Buscar

Análise da capacidade aeróbia em jovens atletas de futebol

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Análise da capacidade aeróbia em 
jovens atletas de futebol 
Análisis de la capacidad aeróbica en jugadores juveniles de 
fútbol 
 
 
*Centro Universitário de Belo Horizonte. UNI-BH. Belo Horizonte, MG 
**Universidade Federal de Minas Gerais. UFMG. Belo Horizonte, MG 
***Universidade Federal de Viçosa. UFV. Viçosa, MG 
(Brasil) 
Varley Teoldo da Costa* ** 
Israel Teoldo da Costa*** 
Renato Melo Ferreira** 
Eduardo Macedo Penna** 
Guilherme Passos Ramos** 
dudupennabh@hotmail.com 
 
 
 
 
Resumo 
 A medida da capacidade aeróbia de atletas da categoria de base do futebol brasileiro é pouco explorada, sendo 
a mesma considerada importante para o desempenho físico do atleta. Os métodos diretos para estimar o consumo 
máximo de oxigênio (VO2máx) exigem uma estrutura que, atualmente, a maioria dos clubes no Brasil não possuem, 
fazendo então com que os mesmos optem por testes indiretos. O objetivo do presente estudo é avaliar o consumo 
máximo de oxigênio (VO2máx) de atletas da categoria de base sub-13 (mirim) de um clube de futebol profissional 
brasileiro e comparar seus resultados medidos através dos métodos direto e indireto. A amostra foi composta por 20 
atletas com idade média de 12,7 ± 0,6 anos; estatura média de 168,0 ± 7,7 cm; massa corporal média de 53,8 ± 8,2 
kg e percentual de gordura corporal médio de 9,0 ± 2,5%. O VO2máx foi estimado pelo método indireto através do 
teste de corrida de 2400 metros e a medida direta foi obtida por meio do teste de espirometria de circuito aberto 
utilizando o protocolo de Bruce em esteira rolante. Foram encontradas diferenças significativas entre o método direto 
(49,4 ± 5,2 mlO2.kg
-1.min-1) e o método indireto (46,6 ± 3,6 mlO2.kg
-1.min-1) (p<0,05). Conclui-se que os valores 
médios de VO2máx obtidos através do método indireto subestimam os valores de VO2máx medidos diretamente por 
espirometria de circuito aberto.. 
 Unitermos: Futebol. Categoria de base. Atletas jovens. Consumo máximo de oxigênio. 
 
 
 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 153, Febrero de 2011. http://www.efdeportes.com/ 
 
1 / 1 
Introdução 
 Atualmente a condição física dos atletas das mais diversas modalidades esportivas é um dos 
principais fatores que influenciam o rendimento esportivo. Na literatura relacionada ao futebol, são 
recorrentes os debates sobre a importância dos sistemas (aeróbio e anaeróbio) de fornecimento de 
energia. 
 Apesar dessa modalidade esportiva ser dependente de ações táticas e técnica e muitas vezes ser 
definida por movimentos rápidos, de alta intensidade e curta duração, como sprints, saltos e 
mudanças de direção, o futebol pode ser caracterizado como um esporte predominantemente aeróbio 
(98% da energia necessária para jogar futebol é proveniente do metabolismo aeróbio) (BANGSBO, 
1994). 
 Nesse sentido uma elevada capacidade aeróbia é importante para o desenvolvimento físico do 
atleta, constituindo um fator imprescindível no programa anual de treinamento. 
 Helgerud et al. (2001) demonstraram que a elevação do VO2max dos jogadores diminui a queda 
da intensidade do primeiro para o segundo tempo, aumenta a permanência dos atletas em zonas 
mailto:dudupennabh@hotmail.com
http://www.efdeportes.com/
consideradas de alta intensidade, aumenta o número de toques na bola e a participação em jogadas 
decisivas. O desenvolvimento do sistema aeróbio melhora o desempenho físico pelo aumento da 
capacidade de recuperação e consequente manutenção, por maior tempo possível, de um nível 
elevado de tolerância à fadiga (REILLY, BANGSBO e FRANKS, 2000; WEINECK, 2000). 
 Para a avaliação da capacidade aeróbia de atletas geralmente é feita a medida direta VO2máx 
obtido através de equipamentos de espirometria que medem as trocas gasosas realizadas pelos 
indivíduos durante a execução de um exercício progressivo até a fadiga (BARROS e GUERRA, 2004) 
 Dentre os estudos relacionados à medida da capacidade aeróbia de jogadores de futebol podemos 
citar o de Reilly, Bangsbo e Franks (2000), que constataram valores de VO2max entre 55 a 65 ml. Kg
-
1. min-1 de jogadores profissionais adultos e o estudo de Al-Hazzaa et al., (2001) que verificaram o 
VO2máx por posição específica dos jogadores: zagueiros – 52,3 ± 7,3 ml.kg
-1.min-1, laterais – 57,7 ± 
5,1 ml.kg-1.min-1, meios campistas – 59,9 ± 0,9 ml.kg-1.min-1, atacantes – 56,9 ± 2,5 ml.kg-1.min-1. 
 No futebol de base, podemos citar o trabalho de Jones e Helmes apud Reilly, Clarys e Stibbe 
(1993), que encontraram em atletas de futebol de campo entre 14 e 18 anos, valores de VO2max 
entre 55.1 a 61,1 ml. kg-1.min-1. Já Bunc e Psotta (2001) analisaram 22 jovens atletas de futebol com 
média de idade de 8,1 anos. Os valores encontrados para esse grupo foram de 56.7 ± 4,9 
VO2max (ml.kg
-1.min-1). 
 Apesar da precisão e tecnologia sofisticada da medida direta do VO2máx, esse método requer altos 
custos financeiros envolvidos nos procedimentos e equipamentos e geralmente são avaliações 
inespecíficas em relação aos movimentos executados nas modalidades esportivas. 
 Sendo assim, são sugeridos métodos indiretos alternativos para a medida do VO2máx que podem 
ser úteis para o acompanhamento do treinamento além de permitirem a reprodutibilidade da 
especificidade das ações motoras da modalidade (POWERS, 2000; McARDLE, KATCH e KATCH, 2001; 
ACSM, 2000; BARROS e GUERRA, 2004). 
 Apesar da proposição e facilidade de utilização desses métodos indiretos para avaliação da 
capacidade aeróbia, não foram identificados estudos que comparassem protocolos direto e indireto de 
medida do VO2máx em categorias de base do futebol, para averiguar a viabilidade e fidedignidade da 
utilização desses métodos nessa população. 
 Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo analisar a capacidade aeróbia máxima de 
atletas da categoria mirim (sub-13) de um clube de futebol profissional brasileiro e comparar os 
resultados obtidos através do método direto por espirometria de circuito aberto e um teste indireto 
de campo. 
Materiais e métodos 
Sujeitos 
 A amostra foi composta por 20 atletas do sexo masculino, pertencentes à categoria mirim (sub-13) 
de um clube de futebol profissional que disputa competições a nível nacional e internacional. Os 
indivíduos avaliados participavam de treinamentos regulares cinco vezes por semana com uma carga 
horária média de 1 a 2 horas por sessão de treino, além do que os mesmos pertenciam a esta equipe 
há pelo menos 6 meses. 
 Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário de Belo 
Horizonte – UNI-BH (Parecer 087/05) e, todas as informações referentes ao estudo foram 
detalhadamente repassadas aos pais dos atletas. 
 Na tabela 1, estão apresentados as características antropométricas dos atletas. 
Tabela 1. Características antropométricas dos atletas sub-13. Dados em média ± desvio-padrão. 
 
Procedimentos experimentais 
 Inicialmente os voluntários passaram por avaliações antropométricas nas quais foram medidas a 
massa corporal e estatura utilizando-se uma balança com um estadiômetro acoplado (Welmy®). Em 
seguida foram feitas as medidas das dobras cutâneas utilizando-se um plicômetro (The Body 
Caliper®) e o somatório das dobras foi utilizado para o cálculo do percentual de gordura (BROZEK et 
al., 1963). 
 A avaliação da capacidade aeróbia foi feita através de dois protocolos de exercício. No primeiro 
protocolo os voluntários realizaram um exercício progressivo até a fadiga em esteira (Imbrasport®) e 
a análise das trocas gasosas foi realizada por espirometria indireta de circuito aberto (VO2000®). No 
segundo teste os indivíduos realizaram o protocolo de 2400 metros de corrida no próprio campo de 
jogo e o VO2máx foi estimado a partir do tempo de corrida (MARINS e GIANNICHI, 2003). 
 Antes da realização de ambos os protocolos os indivíduos foram informados sobre todasas 
características das situações experimentais e foi respeitado um intervalo mínimo de 48 horas entre as 
coletas do método direto e indireto. Além disso, os indivíduos foram orientados a não participarem de 
qualquer tipo de atividade física nas 24 horas que antecedessem as situações experimentais. Esta 
informação foi verificada através de um recordatório de atividade física das últimas 48 horas. 
 Para a avaliação realizada em esteira utilizou-se o protocolo de Bruce. Esse protocolo inicia-se a 
uma inclinação de 10% e velocidade de 1,7 mph. Durante o protocolo são acrescidos 2% de 
inclinação a cada 3minutos e a velocidade é aumentada de 1,7 para 2,5; 3,4; 4,2; 5; 5,5 a 6,0 mph 
nos mesmos períodos. 
 Antes do início do protocolo em esteira, os indivíduos permaneceram por 5 minutos em repouso 
para se adaptarem ao aparelho analisador de gases, para estabilização das variáveis ventilatórias e 
registro da freqüência cardíaca de repouso. Após essa fase, realizaram uma atividade preparatória na 
esteira, onde os caminharam a 4 km.h-1 durante 2 minutos. Ao término da atividade preparatória 
iniciou-se o protocolo de exercício progressivo e as variáveis respiratórias foram medidas 
continuamente e registradas a cada 20 segundos. 
 Para a realização do teste de corrida de 2400 metros foi utilizado uma fita métrica de 50 metros, 
para aferição da distância a ser percorrida, além de quatro cones e um cronômetro digital (Adidas®). 
Esse teste consistiu na cronometragem do tempo gasto pelo avaliado para percorrer a distância pré-
determinada (2400 metros). Os voluntários foram instruídos a percorrer essa distância no menor 
tempo possível e o consumo máximo de oxigênio foi estimado a partir da seguinte fórmula: 
 
 Em ambos os protocolos a freqüência cardíaca foi medida continuamente utilizando-se 
cardiofreqüencímetros (Polar® modelo S610i). 
 A temperatura e a umidade relativa do ar foram registradas através de um higrômetro 
(Incotherm®). Durante os testes direto e indireto para medida do VO2máx a temperatura e a 
umidade do ar, estavam respectivamente entre 21 e 24 °C e 67 e 82%. 
Análise estatística 
 Todos os dados foram submetidos a um teste de normalidade (Kolmogorov-Smirnov, Shapiro-Wilk) 
e posteriormente foi feita uma análise descritiva composta por média e desvio padrão. Para a 
comparação entre os testes de medida direta e indireta do consumo máximo de oxigênio foi utilizado 
teste t pareado para amostras dependentes. O nível de significância adotado foi de 5%. Todos os 
procedimentos estatísticos foram realizados no pacote estatístico SPSS (Statistical Package for Social 
Sciences) for Windows, versão 11.0. 
Resultados 
 A figura 1 apresenta os valores médios de VO2máx mensurados através dos métodos diretos e 
indiretos. Verifica-se que os resultados obtidos pela técnica direta (49,4 ± 5,2 mlO2.kg
-1.min-1) foram 
maiores que aqueles obtidos pela técnica indireta (46,6 ± 3,6 mlO2.kg
-1.min-1). 
 
Figura 1. Comparação entre os métodos direto e indireto do VO2máx de atletas Sub-13. 
 A tabela 2 apresenta os resultados de FC no pré e pós exercício do grupo de atletas durante os 
testes de VO2máx utilizando os métodos direto e indireto. Foram encontradas diferenças na FC pré-
exercício (método direto x método indireto, p<0,01), onde e pós-exercício (método direto x método 
indireto, p<0,05). 
Tabela 2. Média e Desvio-Padrão da FC de pré e pós-exercício durante os testes direto e indireto do grupo de jogadores. 
 
Discussão 
 Os dados obtidos nesse estudo mostram diferenças significativas no VO2max medido de forma 
direta quando comparado à medida indireta, sendo que os valores encontrados no teste direto foram 
superiores aos encontrados no método indireto (p <0,05). Esse achado esta de acordo com os 
resultados de Fontana (1983) no qual foram identificadas diferença entre as duas formas de 
mensuração, sendo maiores os valores obtidos de forma direta. Silva (1999) indica que a capacidade 
aeróbia mensurada de forma direta é a mais fidedigna para obtenção desta variável. 
 Contudo Lima et al. (2005) não verificaram diferenças significativas entre as duas metodologias 
empregadas envolvendo atletas da modalidade futsal. A diferença entre o presente estudo e o estudo 
de Lima et al. (2005) pode ser explicada devido à falta de um teste de campo de medida indireta do 
VO2max específico para a modalidade futsal, que reproduzisse com maior exatidão a especificidade 
do esporte, conforme citado pelo autor. 
 Já em relação ao VO2máx observado (49,4 ± 5,2 mlO2.kg
-1.min-1, 46,6 ± 3,6 mlO2.kg
-1.min-
1 medido e estimado, respectivamente), Chamari et al. (2005) encontraram valores médios de 59,8 
mlO2.kg
-1.min-1, para jogadores de 14 anos de idade e Jones e Helmes apud Reilly et al (1996) citam 
que atletas de futebol de campo com idades entre 14 e 18 anos possuem VO2máx entre 55,1 a 61,1 
mlO2.kg
-1.min-1. 
 Esse aparente menor valor de VO2máx encontrado no presente estudo em relação ao estudos 
citados pode ser justificado devido à fase de treinamento em que os indivíduos se encontravam no 
período avaliado e a possíveis fatores genéticos. De fato, Denadai (1995) verificou uma grande 
variabilidade do VO2máx em uma população homogênea, mantida sob o controle de fatores 
extrínsecos, como o treinamento e a altitude, e intrínsecos como a idade e o sexo, propondo que o 
fator genético seria o principal responsável pela variabilidade do VO2máx, chegando a influenciar em 
até 67% a variabilidade observada nessa variável. 
 Apesar disso, os valores obtidos no presente estudo mostraram similaridade com o trabalho de 
Tolfrey et al (2006), que encontraram os valores médios de 51,1 mlO2.kg
-1.min-1 para os rapazes com 
idade média 12,3 ± 0,3 anos e com o estudo de Fonseca et al.(2008) que avaliaram 65 rapazes com 
idade média de 16,2 ± 0,9 anos, os quais obtiveram um valor médio de 49,7 ± 3,05 mlO2.kg
-1.min-
1 ao realizarem um teste de 1.600 m para estimativa do VO2máx. 
 Em relação a FC, os valores observados no presente estudo estão de acordo com os resultados de 
Chamari et al (2005) que encontraram uma média final de 198 ± 7 bpm em jogadores com idade 
média de 14 ± 4,4 anos durante a realização de um teste progressivo. Entretanto no presente estudo 
foram observados maiores valores de FC tanto no repouso quanto ao término do protocolo indireto 
quando comparado ao protocolo direto em esteira. 
 Uma possível hipótese para justificar maiores FC no pré-exercício realizado em campo seria o fato 
de outros atletas poderem observar a execução do protocolo, o que possivelmente levou a um maior 
estresse/nervosismo associado à execução do teste. Além disso, uma possível maior pré-alimentação 
pode ser esperada no protocolo indireto devido a sua menor duração de execução (McARDLE, KATCH 
e KATCH, 2001) 
 Os maiores valores de FC encontrados ao término da execução do protocolo indireto comparado à 
medida direta podem ser justificados por fatores motivacionais, uma vez que no campo jogadores 
podem ver o desempenho de seus companheiros. 
 Dessa forma, a relativização da intensidade de jogos de futebol a partir da freqüência cardíaca 
máxima de jogadores deve ser utilizada com cautela, uma vez que resultados diferentes podem ser 
encontrados em testes laboratoriais e de campo. 
 Em relação à temperatura ambiente no dia da realização dos testes, no presente estudo estavam 
respectivamente entre 21 e 24 °C, estando de acordo com Mortimer et al.(2006), que realizaram um 
trabalho de medida de VO2máx e FC em futebolistas profissionais das categorias juvenil e júnior, 
onde a temperatura média do ar foi de 23,9 ± 2,6 ºC. Desta maneira em ambientes termoneutros, 
com temperaturas entre 21 e 24 °C, os mecanismos termorregulatórios não estarão sendo muito 
solicitados20. 
Conclusão 
 Com base no objetivo deste estudo pode-se concluir que os atletas avaliadosnesta amostragem 
apresentaram maiores VO2máx no teste de medida direta, quanto comparado com o teste de medida 
indireta, para estabelecimento dos níveis de capacidade aeróbia. 
 Cabe ressaltar, entretanto as limitações desta pesquisa que avaliou somente atletas sub-13 
pertencentes a um único clube de futebol na categoria sub-13. Este fator limitante aliado ao baixo 
número de publicações relacionadas ao assunto, bem como, as controvérsias existentes na literatura 
sobre o custo benefício da utilização de testes de medida direta e indireta reportam para os cuidados 
que devem ser tomados na interpretação destes resultados. 
 Apesar destas limitações expostas acima, os resultados deste estudo servem como parâmetros de 
comparação para preparadores físicos e fisiologistas que trabalham com atletas nesta faixa etária e 
que encontram limitações na literatura esportiva de indicadores de rendimento para esses atletas. 
 O trabalho serve também para suscitar uma discussão sobre o custo benefício da utilização de 
medidas diretas e indiretas para avaliar capacidade aeróbia em atletas de futebol. Cabe aos 
profissionais responsáveis pela preparação física decidirem que tipo de método e forma de medida é 
a mais viável e aplicável a realidade do clube e da faixa etária em que trabalham. 
Referências bibliográficas 
 ACSM- American College of Sports Medicine: Testes de Esforço e Prescrição de 
Exercício. 5a edição. Rio de Janeiro: Revinter, 2000. 
 AL – HAZZAA, H. M. et al. Aerobic and anaerobic power characteristics of Saudi elite 
soccer players. Journal Sports Medicine Physical Fitness, v. 41, n. 1, p. 54- 61, mar. 
2001. 
 BANGSBO, J. LINDQUIST, F. Comparison of various exercise tests with endurance 
performance during soccer in professional players. Int. J. Sports Med. 1992; 13 (2): 
125- 32. 
 BANGSBO, J. The physiology of soccer, with special reference to intense intermittent 
exercise. Acta physiologica Scandinavica. An international journal of physiological 
sciences, v. 151, suplementum 619, 1994. 
 BARROS, T. e GUERRA, I. Ciência do futebol. 1a edição. Barueri: Manole, 2004. 
 BROZEK J, GRANDE F, ANDERSON JT, KEYS A. Densitometric analysis of body 
composition: revision of some quantitative assumptions. Ann. N. Y. Acad. Sci. 1963; 
110: 113-40. 
 BUNC V, PSOTTA R. Physiological profile of very young soccer players. J. Sports Med. 
Phys. Fitness. 2001; 41 (3): 337-41. 
 BUNC, V. e PSOTTA, R. Physiological profile of young soccer players. Journal of 
Sports Medicine and Physical Fitness. v. 41, n. 3, p. 337- 341, 2001. 
 CHAMARI K, HACHANA Y, AHMED YB, GALY O, SGHAIER F, CHATARD JC, et al. Field 
and laboratory testing in young elite soccer players. Br. J. Sports Med. 2004; 38 (2): 
191-6. 
 CHAMARI, K., et al. Appropriate interpretation of aeróbic capacity: allometric scaling 
inadult young soccer players. British Journal of Sports Medicine, v. 39, p. 97- 101, 
2005. 
 DENADAI BS. Consumo máximo de oxigênio: fatores determinantes e limitantes. Rev. 
Bras. Atividade Física & Saúde. 1995; 1 (1): 85-94. 
 DENADAI, B. S. Consumo máximo de oxigênio: fatores determinantes e 
limitantes. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. v. 1, n. 1, p. 85- 94, 1995. 
 DENCKER M, THORSSON O, KARLSSON MK, LINDÉN C, SVENSSON J, WOLLMER P, et 
al. Daily physical activity and its relation to aerobic fitness in children aged 8-11 
years. Eur. J. Appl. Physiol. 2006; 96 (5): 587-92. 
 FONSECA RMC, DE FRANÇA NM, VAN PRAAGH E. Relationship between indicators of 
fitness and bone density in adolescent Brazilian children. Pediatr. Exerc. Sci. 2008; 20 
(1): 40-9. 
 FONTANA, K. E. Comparação do VO2max através de metodologias de avaliação direta 
e indireta em esteira rolante e pista. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. 
Brasília, v. 4, n. 3, p. 78- 90, 1983. 
 GARCIA ES, RODRIGUES LO. Hipertermia durante a prática de exercícios físicos: 
riscos, sintomas e tratamento. Rev. Bras. Cienc. Esporte. 1998; 19 (3): 85-93. 
 HELGERUD, J.; ENGEN, L. C.; WISLOFF, U.; HOFF, J. Aerobic endurance training 
improves soccer performance. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 33, n. 
11, p. 1925-1931, 2001. 
 HOFF J, WISLOFF U, ENGEN LC, KEMI OJ, HELGERUD J. Soccer specific aerobic 
endurance training. Br. J. Sports Med. 2002; 36 (3): 218-21. 
 JONES A, HELMES P. Cardiorespiratory fitness in young British soccer players. In: 
Reilly T, Clarys J, Stibbe A. Science and football II. London/ New York: E. & F.N. 
Spon; 1993. 
 JONES, A. e HELMES, P. Cardiorespiratory fitness in young British soccer players. In: 
REILLY, T.; CLARYS, J.; STIBBE. A. Science and football II. London/ New York: E. & 
F.N. Spon, 1993. 
 KEMI OJ, HOFF J, ENGEN LC, HELGERUD J, WISLOFF U. Soccer specific testing of 
maximal oxygen uptake. J. Sports Med. Phys. Fitness. 2003; 43 (2): 139-44. 
 LIMA AMJ, SILVA DVG, SOUZA AOS. Correlação entre as medidas direta e indireta do 
VO2máx em atletas de futsal. Rev. Bras. Med. Esporte. 2005; 11 (3): 164-6. 
 LIMA, A. J.; SILVA, D. V. G.; SOUZA, A. O. S. Correlação entre as medidas direta e 
indireta do VO2max em atletas de futsal. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 
11, n. 3, p. 164- 166, Mai/ Jun. 2005. 
 MARINS JCB, GIANNICHI RS. Avaliação e Prescrição de Atividade Física: Guia Prático. 
3a ed. Rio de Janeiro: Shape; 2003. 
 MARINS, J. B. e GIANNICHI. R. Avaliação e Prescrição de Atividade Física: Guia 
Prático. 3a edição. Rio de Janeiro: Shape, 2001. 
 McARDLE, W.; KATCH, F.; KATCH, V. Fisiologia do exercício: Energia, Nutrição e 
Desempenho humano. 5a edição. Rio de Janeiro: Guanabara, 2001. 
 MOREIRA GMD. A influência do gramado molhado sobre o desempenho em um teste 
progressivo para jogadores de futebol. [Dissertação de Mestrado – Curso de 
Mestrado em Ciências do Movimento Humano]. Caxias do Sul (RS): Universidade de 
Caxias do Sul – UCS; 2001. 
 MORTIMER L, CONDESSA L, RODRIGUES V, COELHO D, SOARES D, SILAMI-GARCIA 
E. Comparação entre a intensidade do esforço realizada por jovens futebolistas no 
primeiro e no segundo tempo do jogo de Futebol. Rev. Port. Cien. Desp. 2006; 6 (2): 
154-9. 
 MORTIMER, L. A. C. F.; CONDESSA, L. A. ; RODRIGUES, V. M.; COELHO, D. B.; 
SOARES, D.D.; SILAMI-GARCIA, E. Comparação entre a intensidade do esforço 
realizada por jovens futebolistas no primeiro e no segundo tempo do jogo de 
futebol. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, v. 6, p. 154-159, 2006. 
 POWERS, S.; HOWLEY, E. Fisiologia do exercício: Teoria e aplicação ao 
condicionamento e ao desempenho. 3a edição, Rio de Janeiro: Manole, 2000. 
 REILLY T. Energetics of high-intensity exercise (soccer) with particular reference to 
fatigue. J. Sports Sci. 1997; 15 (3): 257-63. 
 REILLY, T. Motion characteristics. In: EKBLON, B. Football (soccer). Oxford: Blackwell 
Scientific, 1996. p. 31-42. 
 REILLY, T.; BANGSBO, J. e FRANKS, A. Anthropometric and physiological 
predispositions for elite soccer. Journal of Sports Sciences, London, v.18, p. 669- 83, 
2000. 
 RIENZI E, DRUST B, REILLY T, CARTER JEL, MARTIN A. Investigation of 
anthropometric and work-rate profiles of elite South American international soccer 
players. J. Sports Med. Phys. Fitness. 2000; 40 (2): 162-9. 
 RODRIGUES NA, PEREZ AJ, CARLETTI L, BISSOLI NS, ABREU GR. Maximum oxygen 
uptake in adolescents as measured by cardiopulmonary exercise testing: a 
classification proposal. J. Pediatr. 2006; 82 (6): 426-30. 
 SILVA, P. R. S. et al. Efeito do tempo da amostra ventilatória na variabilidade do 
consumo máximo de oxigênio (VO2max) em jogadores de futebol profissional. Revista 
Brasileira de Medicina do Esporte, v. 5, n. 2, p. 43- 46, Mar/ abr. 1999. 
 TAHARA Y, MOJI K, TSUNAWARE N, FUKUDA R, NAKAYAMA M, NAKAGAICHI M, et al. 
Physique, body composition and maximum oxygen consumption of selected soccer 
players of Kunimi High School, Nagasaki, Japan. J. Physiol. Anthropol. 2006;25 (4): 
291-7 
 TOLFREY K, BARKER A, THOM JM, MORSE CI, NARICI MV, BATTERHAM AM. Scaling 
of maximal oxygen uptake by lower leg muscle volume in boys and men. J. Appl. 
Physiol. 2006; 100 (6): 1851-6. 
 WEINECK, J. Futebol Total: o treinamento físico no futebol. São Paulo: Phorte 
editora, 2000.

Continue navegando