Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Objetivos do pro�ssional de gestão esportiva
Prof.ª Alicia Klein
Descrição
O escopo da atividade profissional em gestão esportiva.
Propósito
Conhecer as ferramentas e as habilidades profissionais, além das
características do mercado em que atuará, é importante para a
capacitação do gestor esportivo.
Objetivos
Módulo 1
Habilidades do gestor e ferramentas de
gestão no esporte
Identificar elementos fundamentais para atuação do profissional de
gestão esportiva.
Módulo 2
Equilíbrio da competitividade e relações
pro�ssionais
Analisar a competitividade e o equilíbrio esportivo na gestão
esportiva.
Introdução
Pense no futebol brasileiro de pouco tempo atrás. Seu time
venceu um clássico, e os jogadores serão premiados. Como isso
funcionava? Um dirigente amador do clube chegava ao vestiário
com um saco de dinheiro e dava uma premiação individual aos
jogadores. Essa ação ocorria em vários dos principais clubes do
futebol brasileiro até pelo menos o início dos anos 2000, no país
pentacampeão de futebol.
Esse dirigente amador, que busca atingir a vitória apenas com um
incentivo financeiro imediato, está sendo substituído por
profissionais de gestão esportiva, o que ajuda os clubes a se
desenvolverem e a explorarem melhor o mercado esportivo.
Vamos aprender um pouco sobre esse profissional.

1 - Habilidades do gestor e ferramentas de gestão no esporte
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car elementos fundamentais para atuação
do pro�ssional de gestão esportiva.
Habilidades do gestor esportivo
A paixão pelo esporte acontece desde cedo em muitas pessoas em
todo o mundo. Práticas esportivas que se iniciam na escola, muitas
vezes, tornam-se a paixão do jovem, que se identifica com uma
modalidade específica e começa a acompanhar mais a fundo a
realidade de cada um desses cenários. O profissional de gestão
esportiva também acompanha esses cenários; em sua prática, abraçar
desafios e correr riscos buscando o crescimento é a combinação
perfeita para uma carreira de sucesso.
Esse ramo engloba todo o aspecto empresarial de esportes e recreação,
com um campo vasto, de modo que quem trabalha na área pode atuar
em equipes profissionais, ligas nacionais e internacionais,
departamentos de eventos e empresas de marketing esportivo. Com
esse cargo, muitas responsabilidades pairam em cima dos especialistas
do setor, sendo a maior delas a criatividade, a inovação e o pulso firme.
A capacidade de pensamento analítico e as habilidades em
comunicação e conhecimento de negócios são alguns dos pontos mais
fortes desse profissional que apostou em uma indústria que vem
crescendo a cada ano. O Bureau of Labor Statistics (2022) dos Estados
Unidos prevê um aumento de cerca de 95 mil empregos para todas as
carreiras de entretenimento e esportes entre 2021 e 2031, o que
representa um crescimento de 22% pelo constante interesse em
esportes. E essa expansão pode significar oportunidades para
profissionais bem treinados e voltados para os negócios em todos os
níveis.
Comentário
O profissional que deseja trabalhar na área de gestão esportiva precisa
estar atento às ferramentas de análise de performance que podem
auxiliar a organização a crescer. A gestão de desempenho é um ponto
essencial para as empresas usarem quando se trata de medir o sucesso
e o crescimento real. Esse gerenciamento pode ser feito de várias
maneiras, incluindo desde o acompanhamento individual até a avaliação
da eficácia das estratégias para atingir as metas.
Antes das ferramentas, é importante, primeiramente, saber onde está
sendo investido o tempo para conseguir mensurar de forma real todas
as ações. Nas redes sociais, o crescimento das impressões é
fundamental para que a marca impacte cada vez mais pessoas, valorize-
se e aumente a base de potenciais torcedores. Com um perfil comercial
no Instagram, por exemplo, é possível rastrear dados para entender a
assertividade do conteúdo e, consequentemente, ter um melhor
desempenho.
Gestão de vitrine e gestão interna
Uma análise da Kepios (WE ARE SOCIAL, 2022), empresa consultora de
marketing, evidenciou que um número superior a 200 milhões de
pessoas começaram a usar as redes sociais em 2021. Isso representa
um aumento de 4%, se compararmos com 2020. A pesquisa mostra,
ainda, que 63% da população mundial tem acesso à internet. Portanto, é
fundamental utilizá-la de uma forma constante, sendo papel do gestor
esportivo ter essa visão dentro de sua alçada, entendendo que essa é,
atualmente, a melhor vitrine que a organização pode ter.
Essa vitrine não pode somente focar nas vendas, o que é um erro
comum em muitas organizações esportivas, que buscam apenas
“empurrar produtos” aos torcedores, sem buscar criar um vínculo maior,
baseando-se apenas no fanatismo deles. Os perfis precisam socializar e
interagir de uma forma original. Empresas fora do nicho esportivo, como
a Netflix, reagem a respostas autênticas do público e, de fato,
conversam e buscam se interessar de verdade por eles.
Comentário
Nos esportes americanos, é comum ver os perfis das ligas, como
National Football League (NFL), National Basketball Association (NBA) e
Major League Baseball (MLB), utilizando-se dessa estratégia. Entram em
trends do momento, comentam e interagem com publicações que
podem ter algum vínculo e, a partir disso, passam uma imagem
excelente tanto para quem já as conhece quanto para quem ainda vai se
interessar por, ao menos, visitar o perfil.
Deixar o público falando sozinho no primeiro contato que tem com você
é um erro que pode ser evitado e que, se corrigido, deve aumentar o
engajamento dessa parcela do público com a sua marca. As pessoas
estão nas plataformas para ver amigos, conteúdos engraçados e ficar
por dentro do que está acontecendo.
Vale lembrar que a sua organização não precisa ser onipresente,
estando em todas as redes sociais existentes. A não ser que sua equipe
de produção de conteúdo seja grande, com, ao menos, 10 pessoas, é
importante evitar abraçar tudo. O ideal, nesses casos, é estar em três
canais com publicações de qualidade.
Voltando às ferramentas, as métricas precisam fazer parte do dia a dia
da organização. As grandes ligas norte-americanas aprenderam isso
desde cedo. Não apenas curtidas ou comentários, que são as mais
rasas, mas sim, observar a quantidade de pessoas que entram no perfil,
quantas clicam no CTA de conversão, e se o nicho está sendo atacado
da forma desejada.
A base de torcedores e potenciais novos fãs da liga, time ou evento
esportivos precisa estar sempre sendo aquecida. Com isso, o
engajamento conquistado pode converter e gerar receita. Durante a
pandemia da covid-19, em 2021, as organizações viram o e-commerce
crescer a uma projeção que estava estipulada para os próximos 10
anos, segundo levantamento da McKinsey & Company (2021).
CTA
Chamada para o público tomar alguma ação. Recurso comum em sites, e-
mails e anúncios, que indica o que o usuário deve fazer.
Saiba mais
No Twitter, publicações com links para conversão têm surtido efeito
para as empresas. No Tiktok, a presença de marcas tem-se tornado
cada vez mais importante, e o público tem-se aproximado das grandes
ligas norte-americanas pelo conteúdo descontraído. No geral, compras
realizadas em redes sociais são mais frequentes entre a audiência
brasileira, em que 47% dos clientes utilizam as plataformas, enquanto,
no resto do mundo, o número se mantém em apenas 43% (IPSOS, 2021).
Segundo o blog Compre & Confie (2021), O comércio eletrônico, no
geral, foi ampliado para 56,8% em 2020. Ainda, quando comparado com
a América Latina, o nosso país teve um salto de 36,7%, pegando como
média as vendas de 2021.
Enquanto a gestão da vitrine exibida para o público é fundamental, a
gestão de desempenho interno da organização também é fator
importante. Vale lembrar que um dos objetivos da gestão esportiva é
conseguir ter um time interno engajado, comprometido e alinhado com
os objetivos comuns do planejamentoanual.
Atenção!
Feedbacks e alinhamento de expectativas são maneiras de funcionários
e gestores crescerem ao longo da trajetória dentro da organização.
Além disso, uma das melhores ferramentas de gerenciamento de
desempenho são as metas. Ter um programa que as define pode
aumentar a produtividade do coletivo e analisar o desempenho da
companhia, além de saber exatamente como cada elemento do time
está contribuindo para os resultados. Manter esse controle é parte
integrante da gestão esportiva, cujo objetivo não é apontar falhas, mas
sim melhorar as fraquezas e desenvolver os pontos fortes. Portanto,
saber como gerir pessoas é um desafio constante que precisa ser
trabalhado todos os dias para se chegar ao objetivo desejado e ter a
confiança de todo um time.
Muitas das organizações esportivas, no mundo, que acertam no
gerenciamento e desempenho de pessoas aumentam a competitividade
no mercado. Mas esse é um processo lento. Por isso, é importante que
gestores sigam monitorando métricas e se envolvam regularmente com
suas equipes para discutir o progresso das metas.
Outro erro interno de algumas organizações que deve ser evitado por
um gestor esportivo é a falta de transparência. Os funcionários
precisam acreditar que as metas os incentivam a atingir um objetivo
profissional dentro da empresa. Por isso, criar essa confiança entre
gestor e funcionário é um trabalho constante, visto que a ligação entre o
esforço individual e os objetivos da empresa pode ser obscura ou se
diluir à medida que as métricas e metas se tornam distantes.
Fidelização
Para conseguir fidelizar os torcedores e fazer com que eles se sintam
ainda mais interessados por sua organização, é preciso conectar-se
constantemente com o seu público. Compreendê-los pode ajudar,
inclusive, a entender melhor quais são as principais queixas no fluxo da
empresa e, com isso, melhorar o funil de conversão de saída de
produtos, ingressos e outros ativos.
Entidades como a NFL e NBA estão, frequentemente, realizando esse
trabalho de conexão. São constantes ativações com o público,
comerciais em televisão aberta, vídeos que emocionam os torcedores,
além de uma constância de publicações acima da média em redes
sociais no geral (incluindo Youtube, que conta com programas
exclusivos). Para essas organizações, quanto mais o público estiver
imerso em seu conteúdo, melhor.
Comentário
Tudo isso é feito de uma forma brilhante pelas ligas dos Estados Unidos,
porque eles entenderam, exatamente, quem é o público que consome as
modalidades. Um ponto válido para eventos esportivos é buscar
pesquisar e compreender quem é, de fato, o nicho. Sabendo disso, a
possibilidade de alcance e conversão se torna muito maior. Se você não
entender seu público-alvo, não saberá qual a melhor mídia para alcançá-
lo. Além disso, você não pode personalizar suas mensagens e conteúdo
para se conectar com eles de forma eficaz. Vender para todos equivale a
vender para ninguém.
À medida que você entende seu público, o nicho vai-se moldando de
uma forma mais clara para as organizações. Nesse contexto, o que tem
início como um mercado mais amplo muda para um segmento de
público mais interessado pelo que você tem a oferecer. Tudo isso sem
deixar de atingir novos públicos para que a base não só da sua empresa
esportiva mas também a da modalidade siga crescendo.
Por um lado, entender seu público permite segmentá-lo e otimizar o
tempo investido; por outro, encontrar seu nicho permite que você
aproveite esse tempo e descubra novas oportunidades no mercado
escolhido. Para desenvolver ainda mais, pesquisas de satisfação com o
público podem fornecer informações adicionais valiosas, mostrando o
que vem dando certo e o que realmente não tem sido efetivo no seu
negócio.
Saber como atacar a base de torcedores de uma forma que eles sejam
constantemente engajados e fiéis à marca leva um tempo e pesquisa.
Mas isso deve auxiliar sua organização esportiva a traçar uma melhor
estratégia de SEO, vendas e marketing.
Inovação como ferramenta de gestão
As estratégias das organizações esportivas precisam sempre mirar,
também, nas inovações e tendências. E essas novidades não precisam
ser, basicamente, “reinventar a roda”. Mas introduzir novos processos,
serviços ou produtos que afetem de uma maneira positiva o negócio
esportivo. Isso pode incluir melhorar os métodos ou práticas existentes
ou, até mesmo, começar do zero. É preciso ter como um dos objetivos
revigorar um negócio, criando novo valor e impulsionando o crescimento
e a produtividade.
A inovação na organização esportiva é importante para aumentar o
valor. Ao buscar que o seu negócio prospere, é crucial estar
continuamente inovando e melhorando. Com esse ponto bem-sucedido,
é possível, até mesmo, encontrar novas oportunidades de receita,
otimizar os canais existentes e gerar maiores lucros, o que, no setor
esportivo, dá também uma maior notoriedade em cima dos adversários.
Toda a nova tecnologia continua a impulsionar a
inovação no setor esportivo. Seja buscando oferecer
experiências aprimoradas para seus fãs, ou
aproveitando essas novidades para obter vantagem em
cima da concorrência. Mas uma coisa é certa, a
inovação está-se tornando comum na indústria do
esporte.
Durante a pandemia da covid-19, a NBA buscou inovar para que não
ficasse parada e, consequentemente, perdesse dinheiro de anunciantes
e transmissões. Eles reiniciaram a temporada no Entertainment and
Sports Programming Network (ESPN) Wide World of Sports Complex,
perto de Orlando, e a Women's National Basketball Association (WNBA)
deu início à temporada de 2020 na IMG Academy, em Bradenton, Flórida.
Eles foram a primeira grande liga esportiva dos Estados Unidos a ter
coragem de buscar uma alternativa para voltar à atividade, e isso fez
com que a atenção fosse totalmente para o principal torneio de
basquete do mundo.
Para isso, a liga trabalhou para criar uma experiência imersiva aos
torcedores, com telões nos ginásios vazios, ao redor da quadra onde os
jogos eram disputados, em que mais de 300 torcedores em tempo real
poderiam aparecer ao vivo enquanto a partida estava acontecendo,
aparecendo, no caso, para quem de fato estava no ginásio da NBA. Isso
permitia que eles acompanhassem o jogo por mais de 30 câmeras
diferentes, causando impacto visual nas transmissões das partidas e,
claro, torcendo muito e mandando energia positiva aos jogadores,
mesmo de longe.
Saiba mais
Também foram criadas opções de visualização personalizadas no “NBA
League Pass” e “NBA TV”, incluindo feeds alternativos, em diferentes
idiomas, com gráficos aprimorados, opções de jogos e influenciadores
comentando o jogo.
Ainda na NBA, o Golden State Warriors também buscou inovar. No caso
da franquia da Califórnia, foi com realidade virtual. Foram eles que se
envolveram no primeiro jogo da liga com transmissão ao vivo em VR.
Eles também foram uma das primeiras equipes a experimentar o Google
Glass, ferramenta que, embora não tenha durado, permitia que os fãs
vissem as estatísticas dos jogadores por meio dos óculos do Google,
dentro de casa ou ao vivo nos ginásios.
O Sacramento Kings, também equipe da NBA, trouxe, como novidade à
liga, ingressos que pudessem ser comprados por bitcoin. Saindo do
basquete e indo ao futebol internacional, o Bayern de Munique trouxe,
em 2017, totens em tamanho real nos quais os torcedores poderiam
tirar fotos com seus ídolos no futebol. A prática foi replicada por
diversos times da NFL, dentro dos estádios, prática que se tornou uma
febre e é amplamente utilizada até hoje.
No Levi’s Stadium do San Francisco 49ers, a equipe californiana
espalhou diversos localizadores dentro da arena para que os torcedores
pudessem localizar amigos, identificar as saídas de estacionamento
mais próximas ao sair do estádio e, até mesmo, receber cachorros-
quentes em seus próprios assentos. Tudo isso para enriquecer a
experiência do cliente.
O Philadelphia 76ers criou um laboratório deinovação, implementado na
equipe de forma pioneira nos Estados Unidos, em 2016. O laboratório
administra uma incubadora que busca startups na interseção de
produtos de consumo e esportes. As startups selecionadas passam por
um programa de seis meses com o vencedor do projeto, recebendo
patrocínio do time, incluindo uma consultoria contínua. A franquia
passou, ainda, a investir em eSports, sendo os primeiros a adquirir
franquias de esportes eletrônicos (Dignitas e Team Apex).
A equipe também formou uma parceria com Amazon Prime Now,
vigente nos Estados Unidos, que permite que os seus torcedores
recebam tudo o que for necessário durante o dia do jogo, dentro de uma
hora, entregue diretamente no local desejado. Seja na casa do fã ou, até
mesmo, na porta do estádio.
Comentário
O Atlanta Hawks foi além e investiu diretamente na nova geração de
torcedores, fazendo parceria com o aplicativo de namoro Tinder em
determinadas datas de partidas – uma alternativa de tentar atrair mais
jovens às arenas, criando uma proximidade maior com o time. Isso sem
falar que a franquia também trabalhou junto à Emory Healthcare para
desenvolver uma instalação com um centro de medicina esportiva,
combinando tecnologia para melhor tratar os jogadores, incluindo o uso
da tecnologia de captura de movimento 3D.
Todas essas ações das franquias norte-americanas mostram o quão
constante é a preocupação das equipes em buscar não apenas
despontar na frente dos concorrentes e adversários. Mas, também, em
melhorar a experiência dos torcedores com as organizações,
aproximando ambas as partes.
Há mais de uma maneira de inovar, e organizações de diferentes
tamanhos devem traçar objetivos para embarcar nesse processo,
podendo começar em uma reavaliação de maneiras pelas quais a
organização gera receita, por exemplo. Caso o aumento dos lucros seja
o principal impulsionador da inovação, a reavaliação de produtos e
serviços oferecidos também pode entrar na mira para tentar maximizar
os lucros. A inovação não precisa ser radical, mas deve ser um processo
constante.
É importante não ter medo de arriscar em ações que
possam contribuir para, quem sabe, desenvolver ainda
mais o seu negócio. Mas o fundamental é estar
sempre analisando as métricas para que as decisões
sejam ainda mais assertivas e baseadas em dados.
Atualmente, existem até mesmo empresas que vendem serviços de
análises de dados, com a intenção de aumentar a assertividade das
organizações. Mostram insights em tempo real e dicas de em qual
direção remar para que a equipe interna tenha, também, seu tempo
otimizado. E isso leva ao benefício de estar à frente dos concorrentes
em alguns momentos.
Essa concorrência de forma saudável é fundamental para o avanço da
sua empresa, sendo papel do gestor esportivo conseguir criar
alternativas para se destacar no mercado em que está inserido, além de
monitorar, constantemente, os movimentos dos adversários para que a
própria organização não pare no tempo.
Gestão estratégica da concorrência
Uma empresa esportiva, para ter sucesso, precisa encontrar maneiras
de ficar um passo à frente da concorrência, e não há uma resposta
simples para conseguir atingir esse objetivo. Essa disputa existe em
todos os setores, e franquias mais inteligentes conseguem anular o
efeito dos concorrentes para aumentar a participação de mercado.
Outras acham que os adversários não estão próximos ao seu próprio
patamar e, muitas vezes, desconsideram alguns concorrentes que estão
até no mesmo nicho, o que é um erro.
Para conseguir manter-se em constante evolução, o gestor esportivo
precisa encontrar e resolver os pontos mais problemáticos da base de
fãs. Isso porque uma maneira possível de vencer a concorrência, no
âmbito do mercado, é atender às necessidades do público-alvo melhor
do que os demais. Busque fazer perguntas abertas para descobrir
exatamente o que seus fãs desejam ao usar seus produtos ou serviços.
Isso vale muito para administradores de ligas e eventos esportivos.
Comentário
Muitas vezes, um gestor pode acreditar que uma competição que não é
da própria modalidade não é seu concorrente direto, mas ela também é.
Um torneio de vôlei, mesmo que indiretamente, é concorrente de uma
liga de basquete. No Brasil, o consumidor escolhe muito
minuciosamente investir o próprio dinheiro em um produto ou
comparecimento às partidas. As modalidades esportivas também
enfrentam uma disputa por patrocinadores e pela atenção do fã. Você
não compete somente dentro da própria modalidade. Ainda mais
quando não estamos falando de futebol comum. Aí sim a atenção do
público é disputada, para que este acompanhe uma segunda
modalidade.
Algumas perguntas ajudam a identificar pontos problemáticos que
podem ser eficazes para fazer com que a experiência do público seja
ainda melhor e mais imersiva. Dentre elas, podem estar
questionamentos sobre qual é o maior obstáculo no crescimento da
organização, qual o maior desafio pessoal do próprio gestor ou gestora,
quais as principais metas quanto ao crescimento da instituição, no que
o tempo está sendo mais gasto e quais seriam os motivos de a franquia
não vender ainda mais. Esses questionamentos podem ser realizados
internamente e podem colocar uma lupa nos principais problemas que
atrapalham o crescimento exponencial do time ou liga.
O domínio em campo pelos New York Yankees, no beisebol, durante a
década de 1920, levou a problemas de público em diversos times da
Major League Baseball (MLB). Os fãs se cansaram de partidas
desequilibradas e quase predeterminadas, nas quais o vencedor já era
quase certo. O público já previa os resultados vitoriosos para o time de
Nova York, com grande desequilíbrio.
Em 1964, o economista Walter Neale entendeu a importância da
competitividade esportiva fora dos campos ou quadras ao notar a
economia do esporte profissional. O trabalho de Neale apontou que,
enquanto outras empresas podem buscar menos concorrência nos
setores em que operam, como a Coca-Cola, desejando que a Pepsi
desapareça, no beisebol e nas ligas norte-americanas no geral, os times
se beneficiam quando os concorrentes são mais ativos. Por exemplo,
uma franquia X se beneficia financeiramente quando a Y tem uma alta
qualidade e tem um trabalho ativo e constante para cativar torcedores
fora dos gramados. Assim, a natureza da competição foi infundida com
a necessidade de cooperação, o que tem sido o núcleo do argumento de
que as equipes da MLB constituem uma joint venture ou talvez até uma
única entidade econômica.
Comentário
É fundamental, para um torneio, que a competitividade seja amplamente
estimulada fora dos campos entre as franquias. Isso auxilia no valor de
marca de maneira significativa. Os fãs de futebol americano podem
preferir ter os melhores atletas concentrados em uma única competição,
em vez de espalhados por várias ligas concorrentes, por exemplo. Além
disso, os custos de uma dissipação entre outros pontos de atenção,
caso fossem paralelos à NFL, seriam maiores para o torcedor, no fim
das contas. A experiência comum une os torcedores do mesmo time,
barateando os custos e aumentando a visibilidade em cada uma das
franquias.
Tamanha competitividade fora dos campos é vista constantemente na
National Football League. Nas redes sociais, os times se provocam de
forma saudável. Para anunciar o calendário de jogos, por exemplo, cada
time divulga o seu próprio de uma forma criativa – o que já virou
tradição na NFL –, e as franquias buscam maneiras inteligentes de
alfinetar as demais equipes.
Em 2022, o Los Angeles Chargers deu aula nesse quesito. Divulgaram
uma animação, no estilo desenho japonês, em que anunciavam cada um
dos 17 jogos da temporada regular. Nele, era possível ver críticas mais
leves e, até mesmo, algumas mais duras, contra os adversários. Todas
pensando em fazer o próprio torcedor se divertir e, claro, estimular a
competitividade.
Comentário
Quando anunciaram a partida contra o Jacksonville Jaguars,a
animação mostrava, de forma rápida e sutil, o ex-head coach da equipe
sentado em uma boate, tomando uma bebida ao lado de uma mulher:
uma alusão ao caso ocorrido na temporada de 2021, em que o treinador
foi visto, após uma derrota da franquia, “curtindo” em um clube noturno
da cidade, com uma mulher apoiada em sua perna direita. O fato teve
repercussão nacional nos Estados Unidos não apenas pelo fato de ser
após uma dura derrota, mas também porque ele era casado.
Mais um exemplo ocorreu quando, ao mostrarem o duelo contra o
Cleveland Browns, colocaram uma imagem de um arco-íris, com um
cenário de uma paisagem, e os dizeres “redigido a conselho dos nossos
advogados”. O motivo? A contratação recente do time de Ohio, o
Quarterback DeShaun Watson, que voltou à NFL após um ano, logo
depois de ter sido acusado por 22 mulheres de assédio sexual. Os
chargers conseguiram fazer piada até mesmo disso, de forma cautelosa
e sutil, o que estimulou ainda mais a concorrência fora dos gramados –
e levou a internet à loucura.
As equipes, antes dos jogos, estão sempre realizando montagens com
os animais que representam a cultura do adversário ou, até mesmo, os
mascotes. E caso este time que provocou perca, acaba recebendo uma
resposta tão “arisca” quanto a provocação que realizou. Essa cultura
competitiva é levada de maneira leve tanto pelos clubes quanto pelos
torcedores, que assistem aos jogos sem divisão nos estádios, sentando
adversários lado a lado.
Além disso, pode-se argumentar que, sobre instituições como a NFL, à
medida que o tamanho da base de fãs cresce, há mais oportunidades
para conversas baseadas em esportes, e o aumento da participação,
geralmente, aumenta a emoção de determinado jogo.
Esses fatores ajudam a explicar porque existe uma única liga de futebol
profissional nos Estados Unidos e porque os rivais não tiveram nenhum
sucesso ao buscar derrubar a National Football League de sua posição
de domínio. De fato, o rápido declínio nas classificações televisivas do
rival mais recente da principal disputa de futebol americano do mundo, a
XFL, pode mostrar o quão difícil pode ser para uma segunda
organização tornar-se popular nesse ou em outro grande esporte,
mesmo com o apoio de uma grande rede de televisão.
As competições esportivas também produzem um
produto de custo fixo muito alto e baixa entrada de
capital no início, quase que atuando de maneira
independente, mesmo que com alguns patrocinadores.
Isso pode aumentar a tendência para uma marca do
esporte em particular. Por exemplo, há um grande
torneio profissional de beisebol, a MLB. Não mais de
um. Uma vez que uma liga é criada e uma temporada
de jogos competitivos está em andamento, o custo de
vender um assento extra ou de ter mais um torcedor
como espectador é barato.
Na medida em que a NFL e outras competições esportivas têm uma
vantagem de pioneirismo impulsionada pelos fãs, os consumidores
podem ficar propensos a exigir apenas uma liga, a não ser que a
novidade venha com mais vantagens e despertando ainda mais o fator
de interesse do público. Isto é, pegando o modelo de negócio que já
existe e funciona, adaptando-o para a sua organização de forma
melhorada e mostrando isso para o público não ter dúvidas de quem
escolher, com o tempo.
Competências essenciais para um
gestor esportivo
Confira agora alguns aspectos sobre este assunto.

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Considerando as habilidades dos gestores esportivos, analise as
afirmativas seguintes.
I – A capacidade de pensamento analítico e as habilidades em
comunicação e conhecimento de negócios são alguns dos pontos
mais fortes do gestor esportivo.
II – A demanda por pensamento analítico, habilidades em
comunicação e conhecimento de negócios dos gestores esportivos
é gerada pela crise na indústria esportiva.
Agora, marque a opção correta.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Pensamento analítico, habilidades em comunicação e
conhecimento de negócios realmente representam pontos bastante
fortes dos gestores esportivos. Mas não é verdadeiro que tais
A Afirmativa I é verdadeira; II é falsa.
B Afirmativa II é verdadeira; I é falsa.
C Afirmativas I e II são falsas.
D
Afirmativas I e II são verdadeiras, e a II não é
justificativa da I.
E
Afirmativas I e II são verdadeiras, e a II é justificativa
da I.
habilidades são necessárias, porque há crise na indústria esportiva.
Na verdade, a indústria esportiva está em expansão.
Questão 2
A inovação é uma importante ferramenta para a gestão esportiva.
Considerando o uso das novas tecnologias para a inovação no setor
esportivo, assinale a alternativa correta.
Parabéns! A alternativa E está correta.
O setor esportivo apresenta práticas de gestão bastante maduras e
consegue utilizar as novas tecnologias para impulsionar suas
práticas de inovação, que está se tornando comum na indústria do
esporte.
A
As novas tecnologias não estão conseguindo
impulsionar o setor esportivo, porque a inovação
tem-se tornado comum na indústria do esporte.
B
O setor esportivo não tem capacidade de absorver
as novas tecnologias.
C
Embora o setor esportivo consiga absorver as novas
tecnologias, elas não impulsionam a inovação no
setor.
D
O setor esportivo consegue absorver todas as novas
tecnologias, mas, mesmo assim, há muitas que não
impulsionam a inovação no setor esportivo.
E
A inovação é uma prática recente no setor esportivo,
por isso sempre é alavancada pelas novas
tecnologias.
2 - Equilíbrio da competitividade e relações pro�ssionais
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar a competitividade e o equilíbrio esportivo
na gestão esportiva.
Equilíbrio competitivo
Dentro das ligas norte-americanas, a competitividade é quase uma lei.
Todas elas desenvolveram inúmeras regras para aumentar o equilíbrio
competitivo, por exemplo, tetos salariais para os jogadores (cada equipe
tem um valor máximo de gasto de salário, que deve ser dividido entre os
atletas, da forma como bem entenderem, mas nunca ultrapassando o
valor total), compartilhamento de receita, escolha de jogadores que
chegam das universidades, transferências sem dinheiro e utilizando
escolhas de Draft, cláusulas de reserva e free agency (quando um atleta
tem seu contrato expirado e pode assinar com qualquer time, sem custo
algum).
As ligas norte-americanas entenderam, com base em experiências que
tiveram, que de nada adianta você ter um time feroz e totalmente
avassalador se os seus adversários não acompanham. Placares
elásticos e que não demonstram competitividade, como acontece em
algumas modalidades no Brasil (vide futebol americano nacional),
acabam deixando a base de fãs desanimada em alguns casos e sem
interesse pelo produto final, o que é péssimo não só para o time mas
também para os investidores. Os patrocinadores querem números finais
de impacto, como de audiência, e, se não tiver um setor competitivo,
eles podem entrar em declínio rapidamente.
Exemplo
Na NFL os salários dos jogadores representam mais de 50% dos custos
operacionais totais de uma franquia. Esse teto salarial é reajustado a
cada temporada, em função da receita média esperada da liga para o
próximo ano. As regras desse limite tentam impor uma restrição aos
salários totais dos jogadores de cada equipe a, aproximadamente, 63%
da receita bruta definida, mas não podem ficar abaixo de 50%.
Tal limite salarial é, geralmente, considerado o método mais eficaz para
manter ou melhorar o equilíbrio competitivo, porque força as equipes a
gastarem quantias semelhantes nas folhas de pagamento dos
jogadores. Com isso, fica estabelecido um salário médio para os
jogadores, o que não acontece no futebol, por exemplo, em que é mais
possível ver a ausência de fair play financeiro, ou seja, de times com
orçamentos de magnitude semelhante.
Isso sem falar na participação dos lucros. Em 1962, quando o primeiro
contrato de televisão da NFL foi negociado, a divisãode receita foi
promulgada. Embora o compartilhamento dessa informação impeça que
as equipes que geram uma receita menor se tornem insolventes,
também pode causar um problema, pois uma instituição pode aumentar
os lucros ao colocar em campo jogadores relativamente menos
talentosos para manter os custos baixos, enquanto obtém grandes
lucros ao compartilhar receitas com o restante do staff. Muito do valor
de uma organização esportiva vem de ser um membro da liga, não
apenas de uma parte competitiva, e de prezar pela organização, que é
soberana quanto às maiores decisões.
Essa participação dos lucros pode, em primeiro lugar,
impactar no compartilhamento de receita, diminuindo o
salário pago aos jogadores, caso reduzam o incentivo
para dar contratos muito valiosos a jogadores mais
talentosos, uma vez que parte do retorno financeiro
desse jogador será compartilhado com a liga. Além
disso, o efeito que a partilha de receitas tem no
equilíbrio competitivo segue em constante debate.
A noção popular é que equipes de pequeno mercado usarão o excesso
de receita líquida que recebem de times de grande mercado, por meio
da mídia nacional e contratos de licenciamento, agregados ao
compartilhamento de presença de público, para melhorar a qualidade de
sua companhia, aumentando o equilíbrio competitivo. No Chicago Bulls,
a justificativa da NBA para a restrição das transmissões foi a
necessidade de manter o equilíbrio competitivo, visto que a franquia
estava explodindo na base de fãs, nos anos 1990, devido à época
histórica com Michael Jordan, que impacta na venda de camisas
mundialmente até hoje.
Observações recentes do ex-senador George Mitchell e George Will,
parte da assessoria de economia contratada pela MLB para investigar
soluções para problemas de negócios no beisebol, apontaram que times
das ligas menores da modalidade podem estar trazendo sua divisão de
receita para o resultado final, em vez de gastá-la na melhoria dos
talentos da equipe, visando, principalmente, aumentar o investimento
em geral e ajudando a ter uma competitividade interessante para
aumentar o acompanhamento pelo público.
Comentário
Os lucros podem aumentar com o compartilhamento de receita se
houver um declínio nos custos do que é pago aos jogadores. Esse
investimento no produto em si, em vez de gastar toneladas de dólares
com os atletas, é vista com bons olhos nas principais competições dos
Estados Unidos, por mais que ainda sejam investidos milhões nos
contratos dos principais atletas profissionais.
Possibilidades de captação de receita
Além disso, as regras de divisão de receita e teto salarial criam
incentivos para os gestores gerarem receita de outras fontes, como
entrada de capital devido a estádios lotados, redes sociais,
merchandising diferenciado, ações com os torcedores, NFTs (token não
fungível), e outros quesitos que podem contribuir na experiência final
dos fãs. Com isso, pode-se investir, inclusive, em melhorias no estádio
porque se consegue prever o retorno desse investimento.
Uma das maneiras mais inteligentes de vencer a concorrência é oferecer
preços mais acessíveis. Para determinar o valor ideal, você precisa de
uma imagem clara da quantia a ser paga pelos produtos ou serviços de
sua concorrência. Pesquisar os valores dos adversários determina se o
que você está oferecendo agrega mais para a mesa e, portanto, deve ter
uma cifra mais alta. No caso das ligas norte-americanas, muitos
produtos de merchandising têm quantias tabeladas. Mas para outros,
como experiências, por exemplo, é possível que as franquias
determinem o que de fato é o melhor para a organização e para os fãs.
Atenção!
A melhor estratégia de preços, contudo, nem sempre é reduzi-los. Como
o mercado é segmentado por torcedores de nível econômico inferior,
médio e superior, você precisa descobrir qual é o grupo majoritário do
seu público e entender a melhor maneira de impactá-lo.
Programas esportivos custam dinheiro para manter a operação. Entre os
custos de viajar para torneios e compra de uniformes e equipamentos,
as despesas podem aumentar muito rapidamente. Um dos objetivos do
gestor esportivo é conseguir manter a saúde financeira da organização,
mesmo que o orçamento esteja apertado. Ou, então, buscar reestruturar
legados ruins deixados por gestões anteriores; é exatamente nesse
ponto que entra a captação de recursos.
Buscar alternativas nessa captação eficaz é uma habilidade inestimável
que pode realmente ajudar a organização esportiva a saltar para outro
patamar. É importante para a instituição começar pelas empresas locais
que podem auxiliar de alguma forma. Esse auxílio não precisa ser
somente dinheiro.
Bons gestores esportivos, estando ou não em grandes organizações,
devem saber tirar proveito de cada boa oportunidade. E no caso de
apoios de empresas locais, o dinheiro não é a única forma. É possível
trabalhar com o modelo de permutas, cada vez mais usual, mas de uma
forma que realmente faça sentido para a marca apoiadora.
Não basta apenas colocar o logo da empresa em redes sociais,
estampas de uniformes ou banners. Essa forma de presença de marca é
importante, mas não para marcas menores que, assim como sua
organização, buscam notoriedade – e às vezes o mercado delas acaba
sendo ainda mais difícil e competitivo. Mas sim, é importante ajudar
esse apoiador a gerar leads que possam ser transformados em
conversões.
A promoção de eventos esportivos com a presença desses parceiros é
uma boa alternativa para que o próprio público interaja com as marcas e
disponibilize seus dados (até porque a transferência deles acaba
conflitando com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPD), e,
assim, por conta própria, sintam-se fazendo cada vez mais parte tanto
da sua organização quanto, consequentemente, das marcas. Além
disso, promoções, sorteios e, até mesmo, branded content (cada vez
mais em alta) são opções de inserir os patrocinadores de uma forma
que o retorno seja maior. Um retorno mais eficaz, com as entregas
cumpridas no prazo, permite que os apoiadores entendam o quão
vantajoso é estar ao lado do seu negócio, investindo cada vez mais.
Branded content
Criação de conteúdo que está diretamente relacionado ao universo de uma
marca.
Comentário
Isso sem falar na possibilidade de captação de receita por meio de
experiências com os torcedores. Nas ligas norte-americanas, é comum
ver diversos “camps” em que crianças e adolescentes pagam um valor
para ter aulas ou um dia de treinamento diretamente com os jogadores
profissionais. Além disso, muitas franquias da NFL fecham anunciantes
para eventos esporádicos, como meet & greet com atletas e dias de
atividades dentro dos estádios, sem falar nos tours que seguem,
constantemente, gerando receitas para as equipes.
Meet & greet
Evento em que uma pessoa famosa (o atleta) conhece e tira fotos com
seus fãs.
Esse crescimento financeiro das ligas norte-americanas são exemplos
no mundo inteiro, e as ações de captação são replicadas pelas
principais equipes das mais diversas modalidades no planeta. O valor
médio de um time da NFL subiu para 4,47 bilhões de dólares em 2022,
um aumento de 28% em relação a 2021, sendo o maior deles, o Dallas
Cowboys, avaliado em 8 bilhões, o time mais valioso do mundo. Ou seja,
quem não quer utilizar as franquias esportivas dos Estados Unidos
como exemplo? É o melhor guia a ser seguido.
Relações pro�ssionais na gestão
esportiva
Embora a NFL seja o torneio de maior bilheteria do mundo, a
organização, continuamente, faz movimentos para angariar outros tipos
de receita e atingir a meta ambiciosa do comissário Roger Goodell, de
25 bilhões de dólares em faturamento até 2027. Isso é possível com
cada vez mais empresários interessados em investir na liga que só
cresce a cada ano, tanto nos Estados Unidos, quanto fora do país.
Tal relacionamento com o empresariado é essencial para conseguir não
apenas mais patrocínios, mas também para ampliar os horizontes do
negócio.Muitas dessas relações auxiliam gestores esportivos em todo
o mundo no que diz respeito à visão de negócio, tendo, até mesmo,
alguns que auxiliam como mentores, o que é algo essencial na indústria.
Ninguém faz nada sozinho.
Realizar networking é um profundo conjunto de
experiência e conhecimento. Um bom gestor esportivo
busca se conectar com pessoas de diferentes áreas,
pelo fato de poder aprender ainda mais. O aprendizado
constante só agrega, tanto para o profissional quanto
para a organização.
Pessoas conhecidas por meio de networking podem aumentar as
perspectivas sobre os projetos, dar conselhos quando você estiver em
momentos de baixa ou, até mesmo, orientá-lo de uma forma mais
eficaz. Embora a discussão direta de projetos faça parte da equipe
interna, é interessante compartilhar práticas ou desafios, pois o
profissional ao lado pode contribuir com a própria experiência ou, até
mesmo, com soluções mais diretas.
Participar de eventos ajuda a construir uma posição no campo de
trabalho. Mesmo que se expor possa ser assustador no começo,
compartilhar sua própria experiência e conhecimento, bem como
desenvolver opiniões e conhecer mais pessoas, vai se tornando mais
natural à medida que você pratica. Isso não apenas construirá sua
marca profissional como gestor, mas também o tornará mais
autoconfiante na organização. Falar, compartilhar conhecimento e
orientar as pessoas com confiança são habilidades necessárias para
posições de liderança de equipe, constituindo uma vantagem se você
quiser evoluir sua carreira. Conseguir captar parcerias por meio de um
trabalho constante de networking é essencial para o desenvolvimento
da organização.
Comentário
Além disso, existem os profissionais que ainda buscam oportunidades.
Empregos no setor esportivo estão em grande demanda, e você terá que
competir com outros candidatos com um perfil semelhante ao seu.
Especialmente para marcas bem estabelecidas, como Adidas, Nike e
Vans, pode haver centenas de outras pessoas que se candidatam a uma
posição. Assim, mesmo que você seja o melhor candidato, nos poucos
minutos que um gerente tem para avaliar seu currículo, sua inscrição
pode ser ignorada. Nesse contexto, uma rede bem construída pode
fornecer uma segunda olhada e um momento mais longo de
consideração por meio de recomendação.
Além de encontrar conexões em seu ambiente pessoal, a internet não
para de criar formas de nos conectar com as pessoas. Especialmente
para a rede profissional, plataformas sociais como o LinkedIn têm como
principal objetivo conectar profissionais. Pode parecer um pouco
estranho usar as mídias sociais para entrar em contato com pessoas
que você não conhece, mas isso tem-se tornado cada vez mais usual.
Dica
Uma abundância de conferências a cada ano também são uma
oportunidade de conhecer as pessoas que têm o poder de tomar
decisões. Porém, ao buscar fazer networking nesses eventos, é
importante entender as empresas com as quais você vai conversar e se
mostrar interessante a ponto de a outra parte conseguir ver o quanto a
sua organização pode contribuir e ser útil a ela também.
Por isso, mais do que criar conexões, é importante entender quem são
os parceiros ideais para a sua organização. Um bom gestor esportivo
cria um dashboard com uma gama de empresas que deseja ter como
parceiras. O trabalho operacional de conversar com cada uma delas é
algo que precisa de disciplina, mas traz resultados eficazes para cada
um dos profissionais que se atentam à busca de novos horizontes para
a empresa esportiva.
Esses novos horizontes da organização esportiva caminham juntos com
a expansão de toda uma modalidade, até porque, quanto mais a base de
fãs cresce, maior é o potencial de receita. Um exemplo disso é a NFL,
que foi criada para oferecer uma saída profissional para jogadores
universitários que eram excepcionais em sua posição. Dentro de
algumas décadas, a liga ganhou um irmão internacional com a
introdução da Canadian Football League, a CFL, em 1958.
As duas competições se diferem quanto às regras e ao layout do jogo, já
que o campo regulamentar da modalidade dos Estados Unidos é de 100
jardas, com marcadores de cinco jardas e um marcador de 50 jardas
para dividir o campo ao meio; os postes do field goal são colocados na
parte de trás da endzone, as duas extremidades do campo com 10
jardas de largura cada.
Cashboard
Um painel visual que apresenta, de maneira resumida, um conjunto de
informações: indicadores e suas métricas.
Comentário
Na CFL, por sua vez, o campo tem 110 jardas de largura, excluindo as
endzones, com dois marcadores de 50 jardas, uma linha de 55 jardas
dividindo o campo ao meio e outros detalhes que buscam diferenciar a
mesma modalidade. Essa expansão norte-americana tem, ainda como
dominante, a National Football League. A NFL, sabendo de sua
influência não apenas nos Estados Unidos, mas globalmente, entendeu
que a expansão era o melhor caminho para aumentar a base de
torcedores e, consequentemente, a receita total da liga.
O basquete foi outro esporte que começou com raízes americanas e,
rapidamente, expandiu-se pelo mundo. Semelhante à maioria dos
esportes, teve um começo instável e levou décadas para se desenvolver
antes de se tornar uma competição de âmbito nacional. Assim como
outras modalidades, não demorou muito para que alcançasse um nível
de reconhecimento internacional.
Em 1932, a Federação Internacional de Basquete (Fiba) foi fundada por
oito países, todos da Europa. Em 1936, James Naismith, o homem
creditado com a invenção do jogo, foi nomeado seu presidente
honorário. Além disso, iniciaram um torneio masculino em 1950 e um
torneio feminino três anos depois, o que também contribuiu diretamente
para a expansão global.
Giannis Antetokounmpo, jogador da NBA.
Os esportes americanos conquistaram o cenário global e muitos dos
melhores momentos das modalidades têm jogadores imigrantes como
protagonistas. Nesse contexto de internacionalização, a MLB tem vários
atletas internacionais, bem como a NFL, com diversos jogadores de
origem africana, mexicana e até mesmo japonesa. Na NBA, que também
apresenta muitos casos da força estrangeira escrevendo a história da
modalidade, o grego Giannis Antetokounmpo venceu o prêmio de
melhor jogador da liga por dois anos consecutivos (2018-2019, 2019-
2020), além do sérvio Nikola Jokić, que também conquistou dois MVPs
seguidos (2020-2021, 2021-2022).
De acordo com Anderson (2018), 27% dos jogadores da MLB não
nasceram nos Estados Unidos, e a maioria precisa entrar no país com
um green card. É possível ver que, enquanto milhões de pessoas
imigraram para os Estados Unidos, os esportes criados pelos norte-
americanos realizam um caminho oposto e podem ser apreciados por
gerações de pessoas em todo o mundo.
Com toda essa expansão e visibilidade, a imprensa passa a voltar os
holofotes para a marca, no caso, a organização esportiva. É papel
fundamental de um gestor dessa indústria liderar as relações públicas
entre atletas, treinadores e outros profissionais do setor com a mídia.
Instruir a equipe sobre métodos para interação correta com quem cobre
o dia a dia da modalidade é fundamental. Uma boa relação com a mídia,
mesmo em épocas de crise, faz com que o time esteja sempre
comprometido com a transparência e possibilita que a credibilidade siga
aumentando.
Os gerentes esportivos têm muitas responsabilidades
dentro de uma organização. Afinal, o negócio da
gestão esportiva é apenas isto: negócios. Os deveres
específicos podem variar dependendo do trabalho,
embora ele seja, geralmente, responsável por todos os
aspectos comerciais e de gerenciamento de uma
equipe.
Podem ser contratados por organizações comunitárias, instituições
educacionais, grupos privados ou equipes profissionais, para que
possam ter uma ampla variedade de responsabilidades, desde a parte
organizacional de competições até a tomadas de decisões mais
fundamentais para o seguimento das modalidades. É fundamentalque
estejam sempre se atualizando de tendências e possibilidades para
direcionar o negócio para rumos cada vez mais modernos e eficazes.
A relação entre a competitividade e o
retorno �nanceiro no setor esportivo
Confira agora alguns aspectos sobre este assunto.

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Considerando o conceito de equilíbrio competitivo, assinale a
alternativa correta.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Manter o equilíbrio competitivo significa zelar para que os times
tenham igualdade de capacidade de competir entre si. Um time que
ganhe vantagem costumaz sobre outro produz campeonatos
previsíveis e desinteressantes. Por esse motivo, as ligas norte-
americanas desenvolveram inúmeras regras para garantir o
A
As ligas norte-americanas desenvolveram inúmeras
regras para aumentar o equilíbrio competitivo, por
exemplo, tetos salariais para os jogadores.
B
As ligas norte-americanas entendem a importância
do equilíbrio competitivo, mas ainda não
estabeleceram regras específicas para esse
objetivo.
C
As regras para aumentar o equilíbrio competitivo
não podem interferir em limites salariais.
D
As ligas norte-americanas desenvolveram inúmeras
regras para eliminar o espírito competitivo.
E
As ligas norte-americanas desenvolveram inúmeras
regras para aumentar o equilíbrio competitivo, por
exemplo, que todos os jogadores recebam o mesmo
salário.
equilíbrio competitivo. Praticar tetos salariais aos jogadores
contribui para o equilíbrio competitivo.
Questão 2
Sobre o relacionamento entre o empresariado e os gestores
esportivos assinale a alternativa correta.
Parabéns! A alternativa C está correta.
É por meio do relacionamento entre os gestores esportivos e o
empresariado que os patrocínios são negociados. Além disso, o
intenso contato entre eles contribui para ampliar os horizontes de
negócios para os times.
A
O relacionamento com o empresariado, na gestão
esportiva, pela especificidade do segmento,
restringe-se a empresas da mesma área.
B
O networking é prejudicial aos gestores esportivos,
que devem trabalhar internamente para garantir
soluções totalmente originais.
C
O relacionamento com o empresariado é essencial
para conseguir não apenas mais patrocínios, mas
também para ampliar os horizontes do negócio.
D
A gestão esportiva é relativamente autossuficiente,
e o relacionamento com o empresariado não é
muito importante nessa indústria.
E
O relacionamento com o empresariado não deve
extrapolar o âmbito do patrocínio.
Considerações �nais
O gestor esportivo assemelha-se ao gestor de qualquer organização,
sendo o esporte configurado como seu negócio. Como os demais
profissionais de gestão, entre suas habilidades, ele precisa ter a
capacidade de estar atento tanto às oportunidades para sua
organização quanto à sua performance, além de ter habilidade de
comunicação e ser estratégico em suas relações profissionais.
O mercado em que está inserido guarda similaridade com os outros,
como a necessidade de inovar. Contudo, há uma particularidade quanto
à competitividade: no esporte, é importante que haja concorrentes com
performance próxima, sendo prejudicial uma grande diferença de
desempenho. Isso prejudica o interesse do público e,
consequentemente, o mercado. Dessa forma, com suas características
profissionais, o gestor esportivo contribui para a atividade esportiva e o
desenvolvimento do mercado.
Podcast
Para encerrar, ouça sobre as competências necessárias ao gestor
esportivo e o papel desses profissionais para a lucratividade da indústria
esportiva.

Explore +
Para saber mais sobre o profissionalismo no esporte, leia o artigo
Professionalism in Management and Performance in Sports
Organizations, de Joanna Schmidt, publicado em 2017 na Revista
Education of Economists and Managers.
Referências
ANDERSON, S. 27% Of Major League Baseball Players Are Foreign-
Born. Forbes, 2018. Consultado na internet em: 22 nov. 2022.
BRASIL. Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia.
Resumo do Sistema Internacional de Unidades (SI). Tradução da
publicação do BIPM. Brasília, DF: INMETRO, 2006.
ENTERTAINMENT and Sports Occupations. Bureau of Labor Statistics,
08 Sep. 2022. Consultado na internet em: 22 nov. 2022.
47% dos brasileiros têm comprado mais on-line desde o início da
pandemia. Ipsos. 19 jan. 2021. Consultado na internet em: 22 nov. 2022.
MERIAM, J. L. Mecânica para Engenharia: estática. 10. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2011. cap. 2, p. 17-28.
MOVIMENTO Compre & Confie destaca o crescimento do e-commerce
em 2020. Compre & Confie, 14 jan. 2021. Consultado na internet em: 22
nov. 2022.
NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de S. Paulo, São
Paulo, 28 jun. 1999.
SOLVING the paradox of growth and profitability in e-commerce.
McKinsey & Company, 30 dez. 2021. Consultado na internet em: 22 nov.
2022.
MORE then 5 billion people now use internet.WE ARE SOCIAL. 21 Apr.
2022. Consultado na internet em: 22 nov. 2022.
 
Material para download
Clique no botão abaixo para fazer o download do
conteúdo completo em formato PDF.
Download material
O que você achou do conteúdo?
Relatar problema
javascript:CriaPDF()

Mais conteúdos dessa disciplina