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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL DANIELLE CRISTINA GOMES AULA PRÁTICA 08 CINÉTICA QUÍMICA - DETERMINAÇÃO DA ORDEM DE REAÇÃO PROF. DR. VICTOR GOMES LIMA FERRAZ Governador Valadares 2022 1. INTRODUÇÃO A cinética química irá abordar o tempo gasto para com que os reagentes são consumidos e os produtos formados. Também estuda como a velocidade destas reações vai se modificar na presença de um catalisador, e a identificação das etapas da reação. Primeiro, para analisar a velocidade e mecanismo de reação, é necessário determinar sua estequiometria global de reação e mapear o acontecimento de reações secundárias. Posteriormente, determinar a variação das concentrações dos reagentes com o tempo após início da reação. A temperatura durante toda a reação deve ser mantida constante, uma vez que a velocidade da mesma é sensível à variações de temperatura, portanto, o resultado do valor da velocidade seria equívoco, não expressando a mesma de forma correta. Dada a Reação elementar abaixo: aA + bB → cC + dD A lei de velocidade será dada por: V = K[A]a . [B]b , onde a e b são os expoentes de A e B, que correspondem aos coeficientes estequiométricos da reação. Alguns outros fatores podem ser responsáveis pela variação da velocidade das reações químicas, sendo eles: Natureza química dos reagentes: sendo a velocidade dependente de características que são intrínsecas dos reagentes; Superfície de contato: para reações homogêneas (líquidas e gasosas), existe contato maior entre as moléculas dos reagentes, diferentemente de compostos sólidos em reações heterogêneas, possuindo menor superfície de contato. A velocidade vai depender da área de contato; Concentração de reagentes: quanto mais concentrados estão os reagentes mais rápido a reação ocorre. Isso se dá pois, quando maior a concentração, mais números de colisões as moléculas terão entre si. Pressão em sistema gasoso: quando um gás é comprimido devido a aumento de pressão, seu volume tende a diminuir, favorecendo colisões entre os reagentes e aumentando a velocidade de reação. Presença de agentes externos: são substâncias que irão modificar a velocidade da reação, sem participarem da mesma, ou seja, sem alterar os produtos. Essas substâncias podem ser catalisadoras, que irão aumentar a velocidade (como as enzimas biológicas), ou inibidores (como alguns fármacos), diminuindo a velocidade. 2. OBJETIVO Compreender os fatores internos ou externos que irão modificar a velocidade das reações, sendo eles aumentando ou diminuindo a mesma. 3. MATERIAIS, REAGENTES E EQUIPAMENTOS MATERIAIS • 9 Béqueres; • Provetas de 10 mL; • Pipeta de 1 mL, 5 mL e 10 mL; • Água de destilada; • Pêra de sucção; • Gelo. REAGENTES • Tiossulfato de sódio 0,6 M; • Tiossulfato de sódio 0,2 M; • Ácido Clorídrico 0,3 M; • Ácido Clorídrico 2,0 M; EQUIPAMENTOS • Banho Termostático; • Ebulidor; • Cronômetro; • Termômetro. 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Experimento1: De início, preparou-se cinco soluções de tiossulfato de sódio + água destilada em cinco béqueres separados, conforme a tabela a seguir: . Adicionou-se aos cinco béqueres 2,5mL de HCl 2,0M e o tempo para ocorrer a formação de precipitado assim o tempo foi cronometrado. Determinou-se como turvação completa da solução no momento que não fosse mais possível visualizar um X desenhado no papel abaixo do béquer. Experimento 2: De início, preparou-se quatro soluções de ácido clorídrico + água destilada em quatro béqueres separados, onde: Adicionou-se aos quatro béqueres 20mL de tiossulfato de sódio 0,2M e o tempo para ocorrer a formação de precipitado foi-se cronometrado. Determinou-se como turvação completa da solução no momento que não foi mais possível visualizar um X no papel abaixo do béquer. Experimento 3: Adicionou-se com o auxílio de uma pipeta, 2,0 mL da solução de tiossulfato de sódio (0,2 mol/L) em 3 béqueres e em outros 3 béqueres, adicionou-se 2,0 mL da solução de ácido clorídrico (0,3 mol/L), um par desse foi preparado a temperatura ambiente. Através das orientações na apostila, pegou-se um béquer de cada, um par, e colocou-se as soluções de ácido e de tiossulfato de sódio em banho de água com gelo (a 0 °C) e aguardamos por 6 minutos até a temperatura ficar constante. Com outro par de béqueres o colocou-se em banho de água a 40°C, um com ácido e outro com tiossulfato de sódio em outro banho e aguardou-se por Cerca de 5 minutos. Após decorrer o tempo, com as soluções dos béqueres estiverem na temperatura do banho, verteu-se a solução de tiossulfato de sódio no béquer que contém o ácido clorídrico, disparamos o cronômetro e quando se observou a formação de precipitado (turvação) no béquer, não sendo mais possível visualizar um X no papel abaixo do béquer, parou-se o cronômetro e registrou-se o valor. Essa etapa foi repetida para as diferentes temperaturas. 5. RESULTADOS Experimento 1: 2,5 mL de HCl 2,0 mol/L Béquer Tempo 1 01:28.71 2 01:41.17 3 02:22.18 4 08:39.25 5 20:00.00 Gráfico 1: C1 . V1 = C2 . V2 [S2O3 2-] Béquer 1 Béquer 2 0,06 * 12 = C2 * 12 0,06 * 10 = C2 * 12 0,72 = C2. 12 0,6 = C2 . 12 C2. 12 = 0,72 C2 . 12 = 0,6 C2 = 0,06 M C2 = 0,05 M ln (0,06) → -2,813410717 ln (0,05) → -2,995732274 Béquer 3 Béquer 4 0,06 * 7,5 = C2 * 12 0,06 * 3,5 = C2 * 12 0,45 = C2. 12 0,21 = C2 . 12 C2. 12 = 0,45 C2 . 12 = 0,21 C2 = 0,0375 M C2 = 0,0175 M ln (0,0375) → -3,283414346 ln (0,0175) → -4,045554398 Béquer 5 0,06 * 2,0 = C2 * 12 0,12 = C2 . 12 C2 . 12 = 0,12 C2 = 0,01 M ln (0,01) → -4,605170186 ln (1/t) Béquer Ln (1/t) 1 ln (1/88) → -4,477336814 2 ln (1/101) → -4,615120517 3 ln (1/142) → -4,955827058 4 ln (1/519) → -6,251903883 5 ln (1/1200) → -7,090077236 Experimento 2: 10 ml de tiossulfato de sódio 0,2 mol/L Béquer Tempo 1 00:39.30 2 00:44.78 3 00:49.59 4 01:24.00 Gráfico 1: C1 . V1 = C2 . V2 [H+] Béquer 1 Béquer 2 0,3 * 5 = C2 * 5 0,3 *3,5 = C2 * 5 1,5 = C2. 5 1,05 = C2 . 12 C2 . 5 = 1,5 C2 . 5 = 1,05 C2 = 0,3 M C2 = 0,21 M ln (0,3) → -1,203972804 ln (0,21) → -1,5606647748 Béquer 3 Béquer 4 0,3 * 2,5 = C2 * 5 0,3 * 1,0 = C2 * 5 0,75 = C2. 5 0,3 = C2 . 5 C2. 5 = 0,75 C2 . 5 = 0,3 C2 = 0,15 M C2 = 0,06 M ln (0,15) → -1,897119985 ln (0,06) → -2,813410717 ln (1/t) Béquer Ln (1/t) 1 ln (1/39) → -3,663561646 2 ln (1/44) → -3,784189634 3 ln (1/49) → -3,891820298 4 ln (1/84) → -4,430816799 Experimento 3: 2,0 mL de tiossulfato de sódio (0,2 mol/L) e 2,0 mL de ácido clorídrico (0,3 mol/L) 6. DISCUSSÃO Os experimentos mostraram que, quando se foi mantida constante uma concentração maior de HCl do que S2O3 2-, a reação se deu numa velocidade maior, gastando menos tempo para se finalizar. Portanto, o fator concentração foi determinante.7. CONCLUSÃO A temperatura e a concentração de reagentes são fatores que alteram a velocidade de reação e que foram trabalhados nesta prática. Em altas concentrações e temperaturas, existe uma variação positiva da velocidade, enquanto em baixas concentrações e temperaturas, a variação tende a ser negativa. 8. REFERÊNCIAS ATKINS, Peter W. Físico-Química: fundamentos. 3 ed. LTC, 2003. 9. APÊNDICES / ANEXOS 1) Em relação ao estudo da velocidade da reação entre o tiossulfato de sódio e ácido clorídrico, responda: a) Que tipo de reação está ocorrendo? Justifique. Resposta: S2O3-2 (aq) + 2H+ (aq) → S(s) + SO2 (g) + H2O (l) Está ocorrendo uma reação de oxirredução, onde o enxofre foi oxidado de nox -4 para 0 e o oxigênio reduzido. b) Construa no Microcal Origin ou no MS Excel, os gráficos de ln(1/t) versus ln [S2O32-] Anexado em resultados Béquer Tempo Temperatura (°C) 1 03:00 22°C 2 02:45 40°C 3 04:18 3°C 2) Construa no Microcal Origin ou no MS Excel, os gráficos de ln(1/t) versus ln [H+] Anexado em resultados 3) Interprete os tempos de reação obtidos nos dois experimentos. Resposta: No experimento 2, levou-se menos tempo para a solução ficar turva. Isso se dá pois no experimento 2, o reagente HCl foi constante e sua concentração era maior. 4) Calcule as ordens de reação em relação ao tiossulfato (coeficiente a) e em relação ao íon H+ (coeficiente b). Qual é o significado destes coeficientes? Resposta: v = k [S2O3 2-]a . [H+]b 1,5451. 0,0544 = 0,0840 que representa o coeficiente angular das retas 5) Por que a velocidade é inversamente proporcional ao tempo de reação? Resposta: Isso ocorre pelo fato de quanto maior é a velocidade da reação, menos tempo será gasto para a formação dos produtos. 6) Identifique os fatores observados nesta prática que alteram a velocidade de uma reação química. Resposta: Temperatura e concentração dos reagentes. 7) Qual(is) fator(es) que altera(m) a velocidade de uma reação química que não foi(ram) explorado(s) nesta prática. Identifique e comente. Resposta: Alguns outros fatores podem ser responsáveis pela variação da velocidade das reações químicas, sendo eles: Superfície de contato: para reações homogêneas (líquidas e gasosas), existe contato maior entre as moléculas dos reagentes, diferentemente de compostos sólidos em reações heterogêneas, possuindo menor superfície de contato. A velocidade vai depender da área de contato; Pressão em sistema gasoso: quando um gás é comprimido devido a aumento de pressão, seu volume tende a diminuir, favorecendo colisões entre os reagentes e aumentando a velocidade de reação. Presença de agentes externos: são substâncias que irão modificar a velocidade da reação, sem participarem da mesma, ou seja, sem alterar os produtos. Essas substâncias podem ser catalisadoras, que irão aumentar a velocidade (como as enzimas biológicas), ou inibidores (como alguns fármacos), diminuindo a velocidade.
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