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ESTUDO DIRIGIDO DISTURBIOS REPRODUTIVOS

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ESTUDO DIRIGIDO – DISTÚRBIOS REPRODUTIVOS
1. Defina as palavras-chave seguintes:
a) Amenorreia: ausência de menstruação;
b) Andropausa: conjunto de modificações fisiológicas que caracterizam a redução da
atividade sexual masculina;
c) Corpo lúteo: massa glandular amarela no ovário, formada por um folículo ovariano
que amadureceu e liberou seu óvulo. Secreta progesterona;
d) Folículo: estrutura semelhante a um saco que está na superfície do ovário e contém
o óvulo amadurecendo (ovo). Também chamado de folículo de Graaf;
e) Ginecomastia: desenvolvimento excessivo e anormal das glândulas mamárias
masculinas;
f) Gônada: órgão produtor de gametas (ovários ou testículos);
g) Hermafroditismo: reunião, no mesmo organismo, dos órgãos reprodutores
masculinos e femininos;
h) Hirsutismo: crescimento excessivo de pelos terminais nas mulheres e crianças, em
uma distribuição similar ao que ocorre em homens após puberdade;
i) Menarca: estabelecimento ou início da função menstrual;
j) Menopausa: cessação da menstruação, costumando ocorrer em torno dos 50 anos
de idade da mulher;
k) Menstruação: fluxo mensal de sangue do trato genital feminino;
l) Placenta: órgão vascular membranoso que se desenvolve em fêmeas de mamíferos
durante gravidez, recobrindo parede uterina e envolvendo parcialmente o feto, ao qual
está ligado pelo cordão umbilical. Após nascimento, é expelida e suas funções são
transporte de nutrientes para o feto, transporte de detritos d o feto e trocas de gases
entre mãe e feto;
m) Puberdade precoce: desenvolvimento precoce das características sexuais
secundárias; nas meninas, normalmente antes de 8 anos e, em meninos, antes de 9
anos de idade
2. Descreva o eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal. Faça um esquema
representativo do controle endócrino do testículo.
Em homens adultos, GnRH, LH e FSH são secretados com maiores concentrações nas
primeiras horas da manhã. O L H atua sobre as células de Leydig para estimular a
conversão de colesterol e m pregnenolona. Enquanto FSH atua sobre as células de
Sertoli e espermatócitos, sendo central para início na puberdade e manutenção na
idade adulta da espermatogênese. Os esteróides sexuais e a inibina fornecem controle
de retroalimentação negativa da secreção de LH e FSH, respectivamente. A secreção
de LH é inibida pela testosterona e por seus metabólitos (E2 e DHT). O FSH plasmático
pode ser elevado em disfunções nas quais as células de Sertoli e as concentrações de
inibina são reduzidas. Do mesmo modo, uma redução no número de células de Leydig
e de secreção de testosterona leva ao aumento da concentração de LH
3. Quanto aos Androgênios descreva:
a) Função: masculinização do trato genital, desenvolvimento e manutenção das
características sexuais masculinas secundárias.
b) Bioquímica e Fisiologia: Sintetizados a partir d a formação de pregnenolona e
reações etapas enzimáticas posteriores.
c) Transporte: pequena fração circula livremente no plasma, o restante circula ligado
às proteínas plasmáticas albumina e globulina de ligação do hormônio específico do
sexo (SHBG).
d) Metabolismo: testosterona em circulação atua como precursor para a formação de
metabólitos ativos adicionais, sendo convertida a estradiol e DHT pela 5α-redutase ou
em estrogênio pela aromatase.
4. Quais são os estágios do desenvolvimento reprodutivo masculino? Descreva
os principais aspectos de cada um destes estágios.
Tanner e Marshall classificam a maturação sexual em cinco etapas, considerando
aspectos dos órgãos genitais e quantidade e distribuição dos pelos pubianos.
Desenvolvimento dos genitais:
I. G1: pênis, testículos e escroto de tamanho e proporções infantis;
II. G2: aumento inicial do volume testicular. A pele escrotal muda de textura e torna-se
avermelhada. Aumento mínimo do pênis;
III. G3: crescimento peniano, principalmente em comprimento. Maior crescimento dos
testículos e escroto;
IV. G4: continua o crescimento peniano e com maior desenvolvimento da glande. Maior
crescimento dos testículos e do escroto, cuja pele se torna mais pigmentada;
V. G5: desenvolvimento completo da genitália.
5. Quais são os principais tipos de anomalias masculinas? Explique os aspectos
fisiopatológicos de cada tipo de anomalia e cite pelo menos três exemplos de
cada.
► Hipogonadismo hipogonadotrófico: deficiência de GnRH, desnutrição e anorexia
nervosa e supressão de LH induzido por drogas. Ocorre em defeitos do hipotálamo e
da pituitária em evitar a estimulação gonadal normal. Associadas à diminuição das
concentrações de testosterona e gonadotrofina.
► Hipergonadismo hipogonadotrófico: defeitos cromossômicos como síndrome de
Klinefelter, agenesia testicular e doença tubular seminífera seletiva. Têm aumento nas
concentrações de LH e FSH e diminuição das concentrações de testosterona.
► Defeito n a ação dos androgênios: síndrome de insensibilidade androgênica
completa, síndrome de insensibilidade androgênica parcial e deficiência da
5alpha-redutase. A concentração circulante de testosterona é maior ou igual à de um
indivíduo saudável, enquanto as concentrações de LH estão aumentadas, além disso,
apresentam diminuição da conversão de testosterona para DHT.
6. Quais análises laboratoriais podem ser realizadas para avaliação laboratorial
de distúrbios reprodutivos masculinos?
Concentração de GnRH, concentração de SHBG, LH sérico, prolactina no soro (PRL) e
testosterona livre.
7. Faça um esquema representativo do controle endócrino e das alterações no
ovário e no endométrio durante o ciclo menstrual.
8. Comente sobre a biossíntese, transporte e metabolismo de estrógenos nas
mulheres normais.
Os estrogênios são derivados estruturais do hidrocarboneto e todos possuem um grupo
fenólico hidroxil que dá caráter ácido aos compostos. O hormônio é secretado pelos
folículos ováricos, corpo lúteo e durante a gravidez, pela placenta. Seu transporte é
realizado com a ligação às proteínas plasmáticas. Em relação ao metabolismo do
estrogênio, o E2 é convertido em E1 por oxidação reversível do grupo C-17
beta-hidroxil que podem formar estrogênio catecol e E2.
9. Sabendo-se que a progesterona, assim como os estrógenos é um hormônio
sexual feminino e em associação com os estrógenos, ela ajuda a regular órgão
acessórios durante o ciclo menstrual, comente sobre a biossíntese, transporte e
metabolismo desse hormônio.
A progesterona é biossintetizada a partir do acetato de colesterol através da
pregnenolona, tendo sua secreção lútea controlada pelos níveis de LH e FSH, sendo
encontrada no plasma ligada às globulinas ligadoras de corticosteróides e também na
sua forma livre. Quanto ao metabolismo, é reduzida e conjugada a metabólitos
classificados em: pregnanedionas, pregnanolonas e pregnanedióis.
10. Descreva os principais aspectos dos estágios do desenvolvimento
reprodutivo feminino.
I. Período fetal: falta de testosterona e hormônio antimülleriano resulta na formação do
aparelho reprodutor feminino. A atividade de gonadotrofina no útero é suprimida, pois
elevadas concentrações de estrogênios circulantes são derivadas da mãe.
II. Período pós-natal: quando a placenta se separa, as concentrações de esteróides
sexuais fetais caem abruptamente. O E2 no soro de neonatos diminui para
concentrações basais dentro de 5 a 7 dias após o nascimento e persiste nesta
concentração até a puberdade. Quando a ação do feedback negativo de esteróides é
removida, gonadotrofinas são liberadas. Picos pós-natal de LH e FSH são mensuráveis
para poucos meses após o nascimento, chegando a 2 a 5 meses e, em seguida, caindo
para concentrações basais. Durante a infância, concentrações de esteróides sexuais e
gonadotrofinas são relativamente baixas e semelhantes para ambos os sexos.
III. Puberdade: transição a partir de imaturidade sexual tem início a partir da
sensibilidade diminuída da glândula pituitária ou hipotálamo, ou ambos, ao feedback
negativo dos esteróides sexuais. Conforme se aproxima da puberdade, a secreção
noturna de gonadotrofinas ocorre. As concentrações paraLH, FSH e esteróides
gonadais sobem gradualmente ao longo de vários anos antes de se estabilizar em
concentrações adultas quando a maturidade sexual completa é alcançada. O aumento
da concentração de DHEA, DHEAS e androstenediona começa entre 6 a 7 anos de
idade. Este aumento das concentrações de androgênios adrenais dura até o final da
puberdade. A puberdade está associada a elevações na secreção de estrogênio pelos
ovários em resposta a concentrações de gonadotrofinas em resposta a GnRH.
IV. Ciclo menstrual normal: estreita coordenação de efeitos de feedback ocorre no
hipotálamo, lobo anterior da glândula pituitária e ovários. Além disso, as alterações
hormonais cíclicas e funcionais levam a mudanças estruturais nos ovários, útero, colo
do útero e vagina.
V. Menopausa: começa quando ovários não produzem quantidades adequadas de
estrógeno e inibina; como resultado, a produção de gonadotrofina é aumentada, em
uma tentativa de estimular o ovário. As alterações hormonais começam 5 anos antes
da menopausa, pois a resposta do ovário para gonadotrofinas começa a diminuir e os
ciclos menstruais tornam-se cada vez mais irregulares. Esta fase de transição dura de
2 a 8 anos e neste tempo, concentrações de FSH aumentam e diminuem as
concentrações de E2, enquanto as concentrações de LH e progesterona permanecem
inalteradas, indicando ciclo ovulatório e menstrual. Após a menopausa, o ovário
continua a produzir androgênios, particularmente testosterona e androstenediona,
como resultado do aumento da concentração de LH. Além disso, a glândula adrenal
continua secretando androgênios.
11. Explique o controle do ciclo menstrual destacando as funções específicas
dos hormônios envolvidos.
FSH é sintetizado na adeno=hipófise e estimula o crescimento e a maturação dos
folículos ovarianos, estimula a secreção de estrógenos, promove mudanças
endometriais características da primeira fase (fase proliferativa) do ciclo menstrual de
mamíferos e estimula a espermatogênese em machos. O LH também é sintetizado na
adeno-hipófise e age com o FSH promovendo a ovulação e a secreção de andrógenos
e progesterona. Ele inicia e mantém a segunda fase (secretória) dos ciclos estrais e
menstrual dos mamíferos. Em fêmeas, está relacionado com a formação do corpo lúteo
e, em machos, estimula o desenvolvimento e a atividade funcional da produção das
células de Leydig testiculares. O LH é também chamado de hormônio estimulante de
células intersticiais e lutrofina.
12. Comente a base fisiopatológica das seguintes anomalias reprodutivas
femininas:
a) Pseudo-hermafroditismo feminino: indivíduo do sexo feminino que apresenta
características fenotípicas em graus variados, do sexo masculino, derivadas de
deficiências enzimáticas que resultam na insuficiência ou excesso de androgênios.
b) Puberdade precoce: caracterizada como o desenvolvimento de características
sexuais secundárias em meninas menores de 8 anos de idade e meninos menores de
9 anos de idade, podendo ser dependente de GnRH, quando há ativação precoce do
eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, ou independente de GnRH, quando há secreção
de esteróides sexuais precoce cujas causas podem ser: hiperplasia adrenal congênita
(CAH), tumores na glândula adrenal, ovários e testículos que secretam androgênios ou
estrogênios.
c) Câncer de mama: Pode se desenvolver a partir da administração de estrogênio,
onde existem receptores citoplasmáticos de estrogênio em tumores. Quanto maior o
número de receptores de estrogênio no tumor, maior a taxa de resposta à terapia
endócrina e menor é a incidência de recidivas.
d) Menstruações irregulares e amenorreia: A amenorreia pode ser classificada em
primária, quando a mulher nunca menstruou, ou secundária, quando mulheres com
menstruação variável deixam de menstruar, sendo que suas causas podem se
sobrepor. Na amenorreia primária há incapacidade de estabelecer menstruação
periódica espontânea com idade de 16 anos, independentemente do desenvolvimento
ou não de características sexuais secundárias podendo ser causas: a síndrome de
Turner (45, X), a disgenesia gonadal pura (46, XX ou XY), ou a agenesia do ducto de
Muller. Já na secundária há ausência de menstruação periódica por pelo menos seis
meses em mulheres que já menstruaram e tem a gravidez descartada podendo ter
causas variadas como distúrbios uterinos, ovarianos, adrenais, das glândulas tireóide e
pituitária, além de distúrbios do hipotálamo e iatrogenia.
13. Quais análises laboratoriais podem ser realizadas para avaliação laboratorial
de distúrbios reprodutivos femininos?
Plasma
● Androgênios (testosterona, di-hidrotestosterona e androstenediona);
● Estrogênios totais e frações (betaestradiol, estriol e estrona);
● Gonadotrofinas hipofisárias (FSH e LH);
● Hormônios da tireoide (T3 e T4);
● Hormônios das suprarrenais (cortisol);
● Hormônios hipofisários (prolactina e somatotrofina);
● Progesterona.
Urina
● 17-corticosteroides e 17-hidroxiesteroides (metabólitos dos hormônios das
suprarrenais);
● Pregnanediol (metabólito da progesterona);
● Pregnanetriol (metabólito do androgênio).
14. A infertilidade é definida como a incapacidade de conceber após um ano de
relações desprotegidas (Bulun e Adashi, 2003; Williams et al., 2003). Estima-se
que 25 % dos casais experimentam um episódio de infertilidade durante sua vida
reprodutiva. Quanto à infertilidade responda:
a) Quais as principais causas de infertilidade masculina? Como pode ser feita a
avaliação laboratorial? Explique.
As principais causas são doenças endócrinas, espermatogênese anormal, motilidade
anormal ou psicossocial como diminuição da libido. A avaliação laboratorial deve ser
iniciada por avaliação do sêmen que deve ser acompanhada por avaliação dos
parâmetros endócrinos. A análise do sêmen inclui o volume ejaculado, pH, quantidade
de espermatozoides, motilidade, progressão e morfologia sendo sua análise feita
dentro de 1 hora após a coleta.
b) Quais as principais causas de infertilidade feminina? Como pode ser feita a
avaliação laboratorial? Explique.
A infertilidade feminina pode ser por fatores hormonais ou ovarianos como doenças
metabólicas, fatores associados as trompas, fatores cervicais, fatores uterinos, fatores
psicossociais e imunológicos. A avaliação laboratorial consiste na determinação das
concentrações de TSH, testosterona e prolactina além de alterações da tireoide visto
que todos esses fatores interferem na maturação e liberação do óvulo.

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