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Cap 3 DEFINIÇÃO Apresentação das atividades das áreas de Gestão de Pessoas, Administração da Produção e Operações, Marketing e Finanças. PROPÓSITO Compreender a função e o papel de algumas áreas que fazem parte do universo da organização. Módulo 1 Identificar os principais processos da área de Gestão de Pessoas Módulo 2 Reconhecer a importância da área de Finanças para as organizações Módulo 3 Descrever o funcionamento da área de Produção e Operações Módulo 4 Listar os elementos do Mix de marketing MÓDULO 1 Identificar os principais processos da área de Gestão de Pessoas INTRODUÇÃO Você já ouviu falar que as pessoas são a parte mais importante de uma organização? Em qualquer ambiente de trabalho, seja uma pequena, média ou grande empresa; pública (prefeitura, escola, hospital etc.) ou privada (loja de roupas, academia, restaurante etc.), ou até mesmo em uma organização não governamental – ONG (APAE, Greenpeace, Médicos sem Fronteiras etc.), sempre encontraremos pessoas. Para que uma organização possa alcançar resultados, precisa do apoio de uma área que cuide não apenas dos trâmites legais relacionados aos contratos de trabalho dos seus colaboradores, mas também que seja responsável pelos processos capazes de atrair, desenvolver e reter seus talentos. Pessoas talentosas, qualificadas e comprometidas realizam seu trabalho com excelência, entregam maior valor aos clientes e são capazes de atingir os resultados desejados. Assista ao vídeo e conheça o conceito de organização e o papel de algumas de suas áreas funcionais. http://atreus.uoledtech.com.br/estacio/video/195225 O AMBIENTE ORGANIZACIONAL E O DESEMPENHO HUMANO As últimas décadas testemunharam mudanças profundas no papel da área de Gestão de Pessoas dentro das organizações. Tradicionalmente, os gerentes viam a função de recursos humanos como basicamente administrativa e pessoal. Para eles, a área de Gestão de Pessoas se concentrava no gerenciamento dos benefícios exigidos em lei e das atividades rotineiras, como folhas de pagamentos e outras funções operacionais, fatores que, de acordo com essa mentalidade, mensuravam a influência do RH sobre o bom funcionamento da empresa. A área passou a ser considerada estratégica a partir do momento em que se tornou possível medir a eficácia das suas ações e entender de que forma elas favorecem o aumento da performance e dos resultados organizacionais. Desenvolveu-se uma nova ênfase sobre estratégias de negócios e sobre a relevância dos processos da área de Gestão de Pessoas. Cada vez mais, passa-se a conhecer e reconhecer que o alinhamento da área com a estratégia da empresa garante melhores resultados. Um dos principais motivos é a valorização dos ativos intangíveis como fonte de vantagem competitiva sustentável. Se as empresas buscam fortalecer essa vantagem competitiva, cabe à área de Gestão de Pessoas, portanto, maximizar a contribuição das suas atividades para alcançar esse mesmo objetivo. Veja alguns exemplos abaixo: http://atreus.uoledtech.com.br/estacio/video/195225 https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html O caso do Google exemplifica como operacionalizar na prática esse conceito: Seus principais ativos são o atendimento e a confiança dos clientes. A inovação é o que sustenta a vantagem competitiva. Quanto mais popular é uma ideia, mais adeptos ela ganha, e maiores são suas possibilidades de avançar. Por isso, na empresa, estimula-se o trabalho em equipe de pessoas brilhantes, para que desenvolvam ideias, mesmo que pareçam excêntricas. É assim que a organização se renova. Neste caso, o Google precisa de colaboradores altamente inovadores. Ao RH, cabe atrair, desenvolver e reter profissionais com essa competência. A companhia aérea Southwest Airlines, por outro lado, tem outro posicionamento, leia a seguir: Para a empresa, a economia é uma obsessão, e a gestão dos custos para que seja possível ofertar passagens a um preço competitivo é uma das principais capacidades da organização. Os processos são respeitados e os procedimentos, cumpridos. Os voos concentram-se em rotas curtas, domésticas e com escalas. A Southwest não faz reservas de assentos, nem serve refeições a bordo. Trata-se de uma decisão estratégica. O alinhamento do pessoal em terra para que as partidas sejam pontuais, sem atraso, faz parte de um dos programas de treinamento da área de RH. Gerenciar os custos é uma das competências indispensáveis para quem opta por trabalhar nessa organização. Só assim a empresa competirá no mercado com preços baixos. Observe que, como não existe um modelo único de posicionamento, cada empresa faz sua escolha estratégica de forma singular. A área de Gestão de Pessoas deve, então, privilegiar ações que maximizem a qualidade geral do capital humano em uma organização, formando e desenvolvendo talentos que possam utilizar suas competências no desempenho das atividades diárias no trabalho. Suas atividades envolvem: Atrair talentos- Vincular suas decisões de seleção e oportunidades de crescimento aos modelos de competências validados. Desenvolver talentos- Oferecer apoio oportuno e eficaz ao fortalecimento das competências necessárias à implementação da estratégia da empresa. Reter talentos- Criar ações referentes a desempenho e remuneração que atraiam, retenham e possam afetar o processo motivacional dos colaboradores de alto desempenho. PRINCIPAIS PROCESSOS DA GESTÃO DE PESSOAS As organizações utilizam informações do ambiente para formular suas estratégias de recursos humanos e desenvolver os processos da área. Os principais processos da área são: - Recrutamento e Seleção: Recrutamento é a fase inicial de preenchimento de uma vaga em aberto. É a procura por um colaborador para ocupar determinada vaga. Ele é feito de duas formas: recrutamento interno, atraindo pessoas que já trabalham na empresa, mas em outra área ou função, e recrutamento externo, quando buscam candidatos que não têm vínculo com a empresa. Já Seleção é o processo de escolha do candidato mais adequado para ocupar a vaga. - Integração (Onboarding): Processo de socialização dos novos colaboradores, cujo principal objetivo é familiarizá-los à cultura da empresa, consolidando os valores organizacionais. São apresentadas as diretrizes estratégicas, como missão, visão e valores, e ainda filosofia e propósito, estrutura organizacional, políticas de educação, gestão do desempenho e benefícios, além do papel do colaborador e da sua função para os resultados, lista de feriados, canais de comunicação interna etc. - Gestão do desempenho: Trata-se do processo da área de RH que busca identificar as potencialidades e deficiências de cada colaborador por meio da avaliação de suas competências. Essa avaliação permitirá ao gestor identificar os colaboradores que não estão alinhados ao perfil funcional exigido; propor melhorias voltadas para crescimento e desenvolvimento do capital humano; embasar as progressões e promoções nas carreiras e recompensar os colaboradores que entregam os melhores resultados. - Gestão da remuneração: Neste processo, define-se como será o sistema de recompensas dentro da organização, para estimular os colaboradores a entregar resultados por meio de seu trabalho. O conjunto de recompensas abrange: a remuneração variável, a remuneração fixa e os benefícios a que o colaborador terá direito. É um dos processos críticos para a área de RH, pois afeta o estilo de vida que as pessoas terão, seu valor para a organização, sem gerar uma estrutura compensatória que desequilibre a capacidade da empresa e seus custos de operacionalização. - Treinamento, desenvolvimento e educação: São os processos responsáveis pelo aumento do capital intelectual da empresa. As atividades da área envolvem o diagnóstico das necessidades de qualificação, o planejamento das ações e a avaliação dos programas realizados internamente.Com a redução do prazo de validade dos conhecimentos, é inquestionável a relevância da área para qualquer organização, já que é sua responsabilidade instalar, desenvolver e consolidar as competências desejáveis para a realização do trabalho. - Qualidade de vida no trabalho: Diz respeito às ações da empresa que buscam implementar melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais nos ambientes de trabalho. Em linhas gerais, os programas de QVT são estruturados em 8 categorias: remuneração justa e adequada; higiene, saúde e segurança no trabalho; oportunidades para o colaborador usar e desenvolver suas competências; oportunidades de progresso e segurança no emprego; integração social na organização; obediência a leis e normas sociais; equilíbrio entre trabalho e vida privada e significado social do trabalho realizado pelo colaborador. - Gestão do clima organizacional: Conjunto de valores, atitudes e padrões de comportamento, formais e informais, existentes em uma organização. É um retrato da percepção que os colaboradores têm da empresa e de seu trabalho; avalia se as expectativas do colaborador estão sendo atendidas. O clima deve ser gerenciado, pois afeta a maneira como as pessoas se relacionam umas com as outras e com a organização e influencia em sua motivação para o trabalho. Cada empresa define os fatores que serão avaliados nas pesquisas que medem o clima. Dentre eles, estão: relacionamento entre pares, comunicação interna, benefícios oferecidos e liderança. Após a pesquisa, cabe à empresa analisar os resultados e propor ações de intervenção para melhorar seu clima organizacional. A área de Gestão de Pessoas também é responsável por outros processos, como, por exemplo: https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html CENÁRIOS E DESAFIOS Mesmo que se reconheça que as empresas deram um salto qualitativo, mediante a qualidade no desenvolvimento de produtos e serviços, a racionalização de custos e a inovação tecnológica, ainda é perceptível uma lacuna entre o gerenciamento de pessoas e as estratégias de algumas organizações. Os profissionais da área de Gestão de Pessoas têm à sua frente alguns desafios: O primeiro deles, sem dúvida, é a conscientização dos gestores sobre a importância que as pessoas exercem dentro de um contexto organizacional. O segundo é a adoção de uma perspectiva mais estratégica quanto a seu papel na organização. Para que a área possa criar valor, a empresa precisa estruturar cada elemento de seu sistema de Gestão de Pessoas, no intuito de que ele reforce uma força de trabalho de alto desempenho. A inter-relação entre os processos da área são essenciais para que sejam alcançados resultados satisfatórios. São essas conexões entre os sistemas que tornam a área de Gestão de Pessoas imprescindível para a operacionalização estratégica. O terceiro desafio trata da questão das minorias e da responsabilidade da organização em criar espaços de trabalho mais plurais, cuja diversidade seja valorizada nas políticas de contratação e nos programas de sucessão. É o caminho para que se consiga desenhar narrativas multiculturais, garantindo identidade a cada pessoa e respeitando os diferentes grupos que retratam a própria diversidade do nosso país. Assista ao vídeo com Marcus Brauer, professor de Administração de Empresas, e entenda qual é o papel da área de Gestão de Pessoas e a importância da integração entre seus processos. http://atreus.uoledtech.com.br/estacio/video/194968 MÓDULO 2 Reconhecer a importância da área de Finanças para as organizações INTRODUÇÃO O objetivo da administração financeira é maximizar a riqueza de seus proprietários e auxiliar a empresa a cumprir seu papel social. A riqueza dos proprietários envolve dois aspectos: O primeiro está relacionado à manutenção e à expansão dos recursos investidos desde o início do negócio. O segundo refere-se à manutenção da credibilidade com seus pares, ou seja, com quem a empresa se relaciona, fornecedores, colaboradores, investidores, todos aqueles que direta ou indiretamente estão envolvidos com o negócio. Além disso, a empresa também precisa cumprir o seu papel social: geração de emprego e renda, contribuição com a economia local, respeitar o meio ambiente, ou seja, atender seus diversos públicos de interesse. Tudo isso sob o controle da área de Gestão Financeira. A Gestão Financeira possui uma importante missão: Ela é responsável pela organização e pelo controle de todos os recursos financeiros que entram (receitas) ou saem (despesas) das empresas, garantindo que não faltem recursos para as operações e o cumprimento de suas obrigações com terceiros, além de gerar resultados aos seus proprietários, acionistas e investidores por meio um planejamento minucioso das ações que devem ser realizadas no curto e longo prazos. CONCEITOS “administração financeira é a arte e a ciência de administrar o dinheiro”. - Segundo Gitman (2010, p. 4) Essa é uma das atividades básicas de qualquer organização, seja (indústria, comércio ou serviço, instituições públicas e privadas, como governos, escolas, ONGs etc). Independentemente do tipo de organização, todas as empresas precisam cumprir rotinas financeiras. O QUE SÃO ROTINAS FINANCEIRAS? São ações de gerenciamento das atividades financeiras da organização, que podem ser realizadas no curto, médio ou longo prazo, sempre com o cuidado de verificar se a empresa está equilibrada e gerando lucros. POR QUE AS ROTINAS FINANCEIRAS SÃO IMPORTANTES? Porque elas ajudam a compreender o desempenho da empresa, tornando os processos decisórios mais assertivos QUAIS SÃO AS ROTINAS FINANCEIRAS MAIS IMPORTANTES? Todas são importantes, mas as que se destacam são: fluxo de caixa, controle de contas a pagar e a receber, orçamento empresarial e controle de estoque. Agora, veja as informações sobre as rotinas financeiras de maneira mais detalhada. http://atreus.uoledtech.com.br/estacio/video/194968 - Fluxo de caixa O fluxo de caixa é uma ferramenta de controle em que são anotadas todas as receitas e despesas do negócio. Quando apresenta saldo positivo, indica que a empresa possui liquidez, ou seja, que a entrada de dinheiro foi maior do que a saída em determinado momento. - Orçamento empresarial O orçamento empresarial apresenta uma perspectiva mais ampla e ajuda a verificar se a empresa está cumprindo suas metas. As anotações principais se referem à projeção de vendas, despesas e investimentos. Esse relatório pode ajudar a verificar se as receitas que a empresa gera são suficientes para cobrir suas despesas e, ainda, realizar investimentos. - Controle de contas a pagar O controle de contas a pagar e a receber ajuda a identificar como está a saúde financeira do negócio. Esse controle deve ter informações sobre a data do recebimento e pagamento, número da nota fiscal, valores (transação, juros), formas de pagamento (dinheiro, carão, boleto, cheque) e situação (se está em aberto, quitado ou em atraso). - Controle de estoque O controle de estoque é uma rotina financeira valiosa, pois apresenta informações sobre como o setor está sendo administrado. São controladas informações sobre: material disponível, quanto tempo ele fica no estoque, faturamento, prazos para saída etc. Planilhas são uma boa ferramenta para o controle das rotinas financeiras. Recomenda-se que os relatórios sejam analisados constantemente, o que possibilita acompanhar o desempenho da empresa e a tomada de decisão. Assista ao vídeo a seguir, que trata das rotinas financeiras no cotidiano das pessoas. Link do vídeo - http://atreus.uoledtech.com.br/estacio/video/195591 Vale ressaltar que as rotinas financeiras podem ser desempenhadas por diversas pessoas que atuarão com o gestor financeiro, dependendo daforma como as empresas estão organizadas, do porte e das atividades que desenvolvem, como destacam Cherobim et al (2017, p. 7): Nas micro e pequenas empresas, os proprietários acumulam as funções financeiras com as demais funções gerenciais (produção, comercialização, logística, pessoas, tecnologia). A contabilidade, normalmente, é terceirizada. Nas médias empresas, os sócios acumulam algumas funções, sendo comum a figura de gerente administrativo-financeiro acumulando funções de gestão de finanças, de pessoas e de informática, por exemplo. Nas grandes empresas, as funções financeiras são separadas das demais funções gerenciais, com um diretor para cada uma das áreas. Nas sociedades anônimas de capital aberto, o diretor financeiro assume novas atribuições, sendo responsável pelo relacionamento com acionistas e investidores. Você conseguiu observar que o papel do gestor financeiro ganha dimensão à medida que a empresa cresce? É importante destacar que, independentemente do tamanho da empresa, todos que ocupam o cargo de gestor financeiro são responsáveis por decisões relacionadas a três atividades: operações, investimentos e financiamentos. Cada atividade reúne um conjunto de questionamentos que fazem parte da rotina do gestor financeiro para tomada de decisão. Vamos conhecê-los a seguir. Operações: Onde estão aplicados os recursos financeiros? Os preços praticados estão adequados? Quais foram os resultados obtidos? Como mantê-los ou melhorá-los? As vendas aumentaram? E os custos? E as despesas? Qual é a participação percentual dos custos e das despesas em relação às receitas? Qual é a margem líquida de venda? Quais são os custos e as despesas que podem ser reduzidos? As receitas obtidas estão compatíveis com os investimentos? Os lucros têm atingido as metas estabelecidas? Como se saem quando comparados aos das melhores empresas do ramo? Investimentos: Onde estão aplicados os recursos financeiros? Qual é a melhor composição dos ativos? Qual é o risco do investimento? Qual é o retorno do investimento? Quais são as novas alternativas de investimentos? Em quais novos ativos investir? Como maximizar a rentabilidade dos investimentos existentes? O que deve ser descartado? Financiamentos: De onde vêm os recursos? São próprios ou de terceiros? Qual é a participação de capital próprio? Qual é a participação de capital de terceiros? Qual é o perfil do endividamento? Quais são as fontes de financiamento utilizadas e seus respectivos custos? Quais deveriam ser substituídas ou eliminadas? Qual é o risco financeiro? Qual é o sincronismo entre os vencimentos das dívidas e a geração de meios de pagamentos? Fonte: Adaptado de Cherobim et al (2017) Os questionamentos apresentados anteriormente conduzem e orientam as atividades e rotinas do gestor financeiro, que possui a responsabilidade de criar valor para a empresa, adotando estratégias que possam reduzir os riscos das operações, maximizar os resultados organizacionais, sem deixar de cumprir o seu papel social. https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html#collapse01-01 https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html#collapse01-02 https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html#collapse01-03 https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html#collapse01-04 http://atreus.uoledtech.com.br/estacio/video/195591 O gestor financeiro pode contar ainda com o auxílio de indicadores de resultados na tomada de decisões, que são construídos a partir dos dados levantados em suas rotinas administrativas. Destaca-se apenas que é fundamental certificar-se de que as informações estão corretas antes de gerar os indicadores, para que as estratégias e decisões sejam tomadas com dados reais da operação, reduzindo riscos e transtornos futuros. Além disso, a adoção de softwares, aplicativos e sistemas de gestão contribuem significativamente para o controle e gerenciamento das atividades da área de Gestão Financeira. Porém, fica o alerta: cuidado com a segurança das informações. MÓDULO 3- Descrever o funcionamento da área de Produção e Operações INTRODUÇÃO Você já parou para pensar no que está relacionado à produção de bens e serviços que usa e consome diariamente? Já imaginou os processos que são necessários para fabricação da roupa que você está vestindo ou dos serviços de transportes disponíveis em sua cidade? Essa reflexão está diretamente relacionada à área de Gestão da Produção e Operações nas organizações. As empresas comercializam bens e produtos ou prestam serviços ao seu público-alvo. Geralmente, a oferta de bens e produtos está diretamente relacionada a processos de produção, assim como a oferta de serviços está ligada à área de Operações. Mas as atividades de produção e operação não devem ser compreendidas isoladamente. Ao contrário, pois são áreas que se complementam. Por esse motivo, no âmbito organizacional, costuma-se usar a expressão gestão integrada da produção e operações. CONCEITO “A área de Gestão de Produção e Operações ocupa função central nas empresas e envolve o gerenciamento dos recursos destinados à criação e ao fornecimento de produtos e serviços”. - (SLACK et al, 2013) Você conhece as características que definem produtos e serviços? De maneira geral: Produtos são tangíveis, podem ser estocados e sua produção geralmente não envolve interação direta com o consumidor. Já os serviços são intangíveis e sua produção tem alto nível de contato com o cliente. Por exemplo, se você comprou um ônibus, adquiriu um produto, mas se trabalhará com transporte de pessoas, vai realizar a prestação de um serviço. Todas as operações criam serviços ou produtos pela transformação de inputs (entradas) em outputs (saídas). Veja a seguir: Dinâmica de funcionamento da área de Gestão de Produção e Operações Fonte: Corrêa e Corrêa, 2017. Podemos resumir a área de Gestão de Produção e Operações na imagem a seguir: Fonte: SLACK et al., 2013, p. 10. Para exemplificar este processo, assista ao vídeo e veja como funciona a área. http://atreus.uoledtech.com.br/estacio/video/194834 Como todos esses processos fazem parte do cotidiano das organizações, várias estratégias surgiram para otimização dos resultados e melhoria da qualidade, como as filosofias japonesas: MODELOS DE PRODUÇÃO Veja a seguir dois modelos de produção claramente definidos: a produção empurrada e a produção puxada. A produção empurrada, também conhecida como modelo de negócio de base antecipatória (BOWERSOX, 2014), requer a antecipação do que os clientes demandarão no futuro, ou seja, sem uma demanda prévia, primeiro se produz para depois vender. As etapas desse modelo podem ser observadas na figura: Etapas do modelo de produção empurrada Como exemplo, temos os restaurantes que vendem comida a quilo: Fonte: Enade, 2013 Na produção puxada, conhecida como modelo baseado na resposta (BOWERSOX, 2014), a produção só começa após a confirmação dos trâmites da venda, ou seja, primeiro se vende para depois iniciar a produção. Esse é o caso, por exemplo, de restaurantes que possuem cardápio com a lista de pratos disponíveis. http://atreus.uoledtech.com.br/estacio/video/194834 Outros exemplos envolvem: FARMÁCIAS DE MANIPULAÇÃO e EMPRESAS DE MÓVEIS PLANEJADOS As etapas desse modelo podem ser observadas na figura a seguir. Etapas do modelo de produção puxada Fonte: Enade, 2013 Agora que já conhece os dois modelos de produção, consegue elencar as vantagens e desvantagens de cada um? A primeira vantagem do modelo de produção puxada em relação à produção empurrada é que, visivelmente, a primeira possui menos etapas que a segunda, otimizando o tempo de produção. Na produção puxada, observa-se a redução de custos com estoque. No entanto, se não houver uma boa política de vendas, a empresa que adotar esse modelo corre o risco de ficar ociosa quando nãohá pedidos, o que pode comprometer os resultados da empresa. X A produção não planejada do modelo empurrado pode gerar altos custos com estoque, desperdício de materiais, além do risco de perder os produtos perecíveis. São responsabilidades da área de gestão da Produção e Operações (SOBRAL; PECI, 2013): - Planejamento de produto: Desenvolver o projeto de produto por meio de sua capacidade de execução tecnológica e do potencial de comercialização. - Instalações: Definição das características físicas de suas instalações, do arranjo físico, da capacidade produtiva e de sua localização. - Processo produtivo e organização do trabalho: Escolha dos métodos, tecnologias e fluxo dos processos produtivos, bem como da estrutura das tarefas. https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html#collapse02-01 https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html#collapse02-02 https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html#collapse02-03 - Planejamento da produção: Especificação das quantidades a produzir para satisfazer as exigências da organização. - Gestão dos estoques: Determinação das necessidades de recursos e materiais necessários à produção para minimizar os custos operacionais. - Controle Monitoramento do desempenho do sistema de operações: custos, tempo, qualidade e manutenção de equipamentos. Em linhas gerais, as prioridades competitivas da administração de operações envolvem temas relacionados a custo, confiabilidade, inovação, qualidade e flexibilidade. Somente gestores com este mindset conseguirão manter-se no mercado. O gerente de produção e operações deve, com frequência, buscar estratégias que tornem a operação mais efetiva nas seguintes direções: OPERAÇÃO MAIS EFETIVA - PREÇO: Relacionado a custos de produção e de entrega de produtos a clientes. - VELOCIDADE: Relacionada ao tempo para produção, atendimento, cotação preços, tempo de entrega. - CONFIABILIDADE: Relacionada ao cumprimento dos prazos, das promessas, segurança pessoal e dos bens, manutenção do atendimento em casos de problemas e rapidez de resposta ao cliente. - QUALIDADE E GARANTIAS: Referentes a características dos produtos, tempo de vida útil, probabilidade de falha, conforto, grau de capacidade técnica na operação, educação e cortesia no atendimento. - FLEXIBILIDADE: Relacionada à capacidade de adaptar o produto para atender às necessidades específicas dos clientes, modificar o mix produzido, alterar volumes de produção, horários de atendimento, amplitude da área geográfica atendida. Além disso, é essencial criar indicadores de desempenho para medir os níveis de eficiência, eficácia e efetividade da operação e garantir melhores resultados para a empresa. MÓDULO 4 Listar os elementos do Mix de marketing INTRODUÇÃO Você já se perguntou por que as pessoas e organizações investem em marketing? Assista ao vídeo a seguir, que mostra como o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, usou o marketing pessoal nas eleições presidenciais de 2008. http://atreus.uoledtech.com.br/estacio/video/194298 Esse exemplo confirma que o marketing está presente em todos os lugares, de maneira formal ou informal. A eleição de Barack Obama é um exemplo da adoção de práticas de marketing bem- sucedidas com pessoas físicas. Leia, agora, o caso da Domino’s e reconheça o papel do marketing no ambiente organizacional. “Quando dois funcionários em Conover, Carolina do Norte, postaram um vídeo no YouTube em que apareciam preparando sanduíches enquanto colocavam queijo no nariz e violavam outros padrões de higiene, a Domino’s aprendeu uma importante lição sobre relações públicas e comunicação de marca na era moderna. Ao identificar os funcionários — que alegaram que o vídeo era apenas uma brincadeira e os sanduíches nunca foram entregues —, a empresa os demitiu. Em questão de dias, porém, houve mais de um milhão de downloads do vídeo e uma onda de publicidade negativa. Quando uma pesquisa mostrou que a percepção de qualidade da marca passou de positiva para negativa naquele curto espaço de tempo, a empresa tomou medidas incisivas por meio de mídias sociais como Twitter, YouTube e outros”. Fonte: Kotler e Keller, 2012, p. 2 A lição aprendida pela Domino’s deixa claro que, na era da conectividade e de mensagens trocadas em tempo real, é importante reagir estrategicamente para manter-se no mercado (KOTLER E KELLER, 2012, p. 2). https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html#collapse02-04 https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html#collapse02-05 https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html#collapse02-06 https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html http://atreus.uoledtech.com.br/estacio/video/194298 Você notou, ao ler este caso, que a área de Marketing não lida apenas com as estratégias de promoção de produtos e serviços como a maioria das pessoas pensa? Ela tem inúmeras outras funções, além de desenvolver estratégias para reduzir o impacto negativo de ações como as apresentadas no caso Domino’s. O cliente é a razão de ser de uma organização. Kotler e Keller (2018, p.2) afirmam que “o sucesso financeiro de uma empresa depende de suas habilidades de marketing”. A importância da área de Marketing se estende à sociedade, pois os produtos e serviços apresentados ao mercado devem facilitar ou melhorar a vida dos consumidores por meio da identificação e da satisfação das necessidades humanas e sociais. CONCEITOS “marketing é a arte e a ciência de selecionar mercados-alvo e captar, manter e fidelizar clientes por meio da criação, entrega e comunicação de um valor superior para o cliente”. - Kotler e Keller (2012, p.3) “marketing é uma forma de sentir as oportunidades de mercado e desenvolver produtos e serviços”. - Cobra (2009, p.1) “a função do marketing (...) é lidar com clientes. (...) Os dois principais objetivos do marketing são: atrair novos clientes, prometendo-lhes valor superior, além de manter e cultivar os clientes atuais, proporcionando-lhes satisfação”.- Kotler e Armstrong (2007, p.3) Ainda que cada autor apresente sua própria definição, elas têm um ponto em comum: Entregar valor para o cliente. Entrega ou proposta de valor é tudo aquilo que é intangível e entregue ao cliente quando ele consome um produto. AMBIENTE DE MARKETING Como o objetivo é entregar valor ao cliente, analisar em qual ambiente ele se encontra é uma das funções essenciais para o profissional que trabalha nesta área. Cobra (2009, p.62) divide este ambiente em dois: “macroambiente”, onde são feitas análises envolvendo aspectos econômico-demográfico, tecnológico, político-legal, sociocultural e ecológico. “microambiente”, onde são analisados mercado, clientes, concorrentes, fornecedores e prestadores de serviço. Veja o detalhamento do que deve ser observado em cada fator para que você possa conhecer as funções da área de Marketing. Fatores de análise nos ambientes macro e micro https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0032/index.html Fonte: Adaptado de Cobra (2009, p.62) OS ELEMENTOS DO MIX DE MARKETING Após análise do ambiente, é hora de pensar nas estratégias de marketing. Uma metodologia muito usada para isso é baseada no conceito de Mix de Marketing: Com a evolução dos estudos e rompimento de paradigmas, os 4P ganharam uma visão mais ampla na área de Marketing. Veja a seguir:A evolução dos 4P de Marketing Kotler e Keller (2012, p.24) Nessa nova perspectiva, os 4P da gestão de marketing moderna representam: Kotler e Keller (2012, p.24) Os estudos de marketing apontam que ainda há muito para se explorar nesta área, especialmente, no marketing digital, já que a internet tem sido um poderoso canal de informações e de vendas. Veja a seguir algumas ações que vêm sendo implantadas pelas organizações com excelentes resultados: • Explorar as mídias sociais para amplificar a mensagem de sua marca. • Facilitar e acelerar a comunicação externa entre clientes. • Enviar material promocional, cupons, amostras e informações a clientes que os requisitaram ou que autorizaram a empresa a enviá-los. • Alcançar consumidores por meio do mobile marketing. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS As organizações estão, normalmente, divididas em áreas funcionais. Neste tema, discutimos as atividades de quatro funções específicas de uma organização. Você foi capaz de identificar os principais processos da área de Gestão de Pessoas, reconhecer a importância da área de Finanças para as organizações, definir o funcionamento da área de produção e operações, além de descrever os elementos que compõem o Mix de marketing. São funções que representam atividades primárias, como aquelas realizadas pelas áreas de Produção e Operações e de Marketing, ou atividades de apoio, como as desempenhadas pela área de Gestão de Pessoas. Outras áreas também compõem o universo de uma organização, que variam de acordo com o tamanho ou porte da empresa. São elas: • Planejamento estratégico; • Fusões e aquisições; • Suprimentos; • Jurídico; • Informática; • Relações com a imprensa; • Comunicação interna; • Relações com investidores; • Relações institucionais; • Auditoria; • Processos. A coordenação e integração de cada uma dessas áreas é uma das principais responsabilidades do gestor. Podcast CONQUISTAS - Identificou os principais processos da área de Gestão de Pessoas - Definiu o funcionamento da área de Produção e Operações - Reconheceu a importância da área de Finanças para as organizações - Descreveu os elementos do Mix de Marketing Glossário ativos intangíveis- As competências dos empregados para a realização das atividades, o clima para a ação em busca de resultados, que envolve a motivação e o compromisso de todos, a capacidade da empresa melhorar seus processos internos são exemplos de recursos intangíveis. vantagem competitiva sustentável- A vantagem competitiva sustentável é a maneira pela qual uma empresa se diferencia de seus concorrentes. Em um ambiente competitivo, as empresas precisam entregar produtos e ou serviços que sejam raros, difíceis de imitar, além de oferecer real valor aos clientes. (Prahalad; Hamel, 1998) mindset Termo em inglês que significa mentalidade. Philip Kotler Professor universitário especializado em Matemática e em Ciências Comportamentais. Kevin Keller Professor universitário e autor de livros sobre gestão de marcas. Marcos Cobra Professor universitário, doutor em Administração e autor de livros sobre gestão de marketing. Gary Armstrong Professor universitário, consultor e pesquisador para empresas nas áreas de pesquisa de marketing, gerenciamento de vendas e estratégias de marketing. Entrega de valor Entrega ou proposta de valor é tudo aquilo que é intangível e entregue ao cliente quando ele consome um produto. Explore + Leia o artigo Programa de Onboarding: como a integração impacta o colaborador, disponível no site Great Places to Work, para entender sua relevância no sucesso da empresa. Leia o artigo Fomos à Disney para mostrar o poder de celebrar conquistas, disponível no site Great Places to Work. Leia o artigo Gestão financeira: 9 segredos, disponível no site da Endeavor. Leia o material do SEBRAE: Enxugue sua empresa e lucre mais – Saúde – 7 dicas para eliminar desperdícios e entregar mais valor ao seu cliente. Referências bibliográficas ARAÚJO, Luis Cesar; GARCIA, Adriana. Gestão de Pessoas: estratégias e integração organizacional. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. BOWERSOX, Donald J., CLOSS, David J., COOPER M. Bixby, BOWERSOX, John C. Gestão Logística de Cadeias de Suprimentos. Porto Alegre: Editora Bookman, 2014. CHEROBIM, Ana Paula; LEMES, Antônio; RIGO, Claudio. Administração financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. Elsevier Brasil, 2017. COBRA, Marcos. Administração de marketing no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. CORRÊA, Henrique L.; CORRÊA, Carlos A. Administração de Produção E Operações: Manufatura e Serviços: Uma Abordagem Estratégica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017. DUTRA, Joel Souza. Competências: conceitos e instrumentos para a gestão de pessoas na empresa moderna. São Paulo: Atlas, 2004. javascript:void(0); EBOLI, Marisa. Educação corporativa no Brasil: mitos e verdades. São Paulo: Gente, 2004. FLEURY, Maria Tereza L. (org.). As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002. HIPOLITO, José Antônio; SAMPAIO, Jáder. Uma discussão sobre cultura organizacional. In: FLEURY, Maria Tereza L. (org.). As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002. FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Práticas de Recursos Humanos: conceitos, ferramentas e procedimentos. São Paulo: Atlas, 2010. GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 12. ed. Porto Alegre, 2010. HIPOLITO, José Antônio. Sistema de recompensas: uma abordagem atual. In: FLEURY, Maria Tereza L. (org.). As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002. HIPOLITO, José Antônio; REIS, Germano. Avaliação como instrumento de gestão. In: FLEURY, Maria Tereza L. (org.). As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002. PRAHALAD, C.; HAMEL, G. A competência essencial da corporação. 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