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1 INTRODUÇÃO A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL E CLINICA 1 Sumário Introdução ........................................................................................................ 3 Origem e história da Psicopedagogia .............................................................. 4 Definição da Psicopedagogia ........................................................................ 20 Áreas de atuação da Psicopedagogia ........................................................... 25 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 27 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Introdução à Psicopedagogia: Bases Conceituais e Origem Introdução A psicopedagogia é uma área de atuação que compreende dois campos distintos, porém complementares, para assegurar e implementar qualidade na área da educação: a psicologia e a pedagogia. Por meio da psicologia aplicada diretamente à prática da pedagogia é possível compreender com êxito as necessidades e todas as dificuldades abrangentes no aprendizado educacional das pessoas, sejam adolescentes, crianças ou até mesmo adultos. A origem da psicopedagogia foi um método desenvolvido para solucionar os problemas encontrados através da psicologia educacional. Enquanto a psicologia educacional encontrava a raiz do problema da dificuldade no aprendizado, a psicopedagogia foi a solução. Através de recursos que utilizam das teorias psicanalíticas, linguísticas, neuropsicológicas e de comportamento humano, a psicopedagogia foi elaborada com uma única finalidade de empregar os conhecimentos sobre o ser humano para intensificar os métodos de ensino pedagógico. A Psicopedagogia surge no cenário ocidental como um fazer empírico, apoiado na prática, nas experiências vividas e, principalmente, na observação de fatos. Sua demanda era a de atender crianças com dificuldades de aprendizagem cujas causas fossem estudadas pela medicina e pela psicologia. Seu objeto de estudo eram os sintomas das dificuldades de aprendizagem, como a desatenção, o desinteresse, a lentidão e a astenia, que seria a perda ou diminuição da força física (também podendo ser a perda ou diminuição das forças ou da resistência do sistema nervoso) . E o seu objetivo era remediar esses sintomas. A 4 dificuldade de aprendizagem seria apenas um mau desempenho, um produto a ser tratado. Origem e história da Psicopedagogia Historicamente, segundo Bossa (2007) os primórdios da Psicopedagogia ocorreram na Europa, ainda no século XIX, sustentada pela preocupação com os problemas de aprendizagem na área médica. Os primeiros Centros Psicopedagógicos foram fundados na França, em 1946, com o objetivo de desenvolver um trabalho voltado para crianças com problemas escolares ou comportamentais atendidos por uma equipe da área de Psicologia, Psicanálise e Pedagogia. Bossa (2007) apresenta que: 5 Observa-se que a Psicopedagogia teve uma trajetória significativa tendo, inicialmente, um caráter médico-pedagógico já que a equipe de trabalho era composta por médicos, psicólogos, pedagogos, psicanalistas e reeducadores de psicomotricidade e da escrita. Ao final dos anos 60, na Argentina, o trabalho entre os psicopedagogos e a escola e sua relação com os psicólogos e os pedagogos influenciaram significativamente os profissionais argentinos na sua atuação psicopedagógica. Conforme Alicia Fernández, psicopedagoga Argentina, a graduação em Psicopedagogia passou a existir na Argentina há mais de 30 anos, criada na Universidade de Buenos Aires (UBA). Deste modo, Buenos Aires foi a primeira cidade argentina a oferecer o curso de Psicopedagogia. (apud BOSSA, 2007, p.42-43) Entretanto, na prática, a atividade psicopedagógica iniciou-se antes da criação do próprio curso. Profissionais que possuíam outra formação viram a necessidade de ocupar um espaço que não podia ser preenchido pelo psicólogo nem pelo pedagogo. Desta maneira, começaram fazendo reeducação, com o objetivo de resolver fracassos escolares. De acordo com Peres (1998) Inicialmente, a Psicopedagogia aparece como uma disciplina na Facultad del Psicología da Universidad del Salvador, Buenos Aires. Já em 1956, a Psicopedagogia constitui-se como curso de graduação de três anos, para formar professores com capacitação em psicologia escolar, na confluência da psicologia e pedagogia. Müller (1995) aborda em seu artigo “Perspectivas de la psicopedagogia em el comienzo del milenio”, que as novas tendências do sistema educativo na Argentina, para melhor distribuição de recursos econômicos e humanos, atualmente organiza a estrutura do curso de Psicopedagogia em ciclos, propondo uma carreira de quatro anos. 6 Portanto, estabelecendo uma grade curricular de dois anos de formação básica compartilhada com a carreira de Psicologia e fixando dois anos de formação psicopedagógica específica. Existem também os cursos de mestrados e doutorados, possibilitando especialização de um ano de duração, como formação acadêmica para a docência superior e pesquisa. Deste modo, como do interior da carreira de Psicologia se criou à carreira de Psicopedagogia, que no começo não tinha caráter universitário, mas, conforme adquiria significado mediante definições e aportes teóricos de especialistas, aos poucos, foi se construindo o seu objeto de estudo próprio: o sujeito em processo de ensino-aprendizagem. Em outras palavras, o sujeito como agente da sua própria aprendizagem. Com isso, a psicopedagogia argentina se origina como um conhecimento empírico, a partir da necessidade de atender as crianças com problemas de aprendizagem escolar. Para Visca (1987), 7 Jorge Visca é considerado pela literatura dos profissionais da área, como “pai da psicopedagogia”. A psicopedagogia nasceu na Argentina a partir dos seus estudos acerca da epistemologia da psicopedagogia, no que se chamou de epistemologia convergente. Na realidade, a Psicopedagogia é uma área do conhecimento que se apoia nas diferentes Ciências, tais como Pedagogia, Psicologia, Psicanálise, Neurologia, entre outras, integrando seus conhecimentos e princípios coerentemente, tendo como finalidade adquirir uma melhor compreensão a respeito dos diversos processos inerentes a aprendizagem. Do ponto de vista de Müller (1984), ao se referir sobre o objeto de estudo da psicopedagogia, deve-se levar em conta como se desenvolve a aprendizagem. É importante, para ela, considerar: “Que leis regem estes processos; que dificuldades interferem ou impedem; de que maneira é possívelfavorecer as aprendizagens ou tratar suas alterações”. (p.7-8) Para esta autora, a Psicopedagogia liga-se as características da aprendizagem, como se educa, como se ensina, como se aprende, como surgem os problemas da aprendizagem, quais as propostas para tratá-lo, que fazer para preveni- los e promover mudanças nos processos de aprendizagem. O transcurso da prática profissional desenvolvida durante vários anos, define um marco contextual teórico e elabora a pratica em Psicopedagogia, gerando novos enfoques conceituais no interior de si mesmas. A graduação em psicopedagogia surgiu há mais de 30 anos na Argentina, na Universidade de Buenos Aires (UBA). Entretanto, o curso passou por três instâncias em relação ao plano de estudo: nos anos de 1956, 1958 e 1961 a ênfase esteve na formação biológica e psicologica; evidenciava-se a formação instrumental do psicopedagogo nos anos de 1963, 1964 e 1969; Assim, com a criação da licenciatura, o enfoque passou a ser clínico e para a obtenção do título de psicopedagogo, a carreira de graduação passou de quatro para cinco anos de duração em 1978, tal como hoje em dia. 8 Bossa (2007), afirma que em 1978, o terceiro momento do curso de psicopedagogia, com a criação da licenciatura na matéria, tal como existe atualmente, ou seja, uma carreira de graduação com duração de cinco anos. Durante os trinta anos que se passou desde o seu estabelecimento na Argentina, a Psicopedagogia tem ocupado um significado espaço no âmbito da educação e da saúde. Nesse processo evolutivo, é importante destacar um fato relevante que permitiu mudanças na abordagem da Psicopedagogia: da reeducação à clínica. Esse fato se relaciona a década de 70 em que surgiram, em Buenos Aires, os Centros de Saúde Mental, onde atuavam equipes de psicopedagogos que faziam diagnóstico e tratamento para os problemas relacionados à aprendizagem. Esses profissionais observavam que, depois de um ano de tratamento, quando os pacientes retornavam para controle, haviam resolvido os seus problemas de aprendizagem. Mas, surgiam graves distúrbios de personalidade, produzindo-se, pois, um deslocamento de sintoma. A partir daí ocorre uma grande mudança na abordagem psicopedagógica. Os psicopedagogos começam a incluir no seu trabalho a clínica da Psicanálise, resultando no atual perfil do psicopedagogo argentino. Em 17 de setembro de 1982 foi fundada a Federación Argentina de Psicopedagogos (FAP) por um Colegiado Profissional de Psicopedagogos. E esse dia se estabeleceu como o “Dia Nacional de Psicopedagogo”. 9 Em 1983 foi criada a Asociación de Psicopedagogos de Capital Federal - PSP2. Mas foi no ano de 1986 que PSP passou a reconhecida juridicamente. È uma instituição que vem trabalhando para o auxílio do psicopedagogo universitário, dos formados em nível de pós-graduação, defendendo o campo profissional, a ética profissional, preservando e enriquecendo o conceito humano de nossa profissão. Na Argentina, a psicopedagogia tem um caráter diferenciado da psicopedagogia no Brasil, pois naquele país é permitida a aplicação de testes, como, por exemplo, as provas de inteligência, mais conhecidas por teste de Quociente de Inteligência5 (Q.I.) pelos psicopedagogo. Enquanto, no Brasil, somente os psicopedagogos com formação em Psicologia podem fazer o uso destes tipos de testes. De acordo com BOSSA (2007) alguns instrumentos de uso frequente por psicopedagogos argentinos não são permitidos aos brasileiros No Brasil não é permitido ao psicopedagogo recorrer a muitos dos instrumentos que são de uso do psicólogo. O psicopedagogo, que não tem formação em Psicologia, quando a situação requer, solicita ao psicólogo ou, dependendo do caso, a outros profissionais (neurologistas, fonoaudiólogos, psiquiatras), habilitados e de sua confiança, as informações necessárias para completar o seu diagnostico. (p. 100) Na década de 60, advém a Psicopedagogia no Brasil, surgindo as primeiras iniciativas de atuação psicopedagógica. Neste período os problemas de aprendizagem eram associados a uma disfunção neurológica: disfunção cerebral mínima6 (DCM). O rótulo DCM foi apenas um dentre os vários diagnósticos empregados para camuflar problemas de origem sociopedagógicos, termos como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDH/A), dislexia e outros mais, são conceitos usados ideologicamente para esse fim. Em 1958, no Brasil surge o Serviço de Orientação Psicopedagógica da Escola Guatemala (Escola Experimental do INEP - Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC), na Guanabara, atualmente Estado do Rio de Janeiro, tendo como principal objetivo a melhoria da relação professor- aluno. 10 No Brasil, por volta dos anos 70, alguns profissionais preocupados com os altos índices de evasão escolar e repetência, engajados no estudo das causas e intervenções dos problemas educacionais relacionados ao fracasso escolar trouxeram da França para a Argentina os aportes teóricos sobre a Psicopedagogia. Mais recentemente, isto é, desde 1980 até hoje, passamos a conceber o fracasso escolar também como “problemas de ensinagem”, e não somente de aprendizagem. Essas contribuições foram trazidas para o Brasil, tanto por meio de palestrantes oriundos da França como da Argentina, como também, por meio de professores que participavam de palestras, cursos a respeito da experiência psicopedagógica voltada para a educação. Em decorrência de novas descobertas científicas e movimentos sociais, a Psicopedagogia sofreu muitas influências. Em 1979, decorrido quase vinte anos de prática psicopedagógica, surge na cidade de São Paulo, o primeiro curso em nível de pós-graduação em Psicopedagogia no Instituto Sedes Sapientiae, indicando como a área de psicopedagogia é relativamente nova no Brasil. Para Fagali (2007), uma das matrizes geradoras do curso de Psicopedagogia é o Instituto Sedes Sapientiae. Ela ressalta que A retomada das raízes do curso de formação em Psicopedagogia do Sedes Sapientiae justifica-se por ter sido um curso pioneiro na realidade de São Paulo, gerador de líderes de mudança que prosperaram em projetos como o da construção da Associação de Psicopedagogia em São Paulo” (p. 19-20) Podemos dizer que alguns profissionais que terminavam sua especialização em Psicopedagogia, no Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo, organizaram um grupo para estudar e definir a prática psicopedagógica que melhor trabalhasse os problemas de ensinagem, dando origem a Associação Estadual de Psicopedagogia de São Paulo (AEP). Após seis anos, de funcionamento a AEP, se tornou a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Há neste caminho uma diferença fundamental, pois se assume a área de conhecimento psicopedagógico, a partir de um órgão de classe. 11 No relato que prossegue, Mônica Hoehne Mendes7 (apud Carvalho, 2005) comenta: Desde 1980, os psicopedagogos brasileiros podem contar com uma associação voltada para o interesse da classe e que luta por seus direitos. É a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), criada em 1988. Além disso, estes vinte anos da ABPp, vêm possibilitando aos psicopedagogos estruturarem um espaço de discussão sobre o corpo teórico de conhecimentos psicopedagógicos, através do seu vasto acervo de trabalhos científicos publicados, dissertações de mestrado e teses de doutorado. A Psicopedagogia no Brasil enquanto área de atuação é sustentada por referenciais teóricos, isto é, uma práxis psicopedagógica. É reconhecida pela área acadêmica através das produções científicas consolidadas em teses, publicações e reuniões que tem o rigor da ciência organizadas pela Associação Brasileira de Psicopedagogos e por outros órgãos representados pelos profissionais e áreas afins. No final da década de 1970, tanto no Rio de janeiro, quanto em Curitiba, os estudosde Jorge Visca, psicopedagogo argentino, começaram a fazer diferença na compreensão do aprendiz e de suas dificuldades de aprendizagem. Na década de 1990, em Curitiba, os estudos da visão Sistêmica por psicopedagogos que possuíam a visão da Epistemologia Convergente, inicialmente na Síntese, bem como, no Rio de Janeiro, as contribuições de Alicia Fernàndez, trouxeram uma nova compreensão da dinâmica familiar e de suas relações com as dificuldades para aprender. Provavelmente, muitos fatores contribuíram para a construção da Psicopedagogia, cabe ressaltar que foram estes profissionais argentinos que trouxeram os conhecimentos da Psicopedagogia para o Brasil e enriqueceram o desenvolvimento desta área de conhecimento. 12 Consideramos importante, mencionar que a literatura francesa nos mostra autores como Janine Mery, Pichón-Rivière, Jacques Lacan, dentre outros, cujos pensamentos influenciaram a Psicopedagogia na Argentina, que vem se destacando como forte, na práxis psicopedagógica brasileira. A história da formação do psicopedagogo brasileiro advém pelo entrelaçamento dos aspectos teóricos e da práxis psicopedagógica deste profissional. A Psicopedagogia surgiu há poucos anos no Brasil e ainda é considerada uma área relativamente nova de estudos: De acordo com Wolffenbuttel (2005), a psicopedagogia oferece melhor reflexão sobre a aprendizagem de todos os sujeitos envolvidos. O objeto de estudo dela é compreender o aprender e o não-aprender. Onde existirem situações de aprendizagem, há espaço de reflexão psicopedagógica. Ela tem o seu olhar voltado sobre o ser humano em processo de construção de conhecimento, considerando as dimensões subjetivas e objetivas, auxiliando na busca da minimização dos problemas de aprendizagem e potencialização do aprender. Dessa forma, o psicopedagogo deve ter capacidade de em sua prática identificar os problemas de aprendizagem e a origem dos mesmos, assim como conhecer e acompanhar as situações de evolução da aprendizagem do seu paciente. Nos estudos de Bossa (2000a) sobre a evolução da Psicopedagogia, observa- se que, nesse processo histórico a Psicopedagogia Clínica obteve várias denominações, tais como pedagogia curativa, pedagogia terapêutica, psicopedagogia curativa e, finalmente, passa a assumir-se como Psicopedagogia Dentro da psicopedagogia, está a psicopedagogia clínica e a psicopedagogia institucional. Cada um desses espaços tem seu método específico de trabalho. Porém, em ambos, deve-se considerar o contexto sócio-cultural do paciente. Segundo Bossa (2000a), o papel do psicopedagogo da clínica, é criar um espaço de aprendizagem, oferecendo ao sujeito oportunidades de conhecer o que 13 está a sua volta, o que lhe impede de aprender, para que juntos, possam modificar uma história de não aprendizagem. Sobre a psicopedagogia institucional, Wolffenbuttel (2001 apud ESCOTT, 2004, p.192) afirma que esta é a abordagem da Psicopedagogia que deposita seu olhar sobre as instituições de ensino-aprendizagem. Essa abordagem assume uma dimensão preventiva e social na medida em que atende os diferentes grupos da instituição, tendo como principal objetivo resgatar o prazer de ensinar e aprender. Dessa forma a psicopedagogia clínica faz o papel de intervenção terapêutica, pois existe um profissional especializado no caso, o psicopedagogo e um sujeito com dificuldades no processo de aprendizagem. E a psicopedagogia institucional, faz o papel preventivo e esta tem como seu centro de interesse a instituição. Segundo Escott (2004), no diagnóstico psicopedagógico é necessário identificar, no desenvolvimento do sujeito e na relação com sua família e grupos sociais em que vive, o significado da não-aprendizagem. Assim, a Psicopedagogia Clínica parte da história pessoal do sujeito, procurando identificar sua modalidade de aprendizagem e compreender a mensagem de outros sujeitos envolvidos nesse processo, seja a família ou a escola, buscando, implicitamente ou não, as causas do não-aprender. Do ponto de vista de Escott (2004), para o psicopedagogo entender como e o que o sujeito aprende, o porquê não aprende, os significados ali atribuídos ao aprender e ao não- aprender e qual a dimensão da intervenção psicopedagógica como resgate do sujeito para a aprendizagem, o processo de diagnóstico na clínica tem que ser entendido como processo permanente e não apenas inicial da relação 14 terapêutica, pois, na interação e intervenção do psicopedagogo com o sujeito da ajuda, as próprias alterações advindas desse processo são objeto de estudo e compreensão. Diante do que foi exposto temos que foi na Argentina que os primeiros psicopedagogos brasileiros foram a procura de conhecimentos acerca da formação e atuação psicopedagógica para fundamentarem a Psicopedagogia no Brasil. Ainda hoje, as obras publicadas por Jorge Visca, Alicia Fernàndez , Sara Pain e Marina Müller fazem parte do nosso acervo bibliográfico. A Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) organizou um documento acerca da identidade profissional do psicopedagogo e os objetivos da psicopedagogia, nos diferentes estados do Brasil, representando e divulgando a Psicopedagogia. Em 1992, entrou em vigor o Código de Ética, aprovado em assembleia durante o V encontro e II Congresso de Psicopedagogia. De acordo com Mendes (2007), a discussão acerca da questão do reconhecimento da profissão gerou grande inquietação. Contudo, o documento citado sofreu alteração na Assembléia Geral do III Congresso Brasileiro de Psicopedagogia, da ABPp, em 1996, da qual transcorreu a presente redação que apresentamos a seguir: CÓDIGO DE ÉTICA DA ABPp Elaborado pelo Conselho Nacional do Biênio 91/92 e Reformulado pelo Conselho Nacional e Nato do Biênio 95/96 Capítulo I – Dos Princípios Artigo 1º A Psicopedagogia é um campo de atuação em educação e saúde que lida com o processo de aprendizagem humana; seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio - família, escola e sociedade - no seu 15 desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da Psicopedagogia. Parágrafo Único A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento relaciona do com o processo de aprendizagem. Artigo 2º A Psicopedagogia é de natureza interdisciplinar. Utiliza recursos das várias áreas, do conhecimento humano para a compreensão do ato de aprender no sentido, ontogenético e filogenético, valendo-se de métodos e técnicas próprias. Artigo 3º O trabalho psicopedagógico é de natureza clínica e institucional, de caráter; preventivo e/ou remediativo. Artigo 4º Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais graduados em 3º grau, portadores de certificados de curso de Pós-Graduação de Psicopedagogia, ministrado em estabelecimento de ensino oficial e/ou reconhecido, ou mediante direitos adquiridos, sendo indispensável submeter-se à supervisão e aconselhável trabalho de formação pessoal. Artigo 5º O trabalho psicopedagógico tem como objetivo: (i) promover a aprendizagem; garantindo o bem-estar das pessoas em atendimento profissional, devendo valer-se dos recursos disponíveis, incluindo a relação interprofissional; (ii) realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia 16 Capítulo II – Das responsabilidades dos psicopedagogos Artigo 6º São deveres fundamentais dos psicopedagogos: a) Manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que tratem do fenômeno da aprendizagem humana. b) Zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outras áreas, mantendo uma atitude crítica, de abertura e respeito em relação às diferentes visões de mundo. c) Assumir somente as responsabilidades para as quais esteja preparado dentro dos limites da competência psicopedagógica. d) Colaborar com o progressoda Psicopedagogia. e) Difundir seus conhecimentos e prestar serviços nas agremiações de classe sempre que possível. f) Responsabilizar-se pelas avaliações feitas, fornecendo ao cliente uma definição clara do seu diagnóstico. g) Preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente nos relatos e . discussões feitos a título de exemplos e estudos de casos. h) Responsabilizar-se por crítica feita a colegas na ausência destes i) Manter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem ser conivente ou acumpliciar-se, de qualquer forma, com o ato ilícito ou calúnia. O respeito e a dignidade na relação profissional são deveres fundamentais do psicopedagogo para a harmonia da classe e a manutenção do conceito público. Capítulo III – Das relações com outras profissões Artigo 7º O psicopedagogo procurará manter e desenvolver boas relações com os componentes das diferentes categorias profissionais, observando, para este fim, o seguinte: a) Trabalhar nos estritos limites das atividades que lhe são reservadas. b) Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização, encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o atendimento. 17 Capítulo IV – Do sigilo Artigo 8º O Psicopedagogo está obrigado a guardar sigilo sobre fatos de que tenha conhecimento em decorrência do exercício de sua atividade. Parágrafo Único Não se entende como quebra de sigilo informar sobre o cliente a especialistas comprometidos com o atendimento. Artigo 9º O Psicopedagogo não revelará, como testemunha, fatos de que tenha conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor perante autoridade competente. Artigo 10º Os resultados de avaliações só serão fornecidos a terceiros interessados mediante concordância do próprio avaliado ou do seu representante legal. Artigo 11º Os prontuários psicopedagógicos são documentos sigilosos e não será franquiado o acesso a pessoas estranhas ao caso. Capítulo V – Das publicações científicas Artigo 12º Na publicação de trabalhos científicos deverão ser observadas as seguintes normas: a) As discordâncias ou críticas deverão ser dirigidas à matéria em discussão e não ao autor. b) Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada igual ênfase aos autores, sendo de boa norma dar prioridade na enumeração dos colaboradores àquele que mais contribuiu para a realização do trabalho. 18 c) Em nenhum caso o Psicopedagogo se prevalecerá da posição hierárquica para fazer publicar; em seu nome exclusivo, trabalhos executados sob sua orientação. d) Em todo trabalho científico deve ser indicada a fonte bibliográfica utilizada, bem como esclarecidas as idéias descobertas e as ilustrações extraídas de cada autor. Capítulo VI – Da publicidade profissional Artigo 13º O Psicopedagogo ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deverá faze-lo com exatidão e honestidade. Artigo 14º O Psicopedagogo poderá atuar como consultor científico em organizações que visem o lucro com venda de produtos, desde que busque sempre a qualidade dos mesmos. Capítulo VII – Dos honorários Artigo 15º Os honorários deverão ser fixados com cuidado a fim de que representem justa retribuição aos serviços prestados e devem ser contratados previamente. Capítulo VIII – Das relações com educação e saúde Artigo 16º O Psicopedagogo deve participar e refletir com as autoridade competentes sobre a organização, a implantação e a execução de projetos de Educação e Saúde Pública relativas a questões psicopedagógicas. 19 Capítulo IX – Da observância e cumprimento dói código de ética Artigo 17º Cabe ao Psicopedagogo, por direito, e não por obrigação, seguir este código. Artigo 18º Cabe ao Conselho Nacional da ABPp orientar e zelar pela fiel observância dos princípios éticos da classe. Artigo 19º O presente código poderá ser alterado por proposta do Conselho da ABPp e aprovado em Assembléia Geral; Capítulo X – Das disposições Gerais Artigo 20º O presente código de ética entrou em vigor após sua aprovação em Assembléia Geral, realizada no V Encontro e II Congresso de Psicopedagogia da ABPp em 12/07/1992, e sofreu a 1ª alteração proposta pelo Congresso Nacional e Nato no biênio 95/96 sendo aprovado em 19/07/1996, na Assembléia Geral do III Congresso Brasileiro de Psicopedagogia, da ABPp, da qual resultou a presente redação. Os psicopedagogos devem seguir certos princípios éticos que estão condensados no Código de Ética. Porém, a ética não estabelece regras, sua principal característica é a reflexão sobre a ação do Homem. Assim sendo, o psicopedagogo deve ser um profissional que tem conhecimentos multidisciplinares, pois em um processo de avaliação diagnóstica, é necessário estabelecer e interpretar dados em várias áreas. O conhecimento dessas áreas fará com que o profissional compreenda o quadro diagnóstico do aprendente e favorecerá a escolha da metodologia mais adequada, ou seja, o processo corretor, com vista à superação das inadequações do aprendente. 20 Definição da Psicopedagogia A Psicopedagogia é o campo que estuda a aprendizagem em suas diferentes relações e circunstâncias. Ela se ocupa do processo de aprendizagem e suas variações e da construção de estratégias para a superação do não- aprender, tendo como um de seus focos principais a autoria do pensamento e da aprendizagem. A Psicopedagogia tem uma visão integrada da aprendizagem, entendendo que todas as dimensões do sujeito são coparticipantes de seus processos de aprendizagem, por meio do entrelaçamento e da manifestação dos processos cognitivos, afetivo-emocionais, sociais, culturais, orgânicos, psíquicos e pedagógicos, concebendo o sujeito como individual e coletivo. A Psicopedagogia transita entre os aspectos pedagógicos e psíquicos e entre os processos de desenvolvimento e aprendizagem dos sujeitos. Sua intervenção possibilita que indivíduos, grupos e instituições desenvolvam seus processos de aprendizagem de forma saudável, resgatando o prazer de aprender e descobrindo- se como autores de seus próprios processos. Segundo Silva (2010, p. 23), a psicopedagogia ainda não possui um conceito definitivo, de acordo com a autora os trabalhos são quase sempre voltados para relatos de experiências, estudos de casos, trabalhos descritivos nos quais a teoria surge como ponto de referência e não como fundamento. Ainda ligada à indefinição do conceito da psicopedagogia, é dito pela autora que nesses trabalhos, as definições que aparecem, referem- se à aprendizagem e não à psicopedagogia. Silva (2010, p. 27-28) entende que o conceito inicial de psicopedagogia seria de: Um campo do conhecimento que, como o próprio nome sugere, implica uma integração entre a psicologia e a pedagogia tendo como objeto 21 de estudo o processo de aprendizagem visto como estrutural, construtivo e interacional, integrando nele os aspectos cognitivos, afetivos e sociais do ser humano. A psicopedagogia tem, então, como objetivo, facilitar esse processo de aprendizagem removendo os obstáculos que impedem que ele se faça. Entretanto, Grassi (2013, p. 124), buscou definições em dicionários do termo “psicopedagogia” e, segundo o Dicionário Aurélio (Ferreira, 1999, p. 1412), esse termo significa a “aplicação da psicologia experimental à pedagogia”. Outra definição encontrada pela autora foi no Dicionário Michaelis (Michaelis, 2000, p. 1725), onde a psicopedagogia foi dada como “aplicação de conhecimentos da psicologia às práticas educativas”. Baseada nessas definições, Grassi (2000, p. 125) diz que: Essas definições podem levar, e geralmente levam, à interpretação equivocada de que a psicopedagogia é uma junção entre a psicologia e a pedagogia, ou uma aplicação de conhecimentosda psicologia na pedagogia, ou nas práticas educativas. (...) a psicopedagogia se apropria de conhecimentos de várias ciências e ramos de conhecimentos, reelaborando-se e configurando-se numa área independente e produtora de conhecimentos novos sobre um objeto de estudo que se modificou e se ampliou ao longo de sua consolidação (...). Grassi (2000, p. 128) ainda destaca que a psicopedagogia nasceu em um espaço vago entre a psicologia e a pedagogia, onde as duas ciências não conseguiram dar conta das dificuldades de aprendizagem e da questão do fracasso escolar, em função até de algumas limitações de conceituais e de atuações. Para Acampora (2010, p. 17), a psicopedagogia estuda o processo aprendizagem e suas dificuldades tendo, portanto, um caráter preventivo e terapêutico. Seguindo esta linha, preventivamente, a psicopedagogia deve atuar não só no âmbito escolar, mas alcançar a família e a comunidade. A partir disso, a psicopedagogia consegue obter um conceito fundamentado como uma ciência que estuda exclusivamente o processo de aprendizagem. 22 Grassi (2000 p. 127) configura a psicopedagogia como um amplo campo de pesquisa e investigação sobre a aprendizagem no espaço escolar e extraescolar, sobre a aprendizagem sistemática e assistemática, formal e informal. Rubinstein (1999, p. 25) diz que a meta da psicopedagogia é ajudar o sujeito, que por diferentes razões, não consegue aprender formal ou informalmente, para que não se interesse só pelo ato de aprender, mas desenvolver as habilidades necessárias para tanto. Ainda segundo a autora (1999, p. 23), a preocupação dos psicopedagogos volta-se para uma compreensão que levasse em conta a multiplicidade e a complexidade nos fatores envolvidos na aprendizagem considerando aspectos psicológicos, cognitivos, psicolinguísticos, culturais e sociais que implicam nas dificuldades de aprendizagem. Masini (2015, p. 71) define a psicopedagogia como: Área que estuda o ato de aprender, entendendo-se o ato de aprender como os sentimentos, as ações, as elaborações do sujeito durante o seu processo de aprendizagem e a consciência que ele tem do que ele realiza, inclusive quando há dificuldades. Em seu artigo intitulado “Formação profissional em Psicopedagogia: embates e desafios” de 2006, Masini define a psicopedagogia como área que estuda as relações envolvidas em situações do aprender, para nelas resgatar o que emerge da vida de crianças, jovens e adultos - de suas impressões, sentimentos, dúvidas, valores e elaborações. Beauclair (2006, p. 26) compreende que a psicopedagogia é uma área de conhecimento que se propõe a integrar, de modo coerente, conhecimentos e 23 princípios de diferentes ciências humanas, com a meta de adquirir uma ampla compreensão sobre os variados processos inerentes ao aprender humano. Grassi (2013, p. 124) conceitua a psicopedagogia como uma área interdisciplinar que reúne conhecimentos de várias ciências, buscando compreender de forma integradora, o processo de ensino- aprendizagem que ocorre em dois espaços: o extraescolar e o intraescolar. E, além de área de conhecimento, com postulados teóricos consistentes, Grassi (2013, p. 124) configura a psicopedagogia como campo de atuação específico clínico e/ou institucional em que a prática pode ser preventiva e/ou terapêutica. Masini (2015, p. 91- 92) divide a área em duas formas de atuação: a institucional e clínica. A prática institucional é caracterizada pela autora como trabalho em nível preventivo sobre condições que propiciam a aprendizagem, analisando processo em situação de sala de aula, na relação com o professor e com colegas, nas condições de ensino e nas condições institucionais oferecidas. Enquanto que a autora define a prática clínica da psicopedagogia como o atendimento a crianças com problemas de aprendizagem, diagnosticando e esclarecendo o bloqueio no processo de aprendizagem e identificando condições do contexto onde apareciam os problemas de aprendizagem. É verificado por Masini (2015, p. 31) que a psicopedagogia surgiu da necessidade de atendimento e orientação a crianças que apresentavam dificuldades ligadas à sua escolarização, mais especificamente à sua aprendizagem. E que nessa busca estavam professores, psicólogos, médicos, fonoaudiólogos e psicomotricistas. Seguindo essa linha, Grassi (2000, p. 127), caracteriza a psicopedagogia como uma área de conhecimento relativamente nova, que busca integração dinâmica de conhecimentos de várias ciências e áreas de estudo. A autora lista essas áreas, onde destaca a psicologia, a pedagogia, medicina, biologia, neurologia, sociologia, antropologia, filosofia e linguística. Grassi (2000, p. 127) ainda relata que a integração dinâmica de conhecimentos objetiva a compreensão dos processos de ensino, aprendizagem e desenvolvimento, bem como as dificuldades que aparecem ao longo desses processos. 24 Grassi (2000, p. 133) reitera seu argumento quando descreve a psicopedagogia como: Área que procura, por meio da integração de várias disciplinas, construir um campo teórico que fundamente sua atuação, tornando-a eficaz no tratamento das dificuldades de aprendizagem, na diminuição do fracasso escolar, na compreensão do processo de aprendizagem de um ser humano, visto como ser integral, que estabelece uma série de relações complexas durante seu processo de aprendizagem, em diferentes espaços e tempos. Segundo Silva (2010, p. 25), a psicopedagogia surge no Brasil como uma solução ao fracasso escolar, tendo em vista seu objeto e objetivo de estudo. A princípio, seu primeiro objeto foram os sintomas e dificuldades de aprendizagem, como falta de atenção, desinteresse, astenia (diminuição da força física), etc., e o objetivo, remediar esses sintomas. De acordo com Silva (2010, p. 25): A dificuldade de aprendizagem seria apenas um produto a ser tratado. Além disso, a psicologia e a pedagogia são vistas como elementos justapostos e, dentro dessa perspectiva, a psicologia é apenas estimuladora, normativa e reguladora da vida intelectual. De acordo com essa visão, a psicopedagogia não seria um saber independente dotado de fundamentos próprios, mas uma síntese simplificada dos múltiplos conhecimentos psicológicos e pedagógicos. Silva (2010, p. 26) relata que, quando a psicopedagogia muda de objeto que não os sintomas e dificuldades da aprendizagem e sim a gênese da aprendizagem, a psicopedagogia entra numa nova fase, em que é possível dizer que seu objeto passa a ser o processo de aprendizagem e seu objetivo remediar ou refazer esse processo em todos os seus aspectos. A partir disso, a psicopedagogia passa a ser considerada um saber independente tendo seus próprios instrumentos corretivos e profiláticos. 25 Áreas de atuação da Psicopedagogia A atuação da Psicopedagogia pode acontecer a partir da perspectiva Clínica, Institucional e da Pesquisa. A Psicopedagogia Clínica ocupa-se do entendimento do sujeito que aprende, através de sua história pessoal, de seus vínculos familiares, de sua modalidade de aprendizagem, compatibilizando conhecimento e saber. Procura compreender o sujeito a partir de seu processo de aprender e de não aprender, indagando como, o que e de que maneira ele pode aprender. Exerce suas funções nas dimensões terapêutica e institucional, buscando a compreensão das complexas relações de aprendizagem, dos lugares e papéis de sujeitos em suas redes históricas e pela formulação de espaços e dispositivos adequados ao resgate e à promoção da aprendizagem. Realiza ações voltadas para o resgate da aprendizagem, através da formulação de espaço e vínculo de confiança e da proposição de recursos adequados e específicos. Busca possibilitar que o sujeito construa sua autoria na aprendizagem. A Psicopedagogia Institucional considera as amplas eintrincadas relações de aprendizagem de uma instituição, analisando as relações institucionais e buscando elaborar condições de articular a qualificação dos processos de aprendizagem. Objetiva fazer com que os sujeitos de um grupo possam se conceber e agir como protagonistas de seus próprios processos de aprendizagem. Pode ter como objetivo, na escola, a diminuição da incidência dos problemas de aprendizagem. Analisa e age em relação às questões da didática e da metodologia, através da intervenção: na formação permanente e na assessoria junto aos professores; no atendimento familiar; no diagnóstico de sujeitos; no relacionamento entre alunos e professores; nas relações afetivas envolvidas nos processos de aprender; no significado que os alunos e professores dão à aprendizagem; na elaboração de currículos e ações pedagógicas que tenham efetivo desempenho junto ao processo de aprendizagem. A Psicopedagogia como área de Pesquisa compõe um conjunto de conhecimentos que auxiliam na investigação sobre os fenômenos dos processos de aprendizagem humana. 26 A Psicopedagogia Empresarial orienta ações dentro das organizações contribuindo no planejamento, gestão, controle e avaliação de aprendizagens, favorecendo a qualidade dos processos de recrutamento, seleção e organização de pessoal, bem como os de diagnóstico organizacional, dando subsídios significativos e perfis específicos aos treinamentos que se efetivam na interior da organização. Basicamente, a pedagogia empresarial tem como responsabilidade treinar e capacitar os colaboradores, propondo atividades e ações para o desenvolvimento pessoal e profissional dos funcionários. Isso inclui adotar diversas metodologias de aprendizado, desde os tradicionais cursos, palestras e treinamentos corporativos, a métodos mais inovadores como dinâmicas especiais. Ambas (Empresa e Pedagogia) visam a mudança no comportamento das pessoas. A educação, tem por excelência o propósito de provocar a mudança de comportamento dos indivíduos a fim de que tornem-se seres sociais, ou seja, para que estejam preparados para uma vida em sociedade e para o convívio em grupo. A empresa, por outro lado, pretende que seus colaboradores estejam mais próximos de sua cultura e tenham maior identificação com a mesma, para isso é necessário provocar algumas mudanças em seus comportamentos, hábitos e atitudes. 27 REFERÊNCIAS ALCÁNTARA, A. SILVA, M. A da R. Semejanzas y diferencias em las politicas de educación superior em América Latina: cambios recientes em Argentina, Brasil, Chile y México. In: SILVA, JR. & OLIVEIRA, J. F. (Orgs). Reforma universitária: dimensões e perspectivas. Campinas/SP: Alínea, 2006, p. 11-26. ARIAS, Patrícia S. la psicopedagogía: sus vinculaciones históricas con otros saberes y su posición actual. Un debate necesario. Aprendizaje hoy. Revista de actualidad psicopedagógica. Año XXVII, Nro. 67, p. 55-64. 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