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Prévia do material em texto

AO JUÍZO DA VARA... DO TRABALHO DE SÃO LUÍS DO ESTADO DO MARANHÃO
 
 
 
 
 
PAMELA PARKER, brasileira, solteira, babá, cadastrado no CPF nº 123.456.789-10, inscrito no RG nº123, residente e domiciliada na Rua 13, nº 54, São Francisco, CEP- 12345-67, por intermédio de seu advogado abaixo assinado (procuração anexa, com indicação e endereço profissional), onde receberão as intimações e notificações de estilo e praxe, sob pena de nulidade, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, arrimado no artigo 300 e ss do CPC e art. 840 do caput e §1º da CLT, propor
 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
 
em face de FABIAN MOREIRA, brasileiro, cantor, cadastrado no CPF nº 321.654.987-11, residente e domiciliado na Rua Forte, nº 66, Calhau, Cep- 89101-12, com base nos fatos e fundamento a seguir aduzidos.
 
I – PRELIMINARMENTE
a) DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
A reclamante é pessoa hipossuficiente na forma da lei, não tendo condições de arcar com o pagamento das custas do processo sem prejuízo do seu próprio sustento e de sua família, razão pela qual requer os benefícios da Justiça Gratuita, em conformidade com o artigo 790, 3º, da CLT e art. 4º da Lei 1.060/5, vejamos:
Art. 790. §3º. É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
Art. 4°. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar às custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.
 
Diante disso, estabelecem que os indivíduos com renda igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social têm direito à justiça gratuita, incluindo isenção de custas processuais e honorários advocatícios e mediante simples declaração na petição inicial de incapacidade financeira para arcar com tais despesas.
 Assim, preliminarmente, requer a concessão da justiça gratuita, conforme previsão do artigo 790, §3º, da CLT e art.4º da lei 1060/5, considerando a situação econômica da reclamada.
 
II – DOS FATOS
A reclamante foi admitida pelo reclamado para exercer função de babá, com início das suas atividades no dia 01.01.2017 até o dia 02.02.2024, sendo o seu contrato encerrado por dispensa sem justa causa, conforme registro na sua CTPS (DOC 01).
Na jornada de trabalho, a reclamante desempenhou suas funções de segunda a sexta, das 8:00 às 17:00 e aos sábados das 8:00 às 12:00, com uma hora de intervalo intrajornada.
 Ademais, o salário-mínimo foi pago, porém o FGTS depositado foi apenas referente ao primeiro mês, não desfrutando dos demais períodos de acordo com o (DOC 02), gozou de férias de 30 dias apenas em setembro de 2018 conforme (DOC 03) e recebeu 13º salário referente a todo o período de acordo com (DOC 04). 
O termo de rescisão contratual foi assinado na residência da reclamante, sem a devida assistência do sindicato representativo da categoria dos empregados. Destaca-se que a reclamante em 18.08.2024, já estava grávida de 5 meses de acordo com o (DOC 05).
Por fim, faz se necessário o reconhecimento da dispensa sem justa causa, uma vez, que, além da rescisão contratual não ter sido devidamente pagas as verbas rescisórias correspondentes ao seu período laboral, há garantia de estabilidade provisória em virtude da gravidez da reclamada.
III – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
a) DA TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA
A estabilidade da gestante visa proteger não apenas os direitos da trabalhadora grávida, mas também o interesse do nascituro. A reintegração ao emprego assegura a estabilidade financeira necessária durante o período gestacional, garantindo assim a continuidade do sustento da mãe e do filho que está por vir, em conformidade com o disposto no artigo 10, II, “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, vejamos:
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. (Vide Lei Complementar nº 146, de 2014)
Além disso, torna-se inegável o risco de dano irreparável, uma vez que o salário possui caráter alimentar e a reclamada está gerando uma vida. Logo, com base nos documentos apresentados na presente reclamação trabalhista, que fazem prova inequívoca das alegações, em especial o exame que confirma a gravidez (DOC 05) e corrobora para os elementos que evidenciam a probabilidade do direito da reclamante. Vejamos o dispositivo que elucida o caso em tela:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
Por fim, Excelência, tendo em vista a urgência e as provas apresentadas, requer-se em caráter de urgência a reintegração da reclamante ao seu emprego. Além disso, salienta sobre não ser necessária a justificação prévia da parte contraria neste momento processual, devendo a tutela ser concedida liminarmente inaudita altera pars. 
b) DO CONTRATO DE TRABALHO 
Constata-se que a reclamante teve seu contrato de trabalho rescindido em data de 02/02/2024, tendo sua dispensa ocorrido sem justa causa. 
A legislação trabalhista trata das parcelas rescisórias devidas ao empregado em caso de demissão sem justa causa da seguinte forma: 
Art. 477, CLT - Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo.
Nesse ínterim, conforme art. 477 da CLT, o empregado demitido sem motivos, tem direito ao recebimento das verbas rescisórias. Portanto, são devidas à reclamante as seguintes parcelas rescisórias: aviso-prévio indenizado; férias vencidas (2019, 2020, 2021, 2022, 2023 e 2024), acrescida de 1/3; férias proporcionais, acrescida de 1/3; FGTS acrescido da multa no percentual de 40%, em razão da rescisão do contato de trabalho sem justa causa. 
Sendo assim, a reclamada deve ser condenada ao pagamento de todas as parcelas rescisórias alhures citadas.
c) DA GARANTIA DE ESTABILIDADE DA GESTANTE
A reclamante foi dispensada do trabalho enquanto possuía direito à estabilidade pela sua condição de gestante. Ela encontrava-se com cinco meses de gravidez, conforme o que junta em anexo no DOC 05.
Sendo assim, o ato da dispensa dado à Reclamante deve ser imediatamente desconstituído, pois é ato ilegal conforme o artigo 10, inciso II, alínea b da ADCT:
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. (Vide Lei Complementar nº 146, de 2014)
No mesmo sentido, a súmula nº 244 do TST, dispõe que “o desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade”. Conforme entendimento jurisprudencial:
ESTABILIDADE GESTANTE. O art. 10, II, b, ADCT, ao vedar a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, estabelece que a garantia do emprego se estende do momento da confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. A norma dispõe sobre a estabilidade de forma objetiva; preenchidos os requisitos, há que se reconhecer a garantia do emprego, ou indenização substitutiva, conforme Súmula 244 do C. TST. (TRT-2 XXXXX20195020467 SP, Relator: WILMA GOMES DA SILVA HERNANDES, 11ª Turma - Cadeira 1, Data de Publicação: 03/05/2021)
Dessa forma, a Reclamante não poderia ser dispensada por dispor da garantia de estabilidade desdea confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
Sendo assim, deve-se ocorrer a sua reintegração devido à sua indevida dispensa, uma vez que a Reclamante ainda está dentro do prazo de estabilidade nos termos da parte inicial do inciso II da súmula 244 do TST:
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade.
Com base no entendimento legal, não sendo possível a sua reintegração, esta garantirá a indenização correspondente ao seu período de estabilidade como dispõe a parte final do inciso II da Súmula 244 do TST.
d) DAS PARCELAS RESCISÓRIAS
Constata-se que a reclamante teve seu contrato de trabalho rescindido em data de 02/02/2024, tendo sua dispensa ocorrido sem justa causa. 
A legislação trabalhista trata das parcelas rescisórias devidas ao empregado em caso de demissão sem justa causa da seguinte forma: 
 
Art. 477, CLT Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo.
Nesse ínterim, conforme art. 477 da CLT, o empregado demitido sem motivos, tem direito ao recebimento das verbas rescisórias. Portanto, são devidas à reclamante as seguintes parcelas rescisórias: aviso-prévio indenizado; férias vencidas, acrescida de 1/3; férias proporcionais, acrescida de 1/3; FGTS acrescido da multa no percentual de 40%, em razão da rescisão do contato de trabalho sem justa causa.
Sendo assim, a reclamada deve ser condenada ao pagamento de todas as parcelas rescisórias alhures citadas. 
e) DO AVISO PRÉVIO
O aviso prévio, em palavras simples, é o ato de comunicar antecipadamente o desinteresse em dar continuidade ao vínculo contratual, sendo esta, uma obrigação comum entre qualquer das partes interessadas na rescisão, tendo como principal finalidade, preparar empregado e empregador para a transição que deriva do término da relação “empregado x empregador”. Nas palavras do doutrinador Bezerra Leite:
Com o advento da CLT, de 1943 (arts. 487 a 491), o aviso prévio passou a ser obrigatório para a parte (empregado ou empregador) que desejasse tomar a iniciativa de extinguir o contrato de trabalho por tempo indeterminado.
Pode-se dizer, assim, que, à luz da CLT, o aviso prévio é uma declaração unilateral de vontade da parte que pretende dar por extinto o contrato de trabalho que não tenha prazo determinado.
É clara a Consolidação das Leis Trabalhistas ao estabelecer a necessidade do aviso prévio, quando no artigo 487, dispõe sobre o dever da parte que sem justa causa quiser rescindir o contrato trabalhista. Adequando-se a demanda, considera-se também a disposição do inciso II do artigo 487, da CLT:
Art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de:
II - trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa.
Ainda no teor do artigo 487, da CLT, agora em seu § 1º, cabe ao empregador, pagar o montante salarial correspondente ao período relativo ao aviso prévio, garantindo ainda, a integração desse período ao seu tempo de serviço, veja-se:
§ 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço.
Desta forma, é explícita a desobediência às leis trabalhistas vigentes, vez que, como demonstrado no documento em anexo, o empregador não comunicou previamente o seu desinteresse na continuidade do vínculo trabalhista, assim como não pagou o valor respectivo ao período de aviso do qual a requerente possui direitos.
Assim, o período de aviso prévio indenizado corresponde aos 7 anos de serviço prestado pela reclamante, que em conformidade com o parágrafo único do artigo 1° da Lei 12.506/2011, serão 51 dias de aviso prévio. Logo, será devido o valor de R$ 2.400,06 (dois mil quatrocentos reais e seis centavos) a título de aviso prévio indenizado (segue anexa planilha do PJe-Calc).
f) DA PRESCRIÇÃO DOS VALORES DEVIDOS A TÍTULO DE FGTS
Para a cobrança de valores não depositados no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é aplicada a tese da prescrição quinquenal, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) que dispõe no Tema 608 que “O prazo prescricional aplicável à cobrança de valores não depositados no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é quinquenal, nos termos do art. 7º, XXIX, da Constituição Federal”.
Dessa forma, prescreve em 5 (cinco) anos o prazo para o trabalhador reclamar o FGTS não depositado pelo empregador (STF-ARE 709212/DF - Rel. Min. Gilmar Mendes – DJe 13.11.2014). Vejamos redação da Súmula 362 do Tribunal Superior do Trabalho:
FGTS. PRESCRIÇÃO (nova redação) - Res. 198/2015, republicada em razão de erro material – DEJT divulgado em 12, 15 e 16.06.2015
I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de 13.11.2014, é quinquenal a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento de contribuição para o FGTS, observado o prazo de dois anos após o término do contrato;
II – Para os casos em que o prazo prescricional já estava em curso em 13.11.2014, aplica-se o prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta anos, contados do termo inicial, ou cinco anos, a partir de 13.11.2014 (STF-ARE-709212/DF).
No caso em questão, a reclamante trabalhou no período de 01/01/2017 a 02/02/2024 e durante esse tempo o reclamado realizou o depósito do FGTS apenas do primeiro mês de trabalho, conforme as provas apresentadas nos autos (ID xxx), ficou constatado que, nos meses subsequentes, não houve o regular recolhimento fundiário.
Considerando que o FGTS não fora depositado durante os 7 (sete) anos trabalhados percebe-se que, para não incorrer na prescrição quinquenal, não será possível reclamar a falta de depósito dos anos de 2017 e 2018.
Com isso, seguindo o disposto no artigo 7°, inciso XXIX, da Constituição Federal em conjunto com o entendimento jurisprudencial do STF e da Súmula 362 do TST a autora reclama os depósitos fundiários não recolhidos pelo empregador a partir de 01/01/2019 até 02/02/2024.
g) DO FGTS E DA MULTA DE 40%
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, disposto na Lei 8.036/1990, impõe ao empregador efetuar o depósito, na importância correspondente a 8% da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador com o papel fundamental para estabilidade financeira dos trabalhadores, vejamos:
Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais. 
§ 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. 
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.
Nesse sentido, vejamos o entendimento do Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região:
BASE DE CÁLCULO PARA O PAGAMENTODO FGTS NÃO DEPOSITADO. SENTENÇA DE ACORDO COM A LEI 8.036/90. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL DO RECLAMADO. (...). Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região TRT-22 - RECURSO ORDINÁRIO: RO 0000179-90.2201.8.52.2010". É dever do empregador, efetuar, na conta vinculada do empregado, os depósitos mensais relativos ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, no importe de 8% sobre a sua remuneração, até o dia 7 do mês subsequente ao da prestação de serviços (Art. 15 da Lei 8.036/90). Em observância ao referido dispositivo, a sentença condenou o reclamado a pagar o FGTS não recolhido, calculando-o com base na evolução salarial do empregado, e não na sua remuneração atual, como afirma o recorrente. Logo, na falta de sucumbência, carece o recorrente de interesse recursal. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Na esteira do art. 6º da Instrução Normativa 41/2018 do C. TST, é pertinente a condenação em honorários advocatícios sucumbenciais, prevista no art. 791-A da CLT. (TRT 22 – RO 000017990220185220102, Relator: Giorgi Alan Machado Araujo, Data de Julgamento: 11/06/2019, SEGUNDA TURMA).
Diante disso, em decorrência da rescisão contratual, surge o direito da reclamante ao FGTS de todo período trabalhado, bem como da multa de 40% correspondente a demissão sem justa causa. Ocorre, Excelência, que o empregador não cumpriu com sua obrigação legal de efetuar o devido depósito, tendo depositado apenas o FGTS referente ao mês de trabalho (01/01/2017). Cabe destacar que a penalidade frente a essa ausência ou irregularidade está elencada no art. 22 da mesma Lei, vejamos: 
Art. 22. “O empregador que não realizar os depósitos previstos nesta Lei, no prazo fixado no art. 15, responderá pela incidência da Taxa Referencial – TR sobre a importância correspondente”.
§ 1o “Sobre o valor dos depósitos, acrescido da TR, incidirão, ainda, juros de mora de 0,5% a.m. (cinco décimos por cento ao mês) ou fração e multa, sujeitando-se, também, às obrigações e sanções previstas no Decreto-Lei no 368, de 19 de dezembro de 1968 ”.
§ 2o “A incidência da TR de que trata o caput deste artigo será cobrada por dia de atraso, tomando-se por base o índice de atualização das contas vinculadas do FGTS ”.
§ 2o-A. “A multa referida no § 1o deste artigo será cobrada nas condições que se seguem”:
I – “5% (cinco por cento) no mês de vencimento da obrigação”;
II – “10% (dez por cento) a partir do mês seguinte ao do vencimento da obrigação”.
§ 3o “Para efeito de levantamento de débito para com o FGTS, o percentual de 8% (oito por cento) incidirá sobre o valor acrescido da TR até a data da respectiva operação”.
Além disso, vejamos o entendimento sobre a multa de 40%:
MULTA DE 40% (QUARENTA POR CENTO) DO FGTS. INCIDÊNCIA SOBRE VALORES NÃO DEPOSITADOS. É devida a incidência da multa de 40% (quarenta por cento) sobre as parcelas de FGTS não depositadas, reconhecidas na sentença, a serem apuradas em liquidação. Recurso parcialmente provido. (Processo: RO - 0000294-91.2016.5.06.0004, Redator: Milton Gouveia da Silva Filho, Data de julgamento: 14/03/2018, Segunda Turma, Data da assinatura: 14/03/2018).
Por fim, diante da infração cometida pelo reclamado, busca-se aqui a condenação deste a efetuar os depósitos a título de FGTS no valor de R$ 7.003,52 (sete mil e três reais e cinquenta e dois centavos) com incidência das correções monetárias legais, bem como a multa de 40% correspondente ao valor de R$ 2.801,40 (dois mil oitocentos e um e quarenta centavos). Assim, o saldo do FGTS do período de 01/01/2019 a 02/02/2024 (62 meses trabalhados) acrescido da multa totaliza o valor de R$ 9.804,92 (nove mil oitocentos e quatro e noventa e dois centavos), segue anexa planilha do PJe-Calc.
h) DAS FÉRIAS
A Reclamante trabalhou entre 01/01/2017 e 02/02/2024 para a Reclamada (contrato de Trabalho anexo), gozando apenas 30 dias de férias (Doc 03 anexo), no mês de setembro de 2018. A Reclamada violou a proteção conferida ao descanso anual estabelecido no art. 7, inciso XVII da CF/88 e arts 129 e seguintes da CLT:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
Art. 129. Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração.
A Reclamada deixou de adimplir as férias vencidas equivalentes a 5 anos de trabalho, devendo ser pago o valor correspondente a R$ 7.060,00 (sete mil e sessenta reais), somado com um terço garantido pela Constituição Federal, correspondente a R$ 2.353,33 (dois mil trezentos e cinquenta e três reais e trinta e três centavos), resultando em R$ 9.413,33 (nove mil quatrocentos e treze reais e trinta e três centavos). Vejamos o art. 137 da CLT.
Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.
 	Vejamos a Súmula n. 81 do TST:
Os dias de férias gozados após o período legal de concessão deverão ser remunerados em dobro. (mantida) - Res. 121 /2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Vejamos a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho:
"RECURSO ORDINÁRIO. AÇÃO RESCISÓRIA PROPOSTA SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. VIOLAÇÃO À NORMA JURÍDICA. DOBRA DAS FÉRIAS. INTERPRETAÇÃO DOS ARTS. 137 C/C O 145 DA CLT SEDIMENTADA NA SÚMULA N.º 450 DO TST. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. ADPF 501 . 1 . Na origem, o TRT da 15.ª Região, entendendo pela impossibilidade de afastar o entendimento em torno da Súmula n.º 450 do TST, reconheceu devida a condenação do reclamado ao pagamento da dobra das férias, usufruídas no prazo legal, porquanto não observado o lapso para o pagamento previsto no art. 145 da CLT. 2 . Entre as várias vertentes lançadas na petição inicial, destaca-se aquela em que o autor se insurge veementemente contra a interpretação dada aos arts. 137 c/c o 145 da CLT - exegese essa consolidada na Súmula n.º 450 do TST. 3 . Após a propositura da Ação Rescisória, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADPF 501, declarou a inconstitucionalidade da Súmula n.º 450 do TST, sem modular os efeitos da decisão. 4 . Conquanto não seja possível reconhecer a violação da norma jurídica concretizada no acórdão prolatado no julgamento da ADPF n.º 501, nos termos do art. 525, § 15, do CPC, o que dispensaria maiores confrontos para além da identificação da ratio decidendi , é dado, a partir desta, solucionar a demanda. 5 . Evidencia-se, de tal modo, a violação dos arts. 137 e 145 da CLT, cuja interpretação a eles conferida não se coaduna com a ordem constitucional, como alegado na petição inicial, destacando-se nessa esteira o Princípio da Separação dos Poderes, gravado no art. 2.º da CF, também violado, na espécie. 6 . Recurso Ordinário conhecido e provido " (ROT-7026-75.2021.5.15.0000, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Redator Ministro Luiz José Dezena da Silva, DEJT 01/03/2024).
Conforme a Súmula n. 81 e jurisprudência do TST, a Reclamante não desfrutou de suas férias durante um período concessivo de 5 anos, portanto, terá direito a férias em dobro, no valor equivalente a R$ 18.826,66 (dezoito mil oitocentos e vinte e seis reais e sessenta e seis centavos)
Além das férias em dobro a Reclamante tem direito a férias do período aquisitivo referente a 1 (um) ano somado a um terço proporcional, equivalente a R$ 1.882,66 (um mil oitocentos e oitenta e dois reais e sessenta e seis centavos), somado a 1 (um) mês mais um terço proporcional equivalente a R$ 153,88 (cento e cinquenta e três reais e oitenta e oito centavos)
A Requerente solicita o pagamento de férias em dobro, das férias do período aquisitivo equivalente a 1(um) ano e 1 (um) mês trabalhado, no valor correspondente a R$ 20.863,14 (vinte mil oitocentos e sessenta e três reais e quatorze centavos), segue anexa planilha do PJe-Calc.
i) DO SEGURO-DESEMPREGO
O seguro-desemprego é uma garantia constitucional prevista no artigo 7°, inciso II disposta ao trabalhador em caso de desemprego voluntário, ou seja, dispensado semjusta causa. Dessa forma, esse programa tem por finalidade prover assistência financeira temporária a esses trabalhadores, conforme disposto no artigo 2°, inciso I, da Lei 7.998/90.
No caso em questão, a reclamante trabalhava como babá, enquadrando-se na definição de trabalhadora doméstica. Sendo assim, faz jus ao recebimento do benefício. Vejamos:
Art. 26. O empregado doméstico que for dispensado sem justa causa fará jus ao benefício do seguro-desemprego, na forma da Lei n° 7.998, de 11 de janeiro de 1990, no valor de 1 (um) salário-mínimo, por período máximo de 3 (três) meses, de forma contínua ou alternada. 
§ 1° O benefício de que trata o caput será concedido ao empregado nos termos do regulamento do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat).
Pela análise dos autos, observa-se que a reclamante foi desligada do seu último emprego sem justa causa, após passar 7 (sete) anos trabalhando para o reclamado. E, conforme disposto na legislação, a parte autora possui direito ao seguro-desemprego. 
Portanto, em razão do cumprimento dos requisitos exigidos para a concessão do seguro-desemprego pleiteia-se tal pedido para que o reclamado forneça as guias para o seguro-desemprego com o objetivo de receber as 3 (três) parcelas no valor de 1 (um) salário-mínimo de R$ 1.412,00 (mil e quatrocentos e doze reais), totalizando R$ 4.236,00 (quatro mil duzentos e trinta e seis reais). Caso não seja possível, requer a condenação do reclamado ao pagamento da indenização substitutiva (segue anexa planilha do PJe-Calc).
j) DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
Levando em consideração as pretensões da reclamante, solicita-se a condenação em honorários advocatícios de sucumbência, conforme estabelecido no art. 791-A da CLT, vejamos:
Art. 791-A da CLT. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.
Logo, requer-se que a reclamada seja condenada ao pagamento de honorários advocatícios no montante de 15% (quinze por cento), conforme preconizado pelo referido dispositivo legal, sobre o valor da condenação.
IV - DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Por todo o exposto, REQUER:
a) Que seja concedida a reclamante, o benefício da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da Lei 1.060/50;
b) Que seja determinada a notificação do reclamado para, querendo apresentar defesa no prazo legal, sob pena de aplicação dos efeitos de confissão e revelia;
c) Que seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a presente reclamação trabalhista;
d) A ANTECIPAÇÃO DE TUTELA DE URGÊNCIA para determinar a imediata REINTEGRAÇÃO da reclamante ao emprego, com o recebimento de toda a remuneração correspondente ao período de afastamento, ou seja, salários vencidos e vincendos até a efetiva reintegração, além dos demais direitos trabalhistas assegurados;
e) Ao final, que SEJA CONFIRMADA A ANTECIPAÇÃO DE TUTELA DE URGÊNCIA DEFERIDA, para tornar definitiva a reintegração da reclamante, com todos os direitos trabalhistas a ela inerentes, em especial, o pagamento dos salários vencidos e vincendos durante o período de afastamento, e computando-se o referido tempo em relação ao seu contrato de contrato;
f) E, acaso a reintegração não seja possível, que todo o período de garantia provisória no emprego seja convertido em indenização pecuniária em favor da reclamante;
g) CONDENAR o reclamado ao pagamento das parcelas rescisórias devidas, que são:
h) f.1) Aviso prévio no valor de R$ 2.400,06 (dois mil quatrocentos reais e seis centavos);
i) f.2) FGTS não depositado no período de 01/01/2019 a 02/02/2024 no importe de R$ 7.003,52 (sete mil e três reais e cinquenta e dois centavos) e pagamento a título de multa de 40% do FGTS no valor de R$ 2.801,40 (dois mil oitocentos e um e quarenta centavos), totalizando o valor de R$ 9.804,92 (nove mil oitocentos e quatro e noventa e dois) acrescido de juros;
j) f.3) Férias vencidas, no valor de R$ 18.826, 60 (dezoito mil oitocentos e vinte e seis reais e sessenta centavos) acrescido das férias inteira no valor de R$ 1.882,66 (mil oitocentos e oitenta e dois e seis centavos) mais o período aquisitivo no importe de R$ 153,88 (cento e cinquenta e três reais e oitenta e oito centavos), sendo o valor total de R$ 20.863,14 (vinte mil oitocentos e sessenta e três reais e catorze centavos).
k) f.4) Emissão de guia do seguro-desemprego e, caso não seja possível, proceder com o pagamento de indenização substitutiva no valor de R$ 4.236,00 (quatro mil e duzentos e trinta e seis reais).
l) Honorários advocatícios de 15% (quinze por cento) sobre o valor da causa de R$ 37.304,12 (trinta e sete mil trezentos e quatro centavos e doze centavos).
m) Que seja o reclamado condenado ao pagamento de custas.
n) Protesta provar suas alegações valendo-se de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial, documental e depoimento pessoal e de testemunhas.
Dá-se à causa o valor de RS 37.304,12 (trinta e sete mil trezentos e quatro reais e doze centavos).
Nestes termos,
Pede deferimento
Local... Data...
Advogado... OAB n°...
Rol de documentos:
Procuração;
Declaração de hipossuficiência;
CTPS da reclamante;
Contrato de trabalho;
Recibo de férias;
Extrato do FGTS;
Comprovante de ausência do aviso prévio;
Atestado de comprovação de gravidez;
Planilha do PJe-Calc.
EQUIPE: 9MC
ALUNOS:
Adrienne Macêdo do Nascimento -RA: 002351
Amabile da Silva Bragé -RA: 002734
Brenna Vitoria Maia Teixeira-RA: 004248 
Danilo Freitas Nascimento- RA: 005217 
Elizabeth Cunha de Andrade Neta- RA: 017930
João Wictor Sousa Pereira- RA: 008866
Letícia da Silva Cabral-RA: 010431
Yves Patrick Matos Pavão- RA:016622

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