Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PRIMEIROS PASSOS... “Ninguém nasce feito, é experimentando-nos no mundo que nós nos fazemos” Paulo Freire Historicamente, o corpo humano em sua forma e movimento é investigado, estudado e analisado desde a Antiguidade. As diversas relações advindas do corpo em movimento, a busca por entender os sentidos e significados desse corpo perpassam séculos, bem como constituem-se como objeto de estudo de muitos filósofos e pesquisadores. A França é considerada como país que inicia os estudos em Psicomotricidade, no final do século XIX e início do século XX. O neurologista francês Ernest Dupré é considerado o pai da psicomotricidade, pois realizou estudos pioneiros que tematizavam a perturbação motora e a debilidade mental, introduzindo a dissociação entre as duas síndromes – mental e motora – explicada pela independência relativa das zonas psíquicas e motoras no manto cortical. Outra situação que o médico pesquisou foi a importância do corpo em movimento na formação do indivíduo, tanto em aspectos da inteligência humana quanto a maneira como o corpo mobiliza as situações de manifestação humana. De acordo com Dupré (1993) apud Mesquita e Zimmerman (2006) A atividade física tem, para o médico, o duplo interesse de ser o único meio, para o indivíduo traduzir para o exterior seus sentimentos e suas ideias e de construir, por ela mesma, um elemento primordial e objetivamente perceptível da personalidade (DUPRÉ apud MESQUITA e ZIMMERMAN, 2006). Nesse momento, tem-se o entendimento da Psicomotricidade numa perspectiva neurológica, buscando compreender o desenvolvimento das funções motoras em relação ao das funções cognitivas. Na segunda metade do século XX, Henry Wallon insere nos estudos sobre Psicomotricidade aspectos da Psicologia, principalmente a infantil, e constrói sua teoria do desenvolvimento cognitivo na relação entre a motricidade e a emoção, o que chama de diálogo tônico-emocional. A teoria de Wallon observa o movimento como construção do psiquismo e o correlaciona com aspetos como: afeto, emoção, meio ambiente e hábitos das crianças. Passa-se a desconsiderar o dualismo entre corpo e mente, entendendo que não é mais possível essa dissociação, haja vista que o ser humano, por meio do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades perceptivas de atuar e agir, ou seja, de interagir consigo mesmo, com o outro e com o meio e objetos, tendo o corpo o papel essencial de originar as aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. Wallon propõe uma série de estágios do desenvolvimento cognitivo, porém ele não acredita que os estágios de desenvolvimento formem uma sequência linear e fixa, ou que um estágio suprima o outro. Para Wallon, o estágio posterior amplia e reforma os anteriores. Nesse sentido, o desenvolvimento não seria um fenômeno suave e contínuo; pelo contrário, o desenvolvimento seria permeado de conflitos internos e externos. É natural que, no desenvolvimento, ocorram rupturas, retrocessos e reviravoltas. Os conflitos, mesmo os que resultem em retorno a estágios anteriores, são fenômenos geradores de evolução. A mudança de cada estágio se caracteriza um tipo diferenciado de comportamento, uma atividade predominante que será substituída no estágio seguinte, além de conferir ao ser humano novas formas de pensamento, de interação social e de emoções que irão se direcionar, ora para a construção do próprio sujeito, ora para a construção da realidade exterior. A tabela abaixo apresenta os estágios de desenvolvimentos teorizados por Wallon. Ao professor cabe a tarefa de conhecer aspectos da psicomotricidade haja vista sua contribuição para o desenvolvimento integral do aluno, da tabela apresentada o item essencial na atuação docente é o que trata dos principais recursos de aprendizagem, pois, é nesse aspecto que o professor deve organizar sua prática pedagógica bem como selecionar atividades. Vale ressaltar que esse material tem por objetivo contribuir na atuação do professor, propondo atividades, estratégias e técnicas que possam ser utilizadas em sala de aula de maneira sistematizada, de modo a contribuir para o desenvolvimento do aluno em diversos aspectos. O esquema abaixo mostra a sistematização da teoria proposta por Henry Wallon De acordo com Manohey e Almeida (2005) em estudos sobre a teoria de Wallon e sua relação com o processo ensino-aprendizagem, o mesmo [...] só pode ser analisado como uma unidade, pois ensino e aprendizagem são faces de uma mesma moeda; nessa unidade, a relação interpessoal professor-aluno é um fator determinante. Esses atores são concretos, históricos, trazendo a bagagem que o meio lhes ofereceu até então; estão em desenvolvimento, processo que é aberto e permanente. O processo ensino-aprendizagem é o recurso fundamental do professor: sua compreensão, e o papel da afetividade nesse processo, é um elemento importante para aumentar a sua eficácia, bem como para a elaboração de programas de formação de professores. No polo ensino temos um professor que, para atingir seus objetivos, deve ter clareza de alguns pontos: • que confiar na capacidade do aluno é fundamental para que o mesmo aprenda; • que, ao ensinar, está promovendo o desenvolvimento do aluno e o seu próprio; • que, ao desempenhar todas as suas tarefas no cotidiano escolar, revela diferentes saberes (conhecimento específico de sua área e de como comunicá-la aos alunos, habilidades de relacionamento interpessoal, conteúdos da cultura) que são, no dizer de Tardif (2000, 2002), temporais, plurais e heterogêneos; esses saberes são construídos no tempo, na socialização familiar, escolar, profissional, numa integração cognitiva-afetiva (conhecimentos, concepções, crenças, valores); • que as emoções e os sentimentos podem variar de intensidade, em função dos contextos, mas estão presentes em todos os momentos da vida, interferindo de alguma maneira em nossas atividades. No pólo aprendizagem temos um aluno que: • busca a escola com motivações diferentes; • tem características próprias, conforme o seu momento de desenvolvimento; • tem saberes elaborados nas suas condições de existência; • funciona de forma integrada: dimensões afetiva-cognitiva- motora imbricadas. O grande desafio do professor, que teve uma formação na qual sua integração não foi levada em conta, é enxergar seu aluno em sua totalidade e concretude. Ambos, professor e aluno, participam de vários meios, entre eles a escola: a escola é um meio fundamental para o desenvolvimento do professor e do aluno, ao dar oportunidades de participação em diferentes grupos; nesse meio, professor e aluno são afetados um pelo outro, e, ambos, pelo contexto onde estão inseridos; a não satisfação das necessidades afetivas, cognitivas e motoras prejudica a ambos, e isso afeta diretamente o processo ensino-aprendizagem: no aluno, pode gerar dificuldades de aprendizagem; no professor, gera insatisfação, descompromisso, apatia, podendo chegar ao burnout, prejudicando sua atividade. Codo (2000, p. 241) apresenta o burnout — estresse laboral — como mal que afeta, com maior frequência, profissionais da área da educação e da saúde: podemos resumir a situação da seguinte maneira: o trabalhador se envolve afetivamente com seus clientes, desgasta-se, não aguenta mais, entra em burnout (...). O que as pesquisas têm demonstrado é que o burnout ocorre em trabalhadores altamente motivados (MANOHEY e ALMEIDA, 2005, p. 12). No decorrer dos anos, diversas teorias foram sendo elaboradas e algumas propostas foram disponibilizadas no sentido de dar à Psicomotricidade a devida relevância para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias para a formação humanasaudável. Pensando que o professor deve conhecer as teorias que foram elaboradas e que são aplicadas tanto no espaço clínico quanto no institucional, segue uma tabela de organização que apresenta aspectos que envolvem a Psicomotricidade e suas particularidades. Sabendo que, para essa ciência existem vertentes variadas como REEDUCAÇÃO e TERAPIA PSICOMOTORA, PSICOMOTRICIDADE FUNCIONAL e RELACIONAL. A opção por disponibilizar esse quadro síntese se dá, pois, a prioridade desse material é apresentar estratégias e técnicas para o uso da Psicomotricidade no cotidiano escolar com o objetivo de enriquecer a prática docente bem como de auxiliar o professor na utilização dessa ferramenta em suas aulas. REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA TERAPIA PSICOMOTORA PSICOMOTRICIDAD E FUNCIONAL PSICOMOTRICIDA DE RELACIONAL FINALIDA DE Reeducação das funções psicomotoras Tratar patologias: afetivas, relacionais e cognitivas Sanar problemas motores, melhorar as aprendizagens cognitivas e o comportamento da criança Desenvolver as potencialidades relacionais da criança utilizando a ação do brincar ÁREA DE BASE Biomédica Neuropsiquiatria infantil Psicanálise Psicopedagogia Psicopedagogia AUTORES DE BASE Dupré Wallon Rogers Wallon Piaget Winnicott Vigotsky PRINCIPAI S AUTORES Guilmain Defontine Empinet e darrault Ajurriaguerra Levin Le Boulch Picq e Vayer Aucouturier Lapierre Negrine OBRAS E PUBLICAÇ ÕES Manual de reeducação Psicomotriz 1º., 2º. E 3º. Ano La educacion psicomotriz como terapia “Bruno” A clínica psicomotora A educação pelo movimento Educação psicomotora e retardo mental Simbologia do movimento Aprend. e desenv. Infantil Vols 1,2 e 3. REEDUCAÇÃO PSICOMOTA TERAPIA PSICOMOTORA PSICOMOTRICIDADE FUNCIONAL PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL RELAÇÃO ADULTO/CRIANÇA Comando, não interage Escuta, ajuda, interação e disponibilidade corporal Comando e direção, é o modelo da criança Ajuda, escuta, estímulo, interação e intervenção COMPOSIÇÃO DOS GRUPOS Grupos pequenos Individual Individual Grupos de um mesmo nível de desenvolvimento Grupos de diferentes níveis de desenvolvimento ORGANIZAÇÃO E PROPOSIÇÃO DA PRÁTICA Programas de sessão de exercícios conforme a necessidade da criança Atividades em que objetos e o corpo do terapeuta se tornem o depósito das emoções da criança Atividades pré- programadas, famílias de exercícios Ritual de entrada; atividades livres de expressão, construção e comunicação; ritual de saída DESENVOLVIMENTO DAS ROTINAS Método diretivo Método não diretivo Método diretivo Método não diretivo AVALIAÇÃO ACOMPANHAMENTO Bateria de testes que determinam o perfil psicomotor Avaliação conforme a evolução da criança Correção do erro, padrão de movimento certo e errado Despertar de zonas proximais na criança POSTURA CORPORAL DIANTE DA CRIANÇA Não ocorre contato corporal Ocorre contato corporal Raramente ocorre contato Corporal Ocorre contato corporal Elaborada para fins didáticos, a tabela a seguir mostra os principais teóricos da Psicomotricidade e seus fundamentos essenciais para o entendimento de suas propostas: Teóricos Fundamentos Recortes Henri Wallon Sua teoria pedagógica afirmava ser o desenvolvimento intelectual muito mais o resultado da interação da afetividade, do movimento, da inteligência e da formação do eu como pessoa, do que de um simples cérebro. O objeto da psicologia pode ser, em vez do indivíduo, uma situação e confunde-se com o efeito que esta situação suscita, com a solução buscada ou encontrada das dificuldades que ela apresenta.... Só a observação, a análise e a comparação tornam possível a discriminação dos fatores em jogo. Este método, estritamente objetivo, que parte da indivisão entre forças externas e internas, entre necessidades físicas e possibilidades mentais, é, no entanto, o mais capaz de mostrar as oposições ou os conflitos e de fazer as diferenciações que se seguem a tudo isso. Porque as relações mais primitivas do ser vivo e do meio são aquelas em que as suas ações se combinam totalmente (WALLON, 1979, p.88). Eduard Guilman Entendia que os distúrbios de comportamento tinham na reeducação psicomotora o tratamento ideal. Os objetivos desta reeducação apontavam para três linhas de ação, quais sejam: reeducar a atividade tônica com exercícios de atitudes, de equilíbrio e de mímica; melhorar a atividade de relação exercitando a dissociação e a coordenação motora tendo o lúdico como ferramenta de apoio; e desenvolver o controle motor. A evolução do comportamento social e do caráter da criança é condicionada não somente por seu nível de desenvolvimento neuromotor, mas, essencialmente, por seu tipo neuromotor, mesmo em crianças de nível normal (Guilmain, remarques surI'éducation psycho- motrice. Em Cahiers de I'Enfance Inadaptée, nº 71960) Julian de Ajuriaguerra Aprofunda os estudos no terreno da patologia, circunscrevendo de forma clara os transtornos psicomotores que pendem entre o neurológico e o psiquiátrico, redefinindo o conceito de debilidade motora ao considerá-la uma síndrome com todas as suas peculiaridades. Traz a psicomotricidade como sendo a experiência do corpo, como diálogo tônico, podendo ser lida como uma linguagem, uma expressão de comunicabilidade. Implementa, ainda, um novo método de relaxamento, a ideia, a visão relacional e psicodinâmica contamina os métodos tradicionais, enriquecendo as aplicações terapêuticas e preventivas. A Psicomotricidade se conceitua como ciência da Saúde e da Educação, pois indiferente das diversas escolas, psicológicas, condutistas, evolutistas, genéticas, etc., ela visa à representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo (AJURIAGUERRA APUD ISPEGAE, 2009). A criança é o seu corpo. O movimento corporal é comunicação com o mundo. (AJURIAGUERRA (1983) O tônus que prepara e guia o gesto é simultaneamente a expressão da realização ou frustração do indivíduo (AJURIAGUERRA, 1983) Jean Piaget O conhecimento, a inteligência, como sendo um processo de construção contínua a partir das descobertas e adaptações das crianças em contato com o seu mundo exterior e objetos. Sua teoria traz a compreensão que é através do simbólico e dos movimentos corporais que a inteligência trabalha, sendo sua construção iniciada a partir da atividade motriz das crianças, principalmente nos primeiros sete anos de vida, aproximadamente, uma vez que, o conhecimento e a aprendizagem centram se na ação da criança sobre o meio, os outros e as experiências através de sua ação e movimento, sendo a educação, nesta fase, basicamente psicomotriz. O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação do real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil. (PIAGET 1976) Jean Le Boulch Ressalta a importância da psicomotricidade desde a educação de base, uma vezque a educação psicomotora é um facilitador para que a criança passe a dispor de uma imagem do "corpo operatório", podendo, então, usufruir sua disponibilidade. Entende a psicomotricidade como sendo uma ciência cujo objeto de estudo é a conduta motora como sendo o reflexo do amadurecimento e desenvolvimento da psicofísica do indivíduo. Recebe contribuições da Psicanálise no tocante à importância do afeto no desenvolvimento, e da concepção comportamental, no sentido de valorizar o instrumento para um maior desempenho do indivíduo. A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola primária. Ela condiciona todas as aprendizagens pré-escolares e escolares: leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar o tempo, a adquirir habilidade suficiente e coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde o início da infância e conduzida com perseverança, permite prevenir certas 18inadaptações difíceis de melhorar, quando já estruturadas (LE BOULCH 1992) Bernard Aucouturier A Educação Física, como entendida e praticada à época, de maneira muito mecanicista, faz com que Aucouturier, admirador da pedagogia do movimento, mude o rumo de sua vida profissional, tornando-se professor do Centro de Reeducação Física de Tours, dando início a sua trajetória de pesquisas e experiências diretas com crianças que, durante certo tempo, juntamente com André Lapierre, o possibilitaram construir progressivamente a Prática Psicomotora Aucouturier (PPA) no campo educativo e terapêutico. A Psicomotricidade é um convite para se compreender o que a criança expressa sobre seu mundo interno pela via da motricidade. É também um convite para se captar o sentido dos comportamentos. A Psicomotricidade clarificada nos permite, assim, melhor compreender a prática psicomotora educativa e preventiva, como também a prática de ajuda à orientação terapêutica. (AUCOUTURIE, 2003) André Lapierre Em decorrência de suas pesquisas e observações percebe que em todas as atividades corporais e físicas, existe, além do conteúdo mecânico e fisiológico, o conteúdo psíquico, o afetivo. Diante de suas constatações começa a questionar, por não mais comungar, a prática e os exercícios físicos tal como eram aplicados nas aulas de Educação Física cuja abrangência limitava-se ao corpo físico, mecânico, e sua estrutura fisiológica, funcional. [...] É apenas a partir desta regressão, deste revivenciamento das relações corporais primárias que será possível reestruturar as etapas posteriores que dela decorrem: espaço fusional, comunicação simbólica e afirmação da identidade. (LAPIERRE; AUCOUTURIER, 1984, p. 57). O que dissemos do corpo, também pode ser dito da linguagem; nossa linguagem adulta, estruturada, intelectualizada, conceituada, não toca a criança a não ser em certo nível superficial, o de relações socializadas e convencionais. Só podemos atingir a criança de forma autêntica e profunda, através de sua própria linguagem, inclusive sua linguagem gestual. (LAPIERRE; AUCOUTURIER, 1984, p. 60) Em tempos como os que estamos vivendo na Educação, que constituem em entender de que maneiras a criança, o adolescente e o adulto aprendem, bem como as possibilidades de intervenção que possibilitam o aprendizado eficaz e interativo, de modo que o aluno seja protagonista da construção de conhecimentos, faz-se necessário conhecer as possibilidades de intervenção e atividades que contribuam no processo ensino-aprendizagem buscando a qualidade tão almejada no espaço escolar. Pensando nisso, colocamos algumas questões iniciais, o que chamamos de indagações filosóficas, a fim de iniciarmos esse curso. Perguntas essas que devem motivar sua reflexão inicial sobre o tema Psicomotricidade, abrir caminho para novas e diferentes descobertas e que também serão respondidas no decorrer das vídeo-aulas, tanto no formato teórico quanto prático. Seguem as indagações filosóficas: - Na escola, o corpo é considerado um elemento facilitador da aprendizagem?; - Quando olhamos a aprendizagem do aluno, avaliamos somente os aspectos cognitivos ou também consideramos o desenvolvimento e aquisição das habilidades motoras para dizer se o aluno está ou não aprendendo?; - Qual o grau de importância do movimento no processo ensino- aprendizagem?; - Como os aspectos da motricidade humana são tratados e utilizados como ferramentas pedagógicas no cotidiano em sala de aula? Essas e tantas outras questões que podem surgir sobre a importância do trato com as habilidades motoras no espaço escolar, como mola propulsora de aprendizagem é que serão trabalhadas no decorrer desse curso. A Psicomotricidade é entendida como “a ciência que tem como objeto de estudo o homem por meio do seu corpo em movimentos e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionado ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas”, conceito disponibilizado pela Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (SBP). O uso da Psicomotricidade como ferramenta didática na escola requer a atenção para a junção dos seguintes fatores: concepção, comportamento, compromisso, materiais e espaços. 1- Concepção: o trabalho deve ser cuidadosamente planejamento, a fim de não correr o risco de que os benefícios das atividades psicomotoras não sejam vistos. Esse planejamento deve ter objetivos claros, condução adequada, direcionamento das práticas e uma linha de pensamento a seguir. O professor deve tomar cuidado para não utilizar a técnica de maneira isolada, o que pode prejudicar o andamento das aulas e o alcance aos objetivos e não favorecer o desenvolvimento psicomotor do aluno. 2- Comportamento: o professor deve atuar como observador e, a partir dessa observação cotidiana, inserir atividades e práticas adequadas para atingir objetivos psicomotores. Motricidade e afetividade devem caminhar juntas, pois essa junção é que resulta no trabalho psicomotor. O professor não deve desqualificar as relações vividas pelos alunos, mas tornar cada uma das ações, possibilidade de que o aluno possa perceber sua complexidade e essência. Os aspectos mecânicos – realização dos movimentos – não devem ser mais importantes que os relacionais. Observar que cada movimento realizado se dá em um contexto e o mesmo deve ser considerado. 3- Compromisso: o cuidado que deve ser tomado pelo professor é o de não oprimir as ações motoras e relacionais, mas que, para que as práticas sejam proveitosas e mobilizem efetivamente aprendizagens é necessário organização e rotina. Quando se racionaliza, planeja, operacionaliza, as ações se tornam claras fazendo com que o compromisso do professor se torne também mais limpo e mais consciente. 4- Materiais: são essenciais nas práticas psicomotoras, pois ampliam ações e possibilitam que a criança possa intervir e se relacionar com objetos concretos, melhorando o processo educativo. O trabalho do professor não pode ser condicionado aos recursos. É essencial que se tenha a concepção do trabalho a ser realizado, as concepções da teoria e do método a ser seguido. Material sozinho não trabalha, não atua., precisa ser humanizado, vir para dentro da vida do conhecimento que se busca. 5- Espaços: os espaços são constituídos pela estrutura física: cadeiras, salas, armários, quadros, livros, entre outros. Os espaços precisam se tornarem ambientes educativos. A Psicomotricidade deve ser desenvolvida em ambientes psicomotores educativos que sãoaqueles em que se busca explorar cada ação acontecida ali. Toda e qualquer relação humana tem de ser considerada porque a criança está em pleno momento de construção de referências para ela e ara o mundo. O ambiente educativo é aquele que vai proporcionar que a criança o explore, em que a criança poderá se expressar sem amarras e poderá viver uma porção de faz de contas que são importantes fontes de percepções. Neste ambiente, a criança poderá experimentar, testar, errar e construir, porque neste espaço se constrói enquanto se vive todas as dimensões com todos os recursos disponíveis. Os ambientes devem ser espaços humanizados e são compostos por: recursos, ações, pessoas, relações sociais e exploração coletiva. As práticas motoras para sala de aula podem utilizar materiais como: bolas, fios, cordas, bambolê, fitas, tintas, bexigas, massinha, papel, sucata, tecidos, entre outros. Lembrando que o professor pode utilizar diversos materiais a serem explorados e vivenciados nas atividades psicomotoras, mas o material não deve ser o suporte fundamental para que a prática aconteça, o professor não deve ficar ancorado na utilização do material tendo em vista que situações adversas podem acontecer e não ser possível a utilização do material. O material fundamental na Psicomotricidade e que deve ser visto como primordial é o próprio corpo em movimento e as relações que estabelece durante as práticas corporais HABILIDADES PSICOMOTORAS E POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO Nesse tópico do material serão trazidas as principais habilidades motoras trabalhadas nas práticas psicomotoras, bem como atividades práticas a serem aplicadas para cada uma delas quais sejam: coordenação motora ampla, coordenação motora fina, lateralidade, percepção musical, percepção olfativa, percepção gustativa, percepção espacial, percepção temporal, percepção corporal. Além de habilidades e atividades para seriação e classificação, expressividade. Antes que o professor conheça as diversas possibilidades de intervenção psicomotoras que contribuem no desenvolvimento de habilidades e competências pelo aluno, é necessário que conheça aspectos do desenvolvimento humano fundamentais para o crescimento e maturação saudáveis. Esse tema será trazido em tabelas para melhor visualização e compreensão pelo aluno desse curso. A imagem abaixo representa a ampulheta elaborada por Gallahue e que mostra as fases de desenvolvimento motor. Para cada uma dessas fases é necessário que aluno adquira habilidades e competências. A tabela a seguir apresenta as habilidades que devem ser aprendidas de acordo com cada uma das fases de desenvolvimento. Ampliando saberes Sobre desenvolvimento motor, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=yry2sbZglgk Para lembrar aspectos de desenvolvimento cognitivo, a partir da teoria de Jean Piaget, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=EnRlAQDN2go VALE RESSALTAR QUE O DESENVOLVIMENTO HUMANO NÃO SE RESTRINGE À MOTRICIDADE. DEVEMOS CONSIDERAR, PARA QUE O DESENVOLVIMENTO SEJA SAUDÁVEL, ASPECTOS MOTORES, COGNITIVOS, AFETIVOS, SOCIAIS E EMOCIONAIS. https://www.youtube.com/watch?v=yry2sbZglgk https://www.youtube.com/watch?v=EnRlAQDN2go Entendidos os aspectos de desenvolvimento, serão trazidas as habilidades a serem estimuladas e desenvolvidas nas práticas psicomotoras bem como diversas possibilidades de intervenção para cada uma delas, com o objetivo de fornecer ao aluno desse curso elementos a serem aplicados em suas aulas. O quadro abaixo mostra as habilidades psicomotoras básicas e fundamentais e uma breve explicação para cada uma delas. COORDENAÇÃO MOTORA AMPLA ou GLOBAL Condição que deve ser desenvolvida primeiramente no espaço infantil, está relacionada à organização geral do ritmo, ao desenvolvimento e às percepções gerais da criança. O trabalho vai considerar os movimentos dos membros superiores e inferiores, a fim de organizar uma grande coordenação corporal. ATIVIDADES PSICOMOTORAS GLOBAIS VAI E VEM Objetivo – Desenvolver a coordenação ampla, visomotora, atenção e tônus muscular Atividade – A atividade é desenvolvida com um brinquedo que deve ser utilizado em duplas, o brinquedo pode ser desenvolvido com garrafas pets, fitas adesivas, argolas e fios ou adquirido em lojas especializadas. Desenvolvimento da atividade – Os participantes da atividade devem segurar nas extremidades, nas argolas plásticas, dando impulso, ao abrir os braços, no objeto para a outra extremidade. CORDA Objetivo – Desenvolver a coordenação motora ampla, o esquema corporal, estimular a orientação espacial e temporal, ampliar o equilíbrio, a lateralidade e melhorar o tônus muscular. Atividade – A atividade é desenvolvida com uma corda de quatro metros em média. Desenvolvimento das atividades – pode ser utilizada no chão, em que a criança anda descalça sobre a corda, com os braços abertos, procurando manter o equilíbrio. Aproveitando a mesma atividade só que agora a criança vai andar de costas sobre a corda. Ainda esticada no chão a criança pula com os dois pés juntos para esquerda e para direita consecutivamente. A corda pode ser erguida dez centímetros do chão para a criança pular de um lado para o outro. A corda pode ser utilizada pela dupla como cabo-de-guerra, no meio do espaço utilizado deve ter uma marca no chão, para visualizar quem está vencendo o cabo-de-guerra. As crianças podem pular corda. BAMBOLÊ Objetivo – Desenvolver a coordenação motora ampla, o esquema corporal, estimular a orientação espacial e temporal, ampliar o equilíbrio, a lateralidade e melhorar o tônus muscular. Atividade – A atividade é desenvolvida com quatro bambolês em média. Desenvolvimento das atividades – uma criança deve segurar o bambolê, enquanto outra vem engatinhando para passar por dentro do bambolê. Girar o bambolê na cintura e outras partes do corpo, como pescoço e braço. Com alguns bambolês alinhados lado a lado no chão, andar com a perna esquerda no bambolê esquerdo e a direita no bambolê direito. Ainda com os bambolês no chão pular com os dois pés de um bambolê para outro. Com um bambolê somente pular para dentro e para fora. Brincar com o bambolê na mão, rodando-o como se fosse um volante. Passar o bambolê pelo corpo inteiro a começar pela altura da cabeça. Além dessas atividades, podemos aprimorar essa habilidade com outras possibilidades, tais como: Fazer maquetes em papel; Dobrar pedaços grande de papel e transformá-los em imagens de bichos e pessoas; Fazer dobraduras gigantes; Montar quebra-cabeças gigante no chão; Fazer imagem do corpo humano em tamanho natural, recortar e montar no chão; Fazer um tabuleiro grande para jogar trilha com pessoas; Montar prédios com desenhos recortados no chão; Fazer roupas de papel e usá-las numa dança ou atividades de expressão corporal; Fazer pintura no corpo com pincel, dedo ou canetas; Colar retalhos de papel em roupas para atividades de expressão corporal; Brincar com fitas coloridas – girar ao redor da cabeça, pular em cima, dobrar e soltar no ar, correr com as fitas sem deixar que caiam (Sugestão: papel crepom colorido); Jogar bolas (de tamanhos e pesos variados) – em cestos colocados em distancias diferentes, para o alto sem deixar que toquem o chão, dançar em meio as bexigas tentando desviar delas e lançando durante a dança sem deixar que caiam (Sugestão: bexigas); Entrar em caixas de papelão – pequenas, médias e grandes; Montar diferentes circuitos de bambolês (arco) para a criança dentro deles; Colocar garrafas pet no chão para queas crianças corram entre elas – podem ser colocadas aleatoriamente, em fileiras, formando figuras; Colocar jornais esparramados para confecção de roupas – podem representar personagens (os jogos simbólicos são fundamentais nas práticas psicomotoras), deixar que vivam o “caos”, bagunçando os jornais, que depois devem ser recolhidos pelos próprios alunos, dançar com as roupas construídas, tentando não as rasgar; Brincadeiras com malabares: fita, garrafas plásticas, bolinhas, laranjas, entre outros. Podem ser trabalhadas também nessa habilidade, brincadeiras típicas da infância: amarelinha, futebol, rodar pneu, queima, duro e mole, morto e vivo, estátua, esconde-esconde, passa-anel, cirandas, cantigas de roda, brinquedos cantados, entre outras. #ficaadica Acesse o canal do Palavra Cantada no Youtube pelo link: https://www.youtube.com/channel/UCXmvonYIhD5QZJ53qJbK8BA https://www.youtube.com/channel/UCXmvonYIhD5QZJ53qJbK8BA COORDENAÇÃO MOTORA FINA Essa habilidade é fundamental para aprendizagem da escrita e contribui significativamente em diversas atividades escolares. Está relacionada aos trabalhos que podem ser executados com mãos e dedos, o que chamamos de óculo-manual. Coordenação motora fina e tonicidade muscular de membros superiores e inferiores estão intimamente ligadas, à medida que a criança melhora sua coordenação fina, ela também desenvolve seu tônus e sua capacidade de contração e relaxamento. Esse tipo de coordenação contribui para o desenvolvimento do traçado da criança e, atualmente tem-se uma vertente da motricidade chamada Grafomotricidade, que trata especificamente do estudo dos traçados e desenvolvimento da escrita. Algumas sugestões no link: http://aventurasmaternas.com.br/2015/09/07/10-brincadeiras-simples-para- desenvolver-a-coordenacao-motora-fina-das-criancas/ ATIVIDADES Recortar com os dedos – papel de revista, quadrados, círculos, triângulos e retângulos em folhas de revista de tamanhos diferentes (pequeno, médio e grande) e cole no papel manilha; Recortar com tesoura de corte e zig zag as mesmas figuras da atividades anteriores; Colar grãos em fileiras desenhadas no papel – fazendo uma pinça com os dedos e usando grãos de diferentes tamanhos e formatos; http://aventurasmaternas.com.br/2015/09/07/10-brincadeiras-simples-para-desenvolver-a-coordenacao-motora-fina-das-criancas/ http://aventurasmaternas.com.br/2015/09/07/10-brincadeiras-simples-para-desenvolver-a-coordenacao-motora-fina-das-criancas/ Mesmo da atividade acima, mas usando fita dupla face; Colar uma fileira com a mão direita e outra com a mão esquerda; Faça a mesma atividade com formatos de linhas diferentes, retas, curvas, quebradas; Monte mosaicos com papel picado, grãos, retalhos de tecidos, botões, entre outros; Pinte formas geométricas usando a técnica do pontilhismo com o dedo, com pincéis, com lápis e com giz; Faça pinturas variadas com materiais diversos, em posições e superfícies diferentes, como: pintar o muro da escola usando tinta guache com pincel, pintar a folha na carteira com a mão encapada com plástico bolha; Pinte tecidos variados, faça pintura corporal (use tintas que não provocam alergias); Faça figuras geométricas ou desenhos usando barbante colado no papel; Entalhe figuras em barras de sabão, frutas verdes ou argila; Faça desenhos com os dedos na areia; Faça maquetes de sucatas como: caixas de papel, caixas de remédios; Construa brinquedos com matérias reutilizáveis como: caixas, tampas, colas, barbantes, potes de iogurtes, entre outros; Podem ser realizadas diversas brincadeiras que estimulem a habilidade de coordenação motora fina, tais como: bolinhas de gude, adoleta, dominó, figurinhas, vídeo game, teclado de computador (como brinquedo), cinco marias, boliche, entre outras. FACILITANDO A INTERVENÇÃO... RECEITA DE MASSINHA DE MODELAR Para fazer a sua massinha você vai precisar de: 1 xícara de sal; 4 xícaras de farinha de trigo; 1 xícara e meia de água; 3 colheres de sopa de óleo; Corante alimentício. Como preparar a massa para modelar: A receita de massa de modelar é muito fácil e legal de fazer. Em uma vasilha grande misture a farinha e o sal em seguida adicione a água e o óleo. Misture até que todo o conteúdo forme uma massa homogênea. Se ficar muito mole você pode adicionar mais farinha, e se ainda estiver seca e quebradiça adicione mais água. O último ingrediente é o corante, você pode usar um corante natural como o colorau. A quantidade de colorau que você colocar é que vai dar o tom mais avermelhado ou mais alaranjado da massinha. Você pode fazer uma massinha branca sem adicionar nenhum corante. Você também pode fazer massinhas roxas e vermelhas utilizando sucos em pó de uva e frutas vermelhas. O bom é que todas essas receitas são comestíveis, então você não precisa se preocupar se seu filho colocar a massinha na boca ou até mesmo engolir uns pedacinhos. Se você usar suco em pó ou corantes alimentícios de outras cores certifique-se de que o seu filho não tem alergia a alguns destes corantes. Depois de feita, a massa de modelar pode ser conservada na geladeira em um pote fechado durante muito tempo. Outra vantagem da massa de modelar caseira é que ela não adere à mão e tem um cheiro agradável. Caso seu filho já seja maiorzinho e já tenha passado da fase de colocar todos os objetos na boca, vocês podem explorar juntos a composição da massa de modelar adicionando novos ingredientes a receita que farão uma massinha toda especial. Você pode colocar glitter na mistura, essências para dar um novo cheirinho, e até mesmo cremes corporais que são cheirosos e darão uma nova textura para a mistura. Dicas de brincadeiras para fazer com a massinha Esse é o tipo de brincadeira que não precisa de muitos recursos ou planejamentos, só em manusear a massa seu filho pode ficar entretido por horas a fio. Mas você pode propor atividades diferentes para eles. Inserindo alguns objetos com texturas diferentes você pode pedir que eles “imprimam” a textura na massinha, pressionando-a sobre o material. Manuseando a massa de modelar, seus filhos podem descobrir diferentes formas de manipulá-la. Eles podem usar palitos, forminhas e tampas de garrafa pet para cortar, furar, riscar e desenhar sobre a massa. Com os mesmos objetos, eles podem construir bonecos, usando simples palitos como braços e pernas, e, quem sabe, rabos e caudas! Fonte: https://www.omo.com.br/atividades-para-criancas/massa-de-modelar- aprenda-a-fazer-a-sua-massinha-em-casa/ Ampliando saberes Para conhecer receitas de tinta, acesse: http://indiretasmaternas.com.br/como-fazer-tinta-caseira-e-comestivel/ Ainda se tratando de coordenação motora fina, seguem algumas brincadeiras que auxiliam no desenvolvimento da coordenação viso-motora, quais sejam: dardos, baralhos, legos, amarelinha, gato e rato, carrossel, pular corda, pescaria, alinhavo, modelagem em diversos materiais, jogo de argolas, blocos lógicos, bonecos de areia, futebol de botão, ioiô, pingue-pongue. LATERALIDADE Entendida como a capacidade da criança poder olhar e agir em diversas direções, com equilíbrio, coordenação mínima corporal, noção espacial. Consiste em trabalhar com os lados do corpo, direito e esquerdo. Essa habilidade é fundamental para o desenvolvimento do aluno tendo quem vista https://www.omo.com.br/atividades-para-criancas/massa-de-modelar-aprenda-a-fazer-a-sua-massinha-em-casa/ https://www.omo.com.br/atividades-para-criancas/massa-de-modelar-aprenda-a-fazer-a-sua-massinha-em-casa/ http://indiretasmaternas.com.br/como-fazer-tinta-caseira-e-comestivel/ que contribui em toda e qualquer atividade realizada por ele. Vale ressaltarque todo ser humano tem um lado do corpo que é dominante – destro ou canhoto – e que esse aspecto se forma por volta dos 6-7 anos. Até essa idade, a criança vai utilizar de maneira alternada e não consciente ambos os lados. Cabe ao professor orientar atividades que estimulem SEMPRE os dois lados do corpo, ou seja, toda atividade que fizer com a mão ou pé direito deve ser feito com os membros do lado esquerdo. Essa dominância lateral não deve ser induzida e nem escolhida pelo professor, ela acontece naturalmente, quando a criança estiver preparada para tal aprendizagem. ATIVIDADES Faça a maquete e coloque nela um boneco que represente a criança. Em seguida, vá orientando movimento que a criança deve fazer com seu boneco, de direita e esquerda. Vá pedindo que ela também dê as localizações. Construa desenhos em folhas grandes de papel a partir de comandos específicos, como: desenhar uma piscina no centro da filha, à direita uma casa, à esquerda uma barraca, e assim sucessivamente. Use comandos com orientações diferentes, como ACIMA, ABAIXO, ENTRE; Faça desenhos no chão da escola, no pátio, usando as indicações de uma cidade e coloque placas de transito para virar à direita, à esquerda e a criança deve atuar como motorista e andar pela cidade (a atividade pode ser feita de bicicleta/motoca/patinete também); Brinque com bolas de tamanhos variados e oriente os alunos a usar somente a mão ou o pé direito, depois somente o esquerdo – pode variar e lançar a bola, rolar a bola, sempre usando um dos lados; Fazer canudos de papel de jornal ou revista com a mão direita, direita e depois com a esquerda. Use os canudos para montar uma escultura; Faça bolas de papel e jogue para criança, que deve pegar com a mão/pé que o professor orientar, direita ou esquerda; Fala corridas com materiais que devem ser equilibrados com apenas uma das mãos; Faça um molho de chaves que a criança deve usar para abrir os respectivos cadeados, usando apenas a mão direita ou a esquerda; Fazer desenhos usando a mão direita somente e depois a mão esquerda. Depois peça que faça o mesmo desenho cada vez com uma das mãos. Como possibilidade de brincadeiras temos: corrida com ovo na colher, dobraduras, rodas e cirandas, palitos para colagem, tiro ao alvo, basquete, marchas, movimentos alternados. #ficaadica Acesse o link abaixo e veja outras possibilidades de atividades para desenvolver a lateralidade: http://deboracg.blogspot.com.br/2009/11/jogos-e-brincadeiras-para- desenvolver.html http://deboracg.blogspot.com.br/2009/11/jogos-e-brincadeiras-para-desenvolver.html http://deboracg.blogspot.com.br/2009/11/jogos-e-brincadeiras-para-desenvolver.html PERCEPÇÃO MUSICAL Nessa habilidade o objetivo não é desenvolver a excelência, mas sim promover o trabalho de estimulação, a fim de criar na criança uma referência de musicalização e vocalização. Atividades que estimulem a percepção musical podem ser desenvolvidos de modo que a criança apure a audição para reconhecimento e prática da fala, mas também criar uma audição seletiva para os diversos ambientes que frequenta, tanto os espaços educacionais quanto fora desses. A música, além de uma área de conhecimento, é também uma linguagem artística capaz de provocar no ser humano mudanças e reações, que se manifestam em seu próprio ser, envolvendo corpo, sentimentos, mente e espiritualidade. Alguns tipos de músicas podem ser trabalhados na escola, tais como: músicas folclóricas, sons do corpo, sons da natureza, efeitos sonoros variados, sons produzidos por instrumentos tradicionais e adaptados. ALGUNS LINKS QUE PODEM SER ACESSADOS: https://www.youtube.com/watch?v=eQCur57gOeU&list=PLpLuebszzni7L7yVbD SlfOCOrQnAqi89K https://www.youtube.com/user/barbatuques https://www.youtube.com/watch?v=eQCur57gOeU&list=PLpLuebszzni7L7yVbDSlfOCOrQnAqi89K https://www.youtube.com/watch?v=eQCur57gOeU&list=PLpLuebszzni7L7yVbDSlfOCOrQnAqi89K https://www.youtube.com/user/barbatuques ATIVIDADES Reconhecimento sonoro – pode ser feito o reconhecimento dos sons pertencentes à ambientes variados e também podem ser colocados sons diversos para que os alunos identifiquem; Definição sonora – convide alguém que trabalhe com música e tenha formação para apresentar aspectos formais da música. Caso não tenha alguém para contribuir, utilize um vídeo ou até mesmo monte uma aula de caráter mais técnico sobre a música. Segue um link que pode contribuir na construção da atividade: https://www.youtube.com/watch?v=JcniLxce83Q&list=RDJcniLxce83Q#t =2 Harmonizar sons – bandinha rítmica a partir de instrumentos construídos pelos próprios alunos. Nesse momento podem ser trabalhados os parâmetros do som, estudados anteriormente. Criação de sons coletivos – podem ser utilizados instrumentos construídos pelos alunos ou trazidos de casa. Nessa atividade são trabalhados, além de aspectos do som, também o trabalho em equipe. Exploração de sons do corpo – nessa atividade os alunos devem ser motivados a explorar sons produzidos pelo corpo, como: batidas de pés, estalos de dedos, palmas, batendo no peito, abdome, pernas, entre outros. Movimentação corporal a partir de sons – o professor deve colocar sons de ritmos e sonoridade variada e pedir que os alunos acompanhem com movimento corporais. https://www.youtube.com/watch?v=JcniLxce83Q&list=RDJcniLxce83Q#t=2 https://www.youtube.com/watch?v=JcniLxce83Q&list=RDJcniLxce83Q#t=2 Seguem algumas sugestões: https://www.youtube.com/watch?v=YfgxvcmaW8o https://www.youtube.com/watch?v=TQNMkjnjq-w https://www.youtube.com/watch?v=l469uaunv6A https://www.youtube.com/watch?v=Hlgkz-g-ukc Essas sugestões são diferentes das utilizadas comumente, mas cabe ao professor acrescentar músicas do repertório infantil e também outras possibilidades. LINKS PARA CONFECÇÃO DE INSTRUMENTOS MUSICIAIS COM MATERIAL ALTERNATIVO: http://www.roselypignataro.com.br/2013/05/instrumentos-musicais- reciclados.html http://www.reciclagemnomeioambiente.com.br/instrumentos-musicais-feitos-de- reciclagem/ http://www.artesanatoereciclagem.com.br/547-instrumentos-musicais-de- material-reciclado.html https://www.youtube.com/watch?v=YfgxvcmaW8o https://www.youtube.com/watch?v=TQNMkjnjq-w https://www.youtube.com/watch?v=l469uaunv6A https://www.youtube.com/watch?v=Hlgkz-g-ukc http://www.roselypignataro.com.br/2013/05/instrumentos-musicais-reciclados.html http://www.roselypignataro.com.br/2013/05/instrumentos-musicais-reciclados.html http://www.reciclagemnomeioambiente.com.br/instrumentos-musicais-feitos-de-reciclagem/ http://www.reciclagemnomeioambiente.com.br/instrumentos-musicais-feitos-de-reciclagem/ http://www.artesanatoereciclagem.com.br/547-instrumentos-musicais-de-material-reciclado.html http://www.artesanatoereciclagem.com.br/547-instrumentos-musicais-de-material-reciclado.html PERCEPÇÃO OLFATIVA As atividades trabalhadas nessa estimulação devem ter a proposta de promover no aluno situações de descoberta, a fim de aumentar o seu repertório de aprendizagens sensoriais. ATIVIDADES Peça para as crianças trazerem plantas aromáticas de casa, faça a maceração das plantas trazidas, de modo que os aromas se desprendam e passe para que os alunos sintam os cheiros. Façam uma atividade de representação das sensações – desenho. A cada planta “cheirada” o professor deve explicar qual a planta e para que serve no cotidiano. Escolha alguns elementos que possam ser conhecidos pelas crianças e faça uma atividade às cegas. Feche os olhos dos alunos com uma venda e peça que tentem identificar cada um dos cheiros experimentados. Faça uma atividade culinária com as crianças explorando os aromas da receita. PERCEPÇÃO GUSTATIVA Nesse caso, o trabalho é realizadoem tempo real, ou seja, enquanto a criança vai descobrindo sabores, esses vão sendo incluídos também no seu cardápio diário, de modo a ampliar o repertorio alimentar e também os conceitos de alimentação saudável. Esse tipo de atividade deve incluir a família, até mesmo enviando como tarefa algumas aprendizagens advindas da experimentação de novos e diferentes alimentos. ATIVIDADES Faça uma conversa com os alunos e descubra quais alimentos eles consomem e não consomem, o que gostariam de comer, mas não foi provado ainda e outros elementos que permitam ao professor construir um perfil alimentar da turma; Leve alimentos exóticos para serem provados pelos alunos; Faça uma atividade às cegas para saborear os alimentos, em dois momentos: experimentando algo que ainda não tenham comigo e, em seguida, experimentando alimentos do cotidiano que muitas vezes as crianças se negam a comer; Trabalhe com os diferentes conceitos dos sabores: doce, salgado, azedo, amargo, quente, morno, frio, picante, condimentado, entre outros; Procure consumir os alimentos em sua condição natural, sem fazer alterações no sabor. PERCEPÇÃO ESPACIAL As atividades orientadas nessa habilidade contribuem para que a criança tenha condições de reconhecer, interferir e agir nos diferentes espaços que fazem parte ou não do seu cotidiano. Habilidades de noção espacial contribuem significativamente para diversos aspectos da vida, como escrever, cozinhar, dirigir, entre outros. O não desenvolvimento dessa habilidade pode interferir em situações escolares como localização em desenhos e mapas, escrita de letras, localização nos ambientes frequentados. Vale ressaltar que todas as atividades de lateralidade motivam a aprendizagem da percepção espacial. ATIVIDADES Atividades impressas de caça-palavras, labirinto, mapas simples com coordenadas, mapas celestes – com sol, lua, estrelas, planetas, ligue os pontos; Algumas brincadeiras que incentivam a aquisição dessa habilidade são: brincar de casinha, pneu, peteca, dama, trilha, dominó, materiais de encaixe, modelagem em argila e outros materiais, atividades com linhas fios e cordões, marcenaria, colagem de palitos, tiro ao alvo, quebra-cabeças, trilhas feitas em formato de percurso, amarelinha, entre outras. Outras sugestões DINÂMICA DO TUBARÃO Desenvolvimento: Dar um jornal para cada participante, pedindo que coloquem no chão e que imaginem que o jornal é um barco, tudo que estiver em volta será o mar. Avisar que quando o coordenador parar a música e gritar “olha o tubarão”, todos tem que subir no jornal. Na medida em que as músicas vão tocando, o coordenador vai tirando aos poucos os jornais, para que as pessoas ao subir no “barco” tenham que ficar juntas, no final dependendo da quantidade de pessoas deixar só dois jornais. DINÂMICA DO NÓ Desenvolvimento: Os participantes em pé, formam um círculo e dão as mãos. Pedir para que não se esqueçam de quem está a seu lado esquerdo e direito. Após esta observação, o grupo deverá caminhar livremente. Ao sinal do animador o grupo deve parar de caminhar e cada um deve permanecer no lugar exato que está. Então cada participante deverá dar a mão à pessoa que estava a seu lado (sem sair do lugar, ou seja, de onde estiver) mão direita para quem segurava a mão direita e mão esquerda para quem segurava a mão esquerda. (como no início). Com certeza, ficará um pouco difícil devido à distância entre aqueles que estavam próximos no início, mas o animador tem que motivar para que ninguém mude ou saia do lugar ou troque o companheiro com o qual estava de mãos dadas. Assim que todos estiverem ligados aos mesmos companheiros, o animador pede que voltem para a posição natural, porém sem soltarem as mãos e em silêncio. (O grupo deverá desamarrar o nó feito e voltar ao círculo inicial, movimentando-se silenciosamente). Se após algum tempo não conseguirem voltar a posição inicial, o animador libera a comunicação. Enfim, partilha-se a experiência vivenciada. (destacar as dificuldades). Obs.: Sempre é possível desatar o nó completamente, mas quanto maior for o grupo, mais difícil fica. Sugerimos que se o grupo passar de 30, os demais ficam apenas participando de fora. DINÂMICA DO CABO DE GUERRA COOPERATIVO Desenvolvimento: colocar dentro de uma sacola uma bala para cada participante, a qual terá em cada alça um barbante de dois metros ou mais amarrado, no centro do local que será realizada a brincadeira colocar um barbante em formato de circulo, no qual terá que cair todas as balas, em seguida dividir o grupo em dois e dar a seguinte orientação: Como é uma brincadeira cooperativa os grupos devem ter forças iguais e fazer com que a sacola rasgue no meio do círculo, dessa forma eles só poderão pegar as balas que caírem dentro do círculo e as que caírem fora serão do professor, como as crianças estão acostumadas com a competição dificilmente vai seguir o comando, se cair bala fora o professor deve repartir só as que ficaram dentro do circulo e conversar com os alunos a respeito do que ocorreu, depois de um tempo aplicar a dinâmica novamente para ver se algo mudou. DINÂMICA DA JABUTICABA E DO JACARÉ Desenvolvimento: Contar a história da jabuticaba e do jacaré e dar o seguinte comando: cada vez que a palavra jabuticaba for falada pedir que sentem e quando falar jacaré que se levantem. A história é a seguinte: João ia à casa do seu tio Juca pegar jacas, mas bem no meio do caminho tinha um rio grande e que não tinha ponte e era preciso atravessar de canoa, porém nesse rio tinha muitos jacarés ferozes. Diante disso João pensou: Como eu quero as jacas vou enfrentar os jacarés, João então chegou perto da beira do rio e viu muitos jacarés e pensou: pego as jacas ou enfrento os jacarés? Decidiu enfrentar os jacarés, entrou na canoa e começou a remar contra os jacarés, remou, lutou, lutou, mas sempre sem se esquecer de suas jacas, depois de remar muito chegou à margem do rio. João pensou: Ufa!!! Esses jacarés me cansaram, porém estou mais perto das minhas jacas. João andou, andou e viu o pé de jaca, apanhou cinco jacas e lembrou que dali um tempo ia enfrentar os jacarés, mas voltou contente com as jacas até a margem do rio, ele colocou as jacas na canoa e começou a luta, salvar as jacas e bater nos jacarés, bater nos jacarés e salvar as jacas, até que ele jogou uma jaca para os jacarés e eles deixaram Manoel seguir em paz. Quando João chegou do outro lado do rio desceu da canoa e comeu todas as jabuticabas. TEMPESTADE Desenvolvimento: Todos sentados em círculo e cada vez que o professor falar a palavra direita todos mudam para cadeira da direita, quando o professor falar a palavra esquerda todos mudam pra cadeira da esquerda e quando a palavra for tempestade todos trocam de lugar. O texto é o seguinte: Vamos fazer uma viagem pelas águas de um lindo rio, chegando à margem a gente vai entrar em uma canoa, o dia está lindo, ao olhar o horizonte a gente sente o vento soprar levemente para direita. Nesse momento estamos muito contentes, olhamos ao redor, avistamos a cidade e observamos também as árvores que estão próximas da margem à esquerda. Nesse momento estamos nos aproximando de uma grande pedra à direita, mas a gente se pergunta: Será que aquelas nuvens é sinal de tempestade? É melhor não pensar no pior. Continuando a nossa viagem, iremos apreciar os lindos pássaros e outras árvores que estão bem longe, à direita. A fome apertou e quando a gente levanta para lanchar, caímos a direita do barco, com isso a gente percebe que o sol começa a baixar e ficamos pensado : Será que é tempestade? Mesmo assim continuamos a brincar. Como tudo estava tranquilo, resolvemos pescar e jogar os anzóis, umjogou para a direita e o outro jogou para a esquerda. Depois de pescar, o sol desapareceu e o fim da tarde chegou de repente o rio começou a jogar a canoa para a esquerda, foi quando vimos um raio lá no horizonte e gritamos: Tempestade!!! Ficamos preocupados e olhamos para a direita, olhamos para a esquerda, e falamos novamente: será que é tempestade? Bem mais perto da margem ficamos aliviados por que íamos pegar a tempestade em terra firme. PERCEPÇÃO TEMPORAL O tempo constitui uma das mais difíceis habilidades a serem trabalhadas na escola, pois, na etapa da Educação Infantil, as crianças tem dificuldade de diferenciar o tempo real do tempo da imaginação. Comandos como: daqui 10 minutos, não são literalmente entendidos pelas crianças. A noção de tempo pela criança se dá de maneira extremista, agora ou muito tempo depois. Apesar de ser difícil trabalhar com essa habilidade na escola é fundamental que sejam realizadas atividades de estimulação da mesma tendo em vista que a não aprendizagem pode afetar o desenvolvimento humano dos alunos. ATIVIDADES Use conta-gotas para marcar a relação entre o tempo e a quantidade de gotinhas, assim facilita que a criança comece a compreender o significado de tempo. Vá modificando o tempo de contagem das gotinhas, aumentando ou diminuindo; Faça o calendário semanal e tenha um calendário anual na parede da sala. Vá retomando com os alunos as diferentes medidas de tempo: dia, mês, ano; Retome o que aconteceu no dia anterior e faça projeções para os dois dias futuros; Conte histórias e faça perguntas para crianças em fatos, o que aconteceu depois de tal fato, etc; Desenhe partes da história e coloque-os em ordem junto com as crianças; Apresente uma história qualquer na oralidade e, em seguida, dê desenhos dos fatos das histórias para que as crianças coloquem na ordem. Essa atividade pode ser feita a partir de fatos escritos da história caso a criança esteja em processo de alfabetização ou já saiba ler. Faça relógios do sol no pátio da escola e vá de vez em quando em horários diferentes fazer a compreensão da posição da sombra; PERCEPÇÃO CORPORAL Nessa habilidade é fundamental que seja estimulado o conhecimento do corpo. Não devem ser observados aspectos de desempenho e aptidão, mas as condições de aprendizagem que a criança apresenta em relação ao seu corpo, tanto de maneira integral – o corpo em movimento como um todo, quanto de maneira fragmentada – movimento de cada segmento corporal. Envolve o estudo de articulações, segmentos corporais e também a sua possibilidade de realização de movimentos. As danças são muito bem-vindas na estimulação dessa prática, danças livres, folclóricas, de rua, circulares, entre outras. ATIVIDADES IMAGEM CORPORAL Pedir para que os alunos representem algumas situações corporalmente, essas representações se refletem no andar, no agir, no se comportar, na postura, etc.: Representem como o corpo se comporta quando: · Estamos com medo; · Estamos com frio; · Estamos com sono; · Estamos com raiva; etc. Reflexão: Podemos concluir que imagem corporal é o conceito (definição) que cada pessoa tem de seu corpo e suas partes, bem como a forma que ele se comporta ou deve se comportar em diferentes situações. Vamos então agora vivenciar algumas brincadeiras onde o movimento corporal e as representações corporais são fundamentais? MEUS COMPANHEIROS (REPRESENTANDO CORPORALMENTE UM ANIMAL) O professor deverá preparar previamente um par de ilustrações de diferentes tipos de animais (sapos, tigres, elefantes, patos, etc.). O professor distribui a cada aluno, um papel dobrado onde está a ilustração de um animal (cada animal tem o seu PAR representado em outro papel, ou seja, deverá ter duas imagens de cada animal). Ao sinal do professor, os alunos desdobram o papel e veem o desenho nele representado. A partir daí os alunos deverão representar corporalmente o animal que lhe cabe buscando procurando o seu par em um outro colega que também fará o mesmo. Os últimos alunos a se reconhecerem e se agruparem sairão da brincadeira. Os papeis são recolhidos embaralhados e novamente distribuídos para uma nova rodada com os alunos remanescentes. Ao final a dupla que conseguir permanecer no jogo será a campeã. Obs.: Nenhum som ou frase deve ser dita durante as representações. PEDRA, PAPEL E TESOURA (REPRESENTANDO CORPORALMENTE UM OBJETO). O professor divide a turma em duas equipes. O professor chama à frente um representante de cada equipe para iniciar a brincadeira, explicando como cada objeto deve ser representado corporalmente: • A tesoura – Dedos médio e indicador estendidos para frente; • O papel – A mão espalmada e aberta; • A pedra – A mão fechada. Cada jogador fica de frente um para o outro com a mão direita para trás. Ao sinal do professor, cada aluno estende a mão ao adversário com a representação do objeto que ele escolher (pedra, papel ou tesoura). O aluno vence a disputa de acordo com a seguinte ordem: · Tesoura vence papel, pois o corta, e perde da pedra, pois é amassada por ela. · Papel vence pedra, pois a embrulha, e perde para a tesoura, pois é cortado por ela. · Pedra vence a tesoura, pois a amassa, e perde para o papel, pois é embrulhada por ele. Cada vitória dá um ponto para sua equipe. Depois que todos os alunos das equipes tiverem participado, o professor soma os pontos de cada equipe, sendo vencedora a equipe que fizer mais pontos. ORDEM (REPRESENTANDO CORPORALMENTE UMA AÇÃO) Em fila, com uma bola de plástico ou borracha nas mãos de frente para uma parede lisa. O aluno deverá lançar a bola na parede e antes de agarrá-la novamente deverá representar corporalmente uma série de tarefas na seguinte ordem (uma tarefa para cada lançamento): Sem lugar – Quieto, sem movimentar, só com as mãos e braços; Sem rir – não pode rir; Sem falar – não pode dizer nada, apenas joga a bola; Um pé – ficar em um pé só; O outro – Trocar os pés antes de receber a bola; Uma mão – receber a bola com uma mão; A outra – receber a bola com a outra mão; Bate palmas – Bater uma palma a frente do corpo; Pirueta – girar o corpo em 360º antes de receber a bola; Ao Chão – Encostar a mão no chão antes de receber a bola; Beijinhos – Mandar beijos antes de receber a bola, Abraços – Abraçar o próprio corpo antes de receber a bola, Comprimentos – cumprimentar o aluno que está atrás na fila. Passar a vez – Tampar a bola na parede e sair da frente para o próximo da fila pegar; NOVA REPRESENTAÇÃO – Criada pelo aluno que conseguir passar a vez. Obs. Se um aluno errar em qualquer uma das etapas, passa a vez para o próximo aluno da fila. Quando retornar reinicia onde parou. O aluno que conseguir toda a sequência tem direito a acrescentar uma nova representação para que os outros cumpram. O professor poderá montar várias filas para que os alunos não esperem muito. ESQUEMA CORPORAL Exercício 1 : Reconhecendo as partes essenciais do corpo - O profissional diz os nomes das seguintes partes do corpo: cabeça, peito, barriga, braços, pernas, pés, explorando uma parte por vez. A criança mostra em si mesma a parte mencionada pelo profissional, respeitando o nome que designa. Primeiramente o trabalho deverá ser realizado de olhos abertos, e a seguir de olhos fechados. Olhos abertos: Aprendizado. Olhos fechados: Quando dominar as partes do corpo. Exercício 2: A criança deverá reconhecer também as partes do rosto: nariz, olhos, boca, queixo, sobrancelhas, cílios, trabalhar também com os dedos com a mão apoiada sobre a mesa a criança deverá apresentar o pulso, o dedomaior e o dedo menor, os nomes dos dedos são ensinados a criança pedindo que ela levante um a um dizendo os respectivos nomes dos dedos. Exercício 3: Trabalhar com os olhos - Em pé ou sentado a criança acompanha com os olhos sem mexer a cabeça, a trajetória de um objeto que se desloca no espaço. Exercício 4: Sentir os rins - Deitada com as pernas estendidas e as mãos sobre os rins a criança dobra os joelhos e encosta-os no peito. Comentar com a criança que a parte do corpo que se apoia com força sobre suas mãos chama-se rins. Exercício 5: Automatizando a noção de direita e esquerda Conhecendo a direita e a esquerda do próprio corpo mostrar a criança qual é a sua mão direita e qual é a sua mão esquerda. Dominando este conceito, realizar o exercício em etapas: - fechar com força a mão direita; - depois a esquerda; - Levantar o braço direito; - depois o esquerdo; - bater o pé esquerdo; - depois o direito; - mostrar o olho direito; - depois o esquerdo; - mostrar a orelha direita; - depois a esquerda; - levantar a perna esquerda; - depois a direita. Trabalhar com os olhos abertos e quando a criança estiver dominando o exercício trabalhar com os olhos fechados. Exercício 6: Localizando elementos na sala de aula. A criança deverá dizer de que lado está a porta, a janela, a mesa da sala de aula, etc. em relação a si mesma. Durante a realização do exercício, não deixar a criança cruzar os braços, pois isso dificulta sua orientação espacial. FINALIZANDO... Com esse material esperamos que suas aulas fiquem recheadas de estimulação psicomotora adequada para cada etapa do desenvolvimento humano. Segue ainda uma relação de referências que podem ser estudadas para aprofundamento e diversos links, sites e vídeos que podem ser assistidos de modo a complementar sua atuação. BOM CURSO E TODO SUCESSO PSICOMOTOR PARA TODOS... PROF. Me. JULIANA MONTENEGRO SERON LINKS RECOMENDADOS https://www.youtube.com/watch?v=xIKGsQVMvv0&list=PLe7HnIveeLK8TaYYI Y422zHFAGidNoakX http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgrigAI/sugestoes-atividades- psicomotricidade# http://alunoon.com.br/infantil/atividades.php?c=123 http://soatividadesparasaladeaula.blogspot.com.br/2012/06/circuito-de- psicomotricidade-tente-e.html https://lhbrilhante.wordpress.com/2009/06/04/sugestoes-de-atividades- psicomotoras/ #ficaadica Acesse o link abaixo e baixe gratuitamente materiais sobre Psicomotricidade em formato .pdf: http://br.librosintinta.in/psicomotricidade-pdf.html https://www.youtube.com/watch?v=xIKGsQVMvv0&list=PLe7HnIveeLK8TaYYIY422zHFAGidNoakX https://www.youtube.com/watch?v=xIKGsQVMvv0&list=PLe7HnIveeLK8TaYYIY422zHFAGidNoakX http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgrigAI/sugestoes-atividades-psicomotricidade http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgrigAI/sugestoes-atividades-psicomotricidade http://alunoon.com.br/infantil/atividades.php?c=123 http://soatividadesparasaladeaula.blogspot.com.br/2012/06/circuito-de-psicomotricidade-tente-e.html http://soatividadesparasaladeaula.blogspot.com.br/2012/06/circuito-de-psicomotricidade-tente-e.html https://lhbrilhante.wordpress.com/2009/06/04/sugestoes-de-atividades-psicomotoras/ https://lhbrilhante.wordpress.com/2009/06/04/sugestoes-de-atividades-psicomotoras/ http://br.librosintinta.in/psicomotricidade-pdf.html REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AJURIAGUERRA, Julian. Manual de Psiquiatria Infantil. Rio de Janeiro: Masson do Brasil, 1983 AUCOUTURIER, Bernard. A prática Psicomotora: Reeducação e Terapia. PortoAlegre: Artmed, 1986 AUCOUTURIER, Bernard; LAPIERRE, Andre. A Simbologia do Movimento: Psicomotricidade e Educação.Curitiba: Filosofart e CIAR, 2004. _______________ ___________________ Porto Alegre: Artes Médica, 1986 AUCOUTURIER, Bernard; LAPIERRE, Andre. Bruno: Psicomotricidade e Terapia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986. BUENO, Jocian Machado. Psicomotricidade -Teoria & Prática. São Paulo: Lovise, 1998. CABRAL, Suzana Veloso. Psicomotricidade Relacional: Prática Clínica e Escolar. Rio de Janeiro: Revinter, 2001 FONSECA, Vítor. Psicomotricidade. São Paulo: Martins Fontes, 1993. LAPIERRE, André; LAPIERRE, Anne. Trad. PEREIRA, M. E. O Adulto Diante da Criança de 0 a 3 anos – Psicomotricidade Relacional e Formação da Personalidade. Curitiba: UFPR: CIAR., 2002 LAPIERRE, André; AUCOUTOURIER, Bemard. Fantasmas Corporais e Prática Psicomotora. São Paulo: Ed. Manole, 1984. LE BOULCH, Jean . O Desenvolvimento Psicomotor: do Nascimento até os 6 anos. Porto Alegre: Artes Médica, 2001. LE BOULCH, Jean. Trad. JENI Wolff. Educação Psicomotora: Psicocinética na IdadeEscolar. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1988. LEVIN, Esteban. A Clínica Psicomotora: O Corpo na Linguagem. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1995 PIAGET, Jean. A Equilibração das Estruturas Cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. PIAGET, Jean. Trad. ÁLVARO Cabral. O Nascimento da Inteligência na Criança -. Rio de Janeiro: Zahar., (1936/1970). PIAGET, Jean; BARBEL, Inhelde. A Psicologia da Criança 15º edição. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998l. SCHINCA, Marta. Psicomotricidade, Ritmo e Expressão Corporal: Exercícios Práticos. São Paulo: Manole, 1991 VIEIRA, José Leopoldo; BATISTA, M. Isabel Batista; LAPIERRE, Anne. Psicomotricidade Relacional: A Teoria de Uma Prática. Curitiba: Filosofart, 2005. WALLON, Henri. Do ato ao Pensamento. Lisboa: Moraes, 1979 WINNICOT, Donald Woods. O Ambiente e os Processos de Maturação. Porto Alegre: Artes Médica, 1990.
Compartilhar