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Microeconomia (1)

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MICROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA
Prof. André de Faria Thomáz
MICROECONOMIA
Marília/SP
2022
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma 
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a 
emissão de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
MICROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5
SUMÁRIO
CAPÍTULO 01
CAPÍTULO 02
CAPÍTULO 03
CAPÍTULO 04
CAPÍTULO 05
CAPÍTULO 06
CAPÍTULO 07
CAPÍTULO 08
CAPÍTULO 09 
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11 
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
07
18
26
35
43
53
61
75
86
95
108
118
129
140
150
PRINCIPIOS DA MICROECONOMIA
DEMANDA E OFERTA
EQUILIBRIO DE MERCADO
ELASTICIDADE NO PONTO
CONTROLE DA MICROECONOMIA X 
EMPRESAS
DECISÕES EMPRESARIAIS
DECISÕES DE INVESTIMENTOS
EFEITOS DO SINCRONISMO NA ECONOMIA
HABILIDADES MICROECONÔMICAS
INDICADORES DA MICROECONOMIA
TEORIAS ADMINISTRATIVAS
GANHOS MULTIPLOS
BSC EM MICROECONOMIA 
ALINHAMENTO ESTRATÉGICO
ANÁLISE DE PRODUÇÃO A LONGO PRAZO
MICROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6
INTRODUÇÃO
A Microeconomia ocupa-se da forma como as unidades individuais que compõem 
a economia agem e reagem umas sobre as outras. É importante notar que, antes do 
início do século XX, a Economia era uma ciência exclusivamente microeconômica. 
Nesse sentido, as análises microeconômicas são, essencialmente, dedutivas/teóricas, 
estático-comparativas e positivistas.
Fundamentalmente, a teoria microeconômica se assenta em dois grandes grupos: 
compradores (demandantes) e vendedores (ofertantes). Na demanda, a Microeconomia 
utiliza a Teoria do Consumidor para entender as preferências e os limites da escolha. 
Já na oferta, a teoria microeconômica utiliza tanto a Teoria da Firma para entender a 
produção, os custos e o lucro das unidades produtoras, como a teoria dos mercados 
para compreender como acontecem as diferentes concorrências nos mercados 
capitalistas.
O estudo da microeconomia caracteriza-se por, pelo menos, quatro axiomas ou 
princípios teóricos que servem de base para todas as cinco grandes categorias 
apresentadas anteriormente. Em outras palavras, trata-se de características que 
permeiam todas as análises microeconômicas. Análise dedutiva ou teórica: a 
microeconomia se caracteriza como um ramo da economia de natureza dedutiva 
ou teórica. Esse caráter dedutivo decorre da complexidade e entrelaçamento de 
influências que subjazem às situações reais que são objeto de estudo. Ou seja, a 
análise microeconômica trabalha com muitas variáveis que não podem ser observadas 
ou mensura
MICROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7
CAPÍTULO 01
PRINCIPIOS DA 
MICROECONOMIA 
Introdução
Olá Estudante, a partir deste momento iremos observar as mudanças que ocorrem 
no mundo é essencial para a compreensão da economia. Em economia estudamos 
como os recursos escassos são alocados entre os vários usos alternativos. Desta 
forma, podemos dizer que a economia nos ajuda a entender a natureza, as empresas, 
a sociedade e muitas outras questões que envolvem o mundo dos negócios.
Assim como uma família, a sociedade diariamente precisa tomar muitas decisões. 
Vamos imaginar nossa casa, sempre precisamos realizar a divisão de tarefas de cada 
membro da família, e o que cada um deles receberá em troca pelas tarefas executadas. 
O mesmo ocorre com as empresas, como os recursos são escassos, cabe a elas 
tomarem a decisão em relação à produção, à mão de obra disponível e ao mercado 
que irá atender.
Para melhor compreender este processo, utilizaremos uma das grandes áreas 
da economia, que é a microeconomia. A microeconomia se ocupa em estudar o 
comportamento econômico dos agentes econômicos de forma individual: consumidores, 
firmas e proprietários dos recursos.
Figura 01 – Economia
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/moedas-notas-dinheiro-moeda-1726618/
https://pixabay.com/pt/photos/moedas-notas-dinheiro-moeda-1726618/
MICROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
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1.1 CONTROLE DA MICROECONOMIA
Por isso, a microeconomia é uma das áreas da economia que mais sofre com 
mudanças bruscas, sejam elas na área política, social, ambiental e cultural, pois 
modificam o comportamento destes agentes e, consequentemente, do mercado em 
que eles atuam.
Veremos, nesta unidade, como os acontecimentos econômicos, políticos, culturais 
e ambientais influenciam o aumento de preços, por exemplo, na disponibilidade de 
produtos e na formação de preços das empresas. Além disso, vamos estudar os 
princípios da microeconomia, quais as ferramentas que são utilizadas nas análises, 
o mercado da oferta e demanda e o equilíbrio de mercado.
1. 2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO MICROECONÔMICO
Microeconomia tem origem na palavra grega mikros, que significa “pequeno”, ou 
seja, é uma das divisões da economia que objetiva o estudo da economia a uma visão 
em close – como se estivéssemos observando através de um microscópio (HALL; 
LIEBERMAN, 2003).
A microeconomia ou teoria microeconômica tem sua origem baseada no 
liberalismo econômico, corrente a que pertenciam os primeiros economistas clássicos, 
particularmente Adam Smith, Thomas Robert Malthus, David Ricardo, John Stuart Mill 
e Jean-Baptiste Say (GARÓFALO; PINHO, 2016).
O período neoclássico iniciou na década de 1870, com as obras de William Stanley 
Jevons, Carl Menger e León Walras, e depois desenvolvidas por seus seguidores, 
como Eugen Bõhm-Bawerk, Joseph Alois Schumpeter, Vilfredo Pareto, Arthur C. Pigou 
e Francis Edgeworth. Neste período, privilegiam-se os aspectos microeconômicos da 
teoria, pois a crença na economia de mercado fez com que não se preocupassem 
tanto com a política e o planejamento macroeconômico.
A obra de maior repercussão dessa época foi Princípios de economia, de Alfred 
Marshall, publicada pela primeira vez em 1890, e que serviu como livro texto básico 
até a metade deste século.
Nesse período, a formalização da análise econômica evoluiu muito. O comportamento 
do consumidor foi analisado em profundidade. O desejo do consumidor de maximizar 
sua utilidade (satisfação no consumo) e do produtor em maximizar o lucro é a base 
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para a elaboração de um sofisticado aparato teórico. Por meio do estudo de funções 
ou curvas de utilidade e de produção, considerando restrições de fatores e restrições 
orçamentárias, é possível deduzir o equilíbrio de mercado. Como o resultado depende 
basicamente dos conceitos marginais (receita marginal, custo marginal etc.), a teoria 
neoclássica é também chamada de teoria marginalista.
A análise marginalista é muito rica e variada. Alguns economistas privilegiaram 
alguns aspectos, como a interação de muitos mercados simultaneamente – o equilíbrio 
geral de Walras é um caso –, outros privilegiaram aspectos de equilíbrio parcial, usando 
um instrumental gráfico – a Caixa de Edgeworth, por exemplo.
A economia clássica fundamentava-se no estudo do processo de produção, 
distribuição, circulação e consumo dos bens e serviços (riqueza). Motivo este que 
faz com que a microeconomia seja considerada uma das áreas mais básicas da 
economia. A microeconomia fornece instrumentos de análise que são utilizados em 
diversas disciplinasda economia, tais como: economia do setor público, economia 
internacional, economia e meio ambiente.
A microeconomia analisa a formação de preços com base em dois mercados:
• Mercado de bens e serviços (preços de bens e serviços).
• Mercado dos serviços dos fatores de produção (salários, juros, aluguéis e lucros).
De acordo com Vasconcelos e Oliveira (2008), podemos destacar três princípios 
que caracterizam a teoria microeconômica:
O primeiro princípio baseia-se no pressuposto de que a economia é composta 
de agentes econômicos: as firmas e os consumidores (que estudaremos mais 
detalhadamente nos próximos tópicos).
O segundo princípio considera que cada um dos agentes econômicos tem uma 
função objetiva, por exemplo, o consumidor tem por objetivo escolher o melhor padrão 
de consumo e as firmas têm por objetivo o lucro máximo.
O terceiro princípio pressupõe que os sistemas econômicos oferecem limites aos 
agentes econômicos, devido à escassez de recursos naturais e produtivos, ou seja, 
tem como premissa básica a lei da escassez.
A microeconomia, também conhecida como a teoria dos preços, é a parte da teoria 
econômica responsável pelo estudo do comportamento das famílias, das empresas 
e do mercado.
Mas você deve se questionar: qual é a importância em compreender o comportamento 
das famílias, empresas e governo? Imaginemos que em determinada cidade as pessoas 
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sempre buscam fazer o pão que consomem. Assim, se um empresário optar por abrir 
na cidade uma fábrica de panificação, ele terá êxito no mercado? Neste contexto, a 
microeconomia pode ser comparada a um mapa de uma cidade, pois traça em detalhes 
o mapa de como os indivíduos tomam as suas decisões de compras e como estas 
decisões acabam afetando o preço e a produção dos produtos.
1.3 PREÇOS, MERCADOS E ESCOLHAS
A microeconomia também se ocupa em estudar os preços. Todos os dias, convivemos 
diretamente com o preço dos produtos. Ao ir ao supermercado, você, muitas vezes, 
faz sua opção de compra dos produtos em função do preço. Estudaremos no decorrer 
desta disciplina como os preços são determinados. Você verá que em uma economia 
planejada os preços são fixados pelo governo. Em uma economia de mercado, os preços 
são fixados pela interação dos agentes econômicos (PINDICK; RUBINFELD, 2013).
Vimos anteriormente que a microeconomia se dispõe a explicar vários dilemas da 
economia. Ao longo do texto utilizamos, muitas vezes, a expressão “mercado”. E você 
acompanha diariamente pessoas, empresários, jornalistas, fazerem abordagens sobre 
o comportamento do mercado (petrolífero, automobilístico, imobiliário, de trabalho, de 
ações etc.). Mas você sabe o que é um mercado?
Você se recorda como ocorriam as trocas na Idade Média? Neste período, os 
agricultores eram responsáveis pelo plantio dos alimentos e realizavam suas trocas 
com os artesãos na cidade que necessitavam de produtos para a sua sobrevivência.
 Hoje, essa troca ocorre no mundo inteiro nos mercados. Mas há uma diferença 
entre os dois períodos. Na Idade Média, os agricultores buscavam alguém que se 
interessasse por suas colheitas e que tivesse bens que fossem do interesse do agricultor 
para realizar a troca – realizavam a troca direta.
Hoje trocamos bens por dinheiro. Os agricultores trocam suas colheitas por 
dinheiro (vendem) e compram com esse dinheiro outros bens que atendam às suas 
necessidades, ou seja, realizam a troca indireta.
A troca hoje é tão indireta e tão complexa que nenhum computador e nenhum 
governo, por maior que seja, poderia acompanhar todas as suas complexas interações 
[...]. A maioria dos bens que você compra é produzida por pessoas que você não 
conhece. A facilidade que o dinheiro (ou moeda) oferece está em você não precisar 
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conhecer essas pessoas, mas apenas os preços dos bens que eles vendem (WELSSELS, 
2010, p. 2).
Para você compreender melhor o que é um mercado e seu funcionamento, é 
necessário que você sempre se lembre de que existem dois grandes grupos: compradores 
(consumidores) e vendedores (produtores).
 O grupo dos compradores é formado pelos consumidores que adquirem bens e 
serviços e pelas empresas que adquirem mão de obra, capital e matéria-prima. E o 
grupo dos vendedores é composto pelas empresas que vendem os bens e serviços 
fabricados tanto para consumidores, como também para os detentores dos recursos 
naturais (PINDICK; RUBINFELD, 2013).
A interação dos compradores e vendedores dá origem ao MERCADO. Em economia, 
de acordo com Salvatore (1984, p. 2), mercado é “um local ou contexto no qual 
compradores e vendedores compram e vendem bens, serviços e recursos [...]”.
Em um mercado, as empresas podem vender produtos iguais ou correlatos, produto 
de um setor, ou mais setores.
Você sabia que uma das preocupações dos economistas é a definição do mercado? 
Ou seja, saber identificar quem são os compradores e os vendedores de determinado 
mercado. Vejamos, por exemplo, um cidadão que mora no Norte do país e que queira 
comprar artigos de vestuário para vender. Ele só se deslocará para grandes centros, 
como São Paulo, se o preço dos produtos for mais baixo, do contrário, ele comprará 
no seu local de origem.
Mas, precisamos ainda considerar que em um mercado, tanto compradores quanto 
vendedores realizam escolhas. Para compreendermos melhor a questão das escolhas 
dos indivíduos, consideremos uma afirmação de Rolling Stones, citada por Pindick e 
Rubinfeld (2013, p. 4): “você não pode ter sempre tudo o que deseja”. Mesmo as pessoas 
consideradas ricas, por exemplo, Mike Jagger, têm consciência de que até mesmo 
pessoas bem-sucedidas realizam escolhas e têm limites. Limites que muitas vezes nos 
foram impostos já na infância. Quantos de nós, quando crianças, não precisávamos 
realizar escolhas entre um brinquedo ou outro?
 Em cada um dos mercados, vamos encontrar compradores e vendedores diferentes, 
dependendo do bem e serviço que forem negociados. Vamos encontrar um mercado de 
laranjas, o de carros, o de imóveis, e poderíamos listar milhares de bens e serviços que 
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podem ser vendidos. Mas, mesmo num mercado tão amplo e complexo, infelizmente, 
não poderemos comprar tudo o que gostaríamos num determinado momento.
A microeconomia trata dessas escolhas e limites. Por isso que alguns autores 
afirmam que a economia é a ciência das escolhas. Precisamos realizar escolhas por 
que nem sempre nossa renda é suficiente para adquirir todos os bens e serviços que 
satisfaçam nossas necessidades e nossos desejos. Além disso, também sabemos 
que os desejos da sociedade são infinitos. Cada pessoa tem necessidades ou desejos 
diferenciados. O mesmo ocorre com nossos recursos naturais. Os recursos naturais 
são finitos e as necessidades ilimitadas, por isso que as empresas realizam escolhas 
do que produzir, como produzir e para quem produzir os bens e serviços.
A ideia de fazer escolhas é importante no estudo da economia. Nos próximos 
tópicos, você verá na prática como as escolhas que realizamos ajudam a compreender 
o estudo microeconômico.
Você estudou anteriormente que economia é uma ciência social e as ciências sociais 
se destinam a estudar a natureza/comportamento dos indivíduos, as relações humanas 
e o desenvolvimento no meio que habitam, estudando as normas de convivência do 
homem e dos respectivos modos de organização. Além disso, as ciências sociais se 
inter-relacionam com outras áreas do conhecimento, como a Psicologia, a Sociologia, 
a Antropologia, o Direito Social e a Economia e suas divisões.
Mas como explicar essas inter-relações complexas? A microeconomia, assim como 
outras ciências, utiliza teorias e modelos para explicar os fenômenos estudados. Assim, 
a teoria microeconômica utiliza premissas simples para explicar como as empresas 
determinam a quantidadea ser produzida e a quantidade de fatores de produção que 
serão necessários utilizar (PINDICK; RUBINFELD, 2013).
 “A Teoria Econômica analisa, de forma simplificada, o funcionamento de um sistema 
econômico, utilizando um conjunto de suposições e hipóteses acerca do mundo real, 
procurando obter as leis que o regulam” (SOUZA, 2013, p. 3).
Um modelo “é uma representação matemática de uma empresa, um mercado ou 
outra entidade, com base na teoria econômica [...]” (PINDICK; RUBINFELD, 2013, p. 6).
Uma das características da teoria microeconômica é que ela realiza as análises 
por meio de modelo econômico.
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A construção dos modelos implica a adoção de hipóteses podendo se viabilizar 
segundo dois procedimentos distintos, isto é, usando o método indutivo ou, então, 
recorrendo ao método dedutivo. O primeiro, igualmente conhecido como experimental 
ou estatístico ou, ainda, científico, fundamenta-se em hipóteses que possam ser 
laboratorialmente testáveis, observáveis, originar modelos estatísticos e, assim, 
permitindo efetuar inferências, prever os acontecimentos e tomar decisões, embora 
nem sempre sejam necessariamente seguras (GARDALO, 2016, p. 12).
No campo da economia, é fundamental destacar que os modelos constituem as 
formas auxiliares que ajudam na compreensão das complexidades do campo da 
microeconomia, uma vez que compreender como as pessoas tomam suas decisões, 
realizam suas escolhas e como as empresas e/ou firmas orientam suas tomadas de 
decisões acabam sendo ações complexas.
Os modelos econômicos são úteis para as empresas nas tomadas de decisão sobre 
formação do preço de venda e produção, ajudam os indivíduos a tomarem decisão 
de investimento, bem como, ajudam o governo na formulação de políticas públicas 
(HALL; LIEBERMAN, 2003).
Outra característica marcante da microeconomia é que ela possui natureza estática 
comparativa. De acordo com Gardalo (2016, p. 14), no contexto científico são previstas 
três situações distintas:
Estática: não envolve ação ou movimento. É o caso típico de uma fotografia tirada 
de um grupo de alunos, quando do início do curso de graduação. Outra situação 
é caracterizada pela apresentação do equilíbrio do consumidor quando desejando 
maximizar a satisfação ou, então, a do equilíbrio da firma em decorrência da política 
adotada na condução dos respectivos negócios. É o registro do momento tal e qual 
encontrado.
Dinâmica: envolve a comparação de dois diferentes resultados preocupando-se 
com toda a movimentação entre eles, as eventuais alterações e/ou ajustamentos que 
tiveram curso. Um exemplo é uma filmagem historiando algo desde o nascedouro até a 
ocasião da extinção. Estática comparativa: compara dois resultados, duas situações de 
equilíbrio, antes e depois de uma mudança (situações ex ante e ex post), sem atentar 
ao que estaria nos bastidores no processo de mudança. Caso típico é a comparação 
de duas fotografias: a de um grupo de estudantes quando do início da graduação e 
aquela do mesmo grupo ao término do curso.
MICROECONOMIA
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Desta forma, podemos dizer que a natureza estática comparativa da Teoria 
Microeconômica consiste em “confrontar duas ou mais posições de equilíbrio sem 
qualquer preocupação com o que possa ter ocorrido, a extensão do período ou os 
ajustamentos processados na passagem da situação inicial para a final” (GARDALO, 
2016, p. 14).
Podemos usar como exemplo casos que presenciamos diariamente nos noticiários, 
por exemplo, “a decisão governamental pelo lançamento de um tributo, sendo que o 
período de tempo em que isso sucedeu e os ajustamentos processados são deixados 
de lado ou encarados como irrelevantes” (GARDALO, 2016, p. 14).
1.6 ANÁLISE POSITIVA X ANÁLISE NORMATIVA
Outro fator importante na análise de um problema é que você saiba que a 
microeconomia também trata de questões tanto da economia positiva (científicas) 
como da economia normativa.
As questões da economia normativa referem-se àquilo que se supõe que seja o 
adequado, ou seja, está relacionado diretamente com a formulação de políticas públicas. 
Implicam considerar em suas análises preceitos éticos e morais, bem como, utilizam 
de juízo de valor quando na descrição da situação, colocando os fatos “como deveriam 
ser”.
Tomamos como exemplo o dilema entre equidade e eficiência na escolha entre 
um aumento no imposto da gasolina e a imposição de restrições à importação de 
petróleo estrangeiro.
Neste sentido, Gardalo (2016, p. 14) coloca que
[...] a Microeconomia inserida na economia positiva observa 
sistematicamente as situações e, a partir da análise e descrição 
delas, efetuada cientificamente, elabora os princípios gerais (exemplo: 
o consumidor maximiza a sua satisfação), as leis (casos da Lei Geral 
da Procura e da Lei Geral da Oferta), as teorias (exemplificadas pela 
Teoria da Firma e a Teoria do Consumidor) e os modelos econômicos 
(como os de formação de preços compatíveis às diversas estruturas 
mercadológicas) – (grifo nosso).
Assim, a análise positiva contribui para explicar, por exemplo: qual será o impacto 
de uma quota de importação para automóveis estrangeiros? Ou ainda para responder: 
qual será o impacto de um aumento no imposto da gasolina?
MICROECONOMIA
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Na prática veremos que a economia normativa e a positiva estão inter-relacionadas. 
De acordo com Hall e Liebermann (2003, p. 5), não podemos realizar argumentações 
sobre o que deveria ser ou não ser realizado, a menos que saibamos alguns fatos 
reais sobre o mundo. Desta forma, toda análise normativa é, portanto, uma análise 
positiva subjacente, mas “embora uma análise positiva possa, pelo menos em tese, 
ser realizada sem julgamento de valor, uma análise normativa sempre se baseia, pelo 
menos em parte, nos valores da pessoa que realiza”.
1.7 CONTRIBUIÇÕES DA MICROECONOMIA
Podemos dizer que as contribuições da Teoria Microeconômica são diversas. 
Ela permite que possamos analisar os diferentes agentes econômicos de forma 
individualizada, sem considerar o fator tempo, bem como, podemos fazer uso e 
aplicações descritos a seguir, conforme Gardalo (2016, p. 10):
Usos – Os instrumentais microeconômicos são usados principalmente sob a 
forma de linguagem sempre que descrevam, ordenem e estabeleçam limites a 
determinada circunstância, favorecendo a comunicação entre os estudiosos em geral 
e os especialistas em particular. Essa linguagem assume a forma literal, ou seja, no 
sentido usual deste termo (ou expressão), permitindo compreendê-lo sem ajuda do 
contexto, como acontece, por exemplo, quando mencionada a expressão “Lei Geral 
da Procura”, enunciando-a. Outras formas assumidas pela linguagem são a tabular 
ou estatística (caso de uma tabela de procura correlacionando, de forma inversa, as 
quantidades demandadas segundo os diversos patamares de preço), a versão gráfica 
(representação em um diagrama cartesiano de uma tabela de procura), ou, ainda, 
expressada na forma matemática de uma função (expressão da função procura). Em 
resumo, quando utilizada como linguagem, dentro das formas por esta assumida, a 
microeconomia conduzirá ao mesmo resultado na comunicação entre os estudiosos 
da matéria. Portanto, estando dois economistas a trocar ideias, a simples referência 
do vocábulo demanda dispensa enunciar do que se trata, uma vez que ambos sabem, 
de maneira adequada e precisa, o que ele traduz, seja literalmente, matematicamente, 
na versão tabular ou na visão gráfica.
Em relação às aplicações da Teoria Microeconômica, podemos dizer que ela é uma 
ferramenta fundamental para ajudar a esclarecer políticas e estratégias, tanto em 
horizonte de planejamento quanto no nível de política econômica.
MICROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
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Caro acadêmico, cabe lembrá-lo de que a Teoria Microeconômica não é um guia,um manual de técnicas, mas sim um mecanismo que ajuda na compreensão como 
um todo.
Para as empresas, a análise microeconômica pode subsidiar decisões como:
• Definição da política de preços.
• Realização de previsões de demanda.
• Previsões de custos de produção.
• Decisões ótimas de produção.
• Análise de projetos de investimento.
• Definição e estudos que envolvem a localização de empresas.
• Estratégias e políticas de propaganda e publicidade.
Em relação à política econômica, a teoria microeconômica pode contribuir em 
questões como:
• Avaliação de projetos de investimentos públicos.
• Efeitos dos impostos sobre mercados específicos.
• Política de subsídios.
• Fixação de preços mínimos na agricultura.
• Fixação do salário mínimo.
• Política salarial.
• Política de tarifas públicas.
• Controle de lucros em estruturas mercadológicas (monopólios e oligopólios).
Figura 02 – Analise econômica
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/empreendedor-id%c3%a9ia-compet%c3%aancia-1340649/
https://pixabay.com/pt/photos/empreendedor-id%c3%a9ia-compet%c3%aancia-1340649/
MICROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
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Podemos ainda destacar a importância da microeconomia para outras disciplinas, por 
exemplo, o Comércio Internacional (relações entre países constituem uma ampliação 
das relações entre indivíduos), o Turismo (conhecimento mais aprofundado sobre 
impacto do turismo na economia de outros países), a educação financeira (orienta 
as pessoas a organizarem suas finanças), transportes etc.
Muitas vezes, as pessoas pensam que o economista estuda somente matemática. 
Engano deles, o economista também utiliza a matemática para compreender os 
fenômenos que ocorrem no cotidiano, mas acaba utilizando deste conhecimento 
associado à utilização de ferramentas aplicadas em consonância com estatística, 
matemática financeira, contabilidade, engenharia, possibilitando dar conteúdo empírico 
às formulações e conceitos teóricos (FRANK, 2013).
O fato de existirem essas externalidades negativas provocou uma mudança de 
paradigma na sociedade capitalista com relação à busca de uma manutenção do 
sistema sem impactos destrutivos sobre o meio ambiente. 
 
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=J4mfu6JDnjU 
Já as questões da economia positiva dizem respeito às explicações e previsões que 
são realizadas por economistas, por exemplo, um aumento da alíquota de imposto 
da gasolina pelo governo. Isso afetaria o preço do combustível, a opção de uso do 
automóvel pelos consumidores, a frequência de uso de automóveis. Assim, haveria 
a necessidade de as pessoas que formulam as devidas políticas públicas realizarem 
previsões de o que poderia ocorrer com esse aumento, ou como o mercado se 
comportaria; qual a arrecadação que esse aumento provocaria, entre outros fatores.
ANOTE ISSO
A microeconomia, muitas vezes, é confundida com o estudo da “Economia 
Industrial” (que estuda o contexto da indústria), entretanto, esta é uma disciplina 
intermediária da microeconomia e da macroeconomia, pois a indústria tem toda 
uma complexidade interna (produção, tecnologia, mão de obra) e também abrange 
as questões macroeconômicas, quando pensamos nas negociações com o 
mercado, que envolve questões sobre importação e exportação, cotação de moedas 
estrangeiras, entre outros fatores. 
https://www.youtube.com/watch?v=J4mfu6JDnjU
MICROECONOMIA
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CAPÍTULO 02
DEMANDA E OFERTA 
Introdução
Olá Estudante, você estudou na aula anterior que o mercado é composto por 
compradores, vendedores e produtores. Por isso, é importante que você compreenda 
dois conceitos fundamentais em economia: demanda e oferta. Estes conceitos básicos 
retratam o comportamento do consumidor (demanda) e o comportamento do produtor 
(oferta).
Você verá ao longo deste estudo que várias questões importantes podem ser 
compreendidas a partir dos fundamentos da oferta e da demanda de mercado. Como 
as firmas tomam as decisões de produção em relação às preferências do consumidor? 
O que acontece com o preço dos produtos quando alguma alteração climática ocasiona 
perdas na produção? Como a imposição de tributos afeta produtores e consumidores?
Figura 02 – Oferta X Demanda
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/com%c3%a9rcio-eletr%c3%b4nico-venda-on-line-2140604/
2.1 APLICABILIDADES
Além disso, nas próximas unidades estudaremos as diferentes formas de mercados. 
Encontraremos nos diversos tipos de mercados mais ou menos compradores e 
vendedores; da mesma forma, poderemos identificar, nestes tipos, semelhanças 
profundas ou importantes diferenças entre os produtos comercializados. Neste 
momento vamos basear nossas análises e exemplificações no mercado de concorrência 
https://pixabay.com/pt/photos/com%c3%a9rcio-eletr%c3%b4nico-venda-on-line-2140604/
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perfeita, considerando que os produtos ofertados sejam todos iguais e que da mesma 
forma haja compradores e vendedores e que sua influência sobre o preço é nula, ou 
seja, ambos aceitarão que a determinação do preço seja definida pelo mercado.
Agora vamos estudar de forma mais detalhada a oferta e a demanda do mercado.
2.2 ESTUDO DA DEMANDA
O consumidor procura, sempre que possível, aumentar seu grau de satisfação 
consumindo bens e serviços que são úteis e que atendam às suas necessidades de 
acordo com seus gostos. À medida que ele consome bens e serviços, que lhe são 
úteis e agradáveis, tanto melhor será para ele (SOUZA, 2013).
A demanda ou procura é definida como a quantidade de um determinado bem ou 
serviço que os consumidores desejam adquirir a um determinado preço (VASCONCELOS; 
GARCIA, 2016).
Observem que na definição da demanda, os autores Vasconcelos e Garcia (2016) 
utilizaram a locução verbal “desejam adquirir”, isto remete a uma intenção de compra, 
um desejo de compra e não a própria compra. Por esse motivo, não podemos utilizar 
a palavra demanda como um sinônimo de comprar.
Observe que até este momento estamos nos referindo à demanda do consumidor, 
a chamada demanda individual. E quanto à demanda de mercado? Em relação à 
demanda de mercado o conceito é bem semelhante.
Demanda de mercado – é a quantidade de qualquer produto demandada pelo 
mercado, é a quantidade total que a totalidade de compradores do mercado decidiria 
comprar a um determinado preço (FRANK, 2013).
Observe, nestes conceitos, que eles se referem às escolhas dos consumidores. 
A procura por um bem depende de vários fatores que influenciam na escolha do 
consumidor por um produto, por exemplo, o preço, a renda, a preferência do consumidor 
(FRANK, 2013). Vale lembrar que além da palavra escolha, a palavra preço também 
teve significância nos conceitos apresentados. Isso significa que vamos estudar como 
os preços são determinados nos mercados competitivos.
Ficou claro que à medida que o preço sobe, as pessoas adquirem menos mercadorias e 
vice-versa. Essa relação é tão comum de ser observada no mercado que os economistas 
resolveram batizá-la de Lei geral da demanda.
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 Observe no conceito apresentado que se considerou apenas que o preço sofresse 
variação, isso significa que neste momento estamos analisando somente a variável 
preço – as demais variáveis permanecem inalteradas (coeteris paribus).
Você recorda o significado de coeteris paribus?
Para você entender melhor, vamos tomar como base um defeito no automóvel. 
Imagine que seu automóvel deu pane. Com certeza, o mecânico fará vários testes para 
verificar a causa do problema. Entretanto, sabemos que o automóvel é composto de 
diversas peças. Mas, para descobrir o problema, o mecânico não irá mexer em todas 
as peças ao mesmo tempo. Ele vai verificar uma peça de cada vez até resolver o 
problema. Da mesma forma ocorre com a economia, para compreendermos o mercado, 
analisamos a influência deuma variável de cada vez (que neste caso foi o preço) e 
observamos o que ocorre neste mercado.
Desta forma, você pode observar que a teoria da demanda foi construída a partir 
de hipóteses sobre o comportamento dos consumidores. Estes possuem orçamentos 
restritos – recursos limitados – e precisam tomar decisões, fazer escolhas entre as 
alternativas disponíveis. A combinação escolhida primará pelo máximo de satisfação 
ou utilidade, respeitando o limite imposto pela renda.
Os fundamentos da demanda têm por base o conceito de utilidade, que nada mais 
é do que o grau de satisfação atribuído pelos consumidores aos bens que desejam 
adquirir.
2.3 A CURVA DA DEMANDA
A curva de demanda relaciona preços e quantidades que os consumidores desejam 
adquirir, pois a um preço mais baixo, os consumidores são estimulados a adquirir 
outras quantidades do produto, mesmo que já tenham adquirido (FRANK, 2013).
A inclinação da curva de demanda (D) é descendente (negativamente inclinada) – 
da esquerda para a direita. Mas por que ela é negativamente inclinada?
A curva de demanda negativamente inclinada tem relação direta com o preço (P) e 
a quantidade do produto (Q), ou seja, isso significa que à medida que o preço aumenta, 
uma quantidade menor de determinado produto X o consumidor está disposto a 
consumir. E à medida há uma redução no preço do produto, a procura pela quantidade 
de produtos X aumenta. Podemos dizer que há uma relação inversa entre preço e 
quantidade demandada.
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Para você compreender melhor o movimento da curva de demanda, observe a 
Tabela 1, que demonstra a oferta e demanda de um determinado produto X que, neste 
caso, poderiam ser celulares.
Preço do Produto X (Celulares) Quantidade Demandada
1.200 18
1.180 22
1.160 26
1.140 30
1.120 34
1.100 38
800 42
TABELA 1 – DEMANDA DO PRODUTO X
Fonte: Frank( 2013). 
Analisando graficamente (figura anterior), podemos observar que à medida que 
o preço cai, a quantidade demanda de celulares aumenta, ou seja, a quantidade de 
celulares que o consumidor está disposto a adquirir aumenta em função do preço, 
fazendo com que a curva da demanda seja inclinada para baixo.
Os Bens de Veblen “são bens de consumo ostentatório, tais como joias, objetos de 
arte e automóveis de luxo. Quando o preço aumenta, aumenta também a quantidade 
demandada” (MILTONS, 2016, p. 35).
Figura 02 – Demanda
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/aplicativo-dinheiro-1756279/
https://pixabay.com/pt/photos/aplicativo-dinheiro-1756279/
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2.5 FATORES QUE AFETAM A CURVA DA DEMANDA
Vimos no exemplo anterior que o preço afeta a curva de demanda, fazendo com 
que ela aumente ou diminua. Da mesma forma que o preço, existem outros fatores 
que podem causar algum deslocamento na curva de demanda. Podemos dizer que o 
mercado é afetado diariamente por acontecimentos diversos.
Vejamos agora algumas das variáveis que podem fazer com que a curva da demanda 
se desloque:
Renda: o aumento da renda da população pode fazer com que aumente a demanda 
por determinados tipos de produtos. O mesmo ocorre com a riqueza de uma pessoa. 
Quando uma pessoa aumenta sua riqueza, é natural que ela demande uma quantidade 
maior de bens e serviços. A elevação da renda ou da riqueza provoca o aumento da 
demanda pela maior parte dos bens – chamados de bens normais (moradia, viagem, 
roupas, calçados, eletrônicos etc.).
Mas lembre-se, não são todas as curvas de demandas que se comportam desta 
forma. No caso dos bens inferiores, uma elevação da renda fará com que as pessoas 
procurem menos por esse tipo de bem, como é o caso da carne moída de segunda 
qualidade. À medida que a renda aumenta, a tendência é que esta carne seja substituída 
por uma carne de primeira qualidade, por exemplo, alcatra bovina.
Além disso, é importante destacar que o estudo da relação entre a quantidade 
demandada e a renda gera uma nova classificação de bens: o consumo saciado, 
que ocorre quando houver um aumento da renda e não houver qualquer alteração da 
quantidade demandada deste bem. Ex.: Arroz, sal, feijão são produtos alimentícios 
básicos que são consumidos pelos brasileiros. Assim, uma alteração na renda das 
pessoas não fará com que elas venham a consumir mais destes produtos no seu dia 
a dia.
a) O preço de outras mercadorias: o preço de outras mercadorias pode influenciar a 
quantidade demandada de um produto. Isso pode ocorrer de duas maneiras: a primeira 
envolve os produtos com mesma finalidade, mas apenas com marcas distintas. No 
caso de duas marcas de biscoitos ou a margarina e a manteiga (figura a seguir), o 
que vai incentivar a escolha do consumidor é o preço relativo do produto, ou seja, 
se o preço da manteiga subir, a tendência é que o consumidor passe a consumir a 
margarina. Neste caso, quando dois produtos apresentam a mesma finalidade, estes 
são chamados de bens substitutos.
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A segunda maneira diz respeito às mercadorias que são consumidas de forma 
conjunta, por exemplo, os pneus e automóveis, camisa social e gravatas, combustível 
e veículos, margarina e pão (figura a seguir). A margarina é um bem complementar 
ao pão, por isso, a tendência é que esses produtos sejam consumidos juntos. Esses 
bens são chamados de bens complementares.
 a) População: o aumento considerável da população em determinado local faz com 
que aumente a demanda de bens e serviços. Vejamos o exemplo do deslocamento 
da população para a exploração de uma mina de ouro em Pontes e Lacerda, no 
Mato Grosso, que movimentou a cidade. Isso fez com que houvesse um aumento da 
demanda por ferramentas, água e alimentos na região. Veja a reportagem a seguir:
A descoberta de jazidas de ouro entre as serras da Borda e Santa Bárbara tem 
movimentado a pacata cidade de Pontes e Lacerda, localizada a 483 km de Cuiabá. 
A notícia se espalhou nas últimas duas semanas e muitos ‘aventureiros’, como são 
chamados pelos moradores da cidade, já que muitos não são garimpeiros profissionais, 
migraram para a região em busca de ouro, como relata o dono de uma concessionária 
na região, João Manoel Ramirez.
Ele vendeu, nesse período, quatro veículos para esses garimpeiros, que chegaram ao 
município atraídos pelo ouro fácil. “Eles falaram que o dinheiro era do garimpo”, afirma.
Um problema que essa descoberta causou foi a redução da oferta de trabalhadores na 
cidade, já que muitos optaram por ir para o garimpo. Está difícil manter os funcionários 
no emprego, segundo o prefeito da cidade, Donizete Barbosa (PSDB), que também é 
empresário na região.
Não tem trabalhadores porque as pessoas estão indo para os garimpos. Na minha 
empresa, de construção de rede de energia, oito funcionários faltaram ao serviço para 
procurar ouro. Quem ganha R$ 2 mil vai lá [no garimpo] e tira isso numa noite”, declara.
A venda do ouro encontrado nas Áreas de Preservação Permanente (APPs) aqueceu 
o comércio. Os hotéis, por exemplo, estão lotados, segundo a presidente da Associação 
Comercial de Pontes e Lacerda, Regina Aparecida de Moraes.
“Alguns segmentos estão sentindo impacto maior, como as lojas que vendem 
ferramentas, como enxadas e pás, usadas no garimpo. Nos últimos 15 dias, esgotaram 
os estoques dessas ferramentas no comércio local. Os hotéis também estão cheios, 
principalmente aqueles mais populares, onde a estadia é mais barata, já que as pessoas 
vêm para trabalhar”, relata.
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As veias auríferas foram encontradas pelos moradores do município de 41.408 
habitantes, segundo o IBGE, que, após acharem grandes quantidades do metal precioso, 
começaram a circular imagens de grandes pepitas pelas redes sociais e pelo WhatsApp, 
o que deve ter contribuído com o aumento da migração para aquela região.
“Antes, a cidade era maistranquila e agora têm muitas pessoas de fora circulando. 
A cidade está mais movimentada. É notório isso”, enfatiza a representante do comércio 
no município [...].
d) Expectativas: o mesmo ocorre com as expectativas sobre eventos futuros. Isso 
ocorre muito quando se anuncia nos meios de comunicação o possível aumento 
de preço de bens nos próximos dias. A notícia faz com que as pessoas demandem 
por produtos para fazer estoques antes da elevação do preço. Tal situação provoca 
um deslocamento da curva para a direita. Se, ao contrário, as pessoas acharem que 
o preço do bem poderia cair, adiarão suas compras, fazendo com que a curva se 
desloque para a esquerda.
a) Gostos: os gostos do consumidor também influenciam para que a curva de 
demanda se desloque para a esquerda ou para a direita. O estudo do gosto do 
consumidor está associado à economia comportamental. Nesse estudo é possível 
compreender de onde vêm os gostos e/ou o que os fazem mudar.
Lembre-se de que toda curva de demanda se desloca para a direita quando houver:
• Aumento da renda.
• Aumento da riqueza.
• Aumento do preço do bem substituto.
• Diminuição do preço do bem complementar.
• Expectativa de o preço aumentar.
• Aumento da população.
• Os gostos se deslocam a favor do bem.
Da mesma forma, algumas variáveis influenciam no deslocamento da curva de 
demanda para a esquerda (figura a seguir). Podemos destacar entre as diversas 
variações a:
• Diminuição da renda.
• Diminuição da riqueza.
• Diminuição do preço do bem substituto.
• Aumento do preço do bem complementar.
• Expectativa de o preço diminuir.
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• Diminuição da população.
• Os gostos se deslocam contra o bem.
De acordo com Vasconcelos e Garcia (2016), ao estudar a influência destas variáveis 
no momento da compra, considera-se a hipótese do coeteris paribus, ou seja, cada 
uma das variáveis afetando separadamente as decisões de compra do consumidor.
Em função dessas variáveis, o consumidor irá decidir em adquirir uma determinada 
quantidade de um produto ou bem, chamada de quantidade demandada.
Essa quantidade demandada varia de acordo com uma série de fatores. O mais 
relevante fator é o preço da mercadoria. Quando o preço da mercadoria aumenta, a 
quantidade demandada diminui, pois, o preço elevado de determinado produto faz 
com que o consumidor economize seu uso.
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=_cyXnhyQdRw 
A curva da demanda é a forma gráfica que dá a informação sobre a quantidade de 
mercadorias que os consumidores estão dispostos a adquirir a um determinado 
preço de mercado, mantendo-se constante qualquer outro fator que possa vir a 
influenciar a quantidade demandada.
ANOTE ISSO
Bens de Giffen são aqueles que têm sua demanda aumentada quando há aumento 
no preço. Esse comportamento é diferente da maioria dos produtos, que são os 
mais procurados à medida que seu preço cai. A elasticidade-preço da demanda 
é positiva (quanto maior o preço, maior a demanda) e sua curva de demanda é 
crescente. Um exemplo que podemos considerar é o pão. O pão é um produto 
considerado básico, consumido por todas as classes sociais. A elevação do preço 
do pão pode levar a um maior consumo do produto, principalmente em famílias 
de baixa renda, pois não há no mercado outro produto mais barato e acessível que 
venha a substituir o pão nas refeições diárias. Assim, maiores gastos com pão 
levariam a uma redução do consumo de outros alimentos, obrigando as famílias de 
baixa renda a consumirem mais pão para sobreviver (FRANK, 2013).
https://www.youtube.com/watch?v=_cyXnhyQdRw
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CAPÍTULO 03
EQUILIBRIO DE MERCADO 
Introdução
Olá Estudante, na unidade anterior, você estudou o mercado da demanda e da oferta 
de forma isolada. Vimos que vários fatores fazem com que a demanda e a oferta de 
mercado se alterem.
Agora vamos estudar o equilíbrio de mercado. Veremos o que acontece quando 
compradores e vendedores, cada lado com vontade e capacidade de negociar seus 
produtos, se encontram no mercado.
Você certamente se lembra de que ambos os lados têm objetivos diferentes, ou 
seja, enquanto o consumidor busca a melhor opção possível que atenda às suas 
necessidades com o melhor preço, os vendedores buscam sempre o maior lucro.
Observamos na vida real que há variações de preços quando consumidores e 
vendedores se encontram no mercado, na maioria das vezes, esta variação é de forma 
branda em determinado momento. A esse estado de repouso os economistas chamam 
de Equilíbrio de mercado.
Figura 01 – Equilíbrio
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/escala-pergunta-import%c3%a2ncia-saldo-2635397/
3.1 EQUILÍBRIO DE MERCADO
Inicialmente vamos considerar, neste estudo, a situação que se trata de um mercado 
livre, onde somente a oferta e a demanda determinam o preço dos produtos. Quando a 
https://pixabay.com/pt/photos/escala-pergunta-import%c3%a2ncia-saldo-2635397/
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oferta e demanda não se encontram em equilíbrio no mercado, teremos duas situações: 
um excesso ou a escassez de produtos no mercado.
Um mercado em desequilíbrio é aquele que apresenta quantidades demandadas 
e ofertadas divergentes.
3.2 EXCESSO DE OFERTA E DEMANDA NO MERCADO
Você já parou para refletir em qual momento pode ocorrer um excesso de oferta 
no mercado? Vamos imaginar nosso dia a dia, quando vamos ao mercado realizar 
nossas compras. Nosso maior motivador é o preço. Embora você verá na Unidade 2 
deste livro que outras variáveis muitas vezes afetam as escolhas do consumidor, o 
preço ainda é um fator determinante nas escolhas.
Considerando como exemplo a figura anterior, podemos dizer que haverá excesso 
de oferta a partir do momento em que o preço aumentar, ou seja, for maior do que 
P1, conforme vimos no gráfico anterior. Desta forma, esse excesso de oferta fará com 
que o preço caia num determinado período de preço, à medida que os vendedores 
tentarem se desfazer de seus produtos.
De acordo com Wall (2015), à medida que o preço cai, os consumidores começarão 
a ver o produto com outros olhos, achando-o mais atraente que o produto substituto 
e, consequentemente, haverá um movimento da curva de demanda para a direita, 
representando uma expansão da demanda.
No momento em que o preço cai, os produtores começarão a achar que o produto é 
menos atraente que os outros substitutos de produção e, com isso, poderão direcionar 
recursos para essas alternativas, o que fará com que haja um movimento para a 
esquerda da curva de oferta, representando uma contração na oferta (VASCONCELLOS; 
SAKURAI, 2011).
Da mesma forma ocorre com a demanda, sempre que o preço do produto X for mais 
baixo que o P1, a demanda será maior do que a oferta. Neste caso, podemos dizer que 
o preço é um sinal para os compradores e para os vendedores e ajuda-os a executar as 
ações de expandir ou contrair a oferta e a demanda, resultando em um equilíbrio.
3.3 FATORES QUE AFETAM O PREÇO DE EQUILÍBRIO
Vimos anteriormente que o fator preço faz com que houvesse um excesso de 
oferta e demanda no mercado, e que tal situação fará com que haja deslocamentos 
na curva de demanda e oferta.
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Figura 02 – Preço de Equilíbrio
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/moedas-calculadora-despesas-1015125/
Na prática, as curvas de oferta e demanda sempre se deslocam, devido à economia 
ser dinâmica. Consideremos como exemplo a renda da população. A renda não é algo 
estático, ela se altera num período de um ano por diversas vezes e é influenciada 
diretamente por vários fatores (acordos coletivos entre classe trabalhadora e patronal, 
mudança de cargos, mudança de emprego, demissões, etc.). De acordo com Frank 
(2013), situações como estas podem elevar ou baixar a renda da população. O mesmo 
ocorre com aprodução das empresas, podemos observar que alguns produtos são 
sazonais, ou seja, a produção pode ser maior ou menor de acordo com cada estação 
do ano (por exemplo, produção de sorvetes), ou ainda é influenciada por datas 
comemorativas (Natal, Páscoa, Dia das Mães etc.). Todas essas situações alteram a 
posição das curvas (oferta e demanda) e, consequentemente, o equilíbrio de mercado.
Para que você compreenda melhor como ocorre esse deslocamento, vamos utilizar 
um exemplo prático, descrito na tabela a seguir, que demonstra a situação de oferta 
e demanda de calçados femininos.
Preço 
($)
Quantidade 
ofertada
Quantidade 
demandada
Situação de mercado Preço
20 250 340 Excesso de procura (escassez de oferta) Tende a aumentar
30 270 320 Excesso de procura (escassez de oferta) Tende a aumentar
40 300 300 Equilíbrio entre oferta e procura Fica estável (equilíbrio)
50 320 270 Excesso de oferta (escassez de procura) Tende a diminuir
60 340 250 Excesso de oferta (escassez de procura) Tende a diminuir
TABELA 3 – OFERTA E DEMANDA DE CALÇADOS FEMININOS
FONTE: Frank, 2013
https://pixabay.com/pt/photos/moedas-calculadora-despesas-1015125/
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Na tabela acima, observe que ao preço unitário inicial do calçado feminino igual a 
R$ 20,00, a quantidade demandada deste produto é igual a 340, e que a quantidade 
ofertada do mesmo produto é igual a 250. Podemos verificar que há uma diferença 
entre a oferta e demanda de 90 unidades do produto. Podemos dizer que neste caso há 
muita demanda para pouca oferta. Mas qual é a influência disso para o consumidor?
Além dos exemplos apresentados, com certeza, você se recorda de várias situações 
que fazem com que ocorra uma maior oferta ou demanda no mercado. E deve ter 
observado que, geralmente, quando nos deparamos com essas situações de mercado, 
o preço tende a aumentar. Se continuarmos a verificar a tabela acima, observaremos 
que à medida que o preço aumenta para R$ 30,00, a quantidade demandada diminui 
para 320 unidades, e a quantidade ofertada aumenta para 270 unidades. Mesmo 
assim, ainda podemos observar que há um excesso de demanda na ordem de 50 
unidades. Situação que ainda faz com que o preço aumente.
Quando os preços aumentarem e chegarem a R$ 40,00 por unidade, observe que 
da mesma forma que a demanda pelo produto diminui para 300, a oferta também 
aumenta para 300 unidades, chegando ao chamado preço de equilíbrio, não havendo 
excesso de demanda e nem de oferta.
Mas como fica a situação se o preço continuasse a aumentar e passasse para R$ 
50,00 a unidade? Observamos na tabela acima que a situação se inverteria. A quantidade 
ofertada de calçados passaria a aumentar e haveria uma diminuição da demanda. Com 
isso, haveria agora um excesso de oferta e, com isso, a tendência era uma diminuição 
no preço, pois com preços mais altos, o consumidor não teria mais a mesma vontade de 
consumir os calçados ofertados no mercado (VASCONCELLOS; SAKURAI, 2011).
Agora que você já compreendeu como ocorre essa relação, oferta, demanda e 
equilíbrio de mercado, observe graficamente como se comportam tais relações na 
figura a seguir.
Figura: Oferta X Demanda 
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/empresario-sorridente-desenhando-o-grafico-de-oferta-e-demanda_8536770.htm#query=OFERTA%20E%20
DEMANDA&position=23&from_view=search. Acesso em: 26 Out. 2022.
https://br.freepik.com/fotos-gratis/empresario-sorridente-desenhando-o-grafico-de-oferta-e-demanda_8536770.htm#query=OFERTA%20E%20DEMANDA&position=23&from_view=search
https://br.freepik.com/fotos-gratis/empresario-sorridente-desenhando-o-grafico-de-oferta-e-demanda_8536770.htm#query=OFERTA%20E%20DEMANDA&position=23&from_view=search
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Dando continuidade ao nosso estudo, você se recorda que na Unidade 2 estudamos 
vários fatores que provocavam alterações na oferta e na demanda? O mesmo ocorre com 
o preço de equilíbrio. 
Aumento da renda dos agentes: vamos ao nosso exemplo anterior. Suponhamos que 
o mercado já esteja em seu equilíbrio e que, em certo momento, ocorra um aumento 
permanente da renda dos agentes. Vejamos o que ocorre com o mercado. A tendência 
é que o consumidor venha a consumir mais calçados à medida que o preço esteja em 
equilíbrio.
Interferência do governo: embora estejamos considerando um mercado livre, onde 
produtores e consumidores têm plena liberdade de negociação dos seus produtos, cabe 
salientar que nem sempre a situação é assim, de maneira livre e sem intervenções. Em 
alguns produtos o governo realiza intervenções mediante vários mecanismos. Ou seja, a 
intervenção governamental estabelece um preço mínimo para alguns preços, ou ainda, 
estabelece alíquotas de impostos ou oferece subsídios que influenciam na decisão do 
consumidor.
Outro exemplo que podemos citar é quando o Governo Federal resolve conceder subsídios 
fiscais para a indústria automobilística visando incentivar a compra de veículos populares.
Estabelecimento de impostos: o estabelecimento de impostos (tributos) por parte do 
governo também influencia muito no mercado. Você sabe o que é um tributo? Os tributos 
podem ser impostos, taxas ou contribuições de melhoria. Os impostos dividem-se em duas 
categorias: impostos indiretos e impostos diretos, conforme descrito por Vasconcellos e 
Sakurai (2011):
• Impostos diretos: impostos que incidem sobre o consumo ou sobre as vendas. 
Exemplos: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
• Impostos indiretos: impostos incidentes sobre a renda e o patrimônio. Exemplos: 
Imposto de Renda (IR) e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
Mas você deve se perguntar: por que o imposto influencia tanto no mercado? No ato do 
recolhimento, um aumento de impostos representa um aumento de custos de produção 
para a empresa (estudaremos os custos de produção na Unidade 3 deste livro). Assim, 
para que ela alcance a mesma lucratividade, a empresa terá que repassar esse custo para 
o consumidor através do preço.
A proporção do imposto pago por produtores e consumidores é a chamada incidência 
tributária, que mostra sobre quem recai efetivamente o ônus do imposto. O produtor 
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procurará repassar a totalidade do imposto ao consumidor. Entretanto, a margem de 
manobra de repassá-lo dependerá do seu grau de sensibilidade a alterações do preço do 
bem (FRANK, 2013).
Podemos citar ainda o tabelamento de preços. O tabelamento de preços do mercado é 
instituído pelo governo com o objetivo de coibir preços abusivos aos produtos de primeira 
necessidade, por exemplo, os alimentos.
O conceito de equilíbrio ocupa um lugar central na teoria econômica e, direta ou 
indiretamente, exerce uma influência substancial no enquadramento dos principais debates 
contemporâneos de economia política. A importância do conceito de equilíbrio deriva de 
este ser frequentemente associado, no contexto da análise econômica, a um padrão de 
eficiência na alocação de recursos a nível social. No entanto, a noção de equilíbrio não é 
unívoca e diferentes interpretações da mesma podem levar a entendimentos radicalmente 
distintos tanto das condições necessárias à eficiência como do papel dos processos de 
mercado na geração dessas mesmas condições.
No contexto da abordagem neoclássica, as raízes da aplicação do conceito de equilíbrio 
ao conjunto da economia remontam a Walras, ainda que a sua expressão mais marcante 
em termos formais só tenha surgido bastante mais tarde, por via do trabalho de Arrow 
e Debreu. Na sua essência, o equilíbrio neoclássico funciona como um padrão através 
do qual é possível avaliar o funcionamento dos mercados realmente existentes. Nesta 
abordagem, a preocupação central é a de determinar em que condições uma economia 
de mercado poderá dar origem a um equilíbrio tido como eficiente (com a noção de 
eficiência a ser geralmenteinterpretada no âmbito do critério de Pareto). As condições 
que permitiriam que os mercados gerassem, de forma descentralizada, um equilíbrio 
eficiente constituem assim uma preocupação central de investigação, uma vez que é da 
identificação das mesmas que depende em larga medida a possibilidade de emitir juízos 
sobre as instituições do mundo real.
Em abono da abordagem neoclássica, é importante notar que o que está normalmente 
em causa não é a pretensão que os mercados reais se conformem a um modelo de 
equilíbrio geral, mas antes, a utilização desse modelo como padrão de avaliação da 
realidade. Não deve, portanto, constituir surpresa que, entre economistas neoclássicos, 
a discussão sobre o grau e forma de uma intervenção desejável do Estado assente em 
grande medida na análise das condições necessárias para que o sistema de mercado 
possa gerar um equilíbrio eficiente se encontram verificadas ou não num dado contexto. 
Para os neoclássicos que entendem que o funcionamento real de uma economia de 
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mercado se aproxima substancialmente das condições estruturais tidas como desejáveis, 
o grau recomendado de intervenção do Estado (pelo menos por razões de eficiência) 
tenderá a ser reduzido. Já para os neoclássicos que consideram que essas condições 
estão muito longe de ser verificadas nos mercados reais, essa intervenção tenderá a ser 
proporcionalmente mais elevada.
Uma abordagem alternativa ao conceito neoclássico de equilíbrio pode, no entanto, 
ser construída a partir dos contributos da Escola Austríaca. Para autores como Hayek ou 
Kirzner, o problema essencial que se coloca nas economias e nos mercados realmente 
existentes não é o de saber até que ponto as suas condições se aproximam de um 
modelo de equilíbrio geral, mas sim o de compreender os mecanismos institucionais que 
possibilitam a própria coordenação econômica e a inovação. Em primeiro lugar, porque a 
própria informação – mais ou menos imperfeita – que subjaz aos modelos de equilíbrio 
não pode ser concebida fora do âmbito de atuação do próprio processo de mercado. O 
caráter necessariamente descentralizado, imperfeito e subjetivo da informação necessária 
à coordenação econômica torna inadequado pressupor a sua existência num modelo 
do qual estão ausentes os mecanismos institucionais sem os quais esse conhecimento 
não pode chegar sequer a ser articulado. Em segundo lugar, porque o funcionamento de 
qualquer economia real tem lugar em condições de permanente incerteza e constante 
alteração das preferências dos múltiplos agentes econômicos.
3.4 ELASTICIDADE 
Ao longo de nossos estudos em Microeconomia pudemos compreender que uma 
variação no preço de um bem será, normalmente, acompanhada por uma variação na 
quantidade demandada deste bem, portanto, quando o preço de um produto tem uma 
variação positiva, aumentando de preço, a quantidade demandada deste produto tende a 
diminuir, quando todos os demais fatores permanecerem constantes (coeteris paribus). 
Esta é a chamada Lei da Demanda. Mas, quando o preço de um determinado produto 
diminui, coeteris paribus, a quantidade demandada deste bem tende a aumentar.
Ou seja, a quantidade demandada de um produto é “sensível” ou “responde” às mudanças 
de preço. No entanto, em alguns casos, esta sensibilidade é maior, fazendo com que a 
quantidade demandada tenha uma forte variação.
No caso de outros produtos, a sensibilidade é menor, resultando num impacto menor 
na variação da quantidade demandada. Há ainda produtos nos quais o impacto da 
variação de preços na demanda é nulo.
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Em economia, compreendemos “sensibilidade” por meio do conceito de 
elasticidade. Os produtos que possuem maior elasticidade-preço são aqueles cuja 
demanda reage bastante quando os preços se alteram. Assim é o caso de um 
produto como o tomate. Quando os preços se alteram, a demanda rapidamente 
se altera: quando o preço do tomate está muito caro, as pessoas compram menos 
tomate, mas, quando há uma promoção, a demanda aumenta rapidamente (PASSOS; 
NOGAMI, 2008).
Já os produtos menos elásticos são aqueles em que sua demanda reage pouco 
quando os preços se alteram. Os exemplos estariam nos temperos para alimentos 
que encontramos no supermercado. Quando seus preços aumentam ou diminuem, 
a alteração na demanda por estes produtos pouco se altera.
Para entendermos adequadamente estes conceitos, veremos duas situações 
de exemplo.
Situação 1
No primeiro exemplo consideraremos o produto sal de cozinha. Supomos que 
uma dona de casa compre 1 kg de sal por mês, ao preço de R$ 1,50 o quilo.
Agora, suponhamos que o sal tenha um aumento de 100% de um mês para o 
outro, passando a custar R$ 3,00 o quilo.
Qual será a variação da quantidade demandada de sal por mês em função do 
aumento de preço do produto? Será que o consumidor irá reduzir o consumo de 
sal devido à variação de preço? Provavelmente não veremos uma variação brusca 
no consumo do sal. Talvez, poder-se-ia arriscar dizer que não haverá variação 
alguma na quantidade consumida.
No caso do sal, algumas características de consumo podem explicar este 
comportamento. O sal de cozinha é um bem essencial, pois é utilizado diariamente 
no preparo de alimentos, por isso, não deixamos de comprar sal devido ao seu 
preço. O valor desembolsado para a compra mensal do sal é muito pequeno, 
representando uma pequena parcela do orçamento doméstico. Desta forma, o 
aumento em seu preço quase não é percebido pelo consumidor.
Assim, no caso do sal de cozinha, dizemos que se trata de um produto com 
demanda insensível à variação no preço, pois sua quantidade demandada não 
responde ao aumento do seu preço.
Este exemplo proporcionou dois preços e duas quantidades, num primeiro e 
segundo momento, antes e depois do aumento do preço: P1 = R$ 1,50; Q1 = 1kg 
e P2 = R$ 3,00; Q2 = 1kg. 
Uma questão importante que pode ser percebida a partir do gráfico e destas 
informações é sobre a Despesa Total (DT) com o consumo do sal de cozinha por 
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este/a consumidor/a: o aumento da Despesa Total também foi de 100%, assim 
como o aumento no preço. Observe:
Assim, a Despesa total antes do aumento de preço é dada por:
A Despesa total passa de R$ 1,50 para R$ 3,00, pois a quantidade demandada 
deste produto não se alterou em função do aumento do preço. Logo, se o preço 
aumenta, mas a quantidade consumida permanece a mesma, a Despesa total 
aumenta.
Além disso, é importante lembrar que a Despesa Total reflete na Receita Total (o 
lado do produtor). O gasto total dos consumidores com um determinado produto 
é igual ao ganho total que as empresas irão obter de receita com a venda de seus 
produtos (CARVALHO, 2015).
Desta forma, o gráfico do consumo individual de sal de cozinha pode ser elaborado 
também para a demanda de mercado por sal. Se, por exemplo, a demanda de 
mercado de sal de cozinha seja composta por 1.000 pessoas com padrão de 
consumo semelhante para este produto, teremos a seguinte representação gráfica.
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=Ibacdvu3c0Y 
Neste sentido, as funções mais importantes, que o processo de mercado assegura, 
estão relacionadas com a coordenação econômica de múltiplos processos 
descentralizados de inovação e ajustamento e não com a proximidade ou tendência 
para qualquer padrão de equilíbrio eficiente.
ANOTE ISSO
Embora seja possível apreender alguns aspectos relevantes sobre o funcionamento 
das economias partindo do conceito neoclássico de equilíbrio, uma compreensão 
robusta das funções coordenadoras do processo de mercado exige um quadro 
teórico mais abrangente. Mais do que analisar padrões de equilíbrio eficiente com 
base em condições conhecidas, importa compreender o papel do processo de 
mercado na gestão do conhecimento, na inovação e na coordenação dinâmicadas economias em contexto de incerteza e em condições em larga medida 
desconhecidas. 
https://www.youtube.com/watch?v=Ibacdvu3c0Y
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CAPÍTULO 04
ELASTICIDADE NO PONTO 
Introdução
Olá Estudante, a demanda por produtos é passível de constantes movimentos 
derivados das variações nos preços dos produtos. As situações estudadas no item 
anterior mostram que precisamos definir melhor como acontecem estes movimentos. 
Portanto, precisamos de um método para medir as variações nos preços dos produtos 
e o reflexo ocasionado da demanda dos consumidores. É justamente este método 
que está contido no conceito de elasticidade.
4.1 APLICABILIDADES 
Para definir qual o grau de elasticidade-preço que um produto possui em um 
determinado momento, utilizamos o coeficiente de elasticidade-preço da demanda, 
que se trata da variação percentual na quantidade demandada dividida pela variação 
percentual no preço. Esta relação é dada por:
Ed = Variação percentual na Quantidade demandada Variação percentual do Preço
Em que:
Ed = coeficiente de elasticidade.
Outra forma de enunciar o coeficiente de elasticidade é a seguinte:
Qd
% Qd xQd 
Ed
% P
Em que:
∆Qd = Variação na quantidade demandada
Qd = Quantidade demandada de onde se parte
∆P = Variação no preço
P = Preço de onde se parte
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Com esta fórmula, conseguimos obter o coeficiente de elasticidade no ponto, ou seja, 
o valor da elasticidade no ponto do qual se partiu. Se o preço de determinado produto 
aumenta de x para y, consideramos que x é valor de que partimos (ou o preço inicial).
A tabela a seguir possui um exemplo de valores para preço e para demanda, a fim 
de melhor compreendermos a medição numérica da elasticidade no ponto.
Preço (R$/unidade) Quantidade do bem X (unidades/ mês) Ponto
P1 10,00 Qd1 6 A
P2 9,00 Qd2 7 B
TABELA 1 - ESCALA DE DEMANDA E PREÇO DO BEM X
FONTE: Frank, 2013.
Note que o coeficiente de elasticidade foi calculado para a variação que ocorreu do 
ponto A para o ponto B, onde se verificou a diminuição do preço de mercado (o ponto 
de partida foi A). Uma vez que a elasticidade possui diferentes resultados para cada 
ponto da curva de demanda, caso tivéssemos feito o cálculo da elasticidade do ponto 
B para o ponto A – revelando o aumento nos preços – o resultado do coeficiente seria 
diferente (EdBA = -1,2857...). Por isso, mais à frente, veremos o cálculo da elasticidade 
no ponto médio.
4. 2 CLASSIFICAÇÃO DA ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA
Para avaliarmos o grau de elasticidade de diferentes produtos, dependendo do 
valor do coeficiente de elasticidade, a demanda é classificada em três categorias 
(CARVALHO, 2015; PASSOS; NOGAMI, 2008):
1) Demanda Elástica (Ed > 1) Assim,
Qd
Ed Qd 1
P
P
Quando Ed > 1 (leia-se: coeficiente de elasticidade maior do que 1), uma mudança 
no preço provocará uma mudança na quantidade demandada maior do que a mudança 
observada no preço.
Logo, sua demanda é inelástica, pois Ed < do que 1. Isto significa dizer que a 
demanda do produto é pouco sensível à variação do preço, provocando pouca reação 
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nos consumidores. A variação de 10% em seu preço resultou na variação de 5% de 
sua demanda.
Figura 01 - Elasticidade
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/o-neg%c3%b3cio-sucesso-ganhando-gr%c3%a1fico-163464/
4.3 A ELASTICIDADE-PREÇO NO PONTO MÉDIO (OU NO ARCO)
Para que o cálculo do coeficiente de elasticidade possa ser feito tanto na direção 
do aumento dos preços quanto na direção da redução dos preços, os economistas 
desenvolveram a elasticidade média entre os dois pontos. Assim, teremos o mesmo 
coeficiente em ambos os pontos (CARVALHO, 2015; PASSOS; NOGAMI, 2008). Veja 
os dados do quadro a seguir:
Preço (R$/unidade) Quantidade do bem Y (unidades/ mês) Ponto
P1 10 Qd1 10 A
P2 8 Qd2 30 B
QUADRO 2 - ESCALA DE DEMANDA E DE PREÇO DO BEM Y
FONTE: Frank, 2013.
A representação gráfica da escala de quantidades demandadas do bem Y e seu 
respectivos preços é dada conforme a figura a seguir.
A diferença nos valores dos coeficientes para a mesma curva de demanda resulta 
do fato de termos um ponto inicial diferente no momento do cálculo. Conforme nos 
movemos do ponto A para o ponto B ou vice-versa, diferentes serão os valores para Ed.
Para contornar este problema, utilizaremos o conceito de elasticidade-arco (ponto 
médio), definida como a elasticidade média entre as duas quantidades. Desta forma, 
utilizaremos a média entre os dois preços (P1 + P2 / 2) e as duas quantidades (Qd1 
+ Qd2 / 2) para calcular o Ed.
https://pixabay.com/pt/illustrations/o-neg%c3%b3cio-sucesso-ganhando-gr%c3%a1fico-163464/
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4.5 ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA E A RECEITA TOTAL
A relação entre receita total e elasticidade ou inelasticidade da demanda também 
pode ser representada por meio de curvas de demanda. As mudanças de preço, receita 
total e elasticidade são um dos aspectos mais importantes para a previsão de vendas 
de uma empresa, pois permitem compreender o comportamento do consumidor com 
relação a cada tipo de produto, bem como o reflexo nas receitas da empresa devido 
à reação dos seus consumidores e dos consumidores de seus concorrentes.
1) Demanda elástica e receita total
Primeiramente, analisaremos que contém o gráfico com a demanda elástica e a 
receita total.
A curva de demanda de mercado deste produto é expressa em D1. O ponto A do 
gráfico mostra que ao preço de R$ 6,00 por unidade, a quantidade demandada é de 25 
unidades por mês. Neste caso, a Receita total das empresas que produzem e vendem 
este produto é de R$150,00, obtida a partir da fórmula:
O ponto B do gráfico representa uma diminuição do preço de venda do produto: 
de R$ 6,00 para R$ 4,00. Logo, com a diminuição do preço, a quantidade demandada 
aumenta de 25 unidades para 65 unidades. No ponto B, com os preços mais elevados 
do que no ponto A, a Receita total aumenta de R$ 150,00 para R$ 260,00, pois:
Em termos gráficos, a Receita Total do ponto B corresponde à área do retângulo 
OHBL (que é maior que a área do retângulo OFAG).
Ou seja, com a queda nos preços, os consumidores mostraram-se sensíveis e 
reagiram aumentando as quantidades demandadas por este produto. Assim como 
no exemplo do transporte urbano no início da unidade, a análise da Receita total é 
muito relevante para compreender o comportamento do consumidor. 
Esta sensibilidade do consumidor em aumentar a demanda demonstraria que se 
trata de um produto com demanda elástica. Para tanto, podemos utilizar a fórmula do 
ponto médio para calcular o coeficiente de elasticidade e verificar qual a classificação 
da elasticidade deste produto.
Com a fórmula do ponto médio podemos verificar que se trata de um produto 
com demanda elástica, pois o resultado 2,2 é maior do que 1 (Ed > 1). A variação 
percentual observada nas quantidades demandadas é maior do que a variação 
percentual observada no preço – revelando uma relativa sensibilidade do consumidor 
em adquirir maior quantidade de produto devido à redução nos preços.
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Uma constatação importante é que a redução dos preços provocou um aumento 
da Receita total.
2) Demanda inelástica e receita total
Neste segundo caso, analisaremos a figura que contém o gráfico com a Demanda 
Inelástica e a Receita Total.
A curva de demanda de mercado deste produto é expressa em D2. O ponto A’ do 
gráfico mostra que ao preço de R$ 8,00 por unidade, a quantidade demandada é de 25 
unidades por mês. Neste caso, a Receita total das empresas que produzem e vendem 
este produto é de R$ 200,00, obtida a partir da fórmula:
O ponto B do gráfico representa uma diminuição do preço de venda do produto: 
de R$ 8,00 para R$ 6,00. Logo, com a diminuiçãodo preço, a quantidade demandada 
aumenta de 25 unidades para 30 unidades. No ponto B’, com os preços mais elevados 
do que no ponto A’, a Receita total diminui de R$ 200,00 para R$ 180,00.
Com a queda nos preços, os consumidores mostraram-se pouco sensíveis e reagiram 
com um aumento nas quantidades demandadas menos do que proporcionalmente à 
queda nos preços. Isto é, a variação no preço foi superior à variação nas quantidades 
demandadas.
Esta insensibilidade do consumidor, respondendo pouco à mudança nos preços, 
demonstraria que se trata de um produto com demanda inelástica. Para tanto, podemos 
utilizar novamente a fórmula do ponto médio para calcular o coeficiente de elasticidade 
e verificar qual a classificação da elasticidade deste produto.
Com a fórmula do ponto médio podemos verificar que se trata de um produto 
com demanda inelástica, pois o resultado 0,64 é menor do que 1 (Ed < 1). A variação 
percentual observada nas quantidades demandadas é menor do que a variação 
percentual observada no preço – revelando pouca sensibilidade do consumidor em 
adquirir maior quantidade de produto devido à redução nos preços.
Figura 2 – Demanda
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/financeiro-planejamento-relat%c3%b3rio-3207895/
https://pixabay.com/pt/photos/financeiro-planejamento-relat%c3%b3rio-3207895/
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4.6 CASOS ESPECIAIS DE ELASTICIDADE
O estudo das elasticidades ainda apresenta dois casos específicos de elasticidade: 
demanda infinitamente elástica e demanda perfeitamente inelástica. Vejamos, 
rapidamente, cada um deles.
1) Curva de demanda infinitamente elástica
Este é o caso em que os consumidores estão dispostos a comprar qualquer quantidade 
do produto a um certo preço. Entretanto, estes consumidores não comprarão unidade 
do produto algum, caso os preços aumentem. Logo, uma pequena mudança nos preços 
provoca uma infinita mudança na quantidade demandada. Isto é, ou os consumidores 
compram tudo ou não compram nada.
Após compreendermos de que se trata a elasticidade dos produtos com relação 
às variações em seus preços, passaremos a estudar a elasticidade dos produtos com 
relação às variações na renda dos consumidores.
A elasticidade-renda da demanda mede a sensibilidade da demanda às mudanças 
de renda. Um exemplo está no momento em que um determinado consumidor inicia 
em um novo emprego com salário mais alto. A demanda individual por produtos tende 
a se alterar, bem como a demanda de outros consumidores que também tiveram 
acréscimos em sua renda.
 
Esta é situação em que a demanda por bens reage de forma oposta ao incremento 
da renda. Alguns produtos que apresentam elasticidade-renda negativa são a batata 
e o pão. Podemos pensar que, talvez, com o aumento da renda, as pessoas optem 
por outros tipos de produtos. Ou, com a diminuição da renda, as pessoas passem a 
demandar mais estes produtos.
É também o caso das carnes nobres e das carnes de segunda. Imagine que o 
consumidor Jonathan recebia como salário o valor mensal de R$ 1.200,00. Com este 
nível de renda, conseguia manter certo nível de vida, sempre optando por carnes de 
segunda (pois custam menos). Agora, quando Jonathan é promovido e passar a receber 
mensalmente R$ 2.500,00 como salário, a demanda pelas carnes de segunda tende 
a diminuir. Assim, um aumento da renda fez com que a demanda por este produto 
diminuísse, por isso é considerado um bem inferior.
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Mas não é apenas isto que veremos neste tópico. Por meio destes conceitos, 
entenderemos a formação da curva de demanda individual do consumidor, bem como 
o seu equilíbrio, que ocorre quando o preço efetivo de um produto é igual ao preço 
marginal de reserva.
Por fim, iremos entender quando acontece o excedente do consumidor, revelando 
produtos cujos preços estão acima da pretensão do consumidor.
De forma mais ampla, todos estes conceitos e noções estão alinhados com a 
demanda e desejos do consumidor, os quais formam a demanda na economia e que 
estão relacionados com todo o entendimento da microeconomia.
Se começarmos a dar um brigadeiro (imagem acima) por dia para uma pessoa que 
não ingeria doces até então, provavelmente o brigadeiro trará uma satisfação muito 
grande para esta pessoa, gerando uma utilidade relativamente alta dia após dia. Se, 
após a experiência de uma semana, passarmos a dar dois brigadeiros por dia para 
esta mesma pessoa, estes brigadeiros a mais serão muito bem recebidos, mas não 
da mesma forma pela qual foram recebidos os primeiros. O grau de satisfação já não 
é mais o mesmo. Caso acrescentássemos um terceiro brigadeiro à dieta diária desta 
pessoa, o entusiasmo seria ainda menor.
Por meio deste exemplo, pode-se chegar à conclusão de que se formos aumentando 
a quantidade diária de brigadeiros, chegará um momento em que a adição de um 
novo brigadeiro por dia trará um benefício tão pequeno que o desejo por um novo 
brigadeiro será quase indiferente.
O fato de receber ou não um brigadeiro adicional não trará uma grande satisfação 
e prazer, pois se o brigadeiro passa a ser consumido frequentemente, deixa de ser 
um produto escasso para ser consumido até sua saciedade, portanto, quanto menos 
escasso é um produto, menor será a utilidade proporcionada ao seu consumidor.
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=7QzlbktimzQ 
A noção de utilidade procura explorar os desejos que formam a demanda pelos 
produtos e serviços disponíveis ao consumidor. Assim, compreenderemos que a 
satisfação no consumo dos produtos é cada vez menor conforme consumimos 
mais e mais produtos. Esta é um pouco da ideia sobre a utilidade total e a utilidade 
marginal. 
https://www.youtube.com/watch?v=7QzlbktimzQ
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ANOTE ISSO
Aqui encontram-se os bens com consumo saciado, ou seja, aqueles produtos que 
não sofrem alteração nas quantidades demandadas devido às mudanças na renda. 
Alguns produtos que se aproximam deste caso são o sal de cozinha, o arroz, o 
açúcar, pois, se certo consumidor passe a receber o dobro de salário que recebia 
num período anterior, a demanda por estes produtos não sofrerá alteração, pois seu 
consumo possui um limite máximo.
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CAPÍTULO 05
CONTROLE DA MICROECONOMIA 
X EMPRESAS 
Introdução
Olá Estudante, um dos pilares essenciais do planejamento organizacional é o seu 
planejamento financeiro, que precisa estar presente em todos os níveis, nos individuais, 
nos do grupo e nos da organização. Conforme já citado no primeiro capítulo, as medidas 
financeiras são vitais para elaboração e execução de qualquer planejamento estratégico. 
Quando queremos adquirir um produto, analisamos nossas finanças, pesamos 
quanto temos na conta bancária, na poupança etc. Dependendo do produto, é necessário 
procurar uma opção para obtenção de capital, tal como financiamentos e empréstimos. 
Caso se deseje fazer uma compra de um produto mais acessível, como um livro, uma 
caixa de chocolates ou mesmo encher o tanque de combustível do carro, normalmente 
não são necessárias grandes análises e arranjos: basta avaliar quanto se tem na 
carteira, na conta corrente, no caixa da empresa etc. Nesses casos, não há grandes 
impactos nas finanças futuras do indivíduo ou da organização. Já para compras mais 
robustas, como um maquinário para uma planta produtiva (ou até a própria execução 
dessa planta), a compra de um automóvel ou de um imóvel, é necessária maior atenção 
aos impactos que o desembolso desse montante pode acarretar. 
Não basta apenas ver o quanto se tem em caixa ou na carteira, é necessário 
avaliar se esse desembolso afetará as finanças futuras. Nesses casos, a análise se 
torna mais complexa: deve-se levar em consideração prazos de pagamento, fontes 
de financiamento, obtenção de capital de terceiros,

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