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ESTUDO-DA-NEUROCIÊNCIA-APLICADA-À-YOGA-1

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1 
 
 
ESTUDO DA NEUROCIÊNCIA APLICADA À YOGA 
 
 
2 
SUMÁRIO 
 NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................... 3 
 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4 
 DEFINIÇÃO DE YOGA ......................................................................................... 5 
2.1 Neurociências ................................................................................................ 7 
Relação entre neurociências, educação e yoga ...................................................... 9 
 EFEITOS DO YOGA SOBRE O STRESS, ANSIEDADE E DEPRESSÃO ......... 14 
 Vídeo 1: Benefícios Yoga e Meditação comprovados pela neurociência,........... 14 
 Disponobilizado em:< https://www.youtube.com/watch?v=Nc7Zi1eMI0Y> ......... 14 
3.1 Efeitos Sobre a Cognição: achados Neurogênicos e Neuroplásticos .......... 16 
 3.1.1 Neurociência comprova que yoga ajuda a conquistar o autocontrole ........ 20 
 YOGA NA EDUCAÇÃO ...................................................................................... 22 
 Vídeo 2: Conversa Yoga na educação Monja Coen , Marcos Rojo , Thiago 
Leão , Mauricio Salem ........................................................................................... 23 
 Vídeo 2: Escola inclui Yoga na educação .................................................... 23 
 Vídeo 4: Escola infantil no Rio oferece Yoga como parte do projeto pedagógico
 23 
4.1.1 Eliminar toxinas e os pensamentos negativos (Nyama) ............................... 26 
4.1.2 Colocar-se numa boa postura (Asana)......................................................... 26 
4.1.3 Respirar bem para manter a calma (Pranayama): respiração é vida! .......... 26 
4.1.4 Saber relaxar para manter um bom nível de energia (Pratyahara): ............. 27 
4.1.5 Como um raio laser, concentrar forças (Dharana): concentrar-se, ser capaz 
de prestar atenção, escutar para reter o que devemos lembrar ............................ 27 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 30 
 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 31 
 
 
 
 
3 
 
 
 NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 INTRODUÇÃO 
 
A aplicabilidade do yoga vem crescendo em atividades que visam o bem-estar 
em grandes partes do mundo e, recentemente, foi introduzido como terapia de saúde. 
Trata-se de um sistema filosófico-prático que conta com metodologias para a 
unificação dos diferentes elementos do psiquismo humano. Em todas as técnicas 
desse sistema o praticante busca eliminar sua agitação e ter um domínio harmônico 
de si mesmo. Há inúmeras escolas de yoga, entretanto, todas possuem certos 
elementos-chaves, dentre eles: exercícios de respiração (pranayamas), posturas 
(asanas) e yoga meditacional. O yoga terapêutico deriva do clássico yoga Kundalini, 
com origens no norte da Índia e do Tibete. 
O yoga em si, é basicamente caracterizado como um meio para alcançar efeitos 
mentais, emocionais e físicos. Já o yoga terapêutico foi projetado para atender as 
pessoas que estão acometidas por enfermidades, mas que podem praticá-lo sem o 
risco de agravamento do seu estado. A aula de yoga consiste em um número de 
posições, movimentos, técnicas de respiração, mantras (para os budistas, sílaba ou 
frase sagrada à qual se atribui um poder espiritual) e meditação. Os movimentos do 
yoga como técnica medicinal são geralmente mais lentos do que nas formas 
tradicionais. 
O avanço nas pesquisas na área de neurociência vem demonstrando que a 
meditação pode ser benéfica à saúde física e mental, contribuindo significativamente 
para a melhora na qualidade de vida. Quanto mais conhecidos se tornam os campos 
neurofisiológicos correlatos às experiências em estados meditativos, mais se permite 
que análises sejam feitas e práticas utilizadas tendo como objetivo o alcance de metas 
tanto pessoais quanto profissionais, além da contribuição para o controle de 
alterações emocionais intensas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 DEFINIÇÃO DE YOGA 
 
 Figura 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Google imagens 
 
Yoga, significa “união”, é uma prática milenar que visa o equilíbrio entre corpo, 
mente e emoções, e seus ensinamentos promovem em seus participantes benefícios 
de ordem motora, física, cognitiva, mental, emocional e social. Com isso, muitas 
escolas ao redor do mundo, vem optando por sua implementação, a fim de, 
potencializar o desenvolvimento e crescimento dos alunos de modo integral e 
duradouro (ROTTA; FILHO; BRIDI, 2016). 
Essa prática milenar não é religião, é um conhecimento holístico voltado para 
mente e corpo, cujas técnicas vêm sendo pesquisadas nas universidades, com o 
intuito de comprovar melhora na saúde e no dia a dia do praticante. É uma prática 
eficaz para o controle do estresse, da ansiedade, da depressão, da insônia, da bulimia, 
da anorexia, das tentativas de suicídio, da enxaqueca e além disso melhora a 
capacidade física e funcional, entre outros; fatores esses que atingem diretamente 
grande parte dos educandos da atualidade. Estudos recentes com crianças, que 
praticaram Yoga, entre quatro e seis anos, indicam que a concentração das mesmas 
pode ser ampliada mesmo diante de problemas com atenção e comportamento. 
O Yoga tem um sentido filosófico de natureza ética, preconiza atividades com 
posturas corporais que ajudam a aquietar a mente e melhoram a percepção de si, 
dando ênfase na respiração, com técnicas de relaxamento e concentração. Traz 
serenidade, acalma a mente e aquieta as emoções perturbadoras; possui elevado 
 
 
6 
potencial humanizador, transcendendo a condição humana comum, ultrapassando os 
limites da razão, do conhecimento racional. (TINOCO, 2016). 
As práticas do Yoga foram desenvolvidas para conceder ao ser humano sua 
liberdade interior, historicamente, é uma tradição espiritual que visa a paz, a felicidade 
e a bem-aventurança do seu praticante. Sua função principal é unir o eu inferior, ligado 
ao corpo e o si mesmo transcendental e assim, através da atenção focada, perceber 
sua verdadeira natureza (DANUCALOV e SIMÕES, 2006). 
Vista como uma modalidade multitarefa, que envolve os elementos psicofísico-
sociais, o Yoga trabalha questões de ordem de deficiência física e problemas 
psicossociais simultaneamente, traz benefícios em todas as dimensões do ser 
humano, contemplando os aspectos físicos, cognitivos, mentais, sociais e emocionais. 
Mostra-se eficaz nos tratamentos com vícios, alémde promover melhoras no sono, 
bem-estar e qualidade de vida em geral (FOLETTO, 2015). 
 É parte integrante da prática do Yoga, a meditação que se caracteriza por um 
estado alterado de consciência no qual o organismo entra em estado hipometabólico, 
sendo dominado pelo sistema nervoso autônomo parassimpático mesmo com o 
praticante em vigília. Comumente, a meditação é praticada na postura sentada, 
contudo, meditar é estar consciente, focado em si e ao que se faz, é importante 
manter-se consciente (sem dormir) durante toda prática (DANUCALOV e SIMÕES, 
2006). 
O Yoga enfatiza saúde, aspectos psicossociais e espiritual (não religioso) e em 
1986 foi recomendada em conjunto com o esporte para os jovens, uma vez que muitos 
de seus aspectos ajudam a moldar atitudes visando o bem-estar da sociedade como 
um todo (GHAROTE, 2005). 
Autocontrole e autodesenvolvimento são objetivos da educação, contudo, o 
aumento populacional desponta para mais competição e menos oportunidades, 
resultando na ênfase às matérias acadêmicas em detrimento do desenvolvimento 
social, gerando pessoas com pouco controle sobre os instintos básicos. Através de 
esforço persistente, o raciocínio ainda pode reeducar a mente. Através da prática do 
Yoga, que gera modificações individuais, é possível modificar os outros e esses serem 
beneficiados uma vez que Yoga é educação (GHAROTE, 2005). 
Na prática do Yoga é trabalhada a autoestima, autoconhecimento, autoanálise, 
percepção das emoções e observa-se também aumento da capacidade cognitiva. 
Conduz os alunos a buscarem novos desafios, integrando mente, corpo e percepção, 
 
 
7 
pois organiza e amplia o potencial dos órgãos dos sentidos, trazendo reações 
benéficas aos praticantes. Durante os movimentos o cérebro produz e libera 
substâncias químicas que eliminam o sentimento de incompetência e desânimo, 
levando ao reconhecimento das competências e transformações interiores e desejo 
de autorrealização. Durante as práticas do Yoga o educador ‘interage’ em várias áreas 
do cérebro de modo lúdico, não traumático e prazeroso, faz o desbloqueio de medos 
e timidez e oferece segurança para enfrentar novos desafios (CARDOZO, 2008). 
 
2.1 Neurociências 
 
Figura 2 
 
Fonte: Google imagens 
 
Na busca por estudos entre o comportamento e a atividade cerebral, surge a 
neurociência, um campo interdisciplinar que investiga o sistema nervoso, cujo intuito 
é investigar como ele se desenvolve. Revelam nosso comportamento, emoções, 
necessidades fisiológicas, tomadas de decisão, como e o que somos através do 
funcionamento cerebral. 
A plasticidade cerebral aproxima a compreensão corpo-mente de modo 
conceitual e funcional da aprendizagem, elemento intrínseco à condição humana, 
visto que, o cérebro é um sistema biológico aberto em constante interação com o meio 
 
 
8 
físico e social no qual o sujeito está inserido. Não é somente via intervenção física ou 
medicamentosa que o corpo se adapta, a plasticidade cerebral é multidimensional, 
regida por uma dinâmica relacionada entre a estrutura e função nos níveis: 
neuroquímico, hedológico e comportamental (ROTTA, FILHO; BRIDI, 2016). 
No cérebro é que emerge a cognição, uma vez que, nele ocorrem determinadas 
condições biopsicossociais ou bioantropológicas dinâmicas e evolutivas que permitem 
ao ser humano tornar-se um ser auto-eco-organizador. A cognição resulta da 
integridade biológica e da complexidade da interação sociocultural, ou seja, através 
da relação entre a neurologia e a psicologia. 
Cognição é o ato ou processo de conhecimento, envolve a atenção, a 
percepção, a emoção, a memória, a motivação, a integração e monitorização central, 
do processamento sequencial e simultâneo da planificação, da resolução de 
problemas, da expressão e da comunicação de informações. Pode mudar e 
apresentar potencial de plasticidade e flexibilidade, se adaptar às condições de 
maturação e interação, de acordo com o envolvimento e treino renovado e continuado 
de hábitos. Evoca sistemas cerebrais, concretizando diversos estilos de vida e vários 
processos de aprendizagem. 
Enquanto a inteligência é uma habilidade nata, a cognição lhe dá sustentação 
através das estratégias de processo de informação, dos dispositivos de adaptação e 
pensamento lógicos que podem ser aprendidos. O cérebro está diretamente ligado à 
aprendizagem; é o órgão da aprendizagem que é um processo funcional dinâmico 
(FONSECA, 2015). É por meio de informações sensoriais, conduzidas por circuitos 
cerebrais que tomamos conhecimento do que está acontecendo no ambiente ao 
nosso redor e interagimos para garantir nossa sobrevivência. Comportamentos são 
aprendidos, mesmo com um cérebro planejado para desenvolver determinadas 
atividades, coisas simples precisam ser aprendidas e o estímulo ambiental é 
fundamental para o desenvolvimento do sistema nervoso. É o caso da linguagem 
falada, que depende de interação mais específica com o ambiente, mesmo sendo uma 
capacidade programada em nosso sistema nervoso, há aprendizagens que ocorrem 
ainda dentro do período intrauterino, visto que, o aumento da conectividade das 
células corticais é progressivo na infância, declina na adolescência até atingir o padrão 
adulto, quando a taxa de aprendizagem de novas informações diminui e aumenta-se 
a capacidade de usar e elaborar o que já foi aprendido (COSENZA e GUERRA, 2011). 
 
 
 
9 
Relação entre neurociências, educação e yoga 
 
Figura 3 
 
Google imagem 
 
Na literatura, conforme Fonseca (2015), encontra-se comprovação de 
mudanças cerebrais significativas em praticantes do Yoga, principalmente nos lobos 
frontais, tálamo, lobo parietal superior e gânglios basais. Tais estudos mostram 
alterações significativas do fluxo sanguíneo sobre a amígdala direita (regula a 
agressividade e dá conteúdo emocional as memorias), no córtex dorsal medial direito 
(medeia motivação) e área sensitivo motora direita; as estruturas dos lobos frontais 
mediais dorsais direito e esquerdo (relacionado ao comportamento), córtex pré-frontal 
direito (planejamento de comportamentos e pensamentos complexos, expressão da 
personalidade, tomadas de decisão), córtex sensitivo-motor direito, lobo frontal inferior 
direito e lobo frontal superior direito (ações, movimento e pensamento abstrato). Toda 
essa ativação do lobo frontal tem relação com o foco e atenção com efeito direto no 
processo de aprendizagem. Notou-se também o aumento da massa cinzenta no 
cérebro, estrutura responsável pela coordenação motora e temporização dos 
movimentos do corpo, recentemente, foi relacionada a funções executivas. 
 
 
10 
A prática prolongada do Yoga estimula a conectividade fronto-cerebelar e a 
neuroplasticidade, evoluem também a capacidade motora e de concentração, uma 
vez que o praticante precisa usar o cérebro para manter as posições, a respiração e 
a concentração. É uma prática de treinamento mental intensivo. 
São elementos chaves das práticas do Yoga: exercícios de respiração, 
posturas e meditação. Através dessas práticas, estudos identificaram diferenças 
significativas no volume da massa cinzenta, diminuição de falhas cognitivas, menor 
frequência de lapsos de memória nas funções do dia a dia de seus praticantes, 
associando tal prática a melhora da função cognitiva e alargamento das estruturas 
cerebrais responsáveis pelo controle executivo (SILVA, SANTOS e PIRES, 2013). 
Visto como uma terapia corporal, vem emergindo como uma intervenção na 
base educacional, influenciando diretamente as crianças e sua saúde geral, a prática 
do Yoga resulta na regulação da atenção, das emoções, aumento da motivação e 
melhora de resultados acadêmicos, possibilita a diminuição do afeto negativo e 
aumenta as sensações de calma e relaxamento (FOLETTO, 2015). 
O Yoga, assim como a psicomotricidade, tem o ser humano como objeto de 
estudo, focando no movimento corporal e relacionando o ser aos seusmundos interno 
e externo. Traz a concepção de movimento organizado e integrado em função das 
experiências já vivenciadas, com ação resultante da individualidade, linguagem e 
socialização (MENDONÇA, 2007). 
Para as crianças, o Yoga deve ser ensinado de forma lúdica e divertida, a fim 
de relaxar a mente e exercitar o corpo, gerando base para cultivo dos recursos 
internos e pontos fortes, favorecendo o bem-estar e a saúde ao longo da vida 
(FOLETTO, 2015). 
“A cada ação ou intenção de ação, os sistemas físico e cognitivo, de modo 
indissociável e entrelaçados, entram em funcionamento simultâneo, utilizando a 
bagagem já adquirida e lançandose a novos desafios para o novo ato” (ROTTA; 
FILHO; BRIDI, 2016, p 20). Nos meses iniciais de vida a plasticidade tem sua maior 
expansão, entretanto, tal processo não se interrompe nem mesmo na vida adulta, 
percebe-se uma nova interação na busca de uma nova solução colocando todo o 
sistema em crise (ROTTA; FILHO; BRIDI, 2016), 
Ação e cognição estão interligadas, ao passo que o cérebro contém as 
memórias modularizadas de tais relações vivenciadas no contexto histórico. O 
desenvolvimento cognitivo é decorrente de sistemas pré-estruturados que se auto-
 
 
11 
organizam e constroem o ser a interação com o envolvimento e sistemas de 
mediatização interindividual que se constroem nos contextos sócio-históricos. Quando 
uma área do cérebro está lesada, vários comportamentos podem tornar-se 
perturbados, dependendo dos sistemas funcionais que a área participa. As áreas 
cerebrais não funcionam isoladas, pois o comportamento resulta de cooperação 
sistêmica, melódica e sinergética das mesmas. 
Humanizar a interação, torna possível que a informação seja integrada de 
forma adequada, interiorizada e significativa, com a informação agregada de modo 
mais claro e preciso, possibilitando a aquisição do conhecimento de modo mais 
reflexivo e crítico (FONSECA, 2015). 
A atenção torna-se eficiente diante da novidade e do contraste; é recomendado 
disciplina, com locais e horas em que os distratores devem ser reduzidos, favorecendo 
a concentração, principalmente se dedicada a algo significante ligado ao que já é 
conhecido e tido como importante para o aprendiz. 
É importante intercalar momentos de repouso e lazer para retomar e realizar 
tarefas com mais criatividade, é fundamental ter controle sobre a quantidade e 
qualidade das informações. O sono de qualidade é aliado do processo de 
aprendizagem, uma vez que diminui a ansiedade, que prejudica a atenção no 
processo cognitivo. É necessário um nível adequado de vigília para que a atenção 
seja focada no que se julga importante na atividade exercida. 
Durante o sono, uma das funcionalidades do cérebro, de acordo com Fonseca 
(2015) os mecanismos eletrofisiológicos e moleculares que fazem as sinapses mais 
estáveis, estão em funcionamento, portanto, a privação de sono impede ou prejudica 
a aprendizagem, visto que o registro da memória é fragmentado. A consolidação da 
aprendizagem ocorre durante o sono, o repouso ou relaxamento, assim, intervalos 
curtos de estudo são mais eficientes que o esforço prolongado. 
Conforme mostram as neurociências, os processos cognitivos e emocionais se 
entrelaçam à funcionalidade cerebral, evidenciando a importância das emoções em 
busca do comportamento mais adequado à manutenção da vida nos seus momentos 
mais importantes (FONSECA, 2015). 
As emoções estão ligadas a algo importante ou significante ao indivíduo e 
mobilizam recursos cognitivos de atenção e percepção, alteram a fisiologia do 
organismo para aproximação ou afastamento e geralmente determinam a escolha das 
ações seguintes. A amígdala, que pertence ao sistema límbico na estrutura encefálica, 
 
 
12 
controla as emoções e processos motivacionais, interage com o córtex cerebral, 
identificando a emoção e gerando o aparecimento e a persistência de um estado de 
humor. Está muito ligada a valência de emoções negativas, entretanto, ela também 
desencadeia a sensação de bem-estar e prazer. A amígdala interage com o 
hipocampo e influencia na consolidação da memória, assim, a emoção favorece o 
estabelecimento e consolidação da memória (COSENZA e GUERRA, 2011). 
O ser humano busca constantemente a saciedade, ativando as estruturas 
límbicas do desejo, ação e satisfação. Sendo assim, atividades lúdicas trazem a 
excitabilidade diária necessária para ativar os mecanismos das emoções. 
Pode-se perceber que as emoções interferem nas sensações corporais e é 
possível que o inverso também seja real. Assim, as emoções geradas pelo sistema 
límbico causam a impressão e são usadas para produzir as alterações 
comportamentais (DANUCALOV e SIMÕES, 2006). 
 O sistema límbico está ligado diretamente à aprendizagem, uma vez que é 
responsável pela regulação das emoções e, processo de aprendizagem é fonte de 
registro, possibilita trocas com o meio e registra as impressões do meio sobre o 
sistema. 
A incompletude do processo de aprendizagem pode ser vista como problema 
ou dificuldade, em que relações com o conhecimento estão ligadas a percepções de 
cada um sobre o meio, suas respostas corporais, suas interações emocionais e os 
registros pessoais dessas vivência. Tais atividades, devido à complexidade afetiva e 
relacional, de modo não necessariamente consciente, deixam marcas de agrado ou 
repelência. Sempre que uma circunstância de conhecimento acontece, ocorre 
também o afeto, gerando respostas físicas a esse momento, positivas ou não 
(ROTTA; FILHO; BRIDI, 2016). 
A motivação é resultante de uma atividade cerebral que processa informações 
do meio interno e ambiente externo, determinando o comportamento a ser exibido, 
envolvida em processos cognitivos e na aprendizagem, organizando ações que 
melhor garantem a sobrevivência. Até a adolescência, o córtex pré-frontal ainda não 
está maduro, deste modo, ainda não desenvolveu a capacidade de inibir impulsos. 
Nessa fase, os circuitos motivacionais aumentam o comportamento de busca pelas 
novidades possibilitando a aprendizagem de tomadas de decisões apropriadas 
(COSENZA e GUERRA, 2011). 
 
 
13 
 A aprendizagem está ligada aos processos de aquisição da informação, ao 
passo que a memória está relacionada a fixação dessa aprendizagem a ser 
evidenciada posteriormente. Para que a informação se fixe de modo definitivo no 
cérebro são importantes os processos de repetição, elaboração e consolidação, 
usando mais de um canal de acesso ao processamento cerebral: verbal, auditivo, tátil, 
visual, olfativo e gustativo (COSENZA e GUERRA, 2011). 
 A memória, vista nessa abordagem como função cerebral complexa e 
fundamental para a aprendizagem, está distribuída por várias partes do cérebro e, a 
informação pode se perder afetando a aprendizagem. Deste modo, para a informação 
ficar retida precisa ser importante e significativa para o aprendiz (FONSECA, 2015). 
A neurociência esclarece que educação e aprendizagem são processos neurais 
e a aprendizagem acontece quando dois ou mais sistemas funcionam de forma inter-
relacionada, um complexo processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do 
ambiente ativando e tornando mais intensa as sinapses (MIETTO, 2009). 
Estudos mostram que a relação existente entre a respiração natural e a saúde 
é evidente, tanto para os orientais como para os ocidentais. Através de uma respiração 
ritmada, desenvolve-se as forças latentes, afasta o medo, as preocupações e 
emoções negativas, evitando assim inúmeras debilidades desde a mais tenra infância. 
Favorecendo a ativação da memória, visto que, é necessário um estado de 
tranquilidade para as lembranças virem a mente (RAMACHARACA, 2001). 
As neurociências, o Yoga e a psicomotricidade mostram que o controle 
respiratório tem a capacidade de desenvolver o autodomínio, ativar os centros 
cerebrais onde nascem os pensamentos, movimentos, vontade e é armazenada a 
memória. Esse controlevem ao encontro com a melhora da capacidade cognitiva 
(MENDONÇA, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 EFEITOS DO YOGA SOBRE O STRESS, ANSIEDADE E DEPRESSÃO 
 
Assista ao vídeo de apoio indicado abaixo: 
 Vídeo 1: Benefícios Yoga e Meditação comprovados pela neurociência, 
 Disponobilizado em:< https://www.youtube.com/watch?v=Nc7Zi1eMI0Y> 
 
Sinopse: neste vídeo gravado no Kripalu Center, nos EUA, Sofia Bauer, psiquiatra, 
hipnoterapeuta e especialista em Psicologia Positiva revela como praticar Yoga e 
Meditação promove melhoras na saúde física e mental - e até como contribuem com 
a nossa cognição. 
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 Vídeo 2: Inovadores #12 - NEUROCIÊNCIA e YOGA com Tiago Arruda 
(Neurocientista) 
Disponobilizado em:< https://www.youtube.com/watch?v=afwR4riUp-o> 
Sinopse: Tiago Arruda é neurocientista (PhD) e professor da UFRJ. Em seu 
laboratório, estuda o comportamento humano usando neuroimagem, medidas 
cardíacas e testes cognitivos. Sua principal linha de pesquisa é a regulação 
emocional. Além das atividades científicas, ele tem um projeto social chamado 
‘Neurociência e Yoga’ em prol da educação e saúde coletivas. 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
 Figura 4: ilustrativa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Google imagem 
https://www.youtube.com/watch?v=Nc7Zi1eMI0Y
https://www.youtube.com/watch?v=afwR4riUp-o
 
 
15 
 
O estresse é uma patologia difícil de definir e o termo abrange sintomas como 
problemas cognitivos, sono, fadiga, dentre outros. Hoje é considerado um problema 
de saúde pública e pode levar à redução da qualidade de vida, baixa eficiência de 
trabalho, aumento do consumo de medicamentos, enfim. 
Um ambiente de trabalho não harmônico pode ser considerado como principal 
fator para o surgimento do estresse, pois, por vezes o indivíduo é submetido a uma 
alta carga psicológica, que vão desde pilhas de documento até problemas de 
relacionamento com superiores e colegas de trabalho. Além disso, alia-se a este fato 
o não reconhecimento de sua eficácia, visto que por vezes não há um estímulo 
financeiro viável para o profissional. Outra situação é a falta de emprego, e assim, não 
há opção, o trabalhador submete-se a longas jornadas de trabalho, sem um tempo 
adequado de descanso para a recuperação. 
Outros problemas relacionados ao estresse incluem a dor crônica e os sintomas 
psiquiátricos como a ansiedade e a depressão. Pessoas que passam por eventos 
negativos de vida, como morte de parentes, sequelas advindas de acidentes, e que 
possuem o quadro clínico de estresse, são mais propensas a desenvolver o quadro 
de depressão em comparação aqueles com níveis baixos de estresse. 
Bastille & Gill-Body partiram da análise do eletroencefalograma (EEG) como 
base para estudo dos efeitos do yoga sobre o estresse e seus sintomas. É uma análise 
neurológica realizada em indivíduos controle e meditadores de Yoga em situação de 
excitação não emocional, olhos fechados e períodos de olhos aberto assistindo clipes 
de filme de fundo não emocional, e sob influência de emoções negativas 
experimentais como clipes de vídeo aversivos. O EEG de 62 canais foi gravado em 
25 pacientes SYM (Sahaja Yoga Meditators) e 25 pacientes-controle. Achados do 
continuum não emocional revelam, no menor nível de excitação, com olhos fechados, 
que pacientes SYM manifestaram valores de maior potência nas bandas de 
frequência teta-1 (4-6 Hz), teta-2 (6-8 Hz) e alfa-1 (8-10 Hz). Embora houvesse 
aumento da atividade em ambos os grupos, a potência em teta-2 e alfa-1 no período 
de olhos abertos e potência em alfa-1, enquanto era passo o clipe emocionalmente 
neutro mantiveram-se mais elevadas nos SYM. 
No geral, o relatório apresentado enfatiza que as mudanças observadas na 
atividade elétrica cerebral, associadas com meditação feita regularmente são 
naturalmente dinâmicas e dependem do nível de excitação. O achado das potências 
 
 
16 
do EEG também provê uma primeira prova de que praticantes da meditação no Yoga 
têm capacidade elevada de gerenciar a excitação emocional, portanto, 
consequentemente, diminuir os efeitos do stress. 
Köhn (2013), em seu estudo, também analisou diversos fatores ligados ao 
estresse e o uso da yoga em seu tratamento. Trata-se de um estudo randomizado 
incluindo 37 pacientes, sendo 34 do sexo feminino e 3 do sexo masculino, com 
duração de 12 semanas. Os pacientes foram divididos em dois grupos, o grupo 
controle e o grupo que faria a prática do yoga terapêutico. 
Ao final do estudo, foi percebida uma baixa significativa dos sinais clínicos de 
ansiedade e depressão entre os grupos, com favorecimento do grupo praticante de 
yoga terapêutico. Foram utilizadas também algumas sub escalas, separando 
ansiedade/depressão, demonstrando que a melhora no fator ansiedade foi 
pronunciado, mas sem muita diferença na sub escala de depressão possivelmente, 
de acordo com o estudo, pelo tempo de 12 semanas talvez não ser suficiente para ter 
efeitos consistentes sobre a depressão. 
Entretanto, mesmo com tais resultados, o yoga é uma opção atraente para o 
tratamento de transtornos depressivos, pois não é uma terapia farmacológica; possui 
visivelmente efeitos adversos mínimos, se feita a prática correta e com 
acompanhamento além de ter aceitação internacional. 
 
3.1 Efeitos Sobre a Cognição: achados Neurogênicos e Neuroplásticos 
 
 Figura 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Google imagens 
 
 
 
17 
Partindo do princípio de que o sangue flui para todas as áreas do corpo, é válido 
propor de que seu fluxo determina, em grande parte, o grau de funcionamento e 
atribuição de algum alvo de estudo. Neste caso, propor-se-á um caso no qual se 
analisou o fluxo sanguíneo cerebral, pela primeira vez, durante a prática de yoga em 
quatro pacientes distintos. Tem-se na literatura, algumas comprovações de mudanças 
cerebrais significativas em praticantes desta técnica, principalmente nos lobos 
frontais, mas também no tálamo, lobo parietal superior e gânglios basais. Os pacientes 
em análise terão mudanças semelhantes, mas somente após um período de 12 
semanas de treinamento. 
Para início, deve-se ter em mente que estes sujeitos em questão nunca tiveram 
contato prévio significativo com o yoga ou meditação antes deste estudo, privando-
os, assim de qualquer outra influência física neste aspecto. Foram tomados dois 
homens e duas mulheres com idade variando de 41 a 51 anos de idade, com uma 
média de 45 anos. Foram estudados antes do início dos estudos e após as 12 
semanas previstas. Após consentimento de todos, foram levados para o ambiente 
onde a prática seria feita e, 20 minutos antes do exame de base ter início, foi 
introduzida uma cânula intravenosa a fim de que as injeções fossem feitas sem tocar 
ou perturbar os pacientes. Após cinco minutos de sessão, foram injetados com 7–10 
mCi de 99mTc-bicisato, e continuaram as atividades por mais cinco minutos até que 
o rastreador atingisse o cérebro. Após quinze minutos da injeção, os pacientes foram 
monitorados por cerca de 50 minutos por um Picker-Prism 3000XP, de alta resolução. 
Após o rastreio inicial, os participantes tiveram atividade por aproximadamente uma 
hora e, após este período, um intervalo de cerca de mais quinze minutos de 
meditação, dentro dos quais foram novamente injetados com 25 mCi de 99 mTc-
bicisato. Após quinze minutos do término do treinamento, os indivíduos foram 
analisados por 30 minutos. 
Nas primeiras 12 semanas, foram duas aulas semanalmente, progredindo para 
uma por semana nas semanas subsequentes, além de receberem um guia para 
fazerem atividades em suas residências.Após completar o processo, voltaram para o 
ambiente de estudo para uma análise cerebral idêntica à primeira. 
Os resultados foram a diminuição significativa do fluxo sanguíneo sobre a 
amígdala direita (regular os sentimentos, agressividade e dar conteúdo emocional às 
memórias), no córtex dorsal medial direito (medeia motivação) e área sensitivo-motora 
direita. Houve também significativa variação percentual nas seguintes estruturas: 
 
 
18 
lobos frontais mediais dorsais direito e esquerdo (planejamento e análise das 
consequências de ações futuras, estando relacionado com comportamento), córtex 
pré-frontal direito (planejamento de comportamentos e pensamentos complexos, 
expressão da personalidade, tomadas de decisões e modulação de comportamento 
social), córtex sensitivo-motor direito, lobo frontal inferior direito e lobo frontal superior 
direito (planejamento de ações e movimento, bem como o pensamento abstrato). 
Portanto, estas áreas foram ativadas mais substancialmente após o treino de 
meditação. O índice de lateralidade também foi alterado consideravelmente no cíngulo 
anterior, conexão entre diversas partes importantes, sendo importante no aprendizado 
por reforço e punição, ou seja, condicionamento, córtex frontal dorso medial e lobo 
temporal superior, levando a crer que o lado direito destas estruturas teve atividade 
basal aumentada em relação ao esquerdo depois do programa de treinamento 
comparado com antes dele. Logo, o lado esquerdo se tornou mais ativo durante o 
estado de meditação se comparado com análises prévias. 
Portanto, notou-se que houve alterações moderadas, mas significantes, na 
função cerebral basal. Também foi percebida a capacidade dos pacientes de ativar 
seu cérebro mais amplamente durante a meditação após o treinamento. Estes estudos 
foram ao encontro de outros prévios realizados. Estes estudos observaram aumento 
da atividade do lobo frontal durante a meditação, visto que este tem sua função voltada 
ao foco e atenção, logo, possui efeito direto na cognição. 
Outro importante estudo sobre os efeitos da yoga na cognição, e base para a 
discussão que se segue é o de Froeliger (2012). Em seu estudo foram utilizadas 14 
pessoas, divididas em dois grupos iguais, sendo um, o grupo controle. 
Sete pessoas vinham de um histórico ativo na prática de yoga, mais de 45 
minutos por dia, 3-4 vezes por semana e a mais de 3 anos, e também da técnica de 
meditação “Mindfulness” por cerca de 5 ou 6 anos, a qual é definida basicamente 
como uma forma específica de atenção plena, concentração no momento atual, 
intencional, e sem julgamento. Significa estar plenamente em contato com a vivência 
do momento, sem estar absorvido por ela. 
Depois de uma bateria de exames tanto físicos como psíquicos, como 
ressonâncias magnéticas e respostas a questionários relacionados às atividades 
diárias, foram identificadas diferenças significativas no volume de massa cinzenta e 
auto-relato de falhas cognitivas entre os praticantes de Yoga e o grupo controle, assim 
como também exibiram estruturas cerebrais volumetricamente maiores e lapsos de 
 
 
19 
memória menos frequentes em funções do dia a dia. Além disso, a experiência de 
meditação no yoga foi significativamente preditiva de volume de substância cinzenta 
em muitas dessas mesmas regiões neuroanatômicas. Tomados em conjunto, os 
resultados do estudo sugerem que a prática de yoga e Mindfulness Meditation está 
associada com a melhora da função cognitiva juntamente com o alargamento de 
estruturas cerebrais responsáveis pelo controle executivo. 
Tais análises identificaram as regiões corticais pré-frontais como uma das 
áreas do cérebro com aumento de volume nos praticantes de yoga. Dados 
experimentais demonstram ser essa área responsável pelo controle cognitivo. Os 
questionários de auto-relato relacionados a falhas cognitivas, indicam que o volume 
maior de massa cinzenta nessas regiões foi associado com menor déficit de atenção, 
melhoria na memória e função motora nas tarefas diárias. Outro fato interessante foi 
o aumento de massa cinzenta no cerebelo, estrutura responsável pela coordenação 
motora e temporização dos movimentos do corpo, mas que recentemente também foi 
relacionada a funções executivas. 
De tal maneira, a prática prolongada de yoga pode estimular a conectividade 
fronto-cerebelar e a neuroplasticidade, em virtude da intensa habilidade motora de 
aprendizagem que tal prática envolve. A dificuldade dos exercícios e das posições vai 
aumentando com o passar do tempo, logo, a capacidade motora e de concentração 
também crescem, pois o indivíduo precisa utilizar o cérebro para manutenção da 
posição, respiração, além de ter de “limpar a mente” de quaisquer pensamentos 
aleatórios e do desconforto corporal de algumas posições. Com tais características, 
percebe-se que o yoga pode promover plasticidade cognitiva através do treinamento 
intensivo mental que esta prática acarreta. 
Uma patologia associada à cognição, a esquizofrenia, também está tendo o 
yoga como alvo de estudos. Como o yoga traz benefícios na cognição para pacientes 
normais, partiu-se desse princípio, ou seja, de que se fosse feita a prática do yoga 
como tratamento adjuvante aos antipsicóticos, poderia haver melhora na cognição nos 
pacientes com esquizofrenia. 
Em um estudo randomizado, dois grupos de pacientes em doses estabilizadas 
de antipsicóticos participaram do processo. Um dos grupos fez a prática do yoga 
terapêutico e outro fez qualquer outro exercício físico. Houve melhora visível da 
cognição e nos sintomas de disfunção social, para ambos os grupos, entretanto, no 
grupo praticante do yoga, houve melhora ainda mais significativa. 
 
 
20 
 Portanto, é visível a eficácia do yoga sobre a cognição, uma vez que tanto 
pacientes normais quanto patológicos, podem obter melhora com sua prática. 
Na medicina ouve-se muito falar em medicamentos e remédios, mesmo sendo 
usados como sinônimos, remédio é algo além de um princípio ativo ou uma série de 
estudos laboratoriais. A fé, o “chazinho da vovó”, massagens, enfim, todas elas podem 
ser consideradas remédios, pois além de possuírem efeitos sistêmicos diversos, 
também possuem a psique como alvo, com a ativação de diferentes áreas cerebrais. 
O yoga, não é diferente, sua prática e constante aperfeiçoamento dos 
movimentos, como visto anteriormente, levam à ativação e desenvolvimento de áreas 
cerebrais de importância tanto físicas quanto psicológicas. 
No mundo moderno, rápido, incessante, cansativo, o estresse desponta como 
uma das principais patologias dessa época, de tal maneira, acompanha-se o aumento 
do uso de antidepressivos, calmantes, enfim. Ter o yoga como uma prática viável para 
alívio do stress e seus sintomas é um ganho significativo para a ciência, pois 
diminuição de efeitos colaterais, quer dizer menor incidência de outras doenças 
também. 
Além disso, sua importância nas funções cognitivas, tanto na melhora em si, 
quanto na resposta às disfunções patológicas cognitivas (esquizofrenia), faz com que 
sua prática seja ainda mais importante alvo de estudos. 
Portanto, é visível que o yoga pode ser uma das atividades físicas mais 
importantes para essa época, e também, que são necessários mais estudos sobre 
sua prática para que os conceitos de neuroplasticidade e neurogênese atribuídos a 
ele possam ser efetivamente desvendados e ter uma melhor aplicabilidade. 
 
 3.1.1 Neurociência comprova que yoga ajuda a conquistar o autocontrole 
 
 A emoção comanda as ações cotidianas da grande maioria das pessoas, mas 
ser conduzido pelas emoções pode ser desastroso em inúmeras situações. Nos 
últimos dias, diversos exemplos de professores que tem ataque de fúria em sala de 
aula são expostos na mídia, sendo destaque nos noticiários. Ao perderem o controle 
de suas emoções, gritam, xingam, agridem pessoas e, certamente, são punidos por 
isso. Contudo, casos comoesses acontecem todos os dias com profissionais das mais 
diversas áreas e em outras tantas situações, como a pessoa que se descontrola no 
 
 
21 
trânsito ou mesmo a esposa que perde a paciência com o marido pelo atraso para o 
jantar. 
As consequências desses impulsos podem ser catastróficas, visto que um 
profissional que não tem comando sobre seus sentimentos é mal visto pelos 
superiores e pode perder oportunidades de promoção; uma discussão no trânsito 
pode acabar em agressões graves e os bate-bocas desgastam o relacionamento. Mas 
é possível reverter esse quadro e controlar os sentimentos. 
O psicofisiologista e coach ontológico Marcello Árias Dias Danucalov explica 
que as emoções são causadas por substâncias químicas cerebrais, mas práticas 
como o yoga e a meditação ajudam a conquistar o autocontrole. 
“Nos últimos anos, as descobertas das áreas relacionadas às neurociências 
tem atestado que os nossos pensamentos racionais, conscientes, são meros 
moduladores de nossas forças biologicamente mais primitivas, que emergem das 
profundezas de nosso cérebro mais primitivo. 
Lá, habita o nosso submundo inconsciente. Mas segundo algumas tradições 
filosóficas orientais, o que você é num determinado momento, é fruto de como você 
interpreta a situação. 
Desta maneira, a raiva não é você, é uma parte de você. Assim como não é 
você que está presente nos momentos de alegria, e sim uma pequena parte de um 
todo muito mais complexo. 
Os maiores responsáveis por tais comportamentos são as tais substâncias 
químicas, que em última análise, as técnicas advindas da prática do yoga e da 
meditação tentam entender, dominar, e por que não dizer, de certa forma, 
transcender”, esclarece o psicofisiologista. 
Nos últimos anos a ciência começou a se interessar pelo yoga e pela meditação 
enquanto técnica de desenvolvimento e aprimoramento cérebro/mental, por isso 
inúmeros hospitais e centros de pesquisa têm estudo tais técnicas com grande rigor. 
Danucalov explica que um dos pressupostos do yoga é o desenvolvimento da 
concentração, pois, uma vez focado em um só objeto pelo maior tempo possível, o 
yogue, pessoa que pratica o yoga, diminuiria seus estímulos sensoriais, reduzindo 
assim seu bombardeamento químico cerebral. 
Assim, o praticante de yoga entra em contato com um estado cerebral onde 
clareza perceptiva e racionalidade ponderada subjugam pulsões e instintos mais 
 
 
22 
primitivos. Isso faz com que o indivíduo tenha um maior grau de controle das situações 
ao seu redor, não se deixando dominar inteiramente pela neuroquímica das emoções. 
Isso se explica, pois quando se fala de emoções se fala de medo, aversão, 
pânico, culpa, amor, ódio, raiva, entre outras tantas. Mas tais sentimentos não são 
percebidos somente na estrutura cerebral-mental. 
Essas emoções são somatizadas, ou seja, percebidas em nosso próprio corpo. 
As emoções humanas se expressam também em nosso corpo, gerando tensões 
musculares, dores de cabeça, hipertensão, quando negativas, ou prazer, leveza e 
bem estar, quando positivas. Estes reflexos corporais indicam que somos portadores 
de curiosas vias que conectam as emoções geradas no cérebro, com todas as células 
corporais, ressalta Danucalov. 
Uma das hipóteses do hatha-yoga, o yoga do corpo, hoje compreendida pela 
ciência contemporânea, é que as emoções interferem nas sensações corporais da 
mesma forma que as sensações corporais também podem influenciar as emoções. 
Esta escola afirma que o desenvolvimento de nossas percepções pode ser 
melhorado na medida em que focamos nossa atenção em nosso próprio corpo. As 
séries de posturas físicas conhecidas como ásanas devem ser realizadas com a 
máxima concentração, com a maior calma possível, assim como com o menor 
dispêndio energético. 
Segundo o hatha-yoga, as sensações corporais de relaxamento e tranquilidade 
retroalimentariam nossas complexas estruturas neuronais, informando-as de que tudo 
vai bem, criando assim um ambiente favorável ao aparecimento de emoções positivas, 
esclarece o psicofisiologista. 
Além do yoga e da meditação, técnicas mais cognitivas, como o coaching de 
abordagem ontológica e as terapias cognitivo-comportamentais são outras atividades 
que exigem atenção, interiorização e percepção de pensamentos automáticos 
disfuncionais e podem ajudar quem almeja comandar, ao menos parcialmente. 
 
 
 YOGA NA EDUCAÇÃO 
 
O vídeo abaixo esclarece a necessidade de inserir na grade curricular educação a 
Yoga nas escolas, visto que é uma ciência completa, a do corpo e da mente. 
 
 
23 
 Vídeo 2: Conversa Yoga na educação Monja Coen , Marcos Rojo , Thiago 
Leão , Mauricio Salem 
Disponiblizado em:< https://www.youtube.com/watch?v=2bzdYu7KMuo> 
Sinopse: Serie de videoconferências " Conversas sobre Yoga na educação " A 
meditação Mindfulness para adolescentes , dicas para se preparar para o ENEM , a 
importância do Yoga e da meditação dentro da escola. Gravação realizada no 
seminário do instituto Hermógenes em Mendes ,RJ , Setembro de 2017 Com Monja 
Coen , Marcos Rojo , Thiago Leão e Mauricio Salem Realização Centro de estudos 
Yoga educação www.yogaeducativa.com. 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 Vídeo 2: Escola inclui Yoga na educação 
Disponibilizado em:< https://www.youtube.com/watch?v=im26l2veUU8> 
 Vídeo 4: Escola infantil no Rio oferece Yoga como parte do projeto 
pedagógico 
Disponibilizado em:< https://www.youtube.com/watch?v=sIOi_DgScCE> 
 
Sinopse: os vídeos apresentam escolas que assumiram o Yoga como parte do 
ensino e demonstram os benefícios que ela traz. 
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Figura 6 
https://www.youtube.com/watch?v=2bzdYu7KMuo
http://www.yogaeducativa.com/
https://www.youtube.com/watch?v=im26l2veUU8
https://www.youtube.com/watch?v=sIOi_DgScCE
 
 
24 
 
Fonte: Google imagens 
Yoga é arte e ciência do viver, é uma prática que cria um equilíbrio profundo na 
personalidade, refletindo nos aspectos físico, emocional, mental e criativo (FLAK, 
2007). Em 1973, quando era professora de inglês no Collège Condorcet em Paris, 
Micheline Flak desenvolveu um projeto piloto que buscava integrar o yoga na sala de 
aula. Esse trabalho foi acolhido com grande interesse, tanto pelos alunos, quanto pela 
instituição, que logo constatou seus benefícios. Em seguida, ela criou uma associação 
denominada “Recherche sur le Yoga dans l’Éducation - R.Y.E”, que introduz a 
aplicação de técnicas do Yoga nos centros de ensino, como uma proposta pedagógica 
alternativa, que favorece os processos de aprendizagem e pode ser aplicada pelos 
próprios docentes (ARENAZA, 2003). 
 Yoga, que significa união, em Sânscrito, e que faz referência à união entre 
corpo, mente e espírito, é uma filosofia que considera o ser humano como um todo. E 
é nessa concepção que, segundo Arenaza (2003), é implementado o Yoga na 
educação. As técnicas do R.Y.E., que podem beneficiar crianças, adolescentes e 
adultos, buscam contribuir para: 
• A qualidade da aprendizagem: aprimorando o bem-estar, a clareza mental e 
o desempenho escolar, por meio do desenvolvimento da plena consciência. 
 
 
25 
• O desenvolvimento e formação plenos do aluno: o Yoga aumenta a 
capacidade de concentração, auxilia na contenção do comportamento impulsivo e traz 
clareza de pensamento, permitindo que os alunos tomem consciência de si mesmos. 
• Desenvolver autocontrole, flexibilidade e coordenação: de fato, o Yoga ajuda 
a dissolver tensões musculares e respiratórias, acalmar emoções e energias 
dispersas, melhorar a disposição, concentração, memória e receptividade, pois os 
exercícios beneficiam a atividade cerebral. 
• Favorecer todos os relacionamentos e contribuir para a cultura de paz. A 
técnica é utilizada em sala de aula e contém uma série de passosque preparam o 
aluno para aprender. As atividades podem ser executadas antes, durante e entre as 
aulas. Trata-se de uma técnica baseada na integração de pequenas sequências de 
exercícios físicos, respiratórios e mentais, considerando-se seis das oito etapas 
presentes na prática universal de Yoga, apresentadas pelo sábio Patanjali. 
 
 
4.1 Viver juntos (Yama) 
 
 A primeira etapa do Yoga Sutra de Patanjali é Yama, ou seja, a abertura ao 
outro. A primeira regra é a não violência, Ahimsa, que introduz grandes 
aprendizagens, como a escuta e a aceitação do outro com suas diferenças. Além 
disso, ajuda a controlar melhor os impulsos, por meio de exercícios específicos de 
respiração e tomada de consciência do momento, introduzindo, assim, um 
distanciamento entre a pulsão agressiva e sua realização (COULON, 2016). Viver 
juntos pressupõe também o aumento da solidariedade, que é progressivamente 
assimilada desde a pequena infância e pode ser trabalhada em atitudes corporais 
específicas, tais como realizar movimentos e respirar juntos. Nessa etapa, são 
empregadas diferentes dinâmicas para enturmar as crianças e ensiná-las a viver 
juntas para que haja paz. O R.Y.E. propõe diversas práticas de integração, criando 
oportunidades para exercitar a convivência, buscando menos competitividade e mais 
cooperação. Segundo Micheline Flak (2007), o objetivo é conseguir que a criança 
tome consciência de que ela não é um indivíduo separado do resto: é preciso exercitar 
o trabalho em grupo. Pretende-se formar um espírito de equipe, desenvolvendo o 
sentido de responsabilidade diante do contexto. 
 
 
26 
“Os exercícios de Yoga despertam a consciência de si mesmo e, ao mesmo 
tempo, a de se manter atento ao outro. Na verdade, essas práticas remetem a gestos 
alcançados em conjunto, a respirações harmonizadas e a um ideal simbolizado pelo 
centro” (FLAK, 2007, p. 22). As práticas de viver juntos são muito úteis para gerar o 
acolhimento necessário, para desenvolver o prazer de se estar juntos: “um por todos 
e todos por um”, o que contribui para evitar o sentimento de rejeição e o fracasso 
escolar. 
 
4.1.1 Eliminar toxinas e os pensamentos negativos (Nyama) 
 
Como manter uma atitude positiva diante da vida? Segundo Micheline Flak 
(2007), esse é, desde o início, o objetivo do Yoga. Ao cultivar o pensamento positivo, 
a mente se acalma aliviando temores e angústias. “Confiança gera confiança”. Os 
exercícios de desbloqueio, de suavização sistemática das articulações, de abertura e 
de irrigação do cérebro permitem eliminar toxinas e são pressupostos para uma vida 
saudável. O corpo funciona como um trampolim para que as técnicas de 
aprendizagem se tornem eficazes. 
 
4.1.2 Colocar-se numa boa postura (Asana) 
 
Flexibilidade, agilidade e postura correta são benefícios importantes para os 
corpos jovens. Adotar uma postura correta gera equilíbrio do corpo e da mente e 
facilita a atenção. A coluna vertebral é considerada como a “árvore da vida”. Seu 
endireitamento e cuidado diário terão uma influência determinante sobre o nosso 
comportamento psíquico e saúde física. Uma postura ereta estimulará a autoconfiança 
dos alunos e permitirá melhor movimentação do diafragma, causando melhor 
oxigenação do cérebro e do corpo em geral. 
 
4.1.3 Respirar bem para manter a calma (Pranayama): respiração é vida! 
 
A observação da respiração exercita a atenção, ajuda a promover maior paz 
interior e consciência em todos os atos. É muito importante dar-se o tempo para 
respirar. Exercícios respiratórios adequados conseguem tanto acalmar os alunos 
quanto energizá-los, causando um profundo bem-estar. A tomada de consciência de 
 
 
27 
uma respiração amplificada é o segredo de um domínio potencial sobre nossos 
órgãos. É, portanto, um fator essencial para manter a saúde. A respiração tem uma 
relação estreita com a mente: quando a respiração se acalma, a mente se acalma, o 
que ajuda indiscutivelmente na aprendizagem. 
 
4.1.4 Saber relaxar para manter um bom nível de energia (Pratyahara): 
recarregar as baterias 
 
A pausa é extremamente importante na aprendizagem, pois as informações são 
gravadas no cérebro com ajuda do descanso. De fato, o desenvolvimento da memória 
depende do estado de relaxamento: pequenos espaços de relaxamento permitem ao 
cérebro digerir e assimilar as informações recebidas. Segundo Flak (2007), repousar 
significa fechar todas as portas dos sentidos para nos conectarmos com nossos 
espaços internos. Há um tempo para tudo. É importante ensinar às crianças a relaxar; 
isso as tornará bem dispostas para o aprendizado e despertará sua curiosidade e 
motivação. Por meio dos exercícios de relaxamento, o aluno aprende a controlar a 
ansiedade e a ouvir melhor, bem como a desenvolver a sua criatividade e a recuperar 
a autoconfiança. De fato, os exercícios ajudam a adquirir maior consciência do próprio 
corpo, dos pensamentos e do ambiente. Assim, a prática de relaxamento ajuda as 
crianças a conviverem melhor com seu ambiente e potencializa o aprendizado. 
 
4.1.5 Como um raio laser, concentrar forças (Dharana): concentrar-se, ser 
capaz de prestar atenção, escutar para reter o que devemos lembrar 
 
 A concentração é o fundamento do processo de aprendizagem, é a capacidade 
de manter a atenção da mente em um ponto, um objeto, um lugar, sem oscilações. 
Nesse estado, a mente é capaz de abstrair-se do mundo externo ou de elementos 
periféricos que rodeiam o objeto de concentração. Nas escolas, é comum os 
professores chamarem a atenção, ou até repreender os alunos dispersos. Mas como 
ensiná-los a se concentrar melhor? O Yoga pode esclarecer e fornecer as condições 
essenciais para melhorar a concentração, pois incorpora atividades mentais, técnicas 
que ajudam a desenvolver a atenção e a concentração, além de estimular as 
habilidades criativas que estão latentes na criança. A partir do momento em que a 
mente está quieta, tranquila, a assimilação de conhecimento se realiza por diferentes 
 
 
28 
práticas, desde mandalas até as técnicas de visualização, que são muito utilizadas no 
RYE. 
 De acordo com Snel (2016, p. 23), a pausa inteligente ajuda as crianças a 
saírem do piloto automático. “ao praticar a concentração no presente e a consciência, 
as crianças aprendem a fazer uma breve pausa, a tomar fôlego, percebendo o que 
precisam naquele instante”. Tomar fôlego é uma expressão forte, mas é bem o que 
acontece: as crianças vão sufocando-se com um excesso de informações ou de 
emoções. A pausa permite-lhes, segundo Snel, que identifiquem seus impulsos e 
aprendam a prestar atenção naquilo que fazem, adquirindo, assim, maior autonomia 
sobre a forma como sentem e agem. “E também a não esconder nada e a buscar o 
entendimento de seu mundo interior, assim como o dos outros que a cercam” (SNEL, 
2016, p. 23). 
Cada uma dessas seis etapas oferece um vasto recurso de exercícios, jogos e 
outros meios de promover o aprendizado e melhorar as relações no ambiente escolar. 
O exercício cotidiano de observar o corpo, o ambiente (sons, cores, cheiros, etc.) e a 
respiração determina como a consciência vai relacionar-se com o conteúdo (sujeito). 
As seis etapas vão do nível mais denso ao mais sutil. Esse processo consiste em 
trabalhar, primeiramente, a boa sintonia do sujeito com o ambiente e com seus 
aspectos físicos, buscando, em seguida, alcançar as esferas mais sutis, ao purificar o 
corpo e os pensamentos, induzindo-os a um estado de relaxamento e concentração. 
Acalmar o corpo é também acalmar a mente. Logo, as técnicas do R.Y.E. ajudam a 
desenvolver habilidades, como a concentração, a memória, a escuta, a autoestima, a 
empatia, entre outras, preparando a criança não só para assimilar os conceitos, mas 
também para lidar melhor consigo mesma e com os outros. A capacidade de 
aprendizagem depende tanto dos processos cognitivos quanto das interações 
emocionais entre professorese alunos. O educador precisa ter um papel ativo e 
participativo. Dessa maneira, as técnicas de Yoga na educação podem fornecer 
ferramentas preciosas para ajudar o professor a captar a atenção, introduzir tempos 
de pausa, ensinar os alunos a viver juntos, a relaxar e a se concentrar. De fato, essas 
técnicas podem ser aplicadas sob a forma de uma oficina completa, com um grupo de 
crianças, dentro ou fora da sala de aula, ou, então, podem ser aplicadas sob a forma 
de exercícios a serem utilizados no cotidiano da sala de aula, de acordo com as 
necessidades. Por isso, um dos objetivos do R.Y.E. é preparar os professores para 
que estejam aptos a fazer uso das técnicas de Yoga no ambiente escolar. 
 
 
29 
Cada exercício ensinado pelo R.Y.E. possui um vínculo com a tradição do Yoga 
e se encaixa em alguma das seis etapas de Patanjali. Além disso, os exercícios podem 
ser usados de acordo com as dificuldades encontradas pelos professores ao longo do 
dia. Assim, entre inúmeros outros, existem os que são aplicados depois de um longo 
período sentado, os que ajudam a restabelecer a união do grupo, os que são mais 
apropriados quando se busca a atenção, ou, ainda, quando se busca relaxar após 
uma atividade cerebral prolongada. 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Fica claro que a meditação, técnica milenarmente aplicada pelo homem, traz 
benefícios ao seu praticante, independentemente do seu nível ou tempo de prática. 
Esses benefícios que eram, até pouco tempo atrás, perceptíveis apenas a quem 
exercitasse a modalidade ou conhecesse o padrão comportamental anterior do 
meditador, agora se tornam cada vez mais concretos e palpáveis, com diversas áreas 
de estudo buscando mapeá-los e quantificá-los. 
O yoga, não é diferente. Sua prática e constante aperfeiçoamento dos 
movimentos, como visto anteriormente, levam à ativação e desenvolvimento de áreas 
cerebrais de importância tanto físicas quanto psicológicas. 
No mundo moderno, rápido, incessante, cansativo, o stress desponta como 
uma das principais patologias dessa época, de tal maneira, acompanha-se o aumento 
do uso de antidepressivos, calmantes, enfim. Ter o yoga como uma prática viável para 
alívio do stress e seus sintomas é um ganho significativo para a ciência, pois 
diminuição de efeitos colaterais, quer dizer menor incidência de outras doenças 
também. 
Além disso, sua importância nas funções cognitivas, tanto na melhora em si, 
quanto na resposta às disfunções patológicas cognitivas, esquizofrenia, por exemplo, 
faz com que sua prática seja ainda mais importante alvo de estudos. 
Portanto, é visível que o yoga pode ser uma das atividades físicas mais 
importantes para essa época, e também, que são necessários mais estudos sobre 
sua prática para que os conceitos de neuroplasticidade e neurogênese atribuídos a 
ele possam ser efetivamente desvendados e ter uma melhor aplicabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 REFERÊNCIAS 
 
 
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