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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB “A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à geração, sistematização e disseminação do conhecimento, para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade em que está inserida. Missão da Faculdade Católica Paulista Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo. www.uca.edu.br Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB SUMÁRIO AULA 01 AULA 02 AULA 03 AULA 04 AULA 05 AULA 06 AULA 07 AULA 08 AULA 09 AULA 10 AULA 11 AULA 12 AULA 13 AULA 14 AULA 15 AULA 16 LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA COMUNICAÇÃO FUNÇÕES DA LINGUAGEM GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS SEMÂNTICA – PARTE 1 SEMÂNTICA – PARTE 2 PRONOMES PESSOAIS – PARTE 1 PRONOMES PESSOAIS – PARTE 2 PRONOMES DEMONSTRATIVOS E PRONOMES RELATIVOS CONCORDÂNCIA NOMINAL CONCORDÂNCIA VERBAL VERBOS – PARTE 1 VERBOS – PARTE 2 ALGUMAS PALAVRAS E EXPRESSÕES QUE GERAM CONFUSÃO DICAS 06 10 15 21 28 34 41 47 51 57 63 69 75 82 86 93 FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB INTRODUÇÃO Imagine sua vida sem comunicação. Acha que seria possível vivermos sem nos comunicarmos, sem, de alguma maneira, expressarmos nossos sentimentos e emoções, positivos ou negativos, sem podermos dizer ao outro o que queremos, o que nos incomoda, perguntar o que não entendemos, pedir ou oferecer ajuda? Enfim, seria possível vivermos se não houvesse formas de nos comunicarmos? A comunicação é de extrema importância. Podemos dizer que se trata de algo essencial às nossas vidas. Estamos nos comunicando com outras pessoas a maior parte do tempo seja na vida pessoal, em casa, com os amigos, com pessoas que acabamos de conhecer, seja no ambiente profissional, com nossos colegas de trabalho, com clientes, com nossos chefes. Nós podemos nos comunicar de várias formas, como veremos ao longo desta disciplina. Uma dessas formas, a mais utilizada por nós, seres humanos, é utilizando o nosso idioma. No nosso caso, a principal forma de comunicação se dá por meio do uso da língua portuguesa em sua forma escrita ou na fala. Saber se comunicar de maneira correta e eficiente é algo muito importante. É comum pessoas terem grandes ideias e não saberem expressá-las por terem dificuldades ao falar ou ao escrever. Em vários momentos de nossas vidas, a comunicação faz toda a diferença. Por isso é necessário que conheçamos nosso idioma e saibamos usá-lo correta e adequadamente em diferentes contextos e situações. Esta disciplina tem, pois, como objetivo, falar sobre a importância da comunicação, explicar como se dá o processo de comunicação, apresentar os diferentes tipos de linguagem, bem como suas funções, trazer os diferentes tipos e gêneros textuais e abordar tópicos gramaticais que acabam muitas vezes se tornando “armadilhas” que nos derrubam na hora de falarmos ou escrevermos por não dominarmos as regras. Além disso, veremos também que diferentes contextos e ambientes requerem diferentes variações da língua. Devemos saber os momentos em que devemos utilizar a norma culta e as situações em que podemos falar ou escrever coloquialmente. Em uma entrevista de emprego, por exemplo, você pode ter um excelente currículo, mas se não souber se comunicar bem FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB com seu entrevistador, utilizando a língua portuguesa de forma adequada, organizando suas ideias e falando de maneira clara e coerente, muito provavelmente não conseguirá a vaga. Esperamos que esta disciplina o ajude a se comunicar melhor! Bons estudos! FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 1 LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA 1.1 Linguagem A linguagem é a capacidade que nós, seres humanos, temos de expressar nossos sentimentos, emoções, opiniões, dúvidas, questionamentos. Isso pode ser feito por meio da fala, da escrita e, também, com o uso de imagens, gestos, sinais, sons etc. Para que haja comunicação é necessário que utilizemos de uma determinada linguagem de nosso conhecimento e conhecida também pelo nosso receptor, ou seja, pela pessoa ou pelas pessoas com as quais estamos nos comunicando, pois para que a comunicação seja eficiente é necessário que todos que dela participam entendam a linguagem que está sendo utilizada. Imaginem a seguinte situação: quero me comunicar com um americano que só fala seu próprio idioma, o inglês, e resolvo utilizar a língua portuguesa como forma de comunicação. Com certeza não haverá entendimento e essa comunicação não será eficiente. Existem dois tipos de linguagem: a linguagem verbal e a não verbal. A LIGUAGEM VERBAL é aquela que se utiliza de palavras, escritas ou faladas. Quando nos comunicamos utilizando um idioma, como português, inglês ou espanhol, por exemplo, fazemos uso das palavras que compõem esse idioma por meio da fala ou da escrita. Nesses casos, a linguagem que utilizamos é a linguagem verbal. Ao conversarmos com alguém ao telefone, estamos utilizando a linguagem verbal em sua forma oral. Quando escrevemos uma mensagem de whatsapp ou um e-mail para alguém, estamos utilizando também a linguagem verbal, nesses casos em sua forma escrita. Em toda situação de comunicação em que se faz uso de palavras, está sendo utilizada a linguagem verbal. A LINGUAGEM NÃO VERBAL é aquela em que não utilizamos palavras para realizar a comunicação. Trata-se de gestos, sons, cores, imagens etc. Como exemplo de linguagem não verbal podemos citar os emojis que utilizamos no whatsapp, facebook, instagram. Trata-se de imagens que carregam um significado e podemos utilizá-las para nos comunicar. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Figura 1: Emojis. Fonte: https://www.apple.com/br/newsroom/2018/07/apple-celebrates-world-emoji-day/ Anote isso Muitas vezes as pessoas acabam pensando que placas possuem apenas linguagem não verbal. Não podemos nos esquecer, no entanto, que muitas placas possuem palavras e, por isso, apresentam linguagem verbal. Vejamos abaixo dois exemplos de placas. Figura 2: Saída de Emergência. Fonte: https://aquitemplacas.com.br/produtosDetalhes.php?p=saida-de-emergencia-a-direita A placa acima apresenta linguagem verbal e linguagem não verbal, pois utiliza palavras e, também, imagens que possibilitam a comunicação. https://www.apple.com/br/newsroom/2018/07/apple-celebrates-world-emoji-day/ https://aquitemplacas.com.br/produtosDetalhes.php?p=saida-de-emergencia-a-direita FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Figura 3: Placa “Dê a Preferência”. Fonte: https://www.lojaviaria.com.br/placa-de-a-preferencia-r-2 Nessa placa temos apenas a linguagem não verbal, pois essa forma e essas cores (o triângulo invertido vermelho e branco) são utilizadas no trânsito para indicar ao motorista que ele deve dar a preferência. 1.2 Língua Figura 4: Línguas. Fonte: https://www.criatives.com.br/2018/08/esses-sao-os-idiomas-mais-faceis-de-se-aprender-de-acordo-com-a-ciencia/ https://www.lojaviaria.com.br/placa-de-a-preferencia-r-2 https://www.criatives.com.br/2018/08/esses-sao-os-idiomas-mais-faceis-de-se-aprender-de-acordo-com-a-ciencia/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB A língua é o idioma. Como exemplos, podemos citar alguns mais comuns, tais como o inglês,o francês, o espanhol, o italiano, o português etc. Cada idioma, ou seja, cada língua, tem seu léxico (as palavras) e suas regras gramaticais que são o sistema que define o funcionamento daquele idioma. Importante ressaltar que línguas que possuem uma mesma origem apresentam, muitas vezes, semelhanças tanto com relação às palavras que a compõem quanto com relação às regras gramaticais. É por isso que nós achamos que aprender espanhol é mais fácil que aprender inglês. Isso acontece porque o espanhol, assim como o italiano, o francês e o português, é uma língua latina e, por isso, apresenta semelhanças com o português, diferentemente do inglês que não tem sua origem no latim. Diferentes línguas são utilizadas em diferentes comunidades, o que confere ao idioma um caráter social e cultural. Nós brasileiros, por exemplo, falamos português. Existem países que falam inglês e assim sucessivamente. Cada país, cada comunidade tem uma língua oficial, o que permite que seus membros possam se comunicar de forma eficiente, ou seja, entenderem o que lhes é falado ou escrito e se fazerem entendidos quando utilizam a língua como forma de comunicação. 1.3 Fala Figura 5: Fala. Fonte: https://www.ronaud.com/sucesso/a-arte-de-conversar/ A fala é a realização oral da língua. Ela é individual e, por isso, depende do conhecimento de cada falante. Pode ser feita em níveis mais formais, em situações que requerem maior formalidade ou de maneira coloquial. Essas variações no nível de formalidade, bem como outros tipos de variações, serão estudadas em nossa próxima aula. https://www.ronaud.com/sucesso/a-arte-de-conversar/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 02 VARIAÇÃO LINGUÍSTICA Quando utilizamos um determinado idioma, seja na fala ou na escrita, devemos ter em mente que há variações. Um exemplo disso é a adaptação aos níveis de formalidade. Utilizamos a língua de maneira mais formal ou mais coloquial, dependendo da situação em que estamos nos comunicando. A língua é viva e passível de mudanças, podendo variar de acordo com o contexto histórico, geográfico e sociocultural em que seus falantes se inserem. Geograficamente, existem as diversidades da língua em diferentes pontos de um mesmo país. O nível fonológico (dos sons) altera a pronúncia, o que resulta em sotaques diferentes espalhados pelo país, como podemos notar no Brasil. A pronúncia do “r”, por exemplo, assume diferentes formas em diversos estados. E até mesmo em um mesmo estado, como São Paulo, por exemplo, as pronúncias na região metropolitana e no interior são distintas. As variedades históricas são diacrônicas, ou seja, ocorrem ao longo dos anos e estão relacionadas à mudança linguística que podemos comprovar quando comparamos textos escritos em uma mesma língua em épocas diferentes. Ao fazermos esse tipo de comparação podemos notar diferenças gramaticais, lexicais (de palavras) e ortográficas (de escrita). Outro tipo de variação linguística se dá devido ao ambiente em que o falante está inserido. Trata-se dos socialetos, que se originam devido a diversos fatores, tais como classe social, educação, profissão, idade, etnia etc. A língua também pode variar de acordo com a situação ou circunstância em que se encontra o falante. Uma situação de maior formalidade, por exemplo, exige uma maior observância com relação ao uso das palavras e das regras gramaticais. As variações linguísticas se dividem em três tipos: diafásicas, diatópicas e diastráticas. Mas não se assustem! Embora os nomes sejam um pouco estranhos, a definição é bem simples. Vejamos cada uma delas. As variações diafásicas estão relacionadas ao contexto comunicativo. Ao nos referirmos, por exemplo, a uma autoridade, ao nosso chefe no trabalho, devemos utilizar o nível culto da língua, que segue as regras da gramática normativa. Já em uma situação entre amigos, lançamos mão do nível coloquial, que nos permite o uso de gírias e jargões. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB As variações diatópicas decorrem de diferenças regionais. Um exemplo disso é a variação nas palavras “mandioca”, “aipim” e “macaxeira” que são utilizadas para denominar a mesma raiz em diferentes partes do Brasil. Esses são os chamados regionalismos: palavras ou expressões utilizadas apenas em uma determinada região. Por fim, as variações diastráticas são resultantes da convivência entre grupos sociais. Profissionais de uma mesma área, por exemplo, utilizam o nível técnico ou profissional, particular de sua profissão. Os médicos, por exemplo, utilizam termos que, muitas vezes, só quem é da área da saúde consegue entender. O mesmo acontece com advogados, engenheiros etc. 2.1 Níveis de linguagem Figura 6: Entrevista. Fonte: https://www.todamateria.com.br/linguagem-coloquial/ Existem dois níveis de linguagem: o culto ou padrão que deve ser utilizado em situações de maior formalidade e o nível coloquial que se adéqua a situações do cotidiano, em que a formalidade pode ser deixada de lado. Veremos agora um pouco mais sobre cada um desses níveis. https://www.todamateria.com.br/linguagem-coloquial/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB 2.1.1 Linguagem culta ou padrão No nível culto ou padrão devemos observar com maior cuidado a escolha do vocabulário e as normas gramaticais da língua. Em situações mais formais devemos utilizar um vocabulário mais refinado, evitando uso de expressões coloquiais, gírias e jargões que serão definidos a seguir. É preciso também observar as regras gramaticais da língua e segui-las à risca. Esse é o nível de linguagem que devemos utilizar quando estamos nos comunicando com um superior em nosso ambiente de trabalho. Também podemos pensar na seguinte situação: trabalho em uma empresa e preciso escrever um e-mail para os fornecedores ou para um cliente. Situações como essa exigem um grau maior de formalidade e, por isso, devemos utilizar o nível culto da língua. Daí a importância de conhecermos as regras gramaticais do nosso idioma e de termos um bom vocabulário. 2.1.2 Linguagem coloquial O nível coloquial da linguagem é mais permissivo. Não é necessário atentar-se tanto às regras gramaticais e é possível utilizar um vocabulário mais simples. Trata-se de uma linguagem que se adequa a situações de maior descontração, em que não é necessário agir com formalidade, como um encontro entre amigos, uma mensagem no whatsapp para seu irmão, uma conversa no bar entre colegas de trabalho. Na linguagem coloquial, podemos fazer uso de gírias, jargões e expressões coloquiais. Mas o que são essas coisas? Vejamos a seguir. 2.1.2.1 Gírias Figura 7: Gírias Cariocas. Fonte: https://rederiohoteis.com/conheca-as-girias-cariocas/ https://rederiohoteis.com/conheca-as-girias-cariocas/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Na imagem acima, temos a presença de gírias cariocas, ou seja, do Rio de Janeiro. As palavras “caô”, “bolada”, “parada” e “mermão” são utilizadas pelos cariocas, de maneira informal, com os seguintes significados: Caô: enrolação, mentira. Bolada: preocupada, chateada. Parada: coisa, acontecimento. Mermão: meu irmão. Gírias são palavras utilizadas por um determinado grupo ou comunidade, de maneira informal, para definir algo para o qual já existe uma outra definição na língua. Um exemplo é a palavra “ranço” utilizada para dizer que se está com raiva ou que se sente desprezo por alguém. 2.1.2.2 Jargões Figura 8: Jargões. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u468.shtml Na figura acima o que está sendo perguntado é se o estupro ocorreu mediante violência física ou ameaça. No entanto, isso foi feito por meio da utilização de termos técnicos específicos da área de direito. Por isso, quando pessoas que não estudaram Direito leem algo desse tipo é muito provávelque não haja entendimento. Isso é o que chamamos de JARGÃO. Jargão é a linguagem técnica. Como vimos anteriormente, profissionais geralmente utilizam esse tipo de linguagem que é comum entre pessoas que exercem aquela profissão. Um outro exemplo disso é falar sobre um crime doloso ou culposo, respectivamente com e sem intenção, que são palavras que pertencem à terminologia do direito e que muitas vezes não são compreendidas por pessoas que não pertencem a essa área. https://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u468.shtml FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB 2.1.2.3 Expressões coloquiais Usamos em nosso dia a dia muitas expressões que fazem parte da linguagem coloquial e que devem ser evitadas em situações de comunicação que exigem maior formalidade. Cê pode me dar uma mão? (em vez de dizer: Você pode me ajudar) Estou sem um puto de um tostão. (em vez de dizer: Estou sem dinheiro nenhum) FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 03 COMUNICAÇÃO comunicação co·mu·ni·ca·ção sf 1 Ato ou efeito de comunicar(-se). 2 LING Ato que envolve a transmissão e a recepção de mensagens entre o transmissor e o receptor, através da linguagem oral, escrita ou gestual, por meio de sistemas convencionados de signos e símbolos Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/comunica%C3%A7%C3%A3o/ A comunicação é algo essencial para nossa vida. Seria impossível viver se não houvesse comunicação. Nós nos comunicamos a todo momento, seja por meio da linguagem verbal ou da não verbal. De acordo com Ferreira & Malheiros: Estamos nos comunicando a todo o momento: em casa, no trabalho, nos ambientes sociais, em uma conversa breve, em um gesto de reprovação. Comunicamo-nos quando cumprimos as recomendações dos sinais de trânsito ou assistimos a um filme. Ao contemplar uma obra de arte ou mesmo uma paisagem. Nossa vida está imersa em diversas formas de comunicação e é tão somente pela possibilidade de nos comunicarmos que dizemos que o homem é um ser social, que depende do outro para se fazer presente no mundo. Ela é o princípio básico que regula nossa vida em sociedade, que permite a interação com nossos semelhantes (FERREIRA & MALHEIROS, 2016, p.21). Ainda segundo os autores: [...] há muito tempo o homem vem se esforçando para conseguir se comunicar. Ao longo desse tempo, o intuito da comunicação sempre foi partilhar informações, sentimentos e emoções. A comunicação é uma necessidade humana que garante nossa sobrevivência; assim como biologicamente precisamos de água e alimento, socialmente precisamos da comunicação. Ela nos garante as sensações de segurança, confiança e, até mesmo, felicidade (FERREIRA & MALHEIROS, 2016, p.23). http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/comunica%C3%A7%C3%A3o/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB 3.1 Processo de comunicação Figura 9: Processo de comunicação. Fonte: Elaborado pela autora A figura acima representa o processo de comunicação. Podemos notar que ele é composto por seis elementos que são essenciais para que haja comunicação. Vejamos a seguir cada um desses elementos: Emissor: é aquele que produz e transmite uma mensagem. Receptor: é aquele para quem a mensagem é destinada. Referente: é o assunto do qual trata a mensagem. Código: o emissor tem ideias e, para transmiti-las, precisa codificá-las, ou seja, utilizar um código, como, por exemplo, a língua portuguesa, para que por meio dele possa construir a mensagem que quer passar ao receptor. Mensagem: é o produto da comunicação. É aquilo que é transmitido do emissor para o receptor. Canal: é o meio pelo qual a mensagem é transmitida do emissor para o receptor. Imaginemos a seguinte situação: você trabalha em uma empresa e vai enviar um e-mail a um cliente para passar um orçamento. Como seria esse esquema de comunicação? • Você é o emissor, pois está criando e enviando a mensagem. • O cliente para que você está enviando a mensagem é o receptor. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB • O referente, ou seja, o assunto, é o orçamento. • O canal é a internet, mais especificamente, o e-mail, que é o meio pelo qual você está se comunicando com seu cliente (o receptor). • O código é a língua portuguesa em sua forma escrita. • A mensagem é tudo o que está escrito no e-mail. Vejamos uma outra situação. Um professor em uma sala de aula está falando com seus alunos sobre o descobrimento do Brasil. Nesse caso, temos o seguinte esquema de comunicação: • O professor é o emissor, que está falando com seus alunos, ou seja, transmitindo a eles uma mensagem. • Os receptores são os alunos que estão na sala de aula ouvindo o que o professor está dizendo. • O referente é o descobrimento do Brasil, pois é o assunto sobre o qual o professor está falando. • O código é a língua portuguesa em sua forma oral. • O canal é a fala e o ar que leva as ondas sonoras até os alunos, permitindo que eles escutem o que o professor está dizendo. • A mensagem é tudo o que está sendo dito pelo professor. É importante ressaltar que para que a comunicação seja eficiente é necessário que tanto o emissor quanto o receptor conheçam o código (não adianta falar francês, por exemplo, com alguém que não compreende o idioma). Também é preciso que o canal seja eficiente. Não haverá comunicação caso eu esteja tentando falar com alguém por whatsapp e a internet não esteja funcionando. Muitas vezes também pode haver coisas que atrapalhem a comunicação, algumas barreiras, tais como um ruído, por exemplo, que pode fazer com que o receptor ou os receptores não entendam a mensagem. Nesse caso, é importante que haja um feedback na comunicação, de modo que o emissor possa saber se sua mensagem chegou até o receptor e se foi compreendida por ele. De acordo com Ferreira & Malheiros (2016), essas barreiras são: Distração: fatores externos que podem prejudicar o entendimento da mensagem. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Se estamos, por exemplo, assistindo ao jornal e alguém liga o som alto em um outro cômodo da casa. Nesse caso, teremos dificuldades para ouvir o que está sendo dito no noticiário. Presunção: pressupor que a outra pessoa tem conhecimento sobre o assunto sobre o qual estamos falando. Se o dentista, por exemplo, diz ao paciente que ele tem uma cárie na face distal do segundo molar. Muito provavelmente esse paciente não saberá em qual dente e em qual local está a cárie. Confusão: o emissor deve sempre tomar cuidado para apresentar suas ideias de forma lógica, em uma sequência em que seja possível entender. Credibilidade: muitas vezes, é necessário que confiemos em quem está transmitindo a mensagem. Se estamos doentes, não iremos, por exemplo, acreditar no diagnóstico de alguém que não seja médico. Defensividade: essa é uma barreira que se instaura nos casos em que o receptor já tem uma opinião formada e não está aberto a outras opiniões. Também pode acontecer quando o receptor não gosta ou tem algum problema com o emissor. Linguagem apropriada: devemos sempre utilizar uma linguagem que possa ser compreendida pelo receptor. Não adianta, por exemplo, falar espanhol com alguém que não conheça o idioma. Canais múltiplos: os gestos e expressões faciais do emissor devem sempre sustentar e apoiar a mensagem. Não devemos, por exemplo, dar uma notícia triste sorrindo. Escuta ativa: é necessário que o receptor participe ativamente do processo de comunicação, perguntando e esclarecendo possíveis dúvidas. Empatia: colocar-se no lugar do outro pode nos ajudar no processo de comunicação. Muitas vezes, por nervosismo, as pessoas se perdem na hora da fala. Podemos, no papel de receptores, ajudar nosso emissor, compreendendo aquilo queele sente e sendo solidários. 3.2 Argumentação Quando nos comunicamos, muitas vezes, temos a necessidade de argumentar. Mas o que é argumentar? Segundo Abreu: FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Argumentar é a arte de convencer e persuadir. Convencer é saber gerenciar informação, é falar à razão do outro, demonstrando, provando. [...] Convencer é construir algo no campo das ideias. Quando convencemos alguém, esse alguém passa a pensar como nós. Persuadir é construir no terreno das emoções. Quando persuadimos alguém, esse alguém realiza algo que desejamos que realize (ABREU, 2009, p. 25) O autor ainda afirma que: Argumentar é, pois, em última análise, a arte de, gerenciando informação, convencer o outro de alguma coisa no plano das ideias e de, gerenciando relação, persuadi-lo, no plano das emoções, a fazer alguma coisa que nós desejamos que ele faça (ABREU, 2009, p. 26). A argumentação visa, pois, ao convencimento e à persuasão. Quando argumentamos a respeito de algo é porque acreditamos naquilo e queremos fazer com que o outro pense como nós e, muitas vezes, que aja da maneira como desejamos. Abreu afirma que existem algumas condições para que haja argumentação. Segundo ele, é necessário que tenhamos uma tese e que saibamos para que tipo de problema essa tese é resposta. Além disso, o autor afirma que é necessário que a linguagem utilizada seja comum com o auditório, ou seja, a linguagem deve ser conhecida por ele. Por fim, é preciso que ajamos de forma ética e que nosso contato com o auditório seja positivo. Tendo em vista o fato de que o ser humano age, muitas vezes, levado por suas emoções, quando conseguimos falar às emoções do outro a argumentação se torna mais eficiente. Para falarmos às emoções, um recurso que podemos utilizar é o uso de figuras de linguagem. Nesta aula, veremos a metáfora, uma figura cujo uso torna o convencimento e a persuasão mais fáceis de serem realizados. 3.3 Metáfora A metáfora é, essencialmente, uma comparação direta. Mas como assim? Quando dizemos que alguém é venenoso como uma cobra, estamos fazendo uma comparação. Agora, se dizemos “Maria é uma cobra”, estamos construindo uma metáfora. Ao fazermos isso, atribuímos a Maria algumas características da cobra, por exemplo, ser venenosa e traiçoeira. Sabemos que Maria não é um réptil, que não estamos falando isso no sentido literal. O uso das metáforas nos permite visualizar as coisas, o que faz com que essa figura seja um ótimo recurso para falar às emoções. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Compare os seguintes exemplos: Nossa empresa se encontra em uma situação delicada. Nossa empresa está na corda bamba. As frases acima querem dizer a mesma coisa. No entanto, quando utilizamos a metáfora “estar na corda bamba” permitimos ao nosso interlocutor que crie uma imagem a partir de seu conhecimento de mundo. Dessa forma, acrescentamos à nossa fala um aspecto emocional. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 04 FUNÇÕES DA LINGUAGEM Quando nos comunicamos, fazemos isso com diversas intenções. Podemos nos comunicar para informar algo a alguém, para pedir alguma coisa, para expressar sentimentos, sejam eles bons ou ruins, para ensinar, enfim, são muitos os propósitos que fazem com que nos comuniquemos. Existem, portanto, diferentes funções da linguagem, pois diferentes propósitos fazem com que a linguagem tenha diferentes funções. Quando queremos passar uma informação para alguém, a função da linguagem é diferente de quando queremos dizer a uma pessoa aquilo que sentimos por ela. Cada função da linguagem tem como foco um dos elementos da comunicação, que vimos na aula passada. Vejamos, então, quais são as funções que a linguagem pode exercer. Função Emotiva: o foco é no emissor. A função emotiva visa à expressão de sentimentos e emoções, sejam eles bons ou ruins. Eu te amo e vou gritar Pra todo mundo ouvir Ter você é meu desejo de viver Sou menino e teu amor É que me faz crescer E me entrego, corpo e alma Pra você Disponível em: https://www.letras.mus.br/roupa-nova/63943/ O trecho da música VOLTA PRA MIM, apresentado acima, mostra o uso da FUNÇÃO EMOTIVA, pois se trata da expressão de sentimentos do eu-lírico em relação à pessoa que ama. Importante ressaltar que a função emotiva também serve à expressão de sentimentos negativos, tais como xingamentos, situações em que expressamos nosso descontentamento com relação a algo etc. https://www.letras.mus.br/roupa-nova/63943/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Enfim, sempre que utilizamos a linguagem para expressar algum tipo de sentimento ou emoção, estamos fazendo uso da FUNÇÃO EMOTIVA. Função Conativa: o foco é no receptor. Essa função tem caráter apelativo. É utilizada para fazermos pedidos, apelos, darmos ordens. Por isso o foco é no receptor, pois queremos convencê-lo de algo ou fazê-lo agir de uma determinada maneira. É a principal função da publicidade. Figura 10: Doe Sangue. Fonte: https://angra.rj.gov.br/noticia.asp?vid_noticia=56979&indexsigla=imp A figura acima mostra a campanha para doação de sangue. Existe um apelo ao receptor. A imagem quer convencê-lo e persuadi-lo a realizar a doação. Temos, portanto, a função CONATIVA. https://angra.rj.gov.br/noticia.asp?vid_noticia=56979&indexsigla=imp FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Figura 11: Previna-se contra a COVID-19. Fonte: https://www.cacoal.ro.gov.br/wp-content/uploads/2020/04/Sem-t%C3%ADtulo.jpg Na campanha acima, temos uma espécie de “ordem” aos leitores. São regras que devem ser seguidas a fim de evitar a transmissão do Coronavírus. O foco é, portanto, no receptor e a função é a CONATIVA. Função Referencial: o foco é no referente, ou seja, no assunto. A função referencial tem como objetivo informar o receptor sobre algo, transmitir o conhecimento, tornar algo conhecido pelo receptor. É a função das notícias de jornal, por exemplos, cujo objetivo é relatar o que ocorreu. Além disso, podemos citar outros exemplos, tais como avisos, boletins informativos, gráficos etc. https://www.cacoal.ro.gov.br/wp-content/uploads/2020/04/Sem-t%C3%ADtulo.jpg FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Figura 12: Vacinas. Fonte: https://g1.globo.com/bemestar/vacina/noticia/2021/01/14/coronavirus-a-eficacia-da-coronavac-e-demais-vacinas-explicada-em-4-graficos.ghtml https://g1.globo.com/bemestar/vacina/noticia/2021/01/14/coronavirus-a-eficacia-da-coronavac-e-demais-vacinas-explicada-em-4-graficos.ghtml FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Como podemos perceber, na figura acima temos um gráfico que traz informações sobre a eficácia da vacina Coronavac. Seu objetivo é informar ao leitor as taxas de eficácia e os benefícios da vacina. Temos, portanto, a função referencial. Função Fática: o foco é no canal. Na função fática, o que se quer é assegurar a comunicação, garantir que ela esteja sendo eficiente. Essa função também serve para que o receptor possa mostrar ao emissor que ele está ali, que está compreendendo e participando daquele ato de comunicação. Figura 13: Ahã. Fonte: https://www.portugues.com.br/redacao/funcao-fatica.html Na tirinha acima, temos um exemplo de função FÁTICA, pois as várias repetições de AHÃ não acrescentam nada à conversa. Servem apenas para manter a comunicação. Função Metalinguística: o foco é no código. Essa função consiste em falar sobre a própria linguagem que está sendo utilizada na situação de comunicação. É a função dos verbetes de dicionários e enciclopédias, por exemplo, pois temos a linguagem utilizada para falar dela mesma, ou seja, a língua portuguesa na sua forma escrita sendo utilizada para definirpalavras da própria língua. saúde sa·ú·de sf 1 Estado do organismo com funções fisiológicas regulares e com características estruturais normais e estáveis, levando-se em consideração a forma de vida e a fase do ciclo vital de cada ser ou indivíduo. 2 Bem-estar físico, psíquico e social. https://www.portugues.com.br/redacao/funcao-fatica.html FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB 3 Vigor físico, energia, força, robustez. 4 FIG Qualidade ou estado de equilíbrio e sucesso financeiro de uma organização ou de uma economia. 5 Brinde ou saudação que se faz bebendo à saúde e à felicidade de alguém. interj Voto que se faz a alguém que espirra. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/saude No exemplo acima, temos um verbete de dicionário. Um exemplo da linguagem sendo utilizada para falar dela mesma. Trata-se, portanto, de FUNÇÃO METALINGUÍSTICA. Função Poética: o foco é na mensagem. A função poética visa à forma e à qualidade da mensagem em si, sem preocupar-se com o conteúdo. Figura 14: Pluvial. Fonte: https://www.significados.com.br/concretismo/ Veja que no exemplo acima, a preocupação foi com a forma da mensagem, a disposição das palavras, de modo que pudessem representar o movimento da chuva (pluvial) e dos rios (fluvial). https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/saude https://www.significados.com.br/concretismo/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Isso acontece também em poemas, quando se tem preocupação com rimas, número de sílabas, número de versos, ou seja, tem-se preocupação com a forma de se escrever. Importante ressaltar que um mesmo texto pode possuir mais de uma função, por exemplo, em um poema no qual o eu-lírico fala de seus sentimentos, temos a função emotiva e, também, a função poética, que trata da questão das rimas, dos versos, estrofes, ou seja, da forma da mensagem (o poema). FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 05 GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS Conhecer os diferentes tipos textuais nos ajuda tanto a escrever quanto a interpretar textos com maior facilidade. Nesta aula, veremos quais são os tipos de texto, de acordo com sua função, e aprenderemos também a diferenciar gêneros e tipos textuais. 5.1 Tipos Textuais A tipologia textual diz respeito à função do texto. Nossa intenção ao redigir um texto determina sua tipologia. Podemos contar alguma história, defender ou criticar um determinado tema, descrever algo ou fazer um pedido, dar uma ordem. Temos, com base nessas funções, quatro tipos de texto: • Narrativo • Dissertativo • Descritivo • Injuntivo 5.1.1 O texto narrativo A narração consiste em contar uma história e é composta pelos seguintes elementos: • PERSONAGENS; • ENREDO (a história que se conta); • TEMPO (quando aconteceu); • ESPAÇO (o lugar onde se passa essa história); • FOCO NARRATIVO (1ª ou 3ª pessoa). O FOCO NARRATIVO pode ser em primeira pessoa (quando o narrador faz parte da história) ou em terceira pessoa (quando o narrador conta o que aconteceu, sem ter feito parte da história). FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB A biografia é um exemplo de texto narrativo, pois nela é contada a história da vida de uma pessoa. Vejamos, a seguir, um exemplo: Steve Jobs Steven Paul Jobs (1955 - 2011) foi um empresário e inventor americano, fundador e ex- presidente da empresa Apple, de eletrônicos e do estúdio de animação Pixar é considerado um dos maiores visionários dos últimos tempos. Em 1976 Steve Jobs fundou aquela que se tornou uma das mais valiosas e inovadoras empresas do mundo, a Apple Inc. Steve Jobs é o pai de produtos revolucionários como o Macintosh, o iPod, o iPhone e o iPad que mudaram para sempre o mundo da tecnologia. Steve Jobs nasceu em San Francisco, seus pais lhe deram para adoção, pois não tinham condições de criá-lo. Com apenas 17 anos, Steve Jobs entrou na Universidade Reed College em Portland, Oregon e, depois de 6 meses, acabou abandonando, pois os custos eram muito altos e ele não tinha condições de pagar. Steve Jobs foi o responsável por transformar a Apple na maior companhia de capital aberto do mundo em valor de mercado, e ele foi também um dos maiores defensores da popularização da tecnologia e não apenas para as pessoas com maior poder aquisitivo. Em 1984 Steve Jobs demitiu-se da Apple e fundou a NeXT, uma empresa de desenvolvimento de softwares que eram direcionados aos mercados de educação superior e administração. Porém, 12 anos depois, a Apple comprou a NeXT e Jobs voltou a sua antiga empresa. Steve Jobs permaneceu na Apple, como CEO, até agosto de 2011, como CEO, inclusive reergueu a empresa de uma crise financeira, porém, devido ao estágio avançado de sua doença, achou melhor renunciar. Além da Apple, sua carreira como empreendedor também não parou por aí, Steve Jobs também foi um dos fundadores da Pixar Animation Studios, empresa que criou alguns dos mais bem-sucedidos filmes de animação de todos os tempos, incluindo Toy Story, Monsters Inc, Finding Nemo, Os Incríveis, Cars e Ratatouille. Em 2006 a Pixar foi comprada pela Walt Disney Company. Steve Jobs, desde 2004, lutava contra um câncer no pâncreas e faleceu em 05 de outubro de 2011. Disponível em: https://www.pensador.com/autor/steve_jobs/biografia/ A estrutura da narrativa é composta da seguinte maneira: https://www.pensador.com/autor/steve_jobs/biografia/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Na Introdução (ou Apresentação) apresentam-se os seguintes elementos: espaço, tempo e personagens. No Desenvolvimento conta-se a história até o seu “clímax”. O Clímax é o momento de maior importância para a história. É possível que no clímax haja uma complicação. No Desfecho temos o fim da história. É nesse momento que as ações são concluídas e as complicações, quando existem, são solucionadas. O desfecho pode ser chamado também de conclusão. Uma característica dos textos narrativos é a presença de verbos no passado. 5.1.2 O texto dissertativo Na tipologia dissertação, temos os textos dissertativos EXPOSITIVOS e os ARGUMENTATIVOS. O texto DISSERTATIVO EXPOSITIVO visa à apresentação de um assunto ao leitor, sem a intenção de convencê-lo ou de defender um ponto de vista. O texto DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO busca convencer e persuadir o leitor. Nesse tipo de texto, defendemos nosso ponto de vista, apresentando argumentos que o sustentem. Vejamos um exemplo de um texto dissertativo argumentativo. Figura 15: Texto Argumentativo. Fonte: https://brainly.com.br/tarefa/38155696 https://brainly.com.br/tarefa/38155696 FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB É possível perceber no texto acima que existe a tentativa de convencer o leitor. O autor defende seu ponto de vista sobre o assunto abordado. As partes que compõem um texto dissertativo são: INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO. Segundo Abreu (2002), o texto dissertativo argumentativo apresenta um tema, um problema, hipóteses e solução. Vejamos o que cada uma dessas partes deve conter: Introdução: momento de apresentar o assunto sobre o qual falaremos em nosso texto e, também, a tese que será defendida. De acordo com Abreu (2002), a tese é a melhor hipótese que encontramos para a resolução de um problema. Segundo ele, diante de um determinado tema surgem questionamentos que são chamados de problemas. Devemos, portanto, escolher um deles e elegê-lo com o problema a ser discutido em nosso texto. Após fazer isso, surgem as hipóteses, que são as possíveis soluções. A melhor delas será, então, a que escolheremos como nossa tese. Desenvolvimento: é a parte do texto na qual apresentaremos os argumentos que defendem nosso posicionamento. Nessemomento do texto é possível apresentar nossas hipóteses, defender aquelas que servem à nossa intenção e refutar aquelas que vão contra aquilo que queremos defender. Conclusão: trata-se do fechamento do texto. Deve trazer uma síntese de tudo que foi dito no texto ou então apresentar uma proposta de solução para o problema apresentado na introdução. Atenção!!! Ao escrever um texto argumentativo, apesar de estarmos defendendo nossa opinião sobre um determinado assunto, não podemos nunca dizer “Eu penso”, “Eu acho”, “Eu acredito”, “Na minha opinião”. 5.1.3 O texto descritivo O tipo descritivo consiste, como o próprio nome diz, em descrever algo, ou seja, falar detalhadamente sobre algo. Essa tipologia geralmente, acontece junto com uma outra. Em uma narrativa, por exemplo, é comum os personagens serem apresentados por meio de uma descrição. As atas de reunião são um exemplo de texto descritivo, pois nesses documentos deve ser relatado detalhadamente tudo o que foi dito durante a reunião. Trata-se, portanto, de uma descrição. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Figura 16: Ata. Fonte: https://www.modelosimples.com.br/modelo-de-ata-de-reuniao-da-diretoria-para-criacao-de-filial-da-empresa.html 5.1.4 O texto injuntivo A tipologia textual INJUNÇÃO consiste em um texto que instrua o leitor sobre a maneira como fazer algo. Um exemplo disso são as receitas culinárias, as bulas de remédio, as receitas médicas, os manuais de instrução etc. Figura 17: Bula. Fonte: https://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultnot/2009/09/09/ult4477u2022.jhtm https://www.modelosimples.com.br/modelo-de-ata-de-reuniao-da-diretoria-para-criacao-de-filial-da-empresa.html https://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultnot/2009/09/09/ult4477u2022.jhtm FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB 5.2 Gêneros Textuais Os textos estão sempre ligados a um tipo de interação social. Cada tipo de interação corresponde a um GÊNERO TEXTUAL. Os gêneros são diferentes estruturas que se encaixam dentro dos tipos textuais. Alguns gêneros dentro da tipologia INJUNÇÃO são: receitas culinárias, bulas de remédio, manual de instruções, receitas médicas etc. Na tipologia NARRAÇÃO, podemos citar FÁBULAS, CONTOS, ROMANCES, CRÔNICAS entre outros. Alguns gêneros do tipo DISSERTAÇÃO são: ARTIGO DE OPINIÃO, RESENHA CRÍTICA, CARTA AO LEITOR etc. Na tipologia DESCRIÇÃO podemos citar exemplos de gêneros como: VERBETES DE DICIONÁRIOS, CLASSIFICADOS, ATAS DE REUNIÃO etc. Atenção!!! Dentro de um mesmo gênero, em um mesmo texto pode haver diferentes tipologias. Por exemplo, em um texto dissertativo argumentativo, a narração de um fato pode ser usada como argumentação. Assim, temos a presença de duas tipologias em um mesmo texto: a narração e a dissertação. Outro exemplo é a existência da descrição de personagens e espaço dentro de uma narrativa. Dessa forma, temos, em um texto que é majoritariamente narrativo, a presença da tipologia descritiva. Podemos dizer, portanto, que um texto: • É o produto de uma intenção • É uma proposta de construção de sentido • Existe sempre dentro de um determinado gênero • Contém diferentes tipos textuais FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 06 SEMÂNTICA – PARTE 1 6.1 Introdução A semântica é o ramo da linguística que estuda o significado de palavras e construções, ou seja, sua atenção está voltada para o sentido. Figura 18: Recíproco. Fonte: https://brainly.com.br/tarefa/9352499 Na tirinha acima, temos o humor conferido pela ambiguidade gerada por meio do uso da frase EU NÃO SEI, pois nesse contexto achamos que a garota está dizendo que não sabe se ama o rapaz, mas, na verdade, ela está dizendo que não sabe o significado da palavra RECÍPROCO. A ambiguidade é um dos fenômenos que estudaremos nesta aula. Trata-se de construções que apresentam duplo sentido. https://brainly.com.br/tarefa/9352499 FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB 6.2 Polissemia Polissemia é a pluralidade de significados. Palavras e expressões podem, muitas vezes, apresentar mais de um significado. Vejamos alguns exemplos: Figura 19: Rede Social. Fonte: http://educacao.globo.com/provas/enem-2012/questoes/103.html O humor na figura acima se dá devido à polissemia, ou seja, a variedade de significados que as palavras podem ter. A palavra rede pode significar rede de internet ou a rede em que balançamos. Figura 20: Te Peguei. Fonte: https://paranossaeufonia.wordpress.com/2012/11/12/image-2/ http://educacao.globo.com/provas/enem-2012/questoes/103.html https://paranossaeufonia.wordpress.com/2012/11/12/image-2/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB A polissemia do verbo pegar é responsável pelo humor no exemplo acima. Temos o verbo utilizado com o sentido de “flagrar” e também com o sentido de “sair com alguém”, “ter um caso”. 6.3 Sinônimos Sinônimos são palavras que têm o mesmo significado. Quando estamos falando, ou, principalmente, quando estamos escrevendo, devemos evitar ser repetitivos e conhecer sinônimos das palavras é um dos meios de evitarmos repetições. Exemplos de palavras sinônimas: Bonito = belo. Feliz = contente = alegre. Idoso = ancião = velho. Mudança = transformação. 6.4 Antônimos Antônimos são palavras que possuem sentidos opostos. Entrar x sair. Novo x velho. Contratar x demitir. Claro x escuro. Seguro x arriscado / perigoso. 6.5 Hiperônimos Os HIPERÔNIMOS também podem ser chamados de sinônimos superordenados. Eles são palavras que designam uma categoria dentro da qual se encontram vários itens (os HIPÔNIMOS). Por exemplo: Talheres = Hiperônimo Colher, garfo, faca = Hipônimos Móveis = Hiperônimo Sofá, cama, mesa, cadeira = hipônimos FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB O uso dos hiperônimos é um recurso muito importante para a coesão textual. Para evitarmos repetições excessivas de uma palavra dentro de um texto, podemos utilizá-los na retomada de palavras que foram mencionadas anteriormente. Vejamos: Compramos para nossa casa um sofá, uma estante e duas poltronas. ESSES MÓVEIS serão entregues na semana que vem. Repare que no exemplo acima o hiperônimo MÓVEIS foi utilizado para retomar UM SOFÁ, UMA ESTANTE E DUAS POLTRONAS, evitando a repetição dessas palavras. 6.6 Homônimos Perfeitos As palavras homônimas são aquelas que são escritas da mesma maneira, faladas da mesma maneira, mas podem ter significados diferentes. Figura 21: Vendo. Fonte: https://linguadinamica.wordpress.com/tag/relacoes-entre-palavras-tirinhas-musicas/ VENDO pode ser uma forma do verbo VER ou do verbo VENDER. Figura 22: Lançar. Fonte: https://linguadinamica.wordpress.com/tag/relacoes-entre-palavras-tirinhas-musicas/ LANÇAR pode significar ESTREAR ou ARREMESSAR. Assim como a palavra LANÇAMENTO pode se referir à ESTREIA ou ao ARREMESSO. https://linguadinamica.wordpress.com/tag/relacoes-entre-palavras-tirinhas-musicas/ https://linguadinamica.wordpress.com/tag/relacoes-entre-palavras-tirinhas-musicas/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB 6.7 Homófonas Palavras homófonas são palavras que possuem a mesma pronúncia, mas são escritas de formas diferentes. Conhecer essas palavras e saber diferenciá-las é de extrema importância para evitarmos erros graves de comunicação escrita. Fonte: https://www.tecconcursos.com.br/questoes/122794 As palavras SINTO e CINTO são pronunciadas exatamente da mesma forma, mas possuem significados diferentes. SINTO é uma forma do verbo SENTIR. CINTO é o acessório que utilizamos na cintura. Figura 24: Cestas, sestas, sextas. Fonte: https://querobolacom.br/enem/portugues/semantica As palavras CESTA, SESTA e SEXTA possuem a mesma pronúncia, mastêm significados completamente diferentes: CESTA: recipiente em que colocamos coisas. Ex: Cesta de café da manhã. https://www.tecconcursos.com.br/questoes/122794 https://querobolacom.br/enem/portugues/semantica FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Cesta de ovos. SESTA: cochilo. Ex: Gosto de tirar uma sesta após o almoço. SEXTA: dia da semana ou número ordinal. Ex: A festa será na próxima sexta. Ela foi a sexta pessoa a entrar na sala. Outros exemplos de palavras homófonas: TAXAR: tributar, colocar taxas, impostos. Ex: O governo irá taxar alguns produtos que eram isentos de impostos. TACHAR: colocar um defeito em alguém. Ex: Ele foi tachado de ladrão injustamente. SESSÃO: reunião, espetáculo etc. Ex: A sessão da Câmara em minha cidade ocorre às terças-feiras. SEÇÃO: repartição, departamento. Ex: Este supermercado possui uma seção de roupas e calçados. CESSÃO: ato de ceder, transmitir, conceder. Ex: O diretor autorizou a cessão de um terreno para a construção de uma nova filial. EXPIAR: pagar pelos seus atos. Ex: Ele não será demitido, mas terá que expiar todos os atos que prejudicaram a empresa. ESPIAR: observar sem ser visto. Ex: Havia alguém espiando a reunião. 6.8 Homógrafas As palavras homógrafas são aquelas que são escritas da mesma maneira, mas possuem pronúncias diferentes. • Em breve iremos COLHER os frutos de nosso trabalho. • - Gostaria de açúcar em seu café? • - Sim. 1 COLHER, por favor! • Estou com SEDE! • A SEDE da empresa fica em Nova Iorque. • Existem vários casos de substantivos e formas verbais que são palavras homógrafas. Vejamos alguns deles: • ACORDO (fazer um acordo) FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB • ACORDO (verbo acordar: Eu acordo cedo.) • COMEÇO (início) • COMEÇO (verbo começar: Eu começo a trabalhar às 8.) • SOBRE (Precisamos falar sobre esse assunto urgentemente.) • SOBRE (verbo sobrar: Espero que sobre tempo para conversarmos sobre o projeto). FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 07 SEMÂNTICA – PARTE 2 7.1 Parônimas As palavras parônimas são motivo de muitos erros por parte de quem fala ou escreve. Trata- se de palavras parecidas, mas que se diferenciam na escrita, na pronúncia e no significado. 7.1.1 Comprimento x Cumprimento A palavra COMPRIMENTO se refere à medida. Precisamos saber o comprimento e a largura dos cômodos para calcular a quantidade de material necessária. A palavra CUMPRIMENTO é do verbo CUMPRIMENTAR, que significa parabenizar ou saudar alguém. Os noivos receberão os cumprimentos no salão de festas Pode, também, ser referente ao verbo CUMPRIR, ou seja, realizar ou executar algo. O não cumprimento das regras implicará quebra de contrato. 7.1.2 Dirigente x Diligente DIRIGENTE: quem dirige ou governa. O dirigente da empresa quer fazer uma reunião com todos os funcionários. DILIGENTE: cuidadoso. Devemos ser diligentes ao tomar decisões importantes dentro da empresa. 7.1.3 Tráfego x Tráfico A palavra TRÁFEGO se refere ao trânsito. É proibido o tráfego de caminhões nesta avenida. TRÁFICO se refere ao comércio ilegal, a negócios ilícitos. Existem, nesta cidade, muitos problemas relacionados ao tráfico de drogas. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB 7.1.4 Soar x Suar SOAR = emitir som. A campainha soa para indicar o início e o fim do expediente. SUAR = transpirar Eu suo muito, mesmo quando não estou me movimentando. 7.1.5 Iminente x Eminente IMINENTE: que está para acontecer. Estamos diante de um perigo iminente. As vendas podem despencar a qualquer momento. EMINENTE: superior, que se destaca. Ele é um funcionário eminente. Em breve poderá receber um prêmio de destaque 7.1.6 Imergir x Emergir IMERGIR: entrar A empresa imergiu em um novo mercado buscando o aumento nas vendas e nos lucros. EMERGIR: trazer, vir à tona, aparecer. Os erros emergiram todos de uma vez, fazendo com que não houvesse meios de manter o funcionário na empresa. 7.1.7 Descriminar x Discriminar DESCRIMINAR = descriminalizar, deixar de ser crime. Qual a sua opinião sobre descriminar o aborto? DISCRIMINAR = distinguir, separar. É preciso saber discriminar o que é bom e o que é ruim para a empresa. Infelizmente, atualmente ainda vemos muitos casos de discriminação racial no mundo. 7.1.8 Delatar x Dilatar DELATAR = entregar, acusar. Um dos homens que participaram do roubo delatou o crime aos policiais. DILATAR = aumentar o tamanho FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB A água dilata quando congela. 7.1.9 Infligir x Infringir INFLIGIR: ato de impor, de aplicar uma pena. Multas altas serão infligidas aos clientes que não pagarem seus boletos em dia. INFRINGIR: desrespeitar uma lei. Após infringirem as leis da empresa, os funcionários receberam uma advertência. 7.1.10 Ratificar x Retificar RATIFICAR: confirmar, comprovar. Enviaram-nos uma mensagem para ratificar a decisão tomada pela diretoria. RETIFICAR: consertar, corrigir. A fim de retificar o comunicado, a decisão da diretoria foi enviar uma nova mensagem ao e-mail de cada funcionário. 7.2 Conotação e Denotação Denotação é o sentido real das palavras, aquilo que chamamos de sentido literal. Conotação é o sentido figurado, ou seja, não se trata do sentido real daquilo que se está dizendo. Vejamos um exemplo que vai nos ajudar a entender melhor: A vaca foi pro brejo. Figura 25: A Vaca foi pro Brejo. Fonte: http://www.ultrajano.com.br/a-vaca-foi-pro-brejo/ http://www.ultrajano.com.br/a-vaca-foi-pro-brejo/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Além do sentido denotativo (literal), que pode ser visto na figura acima, essa expressão pode ter o sentido conotativo (figurado), significando que algo deu errado. Vejamos mais um exemplo: Figura 26: Pendurar. Fonte: https://www.portugues.com.br/gramatica/denotacao-conotacao-.html Na tirinha acima, o verbo pendurar tem sentido conotativo, pois significa, nesse caso, comprar fiado. O sentido denotativo do verbo pendurar pode ser visto na figura abaixo: Figura 27: Roupas no Varal. Fonte: http://www.wanke.com.br/blog/detalhe/8-dicas-para-secar-as-roupas-sem-danifica-las https://www.portugues.com.br/gramatica/denotacao-conotacao-.html http://www.wanke.com.br/blog/detalhe/8-dicas-para-secar-as-roupas-sem-danifica-las FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Pendurei as roupas no varal. (sentido denotativo) Pendura essa conta pra mim? (sentido conotativo) 7.3 Ambiguidade É o duplo sentido. Trata-se dos casos em que uma frase pode ser interpretada de duas maneiras distintas. A ambiguidade é muito usada para gerar situações de humor. No entanto, no nosso cotidiano devemos ter cuidado para evitar esse tipo de construção e não deixarmos nosso ouvinte ou leitor confuso. Figura 28: Não conversar sobre os alimentos. Fonte: https://pt.foursquare.com/v/tower-food-restaurante/4e6257d2ae60e9edf5b3f1b4 O aviso na imagem acima está mal construído. Nesse caso a ambiguidade não foi proposital, pois não há intuito de gerar uma situação de humor. Em casos como esse devemos prestar atenção e buscar outra maneira para dizermos o que queremos sem que a frase fique ambígua. O dono do estabelecimento quis dizer às pessoas que elas não devem falar em cima dos alimentos. No entanto, o uso da palavra SOBRE possibilitou dupla interpretação: não falar em cima dos alimentos ou não conversar a respeito dos alimentos. https://pt.foursquare.com/v/tower-food-restaurante/4e6257d2ae60e9edf5b3f1b4 FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Figura 29: Não trocamos roupas íntimas. Fonte: https://noticiasconcursos.com.br/enem-e-vestibular/semantica-no-enem-entenda-a-ambiguidade/ Nesse exemplo, temos a ambiguidade criadapropositalmente para gerar uma situação engraçada. A frase “Não trocamos roupas íntimas” pode ser interpretada de duas maneiras: a loja não efetua troca de roupas íntimas compradas ali ou então que as pessoas naquela loja não trocam suas roupas íntimas. Figura 30: Nada. Fonte: https://www.bombounowa.com/imagens/que-foi-nada-nada-nada-burro/ Nessa imagem é o caráter polissêmico da palavra NADA que gera ambiguidade e causa o humor, pois NADA pode significar COISA ALGUMA ou pode ser uma forma do verbo NADAR. https://noticiasconcursos.com.br/enem-e-vestibular/semantica-no-enem-entenda-a-ambiguidade/ https://www.bombounowa.com/imagens/que-foi-nada-nada-nada-burro/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 08 PRONOMES PESSOAIS – PARTE 1 Figura 31: Conjugação. Fonte: http://analisedecharges.blogspot.com/2009/12/analise-do-verbo-demitir.html Em uma situação de comunicação entre duas pessoas temos o que chamamos de pessoas do discurso. A pessoa que fala, ou seja, o emissor, é a primeira pessoa e a pessoa com que se fala, o receptor, é a segunda pessoa. Aquilo de que se fala, o assunto, ou referente, como vimos no esquema de comunicação, é a terceira pessoa. Resumindo, temos: • Primeira pessoa = quem fala. • Segunda pessoa = com quem se fala. • Terceira pessoa = aquilo sobre o que se fala. http://analisedecharges.blogspot.com/2009/12/analise-do-verbo-demitir.html FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Importante ressaltar que, em uma situação em que pessoas estão conversando, a primeira e a segunda pessoa se alternam, pois as pessoas ora falam, ora ouvem, ou seja, ora são emissores, ora receptores. Para dar nome a essas pessoas do discurso existem os PRONOMES PESSOAIS. EU PRIMEIRA PESSOA SINGULAR TU (VOCÊ) SEGUNDA PESSOA ELE TERCEIRA PESSOA NÓS PRIMEIRA PESSOA PLURAL VÓS (VOCÊS) SEGUNDA PESSOA ELES TERCEIRA PESSOA Como podemos notar na tabela acima, a segunda pessoa pode ser representada pelo pronome TU ou pelo pronome VOCÊ. É mais comum na língua portuguesa o uso do pronome VOCÊ. Veremos mais à frente algumas particularidades sobre ele. Os pronomes pessoais são, portanto, utilizados para se referirem às pessoas do discurso e substituem o uso de um nome. Veja o exemplo a seguir: Você conhece a Vera? ELA é a mais nova funcionária do nosso setor. O pronome ELA é utilizado para se referir à Vera (terceira pessoa do discurso, ou seja, a pessoa de quem se fala). Esse uso dos pronomes pessoais, retomando algo que foi mencionado anteriormente, evita repetições, pois, como podemos ver, em vez de repetir o nome VERA, utilizamos o pronome ELA para fazer tal referência. Os pronomes pessoais podem ser utilizados para nos referirmos ao SUJEITO e ao OBJETO em uma oração, por isso, antes de estudá-los, precisamos entender o conceito de SUJEITO da oração e, também, saber identificar um OBJETO (complemento de verbo). Para achar o SUJEITO de uma oração, perguntamos ao verbo: QUEM? A resposta não precisa ser, necessariamente, uma pessoa. Magali comeu uma melancia inteira. QUEM comeu? MAGALI = Sujeito Meu carro quebrou na estrada. QUEM quebrou? MEU CARRO = Sujeito FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB A maçã estava podre. QUEM estava podre? A MAÇÃ = Sujeito O OBJETO é o complemento do verbo. Para alguns verbos fazerem sentido, é necessário que haja um OBJETO. Por exemplo, seu eu digo “Eu comprei.” Você irá me perguntar em seguida: “O que você comprou?” Isso acontece porque para que o verbo comprar faça sentido precisamos de duas coisas: 1 – ALGUÉM QUE COMPRE = SUJEITO 2 – ALGO QUE SEJA COMPRADO = OBJETO Às vezes, esse complemento do verbo, o OBJETO, tem uma preposição. Veja este exemplo: Ela gosta de mim. Quando eu pergunto “Quem gosta?”, a resposta é ELA = SUJEITO Mas se alguém gosta, tem que gostar de alguém ou de alguma coisa, certo? Aí eu pergunto: “Ela gosta do que?” A resposta é: DE MIM = OBJETO Note que, nesse exemplo, há a preposição DE no objeto (DE MIM) Vejamos mais um exemplo: Pedro deu uma rosa para sua mãe. Quem deu? PEDRO = SUJEITO Deu o que? UMA ROSA = OBJETO Para quem? PARA SUA MÃE = OBJETO Temos 2 objetos (um sem preposição: uma rosa; um com preposição: para sua mãe) – PARA é preposição. Mas por que fizemos essa pausa para entender os conceitos de SUJEITO e OBJETO? Acontece que os PRONOMES PESSOAIS se dividem em dois casos: RETO e OBLÍQUO. Os pronomes do caso RETO exercem a função de SUJEITO de uma oração e os pronomes do caso OBLÍQUO exercem a função de OBJETO. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Além disso, os pronomes do caso OBLÍQUO ainda são divididos em ÁTONOS e TÔNICOS. Vejamos, a partir de agora, quais são esses pronomes e como funcionam: Caso reto Caso oblíquo – ÁTONOS Caso oblíquo – TÔNICOS Eu Me Mim, comigo Tu, você Te, você Ti, contigo, com você (a você, de você, etc.) Ele/Ela O, a, se, lhe Si, consigo (preposição + ELE/ELA – Ex: para ela; por ele) Nós Nos Nós, conosco (a nós, de nós, etc.) Vós, vocês Vos, vocês Vós, convosco, com vocês (a vocês, de vocês, etc.) Eles/Elas Os, as, se, lhes Si, consigo (preposição + ELES/ELAS – Ex: para elas; por eles) 8.1 O pronome VOCÊ VOCÊ vem de VOSSA MERCÊ. Vossa Mercê era um pronome de tratamento. Portanto, VOCÊ, pela sua origem, se articula como pronomes de terceira pessoa, assim como todos os pronomes de tratamento (Vossa Excelência, por exemplo), mas sua função, hoje em dia, faz com que ele pertença à segunda pessoa do discurso. Por isso, utilizamos para VOCÊ as formas verbais e pronominais de TERCEIRA PESSOAS apesar de ele ter função de SEGUNDA PESSOA. Você vai à reunião? Perceba que a forma verbal VAI é a mesma forma utilizada com a terceira pessoa (ele/ ela), mas o pronome você é utilizado para se referir à segunda pessoa do discurso, ou seja, aquela com quem se fala. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 51 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 09 PRONOMES PESSOAIS – PARTE 2 9.1 Eu, Me e Mim EU conversei com meu chefe ontem. Ele ME disse que não trabalharemos na próxima semana. Meu chefe também enviou um e-mail para MIM. EU conversei com meu chefe ontem • Nesse exemplo EU é SUJEITO do verbo conversar. • Por isso foi utilizado o pronome do caso RETO. Ele ME disse que não trabalharemos na próxima semana. • Nesse caso, ME é OBJETO INDIRETO do verbo dizer. • Disse “para mim”. • Por isso foi usado um pronome do caso OBLÍQUO (que funciona como objeto) • Mas a preposição não está explícita, ela está implícita. • E foi usado o ÁTONO, pois a preposição não está explícita na frase. Meu chefe também enviou um e-mail para MIM. • Nesse caso, MIM é OBJETO INDIRETO, juntamente com a preposição PARA. • Como se trata de um OBJETO, foi usado pronome OBLÍQUO. • Como temos a preposição na frase: PARA, foi usado o pronome OBLÍQUO TÔNICO. 9.2 Tu/Você, Te, Ti/Você VOCÊ vai à festa amanhã? Eu posso TE dar uma carona. Vou mandar o endereço para VOCÊ. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB VOCÊ vai à festa amanhã? • Nesse exemplo VOCÊ é SUJEITO. • Por isso foi utilizado o pronome do caso RETO. • A função dele na frase é de SUJEITO. Eu posso TE dar uma carona. • Nesse exemplo, TE é OBJETO INDIRETO. • Eu posso dar uma carona PARA TI / PARA VOCÊ. • No entanto, a preposição não está explícita na frase. • Então foi usado um pronome ÁTONO, pois não há preposição explícita. • E foi escolhido o caso OBLÍQUO porque se trata de um OBJETO. Eu TE vi na rua. • Nesse caso também foi utilizado o pronome TE, porque se trata de um objeto. • Nesse exemplo, temos um OBJETO DIRETO, sem preposição. • Por isso foi usado um pronome OBLÍQUO ÁTONO Vou mandar o endereço para VOCÊ. (ou... Para TI) • Nesse exemplo, temos OBJETO INDIRETO com preposição explícita. • PARA VOCÊ • Poderíamos também dizer PARA TI.• TI é um pronome do caso OBLÍQUO TÔNICO. • VOCÊ, apesar de ser do caso RETO, pode ser usado como OBJETO após preposição, assim como ELE e ELA. 9.3 Ele, O, Lhe, Se, Si, Ele Paulo foi contratado. ELE tem um currículo excelente. A empresa O contratou como gerente de vendas. Ele SE esforça muito, por isso é bem sucedido. A empresa oferecerá vários benefícios a ELE. A empresa LHE oferecerá vários benefícios. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 53 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Paulo foi contratado. ELE tem um currículo excelente. • Nesse exemplo, foi utilizado o pronome ELE, pois se trata de um SUJEITO. • O pronome ELE é do caso RETO, funciona como SUJEITO. A empresa O contratou como gerente de vendas. • Nesse exemplo, temos O, pronome oblíquo átono. • Foi utilizado O por se tratar de um OBJETO. • Nesse exemplo, trata-se de um OBJETO DIRETO. • Não há preposição. • Por isso a escolha do pronome ÁTONO. Ele SE esforça muito, por isso é bem-sucedido. • O pronome SE é reflexivo. • Faz com que o sujeito seja agente e paciente. • Ou seja, o sujeito exerce e sofre a ação. A empresa oferecerá vários benefícios a ELE. • Nesse caso, temos um OBJETO INDIRETO (A ELE). • A preposição A está presente. Por isso foi usado o pronome ELE. • Apesar de ELE ser do caso RETO, podemos usá-lo após preposição com função de OBJETO (assim como ELA e VOCÊ e suas formas plurais). A empresa LHE concederá vários benefícios. • Nesse segundo exemplo, temos o mesmo sentido do primeiro. • No entanto, em vez de dizer A ELE ou PARA ELE, usamos LHE. • LHE significa PARA ELE/ELA ou A ELE/ELA • Quando usamos o LHE, não usamos, portanto, a preposição. • LHE só pode ser usado em casos em que a preposição A ou a preposição PARA sejam necessárias. 9.4 Ela, A, Lhe, Se, Si, Ela Eu comprei uma jaqueta, mas ELA veio com um defeito. Comprei porque A vi em um site. Eu me apaixonei por ELA. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 54 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Eu comprei uma jaqueta, mas ELA veio com um defeito. • Nesse exemplo, utilizamos o pronome do caso reto ELA, pois se trata de um sujeito. Comprei porque A vi em um site. • Nesse exemplo, o pronome A tem função de OBJETO DIRETO. • Por isso, utilizamos o pronome do caso OBLÍQUO. • Foi utilizada a forma ÁTONA porque não há preposição. Eu me apaixonei por ELA. • Nesse exemplo, temos o pronome ELA com função de OBJETO INDIRETO. • Como já vimos, apesar de se tratar de um pronome do caso RETO, ELA, assim como ELE e VOCÊ e suas formas plurais podem ser utilizados como objeto, após preposição. • Temos preposição POR e, por isso, utilizamos o pronome ELA. 9.5 Considerações sobre o pronome VOCÊ Quando utilizamos VOCÊ/VOCÊS para nos referirmos à segunda pessoa podemos: • Utilizar o pronome oblíquo átono de segunda pessoa (TE) Você está mais magro! Eu TE vi na foto. Você quer uma carona? Eu TE dou. • Ou os de terceira pessoa (O, A, OS, AS, LHE, LHES) Você está mais magro! Eu O vi na foto. Você quer uma carona? Eu LHE dou. De acordo com norma culta da língua, quando nos referimos à segunda pessoa como VOCÊ, o correto é utilizar os pronomes oblíquos átonos da TERCEIRA PESSOA: O, A, OS, AS, LHE, LHES e SE. No entanto, no dia a dia, acabamos por utilizar, também, o da segunda pessoa: TE. Mas não podemos nos esquecer do que é correto de acordo com a norma culta, que é utilizar os de TERCEIRA PESSOA: • Você é meu amigo e eu TE considero muito. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 55 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Esse exemplo é como falamos no dia a dia, mas não é sancionado pela norma culta. Isso porque TE é forma átona de TU e não de VOCÊ. • Você é meu amigo e eu O considero muito. Esse exemplo está correto de acordo com a norma culta da língua, pois foi utilizado o pronome átono de terceira pessoa: O para se referir a VOCÊ. • Você é minha mãe e eu TE respeito. • Você é minha mãe e eu A respeito. O segundo exemplo é o correto de acordo com a norma culta. • Você faz aniversário na semana que vem e eu quero TE dar um presente. • Você faz aniversário na semana que vem e eu quero LHE dar um presente. Novamente, o segundo exemplo é o correto de acordo com a norma culta. LHE, como já vimos, significa A ELE, A ELA ou PARA ELE/PARA ELA. Quando usamos com VOCÊ, ele assume o sentido de PARA VOCÊ ou A VOCÊ. VOCÊ também pode ser utilizado como pronome do caso OBLÍQUO ÁTONO, ou seja, ele pode ser utilizado como OBJETO de um verbo quando não há preposição antes dele. • Eu vi VOCÊ no supermercado ontem. Resumindo: • VOCÊ pode ser utilizado como pronome do caso RETO. • VOCÊ pode ser utilizado como pronome OBLÍQUO ÁTONO. • VOCÊ pode ser utilizado como pronome OBLÍQUO TÔNICO. A forma átona de segunda pessoa TE é utilizada com VOCÊ, mas isso NÃO é sancionado pela norma culta da língua. De acordo com a norma culta, para VOCÊ, utilizamos as formas átonas da TERCEIRA pessoa: O, A, OS, AS, LHE, LHES e SE. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 56 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB 9.6 Variações de O, A, OS, AS Os pronomes O, A, OS, AS, quando utilizados após um verbo podem sofrer variações. Isso acontece da seguinte maneira: • Se eles forem utilizados após um verbo que terminar em R, S ou Z, devemos tirar a consoante final (o R, o S ou o Z) e acrescentar LO, LA, LOS LAS. Você trouxe os documentos? É preciso ENVIÁ-LOS à diretoria. (enviar + os = enviá-los) • Se utilizarmos esses pronomes após um verbo que termine em M ou em ÃO, ÕE, devemos acrescentar NO, NA, NOS, NAS. O que vocês acharam das mudanças na sala: FIZERAM-NAS ontem. (fizeram + as = fizeram-nas) 9.7 Eu ou Mim??? O pronome pessoal EU é um pronome do caso reto e funciona como sujeito de uma oração: Eu preciso terminar de redigir os documentos. Pediram para eu organizar a reunião. Nos exemplos acima, o pronome EU é sujeito dos verbos que o seguem. Na primeira frase é sujeito de PRECISO (quem precisa? EU). Na segunda é sujeito de ORGANIZAR (quem organizar a reunião? EU). O pronome pessoal MIM é do caso oblíquo e funciona como objeto. Além disso, é TÔNICO, devendo, portanto, ser utilizado após preposições. Veja: Essa promoção será muito importante para mim. Para mim, escrever um ofício ainda é complicado (Escrever um ofício ainda é complicado para mim). Anote isso O correto é ENTRE MIM E VOCÊ ou ENTRE VOCÊ E MIM. É errado dizer ENTRE EU E VOCÊ ou ENTRE VOCÊ E EU. A vaga para trabalhar nos Estados Unidos será disputada entre mim e você. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 57 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 10 PRONOMES DEMONSTRATIVOS E PRONOMES RELATIVOS 10.1 Pronomes Demonstrativos Os pronomes demonstrativos são utilizados para demonstrar, localizar alguma coisa com relação ao ambiente em que se fala. São eles: Este, esta, estes, estas, isto. Esse, essa, esses, essas, isso. Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. Os pronomes ESTE, ESTA, ESTES, ESTAS e ISTO devem ser utilizados no texto para se referir a algo que será mencionado a seguir ou para fazer referência ao local do próprio texto. Vejamos um exemplo: No documento, escreva isto: Prazo final para solicitação de reembolso: 20/04/2021. ESSE, ESSA, ESSES, ESSAS e ISSO são utilizados para nos referirmos a algo que foi mencionado anteriormente. Foram contratados 20 novos montadores. ESSES funcionários trabalharão no período noturno. Atenção! Há uma construção com os pronomes AQUELE e ESTE que utilizamos quando nos referimos a duas coisas que formam mencionadas anteriormente no texto. Usa-se ESTE para retomar o que foi mencionado por último e AQUELE para fazer referência ao que está mais distante no texto, ao que foi citado primeiro. Precisamos contratar um mecânico e um secretário. AQUELE para trabalhar na produção e ESTE para atuar no setor administrativo O pronome ESTE foi utilizado para retomar UM SECRETÁRIO, pois trata-se do que está mais próximo, e o pronome AQUELE, para retomar UM MECÂNICO, que está maisdistante. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 58 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Podemos também utilizar os pronomes demonstrativos dentro de um texto para fazer referência temporal. Quando se trata do momento em que o texto está sendo escrito ou falado, utilizamos ESTE e suas variações: ESTE mês as metas a serem batidas estão mais altas do que no mês passado. O próximo mês será de grande importância, pois NESSE mês serão tomadas decisões com relação ao futuro da empresa. Utilizamos o pronome AQUELE e suas variações em um texto para fazer referência a algo que aconteceu em um tempo distante. Lembro-me do início da empresa, há 20 anos. NAQUELE tempo havia poucos funcionários e a maior parte deles pertencia à família dos proprietários. 10.2 Pronomes Relativos Os pronomes relativos são utilizados para nos referirmos a algo que foi mencionado anteriormente e, ao mesmo tempo, para introduzir uma informação sobre esse elemento que ele retoma. Veja: O e-mail QUE enviei continha erros de digitação. O pronome relativo QUE retoma a palavra E-MAIL e introduz uma informação sobre ela (que enviei), ou seja, não se trata de qualquer e-mail, mas do e-mail que foi enviado por mim. Os pronomes relativos são • Que • Qual (o qual, a qual, os quais, as quais) • Quem • Cujo (cuja,cujos,cujas) • Como • Onde/Aonde • Quanto Vejamos, a partir de agora, cada um deles FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 59 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB 10.2.1 Que O pronome que é o pronome relativo mais utilizado. Ele pode ser precedido ou não por preposição, ou seja, pode haver ou não uma preposição antes dele. Na maior parte dos casos, ele aparece sem preposição. Este é o documento QUE você deve anexar ao processo. O funcionário QUE foi contratado acabou de chegar. Os produtos de QUE você gostou estão em promoção. No último exemplo, o pronome QUE vem precedido pela preposição DE devido à regência do verbo GOSTAR, pois quem gosta gosta DE alguma coisa e, nesse caso, “você gostou DOS produtos. Como o pronome QUE retoma a palavra PRODUTOS, é necessário que antes dele seja utilizada a preposição DE. 10.2.2 Qual O pronome relativo QUAL deve ser acompanhado por um artigo definido (O, A, OS, AS). Ele é utilizado com preposição ou, em alguns casos, no lugar de QUE de modo a evitar ambiguidade. Vejamos os exemplos: A vaga para a QUAL me inscrevi está muito disputada. No exemplo acima “me inscrevi para a vaga”, e o pronome QUAL, acompanhado pelo artigo A, retoma a palavra VAGA. Por isso, ele está precedido pela preposição PARA. Atenção ao exemplo a seguir: Este é o namorado de Sônia, que recebeu aviso prévio. No exemplo acima, não é possível saber se quem recebeu o aviso prévio foi Sônia ou seu namorado. Temos, portanto um caso de ambiguidade. Isso poderia ser resolvido utilizando O QUAL/A QUAL no lugar do pronome QUE. Veja: FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 60 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Este é o namorado de Sônia, O QUAL recebeu aviso prévio (quem recebeu o aviso foi o namorado). Este é o namorado de Sônia, A QUAL recebeu aviso prévio (quem recebeu o aviso foi Sônia). 10.2.3 Quem O pronome relativo QUEM é utilizado apenas para se referir a pessoas e deve estar sempre acompanhado de preposição. Faça uma lista com os nomes das pessoas para QUEM devo enviar os convites para o evento. Esta é a secretária de quem te falei. 10.2.4 Cujo O pronome relativo CUJO liga dois termos, um que está antes dele e outro que está depois dele. Ele estabelece entre esses dois termos uma relação de posse. Nessa relação, o termo que vem antes do pronome CUJO representa aquele que possui, e o que termo que vem depois do pronome CUJO representa aquilo que é possuído. A mãe CUJO filho foi suspenso veio à escola falar com o diretor. Nesse exemplo, o pronome CUJO estabelece a relação de posse entre a MÃE e o FILHO. A mãe é quem possui: o filho é dela. Perceba que o pronome CUJO concorda em gênero com a palavra que vem depois dele (CUJO FILHO). Se fosse uma FILHA, teríamos: A mãe CUJA filha foi suspensa veio à escola falar com o diretor. 10.2.5 Como O pronome relativo COMO é utilizado para retomar palavras como MODO, MANEIRA, JEITO, FORMA. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 61 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Não gostei do modo COMO o funcionário falou com o chefe. Na reunião será explicada a maneira COMO devemos proceder na próxima campanha. 10.2.6 Onde/Aonde Um erro muito comum com relação ao uso dos pronomes relativos é utilizar ONDE/AONDE para se referir a palavras que não designam um lugar. Vejamos um exemplo: Tivemos uma reunião ONDE falamos sobre a contratação de novos funcionários.* A frase acima está INCORRETA, pois o pronome ONDE está sendo utilizado para retomar a palavra REUNIÃO e REUNIÃO não é um local. Não podemos, pois, utilizar o pronome ONDE para nos referirmos a ela. O pronome relativo ONDE/AONDE é utilizado para fazer referência a lugares. É errado, portanto, utilizarmos esse pronome para nos referirmos a coisas que não sejam locais. A cidade ONDE será aberta a nova filial da empresa fica a 500 km daqui. No exemplo acima, o pronome ONDE foi utilizado corretamente, pois retoma a palavra CIDADE, que é um local. 10.2.6.1 Onde ou Aonde? Outro erro muito comum é utilizar AONDE e ONDE como se essas palavras tivessem o mesmo sentido. E elas não têm! Apesar de ambas serem utilizadas para se referirem a locais, a palavra AONDE só pode ser utilizada em casos em que é possível substituí-la por PARA ONDE. Veja: Veja aqui no mapa. Este é o local AONDE iremos na semana que vem (o local PARA ONDE iremos). Trabalhamos em uma cidade AONDE há muitas empresas.* A frase acima está errada, pois não é possível fazer a substituição de AONDE por PARA ONDE. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 62 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Trabalhamos em uma cidade PARA ONDE há muitas empresas.* O correto é, portanto: Trabalhamos em uma cidade ONDE há muitas empresas. 10.2.7 Quanto O pronome relativo QUANTO é utilizado após as palavras TUDO, TODO, TODOS, TODAS, TANTO. Você deve fazer tudo QUANTO for preciso para fechar esse negócio. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 63 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 11 CONCORDÂNCIA NOMINAL O que é concordância nominal? De modo geral, a concordância nominal consiste em concordar os pronomes adjetivos (ou seja, pronomes que modificam um substantivo), os adjetivos (palavras que dão qualidade a um substantivo) e os artigos (o, a, os, as, um, uma, uns, umas) com o substantivo a que se referem. Essa concordância deve ser feita em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plural). Vejamos alguns exemplos. O novo funcionário. A nova funcionária. Os novos funcionários. As novas funcionárias. Existem, no entanto, alguns casos especiais que merecem nossa atenção. Estudaremos, a seguir, cada um deles. 11.1 Um adjetivo qualificando dois ou mais substantivos Quando o adjetivo está antes dos substantivos que ele qualifica, ele pode concordar com todos ou apenas com o substantivo que está mais perto dele. Contratamos recém-formado um advogado e uma engenheira. Contratamos recém-formados um advogado e uma engenheira. Nesses dois exemplos, tanto o advogado como a engenheira são recém-formados. Quando o adjetivo estiver depois dos substantivos que qualifica, ele deve concordar com os dois. Contratamos um advogado e uma engenheira recém-formados. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 64 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF. DRA. JOAGDA REZENDE ABIB Se o adjetivo concordar apenas com o substantivo mais próximo, ele se referirá apenas a ele. Vejam: Contratamos um advogado e uma engenheira recém-formada. Nesse caso, apenas a engenheira é recém-formada, enquanto no primeiro exemplo tanto o advogado quanto a engenheira são recém-formados. 11.2 Particípios e predicativos Deve ser feita a concordância
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