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Livro- Texto - Unidade I

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Comunicação e Cidadania
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© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
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APRESENTAÇÃO
Caro aluno,
Seja bem-vindo à disciplina Comunicação e Cidadania.
Nesta nossa disciplina, você terá acesso a um conjunto de conhecimentos que o capacitará a refletir 
sobre a questão da cidadania, importante para que você se reconheça não como um mero receptor, mas 
acima de tudo como sujeito daquilo que pode conquistar no âmbito da vida em sociedade.
Nesse sentido, são objetivos específicos da nossa disciplina:
• conhecer a evolução do conceito de cidadania e seu redimensionamento na sociedade atual;
• compreender o exercício da cidadania como condição fundamental para o aperfeiçoamento da 
democracia;
• ser capaz de refletir criticamente sobre o papel da comunicação para fortalecer a prática da cidadania;
• analisar de forma crítica o papel da comunicação frente às novas demandas da sociedade civil.
Considerando que será você quem administrará seu tempo de estudo, nossa sugestão é que você 
dedique, ao menos, duas horas por semana para esta disciplina, estudando os textos sugeridos e 
realizando os exercícios de autoavaliação.
Uma boa forma de fazer isso é planejar o que estudar, semana a semana. Para facilitar seu trabalho 
nesse sentido, apresentamos, na tabela a seguir, os assuntos que deverão ser estudados e, para cada 
um, a leitura fundamental exigida e a leitura complementar sugerida. No mínimo, você deve buscar 
entender bem o conteúdo da leitura fundamental, mas, como verá, a leitura complementar pode ajudá-
lo a ter uma melhor compreensão dos assuntos abordados na disciplina.
Além dos textos disponibilizados em cada um dos módulos que sintetizam os conteúdos abordados, 
atente para as leituras sugeridas na tabela a seguir.
a) Conteúdos e leituras sugeridas.
Assuntos/módulos
Leituras sugeridas
Fundamental Complementar
1. A cidadania no percurso histórico
a) Da pólis grega ao Estado de Direito
Livro: “O que é cidadania”, de 
Maria de Lourdes Manzini Covre
Para uma teoria da cidadania (capítulo 1, do 
“Cidadãos do Mundo”, da Adela Cortina)
2. A cidadania no percurso histórico
a) Os direitos civis, políticos e sociais
Livro: “O que é cidadania”, de 
Maria de Lourdes Manzini Covre
Para uma teoria da cidadania (capítulo 1, do 
“Cidadãos do Mundo”, da Adela Cortina)
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3. A situação no Brasil Livro: “O que é cidadania”, de Maria de Lourdes Manzini Covre
CORTINA, Adelia. “Cidadãos do mundo – para 
uma teoria da cidadania”. São Paulo: Loyola, 
2008.
4. A situação no Brasil Livro: “O que é cidadania”, de Maria de Lourdes Manzini Covre
CORTINA, Adelia. “Cidadãos do mundo – para 
uma teoria da cidadania”. São Paulo: Loyola, 
2008.
5. Cidadania, ética e responsabilidade 
social
A sociedade civil no espaço 
público (capítulo 3, de “Os 
argonautas da cidadania”, do 
Litszt Vieira)
“Estado, sociedade civil e comunicação: 
uma reflexão sobre a possibilidade de 
democratização”, publicado no livro 
“Comunicação e Cidadania”, organizado por 
Amarildo Carnicel e Márcia Fantinatti
6. A sociedade de consumo e a 
cidadania
A sociedade civil no espaço 
público (capítulo 3, de “Os 
argonautas da cidadania”, do 
Litszt Vieira)
“Estado, sociedade civil e comunicação: 
uma reflexão sobre a possibilidade de 
democratização”, publicado no livro 
“Comunicação e Cidadania”, organizado por 
Amarildo Carnicel e Márcia Fantinatti
7. O papel dos meios de comunicação 
e a prática da cidadania
“Direito à comunicação 
comunitária, participação 
popular e cidadania”, de Cicilia 
Peruzzo, do livro “Comunicação 
Pública” – coleção Comunicação, 
Cultura e Cidadania, da Alínea, 
organizado por Maria José da 
Costa Oliveira
“Estado, sociedade civil e comunicação: 
uma reflexão sobre a possibilidade de 
democratização”, publicado no livro 
“Comunicação e Cidadania”, organizado por 
Amarildo Carnicel e Márcia Fantinatti
8. Democratização da comunicação e 
cidadania no Brasil
“Direito à comunicação 
comunitária, participação 
popular e cidadania”, de Cicilia 
Peruzzo
“Estado, sociedade civil e comunicação: 
uma reflexão sobre a possibilidade de 
democratização”, publicado no livro 
“Comunicação e Cidadania”, organizado por 
Amarildo Carnicel e Márcia Fantinatti
Nota: ver as referências bibliográficas para maior detalhamento das fontes de consulta indicadas.
b) Referências bibliográficas
Além dos livros citados a seguir, que compõem nossas bibliografias básica e complementar, peço sua 
atenção para as dicas de leitura incluídas nos textos de cada módulo, importantes para que você consiga 
aprimorar seu aprendizado.
Bibliografia
Bibliografia básica
CARNICEL, Amarildo B.; FANTINATTI, Marcia. Comunicação e Cidadania. São Paulo: Unicamp, 2008.
CARVALHO, José Murilo. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 16. ed. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.
MOURA, Dione (org.) et al. Comunicação e Cidadania: conceitos e processos. Brasília: Francis, 2011.
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Bibliografia complementar
CORTINA, Adelia. Cidadãos do mundo – para uma teoria da cidadania. São Paulo: Loyola, 2008.
COUVRE, Maria de Lourdes M. O Que é Cidadania. São Paulo: Brasiliense, 2007.
MEKSENAS, Paulo. Cidadania, poder e comunicação. São Paulo: Cortez, 2002.
OLIVEIRA, Maria José da Costa. Comunicação Pública – coleção Comunicação, Cultura e Cidadania. 
São Paulo: Editora Alínea, 2004.
VIEIRA, Liszt. Os argonautas da cidadania. Rio de Janeiro: Record, 2001.
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COMUNICAÇÃO E CIDADANIA
Unidade I
MÓDULO 1
Texto 1
A cidadania no percurso histórico
As origens grega e romana
O primeiro aspecto a ser observado quando nos propomos a analisar a questão da cidadania é que 
se trata de um conceito muito mais complexo do que podemos imaginar em um primeiro momento. 
Afinal, o que significa ser cidadão?
Geralmente, quando propomos uma reflexão sobre o assunto, logo se pensa em boas práticas sociais 
– jogar lixo no lugar adequado, respeitar os assentos preferenciais no transporte coletivo, obedecer às 
leis etc. – e em demais atitudes relacionadas à civilidade, ou seja, comportamentos que facilitam a vida 
em sociedade. É comum também a associação com o civismo, o patriotismo. Nesse caso, o que ocorre é 
uma valorização da questão da nacionalidade, de pertencer a um determinado lugar.
Como veremos a seguir, apesar da cidadania ter relação com civilidade e civismo, é algo muito mais 
abrangente. Uma característica importante, defendida com ênfase por vários autores, é que não estamos 
nos referindo a algo estanque, já consolidado, mas a uma prática que precisa ser construída coletivamente.
Em termos de percurso histórico, é interessante constatar que um tema que se mostra tão 
contemporâneo, por permear uma série de discussões sobre os atuais papéis do Estado e da sociedade 
civil, seja tão antigo. Esseé o caso da cidadania. O termo voltou a ser empregado em diversas “falas” e 
multiplicaram-se nos últimos anos as “teorias da cidadania”, mas sua origem remonta da pólis grega.
Havia naquele momento participação política para os homens livres que podiam debater seus direitos 
e deveres. São oriundos desse período também os primeiros debates sobre esferas privadas e públicas.
Víamos nesse momento o “espírito da democracia”, mas não se pode afirmar que a cidadania era 
plena, uma vez que incluía apenas os homens livres, deixando de fora mulheres, crianças e escravos.
É importante refletirmos também sobre a “herança” deixada pelo Império Romano para essa discussão. 
Com a extensão do Império, não era mais possível falar em participação direta, porém Roma proporcionava 
proteção jurídica para os membros do Império que desejavam ser reconhecidos como cidadãos.
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Unidade I
Podemos afirmar que decorre dessa experiência ocorrida em Roma o entendimento da cidadania 
como um estatuto jurídico. Mais que uma exigência de implicação política, teríamos, então, uma base 
para reclamar direitos, e não um vínculo que pede responsabilidades.
Como afirma Cortina (2005), de alguma forma, liberalismo e republicanismo prolongam cada uma 
das duas tradições, embora em nossos dias nenhuma se mantenha em estado puro.
Para avaliarmos sua compreensão sobre o que discutimos até o momento, segue um exercício de reflexão.
Exercício:
Analise as afirmativas abaixo sobre as origens do conceito de cidadania e responda:
I. Houve um deslocamento da participação ativa para a questão da proteção jurídica.
II. Decorre da experiência ocorrida em Roma o entendimento da cidadania como estatuto jurídico.
III. Na sociedade ateniense eram dadas condições para a participação política de toda a população, 
que podia debater seus direitos e deveres.
a) Todas são corretas.
b) Todas contêm algum tipo de incoerência.
c) I está correta.
d) II está correta.
e) III está incorreta.
Resposta correta: E
Comentário: importante lembrar que a democracia ateniense tinha algumas limitações, uma vez que 
o exercício da cidadania era privilégio dos homens livres. Estavam excluídos, portanto, os escravos, as 
mulheres e as crianças.
Texto 2
A cidadania no percurso histórico 
Da pólis grega ao Estado de Direito
Esta breve síntese de como a questão da cidadania era tratada na Grécia e em Roma prepara o 
terreno para que possamos entender melhor a configuração atual do conceito, que procede dos séculos 
XVII e XVIII, das revoluções francesa, inglesa e americana e do nascimento do capitalismo.
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COMUNICAÇÃO E CIDADANIA
Assim como outros autores, Maria de Lourdes Manzini-Covre, em “O que é cidadania”, enfatiza 
o papel das revoluções burguesas, lembrando que as Cartas Constitucionais da França e dos Estados 
Unidos se opõem ao processo de normas difusas e indiscriminadas da sociedade feudal e às normas 
arbitrárias do regime monárquico e ditatorial, anunciando uma relação jurídica centralizada, o chamado 
Estado de Direito.
“Este surge para estabelecer direitos iguais a todos os homens, ainda que perante a lei, e acenar com 
o fim da desigualdade a que os homens sempre foram relegados. Assim, diante da lei, todos os homens 
passaram a ser considerados iguais, pela primeira vez na história da humanidade. Esse fato foi proclamado 
principalmente pelas constituições francesas e norte-americanas, e reorganizado e ratificado após a II 
Guerra Mundial pela Organização das Nações Unidas (ONU), com a Declaração Universal dos Direitos do 
Homem (1948)” (MANZINI-COVRE, 2007, p. 17).
Antes de discutirmos as contradições desse processo – que, como veremos, não são poucas e muito 
menos simples, até pelo fato de que, na prática, não houve a realização das promessas de universalização 
da igualdade –, vamos nos deter, ainda que brevemente, à contextualização desses importantes 
momentos históricos.
Embora o ponto culminante desse processo sejam as revoluções burguesas, é importante lembrar que 
a ascensão da burguesia, com a constituição de um novo tipo de sociedade, fez-se por meio dos séculos. 
Como sintetiza Manzini-Covre (2007), mesmo antes de criar a nação, a burguesia vinha constituindo a 
cidade e, com isso, um tipo específico de viver (o urbano) e de homem (o cidadão).
Temos que considerar também que estamos nos referindo a um período marcado por profundas 
transformações em várias outras áreas da atuação humana, como artes, ciência e tecnologia.
Importante lembrar que as novas formas de pensar e agir da burguesia também se alinhavam à 
necessidade de se libertar das amarras estabelecidas pelas monarquias absolutas, que não permitiam a 
livre iniciativa, a liberdade de comércio e a livre concorrência de salários, preços e produtos.
Um aspecto a ser destacado ao se analisar o percurso histórico da cidadania, como defendem diversos 
autores, é que, nessa evolução, a cidadania, por um lado, desponta em sua proposta de igualmente 
formal para todos; porém, por outro lado, delineia-se o processo de exploração e dominação do capital.
A Revolução Francesa traz efetivamente a proposta de cidadania, de igualdade para todos, em razão 
do rompimento profundo com o direito obtido pelo nascimento, característico da sociedade feudal, mas 
somente perante a lei. Como se comprovaria nos séculos seguintes, essa “igualdade” seria relativizada 
em razão do atendimento das necessidades das classes dominantes.
É por isso que diversos autores vão afirmar que uma forma de compreender a cidadania é ver como 
ela se desenvolve juntamente com o capitalismo, pois sempre estará, como argumenta Manzini-Covre 
(2007), vinculada à visão da classe que a instaurou: a classe burguesa.
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Unidade I
Vários teóricos clássicos são considerados fundamentais para compreendermos as implicações desse 
profundo processo de mudança. A preocupação deles, entre os quais se destacam John Locke, Jean 
Jacques Rousseau e Kant, era encontrar um mecanismo que regulasse as relações humanas e que fosse 
capaz de evitar o caos diante da natureza voraz do homem na sua condição de detentor da liberdade.
Outro traço mais ou menos comum entre eles era o de rebater a concepção básica da visão de mundo feudal 
(o direito pelo nascimento), contrapondo a ele o estado natural em que todos os homens nascem livres e com 
direitos. Todos, em princípio, vão contemplar a questão da cidadania, ainda que por construções diversas.
Não vamos nos detalhar nessa análise (mas você encontra uma boa síntese do conteúdo discutido 
por esses autores nos textos indicados na bibliografia), mas é importante o registro de que foi a partir da 
formulação proposta por esses pensadores clássicos que o Estado liberal se consolidou como instituição 
composta pelos três Poderes, além do braço armado e de um aparato burocrático, responsável pelo 
funcionamento cada vez mais complexo da máquina estatal.
Atente para o fato de que, pelo menos na fase inicial do Estado Liberal, o foco das atenções, em 
termos de direitos, serão as questões relativas à área econômica. Ele pode ser caracterizado a partir de, 
pelo menos, três elementos básicos: o individualismo, a propriedade privada e a liberdade.
O Estado Iiberal – que acabaria por gerar drásticas desigualdades sociais –resulta, mais tarde, no Estado 
social, a partir do momento em que o Estado se vê diante da necessidade de incorporar os direitos sociaispara além dos direitos civis (trataremos desse assunto mais detalhadamente no próximo módulo).
Vamos fazer um exercício para avaliar seu aprendizado até o momento?
Exercício:
Refletindo sobre a evolução do conceito de cidadania na sociedade moderna, devemos reconhecer 
que suas práticas estão relacionadas à ascensão do:
a) Capitalismo.
b) Comunismo.
c) Sistema feudal.
d) Estado monárquico.
e) Mercantilismo.
Resposta correta: A
Comentário: por mais que pareça contraditório, é no processo de ascensão do capitalismo que vamos 
assistir também à consolidação de muitas das práticas relacionadas à cidadania.
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COMUNICAÇÃO E CIDADANIA
MÓDULO 2
Neste módulo, dando continuidade à análise do percurso histórico da cidadania, vamos nos deter à 
formação do Estado Social.
Assim como no Módulo 1, além dos textos apresentados a seguir, é importante atentar para a 
importância dos textos complementares.
De nossa parte, para ajudá-lo na compreensão dos temas tratados, trazemos a seguir uma breve 
síntese desse conteúdo.
Texto 3
O Estado social
É da transformação do Estado Liberal – que acabaria por gerar drásticas desigualdades sociais – que 
vai resultar, mais tarde, no Estado Social. Há consenso entre os estudiosos do tema que isso ocorre a 
partir do momento em que o Estado se vê diante da necessidade de incorporar os direitos sociais para 
além dos direitos civis.
Para você entender melhor: é da crítica das doutrinas igualitárias contra a concepção e a prática 
liberal do Estado que nasceram as exigências de direitos sociais, que transformaram profundamente 
o sistema de relações entre o indivíduo e o Estado e a própria organização do Estado, até mesmo nos 
regimes que se consideram continuadores, sem alterações bruscas, da tradição liberal do século XIX.
Ao analisar esse contexto histórico, Cortina (2005) concorda que é para fazer frente ao socialismo que 
são implantadas medidas como seguro-doença, seguro contra acidentes de trabalho ou aposentadorias 
por idade; agora assumidas por um Estado que até então só possui funções políticas – ela se refere às 
medidas implementadas por Bismarck, ainda na década de 1880, na Alemanha.
A partir dos anos 1960, começa o megaestado, um tipo de Estado que vê a si mesmo executor 
adequado para todas as tarefas sociais e todos os problemas sociais. Nesse sentido, vai se sustentar 
também a ideia do Estado Fiscal, sem limites, por exemplo, em termos de tributação.
Uma questão que se discute é até que ponto as benfeitorias proporcionadas por determinado 
governo não poderiam ser empregadas na “compra de votos”.
Interessante também observar as considerações de Cortina (2005) sobre as justificativas do 
surgimento do Estado Social: uma de tipo ético, que consiste em perceber que a satisfação de certas 
necessidades fundamentais e o acesso a certos bens básicos exigem a presença do Estado sob formas 
diversas; e outra que surge por critérios de eficiência econômica.
Veja o exercício que preparamos sobre esse assunto.
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Unidade I
Questão dissertativa: Quais são os aspectos considerados decisivos para a formação do Estado do 
Bem-Estar Social?
Padrão de resposta: um dos principais pontos é o fato de que foram as críticas ao Estado Liberal, 
principalmente a partir das reivindicações da classe operária, que levaram governos – como o da 
Alemanha – a estudar formas de atender às demandas sociais. Estamos nos referindo a um período de 
acentuada disputa entre o capitalismo e o socialismo. Nesse sentido, podemos afirmar que é para fazer 
frente ao socialismo que o Estado implanta medidas como seguro-doença, seguro contra acidentes 
de trabalho ou aposentadorias por idade, agora assumidas por um Estado que até então só possui 
funções políticas. Portanto, o que vemos são os direitos sociais sendo empregados de maneira oposta e 
como armas ideológicas, uma vez que ao mesmo tempo em que são defendidos como alicerces para o 
movimento revolucionário são também empregados para assegurar a continuidade do Estado de Direito, 
que se propõe a atender às demandas.
Texto 4
Capitalismo versus socialismo
Como vimos, as transformações advindas a partir da expansão do capitalismo foram prioritárias para 
fomentar os debates em torno da questão da cidadania. Em última instância, o que estava em discussão, 
afinal, era como seria possível garantir qualidade de vida para o cidadão.
Para entender como os conceitos foram forjados, temos que refletir também sobre as questões 
levantadas por Karl Marx, que propôs não apenas um novo método de abordar e explicar a sociedade, 
mas também um projeto para a ação sobre ela. Esse método, como observa Manzini-Covre (2007), 
contribuiu bastante para a construção do conceito de cidadania ao criticar o uso dos direitos pela 
burguesia para dominar os outros grupos sociais.
Vale mais uma vez o alerta de que tratamos, no caso, apenas dos conceitos abordados por Marx que 
nos ajudam no debate sobre cidadania.
As ideias liberais consideraram os homens, por natureza, iguais política e juridicamente. Liberdade 
e justiça eram direitos inalienáveis de todo cidadão. Marx, por sua vez, proclama a inexistência de tal 
igualdade natural e observa que o liberalismo vê os homens como átomos, como se estivessem livres das 
evidentes desigualdades estabelecidas pela sociedade.
Segundo ele, as desigualdades sociais observadas em seu tempo eram provocadas pelas relações de 
produção do sistema capitalista, que dividem os homens em proprietários e não proprietários dos meios 
de produção; ou seja, as desigualdades são a base da formação das classes sociais.
Para Manzini-Covre, Marx denuncia, de forma mais funda que qualquer outro teórico, a exploração 
do capitalismo que, para existir, precisa da grande acumulação de capital. É também o marxismo que 
propõe a revolução socialista na sua forma mais bem-acabada: a administração da sociedade pela classe 
trabalhadora, que toma o poder e planeja o acesso ao trabalho e aos bens necessários à vida.
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COMUNICAÇÃO E CIDADANIA
Não é o caso de discutirmos aqui todas as implicações desse processo e as experiências malsucedidas 
nesse sentido, mas vale atentar para as observações de Manzini-Covre:
“Hoje, a luta entre trabalhadores e capitalistas se dá, de certa forma, pelos espaços do e no próprio 
Estado. Daí as conveniências de adotar a cidadania como categoria estratégica dessa luta. A valorização 
da luta pelos direitos. E mesmo a recente experiência do Leste europeu ilustra como as pessoas 
sobreviveram apegando-se a essa conquista, que deve ser irreversível: a questão dos direitos do cidadão 
contra a opressão stalinista e, até há pouco tempo, contra os campos de concentração, os hospitais de 
dissidentes etc.” (Manzini-Covre, 2007, p. 34).
Vamos fazer um exercício sobre esse tema?
Questão: Maria de Lourdes Manzini Covre observa no livro “O que é cidadania” que o marxismo 
contribuiu bastante para a construção do conceito de cidadania, ao criticar o uso dos direitos 
pela burguesia para dominar outros grupos sociais. Essa afirmação está fundamentada no fato 
de Marx propor:
a) O processo de participação nos lucros das empresas para neutralizar a ofensiva trabalhista.
b) A separação entre o público e o privado.
c) Que os homens fazem sua história, mas sob certas condições.
d) A ideologia do Estado do Bem-Estar.
e) A transformação do trabalhador em consumidorno sentido pleno.
Resposta: C
Comentário: essa afirmação traduz uma das premissas do marxismo: os homens fazem sua própria 
história, mas não como querem, sob circunstâncias de sua escolha, e sim sob aquelas determinadas pela 
classe dominante. Uma de suas críticas refere-se, por exemplo, ao fato de a Revolução Industrial ter 
acentuado a alienação do trabalhador dos seus meios de produção.
MÓDULO 3
Texto 5
A situação no Brasil – parte 1
Para fecharmos essa análise sobre a contextualização histórica do conceito de cidadania, vamos nos 
deter, ainda que de forma breve, à situação do Brasil.
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Unidade I
Primeiramente, como concordam os autores que têm se debruçado sobre o assunto, temos que 
reconhecer que as condições encontradas no Brasil e em países em situações similares em termos de 
desenvolvimento são bem diferentes das desfrutadas nos Estados Unidos e na Europa.
Não experimentamos, como alega Manzini-Covre (2007), o processo evolutivo de passagem do 
feudalismo para o capitalismo, que foi construindo pouco a pouco a democracia liberal.
Nascemos no período de transição para o capitalismo, ainda que ordenado por relações feudais. 
Outra característica inegável é a de um povo explorado, em razão da posição subalterna no processo 
capitalista. Como comenta Manzini-Covre, “o que muda em nosso processo histórico é quem nos explora 
e como – Portugal ou Inglaterra, Estados Unidos ou os grandes oligopólios, como hoje”.
Vale a pena a leitura da análise feita por essa autora, que sintetiza muito bem a situação-macro do país:
“Poderíamos dizer, por exemplo, que em nome dos direitos humanos (e, portanto, da cidadania), a 
Inglaterra ‘ajudou’ países como o Brasil a se livrar da condição de colônia e a lutar contra a escravidão. 
A Inglaterra interveio dessa forma em toda a América Latina. Vale novamente salientar a dubiedade 
dessa ação: serve à evolução da humanidade, mas também a uma forma mais organizada de exploração 
dos seres humanos. O Brasil livre de Portugal conheceu melhores condições de desenvolvimento, sem 
a exploração direta e as intervenções do Estado português. Também a liberação – mesmo formal – dos 
escravos pôde ter um significado imenso para os direitos do homem. Mas a intervenção da Inglaterra teve 
outros significados, em especial o de organizar uma nova forma de dominação no mundo, a capitalista, 
que naquele momento dirigia. Tratava-se de liberar os mercados dos países da América Latina que 
passaram a comprar diretamente da Inglaterra produtos manufaturados, sem a mediação de Portugal. 
Quanto à libertação dos escravos, cuidava-se de se estender o trabalho assalariado, sem o qual não há 
capitalismo” (MANZINI-COVRE, 2007, p. 34).
Exercício:
Ao discutir a situação de países como o Brasil, Maria de Lourdes Mazini-Couvre observa que a 
vigência da democracia liberal e da cidadania parece mais difícil. Sua afirmação está fundamentada em 
uma série de fatores. Analise as afirmativas sobre o assunto, classificando-as como verdadeiras (V) ou 
falsas (F):
I. Segundo a autora, a história do Brasil e de seus congêneres é a de povo explorado, porque tivemos 
e temos uma posição subalterna no processo capitalista.
II. É um erro pensar que mesmo em processos como o da libertação dos escravos, movimento alinhado 
com o pensamento contemporâneo, cuidava-se também de se estender o trabalho assalariado, sem o 
qual não há capitalismo.
III. Em diversos momentos da história do Brasil foi reafirmada a nossa posição subalterna. Desde o 
início estamos nos referindo a uma economia agrária exportadora de matérias-primas imprescindíveis, 
por exemplo, para o processo industrial inglês.
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COMUNICAÇÃO E CIDADANIA
Assinale a alternativa correta:
a) V, V, V.
b) V, V, F.
c) V, F, V
d) F, F, F.
e) F, V, V
Resposta: C
Comentário: a alternativa II é falsa porque também no processo de libertação dos escravos 
cuidava-se, em última instância, de assegurar a ampliação do trabalho assalariado, forma de 
ampliar o mercado consumidor.
Texto 6
A situação no Brasil – parte 2
Considerando o cenário encontrado no Brasil para o debate sobre a cidadania, devemos lembrar 
que um dos movimentos de luta por igualdade e liberdade ocorre graças aos imigrantes italianos. Nas 
décadas de 1910 e 1920, vamos assistir, como relata Manzini-Covre (2007), as primeiras grandes lutas 
operárias.
Um ponto importante, como nos alerta a autora, diz respeito ao fato de populações como a do 
Brasil perceberem que não eram atendidas em suas reivindicações não só porque as classes dominantes 
recusavam-se a isso, mas porque seus países eram explorados.
Um dos problemas apontados por Manzini-Covre refere-se ao fato de a proposta de desenvolvimento 
do capitalismo liberal ter chegado ao Brasil “atrasada”, ou seja, aportou por aqui em um momento em 
que as nações desenvolvidas empenhavam-se em trabalhar em prol dos oligopólios, o que pressupunha 
o predomínio de outras regras. Se pensarmos, por exemplo, no papel do Estado, temos que reconhecer 
que ele surge nesse contexto como uma espécie de empresa maior para reger as lutas de classes.
O local do poder – que no Estado Liberal burguês estava no Legislativo – agora desloca-se naturalmente 
para o Executivo, centralizando as decisões por meio de um corpo burocrático.
De 1945 a 1964, desenvolveu-se no Brasil a chamada democracia populista. O Estado atendeu em 
parte às reivindicações populares, mas muito mais para desmobilizar a organização operária. Porém, 
apesar desse caráter ambíguo da situação, o fato é que conquistamos alguns direitos políticos: voto 
sistemático para todos os cargos e processo de revezamento mais ou menos assegurado.
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Unidade I
O período mais crítico, concordam todos, foi a partir do Golpe de 64. Diz Manzini-Covre: “Tomado o 
Estado na forma tecnocrático-militar, assegurou-se no Brasil o capitalismo monopolista, com todos os 
seus traços e consequências, no sentido da exploração, e sem quase nada do sentido emancipador do 
Welfare State”.
Até porque, pela perversa lógica do capitalismo monopolista e nossa posição de país subalterno, 
não havia muito dinheiro para se aplicar internamente e, assim, viabilizar as propostas sociais do 
Welfare State.
Outro aspecto importante, também citado pela autora, refere-se ao fato de que o financiamento dos 
benefícios sociais ocorreu a partir dos recursos dos próprios beneficiados. Foi o que ocorreu com o Plano 
Nacional de Habitação do BNH, financiado pelo FGTS e pelas cadernetas de poupança.
A própria CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), redigida por Lindolfo Collor e editada por Getúlio 
Vargas, não resultou, igualmente, de nenhuma conquista do sindicalismo brasileiro por meio de lutas 
operárias e greves reivindicatórias. Tratou-se, como argumentam os especialistas, de ato de benevolência 
e generosidade do “Pai dos Trabalhadores” para com a massa sindical brasileira.
Exercício:
Analise as afirmações e assinale a falsa em relação à situação do Brasil no debate frente à questão 
da cidadania:
a) A ideologia nacionalista, com todos os seus equívocos, significou um avanço em ternos de 
repensar a cidadania.
b) O período mais propício para o exercício da cidadania no Brasil foi durante o período de ditadura 
militar.
c) Na libertação dos escravos, pesou também a necessidade de se ampliar o trabalho assalariado, 
sem o qual não há capitalismo.
d)Foi crucial, no cenário mundial, o papel do Brasil como economia agrária exportadora de 
matérias-primas.
e) No Brasil, a segunda metade do século 20 foi marcada por avanços importantes nos campos 
social e político.
Resposta: B
Comentário: a alternativa B é falsa porque o exercício da cidadania não existe fora do regime 
democrático, uma vez que dependemos dos direitos civis e políticos para efetuar essa prática.
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COMUNICAÇÃO E CIDADANIA
MÓDULO 4
Texto 7
A situação no Brasil
Há consenso entre os autores que, nas últimas décadas, registramos avanços importantes em 
diversas frentes, principalmente pela constituição na sociedade de uma rede de organismos autônomos 
de exercício democrático. Entretanto, como argumenta Manzini-Covre, para existir cidadania plena para 
a maior parte da população será preciso ainda muita luta social.
Em termos de conquistas, é inegável que a Constituição de 1988 colocou novos instrumentos à 
disposição do cidadão. Além disso, houve avanços importantes em termos legais, com a promulgação, por 
exemplo, do CDC – Código de Defesa do Consumidor, do novo Código de Trânsito e do novo Código Civil.
Com relação ao papel das ONGs, destacam-se o surgimento de entidades como Ação Cidadania 
Contra a Miséria e pela Vida, Movimento pela Ética na Política, entre muitos outros.
Nesse cenário, a segunda metade do século XX é marcada por avanços sociopolíticos, como o 
processo de transição democrática, a volta das eleições diretas e a Constituição de 1988 – batizada 
de “Constituição cidadã”. O discurso de Ulysses Guimarães na Constituinte, em 27 de julho de 1988, 
expressava esse desejo: “Essa será a constituição cidadã, porque recuperará como cidadãos milhões 
de brasileiros, vítimas da pior das discriminações: a miséria. Cidadão é o usuário de bens e serviços 
do desenvolvimento. Isso hoje não acontece com milhões de brasileiros, segregados nos guetos da 
perseguição social”.
Exercício:
É comum a afirmação de que a cidadania no Brasil tem como marco a Constituição de 1988. 
Essa afirmação está baseada no fato de o referido texto:
I. Instituir uma série de garantias sociais e políticas, além de qualificar como crimes inafiançáveis e 
insuscetíveis de graça ou anistia a tortura e as ações armadas.
II. Assegurar que os direitos obtidos no plano jurídico fossem efetivados no cotidiano da população 
imediatamente.
III. Determinar a independência entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Está(ão) correta(s):
a) Apenas a alternativa I.
b) Apenas a alternativa II.
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Unidade I
c) Apenas a alternativa III.
d) Apenas as alternativas I e III.
e) Todas as alternativas.
Resposta: D
Comentário: a alternativa II é falsa, uma vez que a efetivação dos direitos não pode ser assegurada 
apenas pela Carta Magna. Tanto é verdade que, até hoje, apesar dos inúmeros avanços nos campos social 
e político, não podemos dizer que todos os cidadãos brasileiros tenham seus direitos sociais garantidos.
Texto 8
Para finalizarmos essa análise sobre a situação do Brasil frente ao debate sobre cidadania no Brasil, 
gostaria de chamar a atenção sobre a situação da mulher, importante para as discussões, por exemplo, 
sobre a questão da igualdade. A Constituição de 1988 trouxe ganhos significativo para as mulheres – 
graças aos vários movimentos feministas que organizaram suas reivindicações –, na medida em que 
definiu vários pontos que asseguram, por lei, a igualdade entre homens e mulheres, principalmente no 
âmbito da família.
Joana Pedro, em artigo no livro “O Brasil no Contexto”, destaca, entre os avanços obtidos na nova 
Constituição, o fato de a “chefia da família” poder ser ocupada pelo homem ou pela mulher, a ampliação 
da licença-maternidade para 120 dias, a proibição de diferença salarial baseada no sexo, a criação da 
licença-paternidade e a integração das trabalhadoras domésticas à Previdência Social.
Como reconhece a autora, a Constituição não foi suficiente para alterar a condição feminina. No 
plano jurídico, a situação tornou-se mais favorável apenas em 2002, com a promulgação do novo Código 
Civil, quando várias mudanças previstas na Constituição foram complementadas e regulamentadas.
Entre os problemas que permanecem, como reconhece Joana, podemos citar a violência contra 
a mulher, bem como a dificuldade em equiparar os ganhos salariais, apesar de se constatar, por 
exemplo, que há algumas décadas as mulheres acumulam mais anos de estudo do que os homens. “Nos 
últimos 20 anos, muitas conquistas foram realizadas e reivindicações, concretizadas. Evidentemente, a 
igualdade ainda não foi alcançada”, diz a autora, lembrando que hoje a movimentação das mulheres 
está concentrada nas universidades, em ONGs, em atividades pontuais e específicas e em lobbies junto 
ao setor público.
Exercício:
A Constituição de 1988 é considerada um marco para o debate sobre a cidadania no Brasil por 
instituir uma série de garantias sociais e políticas. A propósito das conquistas obtidas pelas mulheres, 
são verdadeiras as afirmações, exceto:
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COMUNICAÇÃO E CIDADANIA
a) O referido texto definiu vários pontos que asseguram, por lei, a igualdade entre homens e mulheres, 
principalmente no âmbito da família.
b) Os ganhos obtidos pelas mulheres na Constituição de 1988 são resultado dos vários movimentos 
feministas que organizaram suas reivindicações naquele momento.
c) Foi esse texto que definiu, por exemplo, que a “chefia da família” pode ser ocupada pelo homem 
ou pela mulher.
d) A Constituição de 1988 proibiu a diferença salarial baseada no sexo, estabeleceu a criação da 
licença-paternidade e ampliou a licença-maternidade.
e) É notório que a Constituição de 1988 foi suficiente para alterar a condição feminina no Brasil.
Resposta: E
Comentário: como esclarecemos no texto, apesar dos avanços significativos, não se pode dizer que a 
Constituição de 1988 tenha sido suficiente para alterar a condição feminina no país. No plano jurídico, 
a situação tornou-se mais favorável apenas em 2002, com a promulgação do novo Código Civil, quando 
várias mudanças previstas na Constituição foram complementadas e regulamentadas.

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