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Administração da produção Marcos Alberto de Oliveira AD M IN IS TR AÇ ÃO D A PR OD UÇ ÃO Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Simone M. P. Vieira - CRB 8a/4771) Oliveira, Marcos Alberto de Administração da produção / Marcos Alberto de Oliveira. – São Paulo : Editora Senac São Paulo, 2022. (Série Universitária) Bibliografia. e-ISBN 978-85-396-3616-7 (ePub/2022) e-ISBN 978-85-396-3617-4 (PDF/2022) 1. Administração da produção 2. Gestão da produção 3. Projeto do produto 4. Planejamento, programação e controle da produção (PPCP) 5. Gestão da qualidade 6. Indústria 4.0 I. Título. II. Série.. 22-1652t CDD – 658.5 BISAC BUS087000 Índice para catálogo sistemático: 1. Administração da produção 658.5 2. Gestão da produção 658.5 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO Marcos Alberto de Oliveira M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Luiz Francisco de A. Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado Editora Senac São Paulo Conselho Editorial Luiz Francisco de A. Salgado Luiz Carlos Dourado Darcio Sayad Maia Lucila Mara Sbrana Sciotti Luís Américo Tousi Botelho Gerente/Publisher Luís Américo Tousi Botelho Coordenação Editorial/Prospecção Dolores Crisci Manzano Ricardo Diana Administrativo grupoedsadministrativo@sp.senac.br Comercial comercial@editorasenacsp.com.br Acompanhamento Pedagógico Otacília da Paz Designer Educacional Hágara Rosa da Cunha Araujo Revisão Técnica Iramaia Pires de Oliveira Luna Preparação e Revisão de Texto Amanda Andrade Projeto Gráfico Alexandre Lemes da Silva Emília Corrêa Abreu Capa Antonio Carlos De Angelis Editoração Eletrônica Sidney Foot Gomes Ilustrações Sidney Foot Gomes Imagens Adobe Stock Photos E-book Rodolfo Santana Proibida a reprodução sem autorização expressa. Todos os direitos desta edição reservados à Editora Senac São Paulo Rua 24 de Maio, 208 – 3o andar Centro – CEP 01041-000 – São Paulo – SP Caixa Postal 1120 – CEP 01032-970 – São Paulo – SP Tel. (11) 2187-4450 – Fax (11) 2187-4486 E-mail: editora@sp.senac.br Home page: http://www.livrariasenac.com.br © Editora Senac São Paulo, 2022 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Sumário Capítulo1 Fontes, princípios e conceito da administração da produção, 7 1 Histórico, 8 2 A função da produção, 10 3 O sistema de produção, 13 Considerações finais, 20 Referências, 21 Capítulo 2 Conceitos básicos e estratégias, 23 1 Conceitos básicos de produtividade, 24 2 Estratégias de operações e competitividade, 27 Considerações finais, 36 Referências, 36 Capítulo 3 Projeto do produto e planejamento de capacidade, 37 1 Projeto do produto e do processo, 38 2 Planejamento da capacidade, 46 Considerações finais, 51 Referências, 51 Capítulo 4 Instalações, 53 1 Localização das instalações, 54 2 Arranjo físico das instalações, 65 Considerações finais, 70 Referências, 70 Capítulo 5 Planejamento, programação e controle da produção, 71 1 Conceitos de planejamento, programação e controle da produção, 72 2 Cálculo de necessidades – sistema MRP, 78 3 Kanban e just in time, 81 Considerações finais, 88 Referências, 89 Capítulo 6 Gestão de demanda e estoque, 91 1 Demanda, 92 2 Estoque, 101 Considerações finais, 107 Referências, 108 Capítulo 7 Gestão da qualidade e sustentabilidade, 109 1 Gestão da qualidade, 110 2 Gestão da sustentabilidade, 120 Considerações finais, 125 Referências, 126 Capítulo 8 Indústria 4.0, 127 1 Contexto histórico, 128 2 Fundamentos e conceitos centrais da Indústria 4.0, 132 3 Gestão e desafios da Indústria 4.0, 136 Considerações finais, 142 Referências, 143 Sobre o autor, 145 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 7 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo1 Fontes, princípios e conceito da administração da produção As organizações existem para produzir bens e/ou serviços; dessa forma, todas as atividades relacionadas ao ato de produzir devem ser devidamente gerenciadas. E a maneira pela qual as organizações produ- zem bens e serviços é tratada pela administração da produção. Sendo assim, esse é um assunto de grande relevância, pois remete ao estudo do principal objetivo de uma organização, que é produzir produtos e/ou serviços, visando a entregar valor aos seus clientes. Assim, neste capítulo, vamos estudar a evolução histórica, o concei- to, as funções e o sistema de produção utilizado pelas organizações, independentemente do segmento de atuação. 8 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 1 Histórico Para que possamos compreender o conceito e a aplicação da admi- nistração da produção nos dias atuais, é importante que façamos uma breve revisão dos principais marcos históricos que impactaram essa área. É fato que, se analisarmos bem, muitas das atividades realizadas atu- almente nas organizações ainda possuem traços comuns com a coleta de alimentos do homem pré-histórico, a caça, a agricultura, o pastoreio e até com a formação das primeiras cidades, há cerca de 6.000 anos. Entretanto, a Revolução Industrial, com o uso das primeiras máquinas, é considerada um marco histórico importante para a administração da produção (MOREIRA, 2015). Os sistemas de produção sempre existiram – basta observar as pi- râmides egípcias, o Partenon grego, a Grande Muralha da China e os aquedutos e estradas do Império Romano para compreendermos a existência da produção ou de sistemas de produção no cotidiano dos povos da Antiguidade (GAITHER; FRAZIER, 2005). A Primeira Revolução Industrial, iniciada por volta do ano de 1760, na Inglaterra, envolveu dois elementos principais: a substituição da força hu- mana e da água pela força mecanizada e o estabelecimento do sistema fabril ou de produção. É fato que a Primeira Revolução Industrial transfor- mou o mundo, pois impulsionou o que chamamos de produção industrial moderna, com a utilização intensiva de máquinas e a criação de fábricas, reunindo muitos trabalhadores para produzir (GAITHER; FRAZIER, 2005; MOREIRA, 2015). Esse grande número de trabalhadores reunidos em um só local para produzir nas fábricas, com máquinas que permitiama produção em escala, impulsionou a organização dos recursos de uma maneira lógica, para que pudessem produzir os produtos esperados de forma 9Fontes, princípios e conceito da administração da produção M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. organizada. Surgem, assim, os conceitos de divisão do trabalho e de especialização da mão de obra, subdividindo os trabalhos em tarefas menores, com trabalhadores especializados, para obter o melhor de- sempenho possível na realização dessas tarefas (GAITHER; FRAZIER, 2005; MOREIRA, 2015). Vale ressaltar que a Revolução Industrial se espalhou da Inglaterra para outros países europeus e para os Estados Unidos, inicialmente, com a indústria têxtil e, posteriormente, com o desenvolvimento do mo- tor a gasolina e da eletricidade nos anos 1800. Entretanto, o período pós-guerra civil, no início no século XX, marcou uma nova era industrial para os Estados Unidos, que, além do desenvolvimento industrial, tam- bém produziu grandes ferrovias, possibilitando a expansão do capital e o desenvolvimento de novos territórios (GAITHER; FRAZIER, 2005; MOREIRA, 2015). A denominada produção em massa, que foi e continua sendo a mar- ca registrada dos Estados Unidos, simbolizando o seu poder industrial, tem como marco importante a utilização da linha de montagem de au- tomóveis idealizada por Henry Ford, com a aplicação dos princípios da administração científica da produção, elaborada por Frederick Taylor, um engenheiro que criou e implementou princípios para que os siste- mas de produção pudessem ser mais eficientes, racionalizando e de- senvolvendo métodos científicos para a administração da produção nas fábricas americanas (GAITHER; FRAZIER, 2005). O Ford Modelo T, projetado por Henry Ford, era produzido em uma li- nha de montagem que incorporava os principais elementos da adminis- tração científica, como o desenho do produto padronizado, a produção em massa, os baixos custos de manufatura, as linhas de montagem mecanizadas, a especialização da mão de obra e as peças intercambi- áveis. Sem dúvidas, todos esses princípios são utilizados até hoje nos mais diversos sistemas de produção. 10 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Não podemos deixar de destacar também que, durante a década de 1970, houve um declínio dos Estados Unidos, em termos de produtividade industrial e no comércio mundial de manufaturas, e o crescimento de al- gumas potencias nesses aspectos, como Japão – mais especificamente, com o uso do Sistema Toyota de Produção, que se baseia na valorização das pessoas no processo produtivo e na eliminação dos desperdícios. PARA SABER MAIS Para saber mais detalhes sobre cada um dos marcos históricos da ad- ministração da produção, leia o tópico “Marcos históricos na APO” no capítulo 1 (Administração da produção e operações) do livro Administra- ção da produção e operações (GAITHER; FRAZIER, 2005, p. 7-14). Após esse breve histórico, vamos estudar o que é a função produção e qual é o conceito de administração da produção. 2 A função da produção Podemos definir a administração da produção como a atividade responsável pelo gerenciamento dos recursos necessários à produ- ção e disponibilização de bens e de serviços. Em outras palavras, é a administração do sistema de produção de uma organização, que transforma os insumos nos produtos e serviços de uma organização (SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON, 2002; GAITHER; FRAZIER, 2005; MOREIRA, 2015). IMPORTANTE A função da produção é a parte da organização responsável pela ativida- de de produzir bens e serviços (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002). 11Fontes, princípios e conceito da administração da produção M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Sendo assim, podemos afirmar que a função produção é central para a organização, pois é a responsável pela produção dos bens e serviços, ou seja, é a responsável pela razão da existência de uma organização; é o que produz e entrega valor aos clientes por meio dos bens e serviços oferecidos. Um aspecto importante a ser ressaltado é que nem sem- pre as empresas adotam essa terminologia, ou seja, função produção. Sendo assim, é muito comum a utilização do termo operações para tra- tar a produção dos bens e serviços. Independente de qual seja a terminologia utilizada pela empresa, o importante é compreender a sua importância estratégica, para que a organização possa produzir bens e serviços que entreguem algum tipo de valor aos clientes. Diante dessa importância, e considerando que a administração da produção é um campo funcional de negócios com uma linha clara de responsabilidades administrativas, surge a posição do gerente de pro- dução ou de operações, que é o funcionário da empresa responsável pela administração dos recursos envolvidos na função produção. Vale destacar que essa posição pode receber outras denominações, como gerente de loja em um supermercado, gerente administrativo em um hospital, dentre outras (SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON, 2002). A função produção contempla o planejamento, a organização, a dire- ção e o controle das operações produtivas, sempre mantendo o devido alinhamento com os objetivos e estratégias da organização. Sendo as- sim, o bom planejamento é a base para que todas as atividades da área de produção estejam alinhadas aos objetivos propostos, bem como se- jam realizadas no momento certo, para que os resultados esperados sejam alcançados. Esse planejamento e as tomadas de decisão podem ser classifica- dos em três níveis: estratégico, tático e operacional. Vamos entender melhora a abrangência de cada um desses níveis (MOREIRA, 2015): 12 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . • Nível estratégico: o planejamento e as decisões em nível estraté- gico envolvem um horizonte de longo prazo e, consequentemen- te, um alto grau de risco e de incerteza. Podemos destacar como exemplos a definição de políticas corporativas, a escolha de linhas de produtos, a escolha de local para novas instalações (fábricas, armazéns, centros de distribuição ou unidades de atendimento) e os projetos de novos processos de manufatura, dentre outros. • Nível tático: o planejamento e as decisões no nível tático envol- vem basicamente a alocação e a utilização dos recursos para a produção, são decisões de médio prazo e possuem um grau mo- derado de risco. Como exemplo podemos destacar o planejamen- to agregado de produção, que envolve análises e decisões sobre os níveis de produção para atendimento da demanda de um de- terminado período, bem como as necessidades de materiais, de recursos de fábrica e de pessoal para atender a essa produção. • Nível operacional: o planejamento e as decisões no nível operacio- nal, como o próprio nome diz, envolvem as operações produtivas, ou seja, sãodecisões de curto prazo e com riscos relativamente menores em comparação com os outros níveis. A programação da produção, o controle de estoques e a alocação de carga de tra- balho aos departamentos produtivos são exemplos que ilustram o planejamento e as decisões que ocorrem no nível operacional. IMPORTANTE Para que a área de produção atinja os resultados esperados, é funda- mental que haja um alinhamento entre os planos e decisões dos níveis estratégico, tático e operacional, permitindo que as estratégias defini- das para a área de produção sejam realizadas com assertividade e, prin- cipalmente, tenham a efetividade desejada. 13Fontes, princípios e conceito da administração da produção M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. A atividade de controle é de fundamental importância para a avalia- ção de todas as ações desdobradas, independente de qual seja o nível do planejamento ou da decisão. A seguir, vamos estudar o conceito de sistema de produção. 3 O sistema de produção Antes de falarmos sobre os sistemas de produção, é importante retomarmos o conceito de sistema, ou seja, “um conjunto de elemen- tos inter-relacionados com um objetivo comum” (LAUGENI; MARTINS, 2015, p.11). Dentre as maneiras de se abordar a produção, podemos destacar a produção tratada como um sistema. Sendo assim, podemos definir um sistema de produção como o conjunto de atividades e operações inter-relacionadas envolvidas na produção de bens e/ou de serviços (MOREIRA, 2015). Ou seja: todo sistema de produção recebe insumos (materiais, pessoal, capital, serviços públicos e informação), que são as entradas do sistema, e modifica esses insumos utilizando um subsiste- ma de transformação para os produtos e serviços desejados, denomi- nado processo de transformação, gerando as saídas que são os bens e serviços produzidos. Vale ressaltar a importância da existência de um subsistema de controle que verifique se a qualidade o custo e a quanti- dade dos produtos estão de acordo com o que foi especificado (SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON, 2002). Entretanto, para que se mantenham competitivas, as empresas ofe- recem aos seus clientes o que se chama de “pacote de valor”. Esse pa- cote de valor geralmente inclui parcelas de serviços, bem como parce- las de bens ou de produtos físicos. Dessa forma, deve-se gerenciar não só as operações para a produção de bens ou produtos como também para a produção de serviços. 14 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Tradicionalmente, os autores e estudiosos sobre o tema tratam de três diferenças principais entre produtos e serviços (CORRÊA; CORRÊA, 2012): • Os serviços são produzidos e consumidos simultaneamente; os produtos, não. • Os serviços precisam da presença do cliente para serem produzi- dos; os produtos, não. • Os serviços são intangíveis e os produtos são tangíveis. 3.1 Serviços são produzidos e consumidos simultaneamente; os produtos, não As implicações de simultaneidade de produção-consumo em servi- ços destacam que os serviços não são estocáveis, enquanto os produ- tos o são. Essa abordagem traz implicações importantes para a gestão da capacidade e da demanda da produção. Por exemplo, uma fábrica pode enfrentar problemas com a elevada demanda de um produto sa- zonal, como os panetones, pois precisaria conhecer previamente a de- manda para produzir antecipadamente os produtos e atendê-la de ma- neira efetiva. Da mesma forma, um hotel pode enfrentar problemas com a elevada demanda de hóspedes em um feriado. Note que, para cada situação, ações deverão ser desdobradas tendo em vista que: não im- porta muito se o resultado será um produto ou um serviço; o importante para a operação será compreender como deverão ser produzidos. As empresas oferecem pacotes de valor que são compostos, na grande maioria das vezes, por produtos e serviços; com isso, mes- mo considerando a diferença em termos de simultaneidade, cada vez mais as empresas buscam implementar ações que permitam a entre- ga do pacote de valor e não de produtos e/ou serviços isoladamente aos clientes. 15Fontes, princípios e conceito da administração da produção M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 3.2 Os serviços precisam da presença do cliente para serem produzidos; os produtos, não A visão tradicional apresentada por diversos autores é que, nas ope- rações de serviço, a presença do cliente se faz necessária, enquanto nas operações que produzem bens físicos, o cliente não precisa estar presente. Entretanto, com o aumento substancial de serviços que são prestados de forma remota, pela internet, por aplicativos, por telefone e outros meios, a presença do cliente nem sempre é requerida para a prestação de um serviço. Isso não significa que o cliente não participa do processo. Na verda- de, o cliente deverá ter algum tipo de interação ou contato com o pres- tador de serviço – por exemplo, vamos pensar no caso de um consu- midor que efetua a compra de um livro pelo site de uma livraria. Nesse caso, o contato do cliente com o prestador de serviço ocorre somente no momento em que ele acessa a página da internet da livraria; a partir da compra, todo o restante do serviço é realizado sem a presença do cliente. IMPORTANTE Vale ressaltar que determinados serviços só podem ser realizados com a presença do cliente, como os oferecidos por uma barbearia, por exem- plo. Para que o serviço seja prestado, o cliente deve participar de todo o processo de realização, ou seja, o serviço é realizado no próprio cliente, que, nesse caso, sairá com a barba feita. Para produtos físicos, a presença do consumidor geralmente não é necessária. Por exemplo, a produção de uma caneta, com certeza, não conta com a presença do cliente. Entretanto, esse cliente teve contato com o serviço de distribuição prestado pela loja ou papelaria em que a caneta foi adquirida por ele. Desse modo, tanto operações fabris podem 16 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .ter mais ou menos a presença dos consumidores como também as operações de serviço poderão ter diferentes graus de frequência e in- tensidade de contato com o cliente, de acordo com as características de cada tipo de negócio. 3.3 Os serviços são intangíveis e os produtos são tangíveis Esse aspecto também é apontado como um fator diferenciador en- tre as operações fabris e as operações de serviços. Há uma linha de raciocínio de que os produtos são tangíveis, pois tem existência física, e os serviços são intangíveis, porém, devemos ter muito cuidado ao reali- zar essa diferenciação. Tomando como exemplo um software: ele pode ser listado, armazenado, corrigido e transportado, ou seja, parece um serviço, pela intangibilidade; entretanto, considerando outros aspectos, ele parece um produto físico, afinal é estocável, transportável, produzido e consumido em momentos diferentes.Dessa forma, o que interessa para a adequada gestão da operação são as questões da maior ou me- nor intangibilidade dos componentes dos pacotes de valor oferecidos ao mercado, ou seja, seus produtos e/ou serviços. Com isso, podemos afirmar que os sistemas de produção devem ser gerenciados de forma a considerar aspectos como a simultaneidade com que as operações acontecem e os produtos e serviços são entregues, o grau de contato com o cliente durante a operação e a tangibilidade ou não dos produtos e/ou serviços que serão oferecidos. Até porque o maior desafio para operação está relacionado com a entrega de produtos e/ou serviços cujo valor seja percebido pelo mercado. As estratégias de operações, bem como os processos produtivos para a obtenção dos produtos e serviços, mudam de uma empresa para outra; entretanto, é possível estabelecer um sistema genérico de produção. 17Fontes, princípios e conceito da administração da produção M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. A figura 1 apresenta um esquema genérico de um sistema de produção. Figura 1 – Modelo genérico de um sistema de produção Entradas Externas Legais/políticas Sociais Econômicas Tecnológicas Mercado Concorrência Informação sobre o produto Desejos do cliente Recursos primários Materiais e suprimentos Pessoal Capital e bens de capital Serviços públicos Saídas Saídas diretas Produtos Serviços Saídas indiretas Impostos Remunerações e salários Desenvolvimento tecnológico Impacto ambiental Impacto sobre o empregado Impacto sobre a sociedade Subsistema de controle Informação de feedback Subsistema de transformação Físico (manufatura, mineração) Serviços de locação (transportes) Serviços de troca (vendas no atacado e no varejo) Serviços de armazenamento (armazéns) Outros serviços privados (seguros, finanças, imobiliários, de pessoal, etc.) Serviços governamentais (municipal, estadual, federal) Fonte: adaptado de Gaither e Frazier (2005, p. 15). O sistema de produção sofre influências de dentro e de fora da em- presa, e essas influências podem afetar o seu desempenho. Por isso, o sistema de controle, por meio da informação de feedback, representa um aspecto fundamental para que se tenha o devido monitoramento dos três elementos do sistema de produção, ou seja, das entradas, do subsistema de transformação e das saídas. Com esse subsistema de controle, é possível assegurar que as programações sejam cumpridas, que os padrões sejam obedecidos, que os recursos estejam sendo usa- dos de forma eficaz e que a qualidade desejada para os produtos e ser- viços seja obtida (MOREIRA, 2015). Entretanto, avaliando melhor a importância de cada componente de entrada, devemos destacar que os insumos externos, os insumos de 18 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .mercado e os recursos primários são de fundamental importância para o subsistema de transformação, pois são essenciais para nortear as de- cisões relacionadas à produção e os recursos primários fundamentais para a obtenção dos produtos e dos serviços (GAITHER; FRAZIER, 2005). Já os produtos diretos dos sistemas de produção podem ser tanto tangíveis como intangíveis. Como exemplos de produtos tangíveis que são produzidos diariamente temos os automóveis, os notebooks, as bicicletas, as roupas, os sabonetes, dentre tantos outros produtos. Da mesma forma, muitos produtos intangíveis dos sistemas de produção são obtidos diariamente por meio dos diversos tipos de serviços que são prestados; sendo assim, podemos destacar os serviços de telefo- nia, de educação, de estética, de coleta de lixo, de assessoria contábil, de assistência médica, os serviços bancários, de segurados, de hospe- dagem, de transporte, etc. (GAITHER; FRAZIER, 2005). Não podemos deixar de considerar também os produtos indiretos dos sistemas de produção, ou seja, estamos nos referindo aos impos- tos, lixo e poluição, avanços tecnológicos, remunerações e salários e atividades de alcance comunitário. Por esses exemplos, é fácil perce- ber que esses resultados indiretos podem tanto ser motivo de orgulho como de preocupação; por isso, é muito importante para a organização controlar também essas saídas dos subsistemas de produção, para que sejam gerenciados da maneira mais adequada possível. Um aspecto primordial a ser considerado é que toda organização tem pelo menos um sistema de produção. Sendo assim, podemos afir- mar que existem diversos tipos de sistemas de produção, entretanto, deve-se compreender que a maneira pela qual o sistema de produção se manifesta como parte de uma organização difere consideravelmente de uma empresa para outra. No quadro 1, apresentamos as diferenças no sistema de produção entre distintas organizações de diversos segmentos. 19Fontes, princípios e conceito da administração da produção M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Quadro 1 – Exemplos de sistemas de produção EMPRESA ENTRADAS SUBSISTEMAS DE TRANSFORMAÇÃO SAÍDAS Loja de departamentos Prédio, vitrines, cartões de compra, máquinas, produtos em estoque, pessoal, suprimentos, serviços públicos, clientes Atrai clientes, armazena bens, vende produtos Bens comercializados Fábrica de automóveis Peças compradas, matéria- prima, suprimentos, pinturas, ferramentas, equipamentos, pessoal, prédios, serviços públicos Transforma matéria-prima em automóveis acabados por meio de operações (físicas) de fabricação e montagem Automóveis Instituição de ensino Estudantes, livros, suprimentos, pessoal, prédios, serviços públicos Transmite informações e desenvolve habilidades e conhecimentos Pessoas instruídas Lanchonete fast food Carne, pão, verduras, temperos, suprimentos, pessoal, serviços públicos, máquinas, caixas de papelão, embalagens para transporte, guardanapos, prédios e clientes Transforma matérias-primas em produtos e pacotes (físicos) de fast food Clientes satisfeitos e produtos de fast food Departamento de polícia Suprimentos, pessoal, equipamentos, automóveis, mobiliário de escritório, prédio, serviços públicos Prevenção de crimes, solução de crimes, coleta de informações e prisão de criminosos Níveis de violência aceitáveis e comunidades pacíficas Companhia aérea Aeronave, piloto e equipe de bordo, equipe de terra, passageiros, carga, suprimentos, serviços públicos Realização do check-in dos passageiros, transporte dos passageiros e cargas ao destino definido, cuidados com os passageiros durante a viagem Passageiros e carga transportados ao destino final definido Fonte: adaptado de Gaither; Frazier (2005, p. 17) e Slack; Chambers; Johnston (2002, p. 13). Observando os exemplos apresentados, fica fácil perceber como os sistemas de produção existem de maneiras diferentes em empresas diferentes, entretanto, é fato que, em todas as empresas, observamos pelo menos um sistema de produção. 20 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e oc om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Por fim, podemos dizer que todas as atividades desenvolvidas por uma empresa para que possa atender aos seus objetivos de curto, mé- dio e longo prazos se inter-relacionam, muitas vezes de maneira bastan- te complexa – ou seja, essas atividades, visando a transformar insumos (como as matérias-primas) em produtos acabados e/ou serviços, sem- pre consomem recursos, entretanto, nem sempre agregam um valor ao produto final que seja realmente percebido pelos clientes. Dessa forma, a gestão eficaz dessas atividades constitui o principal objetivo da ad- ministração da produção sempre visando a obter os resultados espera- dos pela organização, direcionando as ações para que o valor agrega- do pelo sistema de produção seja percebido pelos clientes (LAUGENI; MARTINS, 2015). PARA PENSAR Faça uma rápida pesquisa na empresa onde você trabalha e tente desco- brir qual ou quais são os sistemas de produção existentes. Considerações finais Neste capítulo, foi possível compreender a importância da administra- ção da produção para que as organizações se mantenham competitivas. Afinal, se todas as empresas possuem pelo menos um sistema de produção, e se esses sistemas de produção são os responsáveis pela realização das atividades que entregam os produtos e/ou serviços que a empresa oferece ao mercado, é fundamental que sejam adotadas es- tratégias que permitam a boa gestão da produção. Se a administração da produção contribui diretamente para que os produtos e/ou serviços estejam à disposição dos clientes, compete aos gestores desdobrar as ações necessárias para que essa função dentro 21Fontes, princípios e conceito da administração da produção M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. da empresa seja muito bem gerenciada e controlada e os resultados almejados pela organização sejam atingidos. Referências CORRÊA, Henrique; CORRÊA, Carlos. Administração da produção e operações. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012. GAITHER, Norman; FRAIZER, Greg. Administração da produção e operações. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. LAUGENI, Fernando Piero; MARTINS, Petrônio Garcia. Administração da produção. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. MOREIRA, Daniel Augusto. Administração da produção e operações. 3. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2015. SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2002. 23 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 2 Conceitos básicos e estratégias Com o objetivo de obter vantagens competitivas, as organizações buscam cada vez mais oferecer valor aos clientes, otimizando proces- sos, reduzindo custos e aproveitando da melhor maneira possível todos os recursos disponíveis para a produção de bens e/ou serviços. Dessa forma, cada empresa procura adotar as estratégias para a produção que sejam adequadas à sua realidade e que, de algum modo, possam entregar ao mercado bens e/ou serviços cujo valor agregado seja percebido pelos clientes. Sendo assim, neste capítulo, vamos estudar o conceito de produtivi- dade e sua aplicação na produção, bem como as estratégias de produ- ção que podem ser adotadas pelas empresas para que se mantenham competitivas no mercado. 24 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 1 Conceitos básicos de produtividade Para que as organizações possam se manter competitivas no mer- cado, é fundamental que suas operações sejam realizadas ao menor custo possível, desde que sejam compatíveis com os níveis de qualida- de, confiabilidade, flexibilidade e velocidade esperados pelos seus clien- tes (SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON, 2002). Nesse cenário, é importante que as empresas avaliem a eficiência de suas operações e, para essa finalidade, é utilizada uma medida de desempenho denominada produtividade. É por meio da produtividade que os gestores de produção conseguem avaliar o quão bem estão uti- lizando os seus recursos. Assim, é muito comum encontrar programas voltados à melhoria da produtividade nas empresas, até porque avaliar e comparar esse indicador com os de outras empresas, concorrentes ou não, tornou-se uma ação que já faz parte do cotidiano dos gestores de produção. Basicamente, esse tipo de programa compreende quatro etapas: medida, avaliação, planejamento e melhoria da produtividade (LAUGENI; MARTINS, 2015). Podemos definir produtividade como sendo “a quantidade de pro- dutos ou serviços produzidos com os recursos utilizados durante um intervalo de tempo (GAITHER; FRAZIER, 2005, p. 458).” Considerando que essa relação pode ser transformada em uma equação, temos: Produtividade Quantidade de recursos utilizados Quantidade de produtos ou serviços produzidos = Para compreender o conceito de produtividade, imagine que, no dia de hoje, uma fábrica de suco de laranja produziu 16.000 litros de suco, contando com 20 funcionários que trabalharam em um único turno de 8 25Fontes, princípios e conceito da administração da produção M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. horas. Podemos afirmar que, no dia de hoje, a produtividade da fábrica, em relação ao recurso mão de obra, foi de 800 litros/funcionário: Produtividade da fábrica em relação à mão de obra = . funcioná rios litros de suco 20 16 000 = 800 litros/funcionário/Produtividade da fábrica em relação à mão de obra litros funcionário800- - = = Utilizando a equação para o cálculo da produtividade da fábrica em relação ao recurso tempo, temos o valor de 2.000 litros/hora: Produtividade da fábrica em relação ao tempo = . horas litros de suco 8 16 000 = = 2.000 litros/hora. /Produtividade da fábrica em relação ao tempo litros hora2 000= Podemos afirmar, ainda, que a produtividade da fábrica foi de 100 li- tros por hora para cada funcionário, considerando que cada funcionário produz 800 litros por dia e trabalha 8 horas por dia. Podemos observar que, embora essas sejam informações impor- tantes para avaliar a eficiência da utilização dos recursos, se empre- gadas de maneira isolada, elas podem não fazer muito sentido. Será que a produtividade por funcionário no dia de hoje foi boa? Será que poderia ter sido maior? A avaliação dessas medidas fará maior sentido quando comparadas na linha do tempo ou à um parâmetro (uma média). Assim, se o gestor sabe que a produtividade média da fábrica é de 120 litros por hora para cada funcionário, e no dia de hoje foi de apenas 100 litros por hora para cada funcionário, ele percebe a queda de produtividade e pode avaliar as possíveis causas. IMPORTANTE A produtividade deve sempre ser avaliada considerando um período de tempo, ou seja, um ano, um mês, um dia ou uma hora. Além disso, deve sempre ser comparada com outra medida, sendo avaliada em um perío- do de mesma duração (MOREIRA, 2015). 26 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ãoa D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .É sempre útil medir a produtividade em termos absolutos, principal- mente quando a intenção da empresa é destacar o rendimento de um insumo em particular; entretanto, vale ressaltar que, muitas vezes, ob- servar a variação do índice de produtividade ao longo do tempo pode ser uma informação muito importante para que a empresa possa desdobrar as ações necessárias para manter a produtividade (MOREIRA, 2015). A maneira pela qual a empresa mede ou avalia a sua produtividade pode variar bastante de uma organização para outra, pois existem diver- sas formas de avaliação da produtividade, cada uma com as suas van- tagens e desvantagens. No entanto, é fato que, independente de qual seja a forma para a medição e/ou avaliação da produtividade, existe um consenso sobre os benefícios que podem ser obtidos pela empresa quando ela consegue aumentar a sua produtividade – dentre eles, po- demos destacar o aumento no lucro, salários maiores para os colabo- radores da empresa e preços menores para os produtos e/ou serviços produzidos, além de um impacto positivo no nível de vida da sociedade (LAUGENI; MARTINS, 2015). NA PRÁTICA Se a produtividade de um recurso é a quantidade de produtos ou ser- viços produzidos em um intervalo de tempo dividido pela quantidade necessária desse recurso, podemos afirmar que a produtividade de cada recurso pode e deve ser medida. Sendo assim, podemos apresen- tar como exemplos de medidas que podem ser utilizadas para avaliar a produtividade em um intervalo de tempo (GAITHER; FRAZIER, 2005): • Capital: o valor de produtividade pode ser obtido pelo número de produtos produzidos dividido pelo valor do ativo. • Materiais: a produtividade pode ser obtida pelo número de produ- tos produzidos dividido pelo dinheiro gasto em materiais. • Mão de obra direta: o valor de produtividade pode ser obtido pelo número de produtos produzidos dividido pelas horas de mão de obra direta. 27Fontes, princípios e conceito da administração da produção M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • Gastos gerais: a produtividade pode ser obtida pelo número de produtos produzidos dividido pelo dinheiro despendido com gastos gerais. Já falamos sobre a medida da produtividade da organização; agora, vamos estudar a medida da produtividade no âmbito nacional. A pro- dutividade nacional é medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, que periodicamente disponibiliza esses indicadores. Dentre os indicadores, podemos destacar o Produto Interno Bruto, ou PIB (soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente no período de um ano), e esse mesmo indicador dividido pela população do local analisado se torna o chamado PIB per capita, indicador da produtividade da mão de obra. Os órgãos de classe também divulgam seus indicadores, como o produto interno industrial e o produto interno agrícola, dentre outros (LAUGENI; MARTINS, 2015). É importante ressaltar que existem fatores que afetam a produtivi- dade da mão de obra. Dentre eles, podemos destacar: o desempenho do empregado no trabalho, a tecnologia, as máquinas, as ferramentas, os métodos de trabalho que sustentam e auxiliam a atuação dos cola- boradores e a qualidade de produto (GAITHER; FRAZIER, 2005, p. 461). Agora que já conhecemos o conceito de produtividade, vamos estu- dar a seguir as estratégias de operações para que a organização seja competitiva. 2 Estratégias de operações e competitividade Assim como outras funções da organização, a função produção deve primeiro ter clareza sobre o seu papel e sua importância dentro do negócio para que possa estabelecer seus objetivos de desempenho e formular um conjunto de princípios norteadores para a tomada de deci- são (SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON, 2002). 28 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Sabemos que toda empresa tem como sua razão de existência a produção de bens e/ou serviços que tenham valor agregado ao consu- midor. Dessa forma, o grande desafio e principal objetivo está em obter um diferencial competitivo na fabricação de produtos ou na prestação de serviços (LAUGENI; MARTINS, 2015). O desenvolvimento de uma estratégia de operações deve ser norte- ado pela missão corporativa, ou seja, pelo conjunto de metas de longo prazo da organização, o que também inclui o tipo de negócio em que a organização pretende atuar, quem são os clientes, as convicções bási- cas a respeito dos negócios e as metas de sobrevivência, crescimento e lucratividade. A partir dessa missão, são definidas as estratégias de ne- gócios para que a missão seja realizada. Para tanto, deve-se avaliar as condições comerciais globais, para que sejam identificadas as oportu- nidades e as ameaças relacionadas ao mercado e à concorrência, bem como aos fatores econômicos, sociais, políticos, tecnológicos, legais e ambientais (GAITHER; FRAZIER, 2005). Com isso, é possível identificar quais são as competências essenciais ou as fraquezas que estão associadas à capacidade da organização em captar ou não o mercado. Afinal, nenhuma empresa pode simplesmente escolher o mercado em que pretende atuar sem considerar as próprias habilidades para a produção de produtos e serviços que satisfaçam as necessidades do mercado. Como exemplos de competências essen- ciais, podemos destacar: tecnologias avançadas de produção; força de trabalho capacitada e comprometida com os resultados; capacidade de lançar novos produtos e/ou serviços no mercado em um curto espaço de tempo; e força de vendas atuante e comprometida, dentre outros (GAITHER; FRAZIER, 2005; SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON, 2002). Assim, podemos dizer que o foco de uma estratégia de negócios consistente para a empresa deve buscar maneiras para que suas com- petências essenciais sejam capitalizadas, além de novas competências 29Fontes, princípios e conceito da administração da produção M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. que possam ser desenvolvidas, visando não só a manter o mercado já conquistado como também desenvolver novos mercados, o que de- mandará a definição de estratégias de operações que sejam efetivas para o negócio. Podemos definir estratégia de operações como um plano de ação de longo prazo para a produção de bens e/ou serviços de uma empresa, uti- lizando os recursos da melhor maneira possível, para que possam apoiar as estratégias de negócios da organização. Ela constitui um mapa que contempla tudo que a função produção deverá fazer para que as estra- tégias sejam realizadas com a eficiência e a eficácia desejadas (CHASE; JACOBS; AQUILANO, 2006; GAITHER; FRAZIER, 2005). É importante esclarecer uma dúvida que geralmente surge quando se aborda o tema estratégia de operações. Geralmente, quando trata- mos do tema operações ou produção, o associamos à produção ou entrega de bens e serviços, o que dá uma conotação mais operacio- nal que estratégica. Pois bem, aqui devemos ressaltar que produção ou operações nãoé sinônimo de operacional, ou seja, o termo produção ou operações está relacionado com os recursos que criam produtos e serviços. Quando se trata do operacional, estamos nos referindo às ati- vidades diárias e detalhadas. Dessa forma, podemos examinar tanto os aspectos operacionais como os estratégicos de uma operação (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002). Para que a definição de uma estratégia de operações seja abrangen- te, a empresa deve considerar os seguintes aspectos, também chama- dos de objetivos de desempenho, para a definição de objetivos e diretri- zes para as operações (LAUGENI; MARTINS, 2015): • Custos: produzir bens e/ou serviços ao menor custo possível deve ser um objetivo permanente para qualquer tipo de organização. É importante ressaltar que custos menores contribuem para que a empresa comercialize seus bens e/ou serviços a preços de ven- da menores, o que contribui diretamente para a competitividade, 30 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . tendo em vista que o preço é sempre um fator decisório impor- tante para o cliente. • Qualidade: produzir bens e/ou serviços com qualidade reduz os custos de produção e afeta a satisfação dos clientes, o que res- salta a importância da qualidade para que se obtenha alguma vantagem competitiva. • Prazos de entrega: é fato que os clientes desejam receber os pro- dutos e/ou serviços sempre com o menor prazo de entrega possí- vel; sendo assim, quanto menor o prazo de entrega, maior será a satisfação do consumidor. Para a empresa, os prazos de entrega menores poderão contribuir para que os estoques intermediários sejam reduzidos ou até eliminados, bem como o giro dos estoques será maior, impactando diretamente a receita da empresa. • Flexibilidade: a capacidade que a empresa tem para se adaptar rapidamente às mudanças e às tendências do mercado é cha- mada de flexibilidade. A empresa deve ter agilidade para desen- volver seus produtos e/ou serviços e atender às necessidades dos seus clientes. É fato que a flexibilidade pode ser uma fonte de vantagem competitiva para uma empresa, uma vez que, sen- do ágil e flexível, ela poderá sair na frente da concorrência. • Inovação: dentre os principais desafios para a área de operações está a capacidade de se antecipar às necessidades de seus clien- tes. A capacidade de inovar em um curto espaço de tempo pode ser fonte de vantagem competitiva para a empresa. • Produtividade: a dimensão de produtividade deve ser considera- da em todas as atividades da empresa para que ela se mante- nha competitiva no mercado. É importante ressaltar que todas as decisões devem ter uma relação custo/benefício favorável, pelo menos a médio e longo prazos. 31Fontes, princípios e conceito da administração da produção M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • Tecnologia: considerando que as tecnologias mudam em um curto espaço de tempo, a empresa deve ser muito assertiva na escolha daquelas que permitam a produção de bens e/ou servi- ços em um certo período de tempo. Essa escolha também deve estar associada à condição assumida pela empresa em relação ao tema, ou seja, ser uma líder em tecnologia, ou uma seguidora. E é fato que o uso de tecnologias que facilitem o acesso e o uso dos produtos e serviços por parte dos clientes pode ser fonte de vantagem competitiva. A estratégia de operações de uma empresa deve estar alinhada com a estratégia de negócios, para que os objetivos sejam atingidos. A chave do sucesso para as estratégias de operações está em identificar quais são as escolhas de prioridade competitiva (objetivos definidos pela em- presa para competir no mercado, como custo, qualidade, velocidade, confiabilidade, flexibilidade) e entender as consequências dessas esco- lhas, bem como compreender quais são as ameaças e oportunidades oriundas do mercado e os riscos e oportunidades associados à decisão. Nesse contexto, podemos destacar quatro perspectivas diferentes para a definição de uma estratégia de operação (SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON, 2002): • Top-down – quando a estratégia de produção é um reflexo “de cima para baixo” do que o grupo ou negócio todo deseja fazer, ou seja, o que a empresa deseja que as operações façam. • Bottom-up – quando a estratégia de produção é uma atividade “de baixo para cima” em que as melhorias da produção, cumula- tivamente, constroem a estratégia, ou seja, o que as experiências diárias sugerem que as operações deveriam fazer. • Requisitos do mercado – quando a estratégia de operações envolve a tradução dos requisitos do mercado em decisões de 32 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . produção, ou seja, o que o posicionamento de mercado requer que as operações façam. • Recursos de operações – quando a estratégia de operações en- volve a exploração das capacidades dos recursos da produção em mercados escolhidos pela empresa, ou seja, o que os recur- sos de operações podem fazer. Vale ressaltar que essas quatro perspectivas isoladas não fornecem uma visão geral do que seja a estratégia de operações; entretanto, se analisadas conjuntamente, poderão oferecer informações relevantes sobre as pressões em jogo para que a empresa possa definir suas es- tratégias de operações. PARA SABER MAIS Sobre as quatro perspectivas para a definição das estratégias de produ- ção, leia o tópico “Estratégias de produção”, no capítulo 3 (Estratégias de produção) do livro Administração da produção (SLACK; CHAMBERS, JOHNSTON, 2002, p. 61). Após a definição de uma estratégia de operações, é importante con- siderar os seguintes elementos para que a produção possa realizá-la: o posicionamento do sistema de produção, o foco da produção, os planos de produto/serviço, os planos de processo e tecnologia de produção, a alocação de recursos para alternativas estratégicas e os planos para as instalações, como a capacidade produtiva, a localização e o layout do processo produtivo. A seguir, vamos entender melhor cada um desses elementos (GAITHER; FRAZIER, 2005). • Posicionamento do sistema de produção: para que se possa posicionar o sistema de produção, deve-se escolher o design do produto (personalizado ou padronizado), o tipo de sistema de pro- cessamento da produção (focalizado no produto ou focalizado no 33Fontes, princípios e conceito da administração da produção M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. processo) e o tipo de política de estoques de produtos acabados para cada grupo (ou seja, produzir para estoque ou sob encomen- da), considerando a estratégia de negócios. • Foco da produção: uma fábrica que se concentra na produção de uma combinação (mix) de produtos definidos para um nicho de mercado particular terá um desempenho superior à planta conven- cional, que tenta uma abordagem mais ampla. É fato que, além da produtividade obtida pelo uso de equipamentos, sistemas de su-porte e procedimentos voltados às tarefas para o mix de produtos, pode-se obter custos menores se comparados aos custos de ope- ração de uma fábrica convencional sem um foco específico. • Planos de produto/serviço: uma etapa muito importante para a estratégia de negócios de uma empresa são os planos para pro- jetar, desenvolver e introduzir novos produtos e serviços no mer- cado. Assim, podemos dizer que as estratégias de operações são diretamente afetadas pelos planos de produto/serviços, pois: ◦ nos projetos de produtos, todas as suas características deta- lhadas são definidas; ◦ cada característica do produto afeta diretamente a maneira pela qual o produto será produzido; e ◦ a maneira pela qual um produto é produzido determina qual será o design do sistema de produção, ou seja, estabelece como deverá ser o sistema de produção para aquele determi- nado produto. • Planos de processo e tecnologia de produção: definir como os produtos serão produzidos é fundamental para a escolha da es- tratégia de operações. Para tanto, é fundamental que cada de- talhe do processo produtivo e das instalações seja muito bem planejado. Como a variedade de tecnologias de produção dispo- níveis para criar produtos e serviços é cada vez maior, compete a cada empresa estabelecer os próprios processos de produção, 34 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .utilizando as tecnologias disponíveis que se adequem melhor às suas necessidades de produção. • Alocação de recursos para alternativas estratégicas: levando em conta que todas as empresas possuem algum tipo de limita- ção em relação aos recursos, deve-se considerar que isso exer- ce forte impacto sobre os sistemas de produção das empresas. Sendo assim, os recursos devem ser divididos, ou distribuídos, entre os produtos, as unidades comerciais e os projetos ou opor- tunidades de lucro, de tal forma que possam maximizar a reali- zação dos objetivos das operações. Assim, as decisões sobre o uso de fundos de capital, capacidade produtiva, laboratórios de pesquisa, trabalhadores, máquinas, equipamentos, matérias-pri- mas e outros insumos podem ser consideradas como decisões estratégicas para a área de operações de uma empresa. • Planos para as instalações – a capacidade de fornecimento de produção de longo prazo para que uma empresa possa criar pro- dutos e/ou serviços é uma informação primordial para a definição da estratégia de operações. Sendo assim, toda e qualquer decisão relacionada à aquisição de equipamentos de produção, novas ins- talações ou fábricas, bem como a definição do seu arranjo físico (layout) são muito importantes para o sucesso das estratégias de operações, até porque essas decisões têm efeitos duradouros e, portanto, estão sujeitas a grandes riscos. Se uma decisão ruim for tomada, ou se as circunstâncias mudarem após a empresa ter se comprometido com determinada alternativa, ela terá de arcar com os resultados dessas decisões durante muitos anos. Vale ressaltar que a maior parte dos elementos da estratégia de ope- rações podem ser aplicados também nas operações de serviços; entre- tanto, deve-se considerar algumas particularidades dos serviços: são intangíveis, não podem ser estocados, demandam um maior contato de quem presta ou produz o serviço com o cliente, geralmente possuem um tempo menor para a realização da operação, dependem muito da 35Fontes, princípios e conceito da administração da produção M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. mão de obra e, como principal desafio, a qualidade de serviço é determi- nada pelo cliente de maneira subjetiva. Dessa forma, as principais prioridades competitivas para os servi- ços são: baixos custos de produção, entregas rápidas e no tempo certo, produtos/serviços de alta qualidade e serviço ao cliente demonstrando capacidade para, quando necessário, mudar rapidamente a operação, sempre visando atender às necessidades dos consumidores (GAITHER; FRAZIER, 2005). Com isso, as estratégias de posicionamento para os serviços devem considerar qual é o tipo de design de serviço, levando em conta as di- mensões envolvidas – ou seja, serviço padrão ou personalizado, grau de contato com o cliente e combinação de bens físicos e serviços intan- gíveis. Também deve-se considerar o tipo de processo de produção do serviço, ou seja, a chamada quase-manufatura, em que o cliente é um participante (como em uma lanchonete de fast food) ou em que o con- sumidor é o produto (quando o cliente vai a uma salão de beleza para cortar o seu cabelo, por exemplo). Enfim, podemos concluir destacando que a formação de estratégias de operações deve ser um desdobramento da estratégia de negócios da empresa focada nos sistemas de produção. Independentemente se a empresa oferece ao mercado produtos e/ou serviços, o alinhamento entre todos os níveis da organização será primordial para que as estra- tégias de operações adotadas contribuam para a obtenção de algum tipo de vantagem competitiva. PARA PENSAR Faça uma pesquisa na empresa em que você trabalha e tente identificar as estratégias de operações adotadas por ela. 36 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Considerações finais Como estudamos neste capítulo, o conceito de produtividade é ampla- mente utilizado pelas empresas para avaliar o seu próprio desempenho em relação aos concorrentes e, assim, desdobrar as ações necessárias para obter algum tipo de vantagem competitiva. Para tanto, a escolha e implementação de estratégias de operações adequadas e consistentes poderá fazer toda a diferença para que uma empresa possa se diferenciar no mercado. No entanto, essa não é uma atividade simples, pois requer conhecimento, recursos e, acima de tudo, muita capacidade dos gestores da empresa para adotar as ações que apresentem maior efetividade diante de cada contexto enfrentado pela organização. Referências CHASE, Richard B.; JACOBS, F. Robert; AQUILANO, Nicholas J. Administração da produção e operações para vantagens competitivas. 11. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2006. GAITHER, Norman; FRAIZER, Greg. Administração da produção e operações. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. LAUGENI, Fernando Piero; MARTINS, Petrônio Garcia. Administração da produção. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. MOREIRA, Daniel Augusto. Administração da produção e operações. 3. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2015. SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2002. 37 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 3 Projeto do produto e planejamento de capacidade Ao longo dos anos, houve uma grande evolução nos conceitos, téc- nicas e ferramentas para a administração da produção. Novas tecnolo- gias, novos procedimentos, enfim, todo um conhecimento aplicado para que as organizações possam produzir com aefetividade desejada e, assim, obter algum tipo de vantagem competitiva. Entretanto, para fazer bom uso de todas essas informações e co- nhecimentos, é fundamental responder a algumas questões básicas, como: qual produto será produzido, que tipo de processo produtivo é o mais adequado e qual será a capacidade produtiva desse sistema de produção. 38 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Sem essas informações, é praticamente impossível tomar as deci- sões mais adequadas para a administração da produção de uma em- presa. Sendo assim, neste capítulo, vamos estudar os fundamentos para a realização do projeto do produto e para a definição do processo produtivo, bem como a realização do planejamento de capacidade. 1 Projeto do produto e do processo As definições de projeto do produto e do processo que será utiliza- do para a sua produção são elementos fundamentais para delinear a estratégia de operações. Sem essas informações, é impossível adotar o sistema de produção mais adequado – sem contar que produtos e serviços são a primeira coisa que os clientes veem em uma empresa e, por isso, devem causar impacto. Um projeto de produto bem elaborado, além de satisfazer os consu- midores, deve comunicar o seu propósito ao mercado, para que a em- presa obtenha retorno financeiro. Dessa forma, independentemente de ser tangível ou intangível, a empresa poderá oferecer ao mercado pro- dutos e serviços que satisfaçam às necessidades e expectativas atuais e/ou futuras de seus clientes (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002). IMPORTANTE O projeto só trará benefícios completos se um produto, por melhor pro- jetado que seja, puder ser produzido com altos padrões e se um serviço puder ser implementado (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002). Vale ressaltar que: se, por um lado, os produtos são tangíveis e físi- cos, resultado de um processo de manufatura com máquinas e pesso- as em uma indústria, por outro, os serviços também são prestados por ações e realizados por pessoas ou por máquinas. Ou seja, existe uma 39Fontes, princípios e conceito da administração da produção M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. dependência muito grande das pessoas que realizam as atividades, mesmo havendo a utilização de meios físicos, os quais não devem ser confundidos com o serviço em si. Por exemplo: na manufatura, a indús- tria automobilística produz automóveis; nos serviços, um laboratório clínico submete o paciente a exames, em que o atendente pode utilizar máquinas – entretanto, são as informações geradas, ou seja, o resulta- do do exame, e o atendimento pessoal, durante a realização do exame, que contarão como o serviço prestado ao paciente (MOREIRA, 2015). Quando uma empresa decide desenvolver um novo produto e/ou serviço, ela deve adotar um processo que representa uma sequência básica de etapas ou atividades que deverão ser realizadas, de tal forma que a empresa possa idealizar, projetar e lançar o produto no mercado. Vale ressaltar que cada empresa adota o seu próprio processo para o desenvolvimento de um produto e pode utilizar mais de um tipo de pro- cesso para isso, de acordo com o tipo de produto a ser desenvolvido. Entretanto, para que possamos compreender melhor quais são as ativi- dades ou etapas a serem realizadas, é fundamental conhecer qual seria o processo genérico para o desenvolvimento de um produto. Esse pro- cesso de desenvolvimento genérico pode ser dividido em seis etapas (CHASE; JACOBS; AQUILANO, 2006): • Etapa 0 – Planejamento: essa é a etapa que antecede a aprova- ção do projeto e o início do processo de desenvolvimento do pro- duto propriamente dito. Na verdade, essa etapa tem início na es- tratégia corporativa adotada pela empresa e inclui as tecnologias a serem utilizadas, bem como os objetivos de mercado. Sendo assim, o resultado dessa etapa geralmente inclui a declaração da missão do projeto, ou seja, qual será o mercado que se pretende atingir com o produto do projeto, as metas para a empresa, as premissas a serem assumidas e as limitações ou restrições para o desenvolvimento. 40 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . • Etapa 1 – Desenvolvimento de conceito: antes de descrevermos as atividades realizadas nessa etapa, é importante compreender a definição de conceito. Um conceito pode ser definido como a descrição da forma, da função e das características de um pro- duto. Geralmente, o conceito é acompanhado por um conjunto de especificações, uma análise de produtos competitivos e uma justificativa econômica do projeto. Sendo assim, nessa fase, a empresa deve identificar quais são as necessidades do mercado- -alvo para que possa gerar e avaliar conceitos de produtos alter- nativos e, assim, escolher um ou mais conceitos de produto para realizar o desenvolvimento. • Etapa 2 – Projeto no nível do sistema: essa é uma etapa mui- to importante para o desenvolvimento do produto, pois define a arquitetura do produto e sua decomposição em subsistemas e componentes, ou seja, fornece um esquema da montagem final do produto para o sistema de produção. Dessa forma, nessa fase, temos como resultado um layout geométrico do produto, uma es- pecificação funcional de cada um dos subsistemas do produto e um fluxograma preliminar do processo para a montagem final. • Etapa 3 – Detalhamento do projeto: como o próprio nome diz, nessa etapa, detalha-se a especificação completa da geometria, dos materiais e das tolerâncias de todas as peças exclusivas do produto, além da definição de todas as peças padronizadas que serão adquiridas de fornecedores. Também se estabelece um plano de processo, bem como o maquinário que deverá ser utili- zado para a produção de cada peça. Sendo assim, temos, como resultado dessa etapa, os desenhos, ou arquivos digitais desses desenhos, que descrevem a geometria de cada peça e o maqui- nário que deverá ser utilizado para a sua fabricação. Além disso, temos também todas as especificações das peças que deverão ser adquiridas junto a fornecedores e os planos de processo, tan- to para a fabricação como para a montagem do produto. 41Fontes, princípios e conceito da administração da produção M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • Etapa 4 – Teste e refinamento: nessa etapa, temos a construção e avaliação de diversas versões preliminares do produto para se- rem testados. Desse modo, protótipos iniciais são construídos a partir de peças com a mesma geometria e propriedades de mate- rial que a versão final do produto; entretanto, nem sempre são fa- bricados utilizando o processo que será utilizado na produção. A ideia de se elaborar os protótipos para testes tem como objetivo determinar se o produto funcionará da maneira como foi projeta- do e se satisfaz às necessidades do consumidor. • Etapa 5 – Produção ramp-up (produção piloto): nessa etapa, é realizada a produção do produtoutilizando o sistema de produ- ção pretendido. Dessa forma, pode-se treinar a força de trabalho a solucionar quaisquer problemas remanescentes nos proces- sos produtivos. Em algumas situações, os produtos fabricados durante a produção piloto são fornecidos a clientes preferen- ciais, para que possam identificar e avaliar quaisquer falhas re- manescentes. A transição da produção piloto para a produção contínua é geralmente gradual até o momento do lançamento para a distribuição geral. PARA SABER MAIS Para saber mais sobre como elaborar um projeto de produto, leia o capí- tulo 3 (Administração de projetos) do livro: Administração de produção e operações (KARJEWSKI; RITZMAN; MALHOTRA, 2009, p. 58-84). Outra questão importante a ser considerada é a definição do tipo de design de produto, ou seja, se personalizado ou padrão. Os produtos personalizados são aqueles que são projetados de maneira customi- zada, de acordo com as necessidades de determinados clientes. Com isso, muitos produtos diferentes são desenvolvidos – por exemplo, a 42 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .produção de uma prótese para um paciente. Já no caso dos produtos padronizados, são desenvolvidos apenas alguns modelos, que são fa- bricados continuamente ou em lotes muito grandes – a produção de ventiladores é um exemplo (GAITHER; FRAIZER, 2005). Definidas quais serão as características do produto e seguindo as etapas para o desenvolvimento dele, devemos caracterizar o processo produtivo. Esse processo pode ser make to stock (produção para esto- que) ou make to order (produção para encomenda), assembly to order (montar sob encomenda) e engineering to order (engenharia sob enco- menda). Vamos entender a diferença entre esses conceitos (CHASE; JACOBS; AQUILANO, 2006; GAITHER; FRAIZER, 2005). • Make to stock (produção para estoque): ocorre quando os pro- dutos são fabricados antecipadamente e colocados em estoque. Esse tipo de processo é facilmente observado, por exemplo, em cervejarias, que produzem a cerveja em grandes lotes para co- mercialização posterior. • Make to order (produção para encomenda): ocorre quando a pro- dução de um item só realizada a partir do momento em que se recebe o pedido do cliente. Os restaurantes a la carte ilustram bem o que significa produzir a partir do recebimento do pedido, pois os pratos só serão produzidos a partir do momento em que o consumidor realiza o pedido com o garçom. • Assembly to order (montar sob encomenda): é um método para produzir uma grande variedade de produtos com relativamente poucas montagens e poucos componentes assim que os pedidos dos clientes são recebidos. Um exemplo do cotidiano que ilustra esse tipo de estratégia são as pizzarias – os itens componentes da pizza já estão preparados e aguardando somente os pedidos dos clientes para a montagem das pizzas. 43Fontes, princípios e conceito da administração da produção M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • Engineering to order (engenharia sob encomenda): é utilizada quando as atividades de engenharia ou de design precisam ser adi- cionadas ao tempo de entrega do produto. Tão logo chega o pedido de um cliente, tanto os requisitos com as especificações do projeto são conhecidos em detalhes, e isso demanda uma boa análise do projeto para garantir a entrega de um produto exclusivo e inten- samente personalizado para as necessidades específicas de cada cliente. Um exemplo do cotidiano podem ser os projetos de vesti- dos exclusivos para festas, em que a personalização naturalmente demanda um período de tempo exclusivo para a criação e design do modelo a ser produzido. Outra forma de classificar os processos é utilizando a relação entre o volume a ser produzido e a variedade de produtos. Essa classificação auxilia na abordagem para gerenciar as atividades, tanto para a manu- fatura como para os serviços. A seguir, vamos estudar quais são os tipos de processos, segundo essa classificação (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002; MOREIRA, 2015): • Processo de projeto: são processos que produzem itens únicos, muito customizados e com especificações predefinidas. Não existem dois produtos exatamente iguais nessas condições (pelo menos do ponto de vista teórico), já que os produtos são basica- mente exclusivos, tendo em vista o elevado grau de customiza- ção. Geralmente, o período de tempo para fazer o produto ou ser- viço é relativamente longo, sendo que são características desse tipo de processo de produção o baixo volume e a alta variedade de produtos. Como exemplos, podemos destacar: a construção de navios, a produção de filmes, a instalação de sistemas de com- putadores de uma empresa e a maioria das atividades de uma empresa de construção. • Processos de jobbing: são processos que também lidam com uma variedade muito alta e baixos volumes. Porém, enquanto na produção por projeto os recursos dedicados ao produto são 44 Administração da Produção Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .praticamente exclusivos, no processo de jobbing os recursos de- dicados para a produção de um item podem ser compartilhados para a produção de outros produtos. Como exemplos, temos as ferramentarias, as restaurações de móveis, os alfaiates que tra- balham por encomenda e as gráficas que produzem lotes exclusi- vos e que trabalham somente por encomenda. • Processos em lotes ou em bateladas: os processos em lotes se diferem dos processos de jobbing, pois não tem o mesmo grau de variedade. A produção de um item é feita em lotes; com isso, ha- verá períodos em que a operação estará repetindo a produção do lote. Os tamanhos dos lotes variam de acordo com as caracterís- ticas do produto e com a demanda, o que permite à empresa uma gama mais ampla de níveis de volume e variedade de produtos a serem fabricados. Como exemplo, podemos destacar: a produ- ção de lotes de produtos farmacêuticos, como medicamentos, a produção de laticínios, a manufatura das peças utilizadas para a montagem de automóveis, dentre outros. • Processo de produção em massa: são processos que produ- zem os bens em elevados volumes, porém com baixa variedade, considerando os aspectos fundamentais do projeto do produto. É fácil identificar exemplos desse tipo de processo no cotidiano das pessoas, como: os automóveis produzidos pela indústria au- tomobilística nas linhas de montagem, os eletrodomésticos e os aparelhos celulares, dentre outros. • Processos contínuos: são processos que podem ser caracteriza- dos como um nível acima dos processos de produção em mas- sa pelo fato de operarem em volumes ainda maiores e, em geral, terem uma variedade muito baixa. Eles possuem uma particula- ridade importante, pois utilizam processos de produção contínu- os, o que caracteriza os produtos como inseparáveis, por serem produzidos em fluxo contínuo e ininterrupto. Os processos con- tínuos geralmente utilizam muita tecnologia na produção, o que 45Fontes, princípios e conceito da administração da produção M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância
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