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1. TEORIA 1.1. ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SI�TIO A Constituição Federal de 1988, nos arts 136 e 141, prescreve as regras relativas ao Estado de Defesa e ao Estado de Sıt́io. São normas que visam à estabilização e à defesa da Constituição contra processos violentos de mudança ou perturbação da ordem constitucional, mas também à defesa do Estado quando a situação crıt́ica deriva de guerra externa, momento em que a legalidade normal é substituıd́a por uma legalidade extraordinária. Princıṕios do Sistema Constitucional de Crises O sistema constitucional de crises, formado pelo Estado de Defesa e Estado de Sıt́io, possui três princıṕios: 1) Princípio Fundante da Necessidade : os estados de defesa e de sıt́io só podem ser decretados à luz de fatos que os justi�iquem e nas situações previstas taxativamente na constituição; 2) Princípio da Temporariedade : os estados de defesa e de sıt́io são medidas temporárias, mesmo que, em alguns casos, se admira a prorrogação dos prazos previstos na Carta Magna; 3 ) Princípio da Proporcionalidade : as medidas a serem empreendidas nos estados de defesa e de sıt́io devem guardar relação de proporcionalidade com os fatos que justi�icaram sua adoção. Estado de Defesa Art. 136. O presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. Do artigo acima podemos extrair 03 pontos: 1° - Cabe ao presidente decretar; 2° - O presidente pode e não deve decretar; 3° - Há necessidade de ouvir os conselhos, mas não há obrigação de seguir o que for decidido Veja como se dá o processo para decretar e manter o estado de defesa: De acordo com o �luxograma acima, podemos destacar alguns pontos importantes: 1. Há a obrigatoriedade de consulta aos conselhos, mas não há a obrigatoriedade em segui-los; 2. O presidente tem o prazo de 24 horas para encaminhar o ato com a justi�icação ao Congresso Nacional; 3. O Congresso decide em maioria absoluta; 4. O prazo para o Congresso apreciar o ato é de 10 dias; 5. Enquanto permanecer o Estado de Defesa, o congresso deverá permanecer em funcionamento; 6. O prazo de vigência do Estado de Defesa é de até 30 dias, podendo ser renovado uma única vez, por igual perıódo. Quando o Estado de Defesa é decretado, ocorrem diversas mudanças no Estado Democrático. § 1° O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especi�icará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I – Restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondências; c) sigilo de comunicação telegrá�ica e telefônica; II – Ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. § 2° O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual perıódo, se persistirem as razões que justi�icaram a sua decretação § 3° Na vigência do estado de defesa: I – A prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; II – A comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado fıśico e mental do detido no momento de sua autuação; III – A prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário; IV – E� vedada a incomunicabilidade do preso. O estado de defesa tanto pode ser preventivo, na condição da ocorrência desses fatos, como pode ser repressivo, concretizando-se após os acontecimentos previstos. Con�igura-se no meio adequado para enfrentar instabilidades sociais que ocorram em partes determinadas e restritas do território da nação. Se houver uma grave ofensa ao Paıś inteiro, o meio mais indicado será o estado de sıt́io. Medidas do Estado de Defesa As medidas que podem ser tomadas no estado de defesa tem um caráter menos intenso do que as necessárias para o estado de sıt́io, já que no estado de sıt́io as ameaças são mais gravosas. 2. EXERCÍCIOS 1. De acordo com o exposto na CF/88, o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. Diante disso, na vigência do estado de defesa, a Constituição determina que a) pode haver restrições ao sigilo de comunicação telegrá�ica e telefônica b) é impossıv́el se estabelecer restrições aos direitos de reunião c) a prisão ou detenção de qualquer pessoa poderá ser superior a dez dias d) é permitida a incomunicabilidade do preso 2. Presidente da República constará no decreto que instituir o estado de defesa, as medidas adiante coercitivas que poderão restringir direitos, exceto: a) Reunião, ainda que exercida no seio das associações. b) Sigilo de correspondência c) Sigilo de comunicação telegrá�ica d) Sigilo de comunicação telefônica e) Violabilidade domiciliar 3. GABARITO 01 - A 02 – E
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