uma regra. O corretor de imóveis tem liberdade para 
fazer a cobrança da forma que achar melhor. Porém, é sempre importante 
ter parâmetros para saber como você pode cobrar seus honorários.
IMPORTANTE: sobre a atividade de avaliação de imóveis, teremos adiante 
uma aula especialmente para ela.
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Aula 2
O Corretor de Imóveis: características, o 
exercício profissional e os encargos da profissão
Encargos da profissão
O corretor e, se for o caso, a pessoa jurídica a ele vinculada têm a obrigação de efetuar o pa-
gamento da anuidade para o CRECI – Conselho Regional do Estado em que estiverem inscritos.
O valor das anuidades foi fixado pela Lei º 6.530 (BRASIL, 1978a), Art. 16.
TOME NOTA: esses valores são corrigidos anualmente pelo índice oficial de preços 
ao consumidor e você pode consultar as alterações, assim como realizar a impressão 
do boleto para pagamento do valor da anuidade diretamente no site do Conselho 
Regional em que mantiver sua inscrição.
O Art. 6º da Lei nº 6.530 (BRASIL, 1978a) prevê que as pessoas jurídicas inscritas no Conselho 
Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) sujeitam-se aos mesmos deveres e têm os mesmos 
direitos das pessoas físicas nele inscritas.
Prevê ainda que o corretor de imóveis pode associar-se a uma ou mais imobiliárias e manter 
sua autonomia profissional,mediante contrato de associação específico, registrado no Sindicato 
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OPERAÇÕES 
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dos Corretores de Imóveis ou, onde não houver sindicato instalado, nas delegacias da Federação 
Nacional de Corretores de Imóveis.
O corretor de imóveis associado e a imobiliária devem ajustar, entre si, como serão desem-
penhadas as funções correlatas à intermediação imobiliária e quais serão os critérios da partilha 
dos resultados da atividade de corretagem, mediante obrigatória assistência da entidade sindical.
Assim, desde que não haja elementos que caracterizem vínculo empregatício, previstos no 
Art. 3º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o contrato de associação não implica troca 
de serviços, pagamentos ou remuneração entre a imobiliária e o corretor de imóveis associado.
Vamos verificar este artigo?
Art. 3º. Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de 
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário 
(BRASIL, 1943).
Bom, agora que abordamos as principais atividades desempenhadas pelo corretor de imóveis, 
seguem algumas orientações de boas práticas para o dia a dia:
 9 Visto que muitos clientes chegam até o corretor de imóveis por meio das redes 
sociais, tenha perfis e fotos que demonstrem profissionalismo e credibilidade;
 9 Nas redes, crie conteúdos e compartilhe informações que sejam relevantes e 
interessem aos agentes do mercado imobiliário (todos os envolvidos no processo);
 9 Dicas de conteúdo para redes sociais: os conteúdos devem ser em formato de 
orientações para o cliente, exemplos: melhores parques de Campinas; 5 motivos 
para você morar em Araraquara; 3 motivos para você financiar seu imóvel; comprar 
imóvel pronto ou na planta?; 5 motivos para investir em imóveis etc. Ou seja: 
elabore e promova conteúdos que sejam de interesse para a área imobiliária;
 9 Participe de eventos da área imobiliária, que podem trazer atualizações 
técnicas e profissionais, bem como aumentar e melhorar o networking, como: 
cursos, palestras, workshops, congressos, convenções, fóruns, feiras etc.;
 9 Tenha comprometimento, responsabilidade e pontualidade com 
todos os compromissos e informações dos clientes;
 9 Seja sempre educado, independentemente da situação;
 9 Entenda que o trabalho do corretor de imóveis é de servir, orientar e facilitar a 
transação imobiliária. A venda é uma consequência das ações que a antecedem;
 9 O corretor de imóveis não é vendedor. Ele é agente facilitador do mercado imobliário.
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Aula 2
O Corretor de Imóveis: características, o 
exercício profissional e os encargos da profissão
Síntese da aula
 ` Devido ao desenvolvimento tecnológico, o perfil do 
corretor mudou e a sua forma de atuar também;
 ` É preciso entender essa mudança para que o corretor mantenha a 
competitividade e não perca seu espaço no mercado de trabalho;
 ` É preciso que o corretor da atualidade desenvolva, entre outras 
características, flexibilidade, multidisciplinaridade, criatividade, 
inteligência emocional e relacionamento interpessoal;
 ` Para que o corretor exerça a função de avaliador de imóveis, devidamente 
inscrito no Cadastro Nacional de Avaliadores de Imóveis (CNAI), é necessário 
que, além de possuir o título de Técnico em Transações Imobiliárias, ele 
possua o certificado de conclusão do curso de Avaliação de Imóveis;
 ` O corretor de imóveis pode exercer atividades de intermediação 
na compra, venda, permuta e locação de imóveis;
 ` O valor da anuidade, fixado pela Lei nº 6.530/1978, sofre alterações 
anuais, devendo o corretor consultar as alterações no site do 
Conselho Regional em que mantiver sua inscrição;
 ` O corretor de imóveis pode associar-se a uma ou mais imobiliárias, mantendo 
sua autonomia profissional, mediante contrato de associação específico.
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Exercícios
Vamos verificar se você compreendeu a matéria desta aula?
Caso tenha ficado com dúvidas, sugiro que retorne ao conteúdo da aula para revisão.
 1. O corretor de imóveis pode exercer a função de Avaliador de Imóveis, independentemente de curso 
específico e de registro no CNAI.
A. ( ) Verdadeiro.
B. ( ) Falso.
 2. Sempre que o corretor prestar serviços para uma imobiliária ele deve ser devidamente registrado 
como empregado, nos moldes da CLT.
A. ( ) Verdadeiro.
B. ( ) Falso.
 3. O valor da anuidade paga pelas pessoas jurídicas ao Conselho Regional depende do valor do capital 
social da empresa imobiliária.
A. ( ) Verdadeiro.
B. ( ) Falso. G
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Órgãos Fiscalizadores 
e Entidades de Classe: 
COFECI, CRECI, sindicatos 
e associações
Caro(a) aluno(a), 
Agora vamos lá: por que algumas profissões têm órgãos de fiscalização e outras não? Qual a 
diferença entre o COFECI, o CRECI, os sindicatos e associações da área imobiliária? Para tanto, 
estudaremos:
 ` Conselhos de Classe – COFECI/CRECI;
 ` Associações;
 ` Sindicatos;
 ` Custeio das Atividades Sindicais.
No final desta aula, você será capaz de diferenciar cada uma das instituições estudadas, en-
tender a função que exercem e a importância delas para o exercício da atividade profissional de 
corretor de imóveis.
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Aula 3
Órgãos Fiscalizadores e Entidades de Classe: 
COFECI, CRECI, sindicatos e associações
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Conselhos de Classe – 
autarquias profissionais
Agora que você sabe o que é profissão regulamentada, fica mais fácil entender que a lei pode 
criar órgãos para fiscalizar esse exercício profissional, para verificar se o profissional, na sua rotina 
de trabalho, observa as normas técnicas que foram regulamentadas.
Os órgãos que possuem esse poder de fiscalização são chamados de Conselhos de Classe. Eles 
são pessoas jurídicas de direito público interno, constituídas sob a forma de autarquias federais, 
o que significa dizer que exercem uma atividade tipicamente pública.
Por causa disso, eles possuem privilégios conferidos pela administração pública, como a pos-
sibilidade de arrecadar, de forma obrigatória, contribuições dos seus filiados, também chamadas 
de anuidades.
Assim, a anuidade dos Conselhos possui natureza tributária, razão pela qual a falta de paga-
mento pode gerar cobrança via execução fiscal.
TOME NOTA: segundo o Art. 8º da Lei nº 12.514 (BRASIL, 2011a), para que 
os Conselhos Profissionais ajuízem execução fiscal cobrando anuidades em 
atraso, é necessário que o total da quantia executada seja de, no mínimo, 
quatro vezes o valor da anuidade. Mesmo não tendo o poder de executar 
a dívida, o Conselho Profissional poderá adotar outra sanção contra o 
inadimplente: poderá suspender ou cancelar seu registro profissional. Assim, 
o fato de os conselhos não poderem executar dívidas inferiores a quatro 
vezes o valor cobrado anualmente da pessoa física ou jurídica inadimplente 
não impede que seja feita a suspensão ou o cancelamento do registro do 
profissional que deixar de efetuar o pagamento das anuidades. Isso está 
previsto no Art. 8º, parágrafo único, da Lei nº 12.514 (BRASIL, 2011a), que 
trata das contribuições devidas aos conselhos profissionais em geral. 
STJ. 2ª Turma. Resp. 1659989-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 
25/04/2017. Resumo extraído do site www.dizerodireito.com.br (informativo 
603, STJ).
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Aula 3
Órgãos Fiscalizadores e Entidades de Classe: 
COFECI, CRECI, sindicatos e associações
COFECI / CRECI
O Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI) e os Conselhos Regionais de Corretores 
de Imóveis (CRECIs) são Conselhos Profissionais, que, conforme estudamos, têm a finalidade de 
fiscalizar o exercício da atividade profissional do corretor de imóveis.
A Lei nº 6.530 (BRASIL, 1978a), em seu Art.5º, dispõe que:
Art 5º. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais são órgãos de disciplina 
e fiscalização do exercício da profissão de Corretor de Imóveis, constituídos 
em autarquia, dotada de personalidade jurídica de direito público, vinculada ao 
Ministério do Trabalho, com autonomia administrativa, operacional e financeira.
O COFECI tem sede em Brasília e possui competência para atuar em todo o território nacio-
nal. Já os CRECIs têm sede na capital do estado ou dos estados pelos quais são responsáveis, a 
critério do Conselho Federal.
O Conselho Federal é composto por dois representantes de cada Conselho Regional, eleitos 
dentre os seus membros. Os Conselhos Regionais, por sua vez, são compostos por 27 membros, 
eleitos pelos profissionais inscritos.
As atribuições do Conselho Federal estão estabelecidas no Art. 16 da Lei nº 6.530 (BRASIL, 
1978a), entre as quais podemos citar: baixar normas de ética profissional; criar e extinguir Con-
selhos Regionais; elaborar contrato padrão para os serviços de corretagem de imóveis; fixar as 
multas, anuidades e emolumentos devidos aos Conselhos Regionais.
Já as atribuições dos Conselhos Regionais estão fixadas no Art. 17 da mesma lei, entre as quais 
podemos citar: decidir sobre os pedidos de inscrição de Corretor de Imóveis e de pessoas jurídi-
cas; expedir carteiras profissionais e certificados de inscrição; impor sanções; baixar resoluções 
no âmbito de sua competência.
SAIBA MAIS: para complementar seu estudo, você pode consultar a Lei 
nº 6.530/1978, por meio do link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l6530.htm
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Associações
As associações são formadas por indivíduos que decidem se unir para lutar por seus interesses 
comuns. A associação não possui finalidade lucrativa, como acontece com as sociedades.
Assim, a primeira coisa que precisamos entender é que qualquer pessoa pode criar uma 
associação, desde que organize um grupo com fins lícitos e interesses comuns e que não haja 
objetivo de ganhar dinheiro.
Como exemplos de associações do mercado imobiliário podemos citar a Associação das Em-
presas do Mercado Imobiliário (ADEMI), Associação das Empresas Loteadoras (AELO), Associação 
Brasileira de Mercado Imobiliário (ABMI), Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis 
(ABADI) e outras.
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Aula 3
Órgãos Fiscalizadores e Entidades de Classe: 
COFECI, CRECI, sindicatos e associações
A Constituição Federal (BRASIL, 1988) garante, em seu Art. 5º, incisos XVII e XVIII, que as 
pessoas são livres para se associarem e para constituírem associações, independentemente de 
autorização estatal.
O Código Civil (BRASIL, 2002), por sua vez, em seus Arts. 53 a 61, traz as regras para criação, 
funcionamento e dissolução das associações.
Para o nosso estudo, é importante saber que a associação é uma pessoa jurídica constituída 
mediante Estatuto e registrada no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas (CRPJ).
É possível que a associação institua por meio de seu estatuto a cobrança de mensalidade dos 
associados, a fim de custear as despesas administrativas com a sua manutenção.
No entanto, a própria Constituição Federal (BRASIL, 1988) garante, em seu Art. 5º, inciso XX, 
que “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado”.
SAIBA MAIS: se você quiser se aprofundar mais nessa discussão, sugiro 
que leia o artigo Condomínio de fato: agoniza, mas não morre, disponí-
vel em: https://flaviotartuce.jusbrasil.com.br/artigos/526537897/con-
dominio-de-fato-agoniza-mas-nao-morre.
Bom, voltando ao conceito de associação, pelo que estudamos, é possível perceber que elas 
não são Conselhos Profissionais, que pertencem à administração pública e, por isso, pode instituir 
taxas que são consideradas tributos.
O pagamento dessas taxas, mais conhecidas como anuidades, é obrigatório, sob pena de 
ajuizamento de ação de execução fiscal para cobrança da dívida, bem como proibição do exer-
cício profissional.
As associações, por outro lado, são constituídas livremente e, apesar da possibilidade de seus 
estatutos preverem a cobrança de mensalidade, ela não é obrigatória para aqueles que não de-
sejam se associar, ressalvadas as discussões que já expusemos.
SAIBA MAIS: para complementar seu estudo, você pode visitar 
o site da Associação Brasileira de Mercado Imobiliário. 
Segue link: http://www.abmi.org.br/eventos
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OPERAÇÕES 
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Sindicatos
Os sindicatos surgiram em meados do século XIX em virtude da união dos trabalhadores, que 
dividiam o mesmo espaço na indústria e buscavam melhorias para as suas condições de trabalho.
Essas uniões deram origem aos sindicatos, entidades que, representando a coletividade, pas-
saram a ostentar um poder maior de barganha perante os empregadores, conferindo melhores 
perspectivas de trabalho aos empregados.
Com o passar do tempo, foram criadas também entidades sindicais que representassem os 
empregadores, também chamados de sindicatos representativos da categoria econômica ou 
sindicatos patronais.
Nesse sentido, a realidade trabalhista brasileira tem entidades coletivas que representam os 
dois polos da relação.
O sindicato tem hoje um importante papel na elaboração de acordos e convenções coletivas 
de trabalho. A importância desses instrumentos é que eles têm o poder de estabelecer normas 
capazes de regular as relações entre as partes, empregador e empregado.
Assim, para verificar quais são os direitos de um determinado trabalhador, é preciso analisar 
se, além das leis, também existe, para a categoria, algum acordo coletivo ou convenção coletiva.
É importante que você saiba que, como ocorre na associação, a filiação ao sindicato é livre, 
não podendo o empregado ou o empregador ser obrigado a se filiar.
Entre os sindicatos do setor imobiliário podem ser citados o SECOVI (Sindicato das Empre-
sas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e 
Comerciais), também conhecido como o Sindicato da Habitação, e o SINDUSCON (Sindicato 
da Indústria da Construção Civil), de grande importância no setor. Para conhecer melhor, visite 
a página de cada um desses sindicatos de seu estado.
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Aula 3
Órgãos Fiscalizadores e Entidades de Classe: 
COFECI, CRECI, sindicatos e associações
Por último, antes de falarmos sobre o custeio das entidades sindicais, sugiro que você visite a 
página do sindicato dos corretores de imóveis do seu estado, bem como da Federação Nacional 
dos Corretores de Imóveis (Fenaci), que coordena as atividades dos sindicatos filiados, a fim de 
acompanhar suas atividades em prol de melhorias na atuação do corretor.
SAIBA MAIS: você pode acessar o site da Fenaci por meio do seguinte 
link: http://www.fenaci.org.br/
Custeio das entidades sindicais
O custeio das entidades sindicais foi um tema bastante discutido pela mídia devido às altera-
ções que sofreu com a Reforma Trabalhista de 2017.
Assim, por certo, você irá lembrar que o trabalhador não é mais obrigado a pagar o valor co-
brado pelo sindicato a título de contribuição sindical.
No entanto, esse assunto pode causar certa dúvida, uma vez que o sindicato tem a possibili-
dade de cobrar dos seus filiados a contribuição confederativa.
Então, vamos entender exatamente como isso funciona? Vamos juntos!
Se você fizer novamente a leitura do Art. 8º, inciso IV, da Constituição Federal (BRASIL, 1988), 
que já estudamos, será possível perceber que a Constituição assegurou aos sindicatos a possibilida-
de de cobrar duas contribuições diferentes: a contribuição fixada pela assembleia geral (chamada 
de contribuição confederativa) e a contribuição prevista em lei (chamada de contribuição sindical).
A contribuição confederativa não é um tributo. Ela é fixada pela assembleia geral do sindicato 
e o seu pagamento somente é exigido daqueles que optaram por se filiar.
A contribuição sindical, por outro lado, era instituída por lei e considerada um

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