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Este livro apresenta ao leitor discussões sobre a 
administração e a gestão escolar e traz reflexões 
sobre como as equipes gestoras, firmadas em 
princípios democráticos, podem exercer sua função 
na instituição escolar por meio de propostas em que 
a participação coletiva seja seu fundamento.
Compreendendo que a escola existe para propiciar 
aos sujeitos a aquisição dos saberes socialmente 
elaborados pela humanidade, busca-se, nesta obra, 
trazer fundamentos teóricos, além de possibilidades 
de organização do trabalho da equipe gestora na 
escola. Nesse sentido, este livro não traz um manual 
de como agir diante dos conflitos e desafios do 
cotidiano escolar, mas proposições que, diante 
de uma concepção emancipatória de sujeito da 
aprendizagem, podem ser colocadas em prática 
com a comunidade educativa – estudantes, famílias 
e responsáveis, professores, pedagogos e/ou 
coordenadores pedagógicos, funcionários – na busca 
permanente de uma educação de qualidade.
REGIANE LAURA LOUREIRO
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EIRO
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6623-0
9 7 8 8 5 3 8 7 6 6 2 3 0
Código Logístico
59343
Administração de 
instituições escolares 
Regiane Laura Loureiro
IESDE BRASIL
2020
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
© 2020 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito da autora e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Viktoria Kurpas/Shutterstock
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
L931a
Loureiro, Regiane Laura
Administração de instituições escolares / Regiane Laura Loureiro. - 
1. ed. - Curitiba [PR] : IESDE, 2020. 
140 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6623-0
1. Escolas - Organização e administração. I. Título.
20-64263 CDD: 371.2
CDU: 37.07:005
Regiane Laura 
Loureiro
Mestre em Educação pela Universidade Federal 
do Paraná (UFPR). Especialista em Organização do 
Trabalho Pedagógico e graduada em Pedagogia pela 
mesma instituição. Possui experiência como professora 
na educação infantil, no ensino fundamental e no 
ensino médio e como pedagoga em escolas que 
ofertam educação básica. Atua na formação continuada 
de professores e pedagogos em cursos e palestras 
e na elaboração de materiais que subsidiem esses 
profissionais na melhoria dos processos pedagógicos.
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
SUMÁRIO
1 Teorias da administração e a gestão escolar 9
1.1 Administração e gestão escolar: possíveis aproximações 9
1.2 Gestão escolar e teorias da administração 13
1.3 Estrutura administrativa da escola 24
2 Gestão democrática na escola 33
2.1 Princípios e consolidação do trabalho pedagógico 34
2.2 A equipe gestora e a consolidação da gestão democrática 41
2.3 Projeto Político Pedagógico: identidade institucional 48
3 Qualidade na escola: possibilidades e especificidades 57
3.1 Polissemia do termo qualidade 57
3.2 Qualidade na escola: direito à aprendizagem 62
3.3 Análise e melhoria dos processos educativos 69
3.4 Qualidade na gestão de conflitos 75
4 Avaliação educacional: inter-relações com a melhoria da qualidade 84
4.1 Níveis da avaliação educacional: reflexões sobre a qualidade 84
4.2 Avaliação e planejamento institucional 94
4.3 Avaliação institucional participativa 96
4.4 Avaliação 360° 102
5 Dimensões da gestão na escola 112
5.1 Organização dos tempos escolares 113
5.2 Organização dos espaços escolares 121
5.3 Organização do trabalho pedagógico 126
5.4 Instrumentos de trabalho da gestão escolar 131
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Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
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um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
Este livro apresenta ao leitor discussões sobre a administração e a 
gestão escolar e traz reflexões sobre como as equipes gestoras, firmadas em 
princípios democráticos, podem exercer sua função na instituição escolar por 
meio de propostas em que a participação coletiva seja seu fundamento. 
Desse modo, no Capítulo 1, abordaremos o contexto das teorias da 
administração, explicitando suas concepções, estratégias e metodologias 
utilizadas. Apontaremos a não neutralidade dessas teorias e, também, 
explicitaremos a necessidade de as equipes gestoras organizarem a escola 
de acordo com teorias que se apliquem à especificidade do trabalho realizado 
nesse ambiente, o qual tem uma natureza própria. 
No Capítulo 2, veremos a importância dos órgãos colegiados – como 
Conselhos de Escola, grêmios estudantis e escolas de pais – na gestão 
participativa da instituição escolar, os quais têm respaldo na Constituição 
Federal (BRASIL, 1988), na LDB (BRASIL, 1996) e nos demais documentos 
legais que normatizam o trabalho na escola para a elaboração de um Projeto 
Político Pedagógico (PPP) participativo. Também discutiremos os princípios 
que orientam as ações de uma escola que se pauta na gestão democrática. 
Diante da defesa de uma instituição comprometida com o direito à 
aprendizagem de todos os estudantes, sem discriminação ou preconceito 
de nenhuma espécie, no Capítulo 3, trataremos da polissemia do termo 
qualidade. Traremos reflexões sobre qual é a qualidade defendida pelo 
mercado e, também, qual é a que se deseja na escola, diante da natureza do 
trabalho educativo desenvolvido nesse espaço.
No Capítulo 4 será discutida a avaliação educacional na perspectiva 
de que todos os estudantes têm condições de avançar na construção do 
conhecimento. Veremos a importância de a equipe gestora tomar decisões 
respaldadas em concepções de avaliação emancipatórias: avaliação 
diagnóstica, formativa, cumulativa e mediadora, superando concepções de 
avaliações excludentes e classificatórias.
Por fim, no Capítulo 5, discutiremos a importância do trabalho da equipe 
gestora comprometida com a gestão democrática na organização dos espaços 
e tempos escolares em função dos tempos de vida dos estudantes. Para 
tanto, essas dimensões serão consideradas elementos do currículo. A fim de 
aprofundar tais reflexões, destacaremos a inter-relação entre os elementos 
APRESENTAÇÃOVídeo
da organização do trabalho pedagógico (currículo, planejamento e avaliação), 
que possibilita ao leitor vislumbrar quais instrumentos a equipe gestora pode 
utilizar para tomar decisões sempre em função do direito à aprendizagem.
Concebendo que a escola existe, como afirma Saviani (1991), para 
propiciar aos sujeitos a aquisição dos saberes socialmente elaborados pela 
humanidade, buscaremos, nesta obra, trazer fundamentos teóricos, além 
de possibilidades de organização do trabalho da equipe gestora na escola. 
Nesse sentido, não traremos aqui um manual de como agir diante dos 
conflitos e desafios do cotidiano escolar, mas proposições que, diante de uma 
concepção emancipatória de sujeito da aprendizagem, podem ser colocadas 
em prática com a comunidade educativa (estudantes, famílias e responsáveis, 
professores, pedagogos e/ou coordenadores pedagógicos, funcionários) na 
busca permanente de uma educação de qualidade.
Assim, desejamos uma excelente leitura!
Teorias daadministração e a gestão escolar 9
1
Teorias da administração 
e a gestão escolar
Neste capítulo, vamos contextualizar as teorias da administra-
ção, explicitando e refletindo sobre suas concepções, suas estraté-
gias e seus métodos de gerir. Para tanto, vamos refletir sobre cada 
teoria e discutir seus objetivos e suas metodologias. Enfatizamos a 
não neutralidade dessas teorias, suas especificidades e a necessi-
dade de as equipes gestoras das escolas refletirem sobre a nature-
za do trabalho exercido no espaço educativo escolar.
Para ampliar e aprofundar essa discussão, vamos ressaltar a 
importância de essas equipes balizarem seu trabalho organizacio-
nal fundamentado em teorias que possibilitem a esses profissio-
nais contribuir com a consolidação da gestão democrática, prevista 
na legislação brasileira.
Por fim, vamos apresentar uma possibilidade de organização 
administrativa da escola, discutindo as funções essenciais daque-
les que trabalham em uma instituição escolar, sempre com vistas à 
função social da escola.
1.1 Administração e gestão escolar: 
possíveis aproximações Vídeo
As teorias da administração se ocupam da organização, da sis-
tematização dos processos e da escolha de métodos e estratégias de 
implementação de recursos humanos e materiais, objetivando a racio-
nalização, a garantia da qualidade dos produtos ou serviços ofertados a 
determinada clientela. Diante das mudanças estruturais que ocorrem no 
mundo do trabalho, novos paradigmas são delineados, outras concep-
ções e ideários trazem novas demandas para as empresas. Além disso, 
outras visões de sociedade, de humanidade, de produtividade e de orga-
10 Administração de instituições escolares
nização do trabalho demandam a formulação de teorias que busquem 
responder a questionamentos e problemáticas do mundo do trabalho.
Dessa forma, pode-se afirmar que não há neutralidade nas teorias 
que embasam a organização do trabalho nas empresas, pois essas são 
constituídas por princípios, ideologias, técnicas, procedimentos, for-
mas de planejar, avaliar e produzir.
De acordo com Paro (2010a), é necessário que aqueles que se ocu-
pam do trabalho pedagógico reflitam sobre a sua natureza. Em ou-
tras palavras, ao organizar o ambiente educativo escolar, é necessário 
 fazê-lo em prol do direito à aprendizagem, contextualizando a escola 
como instituição que tem o dever de garantir a todos os cidadãos o que 
está previsto na legislação brasileira. Assim, ao refletir sobre as possí-
veis aproximações entre as teorias da administração e a gestão esco-
lar, é importante discutir e consolidar uma organização da instituição 
escolar com o compromisso democrático do diálogo, da participação, 
do combate a todo tipo de discriminação e que seja em função de uma 
formação humana integral.
O conceito de formação humana integral está relacionado a uma es-
cola comprometida com o desenvolvimento de diferentes dimensões 
humanas. Nesse sentido, não se leva em consideração apenas o as-
pecto cognitivo, mas também os aspectos afetivo, histórico, cultural, 
físico-motor, lúdico, entre outros. Desse modo, ao gerir uma escola que 
tenha esse compromisso, ultrapassam-se os conceitos de administrar 
em função da eficiência e da eficácia.
Ao organizar o trabalho na instituição educativa, considerando a 
função social de promover o desenvolvimento dos sujeitos da aprendi-
zagem na sua integralidade, assume-se que os objetivos da educação 
estão relacionados a conhecimentos e a informações, além de abarca-
rem os valores, “as técnicas, a ciência, a arte, o esporte, as crenças, o 
direito, a filosofia, enfim, tudo aquilo que compõe a cultura produzida 
historicamente e necessária para a formação do ser humano histórico 
em seu sentido pleno” (PARO, 2010a, p. 48).
O trabalho na escola é de uma natureza diferente do trabalho de-
senvolvido em outros espaços, instituições e empresas. Segundo Sa-
viani (2008), a especificidade do trabalho educativo está articulada a 
hábitos, valores, conceitos, saberes, conhecimentos e ideias que po-
dem ser relacionados ao trabalho não material. O trabalho não ma-
Diretor escolar: educador 
ou gerente? traz reflexões 
fundamentadas em 
pesquisa teórica e em-
pírica sobre a função do 
diretor escolar. Vitor Paro 
aprofunda discussões 
relacionadas ao papel da 
educação, da escola e da 
administração, além de 
questionar afirmações 
de senso comum, que 
associam a administração 
à burocratização dos 
processos organizativos. 
O autor afirma que as 
práticas administrativas 
desenvolvidas na escola 
estão impregnadas de 
práticas pedagógicas e 
vice-versa. Porém, devido 
à especificidade da escola 
e da sua função social, 
as questões pedagógicas 
devem se sobrepor às 
questões administrativas.
PARO, V. São Paulo: Cortez, 2015.
Livro
Teorias da administração e a gestão escolar 11
terial, realizado na escola por professores e demais intelectuais que 
lá estão (pedagogos, coordenadores, equipe diretiva, entre outros) e 
fundamentado em teorias emancipatórias de educação, busca desen-
volver nos sujeitos da aprendizagem o que o autor denomina segunda 
natureza ou produção histórica e social:
Consequentemente, o trabalho educativo é o ato de produzir, 
direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a huma-
nidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto 
dos homens. Assim, o objeto da educação diz respeito, de um 
lado, à identificação dos elementos culturais que precisam ser 
assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles 
se formem humanos e, de outro lado e concomitantemente, à 
descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objeti-
vo. (SAVIANI, 2008, p. 2)
A escola, dessa forma, tem a função social de produzir essa segunda 
natureza nos sujeitos, possibilitando aos estudantes o acesso a saberes 
científicos, históricos e culturais aos quais eles têm direito. Portanto, ao 
se pensar na sistematização e na gestão dos processos organizativos 
da escola, deve-se ter em vista os objetivos e as especificidades desse 
espaço educativo formal. Para Saviani (2008, p. 3), a escola existe para 
possibilitar aos sujeitos o acesso e
a aquisição dos instrumentos que possibilitam o acesso ao saber 
elaborado (ciência), bem como o próprio 
acesso aos rudimentos desse saber. As ati-
vidades da escola básica devem se organi-
zar a partir dessa questão. Se chamarmos 
isso de currículo, poderemos então afirmar 
que é a partir do saber sistematizado que se 
estrutura o currículo da escola [...].
O dever da escola, como se pode observar, está 
relacionado à garantia do direito à aprendizagem. 
Nesse sentido, a equipe gestora, fundamentada 
nesse pressuposto, precisa buscar teorias, estra-
tégias e métodos que permitam a consolidação de 
uma gestão democrática. É por meio dessas estra-
tégias e métodos que a equipe tem condições de 
estruturar um trabalho comprometido com um 
currículo emancipador.
Se a equipe gestora utilizar teorias, estratégias 
e métodos da administração nas formas de orga-
Segundo Paro (2010a), quem 
exerce a atividade adminis-
trativa não pode se distanciar 
da natureza e do objeto a que 
se relaciona, incluindo a sua 
intencionalidade, seus recursos, 
o lugar em que essa ação ocorre 
e a quem se destina. Saviani 
(2008) traz discussões sobre a 
natureza e a especificidade da 
educação escolar, ressaltando 
que o objeto da educação diz 
respeito a elementos culturais e 
científicos que os sujeitos têm 
direito de adquirir e também às 
metodologias mais adequadas 
para que os objetivos educa-
cionais sejam consolidados. 
Discorra sobre a função de uma 
equipe gestora, comprometida 
com uma educação de qualida-
de, que, portanto, fundamenta 
seu trabalho administrativo em 
teorias que contribuam para a 
emancipação humana.
Atividade 1
Livro
Gestão Democrática da 
Educação: atuais tendências, 
novos desafios é uma obra 
de referência para os pro-
fissionais que exercem ou 
pretendem compor funções 
pertencentes à equipe ges-
tora de uma escola. O livrocontém contribuições de 
seis renomados autores, que 
versam sobre autonomia da 
escola, mudanças no mundo 
do trabalho e novas demandas de formação hu-
mana, conceitos de participação, políticas públicas 
relacionadas à gestão escolar, bem como desafios 
contemporâneos na formação dos professores. 
Segundo Naura Ferreira, organizadora da obra, a 
gestão escolar necessita ser repensada à luz do 
compromisso com a solidariedade, a democracia, 
a justiça social, a construção de um mundo mais 
humano.
FERREIRA, N. S. C. (org.). São Paulo: Cortez, 2008.
12 Administração de instituições escolares
nizar, delinear e encaminhar as tomadas de decisão nos processos co-
tidianos sem refletir coletivamente sobre a função da escola como se 
essa não tivesse especificidade, objetivos e função social, não contribui-
rá na consolidação de uma gestão democrática.
Segundo Paro (2010b), é fundamental superar concepções em que 
a administração da escola é vista apenas como mediação de recursos, 
 estratégias e técnicas para a realização de determinados objetivos. 
Caso não haja essa superação, corre-se o risco de que as tomadas de 
decisão, bem como as ações cotidianas, sejam realizadas sem que se 
pense na natureza do que é administrado. Sobre isso, o autor afirma:
é importante destacar que a noção de administração do senso 
comum, deixando de captar o que há de administrativo no pro-
cesso pedagógico (ao limitar a administração às normas e pro-
cedimentos relativos à organização e funcionamento da escola), 
acaba por valorizar aquele que é o responsável direto pelo con-
trole das pessoas que devem cumprir essas normas e realizar 
esses procedimentos: o diretor escolar. (PARO, 2010b, p. 765)
O papel da direção escolar é fundamental na escola, mas não é o 
único responsável pela gestão escolar. Quando há fundamentação da 
equipe gestora nos processos de trabalho e nas tomadas de decisão, 
há reflexão e discussão coletiva sobre a especificidade e a natureza do 
espaço escolar, que precisa contribuir na formação integral dos sujeitos 
da aprendizagem.
Desse modo, vamos refletir sobre as diferentes teorias advindas da 
administração, discutindo como cada uma delas pode ou não contribuir 
com a equipe gestora na condução do processo de organização da es-
cola, no diálogo com as famílias, no processo de resolução de diferentes 
conflitos que surgem no cotidiano escolar, no processo de avaliação e re-
planejamento institucional, sem perder o foco da função social da escola.
1.2 Gestão escolar e teorias da administração 
Vídeo A palavra gestão deriva do latim gerere, que significa administração, 
gerenciamento, empreender algo, gestar ou gerar algo. Nesse sentido, 
quando se vai à raiz da palavra, administrar e gerir são sinônimos. Po-
rém, autores como Paro (2010a; 2010b) e Libâneo (2008) respaldam 
os gestores das escolas públicas e particulares em reflexões sobre as 
lógicas que têm fundamentado o trabalho dentro da escola, seja ele 
pedagógico ou de âmbito mais organizacional.
Teorias da administração e a gestão escolar 13
É necessária a defesa das equipes gestoras em prol de uma ges-
tão – administrativa, financeira, de recursos humanos, dos processos 
de ensino e aprendizagem – que seja sempre em função das questões 
pedagógicas. Se os planejamentos estratégicos, as avaliações institu-
cionais, as decisões e as demais ações organizativas não estão contri-
buindo para a consolidação do direito à educação, faz-se necessário 
avaliar e retomar trajetórias.
Paro (2010b, p. 774, grifo do original) reitera:
A intenção de aplicar na escola os princípios de produção que 
funcionam nas empresas em geral não é recente, mas tem-se 
exacerbado ultimamente, configurando um crescente assalto da 
lógica da produtividade empresarial capitalista sobre as políticas 
educacionais e, em especial, sobre a gestão escolar. Assim, ape-
sar de importantes medidas ad hoc, levadas a efeito nas últimas 
décadas com o intuito de democratizar a escola e sua direção 
(eleição de diretores, conselhos de escola etc.), a escola básica, 
em sua estrutura global, continua organizada para formas ultra-
passadas de ensino e procura se “modernizar” administrativa-
mente pautando-se no mundo dos negócios, com medidas como 
a “qualidade total” ou como a formação de gestores – capita-
neada por pessoas e instituições afinadas com os interesses da 
empresa capitalista e por ideias e soluções transplantadas acriti-
camente da lógica e da realidade do mercado.
Dessa forma, é importante que as equipes gestoras conheçam e 
reconheçam as teorias advindas da administração para que analisem 
suas trajetórias, bem como os fundamentos epistemológicos que vêm 
fundamentado seu trabalho, pois não existe neutralidade nas proposi-
ções e tomadas de decisões realizadas na escola.
Para tanto, baseando-nos em Silva (2008) e em Chiavenato (2003), pro-
pomos uma síntese de cada escola e suas teorias. Nas reflexões sobre as 
possibilidades de articulação com o espaço educativo, tomamos as propo-
sições de autores basilares, como Paro (2010a; 2010b) e Kuenzer (2017).
1.2.1 Teoria da administração científica
Teoria elaborada pelo engenheiro norte-americano Frederick Taylor 
(1856-1915), que desenvolveu modelos de organização empresarial ba-
seados na melhor produtividade do trabalhador em função do menor 
tempo. Segundo Taylor, era função dos gerentes projetar as melhores 
técnicas para que os funcionários executassem as tarefas, e, dessa for-
ad hoc: “destinado a essa 
finalidade” (HOUAISS, 2009).
Glossário
14 Administração de instituições escolares
ma, os trabalhadores deveriam ser submetidos a uma supervisão con-
tínua a fim de evitar desperdícios. O trabalho era fragmentado, isto é, 
sem que o trabalhador tivesse domínio sobre o processo de produção 
em sua totalidade. Há hierarquização das funções dos trabalhadores, 
poucos são os que pensam e muitos são os que executam as atividades.
Ao refletirmos sobre a aplicabilidade dessa teoria na escola, pode-
mos pensar sobre a necessidade de organizar os tempos e os espaços 
educativos visando ao objetivo principal da escola: a garantia do direito 
à aprendizagem. Esses tempos e espaços são elementos curriculares e 
devem estar a serviço da construção do conhecimento, do acesso aos 
saberes socialmente elaborados, diferentemente do taylorismo, que vi-
sava à produtividade e ao maior lucro.
No entanto, quando a equipe gestora da escola se fundamenta nos 
princípios da gestão democrática para organizar e exercer a liderança 
na escola, a comunidade educativa é ouvida e considerada nas deci-
sões da instituição escolar.
1.2.2 Teoria fordista
Recebeu essa nomenclatura por ser idealizada por Henry Ford (1863-
1947) em sua própria indústria, a Ford Motor Company. Em 1914, insta-
lou a primeira linha de produção semiautomatizada e, nesse sistema, o 
trabalhador deveria adaptar seu ritmo de trabalho ao tempo da esteira. 
Dessa forma, não havia a possibilidade de que o operário planejasse es-
tratégias, exercesse sua criatividade ou reelaborasse suas tarefas, e os 
princípios desse sistema eram o aumento da produtividade, a economia 
de material e a venda ao consumidor por um preço reduzido.
Quando refletimos sobre a natureza do trabalho educativo realiza-
do pela escola, concluímos que o fordismo não traz à equipe gestora 
da escola fundamentos para exercer a sua função de liderança na co-
munidade escolar. Uma liderança voltada ao diálogo e à participação 
de todos (estudantes, famílias, responsáveis, professores, funcionários, 
pedagogos e coordenadores) não restringirá o exercício da criatividade 
desses sujeitos, pelo contrário, incentivará que todos se firmem como 
pessoas que possuem saberes, que são seres políticos, pensantes e 
com capacidade para expressar seus pontos de vista, buscando a con-
solidação de uma educação de qualidade.
Teorias da administração e a gestão escolar 15
1.2.3 Teoria administrativa clássica
Para aumentar a eficiência das empresas, o engenheiro francês 
Henry Fayol(1841-1925) teve como foco reestruturar o funcionamen-
to dessas organizações. Sob a centralização de um chefe principal, os 
trabalhadores executavam suas funções em departamentos, tendo a 
preocupação de manter a unidade entre esses setores.
A racionalização do trabalho, aqui, tem uma ênfase diferente da 
encontrada na obra de Taylor. Em Taylor, tem-se no método car-
tesiano a inspiração para a divisão do processo de elaboração de 
um produto. Já Fayol utiliza métodos globais para a organização do 
trabalho, isto é, tem-se uma visão do todo e faz-se necessário que 
todos os trabalhadores entendam essa concepção. Para o engenhei-
ro francês, as funções administrativas estão presentes em todos os 
setores ou departamentos de uma empresa, no entanto conclui que, 
à medida que a escala hierárquica fica maior, ocorre ampliação des-
sas funções administrativas.
Em uma gestão democrática no espaço da instituição escolar, as 
funções administrativas estão presentes no trabalho de todos os pro-
fissionais da escola, a saber:
 • Professor: ao organizar seu planejamento e consolidá-lo em 
sala de aula; ao aplicar as avaliações de aprendizagem, acompa-
nhar os registros realizados para retomar o planejamento, a fim 
de que todos aprendam; ao realizar a chamada dos estudantes 
diariamente, comunicando aos demais profissionais da escola 
(coordenador, pedagogo, direção, secretário escolar) casos de 
ausência para que tomem as devidas providências.
 • Secretário escolar: ao zelar e organizar a documentação dos 
estudantes, de acordo com a legislação vigente; ao atuar na sis-
tematização e arquivamento dos registros, auxiliando a equipe 
gestora na operacionalização dos processos de matrícula, trans-
ferência, registros formais de avaliação da aprendizagem etc.
 • Pedagogo ou coordenador pedagógico: ao contribuir na or-
ganização, no acompanhamento e na mediação dos planeja-
mentos de ensino e de aula dos professores, registrando esse 
processo em documentos próprios; ao organizar e alimentar as 
fichas individuais dos estudantes com informações pertinentes 
sobre o processo de aprendizagem desses sujeitos, das media-
ções realizadas com as famílias/responsáveis; ao realizar dife-
16 Administração de instituições escolares
rentes relatórios, resultados das diferentes reflexões e análises 
sobre o processo de ensino e aprendizagem realizado na escola 
em que atua.
 • Equipe diretiva (diretor, vice-diretor, coordenador adminis-
trativo): ao exercer uma liderança na escola, buscando a con-
solidação da participação de todos os envolvidos no processo 
educativo nas decisões da instituição educativa; ao estar à frente 
de diferentes reuniões e comissões, sendo necessário o registro 
desses processos formais em documentos próprios.
Ao sintetizar as funções administrativas desses profissionais pre-
sentes na escola, verifica-se que elas são necessárias na organização 
do trabalho da instituição. No entanto, ao contrário do que afirmava 
Fayol – que defendia uma estrutura empresarial baseada em uma or-
ganização militar e hierarquizada –, em uma gestão democrática, todos 
precisam ser ouvidos e contribuir na consolidação do objetivo maior da 
escola: a garantia do direito à aprendizagem de todos os estudantes.
1.2.4 Teoria das relações humanas
George Elton Mayo (1880-1949), cientista social australiano, pro-
fessor e diretor do Centro de Pesquisas Sociais da Harvard School of 
Business Administration (Estados Unidos), foi o responsável pela cons-
trução da teoria das relações humanas, também denominada escola 
humanista da administração. Essa teoria contrapõem-se aos argumen-
tos e proposições da teoria clássica e à administração científica. A pro-
posta de Mayo, fundamentada em pesquisas, consistia em corrigir a 
tendência de desumanização do trabalho, o que não condizia com o 
estilo de vida americano. Na defesa de métodos pretensamente mais 
democráticos, a teoria das relações humanas utiliza conceitos e estra-
tégias fundamentadas na psicologia e na sociologia.
Mayo conduziu uma equipe de pesquisa na fábrica Western Electric 
Company, no bairro de Hawthorne, em Chicago, para pesquisar a cor-
relação entre iluminação e eficiência dos operários. Ele realizou dife-
rentes testagens para analisar se a produção aumentava ou diminuía 
proporcionalmente à iluminação. A equipe concluiu que a iluminação 
tinha pouca influência no aumento da produção; entretanto, o que se 
observou é que as questões psicológicas se sobrepunham às questões 
fisiológicas. Em outras palavras, a produtividade acrescia quando os 
Teorias da administração e a gestão escolar 17
operários tinham uma chefia não incisiva, quando o clima de traba-
lho era amistoso, com menos ansiedade e menor cobrança. Assim, 
é a capacidade social do trabalhador que determina a sua eficiência, 
havendo, portanto, a necessidade de se buscar um indivíduo que seja 
colaborativo, já que a política empresarial era voltada para as relações 
humanas e para as pessoas.
A partir dessas experiências de Mayo nessa empresa que produzia 
equipamentos telefônicos e de seus estudos fundamentados na Psi-
cologia, tem-se os fundamentos da teoria das relações humanas, que 
promovia a cooperação entre os operários, a negociação coletiva como 
forma de resolução de conflitos, o trabalho por objetivos que necessi-
tam ser os mesmos para os trabalhadores e para a empresa.
Quando se reflete sobre os objetivos da escola, observa-se que as 
teorias que fundamentam o trabalho desenvolvido precisam se coadu-
nar com os objetivos de uma educação de qualidade. Diferentemen-
te da pesquisa desenvolvida por Mayo em uma linha de produção, os 
professores não podem ser testados com mais ou menos iluminação, 
pois a natureza do trabalho desenvolvido pela escola é outra, ou seja, é 
trabalho não material, como afirma Saviani (2007a; 2007b; 2008).
Segundo Paro (2010a), a administração é mediação. Assim, ao ad-
ministrar ou gerir uma escola, aqueles que o fazem precisam ter o 
compromisso de mediar e articular o trabalho desenvolvido em função 
dessa natureza e do propósito da educação. Se o objetivo é formar ci-
dadãos críticos, reflexivos e partícipes da vida em sociedade, que se 
desenvolvam em todas as dimensões humanas, a gestão precisa estar 
organizada e atuar nesse sentido, combatendo todo tipo de autoritaris-
mo e preconceito no ambiente escolar.
1.2.5 Teoria da burocracia
Formalizada pelo sociólogo alemão Max Weber (1864-1920), esta 
teoria defende a racionalização dos processos objetivando melhores 
resultados. A teoria da burocracia tem aplicação em todas as organi-
zações humanas, pois traz elementos para a compreensão do mundo 
social. A racionalidade preconiza a adequação dos meios e dos méto-
dos, objetivando a consolidação de bons resultados.
Para Weber, a racionalidade é necessária, pois permite uma me-
lhor distribuição de funções, o estabelecimento e o cumprimento de 
Para Weber, a racionalidade, 
característica da burocracia, 
permite uma melhor distribuição 
de funções em uma empresa 
ou instituição, objetivando 
a eficiência na organização 
administrada. Como a burocracia 
pode contribuir para uma equipe 
escolar gestora na tomada de 
decisão e nas ações cotidianas 
sem trazer para o seu trabalho 
concepções e práticas que levem 
ao distanciamento da função 
social da escola?
Atividade 3
18 Administração de instituições escolares
normatizações visando à eficiência da organização. De acordo com 
essa teoria, destacam-se as seguintes características de uma institui-
ção organizada administrativamente: autoridade de alguns indivíduos 
sobre os demais, hierarquização das funções, divisão do trabalho, ca-
ráter legal das normas (fundamentadas em leis e regimentos), plane-
jamento e previsibilidade do funcionamento da organização, além da 
meritocracia como princípio.
A escola utiliza a burocracia para se organizar. A lei que normatiza 
a educação no país – a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB), Lei n. 9.394/1996 (BRASIL, 1996) – tem umcaráter pedagógico e 
técnico, mas também burocrático, na medida em que determina e ins-
titui legalmente a gestão democrática como forma de estruturação do 
poder dentro da escola.
A LDB prevê a eleição de determinados órgãos no espaço da ins-
tituição educativa, planos de carreira dos profissionais, requisitos 
básicos para ingresso na carreira de professor e que administração 
da escola seja realizada por profissionais especialistas, bem como 
define que as escolas públicas elaborem seu Projeto Político Peda-
gógico (PPP) de maneira democrática. No regimento escolar, que re-
gulamenta o PPP de cada instituição, há normatização dos direitos e 
dos deveres da comunidade educativa, dos procedimentos a serem 
realizados pelos profissionais da escola em relação ao cumprimento 
de prazos, documentos e condutas a serem exercidas pelos profes-
sores, coordenadores, secretários, equipe diretiva e demais funcio-
nários da instituição.
É por meio do regimento escolar que a legislação educacional – da 
Constituição (BRASIL, 1988) até os pareceres normativos, deliberações 
e resoluções – chegam ao âmbito organizativo da escola, definindo-a 
como instituição educativa formal. Dessa forma, pode-se afirmar que 
a burocracia, ao contrário do que afirma o senso comum, é necessária 
para a organização do espaço educativo. No entanto, a equipe gestora 
não deve afastar a necessária regulamentação dos processos institu-
cionais do direito dos estudantes à aprendizagem.
1.2.6 Teoria comportamentalista
Fundamentada na psicologia organizacional, a teoria comportamen-
talista teve seu protagonismo com a publicação da obra do economis-
Gestão escolar e legislação 
educacional – Unidade 
2 – Regimento escolar: sua 
importância e relações com 
os demais documentos 
escolares traz proposições 
sobre a importância da 
elaboração e do cumpri-
mento do regimento es-
colar no espaço educativo. 
Além disso, a obra ressalta 
a importância de toda a 
comunidade educativa uti-
lizar o rgimento escolar em 
todas as ações cotidianas, 
pois regulamenta o PPP da 
escola. O regimento esco-
lar deve estar articulado 
com a LDB (BRASIL, 1996), 
ou seja, deve ser (re)elabo-
rado com a participação 
de estudantes, famílias, 
responsáveis, professo-
res, pedagogos e demais 
funcionários, bem como 
normatizar o funciona-
mento administrativo e 
pedagógico da escola.
PARANÁ. Secretaria de Educação. 
Curitiba: SEED, 2018. Disponível 
em: http://www.gestaoescolar.
diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/
gestao_em_foco/legislacao_es-
colar_unidade2.pdf. Acesso em: 12 
fev. 2020.
Livro
Teorias da administração e a gestão escolar 19
ta estadunidense Herbert Alexander Simon (1916-2001). Os teóricos 
comportamentalistas defendem a motivação humana como cerne do 
trabalho na empresa (CHIAVENATO, 2003).
Segundo essa vertente, um administrador deve conhecer e reco-
nhecer quais são as motivações de sua equipe a fim de incentivá-las e 
torná-las um meio para a melhoria da qualidade organizacional, bem 
como contribuir para a qualidade de vida dos trabalhadores.
A teoria de Simon ajuda os administradores na tomada de decisão e 
na busca de soluções para os problemas cotidianos, utilizando também 
os sistemas de informação computacionais como um importante alia-
do das organizações empresariais. Assim, para a tomada de decisão, é 
necessário que aqueles que ocupam funções de liderança se atenham 
a informações fidedignas que os levem às melhores escolhas.
Outro autor bastante conhecido de muitos administradores é 
Abraham Maslow (1908-1970), psicólogo americano que anunciou seus 
estudos sobre a motivação humana em meados da década de 1940. 
Segundo Maslow, os fatores da motivação dos sujeitos dividem-se em 
cinco níveis, que podem ser organizados em uma pirâmide, conforme 
mostra a Figura 1 a seguir.
Figura 1
Pirâmide da teoria das necessidades de Maslow
Autorrea-
lização
Estima 
Afiliação 
Segurança 
Fisiológicas
Fonte: Adaptada de Rebellion Works/Shutterstock.
20 Administração de instituições escolares
Na base da pirâmide, estão as necessidades fisiológicas; em segui-
da, encontram-se as necessidades de segurança; em terceiro lugar 
estão as necessidades sociais; depois, podemos ver as necessidades 
de estima; por fim, no topo da pirâmide, estão as necessidades de 
autorrealização.
Para alcançar uma etapa posterior, de acordo com Maslow (1954; 
1971 apud CHIAVENATO, 2003), é necessário atingir as anteriores. Des-
taca-se que o ser humano está sempre em busca de autorrealização 
pessoal; sendo assim, nunca atingirá plenamente essa necessidade que 
está no topo da pirâmide. Após a elaboração da pirâmide, o psicólogo 
complementou o conceito com outros tipos de necessidades humanas: 
de aprender, de satisfação estética e de transcendência.
Refletir sobre como a teoria comportamental pode trazer elemen-
tos que contribuam para a gestão escolar levanta o seguinte ponto: 
estudantes motivados a aprender precisam que suas necessidades bá-
sicas estejam supridas.
Monteiro et al. (2018) afirmam que, apesar das políticas brasileiras 
de combate à fome postas em execução por meio de programas go-
vernamentais, a fome e a miséria ainda assolam nosso país. Para es-
ses pesquisadores, mesmo que a Constituição (BRASIL, 1988), em seu 
artigo 6º, determine como função do estado respeitar e consolidar o 
direito à alimentação, articulada a outros direitos, a desnutrição ainda 
é realidade entre os indivíduos que estão em idade escolar.
Uma equipe gestora comprometida com a formação integral dos 
estudantes também se volta a essas questões, uma vez que a aprendi-
zagem e o desenvolvimento desses sujeitos dependem de hábitos de 
alimentação saudáveis. Escola, família e estado necessitam se articular 
em prol do desenvolvimento pleno dos sujeitos.
1.2.7 Teoria geral dos sistemas (TGS)
Trata-se de teoria totalizante, na qual o biólogo alemão Ludwig von 
Bertalanffy (1901-1972) defendia a integralização das ciências e a in-
terdisciplinariedade para compreender a totalidade. Segundo o autor 
dessa teoria, há dependência recíproca entre os vários conhecimen-
tos científicos; sem um olhar global e articulado, não se compreende 
o todo. Isso ocorre por meio do pensamento sintético, que é parte do 
Teorias da administração e a gestão escolar 21
método utilizado para melhor entender o fenômeno, não para isolá-lo, 
mas com o propósito de compreender a função que exerce no todo.
A teoria foi elaborada em 1937, mas foi utilizada na administração 
a partir de 1960. Sistema é um todo organizado, uma integração entre 
todas as partes, portanto, para administrar uma empresa, é necessá-
rio compreender que o sistema de informações é parte de um sistema 
maior. Esse sistema diz respeito aos aspectos tecnológicos, mas não 
somente a eles; refere-se também às organizações e às pessoas. Des-
sa forma, dentro do contexto do sistema de informações, as pessoas 
precisam ser compreendidas em seu estilo de vida, suas características, 
seus contextos, seus pontos de vista e sua formação acadêmica. Assim, 
há sistemas dentro de cada sistema, e esses sistemas são integrados.
Ao refletir sobre o uso da TGS como fundamento para o trabalho da 
equipe gestora na escola, é possível articulá-la à necessidade de reco-
nhecer que os problemas surgidos no cotidiano escolar precisam ser 
analisados em um contexto maior.
Se um estudante está apresentando dificuldades de aprendizagem, 
por exemplo, é necessário que a equipe gestora analise quem é esse 
estudante, suas habilidades, seus interesses e sua família. Além disso, 
é importante verificar quem são os professores que trabalham com 
esse sujeito, como a escola vem se reorganizando para trabalhar com 
ele, como o PPP da escola vem sendo colocado em prática para aten-
der às necessidades e aos interesses dele, entre outros elementos que 
podem surgir do diálogo entre os membros da comunidade educativa. 
O diálogo, a observação, o registro, o (re)planejamento do trabalho e 
uma postura acolhedora em relação às diferenças possibilitamque a 
equipe gestora consolide uma gestão democrática em prol do direito 
à educação.
1.2.8 Teoria das contingências
A teoria das contingências ou teoria contingencial afirma que não 
há nada de definitivo nas organizações, ou seja, não existe uma única 
teoria que responda às necessidades das empresas. Dessa forma, os 
administradores escolherão a melhor forma de gerenciar a organiza-
ção conforme a situação, o problema ou a demanda que estiver em 
voga. Algumas empresas manterão sua estrutura e as estratégias ge-
renciais utilizando-se, por exemplo, da teoria científica, com métodos 
22 Administração de instituições escolares
mais rígidos de organização. Outras empresas serão organizadas ad-
ministrativamente de acordo com as demandas do mercado, adotando 
teorias administrativas mais flexíveis. Por fim, outras fazem inter-rela-
ções entre as diferentes teorias.
Paro (2010a; 2010b) questiona o caráter conservador dessa teoria 
administrativa, como também das demais teorias abordadas anterior-
mente. Segundo o autor, mesmo que algumas tenham um certo grau 
de flexibilidade e abertura para o diálogo e para a criatividade, elas 
procuram responder às demandas do mercado, que é incerto e visa 
unicamente ao lucro. Já a educação desenvolvida no espaço escolar 
pode estar a serviço da transformação social e não da manutenção de 
uma sociedade excludente.
Saviani (2007a) afirma que, na educação, o produto não se separa 
do ato produtivo. Dessa forma, as aulas e a mediação do professor em 
relação ao processo de aprendizagem do estudante não se separam 
da construção do conhecimento do estudante, diferentemente de uma 
empresa na qual se produz determinado produto que será consumido 
pelos clientes posteriormente.
A produção da segunda natureza nos sujeitos da aprendizagem 
possibilita que os estudantes não sejam apenas consumidores do que 
está sendo ensinado pelo professor, mas também produtores de co-
nhecimento. Se a escola tiver seu PPP fundamentado em uma concep-
ção emancipatória de ensino, de aprendizagem, de conhecimento, de 
ciência e de gestão escolar, a simples articulação entre as teorias admi-
nistrativas e a gestão escolar é superada, pois estão desalinhadas com 
o interesse público e político na função social da escola: a garantia do 
direito à aprendizagem, independentemente de quem são os estudan-
tes, seus contextos de vida, suas famílias e suas formas de viver.
Segundo Silva (2008), a administração científica destacou o homo 
economicus 1 , a escola de relações humanas ressaltou o homem como 
ser social, a teoria comportamental enfatizou o homem administrati-
vo e o estruturalismo trouxe a importância do homem organizacional. 
Destaca-se que a teoria estruturalista é um desdobramento da teoria 
burocrática de Weber. Para o estruturalismo que defende o homem 
organizacional, o trabalhador será flexível e tolerante às frustrações, 
exercendo seu papel designado pela empresa.
O homo economicus tem como 
cerne uma formação humana 
voltada para o mercado, para o 
lucro e para a divisão do trabalho 
em parcelas. Já o homem como 
ser social, enfatizado pela escola 
das relações humanas, considera 
fatores sociais e emocionais do 
trabalhador. Por fim, o homem 
administrativo vislumbra um 
sujeito guiado por objetivos, 
metas e com capacidade de 
organização e de aprendizagem.
1
Teorias da administração e a gestão escolar 23
Já em uma perspectiva crítica, defende-se a formação humana eman-
cipatória e a importância do desenvolvimento do homem homnilateral. 
Segundo Manacorda (2007), a formação homnilateral é oposta à forma-
ção unilateral, na qual o homem é visto apenas como fragmentado, sem 
domínio sobre a totalidade do seu trabalho. O homem unilateral traba-
lha em função do que o mercado lhe exige, é alienado e não reconhece o 
valor do seu próprio trabalho, pois seu saber é limitado a uma parte do 
que produz. Além disso, ele não reconhece o contexto histórico da vida 
em sociedade e separa o trabalho manual do trabalho intelectual.
Já a formação homnilateral, segundo Karl Marx (1818-1883) citado 
por Manacorda (2007), decorreria de uma formação mais ampla, na 
qual os homens são desenvolvidos em suas diferentes dimensões, sem 
fragmentação ou hierarquização entre os diferentes saberes. Dessa 
forma, o trabalho na escola, nessa concepção homnilateral e integral, 
não hierarquiza famílias, crianças e profissionais da escola, mas con-
sidera todos os sujeitos como pessoas que detêm saberes, vivências 
e conhecimentos que podem contribuir com a organização e com a 
melhoria contínua dos processos educativos.
Uma escola de qualidade, 
comprometida com o desenvolvi-
mento integral dos sujeitos, não 
discrimina nem fragmenta as 
pessoas pela sua história, seus 
contextos de vida, mas as acolhe, 
abrindo canais de comunicação 
permanentes com todos os en-
volvidos no processo educativo e 
considerando a participação de 
toda a comunidade educativa nas 
tomadas de decisão cotidianas.
Atividade 2
Complete o quadro a seguir descrevendo como a equipe gestora pode 
fundamentar seu trabalho com base nas diferentes teorias da adminis-
tração. Leve em consideração que a equipe gestora deve se comprome-
ter com uma escola que objetiva consolidar o direito à aprendizagem.
Teoria administrativa Função da equipe gestora
Administração científica
Teoria fordista
Clássica
Das relações humanas
Da burocracia
Comportamentalista
Teoria geral dos sistemas
Das contingências
24 Administração de instituições escolares
1.3 Estrutura administrativa da escola 
Vídeo Escola é lugar de aprendizagem; ela é formada, sobretudo, por 
pessoas que têm histórias e são seres de cultura, de interação e de 
vida. Dessa maneira, ao refletirmos sobre a estrutura administrativa 
da escola, não podemos nos distanciar do propósito desse espaço e de 
quem faz parte dele. Analisando a relevância de uma equipe gestora 
reconhecer a estrutura administrativa da escola, ressalta-se a impor-
tância de cada membro dessa equipe e de gerir com um propósito hu-
manizador, com base em teorias críticas e emancipatórias.
Como vimos, as teorias administrativas trazem aos administradores 
e gerentes bases para organizar o trabalho em diferentes instituições 
ou empresas. No entanto, para gerir uma escola, para além de conhe-
cer métodos administrativos, é necessário que as equipes gestoras se 
dediquem a manter a qualidade dos materiais, a formação continuada 
dos profissionais, os recursos tecnológicos, os espaços internos e ex-
ternos da escola, a manutenção predial, entre outros aspectos que são 
imprescindíveis; além desses fatores, o ambiente cotidiano de diálogo, 
democracia e participação são elementos necessários em um ambiente 
educativo.
A gestão escolar não pode estar à mercê das demandas do mer-
cado, que é incerto e excludente, nem mesmo das teorias que repro-
duzem modelos advindos das organizações empresariais. Quando, 
por exemplo, a instituição reproduz uma administração aos moldes 
do taylorismo e/ou do fordismo, considera que os técnicos realizam o 
planejamento e os professores o colocam em ação, pois, a partir des-
sa teoria administrativa, alguns são responsáveis por realizar o traba-
lho intelectual enquanto outros devem colocar em prática o que foi 
projetado pelos especialistas. Os princípios da divisão do trabalho são 
consolidados em toda a escola; a hierarquização, a padronização e a 
repetição são pressupostos vivenciados no ambiente escolar.
É importante ressaltar que a escola não é uma instituição isolada 
da sociedade, pois é influenciada por ela e também a influencia. É fun-
damental que as equipes gestoras reflitam, discutam e avaliem se a 
Teorias da administração e a gestão escolar 25
gestão democrática que vem sendo exercida na escola está apenas no 
discurso ou se de fato está sendo efetivada. Para Kuenzer (2017), o dis-
curso democrático está presente em muitas instituições, mas mascara 
conflitos, antagonismos e a própria exploração do trabalho.Há um pre-
tenso clima de harmonia, entretanto não revela a falta de diálogo e de 
participação efetiva da comunidade escolar.
De acordo com Kuenzer (2017), é impossível desassociar a educação 
das mudanças que ocorrem na sociedade e das transformações estrutu-
rais no mundo do trabalho, da presença de novas tecnologias e metodo-
logias. Isso exige um trabalhador de novo perfil, mais flexível, com maior 
apropriação de conhecimentos científicos e técnicos. É solicitado da es-
cola um novo currículo, novas estratégias, métodos que possibilitem ao 
sujeito da aprendizagem se apropriar dos saberes que a sociedade lhes 
exigem. No entanto, a gestão escolar não pode perder o seu foco de ad-
ministrar em função do direito dos estudantes à aprendizagem.
Fundamentando-se nesse direito público subjetivo, a escola deve 
ser organizada cotidianamente, fundamentando-se no pluralismo de 
ideias, na gratuidade do ensino público, na qualidade do ensino, na 
crença de que todos os estudantes têm condições de avançar em seus 
conhecimentos e na participação efetiva de toda a comunidade educa-
tiva nas tomadas de decisão.
Portanto, ao propormos um delineamento da estrutura administrati-
va da escola, não estamos enfatizando uma divisão técnica do trabalho, 
como propunha o taylorismo, mas fundamentando-nos no princípio de-
mocrático do direito à aprendizagem. Cada sujeito participante da co-
munidade educativa pode contribuir para que a escola seja acolhedora, 
inclusiva, solidária, humana e possibilite a todos os estudantes acesso aos 
conhecimentos científicos, históricos e culturais a que têm direito.
Todos podem colaborar para a consolidação da gestão democráti-
ca, contudo, todos os profissionais precisam saber qual é o papel que 
exercem nesse espaço educativo formal. Para tanto, destacamos, a se-
guir, alguns dos profissionais que exercem seu trabalho no espaço da 
escola e suas principais atribuições.
26 Administração de instituições escolares
Garantir canais de comunicação entre a escola e a comunidade educativa, 
contribuindo para a consolidação da gestão democrática.
Fortalecer canais de comunicação com as famílias e os responsáveis, garantindo a 
eles o acesso ao processo de aprendizagem e desenvolvimento dos seus filhos.
Mobilizar a comunidade educativa para o processo de elaboração e reelaboração 
do PPP.
Organizar tempos e espaços de discussão coletiva com os profissionais da escola 
sobre o PPP da instituição, garantindo sua reelaboração quando necessário.
Envolver-se, juntamente com a equipe pedagógica da escola, nos momentos 
de estudo e planejamento dos professores, garantindo que os princípios e 
pressupostos dispostos no PPP da instituição sejam colocados em prática.
Participar dos momentos de conselho de classe, contribuindo com os demais 
profissionais da escola na tomada de decisão pedagógica.
Fazer cumprir o calendário escolar vigente, garantindo aos estudantes do ensino 
fundamental o mínimo de 800 horas e 200 dias letivos anuais. 
Criar condições para que todos os profissionais da escola exerçam sua função da 
melhor forma possível, garantindo um ambiente técnico, profissional, de diálogo, de 
ética e de respeito entre todos os envolvidos no processo educativo.
Garantir que todos conheçam e coloquem em prática o PPP da escola.
Participar dos momentos de planejamento coletivo da escola, possibilitando que 
todos os segmentos da comunidade educativa participem desse processo.
Administrar e garantir que os profissionais da escola exerçam seu papel dentro da 
escola em função da qualidade de ensino.
Combater todo tipo de discriminação e preconceito no ambiente educativo.
Exercer comunicação contínua com a mantenedora, caso a escola seja pública, a fim 
de fazer cumprir suas determinações, baseando-se na legislação educacional vigente.
Garantir a participação efetiva dos órgãos colegiados por meio dos representantes 
dos diferentes segmentos da comunidade educativa.
Consolidar, no cotidiano da instituição, a articulação entre o cuidar e o educar, 
independentemente da faixa etária dos estudantes, conforme dispõem as Diretrizes 
Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (BRASIL, 2013).
Administrar em função das questões pedagógicas.
DIRETOR E VICE-DIRETOR
Teorias da administração e a gestão escolar 27
Garantir canais de comunicação entre a escola e a comunidade educativa, 
contribuindo para a consolidação da gestão democrática.
Exercer sua função de liderança pedagógica, contribuindo com os professores em 
seu processo de formação continuada.
Participar dos momentos de conselho de classe, contribuindo com os professores 
no processo de avaliação da aprendizagem.
Organizar tempos e espaços de discussão coletiva com os profissionais da escola 
sobre o PPP da instituição, garantindo sua reelaboração quando necessário.
Consolidar, no cotidiano da instituição, a articulação entre o cuidar e o educar, que 
é uma dimensão articuladora da educação básica, conforme dispõem as Diretrizes 
Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (BRASIL, 2013).
Contribuir com a equipe diretiva na construção e na efetivação de um ambiente 
técnico, profissional, de diálogo, de ética e de respeito entre todos os envolvidos no 
processo educativo.
Contribuir com a direção da escola, na condição de participante da equipe gestora, 
na efetivação do calendário escolar vigente, garantindo aos estudantes de ensino 
fundamental o mínimo de 800 horas e 200 dias letivos anuais. 
Combater todo tipo de discriminação e preconceito no ambiente educativo.
Fortalecer canais de comunicação com as famílias e os responsáveis, garantindo a 
eles acesso sobre o processo de aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes.
Participar dos momentos de planejamento coletivo da escola, contribuindo com a 
comunidade educativa nas tomadas de decisão em prol da qualidade educacional.
Conhecer com profundidade as especificidades das etapas e das modalidades de 
ensino em que atua, a fim de direcionar o trabalho educativo na escola, conforme o 
PPP da instituição.
Exercer comunicação contínua com a mantenedora, caso a escola seja pública, a fim 
de fazer cumprir suas determinações fundamentando-se na legislação educacional 
vigente.
Organizar tempos e espaços para o planejamento dos professores, garantindo que 
os princípios e pressupostos dispostos no PPP da instituição sejam colocados em 
prática.
PEDAGOGO OU COORDENADOR PEDAGÓGICO
28 Administração de instituições escolares
Participar da elaboração do PPP da instituição e fazer cumprir a sua efetivação de 
acordo com sua função na escola.
Realizar controle de frequência dos estudantes, comunicando aos demais 
profissionais para as devidas providências e contribuindo para que o calendário 
escolar seja cumprido por todos.
Receber a comunidade escolar de maneira acolhedora, contribuindo para a 
 inter-relação entre família e responsáveis e escola.
Empregar adequadamente os recursos materiais e humanos colocados à sua 
disposição, atuando de maneira ética e respeitosa em relação a todos.
Atuar na gestão de registros e documentação escolar.
Cumprir a legislação educacional vigente, visando garantir o direito da comunidade 
atendida à educação de qualidade.
Planejar e executar tarefas pertinentes a ações relacionadas à secretaria da 
escola, em acordo com a equipe gestora da unidade educativa e orientações da 
mantenedora.
Afiançar os documentos emitidos pela escola de modo a garantir a sua legalidade.
SECRETÁRIO ESCOLAR
Cumprir o calendário escolar vigente, acompanhando a frequência dos estudantes 
e, em caso de ausência deles, comunicar aos demais responsáveis para as devidas 
providências.
Comunicar às famílias e aos responsáveis, de acordo com o PPP e o regimento 
escolar, sobre o processo de aprendizagem e desenvolvimento dos seus filhos.
(Continua)
Participar dos momentos de planejamento coletivo da escola, contribuindo com 
a comunidade educativa paras as tomadas de decisão em prol da qualidade 
educacional.
Participar daelaboração do PPP e da sua consolidação em todas as ações 
desenvolvidas na escola.
Participar dos momentos de conselho de classe, avaliando não apenas os 
estudantes, mas também o seu próprio trabalho, replanejando-o.
PROFESSOR
Teorias da administração e a gestão escolar 29
Contribuir com a equipe gestora na construção e na efetivação de um ambiente 
técnico, profissional, de diálogo, de ética e de respeito entre todos os envolvidos no 
processo educativo.
Conhecer com profundidade as especificidades das etapas e das modalidades de 
ensino em que atua, a fim de direcionar o trabalho educativo na escola, conforme o 
PPP da instituição.
Combater todo tipo de discriminação e preconceito no ambiente educativo.
Organizar o planejamento de ensino e de aula, de acordo com as orientações 
dispostas no PPP, no regimento escolar, pela equipe gestora e mantenedora da 
qual a escola faz parte.
Consolidar, no cotidiano da instituição, a articulação entre o cuidar e o educar, que 
é uma dimensão articuladora da educação násica, conforme dispõem as Diretrizes 
Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (BRASIL, 2013).
Essas atribuições podem ser reelaboradas ou acrescidas outras de 
acordo com a realidade da escola, do PPP e do sistema de ensino a que 
pertence a instituição, havendo também determinadas funções que 
não foram aqui descritas. No entanto, as atribuições relacionadas à le-
gislação educacional, à participação e à consolidação do PPP e a gestão 
escolar direcionada à função social da escola devem ser mantidas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, pudemos perceber a necessidade de a equipe gestora 
– da qual fazem parte a direção escolar e a equipe pedagógica – conhe-
cer as teorias administrativas. Ao refletirmos sobre as diferentes teorias e 
suas especificidades, não podemos nos esquecer da natureza e da espe-
cificidade da escola e da sua função social, que está diretamente relacio-
nada ao direito à aprendizagem.
Nesse sentido, diferentes autores, como Paro (2010a; 2010b), Kuen-
zer (1985; 2017) e Saviani (2007a; 2007b; 2008), questionam as equipes 
escolares que aplicam essas teorias administrativas sem diferenciar o que 
é próprio do trabalho de uma empresa e o que é específico do trabalho 
desenvolvido na escola.
A educação, como afirma Saviani (2008), tem uma natureza de traba-
lho não material, ou seja, o produto do trabalho não se separa do seu 
processo de produção. Quando, por exemplo, um professor ensina o pro-
duto do seu trabalho, que é a aprendizagem, esta não pode ser separada 
do trabalho do professor, que é realizar as mediações com os estudantes 
para o avanço na construção do conhecimento.
30 Administração de instituições escolares
Quando uma equipe gestora lidera o trabalho na escola, visando a uma 
educação emancipatória, ela direciona todas as suas ações objetivando a 
consolidação do direito à aprendizagem. Garantir o direito à aprendiza-
gem é a função social da escola.
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GABARITO
1. Quando uma equipe gestora é comprometida com a função social da escola, ela busca 
conhecer as teorias administrativas, suas concepções, seus fundamentos e métodos, 
mas deve refletir sobre a especificidade e a natureza da educação. Nesse sentido, a 
escola precisa ser organizada e liderada em seu cotidiano com base em teorias que 
Teorias da administração e a gestão escolar 31
venham a contribuir com o que está disposto na LDB (BRASIL, 1996), que normatiza 
o ensino no pluralismo de ideias, na qualidade do ensino, na participação efetiva da 
comunidade educativa nas tomadas de decisão, na gestão democrática da escola pú-
blica, na construção coletiva do PPP e na consolidação desse instrumento teórico-me-
todológico como plano global da escola.
Dessa forma, superam-se as teorias administrativas em que o cerne do trabalho são 
a competição, o mercado e o lucro, aproximando-se de teorias que contribuam para 
que a escola seja acolhedora, inclusiva, solidária e humana, bem como possibilite aos 
estudantes o acesso a conhecimentos científicos, históricos e culturais.
2. Para preencher o quadro, é importante refletir sobre as principais características de 
cada uma das teorias administrativas, relacionando as possíveis contribuições de cada 
teoria para a organização da equipe gestora escolar. Destaca-se que, ao pensar sobre 
essas contribuições, deve-se manter o foco da especificidade do trabalho educativo, 
que é de natureza não material. Nesse sentido, para sistematizar o quadro, é impor-
tante lembrar que não há uma ligação direta entre o que a teoria administrativa pro-
põe e a organização escolar para a tomada de decisão das equipes gestoras.
Quadro – Teorias administrativas e a função da equipe gestora na escola
Teoria 
Administrativa Função da equipe gestora
Administração 
científica
Melhor aproveitamento do tempo escolar sem, no entanto, perder o foco sobre a qualidade nos pro-
cessos de ensino e sem o distanciamento da função social da escola na garantia do direito à apren-
dizagem.
Fordista
Nesta teoria, o trabalhador deve se adaptar ao “ritmo da esteira”. Na escola, a equipe gestora necessita 
refletir sobre os diferentes tempos de aprendizagem do estudante. Portanto, o produto do trabalho 
educativo não pode ser comparado a uma mercadoria. Os tempos de ensinar e de aprender precisam 
ser pensados ediscutidos, considerando quem são os estudantes, seus interesses, seus contextos de 
vida, suas culturas etc.
Clássica
Fayol defendia uma estrutura empresarial baseada em uma organização militar e hierarquizada. Em 
uma gestão democrática, é necessário que todos sejam ouvidos e contribuam para a consolidação do 
objetivo maior da escola: a garantia do direito à aprendizagem de todos os estudantes.
Das relações 
humanas
Diferentemente da pesquisa desenvolvida por Mayo, em uma linha de produção, os professores não 
podem ser testados com mais ou menos iluminação, pois a natureza do trabalho desenvolvido pela 
escola é outra, ou seja, é trabalho não material, como afirma Saviani (2008). Assim, uma equipe gesto-
ra fundamentada em princípios democráticos buscará a qualidade educacional, sem se remeter aos 
professores ou estudantes como se estivessem em uma linha de produção. Dessa forma, o fruto do 
trabalho não material desenvolvido pelos profissionais da escola proporciona a aprendizagem para os 
estudantes, bem como o replanejamento e o redimensionamento do trabalho do ponto de vista dos 
professores.
Da burocracia
A escola se utiliza da burocracia para ser organizada. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB) (BRASIL, 1996), que normatiza a educação no país, tem um caráter pedagógico, técnico, mas 
também burocrático, na medida em que determina e institui legalmente a gestão democrática como 
forma de estruturação do poder dentro da escola. A LDB dispõe sobre a eleição de determinados ór-
gãos no espaço da instituição educativa, os planos de carreira dos profissionais, os requisitos básicos 
para ingresso na carreira de professor, a administração escolar por profissionais especialistas, além de 
definir que as escolas públicas elaborem seu PPP de maneira democrática.
(Continua)
32 Administração de instituições escolares
Teoria 
Administrativa Função da equipe gestora
Comportamen-
talista
Uma equipe gestora comprometida com a formação integral dos estudantes acompanha e possibilita 
que eles sejam vistos não apenas como aprendizes, mas como seres humanos que têm múltiplas ne-
cessidades. Os estudantes precisam ter suas necessidades básicas supridas para uma melhor apren-
dizagem.
Geral dos 
sistemas
Ao refletir sobre o uso da TGS como fundamento para o trabalho da equipe gestora na escola, pode-se 
articulá-la à necessidade de reconhecer que os problemas surgidos no cotidiano da escola precisam 
ser analisados em seu contexto maior. Dessa forma, se um estudante está apresentando dificuldades 
de aprendizagem, por exemplo, é necessário que a equipe gestora analise quem é esse estudante, 
suas habilidades, seus interesses, sua família, quem são os professores que trabalham com esse su-
jeito. Além disso, é importante averiguar como a escola vem se reorganizando para trabalhar com o 
estudante, como o PPP da escola vem sendo colocado em prática para atender às necessidades e aos 
interesses dele, entre outros elementos que podem surgir no diálogo entre os membros da comuni-
dade educativa.
Das 
contingências
Como não existe uma única teoria que responda às necessidades da instituição, procura-se aquela 
que coadune com os objetivos e metas que o grupo de profissionais determinar. Essa teoria e as ante-
riores são consideradas conservadoras por Paro (2010a, 2010b), pois não respondem às necessidades 
e aos objetivos de uma escola que busca consolidar uma gestão democrática.
3. Para Weber, o sistema burocrático não é totalmente impessoal, isto é, reflete os ob-
jetivos de um grupo de pessoas. Desse modo, ao seguir a legislação vigente, o PPP 
da instituição e o regimento escolar, a equipe gestora cumpre o que foi estabelecido 
pelo sistema de ensino ao qual pertence. Além disso, é importante considerar as me-
tas e propósitos decididos coletivamente pela comunidade educativa quando o PPP 
e o regimento forem elaborados Quando a equipe gestora é comprometida com a 
democracia, ela exerce uma liderança fundamentada na legislação vigente e nos do-
cumentos que respaldam seu trabalho, sem se esquecer do diálogo permanente com 
a comunidade educativa. Nesse sentido, ultrapassa o senso comum, que apregoa que 
a burocracia está relacionada ao arquivamento de documentos, ao preenchimento 
de formulários e à obediência a regras sem sentido. Na democracia, são necessários 
diálogo, decisões coletivas em prol do direito à educação e, portanto, o cumprimento 
da legislação vigente.
Gestão democrática na escola 33
2
Gestão democrática na escola
Neste capítulo, abordaremos a importância da gestão 
democrática na escola, respaldando-se na Constituição e na 
LDB (BRASIL, 1988; 1996). Essas legislações garantem o direi-
to da comunidade educativa de participar da elaboração e da 
consolidação do Projeto Político Pedagógico (PPP), bem como 
na institucionalização e funcionamento desses mecanismos 
legais de participação na escola, como Conselhos de Escola, 
grêmios estudantis, escolas de pais, entre outros.
Para mobilizar e consolidar um PPP democrático, a equi-
pe gestora (equipe diretiva e equipe pedagógica) tem um 
papel essencial na mobilização da comunidade educati-
va. Assim, também delineamos neste capítulo a função da 
equipe gestora em sensibilizar e organizar espaços e tempos de 
participação dos diferentes segmentos da escola. Ressaltamos 
a importância do Conselho de Escola, atuante nesse processo 
de concretização de um PPP emancipador e comprometido 
com o direito à aprendizagem.
Com a finalidade de ampliar e aprofundar a discussão sobre 
a necessária articulação entre fundamentos e concepções teó-
ricas em prol do direito à aprendizagem, e a consolidação de 
propostas pedagógicas que garantam aos estudantes o direito 
a uma escola de qualidade, propomos reflexões sobre a im-
portância da participação coletiva na elaboração do PPP, bem 
como de elementos a serem considerados na sua construção, 
ao avaliá-lo na sua concretização e reelaboração.
34 Administração de instituições escolares
2.1 Princípios e consolidação do 
trabalho pedagógico Vídeo
A Constituição (BRASIL,1988), no artigo 206, determina que o 
ensino público deve ser regido por meio da gestão democrática. 
A LDB, no artigo 3º e artigo 14 (BRASIL, 1996), ratifica o que a Cons-
tituição já afirma, isto é, que os sistemas de ensino devem regu-
lamentar o ensino tendo como princípio a gestão democrática e, 
dessa forma, garantir a participação da comunidade educativa na 
elaboração da proposta pedagógica da escola e na formação dos 
conselhos escolares.
O artigo As leis de gestão democrática da Educação nos estados brasileiros, 
publicado no periódico Educar em Revista no ano de 2018, traz um panora-
ma geral sobre como os princípios democráticos estão se consolidando na 
educação nacional. Segundo os autores, a legislação brasileira, em especial 
a Constituição de 1988 e a LDB, não deixa claro que os sistemas de ensino 
também devem gerir democraticamente. As escolas, em especial as públicas, 
têm procurado fundamentar seu trabalho nos princípios democráticos, no 
entanto, tem-se um contrassenso, uma vez que muitas das unidades da fe-
deração não elaboram leis que fortaleçam a gestão democrática. Enfatiza-se 
que uma legislação que estabelece a democracia e seus princípios como 
fundamentos e mecanismos de gestão não pode ser autoritária. Nesse sen-
tido, a legislação também deveria se pronunciar em relação à organização 
democrática dos sistemas de ensino.
Acesso em: 8 fev. 2020. 
http://www.scielo.br/pdf/er/v34n68/0104-4060-er-34-68-65.pdf. 
Artigo
Segundo Souza e Pires (2018), a participação pode ser compreen-
dida de duas formas: interna e externa. A participação interna ocorre 
quando os profissionais da escola – professores, pedagogos, direção 
escolar e demais funcionários – estão envolvidos na discussão e cons-
trução do PPP; já a participação externa ocorre quando pessoas da co-
munidade na qual a escola está inserida envolvem-se nas reflexões e 
elaboração do documento. A participaçãogenuína ocorre quando os 
partipantes internos e externos juntos podem contribuir com os rumos 
da escola.
Nesse viés, os mecanismos de participação devem ser institucio-
nalizados, ou seja, organizados e normatizados. Isso deve acontecer 
com a elaboração coletiva dos regimentos escolares, dos PPPs, dos ór-
Como a gestão democrática 
pode ser vivenciada em sala 
de aula e como ela pode estar 
presente na organização do 
trabalho pedagógico realizado 
na escola?
Atividade 1
Gestão democrática na escola 35
gãos colegiados com a representatividade dos diferentes segmentos 
da comunidade escolar – famílias e responsáveis, estudantes, profes-
sores, pedagogos, direção e demais funcionários –, das assembleias, 
entre outros.
Esses mecanismos possibilitam que a participação seja uma prática 
constante na escola, uma vez que os caminhos e objetivos da educação 
são discutidos coletivamente na busca permanente pela consolidação 
do direito à aprendizagem. Dessa forma, o trabalho coletivo tem fina-
lidade primordial na descentralização do poder e está a serviço da de-
mocratização dos processos educativos.
De acordo com Saviani (2000), todos os envolvidos no processo 
educativo escolar podem contribuir com a democratização da socie-
dade. Quando se trata da atribuição do professor, esse profissional 
tem o papel de garantir o acesso a ferramentas de caráter histórico, 
cultural, matemático, científico, entre outros conhecimentos histori-
camente acumulados pela humanidade. Logo, quando o professor 
cumpre sua obrigação, ele está possibilitando e contribuindo para 
que a formação dos estudantes não ocorra de maneira mecânica, 
mas sim de modo integral.
A organização da escola deve, desse modo, ser em função das ques-
tões pedagógicas, cujo objetivo é que todos os estudantes apropriem-se 
dos saberes científicos aos quais têm direito. Segundo Saviani (2005), 
quando há gestão democrática na escola, todos os princípios democrá-
ticos convergem para que os estudantes tenham instrumentos teóricos 
e práticos para a vida em sociedade. Em outras palavras, a gestão de-
mocrática propicia aos estudantes incorporarem os saberes científicos, 
de modo que esses possam ser ferramentas para a compreensão e 
atuação no mundo em que vivem.
Um professor que exerce a gestão democrática em sala de aula 
evidencia para seus estudantes que os conhecimentos estudados 
são produzidos historicamente por pessoas, portanto, contextualiza 
esses saberes ao realizar a mediação pedagógica no processo de 
ensino e aprendizagem. Conforme Gasparin (2007), quando a abor-
dagem pedagógica em sala está fundamentada em princípios demo-
cráticos, o questionamento, a reflexão, a dúvida e a pesquisa são 
instigados, ocorrendo uma abordagem metodológica que supera os 
métodos tradicionais de ensino.
36 Administração de instituições escolares
Dessa forma, os princípios da gestão democrática devem ser viven-
ciados por todos os envolvidos no processo educativo e em todos os 
espaços da escola, pois, se o PPP da instituição defende uma escola 
democrática, todas as ações e estratégias desenvolvidas pela comuni-
dade escolar necessitam estar coerentes com os princípios democráti-
cos. Nessa perspectiva, todos os segmentos da comunidade educativa 
necessitam se comprometer com os princípios democráticos explicita-
dos a seguir.
2.1.1 Participação
A escola é um espaço privilegiado para que toda a comunidade 
escolar vivencie a democracia por meio da participação. A participa-
ção na escola exige, de todos os envolvidos, a capacidade de exercitar 
uma escuta ativa, o respeito às diferenças, lidar com conflitos e ética. O 
princípio da participação, segundo Paro (2007), é consolidado à medida 
que a hierarquização das funções é superada.
A hierarquização, presente nas diferentes teorias administrativas, é 
criticada por Paro (2007), porque essa forma de organização não condiz 
com uma gestão democrática consolidada. Para o autor, é necessário 
combater essa estrutura, ainda presente quase que na totalidade das 
escolas brasileiras, denominada de sistema piramidal:
no topo, fica a direção; logo a baixo, hierarquicamente, os pro-
fissionais que prestam assistência e supervisão aos professores 
(denominados coordenadores pedagógicos, ou assistentes pe-
dagógicos, ou supervisores escolares etc,); a seguir, encontra-se 
o corpo docente e, logo abaixo, os alunos. Paralelamente, há fun-
cionários não docentes, ocupando o nível intermediário (secre-
tário) e os níveis subalternos (auxiliares, vigias, serventes etc.). 
(PARO, 2007, p. 82)
A participação efetiva necessita ser conquistada, uma vez que as 
relações políticas na escola ainda ocorrem de maneira vertical, na qual 
a hierarquização das funções persiste em muitos casos. Essa questão 
remete aos princípios dispostos nas teorias taylorista e/ou fordista, nas 
quais há fragmentação do trabalho, presença de um supervisor que 
controla tempo e qualidade do trabalho, e seleção do trabalhador para 
determinada tarefa.
Gestão democrática na escola 37
Na escola, essa fragmentação também pode ocorrer no processo de 
ensino e aprendizagem com a presença de um currículo por disciplinas 
isoladas, quando o professor não dialoga com os estudantes e apenas 
impõe seus conhecimentos sem interação nem comunicação efetiva. 
Participar é compartilhar, fazer parte, comunicar, portanto, em uma 
gestão democrática, o que deve balizar as ações de todos os envolvidos 
no processo educativo é partilhar os processos decisórios.
2.1.2 Autonomia regulada
A palavra autonomia significa “por ele mesmo”. Derivada do grego 
autos e nomus, que significam respectivamente compartilhar e lei, au-
tonomia consiste em autolegislar, ter suas próprias leis, autogoverno 
e capacidade de tomar decisões (MICHAELIS, 2020). Nesse sentido, 
quando se afirma que há autonomia, não tem o sentido de ausência 
de regulamentação.
Quando se relaciona a autonomia à gestão escolar, também se 
afirma a necessidade de que haja uma legislação que direcione as 
ações do coletivo da instituição. Todos os planejamentos institucionais, 
avaliações, tomadas de decisão e ações cotidianas precisam ser volta-
dos à garantia do direito à aprendizagem, que, como mencionamos, é 
a função social da escola. Segundo Libâneo (2008, p. 102):
O conceito de participação se fundamenta no de autonomia, que 
significa a capacidade das pessoas e dos grupos de livre deter-
minação de si próprios, isto é, de conduzirem sua própria vida. 
Como a autonomia opõe-se às formas autoritárias de tomada de 
decisão, sua realização concreta nas instituições é a participação. 
A autonomia será regulada por um PPP elaborado coletivamente, 
com o propósito de que princípios, pressupostos, concepções, meto-
dologias e estratégias didático-pedagógicas sejam consolidadas no co-
tidiano escolar. O regimento escolar regulamenta o PPP da instituição 
escolar, normatizando as diferentes funções da comunidade educativa, 
dessa forma, a comunidade escolar tem sempre uma autonomia relati-
va no processo decisório, pois todas as decisões não podem prevalecer 
sobre o direito do estudante a ter uma educação de qualidade.
Nesse contexto, a autonomia a ser exercida no espaço escolar não 
pode ser direcionada a benefícios pessoais, mas caracteriza-se como 
um princípio a ser defendido pela comunidade educativa, em defesa de 
38 Administração de instituições escolares
uma escola que preconiza projetos educativos efetivamente democrá-
ticos. Nesse sentido, a autonomia
coloca na escola a responsabilidade de prestar contas do que faz 
ou deixa de fazer, sem repassar para outro setor essa tarefa e, 
ao aproximar escola e famílias, é capaz de permitir uma partici-
pação realmente efetiva da comunidade, o que caracteriza como 
uma categoria eminentemente democrática. (NEVES, 2013, p. 99)
A autonomia traz a incumbência de que haja prestação de contas 
sobre as decisões tomadas, tanto no que se refere às decisões dos 
órgãos colegiados quanto ao âmbito administrativo, pedagógico ou

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