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GESTÃO,PLANEJAMENTO RURAL E AGROINDÚSTRIA

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Prévia do material em texto

GESTÃO, PLANEJAMENTO RURAL 
E AGROINDÚSTRIA
PROFESSORES
Me. José Sérgio Righetti
Esp. Silvério Egon Arns
ACESSE AQUI 
O SEU LIVRO 
NA VERSÃO 
DIGITAL!
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/18362
EXPEDIENTE
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. RIGHETTI, José Sérgio; ARNS, 
Silvério Egon.
Gestão, Planejamento Rural e Agroindústria 
José Sérgio Righetti e Silvério Egon Arns.
ISBN AVA 978-65-5615-491-6
Maringá - PR.: UniCesumar, 2023. Reimpresso em 2024. 
192 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Planejamento 2. Propriedades 3. Rurais. EaD. I. Título. 
FICHA CATALOGRÁFICA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Coordenador(a) de Conteúdo 
Silvio Silvestre Barczsz
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
e Thayla Guimarães
Editoração
Isabela M. Belido.
Design Educacional
Ivana Cunha Martins e Ana Cláu-
dia Salvadego
Revisão Textual
Érica Fernanda Ortega
Ilustração
Natalia de Souza Scalassara
Fotos
Shutterstock
CDD - 22 ed. 630 
CIP - NBR 12899 - AACR/2Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
DIREÇÃO UNICESUMAR
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia 
Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de 
Design Educacional Paula R. dos Santos Ferreira Head de Graduação Marcia de Souza Head de Metodologias Ativas 
Thuinie M.Vilela Daros Head de Recursos Digitais e Multimídia Fernanda S. de Oliveira Mello Gerência de 
Planejamento Jislaine C. da Silva Gerência de Design Educacional Guilherme G. Leal Clauman Gerência de Tecnologia 
Educacional Marcio A. Wecker Gerência de Produção Digital e Recursos Educacionais Digitais Diogo R. Garcia 
Supervisora de Produção Digital Daniele Correia Supervisora de Design Educacional e Curadoria Indiara Beltrame
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino 
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
BOAS-VINDAS
A UniCesumar celebra os seus 30 anos de história 
avançando a cada dia. Agora, enquanto Universida-
de, ampliamos a nossa autonomia e trabalhamos 
diariamente para que nossa educação à distância 
continue como uma das melhores do Brasil. Atua-
mos sobre quatro pilares que consolidam a visão 
abrangente do que é o conhecimento para nós: o in-
telectual, o profissional, o emocional e o espiritual.
A nossa missão é a de “Promover a educação de 
qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais cidadãos que contribuam 
para o desenvolvimento de uma sociedade justa 
e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar tem um 
gênio importante para o cumprimento integral 
desta missão: o coletivo. São os nossos professo-
res e equipe que produzem a cada dia uma inova-
ção, uma transformação na forma de pensar e de 
aprender. É assim que fazemos juntos um novo 
conhecimento diariamente.
São mais de 800 títulos de livros didáticos como 
este produzidos anualmente, com a distribuição 
de mais de 2 milhões de exemplares gratuitamen-
te para nossos acadêmicos. Estamos presentes 
em mais de 700 polos EAD e cinco campi: Marin-
gá, Curitiba, Londrina, Ponta Grossa e Corumbá), 
o que nos posiciona entre os 10 maiores grupos
educacionais do país.
Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssima 
história da jornada do conhecimento. Mário Quin-
tana diz que “Livros não mudam o mundo, quem 
muda o mundo são as pessoas. Os livros só mu-
dam as pessoas”. Seja bem-vindo à oportunidade 
de fazer a sua mudança!
Reitor 
Wilson de Matos Silva
Tudo isso para honrarmos a nossa missão, 
que é promover a educação de qualidade 
nas diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais cidadãos que 
contribuam para o desenvolvimento de 
uma sociedade justa e solidária.
P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A
Me. José Sérgio Righetti
Mestre pela UEM - Universidade Estadual de Maringá em Produção Animal (Pisci-
cultura em 2009), possuindo graduação em Agronomia (1986) e Administração de 
Empresas (1994) pela mesma universidade, sendo especialista em Administração 
Rural e Qualidade de Alimentos. Atualmente é extensionista municipal de Manda-
guaçu-Paraná pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná e professor de 
agronegócio no ensino à distância e professor de Agronomia, no curso presencial, 
ambos da Unicesumar. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em 
Agroindústria, atuando principalmente nos seguintes temas: custo produção, pisci-
cultura, agroindústria (gestão e tecnologia), boas práticas de fabricação, elaboração 
de projetos, gestão ambiental, gestão de empresas rurais e perícias judiciais.
Currículo Lattes disponível em: http://lattes.cnpq.br/0366599288145112
A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A
GESTÃO, PLANEJAMENTO RURAL E 
AGROINDUSTRIA
Olá, meu(minha) caro(a) acadêmico(a)! Bem-vindo(a) ao livro de Gestão, Planejamento Rural 
e Agroindustria. Este livro foi produzido especialmente para você e é por isso que eu vou lhe 
explicar a melhor maneira de estudá-lo.
Eu sou o Professor José Sérgio Righetti e elaborei com muito carinho este livro. Ele contém 
cinco unidades estruturadas de maneira a conduzi-lo a um raciocínio lógico, para que você 
compreenda que, na empresa rural, temos algumas características peculiares que serão 
decisivas para a gestão das atividades e consequentemente para o planejamento de novos 
projetos.
Tanto a teoria como a prática são vitais para você, porque elas é que vão te preparar para o 
mercado de trabalho, que hoje exige profissionais munidos de conhecimento, experiência 
e criatividade.
Em nossa primeira unidade, denominada Administração Rural, relembramos alguns con-
ceitos importantes e a origem do termo “administração” e sua aplicabilidade prática para o 
Gestor de Agronegócio. Discutiremos sobre as quatro funções administrativas e os tipos de 
planejamento, em que a essência de todos é rigorosamente a mesma: entender a situação 
atual, a desejada e as formas de se construir ações que gerem o movimento de uma à outra.
Eu posso dizer a você que existem três perguntas que, se forem respondidas, significa que 
você captou a ideia central da unidade:
1. O que estuda a administração de empresas?
2. Como aconteceu a evolução do pensamento administrativo?
3. O que significa planejar estrategicamente?
Proponho, então, que você leia a Unidade 1, relembre a primeira unidade da disciplina Con-
ceitos de Administração Empresarial e Ética e tente responder estas três questões. Pode ser? 
Mãos à obra, então!
Faça agora uma análise comparativa das diferentes escolas de administração, procurando 
entender a importância de cada uma delas, de acordo com a evolução do processo industrial.
D A D I S C I P L I N AA P R E S E N TA Ç Ã O
Na Unidade 2, denominada Empresa Rural e seu Ambiente, e Unidade 3, Sistema de In-
formação e Tomada de Decisão na Empresa Rural, eu mostro a parte da administração 
que trabalha a relação entre empresas rurais e o ambiente onde elas estão inseridas.
A ideia central dessas duas unidades é mostrar as características peculiares da empresa rural 
e a importância do sistema de informação no processo de tomada de decisão.
Na Unidade 3, abordamos a influência da tecnologia no setor rural, leia com atenção e entre-
viste produtores rurais para certificar-se de nossas conclusões.
Nesta mesma unidade, procuramos demonstrar a importância do sistema de informação 
adequado a cada negócio agrícola no qual se faça o registro sistemático, permanente, racional 
e adequado de todas as atividades e operações que ocorrem dentro da empresa.
Ainda na Unidade 3 conceituamos vários indicadores básicospara análise da empresa rural, 
não deixe de estudá-los, não há necessidade de decorá-los e sim entendê-los. Isto facilitará 
no aprendizado da Unidade 4.
Proponho, então, que você leia as Unidades 2 e 3 e tente responder estas três questões. 
Vamos lá? 
1. Qual o conceito de empresa rural?
2. Quais os fatores de produção desta empresa?
3. Quais os principais indicadores para um bom sistema de informação?
Na Unidade 4, chamada Metodologia para Determinação dos Custos de Produção, eu 
mostro para você como apurar os custos de produção. O levantamento dos custos de cada 
processo produtivo é fator decisivo na tomada de decisão.
Se não existe um sistema de registros, é praticamente impossível determinar corretamente 
os custos de produção.
Pare e pense. Você não conhece algum caso assim? Com certeza aí na sua cidade, existem 
várias empresas assim, não é? 
Não deixe de aplicar estes conhecimentos, faça o diagnóstico de uma empresa rural e calcule 
os custos de produção. Você deve exercitar estes conhecimentos. Existem vários softwares 
de gestão de custos, procure fazer uso de alguns deles.
Em nossa última unidade, Gestão da Empresa Rural, demonstramos a influência das deci-
sões tomadas pelo gestor. As palavras-chave do capítulo são “análise e competitividade”. Há 
diferença fundamental de fatos, dados e informação e que esta última é o dado processado, 
ou seja, analisado.
A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A
Nesta unidade, abordaremos as funções básicas do gestor rural, isto é, decidir sobre o que 
produzir, decidir sobre o quanto produzir, estabelecer o modo como será produzido, imple-
mentar a decisão, controlar as ações e avaliar os resultados.
Hoje, além de produzir com eficiência, sustentabilidade econômica e ambiental com respon-
sabilidade social e sem desperdícios, será preciso desenvolver habilidades no gerenciamento 
e motivação de pessoas, na compra de insumos, na venda da produção e na gestão adequada 
dos custos de produção.
Vamos verificar que, para se administrar uma empresa, além dos conhecimentos do ramo e de 
uma boa política de comercialização, é absolutamente necessário controlar a movimentação 
dos recursos financeiros, pois o capital é o sangue que move o organismo empresarial e deve 
ser bem cuidado e constantemente monitorado.
Percebe?!! Minha preocupação é sempre relacionar o que você estuda nos materiais com o 
que vivencia na prática. Sem fazer essa relação, fica bem difícil ingressar no mercado hoje 
em dia.
Os livros são a base de tudo, mas sem análise e vivência, esse conhecimento se perde, por 
isso fique atento a tudo que passa ao seu redor!!
Para que você tenha um bom aproveitamento desta disciplina, siga os seguintes passos:
1. Treinar para fazer - ninguém executa bem uma tarefa se não souber como fazê-la, 
por isso é necessário estar bem treinado antes de executá-la.
2. Executar, ou seja, realizar a prática do aprendizado.
3. Coletar sistematicamente dados para o controle e análise.
Vou propor um desafio a você: analise uma empresa rural, pode ser a que você trabalha ou 
a de alguém conhecido, e veja o resultado, você irá se surpreender com o aprendizado. Se 
não tem empresa rural e não conhece ninguém que tenha intimidade para pedir isso, sem 
problemas, procure a cooperativa ou a assistência técnica oficial e peça colaboração.
Lembre-se que cada caso é um caso, talvez a forma como você resolva seus problemas seja 
diferente do seu colega, isso quer dizer que, assim como você, a empresa segue o estilo de 
gestão do dono, o que quer dizer que não há uma forma correta de se implantar um plane-
jamento dentro da organização, mas a SUA forma.
Mãos à obra e bom trabalho!
ÍCONES
Sabe aquele termo ou aquela palavra que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-lo(a) melhor da maneira mais simples.
conceituando
No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida 
para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. 
quadro-resumo
Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco 
mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos. 
explorando ideias
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e 
transformar. Aproveite este momento! 
pensando juntos
Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes 
on-line e aprenderá de maneira interativa usando a tecno-
logia a seu favor. 
conecte-se
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicati-
vo está disponível nas plataformas: Google Play App Store
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
UNIDADE 03
UNIDADE 05
UNIDADE 04
FECHAMENTO
ADMINISTRAÇÃO 
RURAL
10 
EMPRESA RURAL
E SEU AMBIENTE
37 
72 
SISTEMA DE 
INFORMAÇÃO 
E TOMADA DE
DECISÃO NA 
EMPRESA RURAL
105 
METODOLOGIA PARA
DETERMINAÇÃO
DOS CUSTOS DE 
PRODUÇÃO
141 
EMPRESA
RURAL
185 
CONCLUSÃO
1
ADMINISTRAÇÃO
RURAL
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: Conceito de Administração • Con-
ceitos e Origens da Administração Rural • Funções Administrativas.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Compreender o conceito de Administração e Administração Rural • Conhecer as principais escolas de 
administração • Caracterizar as funções administrativas.
PROFESSORES 
Me. José Sérgio Righetti
Esp. Silvério Egon Arns
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à Unidade 1 de nossa disciplina. Nesta primeira 
unidade, vamos analisar os conceitos de administração, cadeias produtivas, empresa 
rural e o ambiente que envolve as organizações.
Você sabia que a administração rural está diretamente ligada ao dia a dia das em-
presas rurais, exatamente da mesma forma que ocorre com as empresas industriais 
e comerciais?
A continuidade da empresa rural, a sua permanência na atividade e sua rentabili-
dade dependem muito da forma como o gestor irá conduzi-la nas suas tomadas de 
decisões, nas ferramentas que possui e nas informações que ele se baseia.
O produtor rural, além dos trabalhos operacionais, deve se preocupar com a gestão 
de suas atividades, executando tarefas administrativas, como o diagnóstico, tanto 
interno de sua empresa como do ambiente onde ela está inserida, e para isso neces-
sita algumas habilidades conceituais, definindo e estabelecendo estratégias de ação 
adequadas.
Em vista disso, este material tem como objetivo aprofundar os conhecimentos acerca 
das principais teorias administrativas e econômicas, visando a utilização destas duas 
ferramentas para combinar os fatores de produção, controlar sua produtividade e 
eficiência, proporcionando a obtenção de informações que permitam maximizar os 
lucros por meio de um planejamento e gerenciamento das atividades.
Nesta primeira unidade, veremos como é impossível tratar desse assunto sem enten-
dermos como ocorreu o processo de inclusão da administração no setor da agro-
pecuária, seus avanços, dificuldades, particularidades, necessidades para expansão, 
entre outros.
Percebe?! Atualmente, pela conjuntura em que vivemos, há necessidade do Produ-
tor Rural se tornar um Empreendedor Rural, ou seja, tornar sua propriedade rural 
uma empresa rural, independentemente de sua exploração, tamanho ou objetivo.
Desta forma, cresce a necessidade de se fundamentar em conceitos, valores e teorias 
que lhe permitam o balizamento adequado de seu comportamento. 
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CONCEITO DE
ADMINISTRAÇÃO
Começaremos a construção de nosso conhecimento discutindo alguns concei-
tos de administração elaborados por diversos autores, para refletirmos e anali-
sarmos, sempre dentro do contexto de uma propriedade rural.
Administração nada mais é que um processo de tomada de decisão, tanto 
sobre os objetivos a serem alcançados, como na combinação dos fatores de pro-
dução. Desta forma, cresce a necessidade de se fundamentar em conceitos, valo-
res e teorias que lhe permitam o balizamento adequado de seu comportamento. 
A palavra administraçãovem do latim ad (direção, tendência para) e minis-
ter (subordinação ou obediência). Vários autores definem de diversas maneiras 
a administração.
Para Chiavenato (2007), a administração é a ferramenta pela qual as or-
ganizações são estruturadas e conduzidas para alcançar a excelência em suas 
ações, obtendo os resultados desejados, enaltecendo que se trata de alcançar os 
resultados com os meios que se dispõe.
Stoner, Freeman e Gilbert Junior (1995) definem administração como pro-
cesso de planejar, organizar, dirigir e controlar a combinação dos fatores de pro-
dução com objetivo de atingir os resultados esperados. Podemos resumir este 
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conceito como executar as quatro funções administrativas através das pessoas 
para atingir os objetivos planejados.
Uma definição bem moderna e que gostaria de compartilhar com você é a 
de Drucker (2001, p. 22): “Administração é o ato de trabalhar com e através de 
pessoas para realizar os objetivos tanto da organização quanto de seus mem-
bros”. Analisando esta definição, podemos verificar três aspectos chaves que não 
poderíamos deixar de apontar:
 ■ Ênfase especial às pessoas na organização.
 ■ O foco é nos resultados alcançados, isto é, focaliza os objetivos e não as 
atividades.
 ■ Leva em consideração os objetivos dos membros da organização, que 
devem ser integrados aos da organização.
A administração é indicada para qualquer tipo de organização, seja ela com 
ou sem fins lucrativos. Organizações são compostas por pessoas de diferentes 
saberes e habilidades, com objetivo de atender uma necessidade da sociedade, 
seja ela, o sindicato, instituições de ensino, instituições religiosas, clube de servi-
ços e empresas mercantis, sendo responsável pelo desempenho e permanência 
no mercado.
Perceba que a administração é como a advocacia, a engenharia e tantas ou-
tras ações humanas: apoia-se sobre uma teoria, que precisa ter o rigor científico. 
Sua prática consiste na aplicação destas teorias, focando-se no específico, no 
caso singular, e exige experiência e intuição.
Assim, além dos conhecimentos científicos e teóricos coerentes, é neces-
sário ter uma visão holística, “olho clínico”, habilidade esta conseguida através 
das experiências vivenciadas. Devemos responder às seguintes questões: “o que 
fazer?”, “por que fazer?” e “como fazer?”.
Com a complexidade das empresas tanto em seu ambiente interno como 
externo, aliado à competitividade global, é preciso continuamente reajustar os 
fatores de produção, alocando os recursos adequando as ameaças e oportunida-
des oferecidas pelo mercado. A gestão empresarial, por meio do planejamento, 
organização, direção e controle (Figura 1), é uma ferramenta do processo ad-
ministrativo para aumentar a competitividade das empresas no ambiente onde 
ela está inserida.
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Descrição da Imagem: quatro descrições dispostas em forma de círculo, ligados por setas em duplo 
sentido, cada qual representando uma função administrativa: Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar, 
demonstrando que estas funções são cíclicas, interdependentes e podem acontecer no sentido horário, 
Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar ou também no sentido inverso. Em cada balão, cada função ad-
ministrativa é exemplificada por algumas ações, como: Planejar (Definir as estratégias, Definir as metas, 
Verificar como as coisas estão hoje e Desenvolver cenários futuros), Controlar (Monitorar e comparar 
o desempenho), Organizar (Estruturação de recursos físicos e humanos) e Dirigir (Conduzir os esforços 
dos recursos humanos).
A prática destas funções exige pleno conhecimento da empresa e do ambiente 
onde ela atua, não tendo o administrador uma “bola de cristal”, mas devendo 
refletir e compreender os resultados que suas decisões e ações proporcionarão 
sobre toda a organização. Nunca se esqueçam que as organizações são com-
postas por pessoas, que sofrem influência social, possuem entendimento, grau 
de motivação e confiança diferentes.
Entender como funciona a Administração passa, obrigatoriamente, pela sua 
história e também pela própria história da humanidade, em que é traçada desde 
os primórdios da civilização até os dias atuais, passando pelos romanos, idade 
média e o catolicismo. 
Segundo Fayol (1989), a história da Administração teve início na Suméria por 
volta do ano 5.000 a.C., quando os antigos sumerianos procuravam melhorar a 
maneira de resolver seus problemas práticos, de maneira rudimentar, exercitando 
a arte de administrar.
Organizar
Dirigir
Planejar
Controlar
Conduzir os esforços
dos recursos humanos
Estruturação de recursos
físicos e humanos
Monitorar e comparar
o desempenho
De�nir as estratégias
De�nir as metas
Veri�car como as coisas 
estão hoje
Desenvolver cenários 
futuros
Figura 1- Funções Administrativas
Fonte: adaptada de Emmendoerfer (2002).
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Desde o princípio da humanidade, é sabido que o ser humano vivia em grupos 
para conseguir, por meio de ajuda mútua, superar as dificuldades, ou conquistar 
seus objetivos. Desta forma, surgiram empresas muito rudimentares, que remon-
tam à época dos assírios e fenícios dentre outros. No entanto, a história da admi-
nistração como ciência é relativamente nova, e surgiu com a revolução industrial. 
A Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII, foi a propulsora para o 
aparecimento da grande empresa e da produção em escala, sendo que duas ins-
tituições se destacaram na evolução histórica da administração: a Igreja Católica 
Romana e as Organizações Militares.
O mundo mudou muito nestes últimos 130 anos em consequência da Revo-
lução Industrial, surgindo a moderna administração. Principalmente pelo cres-
cimento acelerado e desorganizado das empresas que passaram a exigir uma 
administração científica capaz de substituir o empirismo e a improvisação, além 
da necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas, para fazer face 
à intensa concorrência e competição no mercado.
A moderna administração surgiu a partir da publicação das experiências de dois 
engenheiros. O primeiro era americano, chamado Frederick Winslow Taylor (1856-
1915), que desenvolveu a chamada Escola da Administração Científica, que se preo-
cupava com a racionalização do trabalho. Taylor estudou os tempos e movimentos e 
sua principal preocupação era a racionalização do trabalho. O segundo engenheiro era 
francês, chamado Henri Fayol (1841-1925), que desenvolveu a chamada Escola Clás-
sica da Administração e também é conhecido como o pai das funções administrativas: 
Planejamento, Organização, Direção e Controle. Este já se preocupava com a gestão 
da empresa, para que ela fosse mais eficiente aplicando as funções administrativas.
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Ao fazermos uma análise das diferentes escolas de administração e o contexto onde elas 
ocorreram, podemos perceber que todas têm sua importância, não havendo uma contradi-
ção entre elas e sim uma complementação. Não há registros de que Taylor e Fayol, que con-
viveram na mesma época, tenham sequer conversado ou trocado cartas e embora os dois 
fossem engenheiros, perceberam pontos distintos na gestão das empresas em sua época.
explorando Ideias
Curiosamente, esses precursores da administração jamais se comunicaram, mas 
embora com opiniões e conceitos diferentes, as ideias destes dois precursores da ad-
ministração se complementam, e esta é uma das razões que estas teorias dominaram 
nos cinquenta primeiros anos do século XX o cenário da administração das empresas.
Desenvolvida a partir de 1940, nos Estados Unidos, a Teoria das Relações 
Humanas, diferentemente das anteriores, estava mais preocupada, principalmen-
te, com as pessoas, os grupos sociais e a organização informal, teve como seu 
precursor o psicólogo australiano George Elton Mayo (1880-1949).
Recentemente, a Escola Clássica reapareceu com Peter Drucker (1909-2005): 
é a chamada Escola Neoclássica, preocupada com a administração por objetivos. 
Nascido em Viena em 1909, esteaustríaco, economista, um dos últimos gurus da 
administração é reconhecido como o maior dos pensadores do efeito da globa-
lização. Foi considerado como o pai da administração moderna. Seus conceitos 
e conselhos são estudados e utilizados por altos executivos no mundo inteiro. 
Drucker (2001) considerava a administração como “arte liberal”. “Arte”, pois é uma 
aplicação prática, e “liberal”, porque trata de sabedoria, liderança e conhecimento. 
As origens deste conhecimento estão nas ciências exatas, humanas e sociais, sempre 
procurando a eficiência das empresas. 
De acordo com Drucker (2001), para que os administradores tenham sucesso 
na gestão das empresas, além de compreenderem os princípios fundamentais da 
administração, devem seguir sete princípios:
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1. A administração trata dos seres humanos. 
2. A administração está profundamente inserida na cultura, 
porque ela trata da integração das pessoas em um em-
preendimento comum. 
3. Toda empresa requer compromisso com metas comuns e 
valores compartilhados. 
4. A administração deve também capacitar a empresa e cada 
um de seus componentes a crescer e se desenvolver, à 
medida que mudem necessidades e oportunidades. 
5. Toda empresa é composta de pessoas com diferentes 
capacidades e conhecimentos, que desempenham muitos 
tipos diferentes de trabalho. 
6. Nem o nível de produção, nem a “linha de resultados” são, 
por si sós, uma medição adequada do desempenho da 
administração e da empresa. 
7. Finalmente, a única e mais importante coisa a lembrar so-
bre qualquer empresa é que os resultados existem apenas 
no exterior. O resultado de uma empresa é um cliente 
satisfeito. 
Segundo Fayol (1989), a administração ocorre em todas as atividades humanas, 
sendo um fenômeno universal, pois administrar nada mais é que saber gerenciar, 
ou seja, planejar, organizar, dirigir e controlar.
Ao pesquisarmos os sinônimos de administrar, encontraremos: conduzir, go-
vernar, comandar, controlar, dirigir, gerenciar, dentre outros. O gestor rural deverá 
estar preparado para tomar decisões em um ambiente de incertezas, dinâmico e 
com mudanças intempestivas, sempre superando as adversidades.
Desde as tarefas cotidianas nas empresas rurais até as complexas organizações 
multinacionais, todas precisam ser devidamente administradas.
Podemos, então, definir administração como sendo a organização dos equipa-
mentos e das ações de um grupo de pessoas que cooperam entre si com o objetivo 
de conciliar os interesses comuns, as ambições individuais e metas estabelecidas 
no planejamento para o sucesso da organização que elas pertencem.
Em uma concepção sistêmica, entendemos a administração como mecanis-
mo que organiza e articula os fatores de produção e os recursos empresariais para 
atingir os resultados esperados no planejamento, como lucros, bem-estar social 
e produção de bens ou serviços.
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CONCEITOS E ORIGENS DA
ADMINISTRAÇÃO RURAL
O conceito de administração rural surgiu junto ao de empresa rural, isto no início 
do século XX, principalmente nas universidades de ciências agrárias, tanto nos 
EUA, como na Inglaterra. No princípio, tinha foco prioritariamente no ramo da 
economia rural e contabilidade, envolvendo a função controle para analisar a 
credibilidade econômica, principalmente registros contábeis e financeiros, sendo 
a contabilidade a ferramenta gerencial mais divulgada.
Embora esta visão ainda persista em muitas organizações, um novo enfoque 
tem sido dado à administração rural. Seguindo esta linha de raciocínio, Hof-
fmann et al. (1987, p. 96), em seu livro Administração da Empresa Agrícola, 
elaboraram a seguinte conceituação:
 “ A administração rural como ramo da ciência administrativa pos-sibilita ao autor acesso às suas teorias, desde a abordagem clássica de Taylor até a moderna teoria do desenvolvimento organizacional, 
com essa nova abordagem introduziu-se ao conceito de administra-
ção rural as áreas de finanças, comercialização, marketing e recursos 
humanos, sendo estas áreas tão importantes como a produção.
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Os conceitos da administração rural começaram a ser definidos e desenvolvidos 
quando os conceitos de denominação de fazenda foram revertidos para empresa 
rural, com missão e visão bem definidos na estruturação da administração e da 
produção em busca de resultados mensuráveis. 
A administração rural pode ser entendida como um ramo de ciência da Ad-
ministração que estuda os processos racionais das tomadas de decisões e ações 
administrativas em organizações rurais, tais como empresas rurais, fazendas, 
sítios, chácaras, ou seja, organizações que produzem produtos agropecuários e/
ou florestais, influenciando suas ações administrativas. 
Segundo Kay (1983), administração rural pode ser definida como um pro-
cesso de tomada de decisão, pelo qual combinam-se as atividades desenvolvidas 
na propriedade agrícola em função das características dos recursos de produção 
disponíveis, normalmente limitados, de modo a aproveitar da melhor maneira 
possível estes recursos, evitando, assim, desperdício ou ociosidade na utilização 
destes fatores de produção. Analisando esta definição pode se dizer que, para 
Kay (1983), a administração rural se procura com a melhor combinação possível 
entre estes fatores de produção para atingir o máximo lucro, otimizando o uso 
destes fatores de produção.
Para Michaud (1989), a administração rural ou gestão agrícola é uma ciência 
e arte, que proporciona a utilização racional dos recursos de produção de ma-
neira sustentável (do ponto de vista econômico, ambiental e social), respeitando 
a cultura dos produtores rurais e de sua família. Esta definição retrata melhor a 
realidade da agricultura familiar brasileira, que nem sempre o objetivo é o lucro, 
pois suas relações sociais extrapolam as meras relações econômicas.
Marion (2005, p. 24) define a empresa rural como “aquelas que exploram a 
capacidade produtiva do solo, por meio do cultivo da terra, da criação de animais 
e da transformação de determinados produtos agrícolas”.
O conceito de administração rural, como quase todos os conceitos atuais, está 
passando por várias mudanças, principalmente comportamentais, devido à nova 
ordem mundial, à globalização, buscando sempre a melhoria organizacional e 
eficácia da empresa rural.
Na Figura 2, você visualiza o processo de tomada de decisão em uma em-
presa agropecuária, considerando a administração rural um conjunto de ações 
que facilitam aos produtores rurais tomarem as decisões mais assertivas com a 
finalidade de se obter o máximo resultado econômico e a produtividade de suas 
explorações.
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A área de ação da administração rural 
está em pleno crescimento, graças ao avan-
ço das tecnologias, cada vez mais presentes 
nas propriedades rurais, como também o 
aumento da competitividade no setor do 
agronegócio, exigindo melhor qualificação 
dos gestores e especialistas na área.
Passamos por toda nossa vida toman-
do decisões constantemente, algumas muito 
simples, outras mais complexas, que deter-
minaram o rumo de nossa vida. Administrar 
uma empresa rural segue o mesmo princí-
pio, o de tomada de decisões continuamente 
(STRUETT; ALBUQUERQUE, 2017).
Decisões
Agir, dirigir
 Recursos
Terra, capital e
trabalho
Objetivos
Qualidade de vida,
lucro
Descrição da Imagem: três descrições dis-
postos em círculo ligados por setas de duplo 
sentido, demonstrando como os objetivos, 
decisões e recursos estão interligados.
Figura 2 – Processo de Tomada de Decisões
Fonte: o autor.
A administração rural é considerada uma ciência, pois utiliza dos conheci-
mentos técnicos da economia, da sociologia e das experimentações agrícolas. 
Contudo, também é considerada uma arte, ou seja, habilidade do gestor em com-
binar os conhecimentos técnicos com criatividade e experiência nos negócios. 
Podemos, ainda, definir como uma técnica de negócios, um método utilizado 
para atingir os objetivos esperados,otimizando os custos com o máximo lucro.
Portanto, a administração rural não se baseia somente em dados técnicos das 
atividades (como: 6.500 kg.ha-1 de milho; 50 t.ha-1 de cana-de-açúcar, 10 Litros 
de leite por vaca), mas também, e principalmente, em dados econômicos, como 
R$.ha-1 (SEBRAE, 2002).
Na administração rural, também são importantes as quatro funções adminis-
trativas: o planejamento, a organização, a direção e o controle (Figura 3). 
Holz (1994, p. 22-23) diz: 
 “ A administração rural é a ciência que ajuda o produtor a entender as suas decisões. É onde estão as informações necessárias para os técnicos ajudarem os produtores a tomar as decisões. E complemen-
ta: ‘a busca da eficiência no setor agrícola faz da administração um 
fator de produção capaz de fazer ou quebrar o negócio. Neste caso, 
a administração faz o papel de cérebro, enquanto o trabalho faz o 
papel de músculo. Pois, na agricultura precisa-se de terra, capital, 
trabalho e cérebro para ser bem-sucedido.
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Particularidades, como dependência do clima, sazonalidade da produção, pereci-
bilidade dos produtos, ciclo biológico das culturas e gerações, tempo de produção 
maior que o tempo de trabalho, requerem do administrador uma análise cuida-
dosa de seus efeitos especificamente nas organizações rurais e, consequentemente, 
do uso do instrumental analítico da ciência administrativa.
O desenvolvimento do setor agropecuário associado à competitividade de 
mercado requer do produtor rural uma visão administrativa especializada para 
organizar e administrar o seu sistema de produção, com enfoque gerencial.
A administração rural se tornou ferramenta capaz de oferecer ao produtor ru-
ral subsídios administrativos para adoção ou rejeição de novas tecnologias. Para 
isso, a organização dos dados físicos e financeiros de uma propriedade precisa 
ser processada de forma fácil e ágil para que o produtor analise os resultados e, 
consequentemente, aumente a eficiência administrativa do seu negócio.
Descrição da Imagem: painel demonstrando o processo administrativo, ilustrado com as quatro fun-
ções administrativas ao centro, uma em cada caixa disposta em círculo, interligadas com setas de duplo 
sentido, demonstrando que estas funções são cíclicas, interdependentes e podem acontecer no sentido 
horário, Planejamento, Organização, Direção e Controle ou também no sentido inverso. Em cada caixa, 
cada função administrativa é exemplificada por algumas ações, como: Planejamento (Formular metas e 
as táticas para alcançá-las), Organização (Modelar o trabalho, alocar recursos e coordenar atividades), 
Direção (Designar pessoas, dirigir seus esforços, motivá-las, liderá-las e comunicar) e Controle (Monitorar 
as atividades e corrigir os desvios), que utilizam os Recursos Humanos, Financeiros, Materiais, Tecno-
lógicos e Informação, processando e produzindo Resultados, Desempenho, como Produtos, Serviços, 
Eficiência, Eficácia e Efetividade.
Figura 3 – Processo Administrativo
Fonte: adaptada de Emmendoerfer (2002).
Planejamento
Formular metas e as 
táticas para alcançá-las
Recursos
- Humanos
- Financeiros
- Materiais
- Tecnológicos
- Informação
Controle
Monitorar as 
atividades e corrigir 
os desvios
Organização
Modelar o trabalho, 
alocar recursos e 
coordenar atividades
Resultados
- Desempenho
- Produtos
- Serviços
- E�ciência
- E�cácia
- Efetividade
Direção
Designar pessoas, 
dirigir seus esforços, 
motivá-las, liderá-las e 
comunicar
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As funções administrativas fazem parte do dia a dia de qualquer empresa. Você 
já parou para pensar na importância destas funções?
Essas funções estão presentes no dia a dia de qualquer organização. Seja qual 
for a complexidade ou tamanho do negócio, para uma gestão eficiente sempre 
ocorrerá um planejamento, a organização, uma direção e o controle das ativida-
des. Percebe! São as quatro funções administrativas!
Somente quatro? Sim, pois estas funções compreendem uma gama enorme 
de ações que o administrador deve executar para atingir seus objetivos. Didati-
camente elencamos nesta ordem, planejamento, organização, direção e controle, 
mas na verdade elas são cíclicas e interdependentes.
Vamos analisar cada uma delas?
 Planejamento 
Planejar é como construir um caminho, ou seja, precisamos ter um ponto de par-
tida e um ponto de chegada. Assim, precisamos saber onde estamos e para onde 
vamos e termos ciência que há vários trajetos (alternativas) e teremos que optar 
pelos caminhos (estratégias) que mais se adequam aos valores e missão da empresa.
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FUNÇÕES
ADMINISTRATIVAS
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Planejamento é antecipar o que se deve fazer, com que recursos e em que 
quantidades, para que os objetivos da empresa sejam alcançados. 
Há três níveis de decisão nas organizações: as estratégicas, as gerenciais e as 
operacionais, sendo elas relacionadas com o Planejamento Estratégico, o Geren-
cial ou Tático e o Operacional, respectivamente. “Planejamento não diz respeito 
a prever o futuro, mas a compreender e estabelecer as implicações futuras de 
decisões do presente” (DRUCKER, 2001, p. 133).
O Planejamento ajuda empresas e instituições a desenvolver e manter uma 
relação adequada entre seus objetivos, os recursos disponíveis e as oportunidades 
existentes.
Ele pode ser realizado de forma abrangente, para toda a organização, quando 
é usualmente chamado de Planejamento Estratégico. Ou pode ser desenvolvi-
do para alguma área, projeto ou processo específico, assumindo variantes como 
Planejamento de Marketing, Planejamento Financeiro, Planejamento de Projetos 
dentre outros. A essência de todos, porém, é rigorosamente a mesma: entender 
a situação atual, a desejada e as formas de se construir ações que gerem o movi-
mento de uma à outra (Figura 4).
Descrição da Imagem: painel com retângulos demonstrando o presente e futuro: onde estamos no 
presente e com planejamento onde queremos chegar no futuro, qual a situação atual e os planos para 
ter os objetivos pretendidos.
Figura 4 – Processo de Planejamento
Fonte: adaptada de Emmendoerfer (2002).
Presente
Onde 
estamos 
agora
Onde 
pretendemos 
chegar
Situação 
atual
Objetivos 
Pretendidos
Futuro
Planejamento
Planos
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Planejar é a ação de definir os objetivos e traçar as metas. De acordo com Maximiano 
(2004, p. 105), “É definir meios para possibilitar a realização dos resultados. É inter-
ferir na realidade, para passar de uma situação conhecida a uma situação desejada.” 
Cada processo de planejamento é desenvolvido de acordo com a realidade e o 
perfil da organização e com os objetivos que ela almeja com seu desenvolvimento. 
Basicamente, um processo de planejamento ocorre mediante as seguintes etapas:
1. Análise da situação atual - entrevistas com pessoas-chave da organização.
2. Análise de contexto - pesquisa sobre as variáveis que impactam o ne-
gócio da organização. 
3. Realização de reuniões de planejamento – em que as pessoas-chave 
analisarão as informações anteriores e discutirão as alternativas viáveis 
de desenvolvimento, buscando uma posição consensual sobre a trajetória 
a adotar e os resultados a atingir. 
4. Desdobramentos - atividade de fechamento do planejamento em que 
os colaboradores da organização especificarão o que deve ser feito para 
atingir o que foi estabelecido.
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Reflita sobre a diferença do líder e do gerente em uma empresa rural.
pensando juntos
De acordo com Catelli (1999, p. 132), o processo de planejamento operacional 
compreende os seguintes passos:
a) estabelecimento de objetivos operacionais; 
b) definição dos meios e recursos;
c) identificação das alternativas de ação;
d) simulação das alternativas identificadas;
e) escolha das alternativas e incorporação ao plano; 
f) estruturação e quantificação do plano; 
g) aprovação e divulgação do plano.
O resultado esperado de um processo de Planejamento Organizacional é o alinha-
mento das expectativas e esforços de cadaparte da organização, assim como clareza 
quanto à definição dos rumos do negócio e das estratégias norteadoras da organi-
zação como um todo. As análises, discussões e objetivos definidos são condensados 
em um documento único, chamado relatório de planejamento, que orientará a 
realização do que foi definido e servirá como ferramenta de acompanhamento.
Na etimologia da palavra, “estratégia” deriva de um termo grego “strategia”, 
que significa manobra ou comando de um general. Chiavenato (2003, p. 46) diz 
que “As constantes lutas e batalhas ao longo dos séculos fizeram com que os mi-
litares começassem a pensar antes de agir. A condução das guerras passou a ser 
planejada com antecipação”. Quando assistimos a um filme de guerra, constata-
mos várias estratégias sendo aplicadas. 
Em administração, este conceito sofreu uma série de refinamentos e hoje 
estamos convictos da essencialidade do planejamento estratégico. Um bom pla-
nejamento estratégico constrói uma visão de futuro, aumentando a probabilidade 
de decisões mais assertivas.
Na empresa rural, esta função cabe, exclusivamente, ao “general”, ao tomador 
de decisões, seja o proprietário, administrador ou, ainda, aquele que ficará com 
os dividendos do sucesso ou a culpa pelo fracasso. Contudo, na elaboração de um 
bom planejamento, deve-se auscultar todos os escalões da empresa.
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Será que um bom general, sem um bom exército poderá vencer uma batalha? 
Eventualmente, até poderá ocorrer, mas na maioria das vezes não. Então surge 
a figura do líder, que deverá conquistar o seu grupo de trabalho por meio do 
exemplo, da confiança, do estímulo e da motivação.
Somente após o administrador dar-se conta de que a liderança deverá ser 
exercida por ele é que o planejamento estratégico poderá ser aplicado como uma 
ferramenta eficaz para atingir os objetivos propostos.
Não permita que dificuldades passageiras o impeçam de implementar o pla-
nejamento estratégico, pois elas estarão presentes em qualquer que seja o negócio. 
Não aguarde que todas as turbulências passem, caso contrário corre o risco de 
nunca implantar um planejamento estratégico. A primeira condição para implan-
tação do plano é compreender sua importância e necessidade.
Segundo Bastos (2008), definir o negócio, a missão, visão e valores da empresa 
e analisar o ambiente traçando objetivos e metas é um bom roteiro prático para 
elaborar o Planejamento Estratégico da empresa.
Para a construção de um bom planejamento estratégico, embora responsabili-
dade do gestor ou proprietário do negócio, este deve criar um ambiente positivo e 
favorável, proporcionando a participação de todos os escalões da empresa, desde 
o “chão de fábrica” até o mais alto escalão, em que todos podem contribuir com 
ideias e se sentirem valorizados e participantes da organização.
Para iniciarmos um planejamento estratégico, devemos primeiro conhecer 
muito bem a empresa e o ambiente onde ela está inserida, identificando as opor-
tunidades e as ameaças que possam surgir no ambiente externo e levantar os 
pontos fortes e as oportunidades de melhoria no ambiente interno. Assim pode-
remos melhorar a exploração dos pontos fortes e das oportunidades, ao mesmo 
momento que neutralizamos os pontos fracos e as ameaças à empresa rural.
Uma técnica muito utilizada para diagnóstico da empresa rural é conhecida como 
SWOT, sigla dos termos ingleses Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Oppor-
tunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças), que traduzindo para o nosso portu-
guês é conhecida como análise FOFA (Força, Oportunidade, Fraqueza e Ameaças).
Independente do porte da organização, o plano estratégico indica a direção 
certa que os gestores devem seguir. Para Drucker (2001, p. 136), 
 “ Planejamento estratégico é um processo contínuo de aprendizado, sistemático e com o maior conhecimento possível do futuro contido, tomar decisões atuais que envolvam riscos; organizar sistematica-
O quê?
Quando
Onde
Quem
Por que
Como
Quanto
7 QUESTÕES CHAVE
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mente as atividades necessárias à execução destas decisões e, através 
de uma retroalimentação organizada e sistemática, medir o resulta-
do dessas decisões em confronto com as expectativas alimentadas.
Para elaborar o planejamento, existem várias ferramentas e metodologias, uma das 
mais utilizadas é o 5W2H, termo originário das palavras inglesas What (o quê), 
When (quando), Where (onde), Who (quem), Why (por quê), How (como) e How 
Much (quanto), que com o passar do tempo sofreu várias adaptações.
A ferramenta 5W2H é uma das mais fáceis de ser implementada e traz gran-
des benefícios para os administradores e suas atividades organizacionais. Por 
isso, não deixe de utilizá-la na estruturação do planejamento da empresa. Você 
só tem a ganhar!
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Como
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Organização
Organização é a função administrativa que se preocupa com o agrupamento e 
estruturação dos recursos físicos e humanos da empresa, no sentido de que os 
objetivos propostos na fase de planejamento sejam alcançados. 
E como colocar em prática tudo o que foi planejado? Organizando e ordenando os 
recursos da empresa, necessários à execução das atividades elencadas no planejamento. 
Então, a função organização vem após a função planejamento? Não se esqueça 
que o planejamento é dinâmico e estas funções são cíclicas, mas interdependentes.
Ou seja, na organização definimos de que maneira as ações serão realizadas 
e distribuímos entre as áreas da empresa e seus responsáveis. Assim, em uma 
empresa em pleno funcionamento, estas ações já estão sendo executadas e uma 
mudança de planejamento, muitas vezes, exige uma reorganização.
Para essa função, obviamente, o gestor precisa de uma ótima capacidade de 
organização, tanto individual, como coletiva, além de um bom conhecimento so-
bre o processo produtivo da empresa. Em outras palavras, ter uma visão sistêmica 
ou visão holística da empresa e o ambiente onde ela está inserida.
 Direção
Direção consiste em conduzir os esforços de um grupo de pessoas, fazendo com 
que sejam executados os planos traçados.
Dirigir significa executar. O processo de execução consiste em realizar as 
atividades previamente planejadas. Perceberam que esta função administrativa 
é exercida somente sobre pessoas e não sobre os recursos físicos? Assim, é im-
portante ter a habilidade de liderar, incentivar e motivar os recursos humanos.
Aqui, não estamos falando apenas de distribuir as tarefas, mas sim de influen-
ciar e motivar os colaboradores da empresa de maneira positiva.
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Controle
É a função administrativa que consiste na verificação de desvios da meta 
prevista e na adoção de medidas corretivas. 
Você planejou, organizou e delegou as tarefas aos seus colaboradores. 
Isso tudo não é garantia de que, na prática, as ações executadas obterão os 
resultados planejados, por isso, existe o controle.
Desta forma, é preciso saber o que precisa ser controlado e conhecer os 
padrões de desempenho. É importante salientar que o controle depende de 
muitas informações sobre as atividades da empresa e o desempenho padrão.
Quanto mais indicadores técnicos e financeiros você tiver, melhores con-
dições terá de fazer uma avaliação fidedigna da situação da empresa. Entre-
tanto, lembre-se que a frieza dos números também pode enganar, sempre 
use sua capacidade de observação para interpretar adequadamente os dados.
Quanto mais dados você tiver, sejam eles técnicos, financeiros e de mer-
cado, com certeza informações mais certeiras nortearão suas decisões, porém 
lembre-se sempre que os números são frios e você terá que ter habilidade 
e capacidade de interpretar estes indicadores técnicos e/ou financeiros de 
maneira adequada.
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Considerações Finais
Administração é sinônimo de gestão e o administrador atualmente deve estar 
preparado para tomar decisões em um ambiente dinâmico, com mudanças cons-tantes, crises e adversidades que surgem intempestivamente.
Para você entender como funciona a administração, deve analisar a história 
da própria civilização, desde os Sumerianos, passando pela Idade Média, Revo-
lução Industrial e a moderna administração, até o mundo digital.
Com essa abordagem, pode-se perceber que hoje tudo gira em torno da 
Administração. Desde as tarefas cotidianas nas empresas rurais, as complexas 
organizações transnacionais, até as empresas digitais precisam ser devidamente 
administradas. 
Mesmo as pequenas propriedades rurais, quando analisadas no contexto in-
terno e externo, demonstram sua complexidade e necessitam recombinar, reajus-
tar seus recursos produtivos com as oportunidades que aparecem no meio onde 
estão inseridas. A gestão destas empresas, por meio do planejamento, organização, 
direção e controle, é uma ferramenta do processo administrativo para aumentar 
a competitividade do sistema. 
Desta forma, se considerar o aspecto da gestão como sendo crucial para a 
obtenção de bons resultados na empresa rural, a formação básica universitária 
em administração passa apenas perto das questões de gestão. 
A formação na área de gestão do agronegócio permite uma visão holística, 
mais ampla, permitindo a elaboração de estratégias que fazem sentido para atin-
gir os objetivos das empresas rurais.
Medidas de investimentos na estrutura ou no uso dos recursos disponíveis 
devem ser analisadas para aumentar a lucratividade e rentabilidade das empresas 
no agronegócio.
As propriedades rurais devem ser tratadas como empresa rural, utilizando 
racionalmente seus recursos produtivos, com sustentabilidade, recursos estes que 
geralmente são limitados. 
Anotar e controlar os custos de produção, minimizando estes ao máximo, 
otimizando e evitando desperdícios são essenciais em qualquer empresa.
Priorizar a introdução de insumos intelectuais dentro das propriedades, 
como: consultorias, treinamentos e investimento na qualificação da mão de obra, 
valorizando o conhecimento e atitudes dos colaboradores. 
31
na prática
1. Considerando que a administração é a ferramenta pela qual as organizações são 
estruturadas e conduzidas para alcançar a excelência em suas ações obtendo os 
resultados desejados, pode-se dizer que a administração:
a) Está relacionada à tomada de decisões.
b) Relaciona-se com a combinação dos fatores de produção.
c) Normalmente procura otimizar os custos.
d) É indicada para qualquer tipo de organização, seja ela com ou sem fins lucrativos.
e) Todas estão corretas.
2. A administração rural é considerada uma ciência, pois utiliza dos conhecimentos 
técnicos da economia, da sociologia e das experimentações agrícolas. Contudo, 
também é considerada uma arte, visto que:
a) O gestor tem que apresentar criatividade e experiência em pinturas ou outra 
arte contemporânea.
b)  É uma atividade humana ligada às manifestações de ordem estética ou comu-
nicativa.
c)  É uma atividade humana ligada à pintura e molduras de organizações, seja ela 
com ou sem fins lucrativos.
d) O gestor tem que apresentar habilidade em combinar os conhecimentos técnicos 
e experiência nos negócios.
e) O gestor tem que apresentar habilidade artística, como pintura, dança e teatro 
nos negócios.
3. Cada processo de planejamento é desenvolvido de acordo com a realidade e o 
perfil da organização e com os objetivos que ela almeja com seu desenvolvimento. 
Basicamente, um processo de planejamento ocorre mediante as seguintes etapas:
a) Análise da situação, do contexto, realizar reuniões com seus desdobramentos.
b) Organização, direção, execução e controle.
c) Cotações, orçamentos, investimentos e aplicação.
d) Análise da missão, valores da organização e organização dos fatores de produção.
e) Aquisição de insumos, análise do ambiente e execução.
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na prática
4. Para se colocar em prática tudo o que foi planejado, deve-se organizar e ordenar os 
recursos da empresa, necessários à execução das atividades elencadas no planeja-
mento. Portanto, a função organização trata:
a) É a função administrativa que consiste na verificação de desvios da meta prevista 
e na adoção de medidas corretivas. 
b) É a função administrativa que se preocupa com o agrupamento e estruturação 
dos recursos físicos e humanos da empresa, no sentido de que os objetivos 
propostos na fase de planejamento sejam alcançados.
c) É a função administrativa que consiste em conduzir os esforços de um grupo de 
pessoas, fazendo com que sejam executados os planos traçados.
d) É o alinhamento das expectativas e esforços de cada parte da organização, as-
sim como clareza quanto à definição dos rumos do negócio e das estratégias 
norteadoras da organização como um todo.
e) É definir meios para possibilitar a realização dos resultados, interferindo na rea-
lidade, para passar de uma situação conhecida a uma situação desejada.
5. A administração rural como ramo da ciência administrativa possibilita acesso às 
teorias, desde a abordagem clássica até a moderna teoria do desenvolvimento or-
ganizacional. Comente sobre o que estuda administração rural.
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aprimore-se
ADMINISTRAÇÃO RURAL
A administração é uma ciência e também uma arte. Ciência porque possui um refe-
rencial teórico próprio, possível de ser tratado pelo método científico e arte porque 
se inclui na resolução dos problemas que surgem na condução das organizações, 
habilidade, sensibilidade e intuição. A administração rural é considerada um dos 
ramos de ciência administrativa.
A administração rural surgiu no começo do século XX junto às universidades de 
ciências agrárias, na Inglaterra e Estados Unidos nos chamados “land grant” com a 
preocupação de, sobretudo, analisar a credibilidade econômica e técnicas agrícolas 
(AZER, on-line). Administração rural é o conjunto de atividades que facilitam aos pro-
dutores rurais a tomada de decisões ao nível de sua empresa agrícola, com o fim de 
obter melhor resultado econômico, mantendo a produtividade da terra (EDITORIAL, 
2004, on-line).
De acordo com Hoffmann et al. (1987), a Administração Rural é o estu-
do que considera a organização e operação agrícola, visando ao uso mais efi-
ciente dos recursos para obter resultados compensadores contínuos. É toma-
da como função produtiva, consiste fundamentalmente em atos de decisão e, 
problematicamente, em distribuição de recursos, de modo a responder: o que 
produzir, como, quanto e com quais recursos, sendo estes considerados fato-
res e agentes de produção. Além disso, visamos responder também à questão 
para quem produzir, concernente a fatores de comercialização (BRANDT, 1973). 
Também trata prioritariamente da área de produção e a função do controle, desen-
volve trabalhos e estudos de extensão, envolvendo principalmente a alocação de 
recursos e os registros contábeis e financeiros, sendo a contabilidade o instrumento 
“gerencial” mais divulgado (AZER, on-line), esta se utiliza de conhecimentos básicos 
fornecidos pela economia rural e outras Ciências Sociais, igualmente, ela se apro-
pria de conhecimentos técnicos fornecidos pela agronomia (Zootecnia, Engenharia 
Rural) etc. Por isso, o programador de um estabelecimento dificilmente pode atuar 
isoladamente (HOFFMANN et al., 1987).
34
aprimore-se
O conceito geral de administração rural se relaciona à necessidade de controlar 
e gerenciar um número cada vez maior de atividades, que podem ser envolvidas 
dentro de uma propriedade do setor agropecuário (ANTUNES, 1999).
A administração rural passa por várias modificações estruturais e comportamen-
tais frente à nova ordem mundial de globalização, consumindo conceitos antigos e 
reconhecendo suas teorias na busca do aperfeiçoamento organizacional para a em-
presa rural. A nova ordem da administração rural vem mostrar aos administradores 
uma quebra de paradigma, onde os conceitos de propriedade rural familiar deram 
lugar à empresa rural administrada por profissionais detentores do conhecimento 
científico, adaptandode forma flexível os conceitos administrativos à realidade das 
empresas agrícolas brasileiras (AZER, on-line).
Fonte: Barbosa (2009, on-line).
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tensamente mudado, moldado e reconfigurado por duas fortes 
tendências transformadoras: de um lado, uma nova e diferente abordagem em 
relação à excelência organizacional - para fazer cada vez mais e melhor - e, de 
outro lado, a criação de vantagens competitivas - para fazer aquilo que é mais sa-
tisfatório e necessário para a sociedade. Ambas são privilegiadas pela tecnologia 
da informação. A presente obra versa sobre a importância do gestor para a orga-
nização e explana os fundamentos básicos para a formação desse profissional. 
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Colateral
Ano: 2013
Sinopse: os atores Tom Cruise e Jamie Foxx estão nos papéis 
principais, que aborda temas cruciais como Planejamento Es-
tratégico, Administração do Tempo, Logística, Ética, Conflito de 
Valores, Administração de Conflitos, Gestão de Mudança, Ques-
tão feminina no Trabalho, Execução de Tarefas, Assédio Moral e 
Workaholismo.
filme
Ao acessar o link, você terá um levantamento da literatura sobre os 
principais recursos e/ou fatores-chave determinantes para o desem-
penho de propriedades rurais.
conecte-se
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EMPRESA RURAL
E SEU AMBIENTE
PROFESSORES
Me. José Sérgio Righetti
Esp. Silvério Egon Arns
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: Empresa Rural e sua Definição 
• Recursos Produtivos • A Empresa Rural e seu Ambiente • O Papel da Tecnologia • Política Agrope-
cuária no Brasil • Cadeias Produtivas do Agronegócio.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Caracterizar a empresa rural • Identificar seus recursos produtivos • Conhecer o ambiente onde a 
empresa rural está inserida • Discutir a importância da tecnologia e sua adoção • Entender como 
as políticas públicas afetam o dia a dia da empresa rural • Familiarizar com as cadeias produtivas 
agropecuárias.
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à nossa segunda unidade da disciplina 
Gestão e Planejamento de Propriedades Rurais. Vamos analisar a definição 
de uma empresa rural, rever o conceito de cadeias produtivas e analisar o 
ambiente onde ela está inserida, as características do mercado, as ameaças 
e oportunidades do setor e as políticas agropecuárias no Brasil.
Antes disso, porém, você deverá relembrar alguns conceitos e termos bá-
sicos sobre administração de empresas. Os mesmos princípios adminis-
trativos que se aplicam ao comércio e à indústria também são utilizados 
na administração rural. Todavia, a empresa rural possui algumas carac-
terísticas específicas que obrigam ao gestor tomar alguns cuidados. Por 
exemplo, a terra, além de um bem econômico, é um fator de produção, 
que influencia decisivamente nas explorações. Na verdade, engloba todos 
os recursos naturais utilizados na produção, enquanto em outras empresas 
ela é apenas um local para construção.
A ação do gestor tem início no levantamento de todos os recursos produti-
vos que a empresa lança mão para sua atividade produtiva, sempre quantifi-
cando e qualificando estes recursos. Como exemplo destes recursos, temos 
os maquinários, as benfeitorias e as pessoas, dentre outros.
Para obtermos sucesso atualmente, há necessidade de substituir as práticas 
administrativas do passado e incorporar cada vez mais a administração 
moderna.
Desta forma, a empresa rural precisa de pessoas preparadas para realizar o 
planejamento e a gestão de suas atividades de maneira sustentável, em que 
o administrador tem que ter em mãos as melhores ferramentas para uma 
correta tomada de decisões. Conhecer a empresa em todos os seus detalhes 
e o segmento do agronegócio em que está inserida passa a ser de extrema 
importância para o sucesso dessa administração. Assim, surge uma nova 
profissão: a de Gestor do Agronegócio.
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A EMPRESA RURAL
E SUA DEFINIÇÃO
Caro(a) aluno(a), vamos analisar alguns conceitos do Direito Agrário Lei 4.504/64 
(Estatuto da Terra) para que você reflita, agora com a visão de um gestor de 
agronegócio, se todas as propriedades rurais devem ou não ser entendidas como 
Empresa Rural.
Vamos relembrar o artigo 4° do Estatuto da Terra!!!
Nesta Lei, encontramos em seu artigo 4° as seguintes definições:
 “ I - “Imóvel Rural”, o prédio rústico, de área contínua qualquer que seja a sua localização que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agroindustrial, quer através de planos públicos de va-
lorização, quer através de iniciativa privada;
II - “Propriedade Familiar”, o imóvel rural que, direta e pessoalmente 
explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força 
de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e 
econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de ex-
ploração, e eventualmente trabalho com a ajuda de terceiros;
III - “Módulo Rural”, a área fixada nos termos do inciso anterior;
IV - “Minifúndio”, o imóvel rural de área e possibilidades inferiores 
às da propriedade familiar;
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V - “Latifúndio”, o imóvel rural que:
a) exceda a dimensão máxima fixada na forma do artigo 46, § 
1°, alínea b, desta Lei, tendo-se em vista as condições ecológicas, 
sistemas agrícolas regionais e o fim a que se destine;
b) não excedendo o limite referido na alínea anterior, e tendo 
área igual ou superior à dimensão do módulo de propriedade 
rural, seja mantido inexplorado em relação às possibilidades 
físicas, econômicas e sociais do meio, com fins especulativos, 
ou seja, deficiente ou inadequadamente explorado, de modo a 
vedar-lhe a inclusão no conceito de empresa rural;
VI - “Empresa Rural” é o empreendimento de pessoa física ou jurídi-
ca, pública ou privada, que explore econômica e racionalmente imó-
vel rural, dentro de condição de rendimento econômico da região 
em que se situe e que explore área mínima agricultável do imóvel 
segundo padrões fixados, pública e previamente, pelo Poder Execu-
tivo. Para esse fim, equiparam-se às áreas cultivadas, as pastagens, 
as matas naturais e artificiais e as áreas ocupadas com benfeitorias 
(BRASIL, 1964, on-line).
Analisando o inciso II e III da lei, percebe-se que um módulo rural seria uma 
porção de terras que, explorada direta e pessoalmente pelo agricultor e sua fa-
mília, absorvendo toda a força de trabalho da família, garanta sua subsistência e 
o progresso social e econômico. Esta área foi fixada pelo Poder Executivo (Ins-
tituto Brasileiro de Reforma Agrária - IBRA), atualmente o INCRA (2005), para 
cada região e tipo de exploração, e eventualmente podendo utilizar trabalho de 
terceiros.
O Decreto Federal nº 55.891 (1965), que regulamentou o Estatuto da Terra, 
considerou este conjunto familiar composto de 4 pessoas adultas, corresponden-
do a 1.000 jornadas anuais.
Portanto, o módulo rural foi definido como uma unidade de medida agrária 
(em hectares), que levava em consideração o tamanho do imóvel, sua localização 
geográfica, as exploraçõeseconômicas nesta região e as condições do seu apro-
veitamento econômico. 
O módulo rural é utilizado atualmente para definir o enquadramento sin-
dical rural, determinar a fração mínima de parcelamento (FMP) e definir os 
limites do tamanho dos imóveis rurais no caso de aquisição por pessoa física 
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estrangeira residente no país. A FMP é a menor área que um imóvel rural, em um 
dado município, pode ser desmembrado, ou seja, ao ser dividido o imóvel rural, 
normalmente em caso de venda ou herança, a área remanescente não poderá ser 
inferior à fração mínima de parcelamento.
No entanto, um conjunto de providências de amparo à propriedade da terra, 
com objetivo de seu pleno emprego com atividades agropecuárias e de adequá-las 
com o processo de industrialização do país, foram tomadas ao longo dos anos, 
surgindo em 1979 o conceito de módulo fiscal pela Lei nº 6.746/1979.
Módulo fiscal é uma unidade de medida, em hectare, definida pelo INCRA 
para cada município brasileiro de acordo com o conceito de propriedade familiar, 
a renda obtida com a exploração predominante no município ou outras explora-
ções existentes no município que, embora não predominantes, sejam expressivas 
em função da renda ou da área utilizada, expressando a área mínima necessária 
para que uma unidade produtiva seja economicamente viável.
Para o cálculo do ITR (Imposto Territorial Rural), utiliza-se, para aplicação 
da alíquota, o número de módulos fiscais do imóvel rural conforme a Lei no 
6.746/1979 e do Decreto no 84.685/1980.
A Lei nº 8.629/93 alterou alguns dispositivos do Estatuto da Terra e clas-
sificou as propriedades rurais pela quantidade de módulos fiscais, sendo de-
finido como pequena propriedade (imóvel de área compreendida entre 1 e 4 
módulos fiscais) e média propriedade (imóvel rural de área superior a 4 e até 
15 módulos fiscais), ficando entendido que o minifúndio é o imóvel rural com 
área inferior a 1 módulo fiscal, e a grande propriedade aquela de área superior 
a 15 módulos fiscais.
O valor fixado em hectares de um módulo fiscal varia de acordo com o mu-
nicípio onde está localizada a propriedade. O valor do módulo fiscal no Brasil 
varia de 5 a 110 hectares.
Se você quiser saber qual o valor do módulo fiscal em seu município, ou em 
qualquer outro do País, acesse o QRcode ao lado.
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Descrição da Imagem: mapa do Brasil com as regiões de cada estado de cores diferentes, cada cor repre-
sentando tamanhos diferentes de módulos fiscais. Nos estados do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito 
Santo, sul de Minas Gerais, sul do Mato Grosso do Sul, centro-sul de Goiás e toda faixa litorânea da Bahia até 
o Ceará os módulos fiscais variam de 5 a 35 ha e estão em laranja claro, e na maioria dos estados do norte 
do país o módulo fiscal varia de 70 a 110 ha e estão em uma cor verde escuro. Alguns bolsões em amarelo, 
representando módulos fiscais de 40 a 65 ha, estão esparramados pelo Brasil, AP, PA, MA, PI, CE, RN, PB, PE, 
BA, MG, GO, MT, MS e RO. 
Figura 1 - Módulos Fiscais no Brasil
Fonte: EMBRAPA (2012, on-line).
Na Figura 1, encontram-se as classes de tamanhos dos módulos fiscais no Brasil.
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Por sua vez, a definição de agricultor familiar e empreendedor familiar rural dada 
pela Lei nº 11.326/2006 também inclui o conceito de módulo fiscal, ao estabelecer 
que, dentre outros requisitos, este não detenha, a qualquer título, área maior do 
que 4 módulos fiscais. 
No novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), o valor do módulo fiscal é 
utilizado como parâmetro legal para a sua aplicação em diversos contextos, como 
na definição de benefícios atribuídos à pequena propriedade ou posse rural fami-
liar; na definição de faixas mínimas para recomposição de Áreas de Preservação 
Permanente; da manutenção ou recomposição de Reserva Legal, entre outros.
Embora o Estatuto da Terra tenha também definido empresa rural como as 
propriedades rurais com dimensão de um até seiscentos módulos, que seja explo-
rada racionalmente e economicamente, como latifúndio por exploração, aquele 
imóvel que, tendo as dimensões de um até seiscentos módulos, não esteja sendo ex-
plorado adequadamente em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais 
do meio, tendo apenas fins especulativos ou imobiliários e latifúndio por dimensão, 
aquelas propriedades com dimensão superior a 660 módulos da região geográfica 
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em que se situa. A Constituição Federal de 1988 extinguiu estes conceitos, sendo os 
imóveis rurais classificados a partir da Lei nº 8.629, de 1993, como já descrevemos 
anteriormente, como minifúndio, pequena, média e grande propriedade. 
Embora o termo latifúndio permaneça em nosso cotidiano fazendo a rela-
ção entre propriedade e sua função social, esta função social é efetiva quando a 
propriedade rural aproveita adequada e racionalmente seus recursos produtivos, 
principalmente os naturais, observa a legislação trabalhista e suas explorações 
beneficiam a qualidade de vida dos trabalhadores e proprietários.
Portanto, a função social é cumprida quando o proprietário rural alcança 
índices de produtividade compatíveis com aqueles obtidos na região, utiliza ade-
quadamente os recursos naturais disponíveis e cumpre as leis trabalhistas. Este 
índice de produtividade é mensurado com base no cálculo do GUT (Grau de 
Utilização da Terra) e GEE (Grau de Eficiência na Exploração), ou seja, para 
cumprir a função social, a propriedade deverá ter o GUT≥ 80% e GEE de 100%.
Ao fazermos uma investigação tanto no ramo do direito administrativo como 
na contabilidade, encontramos algumas definições de empresa rural. 
Vamos fazer uma análise de três conceitos diferentes!!!
 ■ Arnodi apud Anceles (2002, p. 158) comenta “que a empresa para se en-
quadrar no direito, tem uma visão tripartite: o empresário, a atividade 
econômica organizada e o estabelecimento”.
 ■ Para Crepaldi (1998, p. 23), “empresa rural é a unidade de produção em 
que são exercidas atividades que dizem respeito a culturas agrícolas, cria-
ção de gado ou culturas florestais, com a finalidade de obtenção de renda”.
 ■ Segundo Marion (2002, p. 24), “empresas rurais são aquelas que exploram 
a capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação de 
animais e da transformação de determinados produtos agrícolas”.
Dessa forma, concluímos no primeiro conceito que a propriedade rural se encaixa 
na definição de empresa no direito administrativo, pois o empresário é o próprio 
produtor rural, pessoa física ou jurídica, a atividade econômica organizada são as 
explorações agropecuárias e o estabelecimento o próprio imóvel rural. Nos ou-
tros conceitos, fica evidente o aproveitamento do imóvel rural com uma ou mais 
atividades econômicas, podendo ser o cultivo da terra e da criação dos animais 
como fonte de renda.
Na Instrução Normativa SRF (Secretaria da Receita Federal) nº 83, de 11 de 
outubro de 2001, encontramos a definição de atividade rural. 
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 “ Art. 2º Considera-se atividade rural: I - a agricultura; II - a pecuária; III - a extração e a exploração vegetal e animal; IV - a exploração de atividades zootécnicas, tais como apicultura, avicultura, cunicultura, 
suinocultura, sericicultura, piscicultura e outras culturas de pequenos 
animais; V - a atividade de captura de pescado in natura, desde que a 
exploração se faça com apetrechos semelhantes aos da pesca artesa-
nal (arrastões de praia, rede de cerca, etc.), inclusive a exploração em 
regime de parceria; VI - a transformação de produtos decorrentes da 
atividade rural, sem que sejam alteradas as características do produto 
in natura, feita pelo próprio agricultor ou criador, com equipamentos 
e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais, utilizando 
exclusivamente matéria-prima produzida na área rural explorada[...] 
(SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL, 2001, on-line).
Pensandocomo gestor, podemos definir empresa rural como qualquer propriedade 
rural que tenha capital investido realizando atividades agropecuárias, produzindo 
produtos in natura ou processados. Ou seja, uma unidade de produção que, embora 
como qualquer outra utilize os fatores de produção (Terra, capital e trabalho), têm 
nos recursos naturais (Terra) seu principal fator de produção, proporcionando 
produtos e serviços destinados a atenderem as necessidades humanas.
Entende-se aqui Terra, como planeta Terra, ou seja, todos os recursos naturais, 
aqueles recursos provenientes da natureza, como o clima, a água, o solo, o ciclo 
de vida dos animais e vegetais, dentre outros.
Portanto, pode-se dizer que a Empresa Rural é a unidade de produção ou 
conjunto sociotécnico, que utiliza os fatores de produção para produzir bens ou 
serviços, destinados a atender as necessidades humanas. Também se pode definir 
como sendo um conjunto de pessoas que se utilizam de fatores de produção, 
principalmente o natural, e orientam seus esforços físicos e mentais para produzir 
bens ou serviços, visando satisfazer desejos e necessidades (do empreendedor, 
sua família, colaboradores, fornecedores, clientes ou da comunidade).
Este enfoque pressupõe que administrar uma propriedade rural como Em-
presa exige que o Administrador conheça em detalhes sua estrutura de produção 
e os desejos e necessidades das pessoas envolvidas.
A empresa rural apresenta algumas especificidades para as quais, aqueles que 
nela atuam, precisam estar atentos:
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b) A produção agrícola ocorre somente algum tempo (meses ou mesmo 
anos) após a decisão de produzir e os primeiros investimentos terem sido 
feitos. Com isso, a agricultura tende a trabalhar tentando antecipar como 
estará o mercado no futuro, quando a produção de fato ocorrer; essas 
incertezas relacionadas ao mercado somam-se às incertezas climáticas 
tornando a atividade agrícola especialmente arriscada;
c) Por atuar em mercado perfeito, o produtor rural não consegue se apro-
priar dos retornos ao uso de novas tecnologias que levam ao aumento 
de produtividade, porque o aumento de produção resultante reduzirá o 
preço e diminuirá a renda agropecuária, ou seja, os grandes beneficiários 
dos aumentos de produtividade são os consumidores (especialmente os 
mais pobres);
d) Como os principais produtos agropecuários possuem ciclo biológico ou 
ciclo de vida, o tempo de produção é muito maior que o tempo de tra-
balho;
e) Na produção agropecuária, o principal fator de produção são os recursos 
naturais.
Estas peculiaridades da empresa rural submetem aos empresários rurais um risco 
muito maior que outras atividades econômicas, sendo essencial a compreensão 
desta realidade em suas análises.
a) A atividade agrícola é muito dependente das condições climáticas; por 
isso não há produção em certas épocas do ano (sazonalidade) e, de ano 
para ano, a produção e produtividade podem variar muito;
O termo sazonalidade está relacionado com as estações do ano, primavera, ve-
rão, outono e inverno, ou seja, se repetem sempre em determinada época, po-
dendo ser a produção, o consumo e a comercialização. Para entender melhor 
sobre a sazonalidade no setor agrícola, acesse artigo, disponível no QRcode.
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Os recursos produtivos, também chamados de fatores de produção, são os com-
ponentes utilizados ou combinados nos processos de produção de um produto ou 
serviço para atender uma necessidade humana. Estes recursos normalmente são 
classificados como Terra, capital e trabalho, porém nós gestores de agronegócio 
podemos classificá-los como:
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RECURSOS
PRODUTIVOS
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São todos os fatores de produção origi-
nários da natureza e podem ser classi-
ficados em renováveis e não renováveis, 
de acordo com sua possibilidade de 
reposição, quando de sua exaustão; re-
curso este classificado pelos administra-
dores de empresa como Terra. Perceba! 
Escrito com letra maiúscula, definindo o 
planeta Terra. 
É todo o esforço físico ou mental, utilizado pelo 
homem na produção de um bem ou serviço, 
podendo ser classificado em qualificado, semi-
qualificado e não qualificado, de acordo com sua 
especialização técnica. É classificado como tra-
balho pelos administradores de empresas.
RECURSO HUMANO 
RECURSO NATURAL
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RECURSO CAPITAL
São bens materiais que são utilizados em um ou mais ciclos produtivos, e que 
tem como objetivo servir à produção de algum bem econômico, ou seja, produzir 
novas riquezas, e podem ser classificados em:
 ■ Capital fixo, estável ou imobilizado: são aqueles bens que servem à 
produção por mais de um ciclo produtivo, tais como: instalação, animais 
de produção, máquinas e equipamentos, dentre outros.
 ■ Capital de giro ou circulante: são aqueles bens que servem apenas 
durante um ciclo produtivo, desaparecendo com o primeiro uso, tais 
como: sementes, fertilizantes e rações, dentre outros.
RECURSO TÉCNICO
É todo o know-how (conhecimento/sabedoria) técnico, gerencial, administrativo 
e cultural dominado pelos recursos humanos, associado aos meios físicos dispo-
níveis. A maioria dos autores considera este fator como componente dos recursos 
humanos, haja vista sua estreita relação com o homem, sendo característica do 
esforço mental realizado para cumprir as funções básicas de administração, quais 
sejam: planejamento, organização, direção e controle, ou com o recurso capital, 
pois normalmente para aquisição da tecnologia há dispêndio financeiro. 
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Como em qualquer empresa, tradicionalmente temos os recursos e fatores de 
produção divididos em Terra (T), Capital (K) e Trabalho (t), porém nesta abor-
dagem consideramos cinco fatores de produção: a Terra como recurso natural, o 
capital sendo subdividido em capital e recursos tecnológicos e o trabalho, ou seja, 
o recurso humano, porém com uma atenção especial para a capacidade destes 
recursos humanos em se organizar, seguir regras e se relacionar.
RECURSO SOCIAL –
Também denominado capital social, 
é entendido como a cola invisível que 
mantém a coesão social; tem sido me-
dido por meio de três indicadores: a 
confiança entre as pessoas, capacidade 
de se organizar e o grau de civismo da 
população, portanto, estreitamente rela-
cionado aos recursos humanos.
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Toda e qualquer empresa, inclusive a empresa rural, está inserida em um ambiente 
onde influencia e é influenciada por este. Estas influências impactam direta ou 
indiretamente os resultados das empresas, podendo ser positivos ou negativos. 
O ambiente geral, ou ambiente externo, é constituído de várias organizações 
sociais, de outras empresas, governo, bancos, ou seja, toda a sociedade, e agora 
com o mundo globalizado, o mundo inteiro. Assim, representa todo o universo 
onde as empresas buscam os insumos para os seus negócios, ou seja, a produção 
de bens e serviços.
Também identificado como macroambiente pelos economistas, este ambiente 
geral possui um conjunto amplo e complexo de fatores que impactam o negócio 
de todas as empresas. Embora neste ambiente geral existam milhares de orga-
nizações sociais, as empresas efetuam contato direto, às vezes até diariamente e 
com mais efetividade, apenas com um conjunto de empresas ou organizações, 
ambiente este denominado ambiente tarefa ou ambiente operacional, pois com 
estas empresas que elas fazem transações. Alguns economistas denominam este 
ambiente de microambiente.
Temos ainda o ambiente interno da empresa, composto de todos os recursos, 
ou fatores de produção que o proprietário possui domínio, sendo que alguns 
foram adquiridos no ambiente tarefa, como, por exemplo, os colaboradores in-
ternos, ou seja, os recursos humanos.
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A EMPRESA RURAL
E SEU AMBIENTE
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Para uma melhor compreensão sobre a análise do ambiente interno e externo, reveja em 
nossa primeira unidade a ferramenta

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