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Autismo Infantil - novas tendencias e perspectivas

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AUTISMO
INFANTIL
Novas tendências e
perspectivas
2ª edição
Francisco Baptista Assumpção Júnior
Evelyn Kuczynski
Editora Atheneu
2015
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1 – AUTISMO:
CONCEITO E DIAGNÓSTICO
Autismo:
Transtorno complexo do desenvolvimento.
Envolve atrasos e comprometimentos nas áreas de interação social e
linguagem.
A expressão “autismo” foi utilizada pela primeira vez por Eugene Bleuler em
1911, para designar a perda de contato com a realidade com dificuldade ou
impossibilidade de comunicação.
Leo Kanner caracterizou como isolamento extremo, obsessividade,
estereotipias e ecolalia.
Ritvo (1976), que passou a considerá-lo uma síndrome relacionada com um
déficit cognitivo e não uma psicose, caracterizando assim um transtorno do
desenvolvimento.
Gillberg (1990) que refere que “é altamente improvável que existam casos de
autismo não orgânico”. Estabelece-se assim que “o autismo é uma disfunção
orgânica – e não um problema dos pais. O novo modo de ver o autismo é
biológico”.
Transtornos do Espectro Autista (TEA) incluem diagnósticos de autismo,
síndrome de Asperger e transtornos invasivos do desenvolvimento não
especificados.
Esses problemas complexos do desenvolvimento se expressam de modos
diversos e surgem em diferentes combinações e, assim, nem todas as
crianças com o mesmo diagnóstico apresentam os mesmos sintomas nas
mesmas intensidades.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
TEORIA AFETIVA
Originalmente proposta por Kanner.
Crianças com autismo têm falhas constitucionais de componente de ação e
reação necessários para o desenvolvimento das relações pessoais com outras
pessoas, as quais envolvem afeto.
As relações pessoais são necessárias para a continuação do mundo próprio e
com os outros.
Os déficits das crianças com autismo na experiência social intersubjetiva têm
dois resultados especialmente importantes.
Déficit relativo no reconhecimento de outras pessoas como portadoras de
sentimentos próprios, pensamentos, desejos, intenções.
Déficit severo na capacidade para abstrair, sentir e pensar de modo simbólico.
Grande parte das inabilidades de cognição e linguagem das crianças com
autismo pode refletir déficit que tem íntima relação com o desenvolvimento
afetivo e social, e/ou déficits sociais dependentes da possibilidade de
simbolização.
TEORIA COGNITIVA
Baron-Cohen (1988, 1990, 1991) e Frith (1988) propõem uma teoria cognitiva para
autismo.
Também considera que a dificuldade central da criança autística é a
impossibilidade que tem para compreender estados mentais de outras
pessoas.
A base dessa visão poderia ser resumida da seguinte maneira: 1. Nossas
crenças sobre conceitos referentes ao mundo físico podem ser chamadas de
“representações primárias”.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
A teoria cognitiva sugere que no autismo a capacidade de
metarrepresentações está alterada, fazendo com que os padrões de interação
social sejam alterados. 
O autismo é causado por um déficit cognitivo central e um desses déficits
refere-se à capacidade para metarrepresentação.
Essa metarrepresentação é exigida nos padrões sociais que envolvem a
necessidade de atribuir estados mentais ao outro. Assim, padrões que não
requerem essa capacidade metarrepresentacional (como, por exemplo,
reconhecimento de gênero, permanência do objeto ou autorreconhecimento
no espelho) podem estar intactos no autismo, conforme esclarece Baron-
Cohen (1991).
A capacidade metarrepresentacional é obrigatória em padrões simbólicos
(como nos jogos).
Os padrões pragmáticos também requerem a presença dessa
metarrepresentação, razão pela qual estão alterados no autismo. Essa teoria
cognitiva pode ser visualizada graficamente na Figura 1.2 (Baronn Cohen, 1988).
Assim, considerando-se a questão da teoria da mente, acredita-se na
dificuldade desse indivíduo em perceber crenças, intenções, emoções e
conceitos de outras pessoas elaborando estados mentais a respeito delas.
 Paralelo a isso, sugere-se um déficit em suas funções executivas que lhe
dificultariam flexibilidade mental, atenção dirigida, planejamento estratégico e
raciocínio, bem como um déficit na integração contextualizada dos elementos,
ocasionando apreensão de detalhes de um fenômeno em lugar de sua
totalidade.
ENFIM, O TEA;
É uma entidade clínica, com características definidas, sobretudo em nível
cognitivo, o que possibilita a avaliação da dinâmica familiar dos pais de seus
portadores, uma vez que a sua educação e o processo de socialização cabem
à família, independentemente de processos de habilitação e tratamento.
Autismo uma doença crônica, ele exige da família uma série de
transformações para absorver em sua dinâmica um elemento com essa
deficiência em seu processo de desenvolvimento.
É considerado como uma síndrome comportamental com etiologias múltiplas
em consequência de um distúrbio de desen volvimento (Gilberg, 1990),
caracterizando-se por um déficit na interação social visualizado pela
inabilidade em relacionar-se com o outro, quase sempre combinado com
déficits de linguagem e alterações de comportamento.
Seu rastreamento pode ser realizado por meio de escalas diagnósticas
passíveis de serem aplicadas por professores especializados ou outros
profissionais.
Assim sendo, os transtornos do espectro autístico correspondem a quadros de
extrema complexidade e variabilidade, com prognóstico importante e que,
portanto, exigem em sua realização abordagens multidisciplinares.
Um protocolo geral, passível de adaptação, se considerado um interesse
puramente clínico pode ser estabelecido da seguinte maneira: 
1. História cuidadosa com antecedentes gestacionais, pré, peri e pós-natais.
2. Estudo neuropsiquiátrico envolvendo aspectos de desenvolvimento,
avaliação física (na busca e identificação de sinais dismórficos), neurológica e
psiquiátrica.
3. Testes auditivos. 
4. Avaliação oftalmológica. 
6. Neuroimagem:
TAC: assimetria de lobos cerebrais e dilatação ventricular; 
Ressonância magnética: diminuição de volumes de lobos VI e VII do vermis cerebelar,
agenesia de corpo caloso (síndrome de Aicardi);
Tomografia com ingestão intravenosa de Xenon 23: hipodébito de hemisférios a nível
frontal.
7. EEG – esclarecimento diagnóstico (síndrome de Lennox, síndrome de West, sín drome
de Landau-Kleffner): 
Correlação direta QI anormalidades de EEG; 
Correlação direta entre linguagem e anormalidades eletroencefalográficas.
8. Potenciais evocados: 
Auditivos de tronco cerebral – com latências prolongadas como na esquizofrenia ou
breves como no TDAH;
Auditivos corticais: inconsistentes, com amplitude pequena, latência curta e variabilidade
morfológica no RM.
9. Testes específicos de metabolismo visando à detecção de erros inatos.
10. Outros exames laboratoriais: 
Endócrinos: tireoide (T3, T4, TSH) – depressão e mania;
Suprarrenal (cortisol) transtorno de humor, ansiedade, delirium; n Hormônio antidiurético
– diabetes insípido (lítio); n Hemograma completo;
Eletrólitos (alterações de consciência);
Sorologia para doenças infecciosas (sífilis, HIV); n Toxicologia;
Dosagens séricas (Rosse; 1989).
11. Psicometria
Avaliações de desenvolvimento: – Motor: Brunet-Lézine; – Mental não verbal: Borel-
Maisonny;
– Cognição sensoriomotora: Uzgiris, Gesell, Portage; – Eficiência intelectual: WISC, WAIS; –
Sociabilidade: Vineland.
Avaliações de personalidade
Instrumentos específicos: Trail Making Test, Stroop, Rey, Visual Retention Test (atenção);
Rey Auditory, Rey Visual (memória).
Encontramos o TEA relacionado com
1. Infecções pré-natais: 
Rubéola congênita;
Sífilis congênita; n Toxoplasmose;
Citomegaloviroses.
2. Hipóxia neonatal. 
3. Infecções pós-natais – herpes simplex. 
4. Déficits sensoriais. 
5. Espasmos infantis – síndrome de West. 
6. Doença de Tay-Sachs. 
7. Fenilcetonúria – herança recessiva ligada ao cromossomo 12. 
8. Síndrome de Angelman – ocorrência esporádica, deleção proximal do braço longo do
cromossomo 15.
9. Síndrome de Prader-Willy – ocorrência esporádica, deleção proximal do braço longo do
cromossomo 15.
10. Esclerose tuberosa. 
11. Neurofibromatose.12. Síndrome de Cornélia De Lange – ocorrência esporádica, braço longo do cromossomo 3.
13. Síndrome de Williams.
14. Síndrome de Moebius.
15. Mucopolissacaridoses.
16. Síndrome de Down.
17. Síndrome de Turner.
18. Síndrome do X frágil.
19. Hipomelanose de Ito.
20. Síndrome de Zunich.
21. Síndrome de Aarskog.
22. Outras alterações estruturais.
23. Intoxicações.
INTRODUÇÃO
No que tange à Genética mais clássica, tradicional, o genoma humano normal
compõe-se de 23 pares cromossômicos, sendo 22 deles denominados
autossomos e um par de cromossomos sexuais.
Os autossomos são reunidos em sete diferentes grupos (denominados de A a
G), e em cada cromossomo chamamos o braço curto de “p”, e o longo,de “q”.
As informações do material faltante (deleção) ou adicional (inserção) são,
respectivamente, registradas pelos sinais “–” e “+”. Assim, um dado cariótipo
“46,XY,18q–” indica que se trata de um indivíduo do sexo masculino com
deleção no braço longo do cromossomo 18.
Quanto à caracterização, as alterações cromossômicas podem ser numéricas
(que incluem aqueles casos nos quais há um aumento ou uma diminuição do
número de cromossomos), ou estruturais (naqueles casos cujos cromossomos
apresentam alterações em sua própria estrutura).
As anormalidades cromossômicas numéricas dividem-se em poliploidias
(muitas delas incompatíveis com a vida humana, mas viáveis entre espécimes
vegetais) e as aneuploidias (que se caracterizam pela perda ou aquisição de
um, ou mais, cromossomos).
As trissomias (como a trissomia do 21, a muito conhecida e frequente síndrome
de Down) são mais comuns, seguidas das monossomias (sendo um bom
exemplo a síndrome de Turner, de genótipo 45,X0).
CAPÍTULO 2 – AUTISMO:
ANORMALIDADES
GENÉTICAS E AUTISMO
INFANTIL
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Nas anormalidades estruturais, quebras podem surgir durante a divisão celular
e dão origem a deleções (perda de material), inserções (acréscimo), ou
translocações (material inserido por acréscimo ou substituição em outro,
como, por exemplo, parte do braço do autossomo 8 se acoplar ao cromossomo
X). 
A translocação será chamada de balanceada (ou não balanceada) se a carga
genômica total for respectivamente normal (ou não). A translocação será
recíproca quando ocorre troca de material entre dois cromossomos, e
robertsoniana, quando boa parte de um cromossomo acrocêntrico (aquele
cujo centrômero situa-se próximo à sua porção terminal) se acoplar a outro. 
Outras anormalidades estruturais incluem a duplicação e a inversão, sendo a
última quando parte de um cromossomo sofre rotação (Kuczynski, 1996).
Os anos 1960 e 1970 foram céticos sobre o papel dos fatores genéticos na
gênese do autismo.
As evidências replicadas tanto em estudos com gêmeos quanto em famílias
durante as décadas de 1970 e 1980 reforçaram a hipótese genética e
levantaram a probabilidade de que se tratava de um fenótipo autístico muito
mais amplo do que a categoria de diagnóstico mais convencional.
Outra linha de investigação envolveu estudos com famílias, visando identificar
a taxa de autismo em irmãos e pais para avaliar padrões familiares de
transmissão.
A frequência do quadro cerca de quatro vezes maior em meninos do que em
meninas (Smalley, 1997) sugere o envolvimento de cromossomos sexuais e
efeitos de imprinting3 associados à etiologia, ainda que nenhum gene
específico tenha sido implicado.
Nos anos 1970 e 1980, surgiu um grande número de estudos clínicos de
autismo apresentando achados positivos (Rutter, 1999a; Rutter, 1999b). Um
sem-número de condições médicas foi descrito em associação ao autismo.
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Além disso, uma verdadeira miríade de anomalias cromossômicas foi
identificada em indivíduos com autismo (Assumpção Jr., 2007; Kuczynski, 1996;
Gillberg, 1985), mas a mais proeminente dentre elas parecia ser a fragilidade do
cromossomo X.
Já na década de 1990, os estudos identificavam uma forte associação do
autismo à esclerose tuberosa, doença autossômica dominante de penetrância
variável (Smalley, 1998). A partir desses achados sucessivos, duas importantes
implicações surgiram. Em primeiro lugar, surgiu o consenso de que a
investigação sistemática de condições médicas e anomalias cromossômicas
deveria se tornar parte essencial da abordagem diagnóstica das crianças
avaliadas por suspeita de autismo. Em segundo lugar, o autismo passou a ser
considerado uma condição heterogênea sob o aspecto etiológico (Rutter,
2000).
Infelizmente, fato é que a etiologia do autismo segue sendo ignorada, por mais
que a comunidade científica empenhada em inúmeros estudos tente
desvendar os possíveis fatores genéticos a ele associados. No entanto, a
ausência da identificação de um possível fator genético causador não invalida
outras evidências que reiteram a etiologia genética como altamente provável.
Assim, temos vários autores apontando para: 
A alta associação de autismo a retardo mental (até 80% dos casos);1.
A alta incidência de convulsões nessa população (média de 35%); n Os níveis
séricos aumentados de serotonina; n O tamanho aumentado do encéfalo;
2.
A diminuição da quantidade de neurônios e sinapses em amígdala, hipocampo
e cerebelo (Kemper, 1998).
3.
Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma desordem psiquiátrica que
começa na infância e tem evolução crônica.
O diagnóstico é baseado no início precoce e no comprometimento de duas
áreas de funcionamento mental: interação social/linguagem e habilidade
criativa.
Comportamentos repetitivos, compulsivos e obsessivos são importantes na
prática clínica, mas há poucos estudos sobre esses temas em pessoas
autistas.
Alguns comportamentos repetitivos mais complexos são considerados
características específicas do TEA.
Estudar padrões de comportamentos compulsivos, interesses restritos e
pensamentos obsessivos em indivíduos com TEA é crucial para um
diagnóstico correto, compreensão das causas e desenvolvimento de terapias.
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 3 – AUTISMO:
COMPULSÕES, OBSESSÕES E
AUTISMO
PENSAMENTOS OBSESSIVOS E COMPULSÕES
Pensamentos obsessivos são ideias, imagens ou impulsos que entram
repetidamente na mente do indivíduo de forma estereotipada.
Atos ou rituais compulsivos são comportamentos repetitivos que não são
agradáveis nem resultam em tarefas úteis.
Segundo a OMS (1993), pensamentos obsessivos e atos compulsivos devem ser
reconhecidos pelo próprio indivíduo, não serem prazerosos em si mesmos e
serem desagradavelmente repetitivos.
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Referências a pensamentos obsessivos são comuns na literatura sobre
autismo infantil, mas o termo "obsessivo" deve ser usado com cautela, pois as
crianças autistas têm dificuldade em conceituar seus próprios estados
mentais.
Indivíduos autistas não demonstram resistência aos pensamentos obsessivos,
o que é essencial para definir pensamentos obsessivos.
Tanto pessoas com TEA quanto com transtornos obsessivo-compulsivos
podem apresentar fixação a rotinas, padrões ritualizados de comportamento e
interesses restritos.
Diferenciar comportamentos ritualísticos, adesão a rotinas e estereotipias do
autismo das obsessões e compulsões do transtorno obsessivo-compulsivo é
um desafio.
Baron-Cohen argumenta que os termos obsessão e compulsão não devem ser
usados para descrever os padrões de comportamento repetitivos e interesses
restritos no autismo, pois não são egossintônicos e os indivíduos fazem pouco
esforço para neutralizá-los.
PENSAMENTOS OBSESSIVOS E TEA
É difícil avaliar o quanto os pensamentos obsessivos são comuns em pessoas
autistas porque elastêm dificuldade em falar sobre seus pensamentos.
Mas para quem convive com pessoas autistas, é claro que alguns
pensamentos são repetitivos e intrusivos.
Mesmo que não pareçam desagradáveis, esses pensamentos podem levar a
comportamentos repetitivos semelhantes aos de pessoas com transtorno
obsessivo-compulsivo.
Se as pessoas autistas não podem repetir seus comportamentos ou manter
suas rotinas, elas podem ficar ansiosas e sofrer.
É difícil coletar informações sobre obsessões em pessoas autistas porque elas
têm problemas de comunicação e podem ter dificuldade em entender
perguntas.
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Os pais podem perceber que seus filhos têm ideias obsessivas com base em
seus comportamentos repetitivos, não necessariamente em seus relatos.
Estudos mostram que os pensamentos mais comuns em adultos autistas são
lembranças constantes de fatos, acumulação de objetos e medo de
contaminação.
Os comportamentos repetitivos mais comuns em pessoas autistas incluem
repetição, tocar ou bater em objetos, organização de coisas, acumulação de
objetos e comportamentos autoagressivos.
Baron-Cohen e Wheelwright (1999) mostraram que pensamentos obsessivos
em crianças autistas estão relacionados a objetos concretos, linguagem,
comida, televisão, vínculos com pessoas e classificação de objetos.
Um estudo descritivo feito por Moraes (2004) usando a Escala de Obsessões e
Compulsões de Yale-Brown mostrou que pensamentos obsessivos em pessoas
com autismo são raros e semelhantes aos de pessoas com síndrome de
Asperger ou retardo mental.
Não houve diferença significativa na incomodidade com ruídos entre pessoas
autistas, com síndrome de Asperger ou com retardo mental.
A necessidade de simetria ou exatidão foi mais comum em pessoas com
síndrome de Asperger, sugerindo que esse comportamento é mais específico
em pessoas autistas com menos comprometimento intelectual.
No entanto, esse padrão de comportamento foi encontrado em apenas um
quarto das pessoas com síndrome de Asperger estudadas.
Obsessões de contaminação, sexuais e religiosas são raras em pessoas
autistas e podem ser mais comuns em pessoas com transtorno obsessivo-
compulsivo.
Um estudo de Rapoport e colaboradores (1992) mostrou que obsessões puras
são muito raras em autistas, enquanto comportamentos compulsivos são
mais comuns.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
COMPORTAMENTOS REPETITIVOS, COMPULSÕES
E AUTISMO INFANTIL
94% dos indivíduos autistas apresentam algum tipo de comportamento
compulsivo, como movimentos repetitivos e apego a objetos específicos.
Esses comportamentos compulsivos podem ser simples, como movimentos
repetitivos, ou complexos, como interesse restrito em atividades específicas.
Os movimentos estereotipados são comuns em autistas e são mais graves do
que em grupos controle da mesma idade e nível intelectual.
Autistas com inteligência normal tendem a ter interesses restritos em
comparação com outras condições, como a síndrome de Asperger.
Autistas demonstram extrema angústia com mudanças de rotina e rituais
elaborados, enquanto em não autistas, os rituais são mais restritos às
atividades pessoais.
A insistência na mesmice é um sintoma específico do autismo, mas é pouco
explorada em estudos.
Comportamentos repetitivos e interesses restritos são comuns em pessoas
com autismo, síndrome de Asperger e retardo mental, segundo estudos no
Brasil.
Comportamentos repetitivos e compulsões variam de acordo com o tipo de
transtorno.
Na síndrome de Asperger e autismo infantil, são mais comuns compulsões de
repetição, necessidade de simetria, colecionismo, acúmulo de objetos e
interesse por objetos que giram.
Comportamentos ritualísticos para comer são mais comuns em pessoas com
comportamentos autistas do que em pessoas com retardo mental puro.
Comportamentos como apego e manipulação pouco criativa de objetos,
interesses sensoriais estranhos e estereotipias motoras são mais frequentes
em pessoas com baixo nível intelectual.
Autoagressividade é mais comum em autistas, especialmente em indivíduos
com baixo nível intelectual.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
POSSÍVEIS CAUSAS DOS COMPORTAMENTOS
REPETITIVOS
Existem duas linhas de pesquisa sobre comportamentos repetitivos em
pessoas autistas.
Uma delas sugere que esses comportamentos ocorrem para reduzir o input
sensorial alto que os autistas recebem.
A outra linha diz que os comportamentos repetitivos são aprendidos e
mantidos porque oferecem reforço sensorial.
Ainda há debate sobre se essas teorias explicam completamente esses
comportamentos.
A ideia de que os comportamentos repetitivos reduzem os altos níveis de alerta
persiste há décadas.
Essa teoria sugere que os movimentos repetitivos ajudam a bloquear a
sobrecarga sensorial e a manter um equilíbrio.
Outra hipótese é que os comportamentos repetitivos são uma forma de lidar
com a ansiedade e a dificuldade de entender outras pessoas.
Alguns sugerem que a insistência na mesmice é uma forma de controlar um
ambiente imprevisível.
A maneira como os autistas processam informações pode levar a
comportamentos repetitivos, focando mais em detalhes do que no quadro
geral.
A teoria de disfunção executiva propõe que os autistas têm dificuldade em
controlar seus comportamentos, o que pode levar à repetição de ações.
LIDANDO COM OS COMPORTAMENTOS RÍGIDOS
E OS RITUAIS OBSESSIVOS
Comportamentos compulsivos e rituais obsessivos causam problemas na vida
social e familiar do autista.
A impossibilidade de realizar esses comportamentos pode levar a altos níveis
de ansiedade e agitação.
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Tratamento deve envolver intervenções comportamentais, educacionais e, às
vezes, farmacológicas.
Estratégias de tratamento devem focar nos sintomas que prejudicam o
paciente e sua família.
Modificação gradual do comportamento é eficaz para evitar interrupções nas
atividades diárias.
Estratégias propostas incluem estabelecer regras claras, criar um programa
diário estruturado e estimulante, e permitir que o indivíduo evite demandas
sociais estressantes.
É importante ajudar o indivíduo a colaborar com as mudanças, fornecendo
avisos visuais sobre alterações na rotina.
Melhorar as habilidades comunicativas pode ajudar a reduzir comportamentos
repetitivos, já que os autistas buscam previsibilidade devido às dificuldades de
comunicação.
Terapia cognitivo-comportamental (TCC) e gerenciamento da ansiedade
ajudaram a melhorar comportamentos obsessivos e compulsivos em adultos e
adolescentes com transtorno do espectro autista.
Apesar das diferenças entre transtorno obsessivo-compulsivo e padrões
repetitivos de comportamento no autismo infantil, há uma ideia atrativa de que
compartilham os mesmos problemas biológicos.
Medicamentos inibidores da recaptação de serotonina, como clomipramina,
fluoxetina, sertralina e fluvoxamina, têm sido estudados para melhorar
sintomas.
Efeitos colaterais, como piora da ansiedade e distúrbios do sono, podem
ocorrer no início do tratamento.
Clonidina e guanfacina podem ser alternativas para melhorar sintomas de
inflexibilidade a curto prazo.
Medicamentos antipsicóticos, como olanzapina, risperidona e ziprazidona, têm
mostrado eficácia em diminuir estereotipias motoras e comportamentos
perseverantes.
Efeitos colaterais incluem sonolência, ganho de peso e mudanças de humor.
A epilepsia é definida como uma doença cerebral com base em diferentes
condições:
Pelo menos duas crises epilépticas não provocadas, ocorrendo com pelo
menos 24 horas de intervalo entre elas.
1.
Uma crise não provocada associada a uma alta probabilidade de recorrência
futura, após duas crises não provocadas em um período de dez anos.
2.
Diagnóstico de uma síndrome epiléptica específica,como a síndrome de West.
A epilepsia é considerada resolvida em pessoas que tiveram uma síndrome
epiléptica na infância, mas que ultrapassaram a idade esperada ou que estão
livres de crises por pelo menos dez anos, sem uso de medicamentos
antiepilépticos nos últimos cinco anos.
Muitas epilepsias infantis são causadas por defeitos genéticos ativados por
gatilhos durante as crises, enquanto outras são resultado de condições
cerebrais patológicas ou erros metabólicos.
A epilepsia afeta aproximadamente 3% da população em algum momento da
vida e é uma das principais causas de procura por atendimento
neuropsiquiátrico, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A OMS considera a epilepsia uma questão de saúde pública devido à sua alta
incidência e prevalência, comparável à AIDS em termos de mortalidade no
Reino Unido.
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 4 – EPILEPSIA
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SEUS PRIMEIROS CLIENTES
ESPECTRO AUTISTA E EPILEPSIA
Epilepsia e Transtornos do Espectro Autista (TEA) são frequentemente
encontrados na infância.
A comorbidade entre essas condições traz implicações importantes para o
tratamento e manejo das crises epilépticas, considerando o amplo fenótipo
dos TEA.
O diagnóstico de epilepsia em pessoas com TEA pode ser complicado, pois
ausências complexas podem ser confundidas com comportamentos típicos da
infância, e movimentos semelhantes a tiques podem dificultar a diferenciação
entre crises epilépticas.
Todos os tipos de epilepsia podem estar associados aos TEA, com variações
na prevalência e nos tipos de crises, especialmente em pessoas com retardo
mental.
A epilepsia nos TEA tem dois picos de prevalência: na infância e na
adolescência, sendo este último potencialmente o mais prevalente.
A prevalência de crises epilépticas em pessoas com TEA varia de acordo com
as faixas etárias estudadas, com taxas mais altas em estudos que incluem
adolescentes e adultos.
As diferenças marcantes na idade de início da epilepsia sugerem a existência
de subgrupos distintos de crianças com TEA e epilepsia.
A ligação direta entre Transtorno do Espectro Autista (TEA) e anormalidades
eletroencefalográficas específicas ainda não está totalmente estabelecida.
O eletroencefalograma (EEG) geralmente não é usado para diagnosticar TEA,
sendo solicitado principalmente quando há suspeita de epilepsia.
No entanto, há uma alta incidência de TEA em pessoas com epilepsia,
sugerindo uma possível base neurobiológica comum.
Crianças com TEA frequentemente apresentam várias alterações no EEG,
incluindo alterações epileptiformes e não específicas.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
As anormalidades epileptiformes são as mais comuns, incluindo atividade
paroxística focal, multifocal e generalizada.
A presença de epilepsia e anormalidades no EEG pode desempenhar um papel
importante na compreensão das anormalidades neurológicas nos TEA, mas
ainda não é possível prever quais crianças com TEA desenvolverão epilepsia ou
anormalidades no EEG.
Tentativas de identificar padrões específicos no EEG podem ajudar no
diagnóstico precoce e na escolha de tratamentos, mas ainda não está claro
como a epilepsia e as anormalidades no EEG afetam a cognição, o
comportamento e a linguagem em pessoas com TEA.
A incidência de anormalidades no EEG varia em diferentes estudos, podendo
ser explicada por diferentes critérios de diagnóstico, condições associadas e
métodos de obtenção e interpretação de exames.
Estudos mostram que as meninas com TEA têm uma incidência maior de
epilepsia do que os meninos, provavelmente devido à associação entre retardo
mental e comportamento autístico.
Embora o retardo mental aumente o risco de epilepsia, o autismo em si
também está associado a altas taxas de epilepsia.
A epilepsia é mais comum em pacientes com autismo que têm dificuldades na
compreensão da linguagem.
A coexistência frequente de crises epilépticas em pessoas com distúrbios de
desenvolvimento sugere uma possível ligação biológica entre essas condições,
mas isso ainda precisa ser investigado mais profundamente.
Além de possivelmente resultar de disfunção cerebral, a epilepsia pode causar
problemas adicionais no desenvolvimento, aprendizado, comportamento e
qualidade de vida das crianças com autismo.
Uma pequena parte dos casos de TEA surge junto com condições neurológicas
ou genéticas já conhecidas, como síndrome do X-frágil, esclerose tuberosa e
duplicação do cromossomo 15, frequentemente associadas à epilepsia.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
A relação entre distúrbios cognitivos e paroxismos epileptiformes subclínicos
não é clara, e não está claro se todos os pacientes com essas descargas
apresentam perda cognitiva transitória.
A relação entre regressão e epilepsia no autismo ainda não é bem
compreendida, assim como seu impacto nos aspectos clínicos do autismo,
como linguagem e comportamentos repetitivos.
A síndrome de Landau-Kleffner é uma síndrome epiléptica que pode se
assemelhar ao autismo devido ao comprometimento da linguagem e do
comportamento, mas é caracterizada por uma perda adquirida da linguagem e
anormalidades no EEG.
As anormalidades no EEG podem ser influenciadas pelo método de exame,
sendo mais frequentemente identificadas em registros noturnos ou
prolongados.
A relação entre atividade epileptiforme e sintomas autistas ainda não está
clara, e crianças com TEA podem apresentar comportamentos que se
assemelham a crises epilépticas, especialmente aquelas com deficiência
intelectual, o que torna o diagnóstico de epilepsia mais desafiador.
TEA (Transtorno do Espectro do Autismo) relaciona-se com dificuldades na
teoria da mente (TM), que é a capacidade de entender e prever os
pensamentos e comportamentos dos outros.
Segundo teóricos como Harris e Wellman, a TM começa a se desenvolver por
volta dos 3 anos de idade, quando a criança começa a entender seus próprios
estados mentais e os dos outros.
O desenvolvimento da TM passa por diferentes estágios: representações
sensoriais no primeiro ano de vida, representações simbólicas no segundo ano
e metarrepresentação no terceiro ano.
A metarrepresentação envolve a capacidade de entender que as
representações mentais podem ser diferentes da realidade e podem ser
manipuladas.
Compartilhar construções imaginárias e entender o faz de conta nos outros é
fundamental para desenvolver a capacidade de compreender o estado mental
dos outros.
Existem diferentes conceitos de metarrepresentação, com algumas teorias
enfatizando a compreensão do próprio ato de representação.
Estudos experimentais, como o teste de Sally-Anne, ajudam a avaliar a
capacidade das crianças, incluindo aquelas com TEA, de entender as crenças e
pensamentos dos outros através de situações sociais.
Um aspecto crucial da teoria da mente é entender como as crenças
influenciam as ações das pessoas.
A TEORIA DA MENTE
CAPÍTULO 5 –TEORIAS
COGNITIVAS E AUTISMO
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
Um teste com bonecas chamado "Sally-Anne" mostra que crianças com TEA
têm dificuldades em compreender as falsas crenças das outras pessoas.
Por exemplo, as crianças com TEA tendem a acreditar que Sally procurará seu
brinquedo onde outra boneca, Anne, o colocou, mesmo que Sally não saiba
dessa mudança.
Este teste revelou que crianças com autismo têm atrasos ou desvios no
desenvolvimento da teoria da mente.
Isso pode resultar em dificuldades no comportamento social e na linguagem,
pois têm problemas em entender e comunicar sobre os estados mentais das
outras pessoas.
O autor destaca a importância do olhar na interpretação de ações ambíguas
relacionadas aos estados mentais, como parte do mecanismo de atenção
compartilhada.
A atenção compartilhada permite que a criança entenda o comportamento
não apenas em termos de ações e percepções, mas também em termos de
pensamento, conhecimento e crença.
Essa habilidade utiliza o conceito de opacidade ou decouple, descrito por
Leslie, que sugere que alguns mecanismos mentais podem não estar
diretamente ligados à realidade.
Na teoria proposta, os mecanismos de detecção deintencionalidade e
direcionamento do olhar estariam funcionando normalmente em crianças com
TEA, enquanto os mecanismos de atenção compartilhada e teoria da mente
estariam comprometidos.
Comportamentos sociais que não exigem entender os pensamentos dos
outros, como abraçar e buscar ajuda, podem não ser afetados, ao contrário
daqueles que envolvem compreender os estados mentais dos outros.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
EMPATIA-SISTEMATIZAÇÃO
Um segundo modelo, derivado da teoria MB, propõe que dois traços - empatia
e sistematização - estão presentes em toda a população e explicam as
diferenças nos graus de autismo e variações no desempenho em tarefas
normais.
A teoria ES usa os interesses restritos característicos dos TEA, sugerindo que
esses indivíduos têm habilidades superiores de sistematização, mas
deficiências em empatia.
Sistematização é definida como o impulso de entender e construir sistemas,
onde um sistema é qualquer coisa que possa ser governada por regras que
relacionam entrada, operação e resultado.
O modelo ES se baseia na teoria MB e na teoria afetiva de Hobson, explicando
as falhas em empatia nos TEA e algumas diferenças cognitivas entre os sexos.
Mulheres tendem a ter melhor desempenho em tarefas de empatia, enquanto
homens são mais sistematizadores, com habilidades em tarefas visuomotoras
e raciocínio espacial.
Essas diferenças de habilidades são explicadas pela seleção evolutiva, com
mulheres cuidando da prole e homens caçando, levando aos cérebros
"extremamente masculinos" nos TEA.
Meninas aos 12 meses têm mais contato visual do que meninos.
Crianças com TEA têm menos contato visual do que meninos normais.
Meninas se saem melhor em testes de "faux pas" do que meninos, que por sua
vez se saem melhor do que crianças com autismo.
Em relação à sistematização, pessoas com TEA às vezes alcançam os mesmos
resultados que a população masculina em geral.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
TEORIAS NEUROPSICOLÓGICAS
Indivíduos com autismo apresentam comportamentos semelhantes àqueles
com disfunção dos lobos frontais, como inflexibilidade e dificuldade em mudar
de estratégia.
Testes como o Wisconsin Card Sorting Test mostraram que pessoas com
autismo têm dificuldades em funções executivas.
Crianças com autismo tendem a perseverar em estratégias incorretas em
tarefas que exigem planejamento.
A capacidade de atenção compartilhada, relacionada ao desenvolvimento dos
lobos frontais, também pode ser afetada no autismo.
FUNÇÃO EXECUTIVA
COERÊNCIA CENTRAL
A teoria de Frith (1989) baseia-se nas diferenças no processamento da
informação em crianças com autismo.
Uma característica marcante é a falta de tendência em juntar partes de
informações para formar um todo com significado, chamada de coerência
central.
Essa teoria busca explicar não apenas os déficits, mas também as habilidades
preservadas ou superiores em crianças com autismo.
Crianças com autismo tendem a se sair melhor em tarefas que envolvem ver
partes em vez de um todo, como na reunião e classificação de imagens.
Eles também se destacam em tarefas de memorização de sequências sem
sentido, em vez de palavras com significado.
A teoria da coerência central prevê comprometimento apenas em funções
executivas associadas à integração de estímulos em um contexto
Em 1976, Edward Ritvo publicou um livro sobre autismo, seguido por outro livro
de Michael Rutter e Eric Schopler em 1978, mudando a visão do autismo como
uma síndrome comportamental.
Antes, o autismo era visto como uma psicose infantil, mas os estudos
revelaram uma tríade de características: grave prejuízo social, dificuldades de
comunicação e ausência de atividade imaginativa.
Na década de 1980, surgiu uma teoria cognitiva que destacava a incapacidade
das crianças autistas de entender os estados mentais dos outros, chamada de
"teoria da mente".
Terapias cognitivo-comportamentais foram desenvolvidas para ajudar os
pacientes autistas a aprenderem comportamentos sociais e regular suas
emoções.
Na década de 1990, começou-se a questionar se o déficit primário no autismo
seria mais afetivo do que cognitivo, com estudos mostrando uma ligação
íntima entre habilidades cognitivas e afetivas.
No século XXI, novos conhecimentos em neurofisiologia e neuropsicologia
permitiram integrar a compreensão do autismo aos paradigmas
psicodinâmicos, revelando desregulações em múltiplos sistemas neurais.
As teorias psicodinâmicas sobre o autismo estão em constante evolução, e a
abordagem interdisciplinar tem levado a novas hipóteses e propostas
terapêuticas.
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 6 –TEORIAS
AFETIVAS E AUTISMO
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
A TEORIA DE HOBSON
Hobson (1989) criticou autores da psicanálise e psicologia analítica por
inferirem conceitos do autismo a partir de intervenções terapêuticas
tradicionais, sem considerar a vida psíquica das crianças autistas.
Ele formulou os fundamentos das teorias afetivas atuais sobre o autismo na
década de 1980, aproximando-se de uma perspectiva psicanalítica.
Hobson sugeriu que crianças autistas têm falhas constitucionais nos
componentes necessários para desenvolver relações emocionais com outras
pessoas.
Ele postulou que as relações interpessoais são fundamentais para o
desenvolvimento do pensamento, mais básicas que a linguagem.
Para Hobson, o engajamento social é essencial para o desenvolvimento mental,
e a falta de conexão emocional nas crianças autistas tem implicações na
capacidade de pensar.
Ele enfatizou que crianças com autismo não têm o contato interpessoal
necessário para desenvolver uma vida imaginativa e para compreender as
emoções e pensamentos dos outros.
Crianças com autismo muitas vezes não desenvolvem linguagem porque não
conseguem se conectar emocionalmente com os outros.
A falta de contato interpessoal prejudica a compreensão do significado da
linguagem e a troca de ideias.
Segundo Hobson (2004), o pensamento surge através da interação com outras
pessoas, antes mesmo de a criança falar.
Movimentos na orientação mental permitem que a criança entenda diferentes
perspectivas e atribua significados aos símbolos.
Crianças com autismo têm dificuldade em usar símbolos de forma criativa
devido à falta de conexão emocional com o mundo e com os outros.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
Hobson questiona o termo "teoria da mente", sugerindo que a compreensão da
mente das pessoas surge através das interações sociais.
A capacidade da criança de pensar sobre o pensamento depende de como ela
interage com seus cuidadores desde cedo.
O desenvolvimento do pensamento criativo é impedido no autismo devido à
falta de engajamento social.
Nos transtornos do espectro do autismo, a ausência de interação social
impede o desenvolvimento pleno da mente.
Hobson (2004) adotou a teoria da intersubjetividade para explicar o autismo,
destacando que o déficit está na relação entre a pessoa autista e os outros.
Quando a criança autista não experimenta formas típicas de interação social,
tanto sua consciência de si mesma quanto seu pensamento são afetados.
As pessoas com autismo podem pensar de forma sofisticada, mas de maneira
peculiar, sem fundamentar seu pensamento nas perspectivas compartilhadas
com os outros.
Hobson (2010) reafirmou a importância de focar no desenvolvimento da
consciência de si e do outro para entender o autismo.
Ele considera que estudar as limitações desse relacionamento é fundamental
para compreender a origem do autismo.
A PERSPECTIVA INTERSUBJETIVA
Segundo Roser e Buchholz (1996), no desenvolvimento normal, a criança e o
cuidador criam um sistema mutuamente regulador que dá à criança a
experiência de ser cuidada e reativa a alguém.
Esse sistema é fundamental para a criança desenvolver uma noção de si
mesma em relação ao outro.
No entanto, crianças com autismo não desenvolvem esse sistema.
Isso leva ao isolamento impedindo a criança de adquirir a noção de si em
relação ao outro.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
A PSICANÁLISE KLEINIANA
Alvarez e Reid (1999) do TavistockAutism Workshop estudaram o autismo na
linha da psicanálise kleiniana, destacando a intrincada relação entre a
personalidade única de cada indivíduo com os sintomas do autismo.
Elas afirmam que as pessoas com autismo geralmente não têm um sentido de
um mundo habitado por pessoas com mentes, o que é crucial para o
desenvolvimento da mente humana.
O tratamento psicanalítico para o autismo enfoca o relacionamento entre
paciente e terapeuta, visando superar o prejuízo social central no autismo.
Fonseca e Bussab (2004) exploraram a associação entre perspectivas
psicanalíticas e etológicas para compreender melhor o comportamento das
crianças com autismo e melhorar seu atendimento.
Eles discutiram a dificuldade das crianças com autismo em usar pronomes
pessoais, relacionando isso ao déficit no desenvolvimento da noção de si
mesmo e do outro.
Barros (2011) destacou duas tarefas no tratamento psicanalítico do autismo:
identificar os conceitos relacionados à síndrome autística e buscar estratégias
técnicas para lidar com esses estados.
A VISÃO LACANIANA
Para Berlink, o autismo é uma organização narcísica do vazio, onde não existe
Eros, apenas autoerotismo, e a pulsão não se entrelaça com os objetos.
Kupfer (1999), com uma perspectiva lacaniana, enfatiza que no autismo não há
como supor a existência de um sujeito prévio, já que o sujeito é efeito da
operação significante.
O tratamento proposto busca reintroduzir a operação significante, buscando
os restos das marcas que não se “significantizaram” para reintegrá-las na
prática terapêutica.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
UMA PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA JUNGUIANA
No autismo, o desenvolvimento psicológico é atípico, não seguindo os trajetos
típicos da estruturação da consciência.
Araujo (2000) postulou uma agenesia da estruturação matriarcal da
consciência nas pessoas com autismo.
Bebês com autismo apresentam reatividade alterada desde o início da vida,
não reagindo aos outros seres humanos como esperado.
Segundo a psicologia junguiana, o desenvolvimento é arquetípico, ocorrendo
sob a ordenação do Self, arquétipo central como princípio de totalidade.
Os arquétipos são gestalts que funcionam como base para a elaboração de
padrões no mundo simbólico.
Diferentes trajetos de desenvolvimento podem ser traçados em função da
interação dos mecanismos genéticos com a circunstancialidade envolvente.
A integração dos arquétipos propicia o processo de individuação, mas nas
pessoas com autismo, essa integração parece estar muito alterada.
Araujo (2000) considerou que as pessoas com autismo enfrentam um
processo de desenvolvimento psicológico difícil e penoso.
Apenas uma minoria das pessoas com autismo, especialmente aquelas com
inteligência preservada, pode chegar a um processo de individuação.
UM PROCESSO DE INDIVIDUAÇÃO PECULIAR
No autismo, há uma hipotrofia ou atrofia do papel "Filho da Mãe", dificultando a
ligação com a maternagem humana.
Os dinamismos matriarcais como cuidado, carinho e aconchego não são
eficazes, e o amor de mãe não é compreendido ou correspondido.
O desenvolvimento da criança com autismo é peculiar, pois não há vivência
nem representação da relação com o cuidador.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
Crianças com autismo apresentam déficits nos processos afetivos e sociais
desde cedo, o que afeta a aquisição da teoria da mente.
A impossibilidade de adquirir uma teoria da mente pode resultar de déficits
motivacionais para a interação desde o início da vida.
Esses déficits afetam a interação afetiva, a sociabilidade e a cognição ao longo
do desenvolvimento.
Bebês com autismo têm percepção e reação anormais aos significados das
expressões emocionais, afetando a comunicação não verbal e a compreensão
da realidade.
Bebês no espectro do autismo podem não buscar conforto físico dos pais e
reagir negativamente ao serem acariciados.
Muitas vezes, preferem ficar sozinhos e demonstram pouco interesse na voz
humana, o que pode levar à suspeita de surdez.
Falta de motivação para interação social desde o nascimento pode prejudicar
o desenvolvimento da comunicação.
Essas crianças geralmente não fazem contato visual e não demonstram troca
de olhares.
A relação mãe-criança pode ser difícil, pois a criança parece viver em um
mundo diferente, com dificuldade de comunicação.
Ausência ou desvio do olhar e outras alterações nas interações não verbais
prejudicam o desenvolvimento emocional compartilhado.
A falta de atenção conjunta, habilidade pré-verbal de comunicação, é um dos
principais problemas no desenvolvimento da criança com autismo.
Distúrbios de comunicação e comportamentos estereotipados mantêm a
criança isolada dos outros.
Em crianças com autismo, o processo de relacionar emoções, estados
fisiológicos, crenças e desejos está alterado.
Falta o desejo pelo outro e a percepção de si e do outro é prejudicada pela
ausência do espaço da falta.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
A ausência do desejo pelo outro impede a emergência da fantasia e dificulta
atribuir sentimentos e intenções aos outros.
Pessoas com autismo parecem viver fora do padrão humano, com uma
estruturação psicológica diferente.
A falta de representação das experiências eu-outro e matriarcais dificulta a
vivência de separação e falta.
O apego às figuras parentais é mais por segurança do que por filiação e não
fortalece a capacidade de amar.
A impossibilidade de constelação do arquétipo matriarcal coloca em risco a
sobrevivência da criança.
A dificuldade de comunicação leva a crises de angústia e isolamento.
As pessoas com autismo precisam ser entendidas em sua peculiaridade para
receberem o atendimento adequado.
Sob a dominância patriarcal, as crianças com autismo desenvolvem trocas
afetivas a partir das trocas cognitivas.
A constelação do arquétipo do Pai tende a ordenar o mundo da criança autista,
que busca rotinas para controlar a angústia.
A literalidade domina seu pensamento e a memória é prodigiosa, facilitando a
aprendizagem de letras e números.
A alfabetização traz alívio para os pais e abre novas possibilidades para a
criança com autismo, ainda que seus interesses sejam muitas vezes
obsessivos ou estereotipados.
Em uma fase mais estável, os pais têm um papel importante na organização
do conhecimento da criança com autismo.
A criança com autismo pode ser marginalizada e vítima de bullying na escola
devido às suas peculiaridades.
O desempenho acadêmico pode ser bom, mas o trabalho em equipe e a
regulação emocional são desafios.
Muitos conseguem ingressar na faculdade, mas têm dificuldades no mercado
de trabalho, mesmo com as leis de inclusão.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
A PSICOTERAPIA
O desenvolvimento da criança com autismo segue um padrão diferente do
arquetípico humano, com ênfase na estruturação patriarcal da consciência.
A falta de estruturação matriarcal da consciência leva a uma elaboração
simbólica principalmente via arquétipo do Pai, resultando em um eu atípico.
O pensamento lógico é adquirido precocemente, ajudando na adaptação,
enquanto o pensamento mágico, típico da ordem matriarcal, não é
desenvolvido.
Na adolescência e vida adulta, surge uma consciência da diferença em relação
aos outros, levando a uma luta por aceitação e uma busca pela identidade
própria.
A cultura tende a projetar nas pessoas com autismo sua própria infelicidade,
levando à discriminação e ao estigma.
É importante entender e atender às necessidades das pessoas com autismo
desde cedo, reconhecendo sua diferença e não tentando forçar padrões
matriarcais.
O apoio deve se concentrar na ativação precoce do arquétipo do Pai e na
compreensão das peculiaridades do indivíduo com autismo, evitando
superproteção emocional e focando na organização do mundo e na
adaptação.
O conceito de autismo mudou ao longo do tempo.
Começou em 1943 com Kanner.
Nas décadas de 1950 e 1960, foi chamado de esquizofrenia infantil.
Na década de 1980, autismo infantil.
Atualmente, transtornos do espectro do autismo.
Alterações de linguagem são centrais.
Linguagem pragmáticaé especialmente afetada.
Importância da caracterização para terapias e diagnóstico.
Diferentes perspectivas sobre autismo e linguagem.
Complexidade nos estudos da linguagem no autismo.
Pluralidade de pontos de vista.
Terminologia: transtornos do espectro do autismo (TEA).
CID-10 e DSM-V como referências.
TEA são complexos e variados.
Alterações irregulares no desenvolvimento.
Influenciados por habilidades cognitivas e intervenções.
Interligação entre linguagem e habilidades sociais e cognitivas.
Características da linguagem variam com o desenvolvimento e situação.
Linguagem é uma instituição social simbólica.
Baseada em convenções e conhecimentos compartilhados.
Linguagem marca o início do desenvolvimento cognitivo e social.
Bebês estão predispostos à comunicação desde o nascimento.
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 7 –AUTISMO E
LINGUAGEM INFANTIL
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
Linguagem oral é indicativa de habilidades sociais e adaptativas futuras.
Reconhecimento da ligação entre habilidades sociais e comunicativas pelo
DSM-V.
Compreensão da comunicação social é importante.
Comportamentos verbais e não verbais são usados na interação social.
Capacidade de atenção compartilhada é essencial.
Capacidade de uso de símbolos inclui gestos e expressões.
Comunicação social é parte do cotidiano e varia em diferentes situações.
Dificuldades na comunicação social são observadas em TEA.
Atenção compartilhada é crucial para avaliação e intervenção em TEA.
Atenção compartilhada é um marcador para identificação precoce de TEA.
Desenvolvimento típico da atenção compartilhada ocorre no primeiro ano de
vida.
Nos TEA, a atenção compartilhada muitas vezes é em resposta ao adulto.
Não foram encontradas diferenças significativas na atenção compartilhada
entre crianças com TEA interagindo com mães e fonoaudiólogas.
Déficits na comunicação social estão relacionados com dificuldades cognitivas
na compreensão da teoria da mente.
Teoria da mente refere-se à habilidade de compreender os estados mentais
das pessoas e suas crenças.
Inabilidade na teoria da mente afeta a adaptação social das crianças com TEA.
A compreensão dos estados mentais é essencial para o desenvolvimento da
linguagem e habilidades criativas.
Alguns indivíduos com TEA têm fala estruturada, mas dificuldades na
comunicação.
Variações na linguagem incluem habilidades articulatórias mais desenvolvidas
que outras áreas.
Resultados sobre vocabulário em crianças com TEA são divergentes devido às
variações nos quadros.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
População com TEA mostra inabilidade na estruturação e interpretação de
narrativas.
Características de linguagem variam com o desenvolvimento e situação.
Ecolalia, a repetição da fala do outro, é uma característica comum em crianças
com TEA.
Ecolalia pode ser imediata ou tardia, total ou parcial, e é vista como uma
estratégia de aprendizagem verbal.
Indivíduos com TEA têm dificuldades no uso eficaz do discurso para a
interação social.
Habilidades de teoria da mente e discurso contingente estão interligadas.
Fala contingente refere-se a um enunciado que ocorre após o enunciado do
outro, mantendo o tópico.
Crianças com TEA não adicionam novas informações ao discurso, sugerindo
déficits nas habilidades discursivas e na teoria da mente.
Em interações sociais, crianças com TEA têm mais iniciativas do que
respostas.
Iniciativas são expressas mais por funções comunicativas que não envolvem
interação social.
Em estudo, respostas de crianças com TEA foram expressas por funções
comunicativas que envolviam alguma interação social.
Investigação dos aspectos funcionais da linguagem é importante para
avaliação em TEA.
Uso da linguagem baseado na teoria pragmática é essencial.
Pragmática envolve o conhecimento da estrutura da língua e normas que
governam o comportamento social.
Crianças com TEA tendem a usar mais funções que não envolvem interação
social em análises pragmáticas.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
AVALIAÇÃO DE LINGUAGEM NOS TRANSTORNOS
DO ESPECTRO DO AUTISMO
Alterações de linguagem são centrais nos quadros dos TEA.
Avaliação da linguagem auxilia no diagnóstico e orientação terapêutica.
Anamnese revela sinais de alterações no desenvolvimento da linguagem desde
cedo.
Alterações na comunicação verbal e não verbal são observadas no início do
processo de avaliação.
Aspectos formais da linguagem representam um desafio para o fonoaudiólogo.
Utilização de instrumentos de avaliação comercialmente disponíveis é
sugerida.
Avaliação da pragmática é essencial para analisar o uso funcional da
linguagem.
Análise dos atos da fala é realizada para estabelecer o perfil do uso das
funções comunicativas.
Avaliação fonoaudiológica tradicional inclui os atos, meios e funções
comunicativas.
Prova de Pragmática do ABFW é um instrumento tradicionalmente utilizado.
Estudo analisou os atos de iniciativas e respostas em interações de crianças
com TEA.
Responsividade das crianças e a interferência dos adultos no perfil
comunicativo são observadas.
Indivíduo precisa assumir uma postura de interlocutor ativo na interação social
recíproca para uma comunicação eficaz.
TERAPIA DE LINGUAGEM NOS TRANSTORNOS DO
ESPECTRO DO AUTISMO
Há várias propostas terapêuticas para desenvolvimento e qualidade de vida
em TEA.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
Objetivos do fonoaudiólogo incluem comunicação espontânea e compreensão
verbal e não verbal.
Intervenção fonoaudiológica visa ampliar habilidades sociais,
comportamentais e linguísticas.
Estratégias incluem atividades lúdicas, jogos e leitura de textos.
Comunicação social deve focar em interações recíprocas e conversação.
Contexto interacional é fundamental na terapia, mais que o ambiente físico.
Relação terapeuta-paciente é essencial para contato visual e atenção
compartilhada.
Jogos compartilhados facilitam a construção da linguagem.
Interlocutores ativos, como familiares, influenciam positivamente o
desenvolvimento comunicativo.
Interação entre família e fonoaudiólogo é crucial para eficácia terapêutica.
A intervenção terapêutica fonoaudiológica pode ser direta ou indireta.
Na intervenção direta, o fonoaudiólogo planeja e executa estratégias para a
criança.
Na intervenção indireta, a participação e engajamento da família são
essenciais.
A intervenção indireta é importante para validar os ganhos sociais da
linguagem fora das sessões.
O ambiente escolar também é crucial para ampliar as habilidades
comunicativas e sociais.
A assessoria à escola dos indivíduos com TEA é fundamental para criar
ambientes educacionais adequados.
A comunicação alternativa e suplementar engloba diferentes formas de
comunicação para indivíduos não falantes.
Esses sistemas permitem a expressão de necessidades, desejos e ajudam na
independência do indivíduo.
O PECS é um programa frequentemente utilizado para autistas, incentivando a
expressão de necessidades e desejos.
Neuropsicologia estuda cérebro e comportamento.
Começou buscando relação entre lesões cerebrais e problemas cognitivos.
Métodos mudaram, agora estuda mais detalhadamente diferentes habilidades
cognitivas.
É parte das Neurociências e é nova no Brasil.
Reconhecida como especialidade em 2004 pelo Conselho Federal de
Psicologia.
Ajuda a detectar problemas sutis que exames de imagem não mostram.
Mede nível e qualidade do funcionamento cognitivo.
Auxilia em diagnósticos e comorbidades.
Usa instrumentos de avaliação e conhecimento para diferenciar normal de
patológico.
NEUROPSICOLOGIA
CAPÍTULO 8 –PERFIL
NEUROPSICOLÓGICO DO
AUTISMO
TESTAGEM E NORMATIZAÇÃO
Testagem neuropsicológica usa testes para avaliar funções cognitivas.
Testes avaliam inteligência, memória, atenção, linguagem, entre outras
funções.
São usados para inferir sobre indivíduos ou grupos.
Não existem testes exclusivamente neuropsicológicos, mas o padrão de
análise é neuropsicológico.
Considera desenvolvimento normal e patológico na cognição.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
LAUDO NEUROPSICOLÓGICO
Profissionais de Saúde Mental estãomais familiarizados com avaliação
neuropsicológica.
Laudos agora são mais breves comparados com os de Luria.
Laudos incluem histórico do paciente, instrumentos usados e desempenho em
relação a amostras padrão.
Considerações finais resumem achados e indicam possíveis patologias.
Alguns laudos focam em áreas específicas do cérebro ou sistemas funcionais.
PERFIL NEUROPSICOLÓGICO
Perfil neuropsicológico busca identificar déficits cognitivos não evidentes em
exames de neuroimagem.
Ajuda a entender as habilidades e dificuldades cognitivas de uma pessoa.
Auxilia na compreensão dos déficits adaptativos independentemente das
causas estruturais.
Útil em quadros psicopatológicos, como os transtornos do espectro autista
(TEA), onde não há marcadores biológicos claros.
Na avaliação neuropsicológica, observamos comportamentos e análises
objetivas para diagnóstico.
Muitas vezes, estruturas cerebrais estão intactas, mas há falhas no
funcionamento adaptativo.
Busca por perfil neuropsicológico ajuda a discriminar interpretações de
comportamento.
Características como "personalidade forte" podem ser sinais de inflexibilidade
cognitiva, importante na identificação de TEA.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
PERFIL NEUROPSICOLÓGICO DO AUTISMO
Escolha de instrumentos em avaliação neuropsicológica depende das
hipóteses diagnósticas.
Para diagnóstico de TEA, critérios nosográficos e achados na literatura são
considerados.
Transtornos do neurodesenvolvimento afetam mecanismos cerebrais de
sociabilidade, cognição e comunicação.
Manifestações são variadas e determinadas por diferentes fatores.
Conceito de espectro abrange essa variabilidade nos transtornos.
EFICIÊNCIA INTELECTUAL
Muitos pacientes com TEA têm retardo mental de diferentes graus.
Estima-se que entre 60 e 75% desses pacientes funcionam com retardo
mental.
Retardo mental é caracterizado por limitações importantes no funcionamento
diário que aparecem cedo na vida.
Pontuações de QI são usadas para representar o desempenho intelectual.
Critério de retardo mental é um QI abaixo de 70.
Exames de eficiência intelectual são priorizados.
Escalas de inteligência como a Columbia e Wechsler são usadas para avaliar
diferentes capacidades.
Escalas Vineland de Comportamento Adaptativo são alternativas para avaliar
habilidades sociais e pessoais.
Avaliação da inteligência e do comportamento adaptativo ajuda na escolha de
instrumentos subsequentes.
Inteligência não é o único aspecto a considerar, outros déficits podem estar
presentes, especialmente em TEA.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
TRÍADE DE ALTERAÇÕES FUNCIONAIS
Atualmente, descreve-se uma tríade de alterações funcionais característicos
nos TEA: alterações nas funções executivas e nas capacidades de coerência
central e teoria da mente.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
Funções executivas são um conjunto de processos complexos relacionados
com comportamentos dirigidos e com propósito.
Correntemente associadas aos lobos frontais, essas funções ainda geram
divergências entre pesquisadores.
Indícios sugerem que redes mais amplas de informação também estão
envolvidas no funcionamento das funções executivas.
As funções executivas envolvem diferentes domínios cognitivos, incluindo
processos atencionais, flexibilidade executiva, planejamento, categorização,
inibição comportamental, fluência verbal e memória operacional.
Nos transtornos do espectro autista (TEA), há semelhanças no comportamento
de indivíduos com disfunção cortical pré-frontal e aqueles com autismo, como
inflexibilidade mental e dificuldade de inibição de respostas.
O perfil neuropsicológico dos TEA frequentemente mostra alterações nas
funções executivas, mas nem todas essas alterações estão presentes em
todos os casos.
TEORIA DA COERÊNCIA CENTRAL
Coerência central é a capacidade de integrar informações para formar um
todo significativo.
Nos TEA, há uma tendência a focar em detalhes em vez de processar
informações de forma global e coerente.
Indivíduos com TEA podem ter dificuldade em reconhecer expressões faciais,
especialmente de alegria e surpresa.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
TEORIA DA MENTE
Teoria da mente é a capacidade de entender e prever os pensamentos e
comportamentos de outras pessoas.
Indivíduos com TEA frequentemente apresentam dificuldades nessa
habilidade.
Essas dificuldades afetam o comportamento social e o desenvolvimento da
linguagem.
Antes de estruturarmos uma bateria de avaliação neuropsicológica
precisamos aventar uma hipótese diagnóstica com base na queixa, no
histórico e no exame clínico. O primeiro contato com o paciente fornece
informações que nos auxiliam na escolha dos instrumentos para avaliação .
ESCALAS DE RASTREIO
As escalas de rastreio permitem o agrupamento das condutas a fim de
estabelecer
um diagnóstico de maior confiabilidade. Podem estar organizadas em forma
de questionários, lista de sintomas ou inventários.
São administradas para a avaliação de aspectos específicos do
comportamento ou
para acompanhar a evolução de determinados quadros. Poucas escalas
diagnósticas encontram-se publicadas no Brasil, sendo a maioria utilizada em
pesquisas.
BATERIAS NEUROPSICOLÓGICAS
Estudos mostram que pessoas com autismo têm dificuldade em entender os
pensamentos dos outros.
Pesquisas revelam que pessoas com autismo percebem o mundo de forma
diferente.
A expressão facial é importante para entender as emoções.
O cérebro processa expressões faciais usando várias áreas.
Rostos são cruciais para interações sociais.
Expressões faciais podem indicar emoções e comportamentos.
A comunicação facial é aprendida desde cedo.
Estudos recentes mostram uma via rápida de detecção facial no cérebro.
Essa via pode ser crucial para o desenvolvimento da capacidade de
reconhecer rostos.
Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) têm dificuldade em
entender os pensamentos dos outros.
A região do cérebro chamada área da face fusiforme é importante para
reconhecer rostos.
Pessoas com TEA podem ter menos atividade nessa área do cérebro.
Reconhecer indivíduos específicos é mais difícil do que reconhecer objetos
genéricos.
Alguns estudos sugerem que pessoas com TEA têm problemas em reconhecer
expressões faciais e olhares.
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 9 –
RECONHECIMENTO FACIAL E
PROSOPAGNOSIA
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
PROSOPAGNOSIA
Alguns indivíduos com autismo têm dificuldade em reconhecer rostos, uma
condição chamada prosopagnosia.
A prosopagnosia pode ser um sintoma importante em pessoas com autismo.
Existem diferentes tipos de prosopagnosia, alguns deles congênitos (presentes
desde o nascimento).
A prosopagnosia congênita pode ser herdada geneticamente e afeta a
capacidade de reconhecer rostos desde a infância.
O reconhecimento facial envolve partes específicas do cérebro e pode ser
afetado por condições genéticas.
Pessoas com autismo podem ter dificuldade em discriminar e identificar
expressões faciais corretamente.
Um teste chamado Teste de Benton foi usado para avaliar a capacidade de
reconhecimento facial em pessoas com autismo.
Os resultados do teste sugerem que algumas pessoas com autismo têm
dificuldade em reconhecer rostos, mesmo quando não há problemas de
inteligência.
Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) têm dificuldade em
reconhecer rostos.
Um estudo comparou indivíduos com TEA a pessoas sem o transtorno e
encontrou diferenças significativas.
Alguns estudos contradizem esses resultados, sugerindo que o
reconhecimento facial pode variar em pessoas com TEA.
Mudanças na angulação e na iluminação das faces podem aumentar as
dificuldades de reconhecimento em pessoas com TEA.
Alguns estudos sugerem que pessoas com TEA usam estratégias diferentes ao
processar faces viradas de cabeça para baixo.
O déficit no reconhecimento facial pode afetar a compreensão das emoções e
a interação social em pessoas com TEA.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
RECONHECIMENTO FACIAL
Um estudo comparou a capacidade de crianças com e sem TEA em
reconhecer expressões faciais básicas.O estudo usou figuras de um jogo chamado "Brincando com as Expressões"
para representar diferentes emoções.
Crianças com TEA e crianças sem o transtorno foram testadas quanto à
capacidade de identificar as expressões faciais.
Os resultados mostraram que a percepção das expressões faciais pode se
desenvolver de forma diferente em crianças com TEA.
Crianças com TEA tiveram mais dificuldade em reconhecer expressões como
alegria e surpresa do que adultos sem o transtorno.
Essas dificuldades podem contribuir para problemas de comunicação e
empatia observados em pessoas com TEA.
Além do reconhecimento facial, outras dificuldades não verbais podem afetar
a comunicação e os relacionamentos em pessoas com TEA.
O sentido do olfato, embora menos valorizado nos humanos, é crucial para
muitas espécies animais.
O aprendizado olfativo neonatal é fundamental para a sobrevivência dos
filhotes em outras espécies, auxiliando na orientação e alimentação.
O olfato depende do epitélio olfativo, contendo receptores neurais e células
especializadas.
Odores altamente voláteis e solúveis em gordura são mais facilmente
percebidos.
A adaptação olfativa faz com que o cheiro seja sentido inicialmente e depois
não mais.
As porções olfativas do cérebro estão relacionadas com estruturas antigas,
como o bulbo olfativo.
O hipocampo desempenha um papel importante na relação entre memórias de
odores e processos de memória.
Os odores são memorizados a partir do aprendizado, influenciando a seleção
alimentar e experiências emocionais.
O aprendizado de odores está relacionado com experiências individuais,
podendo afetar estados afetivos e comportamento social e sexual.
Memórias evocadas pelos odores são distintas de outras devido à sua forte
carga emocional.
A identificação de odores aumenta com a idade, atingindo um platô por volta
dos oito anos, mas depois há um declínio relacionado à idade.
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 10 –PERCEPÇÃO
OLFATIVA E AUTISMO
INFANTIL
A FUNÇÃO OLFATIVA
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
OLFAÇÃO E AUTISMO
Pessoas autistas processam informações sensoriais de maneira diferente,
resultando em reações diversas a estímulos externos.
Podem apresentar hiper ou hiporreatividade a estímulos visuais e sonoros,
indo da indiferença ao medo.
Outras percepções sensoriais, como tato, olfato e paladar, também podem ser
afetadas, com poucos estudos disponíveis.
Estudos sugerem que partes do sistema nervoso central podem não se
desenvolver corretamente, com possíveis conexões neuronais equivocadas.
Sintomas do autismo surgem nos primeiros meses de vida, incluindo falta de
resposta consistente a estímulos, comportamentos repetitivos e dificuldade
em se comunicar emocionalmente.
Bartra (2014) propõe a hipótese do "exocérebro" em indivíduos autistas,
sugerindo que funções cerebrais específicas podem se desenvolver mais para
compensar disfunções que afetam a adaptação e sobrevivência.
Essa teoria sugere que circuitos neuronais relacionados à linguagem podem
estar menos desenvolvidos em autistas, levando a uma possível hipertrofia em
outras áreas sensoriais, como visão, audição, olfato e paladar.
Estudos realizados em indivíduos com síndrome de Down mostraram
alterações na função olfativa, especialmente em relação à memória de curto
prazo, sugerindo características semelhantes à doença de Alzheimer.
Pacientes com esquizofrenia também apresentaram queda no
reconhecimento olfativo, relacionada a déficits nas funções executivas e ao
tempo de duração da doença.
Transtornos obsessivo-compulsivos mostraram déficits em respostas
olfativas, embora menores do que os observados em pacientes com
esquizofrenia ou Alzheimer.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
METODOLOGIA
Um teste de identificação de odores foi padronizado em uma amostra
infantojuvenil brasileira para servir como parâmetro em avaliações futuras,
especialmente em populações autistas, visando verificar semelhanças no
reconhecimento olfativo.
Avaliação de 125 adolescentes de 11 a 17 anos de São Paulo, sem doenças
psiquiátricas ou otorrinolaringológicas e não fumantes.
Utilização do teste de identificação de odores "The Smell Identification Test"
adaptado para uso de soluções, com 12 estímulos olfativos.
Os adolescentes foram solicitados a identificar os odores e, posteriormente,
associá-los a quatro alternativas fornecidas.
Após 25 dias, os mesmos estímulos foram apresentados novamente para
avaliar a memória olfativa de longo prazo.
Os odores foram preparados por uma farmácia de manipulação, substituindo
alguns devido à identificação e obtenção padronizada.
Consentimento dos participantes, pais e escola foi obtido para aplicação do
teste.
Análise comparativa dos resultados foi realizada utilizando escala numérica e
teste t de diferenças significativas, bem como análise de variância (ANOVA).
Posteriormente, avaliação de 30 crianças diagnosticadas com transtorno
abrangente de desenvolvimento - autismo - com idade e nível intelectual
semelhantes.
RESULTADOS
Em todas as idades, houve um aumento significativo no número de acertos
quando os estímulos foram apresentados, seguido por uma queda significativa
após 25 dias sem estímulos.
O nível de acerto após 25 dias sem estímulos foi superior ao inicial, indicando
uma memória olfativa de longo prazo.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
Comparando as idades, o nível de acerto foi constante ao longo das idades,
com ligeira vantagem para os participantes de 17 anos.
Alguns odores, como café, gasolina e alho, foram mais facilmente
identificados, enquanto outros apresentaram índices menores de acerto.
Após 25 dias, todos os odores foram reconhecidos com índice de acerto igual
ou superior ao inicial, mostrando influência do aprendizado.
Os resultados foram diferentes na população autista, com dificuldade na
nomeação dos odores, embora o desempenho tenha melhorado com o
fornecimento de alternativas.
A memória olfativa dos participantes autistas parecia mais relacionada ao
nome ensinado do que ao cheiro em si, indicando dificuldades no
reconhecimento e estocagem dos odores.
DISCUSSÃO
A olfação desempenha um papel fundamental na identificação de diversas
situações e está ligada à afetividade e às funções cognitivas.
Estudos sobre olfação em relação a questões psiquiátricas são limitados,
apesar de sua importância.
O aprendizado tem um papel crucial na forma como percebemos e
respondemos aos odores.
No transtorno do espectro autista, as respostas olfativas parecem ser
influenciadas pelo aprendizado, embora em menor medida do que em
indivíduos sem esse transtorno.
A padronização de instrumentos é essencial para pesquisas nessa área, e o
Smell Identification Test foi utilizado neste estudo.
Os resultados mostraram que a idade não influenciou significativamente o
reconhecimento de odores, mas houve uma ligeira melhoria na população de
17 anos.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
O reconhecimento de odores parece depender tanto das propriedades dos
odores quanto das associações semânticas do indivíduo.
O teste foi eficaz na avaliação da discriminação de odores e na memória
olfativa de longo prazo.
Na população autista, a dificuldade em associar o nome dos odores sugere um
déficit na integração sensorial e semântica.
O reconhecimento de odores comuns não parece ser resistente ao
esquecimento, especialmente em indivíduos autistas.
O conhecimento semântico específico e a familiaridade com os odores estão
diretamente relacionados ao seu reconhecimento.
Controlando a nomeação dos odores, as diferenças no reconhecimento entre
diferentes faixas etárias desaparecem, mas ainda há diferenças significativas
entre a população autista e a população de controle.
O reconhecimento de odores é crucial para a sobrevivência de animais,
levando à investigação sobre formas de memória de odores.
Sugere-se a existência de dois tipos separáveis de memória de odor,
dependendo da precisão da nomeação, e essas formas de memória variam de
acordo com a idade.
A relação entre o sentido do olfato e a memória permite explorarconexões
com a memória semântica e a memória autobiográfica.
Odores têm uma forte capacidade de evocar memórias autobiográficas, sendo
mais eficazes do que outras modalidades sensoriais.
Associar nomes aos odores durante o aprendizado melhora a memória
olfativa, especialmente quando os nomes têm conteúdo semântico rico.
Indivíduos com transtornos autísticos podem apresentar prejuízos semânticos
que afetam a memória olfativa.
Embora não haja um teste definitivo para avaliar a acuidade olfativa, estudos
podem comparar diferentes grupos de indivíduos e estabelecer padrões de
normalidade e anormalidade.
A dor é uma experiência desagradável associada a lesões nos tecidos,
envolvendo aspectos sensoriais e emocionais.
Sua percepção é influenciada por fatores complexos, incluindo interações
neuronais, situações emocionais e culturais.
Avaliar a percepção da dor em pessoas com autismo é desafiador devido ao
comprometimento da comunicação.
A dor não é apenas uma sensação sensorial, mas também envolve aspectos
afetivos, como medo e desconforto.
A capacidade de prever as implicações da dor também contribui para sua
dimensão afetiva.
O nível cognitivo influencia na forma como a dor é expressa, com crianças
desenvolvendo diferentes habilidades de enfrentamento ao longo do tempo.
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 11 –PERCEPÇÃO
DOLOROSA E AUTISMO
INFANTIL
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA DOR
O fenômeno sensitivo doloroso começa com a transformação de estímulos
ambientais em sinais nervosos que são transmitidos ao sistema nervoso
central (SNC) por meio das fibras periféricas.
Os nociceptores, responsáveis por detectar estímulos mecânicos, térmicos e
químicos, estão presentes nas fibras amielínicas C e mielínicas A-δ.
Os nociceptores tipo C causam sensação de "queimação", enquanto os
relacionados às fibras A-δ causam sensação de "picada".
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
Os estímulos alteram a atividade dos receptores, desencadeando potenciais de
ação. Mecanicamente, isso ocorre devido ao fluxo iônico em canais ativados
pelo estiramento.
Os nociceptores também são ativados por substâncias algiogênicas liberadas
nos tecidos, resultando em hiperalgesia e vasodilatação, iniciando o processo
inflamatório.
Na polpa dentária, a inflamação pode variar de uma leve hiperemia a um
processo inflamatório avançado, causando dor de diferentes intensidades e
características.
O dente é altamente inervado por fibras nervosas e qualquer estímulo na polpa
é percebido como dor.
MECANISMOS DE MODULAÇÃO DA DOR
Existem mecanismos neurais que controlam a transmissão da dor e
influenciam a resposta emocional a ela.
Nas lâminas do corno posterior da medula, especialmente na substância
gelatinosa, ocorrem interações complexas entre neurônios que modulam a
dor.
Na dor orofacial, originada da cavidade oral, estruturas nervosas como os
nervos trigêmeos e cervicais coordenam a atividade dos dentes, mandíbula e
músculos mastigatórios.
A substância cinzenta periaquedutal é uma região importante no cérebro para
modular a dor. Sua ativação aumenta o limiar de sensibilidade à dor, e a
analgesia induzida pela morfina está relacionada a essa área.
Receptores de opioides estão presentes em várias regiões do cérebro, como o
tálamo, hipotálamo e substância cinzenta periaquedutal, sendo ativados pela
morfina.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
A β-endorfina, derivada da pró-opiomelanocortina (POMC), desempenha um
papel importante na modulação da sensibilidade à dor.
O córtex do cíngulo anterior é essencial na dimensão afetiva da dor, associada
ao desprazer e afeto secundário, enquanto a ínsula desempenha um papel na
percepção cognitiva e afetiva da dor, com alterações observadas em
pacientes com dor crônica e transtornos mentais.
DOR E AUTISMO – REVISÃO DA LITERATURA
No espectro autista, foi observada uma resposta diminuída à dor,
especialmente em autistas com maior comprometimento cognitivo.
Hipóteses explicativas surgiram para entender essas diferenças, sendo a mais
estudada atualmente a hipótese do aumento na atividade dos opioides, como
a β-endorfina.
A β-endorfina, um peptídeo com ação analgésica, está associada a
comportamentos autodestrutivos, estereotipias e outros sintomas do autismo.
Estudos em ratos mostraram que a injeção de β-endorfina induz analgesia e
comportamentos semelhantes ao autismo.
Alguns estudos encontraram níveis elevados de β-endorfina em autistas, mas
outros não confirmaram esses resultados.
O uso de antagonistas de opioides em autistas reduziu comportamentos
autoagressivos e estereotipias em alguns casos, mas não teve efeitos
significativos no comportamento social.
A serotonina também é estudada como possível marcador genético do
autismo, com observações de hiperserotoninemia em autistas e seus
familiares.
A colecistocinina (CCK), outro peptídeo relacionado ao sistema dopaminérgico,
também foi investigada em autistas, mas os resultados dos estudos são
variados.
TENHA DEPOIMENTOS DOS
SEUS PRIMEIROS CLIENTES
INVESTIGAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOLOROSA EM
AUTISTAS DE ALTO FUNCIONAMENTO
Com o objetivo de avaliar se indivíduos com autismo de alto funcionamento
percebem os estímulos dolorosos de maneira similar ou diferente de indivíduos
sem o transtorno, foi desenvolvida uma pesquisa no Departamento de
Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), com a colaboração da
Faculdade de Odontologia da USP, durante o período de 2002 a 2005 (Tarelho,
2005).
CASUÍSTICA
Seleção de dois grupos de 20 sujeitos do sexo masculino, denominados grupo
A e grupo B.
Ambos os grupos compreendiam indivíduos com idade acima de 14 anos,
momento em que ocorre a rizogênese completa.
Os participantes do grupo B eram usuários do Serviço de Odontologia da USP,
enquanto os do grupo A eram pacientes do Serviço de Psiquiatria da Infância e
Adolescência (SEPIA) da USP ou de outras instituições similares.
Após consentimento livre e esclarecido, aprovado pela Comissão de Ética e
Pesquisa em Seres Humanos, os participantes foram encaminhados para
avaliação odontológica.
GRUPO A - CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
No diagnóstico de autismo e síndrome de Asperger, foram utilizados os
critérios do DSM-IV-TR (American Psychiatric Association, 2000).
Com o lançamento do DSM-V em 2013 pela APA, ambas as categorias
diagnósticas passaram a ser classificadas como transtorno do espectro do
autismo.
Não houve distinção entre autismo de alto funcionamento e transtorno de
Asperger devido a controvérsias na diferenciação clínica e ao
comprometimento cognitivo similar.
Os critérios para inclusão no estudo foram ausência de comorbidades
psiquiátricas, ausência de alterações de comportamento que
impossibilitassem o tratamento odontológico, presença de linguagem
expressiva e receptiva, compreensão do procedimento odontológico, pressão
arterial e frequência cardíaca dentro de valores normais, e necessidade de
tratamento dentário.
Pacientes que estavam utilizando psicofármacos foram incluídos no estudo,
sendo que alguns estavam sem medicação, enquanto outros utilizavam
antipsicóticos ou antidepressivos em doses específicas.
GRUPO A - CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Os que estivessem em tratamento ortodôntico, visto que o teste de vitalidade
pulpar (metodologia descrita a seguir, utilizada como parâmetro de
sensibilidade à dor nesta pesquisa) não poderia ser feito;
Portadores de marca-passo cardíaco, doença neurológica e diabetes.
GRUPO B - CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Ausência de doença psiquiátrica detectável, segundo critérios do DSM-IV-TR
para detecção de transtornos mentais, incluindo eixos I e II;
Pressão arterial normal, ou seja, sistólica abaixo de 140 mmHg e diastólica
abaixo de 90 mmHg;
Frequência cardíaca entre 70 e 120 bat/min; n
Necessidade de limpeza dentária ou tratamento restaurador em, pelo menos,
um dente posterior com processo cariogênico.
GRUPO B - CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Os mesmos descritos para o grupo A.
INFRAESTRUTURA
Foi utilizado consultório odontológico localizado no Departamento de
Estomatologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
(FOUSP).

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