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1 ESTUDO DA NEUROCIÊNCIA APLICADA À YOGA 2 SUMÁRIO NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................... 3 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4 DEFINIÇÃO DE YOGA ......................................................................................... 5 2.1 Neurociências ................................................................................................ 7 Relação entre neurociências, educação e yoga ...................................................... 9 EFEITOS DO YOGA SOBRE O STRESS, ANSIEDADE E DEPRESSÃO ......... 14 Vídeo 1: Benefícios Yoga e Meditação comprovados pela neurociência,........... 14 Disponobilizado em:< https://www.youtube.com/watch?v=Nc7Zi1eMI0Y> ......... 14 3.1 Efeitos Sobre a Cognição: achados Neurogênicos e Neuroplásticos .......... 16 3.1.1 Neurociência comprova que yoga ajuda a conquistar o autocontrole ........ 20 YOGA NA EDUCAÇÃO ...................................................................................... 22 Vídeo 2: Conversa Yoga na educação Monja Coen , Marcos Rojo , Thiago Leão , Mauricio Salem ........................................................................................... 23 Vídeo 2: Escola inclui Yoga na educação .................................................... 23 Vídeo 4: Escola infantil no Rio oferece Yoga como parte do projeto pedagógico 23 4.1.1 Eliminar toxinas e os pensamentos negativos (Nyama) ............................... 26 4.1.2 Colocar-se numa boa postura (Asana)......................................................... 26 4.1.3 Respirar bem para manter a calma (Pranayama): respiração é vida! .......... 26 4.1.4 Saber relaxar para manter um bom nível de energia (Pratyahara): ............. 27 4.1.5 Como um raio laser, concentrar forças (Dharana): concentrar-se, ser capaz de prestar atenção, escutar para reter o que devemos lembrar ............................ 27 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 30 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 31 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 INTRODUÇÃO A aplicabilidade do yoga vem crescendo em atividades que visam o bem-estar em grandes partes do mundo e, recentemente, foi introduzido como terapia de saúde. Trata-se de um sistema filosófico-prático que conta com metodologias para a unificação dos diferentes elementos do psiquismo humano. Em todas as técnicas desse sistema o praticante busca eliminar sua agitação e ter um domínio harmônico de si mesmo. Há inúmeras escolas de yoga, entretanto, todas possuem certos elementos-chaves, dentre eles: exercícios de respiração (pranayamas), posturas (asanas) e yoga meditacional. O yoga terapêutico deriva do clássico yoga Kundalini, com origens no norte da Índia e do Tibete. O yoga em si, é basicamente caracterizado como um meio para alcançar efeitos mentais, emocionais e físicos. Já o yoga terapêutico foi projetado para atender as pessoas que estão acometidas por enfermidades, mas que podem praticá-lo sem o risco de agravamento do seu estado. A aula de yoga consiste em um número de posições, movimentos, técnicas de respiração, mantras (para os budistas, sílaba ou frase sagrada à qual se atribui um poder espiritual) e meditação. Os movimentos do yoga como técnica medicinal são geralmente mais lentos do que nas formas tradicionais. O avanço nas pesquisas na área de neurociência vem demonstrando que a meditação pode ser benéfica à saúde física e mental, contribuindo significativamente para a melhora na qualidade de vida. Quanto mais conhecidos se tornam os campos neurofisiológicos correlatos às experiências em estados meditativos, mais se permite que análises sejam feitas e práticas utilizadas tendo como objetivo o alcance de metas tanto pessoais quanto profissionais, além da contribuição para o controle de alterações emocionais intensas. 5 DEFINIÇÃO DE YOGA Figura 1 Fonte: Google imagens Yoga, significa “união”, é uma prática milenar que visa o equilíbrio entre corpo, mente e emoções, e seus ensinamentos promovem em seus participantes benefícios de ordem motora, física, cognitiva, mental, emocional e social. Com isso, muitas escolas ao redor do mundo, vem optando por sua implementação, a fim de, potencializar o desenvolvimento e crescimento dos alunos de modo integral e duradouro (ROTTA; FILHO; BRIDI, 2016). Essa prática milenar não é religião, é um conhecimento holístico voltado para mente e corpo, cujas técnicas vêm sendo pesquisadas nas universidades, com o intuito de comprovar melhora na saúde e no dia a dia do praticante. É uma prática eficaz para o controle do estresse, da ansiedade, da depressão, da insônia, da bulimia, da anorexia, das tentativas de suicídio, da enxaqueca e além disso melhora a capacidade física e funcional, entre outros; fatores esses que atingem diretamente grande parte dos educandos da atualidade. Estudos recentes com crianças, que praticaram Yoga, entre quatro e seis anos, indicam que a concentração das mesmas pode ser ampliada mesmo diante de problemas com atenção e comportamento. O Yoga tem um sentido filosófico de natureza ética, preconiza atividades com posturas corporais que ajudam a aquietar a mente e melhoram a percepção de si, dando ênfase na respiração, com técnicas de relaxamento e concentração. Traz serenidade, acalma a mente e aquieta as emoções perturbadoras; possui elevado 6 potencial humanizador, transcendendo a condição humana comum, ultrapassando os limites da razão, do conhecimento racional. (TINOCO, 2016). As práticas do Yoga foram desenvolvidas para conceder ao ser humano sua liberdade interior, historicamente, é uma tradição espiritual que visa a paz, a felicidade e a bem-aventurança do seu praticante. Sua função principal é unir o eu inferior, ligado ao corpo e o si mesmo transcendental e assim, através da atenção focada, perceber sua verdadeira natureza (DANUCALOV e SIMÕES, 2006). Vista como uma modalidade multitarefa, que envolve os elementos psicofísico- sociais, o Yoga trabalha questões de ordem de deficiência física e problemas psicossociais simultaneamente, traz benefícios em todas as dimensões do ser humano, contemplando os aspectos físicos, cognitivos, mentais, sociais e emocionais. Mostra-se eficaz nos tratamentos com vícios, alémde promover melhoras no sono, bem-estar e qualidade de vida em geral (FOLETTO, 2015). É parte integrante da prática do Yoga, a meditação que se caracteriza por um estado alterado de consciência no qual o organismo entra em estado hipometabólico, sendo dominado pelo sistema nervoso autônomo parassimpático mesmo com o praticante em vigília. Comumente, a meditação é praticada na postura sentada, contudo, meditar é estar consciente, focado em si e ao que se faz, é importante manter-se consciente (sem dormir) durante toda prática (DANUCALOV e SIMÕES, 2006). O Yoga enfatiza saúde, aspectos psicossociais e espiritual (não religioso) e em 1986 foi recomendada em conjunto com o esporte para os jovens, uma vez que muitos de seus aspectos ajudam a moldar atitudes visando o bem-estar da sociedade como um todo (GHAROTE, 2005). Autocontrole e autodesenvolvimento são objetivos da educação, contudo, o aumento populacional desponta para mais competição e menos oportunidades, resultando na ênfase às matérias acadêmicas em detrimento do desenvolvimento social, gerando pessoas com pouco controle sobre os instintos básicos. Através de esforço persistente, o raciocínio ainda pode reeducar a mente. Através da prática do Yoga, que gera modificações individuais, é possível modificar os outros e esses serem beneficiados uma vez que Yoga é educação (GHAROTE, 2005). Na prática do Yoga é trabalhada a autoestima, autoconhecimento, autoanálise, percepção das emoções e observa-se também aumento da capacidade cognitiva. Conduz os alunos a buscarem novos desafios, integrando mente, corpo e percepção, 7 pois organiza e amplia o potencial dos órgãos dos sentidos, trazendo reações benéficas aos praticantes. Durante os movimentos o cérebro produz e libera substâncias químicas que eliminam o sentimento de incompetência e desânimo, levando ao reconhecimento das competências e transformações interiores e desejo de autorrealização. Durante as práticas do Yoga o educador ‘interage’ em várias áreas do cérebro de modo lúdico, não traumático e prazeroso, faz o desbloqueio de medos e timidez e oferece segurança para enfrentar novos desafios (CARDOZO, 2008). 2.1 Neurociências Figura 2 Fonte: Google imagens Na busca por estudos entre o comportamento e a atividade cerebral, surge a neurociência, um campo interdisciplinar que investiga o sistema nervoso, cujo intuito é investigar como ele se desenvolve. Revelam nosso comportamento, emoções, necessidades fisiológicas, tomadas de decisão, como e o que somos através do funcionamento cerebral. A plasticidade cerebral aproxima a compreensão corpo-mente de modo conceitual e funcional da aprendizagem, elemento intrínseco à condição humana, visto que, o cérebro é um sistema biológico aberto em constante interação com o meio 8 físico e social no qual o sujeito está inserido. Não é somente via intervenção física ou medicamentosa que o corpo se adapta, a plasticidade cerebral é multidimensional, regida por uma dinâmica relacionada entre a estrutura e função nos níveis: neuroquímico, hedológico e comportamental (ROTTA, FILHO; BRIDI, 2016). No cérebro é que emerge a cognição, uma vez que, nele ocorrem determinadas condições biopsicossociais ou bioantropológicas dinâmicas e evolutivas que permitem ao ser humano tornar-se um ser auto-eco-organizador. A cognição resulta da integridade biológica e da complexidade da interação sociocultural, ou seja, através da relação entre a neurologia e a psicologia. Cognição é o ato ou processo de conhecimento, envolve a atenção, a percepção, a emoção, a memória, a motivação, a integração e monitorização central, do processamento sequencial e simultâneo da planificação, da resolução de problemas, da expressão e da comunicação de informações. Pode mudar e apresentar potencial de plasticidade e flexibilidade, se adaptar às condições de maturação e interação, de acordo com o envolvimento e treino renovado e continuado de hábitos. Evoca sistemas cerebrais, concretizando diversos estilos de vida e vários processos de aprendizagem. Enquanto a inteligência é uma habilidade nata, a cognição lhe dá sustentação através das estratégias de processo de informação, dos dispositivos de adaptação e pensamento lógicos que podem ser aprendidos. O cérebro está diretamente ligado à aprendizagem; é o órgão da aprendizagem que é um processo funcional dinâmico (FONSECA, 2015). É por meio de informações sensoriais, conduzidas por circuitos cerebrais que tomamos conhecimento do que está acontecendo no ambiente ao nosso redor e interagimos para garantir nossa sobrevivência. Comportamentos são aprendidos, mesmo com um cérebro planejado para desenvolver determinadas atividades, coisas simples precisam ser aprendidas e o estímulo ambiental é fundamental para o desenvolvimento do sistema nervoso. É o caso da linguagem falada, que depende de interação mais específica com o ambiente, mesmo sendo uma capacidade programada em nosso sistema nervoso, há aprendizagens que ocorrem ainda dentro do período intrauterino, visto que, o aumento da conectividade das células corticais é progressivo na infância, declina na adolescência até atingir o padrão adulto, quando a taxa de aprendizagem de novas informações diminui e aumenta-se a capacidade de usar e elaborar o que já foi aprendido (COSENZA e GUERRA, 2011). 9 Relação entre neurociências, educação e yoga Figura 3 Google imagem Na literatura, conforme Fonseca (2015), encontra-se comprovação de mudanças cerebrais significativas em praticantes do Yoga, principalmente nos lobos frontais, tálamo, lobo parietal superior e gânglios basais. Tais estudos mostram alterações significativas do fluxo sanguíneo sobre a amígdala direita (regula a agressividade e dá conteúdo emocional as memorias), no córtex dorsal medial direito (medeia motivação) e área sensitivo motora direita; as estruturas dos lobos frontais mediais dorsais direito e esquerdo (relacionado ao comportamento), córtex pré-frontal direito (planejamento de comportamentos e pensamentos complexos, expressão da personalidade, tomadas de decisão), córtex sensitivo-motor direito, lobo frontal inferior direito e lobo frontal superior direito (ações, movimento e pensamento abstrato). Toda essa ativação do lobo frontal tem relação com o foco e atenção com efeito direto no processo de aprendizagem. Notou-se também o aumento da massa cinzenta no cérebro, estrutura responsável pela coordenação motora e temporização dos movimentos do corpo, recentemente, foi relacionada a funções executivas. 10 A prática prolongada do Yoga estimula a conectividade fronto-cerebelar e a neuroplasticidade, evoluem também a capacidade motora e de concentração, uma vez que o praticante precisa usar o cérebro para manter as posições, a respiração e a concentração. É uma prática de treinamento mental intensivo. São elementos chaves das práticas do Yoga: exercícios de respiração, posturas e meditação. Através dessas práticas, estudos identificaram diferenças significativas no volume da massa cinzenta, diminuição de falhas cognitivas, menor frequência de lapsos de memória nas funções do dia a dia de seus praticantes, associando tal prática a melhora da função cognitiva e alargamento das estruturas cerebrais responsáveis pelo controle executivo (SILVA, SANTOS e PIRES, 2013). Visto como uma terapia corporal, vem emergindo como uma intervenção na base educacional, influenciando diretamente as crianças e sua saúde geral, a prática do Yoga resulta na regulação da atenção, das emoções, aumento da motivação e melhora de resultados acadêmicos, possibilita a diminuição do afeto negativo e aumenta as sensações de calma e relaxamento (FOLETTO, 2015). O Yoga, assim como a psicomotricidade, tem o ser humano como objeto de estudo, focando no movimento corporal e relacionando o ser aos seusmundos interno e externo. Traz a concepção de movimento organizado e integrado em função das experiências já vivenciadas, com ação resultante da individualidade, linguagem e socialização (MENDONÇA, 2007). Para as crianças, o Yoga deve ser ensinado de forma lúdica e divertida, a fim de relaxar a mente e exercitar o corpo, gerando base para cultivo dos recursos internos e pontos fortes, favorecendo o bem-estar e a saúde ao longo da vida (FOLETTO, 2015). “A cada ação ou intenção de ação, os sistemas físico e cognitivo, de modo indissociável e entrelaçados, entram em funcionamento simultâneo, utilizando a bagagem já adquirida e lançandose a novos desafios para o novo ato” (ROTTA; FILHO; BRIDI, 2016, p 20). Nos meses iniciais de vida a plasticidade tem sua maior expansão, entretanto, tal processo não se interrompe nem mesmo na vida adulta, percebe-se uma nova interação na busca de uma nova solução colocando todo o sistema em crise (ROTTA; FILHO; BRIDI, 2016), Ação e cognição estão interligadas, ao passo que o cérebro contém as memórias modularizadas de tais relações vivenciadas no contexto histórico. O desenvolvimento cognitivo é decorrente de sistemas pré-estruturados que se auto- 11 organizam e constroem o ser a interação com o envolvimento e sistemas de mediatização interindividual que se constroem nos contextos sócio-históricos. Quando uma área do cérebro está lesada, vários comportamentos podem tornar-se perturbados, dependendo dos sistemas funcionais que a área participa. As áreas cerebrais não funcionam isoladas, pois o comportamento resulta de cooperação sistêmica, melódica e sinergética das mesmas. Humanizar a interação, torna possível que a informação seja integrada de forma adequada, interiorizada e significativa, com a informação agregada de modo mais claro e preciso, possibilitando a aquisição do conhecimento de modo mais reflexivo e crítico (FONSECA, 2015). A atenção torna-se eficiente diante da novidade e do contraste; é recomendado disciplina, com locais e horas em que os distratores devem ser reduzidos, favorecendo a concentração, principalmente se dedicada a algo significante ligado ao que já é conhecido e tido como importante para o aprendiz. É importante intercalar momentos de repouso e lazer para retomar e realizar tarefas com mais criatividade, é fundamental ter controle sobre a quantidade e qualidade das informações. O sono de qualidade é aliado do processo de aprendizagem, uma vez que diminui a ansiedade, que prejudica a atenção no processo cognitivo. É necessário um nível adequado de vigília para que a atenção seja focada no que se julga importante na atividade exercida. Durante o sono, uma das funcionalidades do cérebro, de acordo com Fonseca (2015) os mecanismos eletrofisiológicos e moleculares que fazem as sinapses mais estáveis, estão em funcionamento, portanto, a privação de sono impede ou prejudica a aprendizagem, visto que o registro da memória é fragmentado. A consolidação da aprendizagem ocorre durante o sono, o repouso ou relaxamento, assim, intervalos curtos de estudo são mais eficientes que o esforço prolongado. Conforme mostram as neurociências, os processos cognitivos e emocionais se entrelaçam à funcionalidade cerebral, evidenciando a importância das emoções em busca do comportamento mais adequado à manutenção da vida nos seus momentos mais importantes (FONSECA, 2015). As emoções estão ligadas a algo importante ou significante ao indivíduo e mobilizam recursos cognitivos de atenção e percepção, alteram a fisiologia do organismo para aproximação ou afastamento e geralmente determinam a escolha das ações seguintes. A amígdala, que pertence ao sistema límbico na estrutura encefálica, 12 controla as emoções e processos motivacionais, interage com o córtex cerebral, identificando a emoção e gerando o aparecimento e a persistência de um estado de humor. Está muito ligada a valência de emoções negativas, entretanto, ela também desencadeia a sensação de bem-estar e prazer. A amígdala interage com o hipocampo e influencia na consolidação da memória, assim, a emoção favorece o estabelecimento e consolidação da memória (COSENZA e GUERRA, 2011). O ser humano busca constantemente a saciedade, ativando as estruturas límbicas do desejo, ação e satisfação. Sendo assim, atividades lúdicas trazem a excitabilidade diária necessária para ativar os mecanismos das emoções. Pode-se perceber que as emoções interferem nas sensações corporais e é possível que o inverso também seja real. Assim, as emoções geradas pelo sistema límbico causam a impressão e são usadas para produzir as alterações comportamentais (DANUCALOV e SIMÕES, 2006). O sistema límbico está ligado diretamente à aprendizagem, uma vez que é responsável pela regulação das emoções e, processo de aprendizagem é fonte de registro, possibilita trocas com o meio e registra as impressões do meio sobre o sistema. A incompletude do processo de aprendizagem pode ser vista como problema ou dificuldade, em que relações com o conhecimento estão ligadas a percepções de cada um sobre o meio, suas respostas corporais, suas interações emocionais e os registros pessoais dessas vivência. Tais atividades, devido à complexidade afetiva e relacional, de modo não necessariamente consciente, deixam marcas de agrado ou repelência. Sempre que uma circunstância de conhecimento acontece, ocorre também o afeto, gerando respostas físicas a esse momento, positivas ou não (ROTTA; FILHO; BRIDI, 2016). A motivação é resultante de uma atividade cerebral que processa informações do meio interno e ambiente externo, determinando o comportamento a ser exibido, envolvida em processos cognitivos e na aprendizagem, organizando ações que melhor garantem a sobrevivência. Até a adolescência, o córtex pré-frontal ainda não está maduro, deste modo, ainda não desenvolveu a capacidade de inibir impulsos. Nessa fase, os circuitos motivacionais aumentam o comportamento de busca pelas novidades possibilitando a aprendizagem de tomadas de decisões apropriadas (COSENZA e GUERRA, 2011). 13 A aprendizagem está ligada aos processos de aquisição da informação, ao passo que a memória está relacionada a fixação dessa aprendizagem a ser evidenciada posteriormente. Para que a informação se fixe de modo definitivo no cérebro são importantes os processos de repetição, elaboração e consolidação, usando mais de um canal de acesso ao processamento cerebral: verbal, auditivo, tátil, visual, olfativo e gustativo (COSENZA e GUERRA, 2011). A memória, vista nessa abordagem como função cerebral complexa e fundamental para a aprendizagem, está distribuída por várias partes do cérebro e, a informação pode se perder afetando a aprendizagem. Deste modo, para a informação ficar retida precisa ser importante e significativa para o aprendiz (FONSECA, 2015). A neurociência esclarece que educação e aprendizagem são processos neurais e a aprendizagem acontece quando dois ou mais sistemas funcionam de forma inter- relacionada, um complexo processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do ambiente ativando e tornando mais intensa as sinapses (MIETTO, 2009). Estudos mostram que a relação existente entre a respiração natural e a saúde é evidente, tanto para os orientais como para os ocidentais. Através de uma respiração ritmada, desenvolve-se as forças latentes, afasta o medo, as preocupações e emoções negativas, evitando assim inúmeras debilidades desde a mais tenra infância. Favorecendo a ativação da memória, visto que, é necessário um estado de tranquilidade para as lembranças virem a mente (RAMACHARACA, 2001). As neurociências, o Yoga e a psicomotricidade mostram que o controle respiratório tem a capacidade de desenvolver o autodomínio, ativar os centros cerebrais onde nascem os pensamentos, movimentos, vontade e é armazenada a memória. Esse controlevem ao encontro com a melhora da capacidade cognitiva (MENDONÇA, 2007). 14 EFEITOS DO YOGA SOBRE O STRESS, ANSIEDADE E DEPRESSÃO Assista ao vídeo de apoio indicado abaixo: Vídeo 1: Benefícios Yoga e Meditação comprovados pela neurociência, Disponobilizado em:< https://www.youtube.com/watch?v=Nc7Zi1eMI0Y> Sinopse: neste vídeo gravado no Kripalu Center, nos EUA, Sofia Bauer, psiquiatra, hipnoterapeuta e especialista em Psicologia Positiva revela como praticar Yoga e Meditação promove melhoras na saúde física e mental - e até como contribuem com a nossa cognição. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Vídeo 2: Inovadores #12 - NEUROCIÊNCIA e YOGA com Tiago Arruda (Neurocientista) Disponobilizado em:< https://www.youtube.com/watch?v=afwR4riUp-o> Sinopse: Tiago Arruda é neurocientista (PhD) e professor da UFRJ. Em seu laboratório, estuda o comportamento humano usando neuroimagem, medidas cardíacas e testes cognitivos. Sua principal linha de pesquisa é a regulação emocional. Além das atividades científicas, ele tem um projeto social chamado ‘Neurociência e Yoga’ em prol da educação e saúde coletivas. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Figura 4: ilustrativa Fonte: Google imagem https://www.youtube.com/watch?v=Nc7Zi1eMI0Y https://www.youtube.com/watch?v=afwR4riUp-o 15 O estresse é uma patologia difícil de definir e o termo abrange sintomas como problemas cognitivos, sono, fadiga, dentre outros. Hoje é considerado um problema de saúde pública e pode levar à redução da qualidade de vida, baixa eficiência de trabalho, aumento do consumo de medicamentos, enfim. Um ambiente de trabalho não harmônico pode ser considerado como principal fator para o surgimento do estresse, pois, por vezes o indivíduo é submetido a uma alta carga psicológica, que vão desde pilhas de documento até problemas de relacionamento com superiores e colegas de trabalho. Além disso, alia-se a este fato o não reconhecimento de sua eficácia, visto que por vezes não há um estímulo financeiro viável para o profissional. Outra situação é a falta de emprego, e assim, não há opção, o trabalhador submete-se a longas jornadas de trabalho, sem um tempo adequado de descanso para a recuperação. Outros problemas relacionados ao estresse incluem a dor crônica e os sintomas psiquiátricos como a ansiedade e a depressão. Pessoas que passam por eventos negativos de vida, como morte de parentes, sequelas advindas de acidentes, e que possuem o quadro clínico de estresse, são mais propensas a desenvolver o quadro de depressão em comparação aqueles com níveis baixos de estresse. Bastille & Gill-Body partiram da análise do eletroencefalograma (EEG) como base para estudo dos efeitos do yoga sobre o estresse e seus sintomas. É uma análise neurológica realizada em indivíduos controle e meditadores de Yoga em situação de excitação não emocional, olhos fechados e períodos de olhos aberto assistindo clipes de filme de fundo não emocional, e sob influência de emoções negativas experimentais como clipes de vídeo aversivos. O EEG de 62 canais foi gravado em 25 pacientes SYM (Sahaja Yoga Meditators) e 25 pacientes-controle. Achados do continuum não emocional revelam, no menor nível de excitação, com olhos fechados, que pacientes SYM manifestaram valores de maior potência nas bandas de frequência teta-1 (4-6 Hz), teta-2 (6-8 Hz) e alfa-1 (8-10 Hz). Embora houvesse aumento da atividade em ambos os grupos, a potência em teta-2 e alfa-1 no período de olhos abertos e potência em alfa-1, enquanto era passo o clipe emocionalmente neutro mantiveram-se mais elevadas nos SYM. No geral, o relatório apresentado enfatiza que as mudanças observadas na atividade elétrica cerebral, associadas com meditação feita regularmente são naturalmente dinâmicas e dependem do nível de excitação. O achado das potências 16 do EEG também provê uma primeira prova de que praticantes da meditação no Yoga têm capacidade elevada de gerenciar a excitação emocional, portanto, consequentemente, diminuir os efeitos do stress. Köhn (2013), em seu estudo, também analisou diversos fatores ligados ao estresse e o uso da yoga em seu tratamento. Trata-se de um estudo randomizado incluindo 37 pacientes, sendo 34 do sexo feminino e 3 do sexo masculino, com duração de 12 semanas. Os pacientes foram divididos em dois grupos, o grupo controle e o grupo que faria a prática do yoga terapêutico. Ao final do estudo, foi percebida uma baixa significativa dos sinais clínicos de ansiedade e depressão entre os grupos, com favorecimento do grupo praticante de yoga terapêutico. Foram utilizadas também algumas sub escalas, separando ansiedade/depressão, demonstrando que a melhora no fator ansiedade foi pronunciado, mas sem muita diferença na sub escala de depressão possivelmente, de acordo com o estudo, pelo tempo de 12 semanas talvez não ser suficiente para ter efeitos consistentes sobre a depressão. Entretanto, mesmo com tais resultados, o yoga é uma opção atraente para o tratamento de transtornos depressivos, pois não é uma terapia farmacológica; possui visivelmente efeitos adversos mínimos, se feita a prática correta e com acompanhamento além de ter aceitação internacional. 3.1 Efeitos Sobre a Cognição: achados Neurogênicos e Neuroplásticos Figura 5 Fonte: Google imagens 17 Partindo do princípio de que o sangue flui para todas as áreas do corpo, é válido propor de que seu fluxo determina, em grande parte, o grau de funcionamento e atribuição de algum alvo de estudo. Neste caso, propor-se-á um caso no qual se analisou o fluxo sanguíneo cerebral, pela primeira vez, durante a prática de yoga em quatro pacientes distintos. Tem-se na literatura, algumas comprovações de mudanças cerebrais significativas em praticantes desta técnica, principalmente nos lobos frontais, mas também no tálamo, lobo parietal superior e gânglios basais. Os pacientes em análise terão mudanças semelhantes, mas somente após um período de 12 semanas de treinamento. Para início, deve-se ter em mente que estes sujeitos em questão nunca tiveram contato prévio significativo com o yoga ou meditação antes deste estudo, privando- os, assim de qualquer outra influência física neste aspecto. Foram tomados dois homens e duas mulheres com idade variando de 41 a 51 anos de idade, com uma média de 45 anos. Foram estudados antes do início dos estudos e após as 12 semanas previstas. Após consentimento de todos, foram levados para o ambiente onde a prática seria feita e, 20 minutos antes do exame de base ter início, foi introduzida uma cânula intravenosa a fim de que as injeções fossem feitas sem tocar ou perturbar os pacientes. Após cinco minutos de sessão, foram injetados com 7–10 mCi de 99mTc-bicisato, e continuaram as atividades por mais cinco minutos até que o rastreador atingisse o cérebro. Após quinze minutos da injeção, os pacientes foram monitorados por cerca de 50 minutos por um Picker-Prism 3000XP, de alta resolução. Após o rastreio inicial, os participantes tiveram atividade por aproximadamente uma hora e, após este período, um intervalo de cerca de mais quinze minutos de meditação, dentro dos quais foram novamente injetados com 25 mCi de 99 mTc- bicisato. Após quinze minutos do término do treinamento, os indivíduos foram analisados por 30 minutos. Nas primeiras 12 semanas, foram duas aulas semanalmente, progredindo para uma por semana nas semanas subsequentes, além de receberem um guia para fazerem atividades em suas residências.Após completar o processo, voltaram para o ambiente de estudo para uma análise cerebral idêntica à primeira. Os resultados foram a diminuição significativa do fluxo sanguíneo sobre a amígdala direita (regular os sentimentos, agressividade e dar conteúdo emocional às memórias), no córtex dorsal medial direito (medeia motivação) e área sensitivo-motora direita. Houve também significativa variação percentual nas seguintes estruturas: 18 lobos frontais mediais dorsais direito e esquerdo (planejamento e análise das consequências de ações futuras, estando relacionado com comportamento), córtex pré-frontal direito (planejamento de comportamentos e pensamentos complexos, expressão da personalidade, tomadas de decisões e modulação de comportamento social), córtex sensitivo-motor direito, lobo frontal inferior direito e lobo frontal superior direito (planejamento de ações e movimento, bem como o pensamento abstrato). Portanto, estas áreas foram ativadas mais substancialmente após o treino de meditação. O índice de lateralidade também foi alterado consideravelmente no cíngulo anterior, conexão entre diversas partes importantes, sendo importante no aprendizado por reforço e punição, ou seja, condicionamento, córtex frontal dorso medial e lobo temporal superior, levando a crer que o lado direito destas estruturas teve atividade basal aumentada em relação ao esquerdo depois do programa de treinamento comparado com antes dele. Logo, o lado esquerdo se tornou mais ativo durante o estado de meditação se comparado com análises prévias. Portanto, notou-se que houve alterações moderadas, mas significantes, na função cerebral basal. Também foi percebida a capacidade dos pacientes de ativar seu cérebro mais amplamente durante a meditação após o treinamento. Estes estudos foram ao encontro de outros prévios realizados. Estes estudos observaram aumento da atividade do lobo frontal durante a meditação, visto que este tem sua função voltada ao foco e atenção, logo, possui efeito direto na cognição. Outro importante estudo sobre os efeitos da yoga na cognição, e base para a discussão que se segue é o de Froeliger (2012). Em seu estudo foram utilizadas 14 pessoas, divididas em dois grupos iguais, sendo um, o grupo controle. Sete pessoas vinham de um histórico ativo na prática de yoga, mais de 45 minutos por dia, 3-4 vezes por semana e a mais de 3 anos, e também da técnica de meditação “Mindfulness” por cerca de 5 ou 6 anos, a qual é definida basicamente como uma forma específica de atenção plena, concentração no momento atual, intencional, e sem julgamento. Significa estar plenamente em contato com a vivência do momento, sem estar absorvido por ela. Depois de uma bateria de exames tanto físicos como psíquicos, como ressonâncias magnéticas e respostas a questionários relacionados às atividades diárias, foram identificadas diferenças significativas no volume de massa cinzenta e auto-relato de falhas cognitivas entre os praticantes de Yoga e o grupo controle, assim como também exibiram estruturas cerebrais volumetricamente maiores e lapsos de 19 memória menos frequentes em funções do dia a dia. Além disso, a experiência de meditação no yoga foi significativamente preditiva de volume de substância cinzenta em muitas dessas mesmas regiões neuroanatômicas. Tomados em conjunto, os resultados do estudo sugerem que a prática de yoga e Mindfulness Meditation está associada com a melhora da função cognitiva juntamente com o alargamento de estruturas cerebrais responsáveis pelo controle executivo. Tais análises identificaram as regiões corticais pré-frontais como uma das áreas do cérebro com aumento de volume nos praticantes de yoga. Dados experimentais demonstram ser essa área responsável pelo controle cognitivo. Os questionários de auto-relato relacionados a falhas cognitivas, indicam que o volume maior de massa cinzenta nessas regiões foi associado com menor déficit de atenção, melhoria na memória e função motora nas tarefas diárias. Outro fato interessante foi o aumento de massa cinzenta no cerebelo, estrutura responsável pela coordenação motora e temporização dos movimentos do corpo, mas que recentemente também foi relacionada a funções executivas. De tal maneira, a prática prolongada de yoga pode estimular a conectividade fronto-cerebelar e a neuroplasticidade, em virtude da intensa habilidade motora de aprendizagem que tal prática envolve. A dificuldade dos exercícios e das posições vai aumentando com o passar do tempo, logo, a capacidade motora e de concentração também crescem, pois o indivíduo precisa utilizar o cérebro para manutenção da posição, respiração, além de ter de “limpar a mente” de quaisquer pensamentos aleatórios e do desconforto corporal de algumas posições. Com tais características, percebe-se que o yoga pode promover plasticidade cognitiva através do treinamento intensivo mental que esta prática acarreta. Uma patologia associada à cognição, a esquizofrenia, também está tendo o yoga como alvo de estudos. Como o yoga traz benefícios na cognição para pacientes normais, partiu-se desse princípio, ou seja, de que se fosse feita a prática do yoga como tratamento adjuvante aos antipsicóticos, poderia haver melhora na cognição nos pacientes com esquizofrenia. Em um estudo randomizado, dois grupos de pacientes em doses estabilizadas de antipsicóticos participaram do processo. Um dos grupos fez a prática do yoga terapêutico e outro fez qualquer outro exercício físico. Houve melhora visível da cognição e nos sintomas de disfunção social, para ambos os grupos, entretanto, no grupo praticante do yoga, houve melhora ainda mais significativa. 20 Portanto, é visível a eficácia do yoga sobre a cognição, uma vez que tanto pacientes normais quanto patológicos, podem obter melhora com sua prática. Na medicina ouve-se muito falar em medicamentos e remédios, mesmo sendo usados como sinônimos, remédio é algo além de um princípio ativo ou uma série de estudos laboratoriais. A fé, o “chazinho da vovó”, massagens, enfim, todas elas podem ser consideradas remédios, pois além de possuírem efeitos sistêmicos diversos, também possuem a psique como alvo, com a ativação de diferentes áreas cerebrais. O yoga, não é diferente, sua prática e constante aperfeiçoamento dos movimentos, como visto anteriormente, levam à ativação e desenvolvimento de áreas cerebrais de importância tanto físicas quanto psicológicas. No mundo moderno, rápido, incessante, cansativo, o estresse desponta como uma das principais patologias dessa época, de tal maneira, acompanha-se o aumento do uso de antidepressivos, calmantes, enfim. Ter o yoga como uma prática viável para alívio do stress e seus sintomas é um ganho significativo para a ciência, pois diminuição de efeitos colaterais, quer dizer menor incidência de outras doenças também. Além disso, sua importância nas funções cognitivas, tanto na melhora em si, quanto na resposta às disfunções patológicas cognitivas (esquizofrenia), faz com que sua prática seja ainda mais importante alvo de estudos. Portanto, é visível que o yoga pode ser uma das atividades físicas mais importantes para essa época, e também, que são necessários mais estudos sobre sua prática para que os conceitos de neuroplasticidade e neurogênese atribuídos a ele possam ser efetivamente desvendados e ter uma melhor aplicabilidade. 3.1.1 Neurociência comprova que yoga ajuda a conquistar o autocontrole A emoção comanda as ações cotidianas da grande maioria das pessoas, mas ser conduzido pelas emoções pode ser desastroso em inúmeras situações. Nos últimos dias, diversos exemplos de professores que tem ataque de fúria em sala de aula são expostos na mídia, sendo destaque nos noticiários. Ao perderem o controle de suas emoções, gritam, xingam, agridem pessoas e, certamente, são punidos por isso. Contudo, casos comoesses acontecem todos os dias com profissionais das mais diversas áreas e em outras tantas situações, como a pessoa que se descontrola no 21 trânsito ou mesmo a esposa que perde a paciência com o marido pelo atraso para o jantar. As consequências desses impulsos podem ser catastróficas, visto que um profissional que não tem comando sobre seus sentimentos é mal visto pelos superiores e pode perder oportunidades de promoção; uma discussão no trânsito pode acabar em agressões graves e os bate-bocas desgastam o relacionamento. Mas é possível reverter esse quadro e controlar os sentimentos. O psicofisiologista e coach ontológico Marcello Árias Dias Danucalov explica que as emoções são causadas por substâncias químicas cerebrais, mas práticas como o yoga e a meditação ajudam a conquistar o autocontrole. “Nos últimos anos, as descobertas das áreas relacionadas às neurociências tem atestado que os nossos pensamentos racionais, conscientes, são meros moduladores de nossas forças biologicamente mais primitivas, que emergem das profundezas de nosso cérebro mais primitivo. Lá, habita o nosso submundo inconsciente. Mas segundo algumas tradições filosóficas orientais, o que você é num determinado momento, é fruto de como você interpreta a situação. Desta maneira, a raiva não é você, é uma parte de você. Assim como não é você que está presente nos momentos de alegria, e sim uma pequena parte de um todo muito mais complexo. Os maiores responsáveis por tais comportamentos são as tais substâncias químicas, que em última análise, as técnicas advindas da prática do yoga e da meditação tentam entender, dominar, e por que não dizer, de certa forma, transcender”, esclarece o psicofisiologista. Nos últimos anos a ciência começou a se interessar pelo yoga e pela meditação enquanto técnica de desenvolvimento e aprimoramento cérebro/mental, por isso inúmeros hospitais e centros de pesquisa têm estudo tais técnicas com grande rigor. Danucalov explica que um dos pressupostos do yoga é o desenvolvimento da concentração, pois, uma vez focado em um só objeto pelo maior tempo possível, o yogue, pessoa que pratica o yoga, diminuiria seus estímulos sensoriais, reduzindo assim seu bombardeamento químico cerebral. Assim, o praticante de yoga entra em contato com um estado cerebral onde clareza perceptiva e racionalidade ponderada subjugam pulsões e instintos mais 22 primitivos. Isso faz com que o indivíduo tenha um maior grau de controle das situações ao seu redor, não se deixando dominar inteiramente pela neuroquímica das emoções. Isso se explica, pois quando se fala de emoções se fala de medo, aversão, pânico, culpa, amor, ódio, raiva, entre outras tantas. Mas tais sentimentos não são percebidos somente na estrutura cerebral-mental. Essas emoções são somatizadas, ou seja, percebidas em nosso próprio corpo. As emoções humanas se expressam também em nosso corpo, gerando tensões musculares, dores de cabeça, hipertensão, quando negativas, ou prazer, leveza e bem estar, quando positivas. Estes reflexos corporais indicam que somos portadores de curiosas vias que conectam as emoções geradas no cérebro, com todas as células corporais, ressalta Danucalov. Uma das hipóteses do hatha-yoga, o yoga do corpo, hoje compreendida pela ciência contemporânea, é que as emoções interferem nas sensações corporais da mesma forma que as sensações corporais também podem influenciar as emoções. Esta escola afirma que o desenvolvimento de nossas percepções pode ser melhorado na medida em que focamos nossa atenção em nosso próprio corpo. As séries de posturas físicas conhecidas como ásanas devem ser realizadas com a máxima concentração, com a maior calma possível, assim como com o menor dispêndio energético. Segundo o hatha-yoga, as sensações corporais de relaxamento e tranquilidade retroalimentariam nossas complexas estruturas neuronais, informando-as de que tudo vai bem, criando assim um ambiente favorável ao aparecimento de emoções positivas, esclarece o psicofisiologista. Além do yoga e da meditação, técnicas mais cognitivas, como o coaching de abordagem ontológica e as terapias cognitivo-comportamentais são outras atividades que exigem atenção, interiorização e percepção de pensamentos automáticos disfuncionais e podem ajudar quem almeja comandar, ao menos parcialmente. YOGA NA EDUCAÇÃO O vídeo abaixo esclarece a necessidade de inserir na grade curricular educação a Yoga nas escolas, visto que é uma ciência completa, a do corpo e da mente. 23 Vídeo 2: Conversa Yoga na educação Monja Coen , Marcos Rojo , Thiago Leão , Mauricio Salem Disponiblizado em:< https://www.youtube.com/watch?v=2bzdYu7KMuo> Sinopse: Serie de videoconferências " Conversas sobre Yoga na educação " A meditação Mindfulness para adolescentes , dicas para se preparar para o ENEM , a importância do Yoga e da meditação dentro da escola. Gravação realizada no seminário do instituto Hermógenes em Mendes ,RJ , Setembro de 2017 Com Monja Coen , Marcos Rojo , Thiago Leão e Mauricio Salem Realização Centro de estudos Yoga educação www.yogaeducativa.com. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Vídeo 2: Escola inclui Yoga na educação Disponibilizado em:< https://www.youtube.com/watch?v=im26l2veUU8> Vídeo 4: Escola infantil no Rio oferece Yoga como parte do projeto pedagógico Disponibilizado em:< https://www.youtube.com/watch?v=sIOi_DgScCE> Sinopse: os vídeos apresentam escolas que assumiram o Yoga como parte do ensino e demonstram os benefícios que ela traz. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Figura 6 https://www.youtube.com/watch?v=2bzdYu7KMuo http://www.yogaeducativa.com/ https://www.youtube.com/watch?v=im26l2veUU8 https://www.youtube.com/watch?v=sIOi_DgScCE 24 Fonte: Google imagens Yoga é arte e ciência do viver, é uma prática que cria um equilíbrio profundo na personalidade, refletindo nos aspectos físico, emocional, mental e criativo (FLAK, 2007). Em 1973, quando era professora de inglês no Collège Condorcet em Paris, Micheline Flak desenvolveu um projeto piloto que buscava integrar o yoga na sala de aula. Esse trabalho foi acolhido com grande interesse, tanto pelos alunos, quanto pela instituição, que logo constatou seus benefícios. Em seguida, ela criou uma associação denominada “Recherche sur le Yoga dans l’Éducation - R.Y.E”, que introduz a aplicação de técnicas do Yoga nos centros de ensino, como uma proposta pedagógica alternativa, que favorece os processos de aprendizagem e pode ser aplicada pelos próprios docentes (ARENAZA, 2003). Yoga, que significa união, em Sânscrito, e que faz referência à união entre corpo, mente e espírito, é uma filosofia que considera o ser humano como um todo. E é nessa concepção que, segundo Arenaza (2003), é implementado o Yoga na educação. As técnicas do R.Y.E., que podem beneficiar crianças, adolescentes e adultos, buscam contribuir para: • A qualidade da aprendizagem: aprimorando o bem-estar, a clareza mental e o desempenho escolar, por meio do desenvolvimento da plena consciência. 25 • O desenvolvimento e formação plenos do aluno: o Yoga aumenta a capacidade de concentração, auxilia na contenção do comportamento impulsivo e traz clareza de pensamento, permitindo que os alunos tomem consciência de si mesmos. • Desenvolver autocontrole, flexibilidade e coordenação: de fato, o Yoga ajuda a dissolver tensões musculares e respiratórias, acalmar emoções e energias dispersas, melhorar a disposição, concentração, memória e receptividade, pois os exercícios beneficiam a atividade cerebral. • Favorecer todos os relacionamentos e contribuir para a cultura de paz. A técnica é utilizada em sala de aula e contém uma série de passosque preparam o aluno para aprender. As atividades podem ser executadas antes, durante e entre as aulas. Trata-se de uma técnica baseada na integração de pequenas sequências de exercícios físicos, respiratórios e mentais, considerando-se seis das oito etapas presentes na prática universal de Yoga, apresentadas pelo sábio Patanjali. 4.1 Viver juntos (Yama) A primeira etapa do Yoga Sutra de Patanjali é Yama, ou seja, a abertura ao outro. A primeira regra é a não violência, Ahimsa, que introduz grandes aprendizagens, como a escuta e a aceitação do outro com suas diferenças. Além disso, ajuda a controlar melhor os impulsos, por meio de exercícios específicos de respiração e tomada de consciência do momento, introduzindo, assim, um distanciamento entre a pulsão agressiva e sua realização (COULON, 2016). Viver juntos pressupõe também o aumento da solidariedade, que é progressivamente assimilada desde a pequena infância e pode ser trabalhada em atitudes corporais específicas, tais como realizar movimentos e respirar juntos. Nessa etapa, são empregadas diferentes dinâmicas para enturmar as crianças e ensiná-las a viver juntas para que haja paz. O R.Y.E. propõe diversas práticas de integração, criando oportunidades para exercitar a convivência, buscando menos competitividade e mais cooperação. Segundo Micheline Flak (2007), o objetivo é conseguir que a criança tome consciência de que ela não é um indivíduo separado do resto: é preciso exercitar o trabalho em grupo. Pretende-se formar um espírito de equipe, desenvolvendo o sentido de responsabilidade diante do contexto. 26 “Os exercícios de Yoga despertam a consciência de si mesmo e, ao mesmo tempo, a de se manter atento ao outro. Na verdade, essas práticas remetem a gestos alcançados em conjunto, a respirações harmonizadas e a um ideal simbolizado pelo centro” (FLAK, 2007, p. 22). As práticas de viver juntos são muito úteis para gerar o acolhimento necessário, para desenvolver o prazer de se estar juntos: “um por todos e todos por um”, o que contribui para evitar o sentimento de rejeição e o fracasso escolar. 4.1.1 Eliminar toxinas e os pensamentos negativos (Nyama) Como manter uma atitude positiva diante da vida? Segundo Micheline Flak (2007), esse é, desde o início, o objetivo do Yoga. Ao cultivar o pensamento positivo, a mente se acalma aliviando temores e angústias. “Confiança gera confiança”. Os exercícios de desbloqueio, de suavização sistemática das articulações, de abertura e de irrigação do cérebro permitem eliminar toxinas e são pressupostos para uma vida saudável. O corpo funciona como um trampolim para que as técnicas de aprendizagem se tornem eficazes. 4.1.2 Colocar-se numa boa postura (Asana) Flexibilidade, agilidade e postura correta são benefícios importantes para os corpos jovens. Adotar uma postura correta gera equilíbrio do corpo e da mente e facilita a atenção. A coluna vertebral é considerada como a “árvore da vida”. Seu endireitamento e cuidado diário terão uma influência determinante sobre o nosso comportamento psíquico e saúde física. Uma postura ereta estimulará a autoconfiança dos alunos e permitirá melhor movimentação do diafragma, causando melhor oxigenação do cérebro e do corpo em geral. 4.1.3 Respirar bem para manter a calma (Pranayama): respiração é vida! A observação da respiração exercita a atenção, ajuda a promover maior paz interior e consciência em todos os atos. É muito importante dar-se o tempo para respirar. Exercícios respiratórios adequados conseguem tanto acalmar os alunos quanto energizá-los, causando um profundo bem-estar. A tomada de consciência de 27 uma respiração amplificada é o segredo de um domínio potencial sobre nossos órgãos. É, portanto, um fator essencial para manter a saúde. A respiração tem uma relação estreita com a mente: quando a respiração se acalma, a mente se acalma, o que ajuda indiscutivelmente na aprendizagem. 4.1.4 Saber relaxar para manter um bom nível de energia (Pratyahara): recarregar as baterias A pausa é extremamente importante na aprendizagem, pois as informações são gravadas no cérebro com ajuda do descanso. De fato, o desenvolvimento da memória depende do estado de relaxamento: pequenos espaços de relaxamento permitem ao cérebro digerir e assimilar as informações recebidas. Segundo Flak (2007), repousar significa fechar todas as portas dos sentidos para nos conectarmos com nossos espaços internos. Há um tempo para tudo. É importante ensinar às crianças a relaxar; isso as tornará bem dispostas para o aprendizado e despertará sua curiosidade e motivação. Por meio dos exercícios de relaxamento, o aluno aprende a controlar a ansiedade e a ouvir melhor, bem como a desenvolver a sua criatividade e a recuperar a autoconfiança. De fato, os exercícios ajudam a adquirir maior consciência do próprio corpo, dos pensamentos e do ambiente. Assim, a prática de relaxamento ajuda as crianças a conviverem melhor com seu ambiente e potencializa o aprendizado. 4.1.5 Como um raio laser, concentrar forças (Dharana): concentrar-se, ser capaz de prestar atenção, escutar para reter o que devemos lembrar A concentração é o fundamento do processo de aprendizagem, é a capacidade de manter a atenção da mente em um ponto, um objeto, um lugar, sem oscilações. Nesse estado, a mente é capaz de abstrair-se do mundo externo ou de elementos periféricos que rodeiam o objeto de concentração. Nas escolas, é comum os professores chamarem a atenção, ou até repreender os alunos dispersos. Mas como ensiná-los a se concentrar melhor? O Yoga pode esclarecer e fornecer as condições essenciais para melhorar a concentração, pois incorpora atividades mentais, técnicas que ajudam a desenvolver a atenção e a concentração, além de estimular as habilidades criativas que estão latentes na criança. A partir do momento em que a mente está quieta, tranquila, a assimilação de conhecimento se realiza por diferentes 28 práticas, desde mandalas até as técnicas de visualização, que são muito utilizadas no RYE. De acordo com Snel (2016, p. 23), a pausa inteligente ajuda as crianças a saírem do piloto automático. “ao praticar a concentração no presente e a consciência, as crianças aprendem a fazer uma breve pausa, a tomar fôlego, percebendo o que precisam naquele instante”. Tomar fôlego é uma expressão forte, mas é bem o que acontece: as crianças vão sufocando-se com um excesso de informações ou de emoções. A pausa permite-lhes, segundo Snel, que identifiquem seus impulsos e aprendam a prestar atenção naquilo que fazem, adquirindo, assim, maior autonomia sobre a forma como sentem e agem. “E também a não esconder nada e a buscar o entendimento de seu mundo interior, assim como o dos outros que a cercam” (SNEL, 2016, p. 23). Cada uma dessas seis etapas oferece um vasto recurso de exercícios, jogos e outros meios de promover o aprendizado e melhorar as relações no ambiente escolar. O exercício cotidiano de observar o corpo, o ambiente (sons, cores, cheiros, etc.) e a respiração determina como a consciência vai relacionar-se com o conteúdo (sujeito). As seis etapas vão do nível mais denso ao mais sutil. Esse processo consiste em trabalhar, primeiramente, a boa sintonia do sujeito com o ambiente e com seus aspectos físicos, buscando, em seguida, alcançar as esferas mais sutis, ao purificar o corpo e os pensamentos, induzindo-os a um estado de relaxamento e concentração. Acalmar o corpo é também acalmar a mente. Logo, as técnicas do R.Y.E. ajudam a desenvolver habilidades, como a concentração, a memória, a escuta, a autoestima, a empatia, entre outras, preparando a criança não só para assimilar os conceitos, mas também para lidar melhor consigo mesma e com os outros. A capacidade de aprendizagem depende tanto dos processos cognitivos quanto das interações emocionais entre professorese alunos. O educador precisa ter um papel ativo e participativo. Dessa maneira, as técnicas de Yoga na educação podem fornecer ferramentas preciosas para ajudar o professor a captar a atenção, introduzir tempos de pausa, ensinar os alunos a viver juntos, a relaxar e a se concentrar. De fato, essas técnicas podem ser aplicadas sob a forma de uma oficina completa, com um grupo de crianças, dentro ou fora da sala de aula, ou, então, podem ser aplicadas sob a forma de exercícios a serem utilizados no cotidiano da sala de aula, de acordo com as necessidades. Por isso, um dos objetivos do R.Y.E. é preparar os professores para que estejam aptos a fazer uso das técnicas de Yoga no ambiente escolar. 29 Cada exercício ensinado pelo R.Y.E. possui um vínculo com a tradição do Yoga e se encaixa em alguma das seis etapas de Patanjali. Além disso, os exercícios podem ser usados de acordo com as dificuldades encontradas pelos professores ao longo do dia. Assim, entre inúmeros outros, existem os que são aplicados depois de um longo período sentado, os que ajudam a restabelecer a união do grupo, os que são mais apropriados quando se busca a atenção, ou, ainda, quando se busca relaxar após uma atividade cerebral prolongada. 30 CONSIDERAÇÕES FINAIS Fica claro que a meditação, técnica milenarmente aplicada pelo homem, traz benefícios ao seu praticante, independentemente do seu nível ou tempo de prática. Esses benefícios que eram, até pouco tempo atrás, perceptíveis apenas a quem exercitasse a modalidade ou conhecesse o padrão comportamental anterior do meditador, agora se tornam cada vez mais concretos e palpáveis, com diversas áreas de estudo buscando mapeá-los e quantificá-los. O yoga, não é diferente. Sua prática e constante aperfeiçoamento dos movimentos, como visto anteriormente, levam à ativação e desenvolvimento de áreas cerebrais de importância tanto físicas quanto psicológicas. No mundo moderno, rápido, incessante, cansativo, o stress desponta como uma das principais patologias dessa época, de tal maneira, acompanha-se o aumento do uso de antidepressivos, calmantes, enfim. Ter o yoga como uma prática viável para alívio do stress e seus sintomas é um ganho significativo para a ciência, pois diminuição de efeitos colaterais, quer dizer menor incidência de outras doenças também. Além disso, sua importância nas funções cognitivas, tanto na melhora em si, quanto na resposta às disfunções patológicas cognitivas, esquizofrenia, por exemplo, faz com que sua prática seja ainda mais importante alvo de estudos. Portanto, é visível que o yoga pode ser uma das atividades físicas mais importantes para essa época, e também, que são necessários mais estudos sobre sua prática para que os conceitos de neuroplasticidade e neurogênese atribuídos a ele possam ser efetivamente desvendados e ter uma melhor aplicabilidade. 31 REFERÊNCIAS AFTANAS L; GOLOSHEYKIN S. Impact of regular meditation practice on EEG activity at rest and during evoked negative emotions. COCHRANE-CENTRAL, ID: 00523199; BASTILLE, J. V. and GILL-BODY, K. M. A.. Yoga-Based Exercise Program for People With Chronic Poststroke Hemiparesis. PHYS THER. 2004; 84:33-48. COHEN, D. L.; WINTERING, N. M. S. W; TOLLES, V. B. A; TOWNSEND, R. R; FARRAR, J. T.; GALANTINO, M. L.; NEWBERG, A. B. 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