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Temas em Psicologia da Educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva, representações sociais e identidade Apresentação Configura-se como um desafio histórico da sociedade a compreensão dos processos que envolvem a mente humana, bem como os caminhos que conduzem e estruturam o conhecimento, a inteligência, as sensações, a afetividade e diversas outras nuances do sujeito. Entender os processos mentais que nos permitem chegar à aprendizagem sempre foi um sonho de muitos pesquisadores e estudiosos. Nessa perspectiva, a psicologia educacional pode ser descrita como uma subárea da psicologia, uma área de conhecimento e um corpus sistemático e organizado de saberes produzidos de acordo com procedimentos definidos, referentes a determinados fenômenos ou conjunto de fenômenos constituintes da realidade, fundamentado em questões ontológicas, epistemológicas, metodológicas e éticas determinadas. Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos os diferentes aspectos a serem percebidos e considerados para pensarmos o sujeito em todas as suas dimensões: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva, representações sociais e identidade. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer a importância de aspectos cognitivos, afetivos e sociais em psicologia da educação. • Definir os conceitos: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva, representações sociais e identidade. • Avaliar o caminho e a constituição de aspectos cognitivos, afetivos e sociais na vida do ser humano. • Desafio Imagine que você é um estudante do curso de Psicologia e faz parte de um grupo de estudos em sua universidade. Nesse momento, o tema em foco para discussão é "a interferência das representações sociais no processo de construção do conhecimento do aluno". Você já sabe que as pesquisas no âmbito da psicologia educacional têm mostrado a urgência em discutir determinados temas, inclusive os impactos de tais influências para o processo de ensino-aprendizagem do estudante. Portanto, a partir de sua investigação sobre o assunto, elabore uma solução que responda às seguintes problematizações: 1. O que é representação social? 2. Em que aspectos a representação social interfere na vida do sujeito e influencia o desenvolvimento do seu processo de aprendizagem? 3. De que maneira os conhecimentos da psicologia educacional (ou o próprio psicólogo) poderão intervir para auxiliar este aluno ou o professor que lida com ele? Infográfico O cientista norte-americano Howard Gardner gerou impacto na área educacional com sua teoria das inteligências múltiplas, divulgada no início da década de 1980. Conheça mais a respeito das aptidões humanas de acordo a cada um dos tipos identificados por ele, no infográfico a seguir. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/b4829815-f30c-4528-8f5d-86097c4caf40/54f6c015-e577-4f96-a709-e2e671daa97b.jpg Conteúdo do livro Na perspectiva da psicologia educacional, a busca por recursos e estratégias para compreender as muitas fases da vida do sujeito, nas diferentes teorias do desenvolvimento, pretende possibilitar ao profissional em educação a realização de intervenções que auxiliarão no processo de aprendizagem. Neste capítulo, Temas em Psicologia da Educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva, representações sociais e identidade, do livro Psicologia da Educação, você aprofunda o conhecimento desses recursos e teorias do desenvolvimento a partir dos estudos de psicologia. Boa leitura. PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO Alex Ribeiro Nunes Temas em psicologia da educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva, representações sociais e identidade Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer a importância de discutir determinados temas em psi- cologia da educação. � Definir os conceitos de motivação, percepção, inteligência, vida afetiva, representações sociais e identidade. � Avaliar o caminho e a constituição dos conceitos utilizados na psicolo- gia da educação, bem como suas influências na vida do ser humano. Introdução Compreender os processos que envolvem a mente humana, bem como os caminhos que conduzem e estruturam o conhecimento, a inteligência, as sensações, a afetividade e diversas outras nuances do sujeito, representa um desafio histórico da sociedade. Entender, principalmente, as esferas mentais que nos permitem chegar à aprendizagem sempre foi um sonho de muitos pesquisadores e estudiosos. Nessa perspectiva, a psicologia educacional pode ser descrita como uma subárea da psicologia que é considerada uma área de conhecimento que se entende como corpus sistemático e organizado de saberes, produzidos de acordo com proce- dimentos definidos, referentes a determinados fenômenos ou conjunto de fenômenos constituintes da realidade, fundamentado em questões ontológicas, epistemológicas, metodológicas e éticas determinadas. Nesse contexto, surgem diferentes aspectos a serem percebidos e con- siderados para que o sujeito e todas as suas dimensões sejam discutidos: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva, representações sociais, identidade. Neste capítulo você vai analisar esses conceitos e reconhecer a sua relação como constituintes dos seres humanos. A importância de discutir determinados temas em psicologia da educação Já faz algum tempo que a psicologia, em seu processo de investigação do ser humano por meio da mente, reafirma-se como importante ciência de compreensão e mapeamento do comportamento e da vida humana. São muito diversos os vieses de estudos e pesquisas que resultaram e resultam em grandes descobertas e avanços para a sociedade, seja no âmbito comportamental, social, educacional, do desenvolvimento ou em diversos outros. Na perspectiva da psicologia educacional, fica evidente que uma das principais ações é verificar, entre os conhecimentos proporcionados pela psicologia científica, quais são os mais importantes para compreender o comportamento das pessoas no âmbito educacional. É essa compreensão que possibilitará ao professor ou profissional em educação realizar as devidas e necessárias intervenções que auxiliarão o aluno no processo de aprendizagem. O papel da psicologia da educação é buscar, nas diferentes teorias do desenvolvimento, recursos e estratégias para compreender as muitas fases da vida do sujeito, desde as aprendizagens da infância, perpassando pela juventude, vida adulta e fase idosa. Por meio da tentativa de compreensão dessas fases, é possível mapear e registrar competências e habilidades mentais, papéis sociais, limitações men- tais, linhas de raciocínio, crenças, entre outros aspectos, sempre considerando o processo de ensino-aprendizagem como pano de fundo. Nesse processo, a principal função da escola é a construção do conhe- cimento. Nessa medida, cada um de nós pode ter uma hipótese de como o sujeito aprende, com base nos sentimentos, nas percepções, nas emoções, nas sensações e nas demais dimensões que atravessam o ser humano. Considerando todos estes atravessamentos e todas essas hipóteses, com o passar do tempo, foram sendo desenvolvidas as diferentes teorias, com o intuito de compreender cada um desses aspectos para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem. Atualmente, temos um conglomerado de teorias que tentam explicar não apenas quando a criança ou a pessoa aprende, mas, Temas em psicologia da educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva...2 principalmente, para que o professor, enquanto mediador desse processo, tenha uma hipótese do que está acontecendo quando ouve a frase “não entendi” ou “não aprendi”. Perceber e tentar compreender aspectos que envolvem o ser humano faz da psicologia da educação uma parceira valiosa e indispensável frenteaos proces- sos educativos. Ao problematizar o sujeito em seu percurso de aprendizagem, essa abordagem permite não somente ajudá-lo, mas, também, diminuir as arestas e as lacunas apresentadas pelo sistema educacional que, muitas vezes, foca em uma determinada metodologia engessada e formatadora, esquecendo de considerar que os envolvidos são pessoas que sentem, sofrem, têm contextos e identidades diferentes, etc. A psicologia da educação traz à tona a discussão acerca do sujeito que aprende, da forma pela qual aprende, quando aprende, ou o porquê de não aprender; tudo isso considerando a não linearidade desse sujeito, seus contra- pontos, suas perspectivas, suas reações e suas diferentes realidades. É nessa perspectiva que surgem as problematizações a partir de diferentes aspectos sobre o sujeito no processo do aprender: � O que o impulsiona? � O que o entristece? � Como se percebe dentro da escola? � O que o angustia? � Quais são seus medos? � O que o afeta? As perguntas não param por aí. Ao contrário disto, vão emergindo a cada novo conhecimento, a cada nova aprendizagem, a cada nova situação. Se o papel do educador é mediar o ensino-aprendizagem e o do estudante é apropriar-se e aprender, a psicologia da educação tenta analisar e discutir tudo que interfere nessa relação, de modo a contribuir como uma ponte para que este processo, que nós chamamos de ato pedagógico, tenha êxito. No processo de ensino-aprendizagem, quando o professor diz que ensinou algo, isso pode parecer simples, mas existe uma imensidão de atravessadores que fazem parte desse processo e o influenciam. Assim, é importante que o professor tenha o conhecimento e a sustentação da psicologia para reconhecer e compreender tais atravessadores, para, a partir disso, entender as diferentes faces desse processo e poder intervir da melhor maneira possível. Nesse sentido, os estudos sobre cada um destes aspectos se reafirmam e se materializam como uma série de estratégias, instrumentos e recursos para 3Temas em psicologia da educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva... que o professor possa manejar o seu ato pedagógico, reforçando a figura de mediador e fazendo valer o ato de educar-ensinar-aprender. A cognição e a emoção no processo de ensino-aprendizagem O maior problema da instituição escolar é o de dar prioridade para a cognição, esquecendo-se das outras dimensões e possibilidades do universo infanto- -juvenil. No viver da criança, não podemos separar cognição, ação, emoção, aprendizagem, afeto. Essa separação entre esses comportamentos inerentes ao ser humano é identificada nas ações lúdicas. A relação entre o cérebro, o corpo e a emoção da criança é única e necessita ser considerada de forma totalitária; é um processo altamente complexo, que não pode ser dissociado. A cognição e a ação motora estão indissociavelmente unidas aos aspectos afetivos-emocionais do ser humano, suas vivências e experiências. É a carac- terística afetiva que ajuda a determinar a necessidade e a permanência de um registro de memória, por exemplo. A oportunidade mais significativa de entendermos a relação complexa entre a mente e o nosso cérebro emerge com a teoria interacionista, pois ambos, mente e cérebro, influenciam-se. Damásio (2000) defende que a consciência não existiria sem o cérebro e, muito menos, sem o corpo. A consciência depende do corpo específico que abriga o cérebro, do corpo que interage e se transforma com o mundo. O corpo se movimenta, transita, age, reage, sente, emociona-se e as lembran- ças ficam guardadas no cérebro. Por isso, mesmo se fosse possível reproduzir os padrões neurais do cérebro de uma pessoa, não seria possível experimentar sua consciência. A influência da motivação no processo de ensino- aprendizagem O que significa dizer que alguém aprendeu algo? No nosso cotidiano, o termo aprendizagem é empregado em referência à aquisição de novos conhecimentos ou habilidades, como aprender a fazer uma torta ou aprender dança de salão. Para a psicologia da educação, aprender é um processo complexo que produz uma alteração relativamente duradoura no comportamento ou conhecimento como resultado da experiência do sujeito. Temas em psicologia da educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva...4 É importante ressaltar que o primeiro passo do processo é a motivação (Figura 1), que é um processo que desencadeia e dirige o comportamento do sujeito. Se alguém não estiver motivado, isto é, interessado, não aprende. No entanto, a motivação nem sempre está presente no sujeito; muitas vezes, ele é motivado pelo outro (pais, professores, amigos) ou por algo (assunto, método de ensino, recompensa). O sujeito motivado orienta o seu comportamento para os objetivos que possam satisfazer suas necessidades. No entanto, para que o indivíduo possa atingir seu objetivo, é necessário que ele tenha condição (física, cognitiva, social), ou seja, prontidão. Por exemplo, não adianta ensinar um bebê a correr se ele não estiver com o suporte biológico em condições mínimas para fazê- -lo. Igualmente, se não houver uma dificuldade, desafio ou problema, não há razão para aprender nos comportamentos ou conhecimentos. O sujeito procura resolver o problema elaborando respostas, buscando soluções, é impulsionado por algum tipo de motivação. Se a resposta for satisfatória, ele se sente recompensado e tende a integrar essa resposta ao seu repertório de comportamentos ou aprendizagens. Tudo isso possibilita ao sujeito dar a mesma resposta a situações semelhantes: a aquisição da nova aprendizagem impulsionada pela motivação passa a fazer parte do sujeito e será utilizada sempre que necessário. Figura 1. Alunos em sala de aula. A motivação depende de vários fatores. Fonte: Monkey Business Image/Shutterstock.com 5Temas em psicologia da educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva... Diferenciando motivação intrínseca e motivação extrínseca Motivação intrínseca Também conhecida como motivação interna, está relacionada à força interior, capaz de se manter ativa mesmo diante da adversidade. Esse tipo de motivação é indepen- dente do ambiente, das situações e das mudanças, estando relacionado aos interesses individuais e que podem ser alterados apenas por escolha da pessoa. Geralmente, a motivação interna está associada a metas, objetivos, desejos, sonhos e projetos pessoais que estimulam o sujeito a acordar todos os dias, enfrentar os desafios e se dedicar a horas intensas de estudo ou trabalho. É um tipo de motivação que está presente em todas as pessoas, pois é o que gera força para estar em movimento, conquistar coisas e escrever sua própria história. Motivação extrínseca Também conhecida como motivação externa, está relacionada ao ambiente, às situações e aos fatores externos. Um exemplo claro de motivação extrínseca são as premiações ou elogios públicos dados pelos professores a alunos que alcançaram notas máximas nas provas ou atividades escolares. Já no ambiente de trabalho, o clima da empresa, as atividades diversificadas, os treinamentos de aprimoramento e outros benefícios se destacam como eficientes formas de motivação externa que mantêm o quadro de funcionários comprometido e produtivo. Esse tipo de motivação é uma maneira de ajudar as pessoas a se manterem engajadas e serve como um fator complementar. Um aluno imbuído em um espaço motivador poderá obter ótimos resultados em seu processo de construção do conhecimento. Psicologia da educação: fatores que atravessam o sujeito e o constituem Percepção Para a psicologia, a neurociência e as ciências cognitivas, a percepção consiste na função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais a partir do histórico de vivências passadas. Por meio da percepção, um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio. A percepção consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das informaçõesobtidas pelos sentidos. A percepção pode ser estudada do ponto de vista estritamente biológico ou fisiológico, envolvendo estímulos elétricos evocados pelos estímulos nos órgãos dos sentidos. Do ponto de vista psicológico ou cognitivo, a percepção envolve também os processos mentais, a memória e outros aspectos que podem influenciar a interpretação dos dados percebidos. Temas em psicologia da educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva...6 O uso dos sentidos (audição, visão, olfato, tato e paladar) permite ao ser humano conhecer o mundo, e este contato acontece através das sensações. John Locke, um grande filósofo que viveu na Inglaterra entre 1632 e 1704, defendeu uma ideia muito importante e respeitada até hoje. Segundo ele, para que alguém conheça alguma coisa, é necessário que se tenha contato com os objetos, com a natureza e com as pessoas; esses contatos poderão ser através do falar, do olhar, do cheirar, do tocar ou do degustar. John Locke disse, ainda, que nossos conhecimentos mudam constantemente, de acordo com nossas aprendizagens, de maneira que a cada experiência que vivemos aprendemos mais coisas. Para o filósofo, além disso, todo conhecimento é, no primeiro momento, simples e, a partir das experiências, ocorre de maneira mais aprofundada. Assim, podemos concluir que, segundo Locke, conhecemos o mundo sentindo. Inteligência Uma das concepções de inteligência inclui a qualidade de adaptar-se a situa- ções novas e aprender com maior facilidade – são muitas as teorias científicas sobre a inteligência. Gohara Yegua (1987), em seu livro sobre avaliação da inteligência, descreve que, ao participar de um evento sobre tal temática, muitos psicólogos expuseram suas opiniões a respeito da natureza da inteligência. Alguns disseram reconhe- cer o sujeito como inteligente a partir de sua capacidade pensar abstratamente; outros disseram que a inteligência era a capacidade de se adaptar ao ambiente ou a capacidade de se adaptar a situações relativamente novas ou, ainda, a capacidade de aquisição de novos conhecimentos. Houve inúmeras teorias sobre a inteligência: as que postulavam a existência de uma inteligência geral, as que reafirmavam a existência de várias faculdades diferenciadas de inteligência e as que defendiam a existência de múltiplas aptidões independentes. De acordo com Elói (2012): A inteligência, desde o início da humanidade, foi marcando a diferença entre os indivíduos. Desde o tempo dos primeiros homo sapien sapiens até à atualidade, esta é uma característica que desde sempre fez a diferença entre os indivíduos. Em cada época de sua forma e à sua maneira. Segundo a antropologia, se não fosse a inteligência, o ser humano e a humanidade nunca teriam evoluído ou mesmo sobrevivido até a atualidade. Nos nossos antepassados, a inteligência poderia fazer a diferença entre vida e morte; atualmente a inteligência conti- nua a contribuir para questões de sobrevivência, porém relacionada a outras atividades. As pessoas mais inteligentes têm mais probabilidade de ter sucesso 7Temas em psicologia da educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva... em várias áreas da sua vida. A inteligência é um processo cognitivo supe- rior extremamente complexo, visto que, segundo os investigadores, implica inúmeros outros processos, como memória, atenção, motivação, raciocínio, aprendizagem, resolução de problemas, etc (ELÓI, 2012). Nessa perspectiva, a inteligência se torna fundamental, já que potencializa todas as outras capacidades. É importante ressaltar que, na maior parte das vezes e cada vez mais, o sucesso não se resume a uma capacidade ou compe- tência, mas sim a várias. Vida afetiva A afetividade engloba muitos aspectos que pertencem às situações prazer- -desprazer. Ao procurar compreender a vida afetiva do sujeito, é necessário adotar a terminologia adequadas, na medida em que se trata de uma área de estudo repleta de nuances. Portanto, se até o século XIX eram usados, indiscriminadamente, termos como emoção e sentimento, hoje, no estudo da vida afetiva, fazemos a diferenciação destes termos: � Emoção: estado agudo e transitório. Exemplo: a empolgação. � Sentimento: estado mais atenuado e duradouro. Exemplo: o saudosismo, a fidelidade. A afetividade pode ser um fator aliado ao desenvolvimento, mas a escola precisa superar a dicotomia entre orgânico e social e entre indivíduo e meio. As questões da afetividade referem-se à capacidade, à disposição do su- jeito de ser afetado pelo mundo externo/interno, por sensações relacionadas a situações agradáveis ou desagradáveis. A teoria da afetividade aponta três momentos marcantes e sucessivos na evolução do afeto: emoção, sentimento e paixão. Os três resultam de fatores orgânicos e sociais e correspondem a configurações diferentes. Na emoção, há o predomínio da atividade fisioló- gica; no sentimento, da ativação representacional; na paixão, da ativação do autocontrole. Representações sociais O conceito de representação social se estrutura no limite entre a psicologia e a sociologia, especialmente entre a psicologia e a sociologia do conhecimento. Os estudos sobre a representação social tiveram início com Émile Durkheim (1978), com o conceito da teoria da representação coletiva, com o qual procurava Temas em psicologia da educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva...8 dar conta de fenômenos como religião, mitos, ciência, categorias de tempo e espaço em termos de conhecimento inerente à sociedade. Em seguida, outros autores buscam afastar-se da perspectiva sociológica de Durkheim, conside- rando as representações como algo compartilhado de modo heterogêneo pelos diferentes grupos sociais, de modo que o conceito de representação social retorna para a psicologia social. O significado de representação emerge associado a uma imagem mental, a uma reconstrução do real que permite ao ser humano a capacidade de relembrar ou evocar um dado acontecimento, objeto ou pessoa, na sua ausência. Quando as representações são aceitas e partilhadas por uma dada so- ciedade ou grupo de indivíduos, estamos diante das designadas represen- tações sociais, isto é, conjunto de explicações, crenças e ideias, elaboradas a partir de modelos culturais e sociais que dão quadros de compreensão e interpretação do real. As representações sociais são características de uma determinada época e contexto histórico, por isso, a sua alteração ocorre muito lentamente. Um bom exemplo disso é a representação da mulher nas sociedades ocidentais: contemporaneamente, para além de ser mãe de família, desenvolve uma atividade profissional em que procura ser bem-sucedida. Essa representação, que atualmente é desejável, seria impensável no início do século XX, quando a representação social era a da mulher que ficava em casa cuidando dos filhos e das tarefas domésticas. Outro exemplo no qual é evidente a mudança da representação é no ideal de mulher bonita. A imagem robusta, com ancas arredondadas, associada ao que se considerava um corpo bonito e esbelto, deu lugar a um ideal em que dominam os corpos magros e esguios (FERTUZINHOS, 2009). Assim, podemos pensar que as representações sociais, também consideradas em sentido mais amplo como pensamento social, são deveras imprescindíveis nas relações humanas, uma vez que dão uma explicação, um sentido à realidade. Além disso, ao funcionarem como reguladoras e orientadoras do comporta- mento, permitem que os indivíduos se comuniquem e se compreendam. Identidade É a denominação dada às representações e aos sentimentos que o indivíduo desenvolve a respeito de si próprio, a partir do conjunto de suas vivências, orientações e experiências. A identidade é a síntese pessoal sobre o si mesmo, incluindo dados pessoais (cor, sexo, idade), biografia (trajetória pessoal), atri- butos que os outros lhe conferem, permitindo uma representação a respeito de si. Nessa concepção de identidade, o sujeito está em transformaçãoconstante. 9Temas em psicologia da educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva... A identidade pressupõe a construção do sujeito, considerando a diversi- dade e a pluralidade humana. Nessa via, surge, ainda, o conceito de política de identidade, que é o predomínio político pelo qual um determinado grupo social garante o domínio político da sociedade e resulta, dentre vários aspectos, em uma única possibilidade diante dos fatos, possibilidade essa imposta e reforçada pelo grupo dominador. Exigir o reconhecimento da identidade de diferentes grupos culturais permitirá a quebra de aspectos únicos e determi- nados, tornando possível o surgimento de novas perspectivas. O pensar e o refletir são fundamentais para o ser humano na construção não só de sua identidade autônoma, mas também na desconstrução e ressig- nificação de novos semblantes das identidades culturais. Motivação Esse aspecto continua sendo algo que carrega certa obscuridade dentro dos estudos psicológicos, visto que a motivação carrega as atribuições de ser responsável tanto pela facilidade quanto pela dificuldade do sujeito em seu processo de ensino-aprendizagem. Às características motivadoras, atribui- -se o sucesso ou o fracasso de educadores e educadoras ao tentarem ensinar algo para seus educandos/as. Nessa perspectiva, são detectadas algumas variáveis fundamentais: � Ambiente; � Forças internas ao sujeito, como necessidade, desejo, vontade, interesse, impulso, instinto; � Objeto que atrai o sujeito por ser fonte de satisfação da força interna que o mobiliza. De acordo com Todorov e Moreira (2005), motivação, assim como apren- dizagem, é um termo largamente usado em compêndios de psicologia e, como aprendizagem, é usado em diferentes contextos com diferentes sig- nificados. O mesmo autor pode empregar o termo de maneira diversa num mesmo parágrafo. Vernon (1973), por exemplo, faz isso logo na primeira página do primeiro capítulo de seu livro “Motivação Humana” (TODOROV; MOREIRA, 2015). Temas em psicologia da educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva...10 É possível pensar que a motivação é vista como uma espécie de força interna que emerge, regula e sustenta todas as ações mais importantes do sujeito. Porém, vale lembrar que motivação é uma experiência interna e não é possível estudá-la diretamente. A motivação também pode ser pensada como uma força sem que se especi- fique sua natureza, é uma experiência interna, algo que percebemos e sentimos, de maneira que não pode ser observada. No senso comum, motivação é uma força interna que nos leva a agir, e por ser interna só nós mesmos podemos senti-la. O uso técnico/científico do conceito é bem mais diversificado. Dessa forma, se no início do século a grande incógnita era descobrir aquilo que se deveria fazer para motivar as pessoas, mais recentemente tal preo- cupação tem mudado de sentido. Passa-se a perceber que cada um já traz, de alguma forma, dentro de si, suas próprias motivações. Aquilo que mais interessa, portanto, é encontrar e adotar recursos organizacionais capazes de não sufocar as forças motivacionais inerentes às próprias pessoas. É preciso perceber que não existe um gênio da motivação que transforma cada um de nós em trabalhador zeloso ou nos condena a ser o pior dos preguiçosos. Na verdade, a desmotivação não é nem defeito de uma geração e nem uma qualidade pessoal, pois está ligada a situações específicas. Quando nos deparamos com alunos e alunas aparentemente pouco motiva- dos, tendemos a pensar que são desinteressados, que estão com a cabeça em outro lugar. Muitas vezes é preciso experimentar um método diferente, uma alternativa lúdica. Para Bernard Charlot (2001), é importante a criança fazer uso dos próprios movimentos, fazendo uso de si mesma como um recurso, pois os movimentos remetem a um desejo, um sentido, um valor. Assim, a motivação se configura como o processo que mobiliza o orga- nismo para a ação, a partir de uma relação estabelecida entre o ambiente, a necessidade e o objeto de satisfação. Podemos compreender que, na base da motivação, está um organismo que apresenta uma necessidade, um desejo, uma intenção, um interesse, uma vontade ou uma predisposição para agir. Na motivação, está também incluído o ambiente que estimula o organismo e que oferece o objeto de satisfação. Por fim, na motivação está incluído o objeto que aparece como possibilidade de satisfação da necessidade. 11Temas em psicologia da educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva... O que é desconstrução? A desconstrução é fundamental, visto que qualquer que seja a análise desconstrutiva ela não visará destruir o texto ou o aspecto analisado com o intuito de colocar-se contra ele, de derrotá-lo, de criticá-lo negativamente, como se pretendesse, ao seu final, descartar tal informação ou traçar um indiscutível mapa da verdade. A desconstrução busca uma reinterpretação indefinida, sem a intenção de chegar a uma posição ou a uma significação que seja definitiva ou total. Assim, desconstrução, em sentido amplo, é qualquer análise que questione ope- rações ou processos que visam desvendar algo que esteja oculto. A desconstrução envolve a busca pelas contradições e por novas possibilidades. A desconstrução e possível reconstrução permitem ao sujeito, além do ato de duvidar de aspectos já pré-estabelecidos, a oportunidade de quebrar o que se encontra legitimado e intacto para, assim, possibilitar novas construções ou reconstruções. A desconstrução se apresenta como uma importante ferramenta de análise dos fatos e, certamente, é necessária frente às identidades. Problematizar alguns aspectos instituídos como verdades únicas são produtivos modos de desconstruir e importantes possibilidades de análises históricas, culturais, identitárias e/ou políticas das condições que possibilitam tais aspectos. A compreensão do caminho, a constituição de diferentes aspectos e suas influências na vida do ser humano Compreendendo a emoção, a motricidade e o desenvolvimento humano para pensar os processos de aprendizagem Na teoria walloniana, movimento e emoção estabelecem uma relação de reciprocidade que sustenta todo o processo de desenvolvimento humano. A função motora recebe um sentido humano quando relacionada com a emoção. Para compreender esse pilar da perspectiva walloniana, é preciso partir do pressuposto de que existem duas funções motoras interdependentes: � Atividade clônica ou cinética, associada ao movimento propriamente dito, que regula o estiramento e encurtamento das fibras musculares. � Atividade tônica, estabelecida pelo tônus muscular – estado de tensão variável entre o músculo. Temas em psicologia da educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva...12 É importante que o professor tente compreender dois aspectos que se diferem e são fundamentais nesse processo: a emoção e a afetividade. A emoção da qual fala Wallon não deve ser confundida com afetividade. A emoção é a reação fisiológica que apresenta alteração orgânica, tal como o aumento do batimento cardíaco, a sudorese e a descarga de adrenalina, e pode ser apresentada como reação postural na exteriorização da afetividade. Afetividade é um conjunto de processos psíquicos que acompanham as mani- festações orgânicas da emoção, canalizando-a para dentro do próprio sujeito. A emoção carrega a possibilidade da articulação do biológico com o social na medida em que promove a interação da criança com o meio ambiente, com o processo de maturação neurológica e o desenvolvimento psicológico. Vale ressaltar que reconhecer todas essas possíveis manifestações no sujeito nos leva a compreendê-lo em suas diferentes dimensões e situações, inclusive buscando percebê-lo em diversas situações em sala de aula. As emoções são a exteriorização da afetividade e provocam transformações que se orientam em direção ao desenvolvimento da atividade intelectual que, uma vez instalada, tenderápara o controle da potência totalizadora e contagiosa das atitudes emocionais. Nessa perspectiva, podemos considerar que o mal-estar está associado a fome, cólica ou desconforto postural, os quais provocam espasmos, contrações e gritos. Bem-estar se refere à saciedade, provoca movimentos menos tensos e mais harmoniosos. Os olhos se abrem bem, os lábios esboçam sorrisos e, ainda, quando a satisfação é intensa, as pernas se mexem como se estivessem pedalando no vazio. As emoções também são compreendidas como a primeira forma de adap- tação da criança ao meio e propiciam as primeiras aprendizagens, o acesso da criança ao universo simbólico da cultura, uma vez que é o mecanismo inicial que assegura as relações sociais. Por fim, vale lembrar que a emoção rebusca cada vez mais seus meios de expressão, utilizando-os como instrumento de sociabilidade cada vez mais especializados. Compreendendo a formação da identidade, das relações e das representações sociais As relações psíquicas não se desenvolvem como se fossem esferas indepen- dentes do contexto social e histórico. Aliás, antes mesmo de seu nascimento, o ser humano já existe e muitas coisas operam a favor da construção de sua identidade e das representações sociais. Há sempre alguém esperando por ele, 13Temas em psicologia da educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva... falando sobre o que o aguarda, conferindo suas características, significados herdados de outras gerações, sem que tenhamos consciência do que está sendo dito a nosso respeito. Após o nascimento, serão os adultos que guiarão as ações do pequeno para que, só depois, o filhote de homem, já operando pelo pensamento ver- bal, consiga atuar segundo sua capacidade de planejamento, simbolização e significação. Esse é um longo processo de identificação, de observações, de inúmeras aprendizagens. A construção da identidade pode acontecer durante toda da vida dos seres humanos. Desde o seu nascimento, o sujeito inicia uma longa interação com o meio em que está inserido, a partir do qual constituirá não só a sua identi- dade, como a sua inteligência, seus medos, sua personalidade, etc. Apesar de alguns traços serem comuns a todas as pessoas, independentemente do meio e da cultura em que estejamos inseridos, há determinadas características do desenvolvimento que diferem quando há diferentes culturas. Vale ressaltar que essa construção pessoal é considerada uma característica importante da adolescência, pois é uma fase em que os indivíduos começam a reafirmar os seus objetivos e ideias. Cada um de nós constrói o seu “eu” por meio, inclusive, das interações rela- cionais, reais e idealizadas; aprendemos e desaprendemos com as experiências vividas e os seus modelos. Se na infância os nossos modelos são os pais, na adolescência serão os jovens da mesma idade e outros grupos representados socialmente que influenciarão de forma significativa a construção da identidade. Para além disso, a família e os professores assumem um papel importante nessa construção, visto que necessitam perceber, acolher, acompanhar e orientar esse processo. Compreendendo o surgimento da vida afetiva Para pensar a vida afetiva vamos voltar-nos à fase infantil, já que a criança, de acordo com a teoria walloniana, é essencialmente emocional e, gradualmente, vai constituindo-se em um ser sociocognitivo. Dessa forma, é importante que os professores reconheçam que a criança necessita estar contextualizada em uma realidade viva, em movimento, em transitoriedade e que tudo isso influencia o conjunto de seus comportamentos, conhecimentos, percepções e suas condições frente à sua existência e às aprendizagens. A vida afetiva da criança emerge, portanto, das trocas relacionais que ela constrói com os outros, e isso é fundamental para o seu desenvolvimento e para a constituição do conhecimento. Temas em psicologia da educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva...14 As crianças nascem imersas em um mundo cultural e simbólico, no qual ficarão envolvidas em um “sincretismo subjetivo” por, pelo menos, três anos. Durante esse período, de completa indiferenciação entre a criança e o ambiente humano, sua compreensão das coisas dependerá dos outros, que darão às suas ações e aos seus movimentos formato e expressão. Portanto, essa deveria ser uma importante informação para o professor, para que compreenda tal processo e, assim, atue na mediação adequada do ensino-aprendizagem da criança. Outro aspecto importante a ser ressaltado é que, antes mesmo do apareci- mento da linguagem falada, as crianças comunicam-se e constituem-se como sujeitos com significado, através da ação e interpretação do meio entre os seres humanos, construindo suas próprias emoções, suas percepções e seus entendimentos, em seu primeiro sistema de comunicação expressiva. Estes processos comunicativos-expressivos acontecem em trocas sociais como a imitação: imitando, a criança desdobra, lentamente, a nova capacidade que está construindo (pela participação do outro ela se diferenciará dos outros), formando sua subjetividade e dando início à constituição de seus conheci- mentos e de sua vida afetiva. Pela imitação, a criança expressa seus desejos de participar e se diferenciar dos outros, construindo-se como sujeito próprio. Construindo a identidade a partir da interação e das atividades motoras A atividade motora para crianças se dá como um meio de adaptação, de transformação e de relacionamento com o mundo, pois o desenvolvimento motor não pode ser dissociado do desenvolvimento cognitivo e afetivo, e é nessas relações de trocas e aprendizagens que acontece, também, a construção da identidade. Conforme o olhar atribuído pela psicologia, a maneira como a criança interage com o mundo ao seu redor acontece mediante os movimentos que, por sua vez, se dão por causa das brincadeiras, dos jogos, dos esportes e das atividades lúdicas. Portanto, às crianças deve ser dada a oportunidade de movimentar-se para que consigam, dentro de suas possibilidades, desempenhar atividades e se desenvolver. As terminações nervosas transmitem esses sinais para os córtices sensoriais de audição, gustação, olfato, tato, paladar e visão, conhecendo, assim, o mundo. É jogando, brincando e praticando esportes que as crianças se comportam em várias dimensões; essa sua conduta mais significativa e concreta frutifica na indissociabilidade e no intercâmbio dos seus aspectos biológicos, psicológicos e culturais, desenvolvendo, a partir disso, aspectos identitários. 15Temas em psicologia da educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva... As sensações que emergem na atividade lúdica podem desenvolver as percepções que, ao serem organizadas em estruturas cognitivas, tornam-se a base de todo o processo de aprendizagem. Corpo: movimento e os processos do aprender A coordenação global, as vivências e as experiências conduzem as crianças a adquirirem a dissociação de movimentos. Isso se expressa pelas condições de realizar múltiplos movimentos ao mesmo tempo como, por exemplo, tocar um instrumento, praticar um esporte, etc. O corpo não pode ser entendido exclusivamente em sua perspectiva ana- tomofisiológica, mas, também, como uma fonte que expressa emoções e sensações – alegria, tristeza, alívio, empolgação etc. Todo e qualquer movimento está em estreita relação com a conduta e a personalidade, o que implica afirmar que a toda atividade física (movimento) corresponde (produz e é produzida por) uma relação psicológica. A motricidade é a interação de diversas funções motoras (perceptivomo- tora, neuromotora, psicomotora, neuropsicomotora, etc.). A atividade motora é de suma importância no desenvolvimento global da criança. Por meio da exploração motriz, ela desenvolve a consciência de si mesma e do mundo exterior, cria e organiza artefatos que a identificam e que são marcantes em seu processo de construção do conhecimento. A aprendizagem por meiodo corpo e suas dimensões Nas brincadeiras, a criança vivencia diversas atividades lúdicas, passa a se conhecer melhor, a conhecer suas dimensões, corpo, limites, a dominar suas angústias e a repre- sentar o mundo exterior, usando, para isso, o brinquedo, os jogos e suas construções. É assim que a criança se desenvolve. Os jogos, os brinquedos e as brincadeiras são atividades voluntárias e têm como características fundamentais o fato de que são livres e têm no faz de conta uma forma de representação de um desejo ou realidade. Junto às escolas, é preciso pensar em propostas que envolvam brinquedos, jogos e brincadeiras, de forma que tais ações se configurem como um compromisso ético e político na busca para assegurar o desenvolvimento integral da criança e contribuir com suas aprendizagens. Temas em psicologia da educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva...16 CHARLOT, B. Jovens e o Saber: perspectivas mundiais. Porto Alegre: Artmed, 2001. DAMÁSIO, A. R. O sentimento de si: o corpo, a emoção e a neurologia da consciência. Mem Martins: Europa-América, 2000. ELÓI, J. Afinal o que é inteligência. Psicologia free, Marinha Grande, 2012. Disponível em: <http://www.psicologiafree.com/curiosidades/afinal-o-que-e-a-inteligencia/>. Acesso em: 03 nov. 2017. FERTUZINHOS, L. Representações sociais. O olhar da Psicologia, 2009. Disponível em: <http://psicob.blogspot.com.br/2009/02/representacoes-sociais.html>. Acesso em: 03 nov. 2017. GOHARA, Y. Y. A natureza e o conceito de inteligência. In: ANCONA-LOPEZ, M. Avaliação da inteligência. São Paulo: EPU, 1987. v. 1. TODOROV, J. C.; MOREIRA, M. B. O conceito de motivação na psicologia. Revista Brasi- leira de Terapia Comportamental e Cognitiva. São Paulo, v. 7, n. 1, p. 119-132, jun. 2005. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517- -55452005000100012&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 13 nov. 2017. Leituras recomendadas BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. de L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008. FREUD e a Psicanálise: psicologia da educação. Portal Educação, Campo Grande, 2013. Disponível em:<https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/iniciacao- -profissional/freud-e-a-psicanalise-psicologia-da-educacao/37939>. Acesso em: 03 nov. 2017. REIS, V. Motivação em sala de aula. EDUCAÇÃO - A complexidade de Morin e Freire, Florianópolis, 2011. Disponível em: <http://pedagogofaed.blogspot.com.br/2011/05/ motivacao-em-sala-de-aula.html>. Acesso em: 03 nov. 2017. SILVA, A. M. V. et al. Pedagogia: bases psicológicas da educação. Valinhos, 2009. 17Temas em psicologia da educação: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva... Conteúdo: Dica do professor A dica do professor perpassa pelos estudos do pensador Sigmund Freud, grande teórico do desenvolvimento humano que instituiu uma das principais teorias do psiquismo, a Psicanálise. Os estudos desse pesquisador são bastante complexos, porém, compreender os aspectos subjetivos do desenvolvimento e psiquismo humanos é direcionador para educadores e educadoras que, certamente, serão capazes de identificar conflitos que podem influenciar no processo de ensino- aprendizagem da criança. Entender a mente humana possibilita entender a natureza do ser humano e sua essência. Bons estudos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/14d95e4e214f5a49ddc3b2e696d1c7e2 Exercícios 1) Fica evidente que uma das principais ações é verificar, entre os conhecimentos proporcionados pela psicologia científica, quais são os mais importantes para compreender o comportamento das pessoas no âmbito educacional, sempre considerando os aspectos que envolvem esse comportamento e influenciam o aprender: motivação, percepção, inteligência, vida afetiva, identidade e representações sociais. É essa compreensão que possibilitará ao professor ou profissional em educação realizar as devidas e necessárias intervenções que auxiliarão no processo de ensino-aprendizagem. Esse texto refere-se à: A) Psicologia Escolar. B) Psicologia Educacional. C) Psicopedagogia. D) Psicanálise. E) Psicologia do Desenvolvimento. 2) O trecho a seguir refere-se a qual conceito? Em sentido amplo, é qualquer análise que questione operações ou processos que visam desvendar algo que esteja oculto. Envolve a busca pelas contradições e por novas possibilidades, permite ao sujeito, além do alto de duvidar de aspectos já preestabelecidos, a oportunidade de quebrar o que se encontra legitimado e intacto, para assim, possibilitar novos olhares e novas posturas. Apresenta-se como uma importante ferramenta de análise dos fatos e, certamente, necessária frente às mudanças. A) Percepção. B) Identidade. C) Desconstrução. D) Representações Sociais. E) Política de Identidade. 3) As crianças nascem imersas em um mundo cultural e simbólico, no qual ficarão envolvidas em um "sincretismo subjetivo", por pelo menos três anos. Conforme a teoria walloniana, durante esse período de completa indiferenciação entre a criança e o ambiente humano, sua compreensão das coisas dependerá dos outros, que darão às suas ações e movimentos formato e expressão. Portanto, as trocas relacionais da criança e suas primeiras aprendizagens ocorrem a partir da: A) Afetividade. B) Percepção. C) Emoção. D) Empolgação. E) Motivação. 4) É o processo cognitivo superior, extremamente complexo, visto que, segundo estudiosos do campo da psicologia educacional e demais pesquisadores, implica em inúmeros outros processos, tais como: memória, atenção, motivação, raciocínio, aprendizagem, resolução de problemas. Esse texto refere-se à: A) Afetividade. B) Identidade. C) Representação social. D) Inteligência. E) Memória. 5) Pode ser pensada como uma força sem que se especifique sua natureza, é uma experiência interna (algo que percebemos e sentimos,) não podendo ninguém observar. No senso comum é uma força interna que nos leva a agir e por ser interna só nós mesmos podemos senti-lá. O uso técnico/científico do conceito é bem mais diversificado. Nessa perspectiva, estamos nos referindo à (ao): A) Inteligência. B) Emoção. C) Afetividade. D) Motivação. E) Sentimento. Na prática A psicologia da educação possibilita não somente perceber aspectos atravessadores do âmbito educacional como também criar recursos para resolvê-lo oportunizando a aprendizagem em um ambiente plural. Veja na história da Júlia como a psicologia da educação pôde fazer a diferença. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Identidade e diferença na perspectiva dos Estudos Culturais Nesta videoaula é abordada a problemática da identidade e da diferença a partir das concepções de identidade, sobre a definição dos sujeitos e a pedagogia da diferença. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Psicologia da Educação O desenvolvimento deste trabalho teve como objetivo introduzir uma reflexão de como integrar teorias, aparentemente tão diferentes, num todo coerente e relacionado ao trabalho do professor em sala de aula. As teorias são apresentadas de forma resumida e simplificada, e ao final de cada capítulo são indicadas ao leitor outras fontes de estudo. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Psicologia da Educação Clique no link a seguir e acesse a obra dos autores César Coll Salvador, Mariana Miras Mestres, Javier Onruvia Goñi e Isabel Solé Gallart. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! https://coordenandoospassos.wordpress.com/2012/04/09/aula-7-identidade-e-diferenca-na-perspectiva-dos-estudos-culturais/ http://rafaelamelo.weebly.com/uploads/1/1/4/0/11404205/a_psicologia_da_educacaoped.pdf
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