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RAIVA IDENTIFICAÇÃO DO MORCEGOS HEMATÓFAGOS Amanda Schittini RAIVA DEFINIÇÃO: Zoonose causada por vírus do gênero Lyssavirus que se caracteriza por provocar encefalomielite aguda fatal em animais de sangue quente (mamíferos) e nos humanos. SINONÍMIAS HOMEM ● Hidrofobia CÃES ● Doença de cachorro louco BOVINOS ● Raiva paral ít ica ● Doença paresiante ● Mal das cadeiras ETIOLOGIA FAMÍLIA ● Rhabdovir idae GÊNERO ● Lyssavirus ORDEM ● Mononegavirales ESPÉCIES CARACTERÍSTICAS ● RNA de fita simples ● Não segmentado ● Polaridade negativa ● Forma de bala de revólver ● Morfologia bacilar ● Envelopado ● Simetria helicoidal RESISTÊNCIA • Pouco resistente aos agentes químicos (éter, clorofórmio, sais minerais, ácidos e álcalis fortes) • Pouco resistentes aos agentes físicos (calor, luz ultravioleta) e às condições ambientais, como dessecação, luminosidade e temperatura excessiva • Pouco resistente a sabões, detergentes ❖ Desinfecção química de instrumentos cirúrgicos, vestuários ou ambiente onde foi realizada necrópsia: formol a 10%, glutaraldeído a 1 a 2 %, creolina a 1% EPIDEMIOLOGIA ● Ampla distr ibuição mundial, não ocorrendo na atual idade apenas em algumas regiões como a Nova Zelândia, Nova Guiné, Japão, Hawai, Taiwan, Oceania, F inlândia, Is lândia, a par te cont inental da Noruega, Suécia, Grécia e a lgumas i lhas das Ant i lhas e do At lânt ico. ● A raiva c láss ica, causada pelo Lissavírus genót ipo 1, é endêmica nos cont inentes, com exceção da Austrál ia e da Antár t ica. Muitos países insulares também estão l ivres da doença. ● Endêmica no Brasi l ● Morcegos ocupam o 2° lugar na transmissão da raiva urbana na América Lat ina EPIDEMIOLOGIA ● A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em seu Código Sanitário para os Animais Terrestres, l ista a raiva na categoria das enfermidades comuns a várias espécies ● Saúde Públ ica: 7° doença infecciosa de caráter global de maior importância ● Estimativa de 40 mi l a 70 mi l mortes humanas, por ano, no mundo ● Anualmente, est ima-se que 40 mi l a 50 mi l pessoas morrem de raiva em países asiáticos 30 mi l na Índia 40% de ocorrência em crianças ● Maioria dos casos: Ásia e Áfr ica EPIDEMIOLOGIA ● Perdas econômicas com ataques de morcegos na América Latina: US$ 80 milhões de dólares, apenas no Brasil ● Custos para a prevenção em animais de estimação, de criação e no homem são altos e requerem vigilância permanente dos órgãos de saúde. CICLOS EPIDEMIOLÓGICOS FONTES DE INFECÇÃO TRANSMISSÃO ● Mordedura, lambedura e arranhadura Raras ● Feridas e soluções de continuidade na pele ● Via oral ● Inalação de aerossóis ● Transplante de córnea ● Transplante de órgãos PERIODO DE INCUBAÇÃO CÃES ● 10 dias a 2 meses HUMANOS ● Variável (em média, 45 dias) Diretamente relacionado a: ● Local ização, extensão e profundidade da mordedura, arranhadura, lambedura ou contato com a sal iva de animais infectados; ● Distância entre o local do fer imento, o cérebro e troncos nervosos; ● Concentração de par t ículas vira is inoculadas e cepa vira l. MORBIDADE, MORTALIDADE E LETALIDADE ● Letalidade Aproximadamente de 100% Morbidade e mortalidade baixas SINAIS CLINICOS CÃES Fase Prodrômica Súbita alteração de temperamento Ligeira alteração da temperatura corporal (não superior a 38°C) Dilatação da pupila Reflexo mais demorado de córnea Duração: 2 a 3 dias SINAIS CLINICOS Fase de Excitação (Forma Furiosa) Extrema agressividade Animal se esconde e evita a presença de humanos Permanência em lugares pouco i luminados Aerofobia Fotofobia Uivado e latido frequentes Morde qualquer coisa em movimento Mudança característica do latido (latido bitonal) Dif iculdade em engolir Ataques convulsivos Incoordenação motora Duração: 3 a 7 dias Morte: cerca de 10 dias SINAIS CLINICOS Fase Paralítica Paralisia Morte: 2 a 4 dias Animais suspeitos devem ser isolados e observados por 10 dias! SINAIS CLINICOS GATOS • Semelhante aos cães SINAIS CLINICOS RUMINANTES ● Forma paral ít ica é mais frequente ● Disfagia ● Engasgo ● Sialorréia ● Ataxia ● Movimentos de pedalagem ● Paral isia progressiva dos membros posteriores ● Morte 3 a 5 dias Diferentemente dos equinos, não mostram tendência a morder. SINAIS CLÍNICOS SINAIS CLÍNICOS EQUINOS ● Inquietação ● Excitação ● Forte prurido na zona da mordedura ● Agressividade ● Automutilação ● Paral isia progressiva ● Dif iculdade para engolir ● Febre SINAIS CLÍNICOS SUÍNOS Inicia com excitação violenta SINAIS CLÍNICOS MORCEGOS Excitabilidade seguida de paralisia das asas Dif iculdade de voar SINTOMAS CLÍNICOS HUMANOS ● Pródromos Inespecíf icos: mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia. Podem ocorrer hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura, e alterações de comportamento. SINTOMAS CLÍNICOS Fase neurológica: Apresentações clássicas da doença – forma furiosa (relacionada principalmente a vírus transmitidos por canídeos) e forma paral ít ica (associada, na maioria dos casos, a vírus transmitidos por morcegos). Forma furiosa: a infecção progride com manifestações de ansiedade e hiperexcitabi l idade crescentes, febre, del ír ios, espasmos musculares involuntários, general izados e /ou convulsões. Espasmos dos músculos da laringe, faringe e l íngua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir l íquido (hidrofobia), apresentando concomitantemente sia lorreia intensa, disfagia, aerofobia, hiperacusia, fotofobia. . SINTOMAS CLÍNICOS Forma paralítica: ocorre parestesia, dor e prurido no local da mordedura, evoluindo com paralisia muscular f lácida precoce. Em geral, a sensibilidade é preservada. A febre também é marcante, geralmente elevada e intermitente. O quadro de paralisia leva a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária, obstipação intestinal; embora se observem espasmos musculares (especialmente laringe e faringe), não se percebe claramente a hidrofobia, e a consciência é preservada na maioria dos casos. A disautonomia (bradicardia, bradiarritmia, taquicardia, taquiarritmia, hipo ou hipertensão arterial) e a insuficiência respiratória são as principais causas de morte, podendo ocorrer nas duas formas. Sem suporte cardiorrespiratório, o paciente evolui a óbito entre cinco e sete dias na forma furiosa e até 14 dias na forma paralítica DIAGNÓSTICO Histopatologia Corpúsculos de Negri DIAGNÓSTICO Imunofluorescência direta: é o método de eleição Impressões de córnea e biópsias de pele (nuca) Em animais: cérebro, cerebelo, córtex e hipocampo Imunohistoquímica Neurônio de Purkinje com imunomarcação positiva pela técnica de imunohistoquímica ● Isolamento viral ● Sorologia DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL PEQUENOS ANIMAIS ● Intoxicações ● Cinomose ANIMAIS DE PRODUÇÃO ● Intoxicação por chumbo ● Polioencefalomalácia ● Intoxicação por sal ● Deficiência de vitamina A ● Listeriose ● Encefalites DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL HUMANOS ● Constipação ● Gripe PREVENÇÃO E CONTROLE ● Vacinação de cães e gatos ● Controle populacional de animais de rua ● Controle da população de morcegos hematófagos ● Imunoprofilaxia para os trabalhadores mais expostos (médicos veterinários, tratadores de animais, biólogos, etc) ● Isolamento de animais suspeitos ● Educação em saúde ● Vigilância Epidemiológica ADMINISTRAÇÃO DA VACINA ANTIRRÁBICA NA PROFILAXIA PRÉ E PÓS EXPOSIÇÃO Pré-Exposição (PrEP) Via Intradérmica (ID) Esquema vacinal: 2 (duas) doses, nos dias 0 e 7. Volume da dose: 0,2 mL. O volume da dose deve ser dividido em duas aplicações de 0,1 mL cada e administradas em dois sítios distintos, independente da apresentação da vacina, seja 0,5 mL ou 1,0 mL(dependendo do laboratório produtor). Local de aplicação: antebraço ou na região de delimitação do músculo deltoide. Via Intramuscular (IM) Esquema vacinal: 2 (duas) doses, nos dias 0 e 7 Dose total: 0,5 mL ou 1,0 mL (dependendo do laboratório produtor). Administrar todo o volume do frasco. Local de aplicação: no músculo deltoide ou vasto lateral da coxa em crianças menores de 2 (dois) anos. Não aplicar no glúteo. RAIVA NO BRASIL RAIVA HUMANA NO BRASIL Pernambuco (2008) Amazonas (2018) Protocolo de Recife (adaptado do Protocolo de Milwaukee) ● Antivirais ● Sedação profunda Dois sobreviventes Fonte: https://www.mantena.mg.gov.br/ima-realiza-forca-tarefa-para-exterminar-a-raiva- animal-em-mantena/ SITUAÇÃO DO BRASIL ● 1973: Programa Nacional da Profilaxia da Raiva (PNPR) ● Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) Controle populacional de morcegos hematófagos Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) Controle de Morcegos IDENTIFICAÇÃO DE MORCEGOS HEMATÓFAGOS Representação esquemática de um morcego. BIOLOGIA E ECOLOGIA ● Ordem Chiroptera ● Família Phyllostomidae ● Mamíferos ● Únicos mamíferos com capacidade de vôo ● Os morcegos apresentam os membros anteriores adaptados como asas ● O polegar é livre e os demais dedos e respectivos metacarpos dão sustentação à membrana que forma a superfície da asa • Possuem capacidade de emitir ultrassons, isto é, sons de alta frequência, pela boca ou pelas narinas e captar o eco destes sons que retorna ao encontrar algum objeto – a ecolocalização. • Como adaptações para aumentar a superfície de captação dos sons, os morcegos apresentam algumas estruturas como o trago e o antitrago, formações membranosas junto à orelha, assim como pequenas dobras no pavilhão auditivo. • Importante papel ecológico Diaemus youngi Aves Diphylla ecaudata Desmodus rotundus Mamíferos Os morcegos hematófagos apresentam folha nasal reduzida e modificada, em forma de ferradura, dando o aspecto de uma dobra de pele atrás das narinas MORCEGOS HEMATÓFAGOS • Lábio infer ior sulcado • Presença de folha nasal • Língua sulcada • Rim e estômago especia l izados na absorção e processamento do plasma sanguíneo • Sensores térmicos nasais • Audição melhor adaptada a baixas frequências • Polegares longos e usados para andar • Saltar ou escalar de forma quadrúpede • Cada morcego se al imenta de 20 a 30 mL de sangue por dia • Não possuem cauda • Uti l izam os incis ivos ao invés dos caninos • Anticoagulante na sal iva Desmodus rotundus Nome popular: Morcego vampiro comum Distribuição: Desde o México até a Argentina, Chile, Uruguai e Brasil Envergadura: 35 cm Pelagem: varia do marrom-escuro ao dourado Peso: entre 25 e 40 gramas Abrigos: cavernas, pontes, túneis, bueiros, ocos de árvores, fendas, furnas, casas abandonadas, entre outros; Vivem em pequenas colônias de 10 a 50 indivíduos, podendo ser encontrados grupos de 100 ou mais indivíduos; Possui 2 almofadas no polegar; Reprodução: Pode se reproduzir ao longo de todo o ano, mas a maioria dos nascimentos de f i lhotes ocorre na estação mais quente e chuvosa. A gestação é de sete meses, apresentando um f i lhote por parto, normalmente; Alimentação: sangue de mamíferos de médio e grande porte, silvestres (veados, porcos-do- mato) e exóticos (bois, cavalos) e, eventualmente, sangue de aves (galinhas); Anticoagulante presente na saliva; Língua tem as bordas viradas para cima. Desmodus rotundus MACHO FÊMEA Diaemus youngi Nome popular: Morcego vampiro de ponta das asas brancas Distribuição: Desde o nordeste do México, passando pela América Central e do Sul Envergadura: 40 cm Pelagem: Marrom claro a escuro Peso: 30-50 g Abrigos: ocos de árvores Comprimento: 8 a 9 cm Alimentação: sangue de aves Colônias: 6-30 indivíduos Orelhas curtas Não possui calcar nem cauda evidentes Possui uma única almofada no polegar Machos e fêmeas possuem glândulas de cheiro localizadas bilateralmente no interior da boca; Extremidades das asas e das orelhas são brancas, assim como as membranas entre o segundo e o terceiro dedos de cada asa. Diphylla ecaudata Nome popular: Morcego vampiro de pernas peludas Envergadura: 30 cm Comprimento cabeça-corpo: 6-7 cm Peso: 25-30 g Pelagem: Castanho escuro ou claro Alimentação: sangue de aves, eventualmente bovinos e suínos Abrigos: cavernas, minas e túneis abandonados Colônias: 3-12 indivíduos, ocasionalmente 50 a 70 Possui pelos compridos nos membros pélvicos; Período de gestação: aproximadamente 5,5 meses e os nascimentos ocorrem durante a primavera e verão, o que coincide com o nascimento das aves domésticas e nativas na América Latina. Nasce geralmente um f i lhote por gestação e ocasionalmente podem ser gerados dois descendentes por ano. OBRIGADA! - Exercicios de fixação (pós aula 2) Slide 1: RAIVA IDENTIFICAÇÃO DO MORCEGOS HEMATÓFAGOS Slide 2: RAIVA Slide 3: SINONÍMIAS Slide 4: ETIOLOGIA Slide 5: ESPÉCIES Slide 6: CARACTERÍSTICAS Slide 7: RESISTÊNCIA Slide 8: EPIDEMIOLOGIA Slide 9: EPIDEMIOLOGIA Slide 10: EPIDEMIOLOGIA Slide 11: CICLOS EPIDEMIOLÓGICOS Slide 12: FONTES DE INFECÇÃO Slide 13: TRANSMISSÃO Slide 14: PERIODO DE INCUBAÇÃO Slide 15: MORBIDADE, MORTALIDADE E LETALIDADE Slide 16: SINAIS CLINICOS Slide 17: SINAIS CLINICOS Slide 18: SINAIS CLINICOS Slide 19: SINAIS CLINICOS Slide 20: SINAIS CLINICOS Slide 21: SINAIS CLÍNICOS Slide 22: SINAIS CLÍNICOS Slide 23: SINAIS CLÍNICOS Slide 24: SINAIS CLÍNICOS Slide 25: SINTOMAS CLÍNICOS Slide 26: SINTOMAS CLÍNICOS Slide 27: SINTOMAS CLÍNICOS Slide 28 Slide 29 Slide 30: DIAGNÓSTICO Slide 31: DIAGNÓSTICO Slide 32: Imunohistoquímica Slide 33 Slide 34 Slide 35: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Slide 36: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Slide 37: PREVENÇÃO E CONTROLE Slide 38: ADMINISTRAÇÃO DA VACINA ANTIRRÁBICA NA PROFILAXIA PRÉ E PÓS EXPOSIÇÃO Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42: RAIVA NO BRASIL Slide 43 Slide 44: RAIVA HUMANA NO BRASIL Slide 45 Slide 46 Slide 47: SITUAÇÃO DO BRASIL Slide 48: Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) Slide 49: IDENTIFICAÇÃO DE MORCEGOS HEMATÓFAGOS Slide 50 Slide 51: BIOLOGIA E ECOLOGIA Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55: MORCEGOS HEMATÓFAGOS Slide 56: Desmodus rotundus Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62: Diaemus youngi Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66: Diphylla ecaudata Slide 67 Slide 68 Slide 69
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