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COGNIÇÃO SOCIAL / ATITUDES Prof Drº VALBER SAMPAIO. BELÉM/PA 2023 Segundo Fiske e Taylor (1991) ■ “Cognição social é o estudo de como as pessoas fazem inferências a partir de informações obtidas no ambiente social” (RODRIGUES, 1999, P. 67), ou seja, a que nível cognitivo as influências sociais nos “afetam”. ■ Nossos processos de socialização constituem um significativo “intercâmbio” com pessoas e estímulos sociais (sobretudo através das instituições, como família, trabalho, escolas, etc), coletando informações, processando e levando à que o sujeito realizar julgamentos. ■ Somos influenciados/as por tendenciosidades, esquemas sociais, heurísticas (atalhos utilizados no conhecimento da realidade social) e demais espaços de influências. ■ No contato social que realizamos com o ambiente que nos circunda, formamos ideias de nós mesmos/as (autoconceito ou identidade social) e tendemos a categorizar os ambientes que vivemos de forma a torna-lo mais fácil para o relacionamento com o mesmo. ■ Assim, rotulamos pessoas e/ou grupos, baseados em nossas tendências cognitivas, através de discriminações, por meio de características específicas, como sexo, idade, etc / Ex: “aquele grupo é mais agressivo”, “pessoas mais novas são mais imaturas”, dentre outros/as. ■ Assim como, criamos perspectivas: “bibliotecários/as são pessoas meticulosas”; “advogados/as são pessoas justas”; “filósofos/as não são pessoas sociáveis”; “psicólogos/as são pessoas calmas, não costumam se estressar” Autoconceito / identidade social ■ É a imagem que fazemos de nós mesmos. Decorrem a partir de dois fatores: 1) Comparação com outras pessoas. 2) Relevância em uma variedade de situações atuais. ■ É através de nós mesmos (sexo, características da nossa família, nossas preferências, etc) e da percepção de como nos relacionamos com os outros e de como nos comparamos com outras pessoas que formamos nosso autoconceito. ■ A pergunta inicial é “quem eu sou?” - identidade social. Teoria da comparação social (FESTINGER, 1954) ■ Tendemos a avaliar com frequência nossas opiniões e capacidades; ■ Para isso, fazemos uso de outros objetos, normalmente com possibilidade de semelhança. ■ Dessa forma, muitas das vezes, nossas impressões sobre nós mesmos/as estão em torno de comparações. ■ Ou seja, para o autor, “antes de olharmos para nós mesmos, carecemos olhar para fora”. ■ Somos um complexo multifacetado eu. ■ acumulamos um serie de crenças – certas ou não – sobre nós mesmos, resultantes de um processo de interação social. Highlight Highlight Seletividade perceptiva ■ Nossos órgãos sensoriais são simultaneamente atingidos por uma variedade de estímulos. Não obstante, só percebemos parte desses estímulos. ■ Essa limitação sensorial dá-se o nome de seletividade perceptiva. ■ “Inimigos têm defeitos, e, amigos, limitações” ■ Ou seja, “fechamos os olhos” aos defeitos de pessoas às quais tendemos afeto diante do que se denomina de distorção cognitiva. ■ No comportamento de preconceito esse aspecto de análise fica evidente. Pessoas que coadunam de determinados pensamentos tendem a unir-se diante de uma ideia; e, quem não compartilha da mesma é “inimiga”. Highlight FIGURAS AMBÍGUAS FIGURAS AMBIGUAS FIGURAS AMBÍGUAS ■ A Psicologia Social iniciou seus estudos em torno do processo de percepção em termos de influência geral e o processo de cognição social. ■ Fatores que podem influir no fenômeno perceptivo-sensorial: estados de fome, sede, pobreza, depressão, cansaço, etc. ■ Experiências podem ser um dos principais aspectos que influenciam o processo perceptivo. ■ Pesquisas atuais sobre atenção seletiva vêm demonstrando que a percepção se dá em níveis múltiplos de processamento (desde que o momento em que a informação é estímulo, ultrapassando seus processamentos até a resposta ser a emitida). ■ Defesa perceptiva (McGINNIES, 1949) – palavras neutras x palavras-tabu Teoria implícita de personalidade ■ Percepção de pessoas Percepção de coisas/objetos ■ Na percepção de pessoas há intencionalidade, assim como as pessoas são percebem, mas também são percebidas (o também gera um efeito). ■ Todos/as nós tendemos a criar nossas próprias “teorias implícitas de personalidade”, onde associamos traços a outros e “esperamos” coerência entre os mesmos. ■ Essa teoria é muito presente diante da nossa dificuldade de mudar nossas primeiras impressões acerca das pessoas. ■ Identificamos nesse momento papéis sociais que se constituem em torno dessas perspectivas que criamos diante de uma pessoa. Esperamos que elas ajam de acordo com a nossa percepção sobre ela. ■ Para Asch, ao formamos julgamento acerca de como as pessoas são, processamos as informações de maneira a formar uma estrutura coerente, que tenha sentido, que forme um todo estruturado e com significado. Este enfoque é denominado enfoque cognitivo. ■ Ao processarmos informações recebidas das pessoas com quem entramos em contato, somos fortemente influenciados por esquemas sociais. ■ Segundo Baron e Byrne (1994, In. RODRIGUES, 1999, p. 81) esquemas sociais “são coleções organizadas de crenças e de sentimentos acerca e algum aspecto do mundo. Eles funcionam como plataforma mentais que fornecem estruturas para interpretação e a organização de novas informações com que nos deparamos”. ■ Ou, simplesmente, “estruturas cognitivas em nossas cabeças que organizam informações em torno de temas ou tópicos” (ARONSON, 1997, p. 118) Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight ■ Ao sermos apresentados/as à determinada pessoa, ativamos nossos esquemas relativos à profissão, gênero, grupo étnico, classe social, ideologias políticas, etc. referidos desta pessoa. É com base nestas associações que formamos as primeiras impressões, e, daí por diante, assimilamos facilmente características suas, que coadunam com as nossas impressões tendendo a rejeitar as informações que não harmonizam com estas impressões. ■ Nesse sentido, por permitirem avaliações simplificadas e automáticas, os esquemas tornam possível um julgamento a respeito de outra pessoa de forma muito rápida e sem análise crítica, o que caracteriza-se como estereótipo. Estereótipos seriam, então, esquemas cognitivos. ■ Como em todas as relações existem normas sociais, os esquemas cognitivos tem forte relação diante destas normas. Highlight Heurísticas ■ Ou atalhos do processo cognitivo! ■ Quando estamos em contato com o ambiente social, nós lançamos mão de análises mais intensas diante dessa relação, buscando assim espécies de atalhos mentais. ■ Evidentemente, esses “atalhos” nem sempre nos leva até conclusões coerentes. ■ Fiske e Taylor (1991) afirmam que somos “avaros cognitivos” enquanto seres humanos. Ou seja, buscamos sempre o “menor esforço” para alcançar a análise do mundo. Highlight ■ Utilização de heurísticas: 1) Pressão de tempo- emissão de julgamentos 2) Assunto não significativo 3) Dispomos de pouca informação acerca do tema 4) Sobrecarga. Tendenciosidades no ato da atribuição de causalidade: ■ Erro fundamental de atribuição (ROSS, 1977): ato de atribuir disposições internas quando observamos o comportamento de outras pessoas. Ex: Olhar duas pessoas discutindo e atribuir que ambas são agressivas. ■ Tendenciosidade ator-observador (JONES; NISBETT, 1972): consiste em atribuir ao outro disposições internas e quando comparado ao nosso comportamento atribuir disposições externas, sobretudo que este é negativo. Ex: Quando sujeito A tropeça atribuímos ao ato de desatenção; quando tropeçamos, culpabilizamos as coisas deixadas no caminho. ■ Tendenciosidade auto-observadora ou egoísmo: ato de atribuir disposições externas aos nossos insucessos e internas aos nossos êxitos. Ex: Se sair bem na prova e elogiar seu intelecto; se sair de forma negativa na prova a atribuiçãoestará em torno das dificuldades enfrentadas para estudar por conta de diversas atividades extras. Highlight Atitudes ■ Vimos que ao entrarmos em contato com o ambiente social, formam-se impressões sobre outras pessoas e procuramos economizar desgastes cognitivos através de atalhos, como heurísticas, esquemas sociais e atribuições de causalidade. ■ Uma consequência direta do processo de tomada de conhecimento e contato com o ambiente social é a formação de atitudes. ■ São inúmeras as definições e conceitos de atitudes. ■ As variáveis que “formam” as atitudes não observáveis, mas passíveis de intervenção. Segundo Allport (1935), há elementos a serem considerados para a análise de atitudes: 1) Uma organização duradoura de crenças e cognições em geral; 2) Uma carga afetiva pró ou contra; 3) Uma pré-disposição à ação; 4) Uma direção à um objeto social. ■ Atitude é um ato/prática adotada por uma pessoa em determinada situação. ■ Uma atitude social pode ser considerada, então como uma organização duradoura de crenças e cognições, em geral, dotada de uma carga afetiva (pró ou contra) um objeto social definido, que predispõe a uma ação coerente com as cognições e afetos relativos a este objeto. Componentes de atitudes: ■ Componentes cognitivos; ■ Componentes afetivos; ■ Componente comportamental. Componente cognitivo ■ Elementos como crenças, esquemas mentais, representações, estereótipos e informações a respeito de um objeto social podem ser classificados como componentes cognitivos da atitude. ■ Ex.: atos de discriminação, como não gostar de alguém por considerá-lo agressivo, intransigente, arrogante, etc. Os esquemas mentais em torno dos adjetivos que circundam esta pessoa são elementos cognitivos, que associam-se ao elemento afetivo. Componente afetivo ■ Considerado como sentimento pró ou contra determinado objeto social. ■ Afeto / sentimento em direção a determinado objeto. ■ Para alguns/mas autores/as da Psicologia Social, é o elemento mais característico da atitude. ■ Para Rosenberg (1960), os elementos cognitivos e afetivos são os mais coerentes entre si, quando se pensa na avaliação ou análise de determinada atitude. Componente comportamental ■ É o ato / componente ativo comportamental / a ação. Dissonância cognitiva ■ Em 1957, Leon Festinger escreve seu livro “A Teoria da Dissonância Cognitiva”, pensando os fenômenos e formação de mudanças de atitudes. ■ O ponto central desta teoria é que procuramos um estado de harmonia em nossas cognições (utilizando o termo ao pé da letra, como qualquer opinião, crença, ou esquema social diante de qualquer objeto). ■ Esta é vista como o sentimento de ansiedade e tensão interna provocado pela percepção da inconsistência lógica entre duas cognições diferentes, incluindo atitudes, crenças e comportamentos. ■ Conflito Dissonância 1) Antes de tomar uma decisão há um conflito. 2) Período pré-decisional há tendenciosidade, no momento de avaliação de possibilidades. 3) Na tomada de decisão, elementos da alternativa escolhida tendem a ser supervalorizadas em dissonância com a alternativa rejeitada ou desvalorizada. Modelos e resoluções das incoerências (KLEIN, 2019) ■ Ignorando dados ou ideias do campo real, aceitando o comportamento. ■ Modificamos uma das ideias (ou crenças) para justificar o comportamento. ■ Inserção de ideias ou crenças diante das incoerências. ■ Desculpar-se consigo e com os outros nos colocam em situação de satificação. Ligação com autoestima. ■ Se recusar a admitir os erros, apresenta resistência, um traço significativo para análise. Highlight Slide 1: COGNIÇÃO SOCIAL / Atitudes Slide 2: Segundo Fiske e Taylor (1991) Slide 3 Slide 4: Autoconceito / identidade social Slide 5: Teoria da comparação social (FESTINGER, 1954) Slide 6: Seletividade perceptiva Slide 7: Figuras ambíguas Slide 8: Figuras ambiguas Slide 9: Figuras Ambíguas Slide 10 Slide 11: Teoria implícita de personalidade Slide 12 Slide 13 Slide 14: Heurísticas Slide 15 Slide 16: Tendenciosidades no ato da atribuição de causalidade: Slide 17: Atitudes Slide 18: Segundo Allport (1935), há elementos a serem considerados para a análise de atitudes: Slide 19: Componentes de atitudes: Slide 20: Componente cognitivo Slide 21: Componente afetivo Slide 22: Componente comportamental Slide 23: Dissonância cognitiva Slide 24: Modelos e resoluções das incoerências (KLEIN, 2019) Slide 25
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