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Autor: Prof. Jean Carlos Cavaleiro Colaborador: Prof. Santiago Valverde Matemática Financeira Professor conteudista: Jean Carlos Cavaleiro Jean Carlos Cavaleiro Bacharel em Administração de Empresas, especialista em Gestão de Negócios e mestre em Engenharia de Produção, é professor universitário há 10 anos em instituições como: Universidade Cruzeiro do Sul, Faculdade Unida de Suzano e Universidade Paulista. Na segunda instituição, da qual é professor titular, coordena as atividades práticas de gestão e, na UNIP, ministra aulas nos cursos de gestão e coordena o curso de Logística na modalidade de ensino a distância. Como consultor in company do Senac/SP, atua com controle financeiro, fluxo de caixa, contabilidade, contas a pagar e, ainda, na área logística: produção, compras, estoques, transporte etc. É diretor proprietário da Horseman Consultoria Ltda., empresa especializada em treinamento na área logística. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) C376m Cavaleiro, Jean Carlos Matemática Financeira / Jean Carlos Cavaleiro. São Paulo: Editora Sol, 2020. 112 p., il Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230. 1. Matemática financeira. 2. Empréstimos. 3. Financiamento. I. Título. CDU 51 (076) U507.89 – 20 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcello Vannini Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Virgínia Bilatto Luanne Batista Sumário Matemática Financeira APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8 Unidade I 1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS ...................................................................................................................... 11 1.1 Taxa de juros ......................................................................................................................................... 15 1.2 Equivalência de taxas ........................................................................................................................ 21 1.3 Equivalência de capitais ................................................................................................................... 23 2 DIAGRAMA DE FLUXO DE CAIXA ............................................................................................................. 26 2.1 Regime de capitalização dos juros ................................................................................................ 27 2.1.1 Regime de capitalização simples ...................................................................................................... 27 2.2 Montante e capital em capitalização simples ......................................................................... 37 3 DESCONTO SIMPLES RACIONAL OU “POR DENTRO” ......................................................................... 44 3.1 Desconto bancário ou comercial ou “por fora” ....................................................................... 46 4 REGIME DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA ............................................................................................... 48 4.1 Juros compostos ................................................................................................................................... 49 4.2 Taxas proporcionais e equivalentes em capitalização composta ..................................... 63 Unidade II 5 SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS .................................... 70 5.1 Sistema Financeiro da Habitação (SFH) ....................................................................................... 70 5.2 Definições básicas ............................................................................................................................... 71 5.3 Sistema de Amortização Constante (SAC) ................................................................................. 73 5.4 Expressões de cálculo do SAC ......................................................................................................... 75 5.5 SAC com carência ................................................................................................................................ 78 6 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS ................................................................................................... 81 6.1 Expressões de cálculo do SAF .......................................................................................................... 83 6.2 SAF com carência ................................................................................................................................. 85 7 TABELA PRICE ................................................................................................................................................... 88 7.1 Sistema de amortização misto ....................................................................................................... 90 7.2 Comparações entre SAC, SAF e SAM ............................................................................................ 92 7.3 Gráfico de comparação entre SAC, SAF e SAM ........................................................................ 92 8 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO AMERICANO ............................................................................................ 93 8.1 Sinking fund ou fundo de amortização ...................................................................................... 95 8.2 Sistema de Amortização Crescente (Sacre) ............................................................................... 96 8.3 Custo efetivo .......................................................................................................................................... 97 7 APRESENTAÇÃO A matemática financeira é o ramo da matemática aplicado aos negócios. É importante que você, aluno, conheça as expectativas da universidade e dos coordenadores pedagógicos quanto ao conteúdo que lhe deve ser proporcionado pelo professor dessa disciplina comum, ou seja, aplicada aos alunos dos cursos tecnológicos de gestão da Universidade Paulista – UNIP. De acordo com o Plano Pedagógico do Curso Superior Tecnológico de cada um desses cursos, em que a disciplina compõe núcleos básicos, o objetivo é fornecer subsídios fundamentais para a formação acadêmica do discente na área financeira e também contribuir para o desenvolvimento de sua capacidade de raciocínio lógico e reflexivo. Esse é um fator essencial na tomada de decisão, atividade típica da função de administrador financeiro. Com base nesse objetivo básico, propomos como meta estudar os seguintes assuntos: 1. Conceitos fundamentais: juros simples e juros compostos. 2. Regime de juros simples (capitalização simples) e compostos (capitalização composta): introdução; taxasproporcionais e equivalentes; juro comercial; descontos: desconto racional e desconto comercial; equivalência de capitais. 3. Regime de juros compostos. 4. Rendas ou anuidades. 5. Sistemas de amortização e correção monetária: sistemas de amortização e correção monetária; sistema de prestação constante – SPC; Sistema de Amortização Constante – SAC; sistema de montante; sistema americano; sistema sinking fund. 6. Inflação e correção monetária. Na elaboração deste material, o autor optou por expor as teorias de forma ampla, visto que é destinado a futuros profissionais que não irão lidar diretamente com a matemática, mas que a utilizarão para melhorar a qualidade de suas decisões. De acordo com os planos pedagógicos de cada curso, priorizou também a exposição de casos e situações práticas. Desse modo, facilita-se a absorção do conhecimento, possibilitando que a teoria em matemática financeira possa ser compreendida por meio de sua aplicação no ambiente profissional. Primeiramente, portanto, você dará seus primeiros passos no ambiente da matemática financeira, estudando os conceitos fundamentais utilizados por todos os que se deparam com problemas matemáticos relacionados com os negócios. Serão estudados conceitos como: juros; capitais; fluxo de caixa; valor atual; capitalização simples e composta; juros simples e juros compostos; montante; capital; taxas proporcionais e equivalentes; desconto simples, racional ou “por dentro”. 8 Todos esses conceitos são básicos, conhecidos por muita gente e amplamente utilizados. Dessa forma, não caia na tentação de usar calculadoras de financiamentos que estão disponíveis em diversos sites da internet. Faça realmente os exercícios que serão propostos. Sabemos que esse pode ser um trabalho um tanto enfadonho ou aparentemente desnecessário, mas é ótimo para que possa entender a matéria estudada e fortalecer os seus conhecimentos. Uma sugestão é alterar os valores dos exemplos que você encontrará e tentar observar casos reais à sua volta, tentando resolvê-los pelo uso das fórmulas e conceitos básicos aqui estudados. Não há um tempo de estudo definido para sugestão. Você tanto poderá completar os estudos em algumas horas quanto em semanas. O importante é que se sinta satisfeito e confiante para seguir rumo às aplicações mais avançadas da matemática financeira. Você tanto poderá realizar os cálculos de forma completamente manual ou usando uma calculadora simples (recomendado). Poderá também utilizar uma calculadora financeira, de qualquer marca ou uma HP12C, padrão comum entre os executivos de finanças. Poderá ainda utilizar uma planilha eletrônica (por exemplo, do Microsoft Excel). No entanto, recomenda-se veementemente que efetue os cálculos de forma autônoma, sem recorrer a facilidades que hoje são oferecidas aos executivos. Até poderá utilizá-las para fins profissionais, mas, nesse momento, é imprescindível que se realizem cálculos manuais. A expectativa é que você esteja bem desenvolto nas fórmulas básicas da matemática financeira, pois estudará aspectos mais sofisticados dessa matéria, em especial os sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos e as principais comparações entre eles. Com os exercícios de comparação que acompanhará, verá que não existe um sistema melhor do que o outro, mas um que pode ser mais conveniente de acordo com o problema. É, portanto, aprendendo as especificidades de cada método que terá condições de tomar ótimas decisões no seu campo profissional. INTRODUÇÃO Olá, aluno! Sempre que iniciamos o estudo de qualquer disciplina, perguntamo-nos: para que eu tenho de estudar isso? Ou, ainda: em que a matemática financeira pode ajudar em meu sucesso profissional? Não menos importante, muitos costumam perguntar sobre como os conhecimentos dessa matéria podem melhorar na sua vida pessoal. Muitos alunos de tecnologia que não trabalharão nas áreas “matemáticas”, costumam também se perguntar o motivo de ter de estudar obrigatoriamente matemática financeira, pois acreditam que aplicarão muito pouco desse conhecimento em seu trabalho cotidiano. A resposta a essas inquietações inicia-se na própria preocupação da universidade ao decidir que a matemática financeira é imprescindível, a ponto de não admitir que um aluno venha a ser diplomado como tecnólogo se não mostrar um mínimo de conhecimento sobre essa matéria. Mais do que uma preocupação formal, a história e as pesquisas científicas mais relevantes têm demonstrado que o profissional que toma decisões sem o uso da matemática financeira tende a não ter um bom desempenho em suas atividades, sejam lá quais forem elas. 9 Ao decidir pela contratação de um fornecedor, uma decisão relativamente simples, o profissional que conhecer a matéria poderá calcular se o valor que lhe é solicitado para um pagamento a prazo é realmente mais vantajoso em comparação com um que ocorre à vista. Essa é uma entre as diversas dificuldades que podem vir a fazer parte do cotidiano de um tecnólogo. A matemática financeira é considerada também um exemplo fundamental da chamada Teoria dos Jogos, uma sofisticada teoria para aplicação na gestão estratégica das empresas. Contudo, uma das características mais interessantes dela talvez seja que, ao contrário de outras disciplinas, nas quais é necessário um ambiente empresarial sofisticado para que o conhecimento possa ser aplicado, é possível aplicá-la em seu dia a dia, nos mais diferentes negócios. Por exemplo, a pessoa que tiver a curiosidade de calcular as condições de um financiamento para a aquisição de uma casa ou apartamento poderá vir a perceber uma diferença de 1% em um tipo de financiamento em relação ao outro. Pouco? Talvez esse simples valor represente nada mais, nada menos, do que a compra de alimentos do mês de uma família, ou seja, o emprego da matemática financeira pode representar maior qualidade de vida! Muitos pessoas de negócios dão muito valor ao conhecimento da matemática financeira para as suas próprias decisões, bem como valorizam funcionários que o têm e aplicam no cotidiano profissional. Não há muitos dados ou pesquisas relacionadas ao valor que os empresários costumam dar a esse conhecimento, mas Rosseti Jr. e Schimiguel (2011) estudaram a percepção de empresários na região da grande Vitória e chegaram à seguinte conclusão: as empresas valorizam muito as pessoas que possuem conhecimentos financeiros e que são conhecedoras de matemática financeira, remunerando-as bem. isso aponta para uma demanda do mercado por conhecimentos em matemática financeira e finanças. Com tudo isso, nota-se uma grande necessidade do uso dos conhecimentos oferecidos por essa disciplina pela sociedade e também para a continuidade dos seus estudos. Sendo assim, certos do sucesso em esclarecer a inquietante dúvida: “eu tenho de aprender matemática financeira por quê?”, espera-se que, ao final deste estudo, você tenha formado habilidades para melhor usar a matemática a seu favor para tomar decisões de melhor qualidade. Cada um tem suas individualidades e manias. Há pessoas que conseguem compreender bem um assunto com uma simples leitura e outras que preferem fazer exercícios. Há ainda aquelas que têm predileção por livros coloridos, preenchidos com gráficos, elementos visuais e resumos ricamente ilustrados. Sendo assim, quando este trabalho foi elaborado, pensamos em mesclar estratégias de ensino para que se tornasse mais interessante, o que, porém, depende de sua postura como aluno, de seu interesse. Se, antes de abrir o livro, estiver indisposto e sem vontade, certamente por maior que tenha sido o nosso esforço para tornar o material mais atrativo, as páginas serão muito penosas. Especialmente para estudar matemática financeira, além de uma simples e rápida leitura, é importante que você exercite muito o que aprendeu. Quanto mais desenvoltura tiver para realizar os exercícios, melhor! Por isso, a orientação é de que aproveite cada página com olhos interessados, com vontade e entusiasmo,porque, como vimos, conhecer essa matéria é um passaporte para tomar boas decisões e ser melhor remunerado no mercado. 10 Unidade I É importante salientar que este material não esgota todas as possibilidades de estudo; ele é apenas um dos instrumentos de aprendizado e não deve jamais ser visto como fonte única para seus estudos. Leia sempre os resumos, faça as atividades e exercícios propostos e dedique-se aos materiais sugeridos no Saiba Mais, para leitura ou consulta. Esse item tem como objetivo fundamental aumentar sua curiosidade pelo tema em estudo. Uma última observação, antes de iniciarmos nossos estudos, é a seguinte: no mercado é padrão a utilização da calculadora financeira HP12C1 (da empresa americana Hewlett-Packard modelo 12C), que é a mais utilizada entre os profissionais da área de finanças. Há tantos cursos de utilização das funcionalidades dessa calculadora, que, muitas vezes, são confundidos com aqueles de matemática financeira em si. Para fins profissionais ou mesmo para estudo, a recomendação é que você tenha em posse uma calculadora desse modelo ou tenha como usá-la quando necessário. No entanto, devido ao seu alto custo e a vários outros fatores, esclarecemos que todo o material didático deste curso, incluindo as questões de prova, foram elaboradas para serem resolvidas com o uso de calculadoras simples ou por cálculo manual, conforme acabamos de observar. 1 Um detalhe é que, por conta de configurações internas, a HP12C, geralmente, oferece um resultado mais preciso, o que pode dificultar a escolha das alternativas corretas. Assim, não utilize essa calculadora em avaliações desta disciplina; utilize apenas uma calculadora normal. 11 MATEMÁTICA FINANCEIRA Unidade I 1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS O aluno normalmente não enxerga a Matemática como uma matéria das suas preferências, e os motivos para isso são vários. Por isso, recomendamos que você enxergue essa disciplina que vamos iniciar não como matemática, mas, sim, como uma ferramenta que auxilia na tomada de decisão do gestor. Verá que ela está presente na sua vida, no seu dia a dia. Embasamo-nos nessa percepção para o nosso trabalho. Iniciemos, portanto, perguntando-nos: o que é Matemática Financeira? A partir dos conceitos de vários autores, o autor deste material gosta de entendê-la como uma área da matemática que estuda o valor do dinheiro no tempo. Você como aluno pode perguntar: como assim? Então, vamos entender agora as situações em que isso se aplica. Vejamos alguns exemplos. Exemplo 1: João empresta R$ 5,00 a Maria, que, por sua vez, paga-lhe depois de 2 meses. Imaginemos que um sorvete custasse R$ 2,50 quando houve o empréstimo do dinheiro. Assim, se teriam condições de comprar dois sorvetes. No entanto, quando do pagamento por Maria, o sorvete já custa R$ 3,00, de modo que se ela paga o empréstimo sem nenhum acréscimo, João compra agora somente um sorvete. Então perguntamos: isso é correto? Emprestar dinheiro de dois sorvetes e receber dinheiro que compre somente um? Mesmo sendo muito amigos, seria justo que João dissesse: estou emprestando dinheiro de 2 sorvetes e quero receber dinheiro de 2 sorvetes. Assim, Maria teria de pagar R$ 6,00. Veja a aplicação do conceito: na hora do empréstimo, R$ 5,00 valiam dois sorvetes, na hora do pagamento dois sorvetes valiam R$ 6,00. Assim fica a questão: o sorvete que aumentou ou o valor do dinheiro que diminuiu? A resposta a essa pergunta é como aquela máxima da propaganda: “Tostines é fresquinho por que vende mais ou vende mais por que é fresquinho?” Exemplo 2: imagine que você comprou uma televisão tela plana 3D, de 50 polegadas, por R$ 8.000,00. Na ocasião fez um financiamento em 36 parcelas de R$ 450,00. Pagou 26 parcelas e deseja pagar as 10 ultimas de uma vez. Então, procura a financeira que fez o financiamento e faz a proposta para saber quanto deveria pagar. Entretanto, alguém na financeira diz que não lhe será dado desconto, ou seja, se decidir pagar as 10 parcelas, o valor será R$ 4.500,00. Então, perguntamos: você faria o pagamento? Já deve ter respondido que não, pois o está antecipando e merece um abatimento. Isso é um pensamento de Matemática Financeira. Pode não saber quantificar, mas sabe que merece abatimento. Na hora de solicitar um empréstimo ao banco também é importante ter conhecimentos de Matemática Financeira, pois conhecer conceitos de juros, aplicação, investimento fará você conversar com o gerente do banco na mesma linguagem. 12 Unidade I Segundo Rovina (2009, p. 5), a Matemática Financeira é “incompreendida por muitos e amada por poucos”. No entanto, conforme vimos, não podemos negar sua utilidade, tanto para pessoas comuns, clientes, quanto empresa ou grande corporação. Como profissionais da área da educação, podemos assegurar que, se entendemos para que serve uma ciência, temos maior aceitação com seus conceitos e por consequência melhor aprendizagem. Rovina (ibidem, p. 5) conceitua a Matemática Financeira, conforme o próprio nome indica, como um dos inúmeros ramos da Matemática, que surgiu da necessidade de termos que lidar com o dinheiro ao longo do tempo. Para a Matemática usual, aquela que sempre aprendemos, dois sempre é igual a dois, mas para a Matemática Financeira essa informação é insuficiente, pois, além de quantificar, ou seja, dizer que dois é igual a dois, precisa situar o momento temporal, ou seja, dois só é igual a dois, se, e somente se, os dois valores estiverem situados no mesmo momento temporal, ou, melhor falando, na mesma data. Então, a partir dos conceitos gerais de Matemática Financeira, vamos conceituar os recursos necessários para pensá-la: • Capital É o valor principal de uma operação, ou seja, do dinheiro em um momento inicial. Exemplo 1: fez-se uma aplicação no valor de R$ 10.000,00 por 3 meses, a uma taxa de juros de R$ 1% ao mês. O capital é de R$ 10.000,00. Exemplo 2: fazendo uma prestação de R$ 100,00 por mês durante 10 meses, decidindo-se por pagar à vista, qual será o valor? O que queremos saber é o valor do capital, que, em situações como essas, pode ser chamado de valor atual, que, na linguagem financeira, é abreviada por PV, Present Value. Inclusive, você poderá perceber que, na HP 12 C, calculadora financeira utilizada mundialmente, é essa a sigla gravada. Figura 1 13 MATEMÁTICA FINANCEIRA Saiba mais Para conhecer mais a calculadora HP12C, acesse: <http://www8. hp.com/br/pt/home.html>. • Montante Resumidamente, podemos entendê-lo como o valor do dinheiro no futuro. Exemplo 1: apliquei R$ 10.000,00 na caderneta de poupança e fui viajar, passei 5 anos fora. Qual é o montante da minha aplicação quando voltei ao Brasil? Exemplo 2: um capital aplicado a uma taxa de 5% ao semestre resultará em qual montante? Na linguagem financeira, é chamado de valor futuro ou referido pela sigla FV, como demonstra a figura em seguida: Figura 2 • Taxa de juros É um coeficiente que determina as correções monetárias, sempre expressas em porcentagem (%). Na calculadora HP12C, é representada pela letra i, conforme podemos observar na figura que acabamos de ver. 14 Unidade I • Juros É a correção monetária em espécie ou o valor acrescido pela taxa de juros. Por exemplo, se tenho R$ 1.000,00 e pela aplicação feita por um ano saquei R$ 1.500,00, posso dizer que recebi juros de R$ 500,00. Pode ser simples ou composto, o que será estudado mais adiante. • Desconto É o abatimento sobre uma operação financeira; é proporcional à taxa de juros e ao período considerado. • Período São os prazos envolvidos na operação financeira. Podem ser expressos em dia, semana, mês, semestre, ano; mas o que importa é que temos de considerar uma regra: devem constar, de um problema de Matemática Financeira, todas as informações de taxa e período na mesma menção de tempo. Vejamos um exemplo. Fez-se uma aplicação de R$ 1.000,00 por 6 meses, a uma taxa de 2% ao bimestre. Devo transformar a taxa em mês ou o período em bimestre, ficandoo valor aplicado por 3 bimestres, que é o mesmo que 6 meses. Observação O que acabamos de mencionar, quanto a deverem constar, de um problema de Matemática Financeira, todas as informações de taxa e período na mesma menção de tempo, é uma regra; não podemos trabalhar com prazos diferentes. • Investimento Operação financeira em que se faz aplicação de um valor e espera recebê-lo acrescido dos juros incorridos no período. • Empréstimo Operação financeira na qual se buscam recursos no mercado para fazer frente às necessidades das mais variadas espécies. • Amortização Antecipação de pagamentos de operação de financiamentos, na qual se fazem necessários os conceitos de valor atual e futuro. 15 MATEMÁTICA FINANCEIRA 1.1 Taxa de juros Taxa de juros é o coeficiente que determina o valor do juro, a razão entre os juros recebidos (ou pagos) e o capital inicial aplicado (ou emprestado). Elas se referem sempre a uma unidade de tempo (dia, mês, semestre, ano etc.) e podem ser representadas equivalentemente de duas maneiras: taxa unitária (fração decimal) e taxa percentual; uma é fruto da outra, não são duas coisas diferentes, e sim uma extensão da aplicação. Taxa unitária É a fração decimal da taxa que expressa quanto que um juro obtido representa do valor principal. É expressa pela fórmula: i J C = i = taxa de juros J = juros C = Capital Observação Alguns autores entendem C como P, de principal. Taxa percentual É a taxa unitária multiplicada por 100. Vejamos um exemplo. Uma aplicação de R$ 10.000,00 obteve juros de R$ 100,00 em um mês. Qual foi a taxa unitária? Solução: i= = 100 10 000 0 01 . , Para encontrar a taxa percentual basta multiplicar por 100 o resultado encontrado: i� � � � 100 10 000 0 01 100 1 . , % em um mês. Como foi definido, taxa unitária é uma fração decimal, nesse caso 0,01. 16 Unidade I A desvantagem da definição da taxa de juro J não incluir um período de tempo é eliminada com a taxa unitária de juro i, definida como: valor unitário da taxa é o valor percentual dividido por 100. Assim parece fácil, mas vamos ampliar a visão? Vejamos mais um exemplo. O gerente do banco realizou um empréstimo de R$ 2.000,00 pelo prazo de 60 dias. No momento de assinar o contrato, o devedor se comprometeu a devolver R$ 2.250,00. Calcule o juro, a taxa de juro unitária e a taxa de juro percentual dessa operação. Veja que, antes de calcular as taxas de juros, precisará saber qual foi o juro pago. Solução: Conceituamos juros como o valor acrescido em uma operação. Então, podemos encontrá-lo pela subtração do montante pelo valor do capital, ou seja: J = M = C J = juros M = montante C = capital Lembrete Não se esqueça de que montante é o valor futuro, ou FV, e que capital é o valor atual ou PV. Assim sendo, J = 2.250 - 2.000 = 250 Substituindo para encontrara a taxa unitária: Lembrete Taxa unitária é a fração decimal em relação ao capital: i J C = i= = 250 2000 0 125, Em 60 dias ou dois meses 17 MATEMÁTICA FINANCEIRA Vamos agora encontrar a taxa percentual, que é resultado da multiplicação da taxa unitária por 100. i� � � � 250 2000 0 125 100 12 5, , % Em 60 dias ou dois meses. Falou-se aqui em duas taxas, unitária e percentual, e que uma se origina da outra. Sendo assim, podemos transformar uma na outra sem nenhuma dificuldade. Para transformar, então, a taxa percentual em taxa unitária, basta dividirmos o valor percentual por 100. Dessa forma, 1) 5% em taxa unitária seria: 5 100 0 05= , 2) 10% em taxa unitária seria: 10 100 0 10= , 3) 25% em taxa unitária seria: 25 100 0 25= , 4) 0,5% em taxa unitária seria: 0 5 100 0 005 , ,= Para fazermos os exercícios de Matemática Financeira, devemos trabalhar sempre com a taxa na modalidade unitária, ou seja, dividirmos a taxa percentual por 100. Treinemos, então, mais um pouco. Exemplo 1. Converta para a taxa percentual: 1) 0,57 = 0,57 x 100 = 57% 2) 2,08 = 2,08 x 100 = 208% 3) 0,02 = 0,02 x 100 = 2% Exemplo 2. Converta para a forma unitária: 1) 163% = 163 100 163= , 18 Unidade I 2) 2.107% = 2 107 100 21 07 . ,= 3) 12% = 12 100 0 12= , Veja que, para trabalharmos com cálculos financeiros, devemos pensar “percentualmente”. Pensemos, então, em mais situações nas quais a porcentagem é a base da solução. Exemplo 3. Num lote de 100 lâmpadas, 15 apresentam defeito. Qual é a porcentagem de lâmpadas defeituosas? 15 100 0 15 100 15� � �, % Exemplo 4. Um DVD é vendido por R$ 28,00. Se o seu preço fosse acrescido em 18%, quanto passaria a custar? Solução: O primeiro passo é calcular os juros que serão acrescidos. Lembre-se de que a fórmula é: J = C x i x n, na qual: J = juros C = capital i = taxa de juros n = período Portanto, juros = 28 x 0,18 x 1 = 5,04 Observação Como o período não foi mencionado no problema, o valor substituído na fórmula foi 1, considerando-se que serão acrescidos juros uma única vez, diferente se fosse referido 20% ao mês. 19 MATEMÁTICA FINANCEIRA Sabemos que acrescer 18% sobre o valor do DVD equivale a somar R$ 5,04 sobre o valor original. Então, Preço = R$ 28,00 Novo preço = 28 + 5,04 = 33,04 E se, em vez de um acréscimo, como o citado, fosse concedido um desconto de 20%, qual seria no novo preço? Desconto = 28 x 0,20 x 1 = 5,60 Preço = R$ 28,00 Novo preço = 28 - 5,60 = 22,4 Lembrete Se quiséssemos calcular 20% de acréscimo ao valor do DVD, lembremos que bastaria multiplicarmos o valor do bem pela porcentagem mencionada. 28,00 x 0,20 = 5,60 Trabalhamos, então, com o conceito de taxa de juros, mas vamos agora aplicar a taxa de juros nos conceitos de Matemática Financeira diferenciando juro exato de juro comercial. Juro exato Utiliza o calendário civil, ou seja, 365 dias no ano. Juro comercial Usa calendário com base no ano comercial, ou contábil, 360 dias/ano. Para referenciar os conceitos de juro exato e juro comercial, citamos Bruni e Famá (2002), Hazzan e Pompeo (2004) e Assaf Neto (2002). Esses autores afirmam que os juros exatos e juro comercial são usados nas operações em curto prazo, situação em que é comum fazer uso de juros simples, com prazos definidos em dias. Vejamos um exemplo para entendermos melhor tudo isso. Em se tratando de uma aplicação com taxas de juros de 12% ao ano, ao calcularmos a taxa equivalente diária, teremos resultados diferentes se considerarmos juro exato ou comercial. Em juro exato, dividimos a taxa de juros pelo número exato de dias do ano: Je a d= = 12 365 0 032876, / 20 Unidade I Onde Je = Juro exato a/d= ao dia Em juro comercial, dividimos a taxa de juros pelo número de dias comercial, ou ano contábil: Jc a d= = 12 360 0 033333, / Onde Jc = Juro comercial a/d = ao dia Lembrete O cálculo que acabamos de realizar tem como base juros simples. Para que o aluno entenda melhor, diferenciamos, em seguida, juros simples de compostos. Juros simples A capitalização ocorre somente sobre o valor principal, ou capital inicial. Juros compostos A capitalização ocorre sobre o valor principal e sobre os juros incorridos; é o chamado juros sobre juros. Mais adiante vamos detalhar cada um deles; nesse momento é importante só entender o conceito. Vejamos um exemplo. Um capital de R$ 1.000,00 aplicado a uma taxa de juros de 10% ao mês ficaria da seguinte forma: Juros simples Tabela 1 Período Capital Juros Total 1 1.000 100 1.100 2 1.000 100 1.200 3 1.000 100 1.300 21 MATEMÁTICA FINANCEIRA Juros compostos Tabela 2 Período Capital Juros Total 1 1.000 100 1.100 2 1.100 110 1.210 3 1.210 121 1.331 Veja que os resultados não são os mesmos, que em juros compostos capitalizou-se juros sobre juros. Essa separação é importante para direcionarmos as discussões de que nos ocuparemos. 1.2 Equivalência de taxas Resumidamente, é a forma de igualarmos taxas em períodos diferentes, como: 12% ao ano em juros simples ou compostos equivalem a qual taxa mensal? Será que é a mesma coisaque 1% ao mês? • 12% ao ano equivalem à qual taxa mensal em juros simples? O ano tem 12 meses; então: 12 12 1 % %= ao mês. 12% ao ano = 1% ao mês. • 1% ao mês equivale a qual taxa trimestral em juros simples? Um trimestre tem 3 meses, então: 1 x 3 = 3% 1% ao mês = 3% ao trimestre. • 2% ao dia equivalem a qual taxa mensal em juros simples? O mês tem 30 dias, então = 2 x 30 = 60% ao mês. 2% ao dia = 60% ao mês. 22 Unidade I Exemplo de aplicaçãoExemplo de aplicação Transforme as taxas em taxas equivalentes de acordo com o solicitado: Quadro 1 Taxas: Transformar em: Resultado: 2% ao mês Taxa semestral 12% ao ano Taxa bimestral 1% ao trimestre Taxa mensal 0,12% ao dia Taxa anual (ano comercial) 10% ao semestre Taxa trimestral 6% ao trimestre Taxa anual 2 % ao bimestre Taxa trimestral Calcule sem olhar as respostas, é uma forma de reforçar sua visão sobre os pontos discutidos. Solução: Quadro 2 Taxas: Transformar em: Resultado: 2% ao mês Taxa semestral 2 x 6 = 12% ao semestre 12% ao ano Taxa bimestral 12 6 2= % ao bimestre 1% ao trimestre Taxa mensal 1 3 0 33= , % ao mês 0,12% ao dia Taxa anual (ano comercial) 0,12 x 360 = 43,20% ao ano 10% ao semestre Taxa trimestral 10 2 5= % ao trimestre 6% ao trimestre Taxa anual 6 x 4 = 24% ao ano 2 % ao bimestre Taxa trimestral 2 2 1= % ao mês 1 x 3 = 3% ao trimestre Como devemos refletir a respeito dessas taxas equivalentes? • 2% ao mês é o mesmo que 12% ao semestre; • 12% ao ano é o mesmo que 2% ao bimestre; • 1% ao trimestre é o mesmo que 0,33% ao mês; • 0,12% ao dia é o mesmo que 43,20% ao ano; 23 MATEMÁTICA FINANCEIRA • 10% ao semestre é o mesmo que 5% ao trimestre; • 6% ao trimestre é o mesmo que 24% ao ano; • 2% ao bimestre é o mesmo que 3% ao trimestre. Por isso, as chamamos de taxas equivalentes, um investimento que renda ou que cobre 2% ao mês ou 12% no semestre é a mesma coisa, resultará no mesmo rendimento ou cobrança de juros. 1.3 Equivalência de capitais Com a mesma definição de equivalência de taxas, dois capitais são equivalentes quando colocados no mesmo prazo. Como assim? Vamos utilizar os conceitos já estudados para entendermos melhor. Lembre-se de que o dinheiro tem valor no tempo. Vamos imaginar que você tenha emprestado R$ 1.000,00 a um amigo e que tenha cobrado dele uma taxa de juros de 10% ao mês. Este deverá a você, passados 2 meses, R$ 1.200,00, e, se lhe pagar 1 mês depois da data do empréstimo, pagará 1 mês antes da data combinada. Quanto ele deve pagar? Dispondo esses dados em um diagrama de fluxo de caixa, temos: 1.100,00 1.000,00 0 momento que pediu o dinheiro emprestado 1 2 1.200,00 Figura 3 O amigo vai pagar R$ 1.100,00, ou seja, esse valor é o mesmo que R$ 1.200,00 no mês 2. São valores equivalentes. Cálculos como esse podem ser úteis em que situações? Vejamos. Imaginemos que eu saiba hoje que, dentro de 1 ano, terei de efetuar um pagamento no valor de R$ 1.200,00, dinheiro de que já disponho para quitação desse débito e que há aplicações que rendam uma taxa de 20% ao ano. Será melhor eu efetuar o pagamento ou aplicar o dinheiro? Vamos ver. Primeira opção: O credor não oferece desconto pelo pagamento da dívida à vista. Assim, pagarei R$ 1.200,00 e ficarei sem esse recurso. 24 Unidade I Segunda opção: Aplicar R$ 1.200,00 por 1 ano a uma taxa de 20% ao ano: 1.200 x 0,2 = 240 1.200 + 240 = R$ 1.440,00 Esse será o montante no final de 1 ano, que poderá pagar a dívida, sobrando R$ 240,00. Então, devo pagar a dívida ou não? A resposta é não. Se eu efetuar esse pagamento hoje, terei de desembolsar R$ 1.200,00, sendo que eu poderia aplicar R$ 1.200,00 no prazo de 1 ano a uma taxa de 20% ao ano. Percebemos que o dinheiro não tem o mesmo valor ao passar do tempo (mesmo não existindo inflação), e essa argumentação foi feita com termos estritamente econômicos, e não pessoais. Pagamentos diferentes em sua magnitude total, mas que são feitos em datas diferentes, podem ser equivalentes. Capitais são ditos equivalentes quando os seus valores, transferidos para a mesma data, com a mesma taxa de desconto (custo de oportunidade), são iguais. Vamos pensar inicialmente em taxas equivalentes em juros simples, que permitem a simples divisão ou multiplicação das taxas pelos períodos considerados. O importante aqui é o pensamento de que o dinheiro terá valor no tempo. Aplicação: Para calcular o valor atual: PV FV i n � � �( )1 FV = valor futuro PV = valor presente i = taxa de juros n = período Alguns autores utilizam a fórmula assim: C M i n � � �( )1 25 MATEMÁTICA FINANCEIRA M = montante, que é o mesmo que valor futuro C = capital, que é o mesmo que valor atual i = taxa de juros n = período Vamos alternar aqui o uso dos dois conceitos para que o aluno se acostume com ambos. Para calcular o valor futuro: VF VP i n� � � �( )1 ou M C i n� � � �( )1 Quem nunca teve contato com cálculos financeiros deve entender da seguinte maneira. Calcular valor futuro é imaginar o valor que terá de pagar ou receber em um momento futuro. Por exemplo, se você deposita R$ 1.000,00 em um banco qualquer, quanto terá daqui a 12 meses? Perguntar qual é o montante ou qual é o valor futuro é a mesma coisa. E valor presente, o que é? É o valor de uma aplicação no momento atual. Por exemplo: tenho uma dívida de R$ 1.000,00 que vence em 12 meses e, caso queira pagar com 10 meses de antecedência, qual será o valor da dívida? Para tal, é preciso antecipar o valor da dívida para a data atual. Exploremos melhor outro exemplo. Uma empresa tem um título a pagar de valor nominal de R$ 1.000,00 que vence em 6 meses, com taxa de juros de 1,2% ao mês. O gestor financeiro procurou o credor da dívida e solicitou que, na mesma condição, ampliasse o prazo de pagamento, substituindo o título por um de vencimento em 12 meses. A proposta feita pela empresa credora foi a de substituir por um título com valor de R$ 1.100,00. Você a aceita ou não? Como resolver isso? Trazendo os dois valores para hoje: • primeiro, o valor nominal de R$ 1.000,00 para o momento zero, antecipando 6 meses: PV FV i n PV PV PV � � � � � � � � � ( ) . , ( , ) . , ( , ) 1 1 000 00 1 0 012 6 1 000 00 1 0 072 1.. , ( , ) , 000 00 1 072 932 83PV � 26 Unidade I PV FV i n PV PV PV � � � � � � � � � ( ) . , ( , ) . , ( , ) 1 1 000 00 1 0 012 6 1 000 00 1 0 072 1.. , ( , ) , 000 00 1 072 932 83PV � Antecipemos agora a nova dívida por 12 meses: PV FV i n PV PV PV � � � � � � � � � ( ) . , ( , ) . , ( , ) 1 1 100 00 1 0 012 12 1 100 00 1 0 144 11 100 00 1144 . , ( , ) PV = 961,53 Veja que os valores não são equivalentes, sendo que a proposta feita não é satisfatória para quem vai pagar. Logo, devemos rejeitar essa proposta, pagando um valor superior ao que encontramos trazendo a primeira dívida para o momento zero. R$ 932,83 R$ 961,53 R$ 1.000,00 R$ 1.100,00 0 6 meses 1 ano Figura 4 Qual seria o valor justo a ser cobrado? Recorreremos à fórmula em seguida, mas não temos o FV, que é o que queremos descobrir. Qual é o valor futuro que devemos aceitar? PV FV i n X � � � � � � ( ) , ( , ) 1 932 83 1 0 012 12 x=932,83 . 1,144 x=1.067,15 2 DIAGRAMA DE FLUXO DE CAIXA Com os gráficos estudados anteriormente, pudemos ampliar os conceitos. Uma forma clara de entendermos o fluxo do dinheiro no tempo, sabendo das entradas ou saídas de recursos, é o diagrama 27 MATEMÁTICA FINANCEIRA de fluxo de caixa. Serve para facilitar a visualização dos movimentos monetários estabelecidos em distintos momentos ao longo do tempo, sendo, então, de grande utilidade para as operações de Matemática Financeira: 0 1 500 200 700 200 200 800 2 3 4 5 i% Figura 5 O que significa? Como interpretar? Essa é uma operação qualquer, na qual, no momento 0, houve pagamento de 800,00, e um pagamento de 200,00 no momento 3, e estes representam a saída de caixa. Contudo, houve ainda entradade 500,00 no momento 1 e de 200,00 no momento 2, 700,00 no momento 4 e 200,00 no momento 5. As setas para cima da linha do tempo refletem as entradas de dinheiro, e as setas para baixo da linha horizontal indicam as saídas. É imprescindível que o prazo e a taxa de juros estejam expressos na mesma unidade. Apliquemos esse recurso, com mais um exemplo. Uma dívida de R$ 48.000,00 vence daqui a 6 meses. O devedor pretende quitá-la da seguinte forma: uma prestação de R$ 4.800,00 é paga hoje; uma de R$14.000,00, daqui a 2 meses e uma última de R$ 27.500,00, daqui a 7 meses. Vejamos como fica o diagrama do fluxo de caixa dessa dívida. 0 1 48.000,00 4.800,00 14.000,00 27.500,00 2 3 4 5 6 7 Figura 6 2.1 Regime de capitalização dos juros É a forma como os juros são incorporados ao capital no decorrer do tempo e podem ser identificados em dois regimes de capitalização: simples e composto. 2.1.1 Regime de capitalização simples Compara-se a uma progressão aritmética, isto é, o juro cresce de forma linear ao longo do tempo. Os juros incidem somente sobre o capital inicial da operação, e não sobre o acumulativo. Para um melhor entendimento do sistema de capitalização simples, vamos supor uma aplicação no valor de R$ 1.000,00 por cinco anos, com taxa de juros no valor de 10% ao ano. 28 Unidade I Primeiro ano de aplicação: O capital, que é o valor aplicado de R$ 1.000,00, multiplicado por 10%, perfará juros de R$ 100,00. Assim, no final do ano 1, teremos um montante de R$ 1.100,00 (1.000 + 100). Segundo ano de aplicação: Como os juros são lineares e ocorrem sempre sobre o capital, teremos mais juros de R$ 100,00. Assim, o montante é de R$ 1.100,00 + 100 = 1.200,00. Terceiro ano de aplicação: Seguindo o mesmo raciocínio, R$ 100,00 de juros + 1.200,00 = 1.300,00. Quarto ano: R$ 100,00 + 1.300 = 1.400,00 Quinto ano: 100,00 + 1.400 = 1.500,00 Essa aplicação acarretará montante de R$ 1.500,00 no final do quinto ano. Dispondo as informações em tabela: Tabela 3 Ano Capital Juros 10% a.a Montante 0 1.000,00 1 1.000,00 1.000 x 0,10 = 100,00 1.000 + 100 = 1.100,00 2 1.000,00 1.000 x 0,10 = 100,00 1.100 + 100 = 1.200,00 3 1.000,00 1.000 x 0,10 = 100,00 1.200 + 100 = 1.300,00 4 1.000,00 1.000 x 0,10 = 100,00 1.300 + 100 = 1.400,00 5 1.000,00 1.000 x 0,10 = 100,00 1.400 + 100 = 1.500,00 Observação Veja que os juros incidiram somente sobre o capital, e esse valor de juros calculados é somado ao montante do período anterior. Para calcular os valores da tabela que acabamos de preencher, podemos utilizar uma fórmula: M = C ( 1 + i x n ) 29 MATEMÁTICA FINANCEIRA M = montante (representa o valor acumulado ao final de um período) C = capital (valor do dinheiro no memento inicial, conhecido como valor atual) i = taxa de juros n = período Fazendo as substituições: M = 1.000 (1 + 0,10 x 5) M = 1.000 (1 + 0,50) M = 1.000 x 1,50 M = 1.500,00 Algumas observações podem ser apresentadas: os juros, por incidirem exclusivamente sobre o capital inicial de R$1.000,00, apresentam valores idênticos ao final de cada ano (R$ 100,00); como consequência, o crescimento dos juros no tempo é linear, revelando um comportamento idêntico ao de uma progressão aritmética. Os juros totais da operação atingem, nos 5 anos, R$ 500,00; se os juros simples não forem pagos ao final de cada ano, a remuneração do capital emprestado somente se opera pelo seu valor inicial (R$ 1.000,00), não ocorrendo rendimento sobre os juros que se formam no período. Assim, no 5º ano, a remuneração calculada de R$ 100,00 é obtida com base no capital aplicado há 5 anos. Alguns autores utilizam as nomenclaturas presentes na calculadora financeira HP12 C, em que: M = FV ou valor futuro C = PV ou valor presente Com o mesmo exemplo, podemos calcular ainda os juros ocorridos e acumulados no período. J = M – C J = juros M = montante C = capital J = 1.500,00 – 1.000,00 = 500,00 30 Unidade I Lembrete O regime de juros simples tem como particularidade a incidência dos juros sobre o valor principal do empréstimo, isto é, os cálculos dos montantes (capital + juros) serão realizados com referência ao valor principal, independente do período. Sobre os juros gerados em cada período, não incidirão novos juros. Valor principal ou simplesmente principal ou capital é o valor inicial emprestado ou aplicado antes de somarmos os juros. Vejamos algumas opções: Em juros simples podemos utilizar as seguintes fórmulas: Para cálculo dos Juros: J C i n� � � Para cálculo do capital: C J i n � � Para cálculo da taxa de juros: i J c n � � Para cálculo do período: n J c i � � J = juros C = capital (principal) i = taxa de juros n = número de períodos Para melhor entendimento do aluno, quando da realização dos exercícios, é importante conhecer as siglas presentes nos enunciados no que se refere à taxa de juros. 31 MATEMÁTICA FINANCEIRA Quadro 3 Abreviatura Significado a.d. ou a/d Ao dia a.m Ao mês a.b Ao bimestre a.t Ao trimestre a.q Ao quadrimestre a.s Ao semestre a.a Ao ano Detenhamo-nos agora em alguns exemplos para você fixar o entendimento do que acabamos de estudar. Exemplo 1. Um capital de R$ 1.500,00 foi aplicado à taxa de 10% a.b., pelo período de 2 meses, no regime de capitalização simples. Qual o valor dos juros para o período? Primeiro passo: fazer uma legenda que extraia do enunciado todos os dados importantes. J = ?, é o que queremos encontrar C = 1.500 i = 10% a.b n = 2 meses Segundo passo: verificar se a taxa e o período foram mencionados da mesma forma. i = 10% a.b e n = 2 meses Veja que não foram referidos do mesmo modo: a taxa foi mencionada em bimestre, e o período, em meses. Vamos, então, fazer uso de taxas equivalentes: uma taxa de 10% ao bimestre equivale a qual taxa mensal? Como um bimestre tem dois meses, vamos dividir a taxa bimestral por 2. Taxa mensal = 10 2 5= % ao mês 32 Unidade I Terceiro passo: transformar a taxa percentual em taxa unitária. Taxa unitária = 5 100 0 05= , Quarto passo: fazer a substituição dos valores na fórmula. J = C x i x n J = 1.500 x 0,05 x 2 J = 150 Os juros correspondem a R$ 150,00 em 2 meses, com taxa de 10% ao bimestre. Exemplo 2. Um capital de R$ 1.120,00 foi aplicado a uma taxa de 5% a.m. no regime de capitalização simples por 7 meses. Qual o valor dos juros capitalizados durante o período de vigência da aplicação e o montante acumulado no final do período? Legenda: C = 1.120 i = 5% a.m n = 7 m J = ? M = ? Veja que a taxa e período foram referidos da mesma forma: em meses. Vamos, então, aos cálculos. Calculemos primeiro o valor dos juros capitalizados durante o período de vigência da aplicação: J = C x i x n J = 1.120 x 0,05 x 7 J = 392,00 Podemos calcular agora o montante acumulado no final do período: M = J + C 33 MATEMÁTICA FINANCEIRA M = 392 + 1.120 M = 1.512,00 Exemplo 3. Uma pessoa compra a prazo um DVD que custa, à vista, R$ 500,00, e faz dois pagamentos de R$ 270,00, um no ato da compra e outro um mês depois. Qual é a taxa de juros mensal cobrada pela loja? Aqui é necessário preparar os dados para iniciar a operação. Veja que a compra foi no total de R$ 500,00, sendo que o valor R$ 270,00 foi pago na hora. Sobre essa quantia não incide qualquer juro, pois foi paga à vista. Se o preço inicial era de R$ 500,00, e 270,00 foram pagos à vista, quanto restou para pagar no mês seguinte? 500 – 270 = 230. Esse é o valor que será financiado e pago um mês depois. Considerando que a segunda parcela paga foi de R$ 270,00 e o valor original de R$ 230,00, quanto foi pago de juros? 270,00 – 230,00 = 40,00. Esse foi o valor que se pagou a mais dos R$ 230,00 iniciais. Em porcentagem significa quanto? Vejamos: i� � � 40 230 100 17 39, % Exemplo 4. Temos uma dívida de R$ 80.000,00 que deve ser paga em um trimestre, com juros de 8% a.m. pelo regime de juros simples. Quanto pagaremos de juros? Legenda: C = 80.000 i = 8% a.m n = 1trimestre (corresponde a três meses) J = ? Nesse caso, é mais fácil transformarmos o período na mesma referência da taxa, ou seja: trimestre em mês. J C i n J � � � � � � � 80 000 0 08 3 00 00 . , . ,J 19 2 34 Unidade I Exemplo 5. Uma dívida de R$ 50.000,00 deve ser paga em quatro bimestres, com juros de 20% a.m., pelo regime de juros simples. Quanto será pago de juros? Legenda: C = 50.000 i= 20% a.m = 0,20 n = 4 bimestres = 8 meses J = ? Calculemos: J C i n J � � � � � �50 000 0 20 8. , J = 80.000,00 Exemplo 6. Um negociante pegou um empréstimo a uma taxa de 12% ao mês, no regime de juros simples, para pagar daqui a 10 meses. O juro apurado foi de R$ 20.000,00. Quanto ele pegou emprestado? A fórmula padrão é J = C ⋅ i ⋅ n, mas como o exercício solicita C (capital), devemos isolá-lo da seguinte forma: C J i n � � Legenda: J= 20.000 i = 12% a.m n = 10 meses C=? Calculemos: C � � � 20 000 0 12 10 16 666 66 . , . , Exemplo 7. Você investiu numa aplicação o valor de R$ 45.000,00 por 12 meses, o que lhe proporcionou um rendimento de R$ 8.000,00. Qual foi a taxa de juros simples dessa aplicação? 35 MATEMÁTICA FINANCEIRA Seguindo o mesmo raciocínio do exemplo anterior, a fórmula ficará da seguinte forma: i J C n � � Legenda: J = 8.000 C = 45.000 n = 12 meses i = ? Calculemos: i i � � � 8 000 45 000 12 8 000 540 000 . . . . i = 0,014815 (equivale à taxa unitária) i = 1,4815 % ao mês (equivale à taxa percentual) Exemplo 8. Quanto tempo um capital de R$ 6.200,00 deve ficar aplicado a uma taxa de 4,7% a.m. para obter um rendimento de R$ 1.625,00? Seguindo a mesma base dos exercícios anteriores, teremos uma nova fórmula: n J C i � � Legenda: C= 6.200 i = 4,7% ao mês (taxa percentual) ou i = 0,047 (taxa unitária) J = 1.625,00 n = ? 36 Unidade I Substituindo: n J C i n � � � � 1 625 00 6 200 0 047 . , . , n = = 1 625 00 29140 5 576 . , , , , ou, arredondando = 6 meses. Exemplo 9. Um capital de R$ 75.000,00 é aplicado à taxa de 4% ao mês durante o período de um quadrimestre. Qual o valor dos juros acumulados? Legenda: C = 75.000 i = 4% = 0,04 (taxa unitária) n = 1 quadrimestre (4 meses) Substituindo: J C i n J J � � � � � � � 75 000 0 04 4 12 000 00 . , . , Exemplo 10. Foram emprestados R$ 17.000,00 pelo prazo de 55 dias, com a taxa de juros de 19% ao ano. Foi imposta a condição de pagar os juros junto à devolução do empréstimo. Calcule os juros no regime de juros simples considerando o ano comercial. Devemos nos atentar para o tipo de juro: exato ou comercial? O exemplo refere-se a juro comercial, do que podemos entender o ano de 360 dias. Assim, a taxa anual de 19% ao ano deve ser transformada em taxa diária. i = 19 % ao ano taxa diária = 19 360 0 0527= , % ao dia Todo o restante deve ser desenvolvido de maneira similar aos exemplos anteriores. Legenda: C = 17.000 n = 55 dias 37 MATEMÁTICA FINANCEIRA i = 19% a.a, ou 0,052777% a.d, que, em taxa unitária = 0,00052777 Substituindo: J=C x i x n J=17.000 x 0,00052777 x 55 J=493,46 Os juros obtidos foram de R$ 493,46. Exemplo 11. Um capital de R$ 1500,00 foi aplicado à taxa de 30% a.a., no regime de capitalização simples, por um período de 4 meses. Qual o valor dos juros no período? Legenda: C = 1.500 i = 30% a.a taxa mensal = 30/12 = 2,5% a.m taxa unitária = 0,025 n = 4 meses J = ? Substituindo: J = C x i x n J = 1.500 x 0,025 x 4 J = 150,00 Nos exemplos citados, foi realizado um exercício de montante e outro de capital. Para fixar o aprendizado do aluno, vamos abrir espaço em seguida para tratamento dos dois conceitos. 2.2 Montante e capital em capitalização simples É importante estudar os conceitos de montante e capital, imprescindíveis para o estudo dos sistemas de amortização. Para facilitar esse estudo, recorreremos às definições de Rovina (2009, pp. 7-8): 38 Unidade I Montante é o valor obtido através da soma do capital e dos juros produzidos em um determinado período; alguns autores, nas resoluções de exercícios, representam o montante pela letra M, e outros utilizam a abreviação FV, que, na calculadora financeira HP12C, representa valor futuro. Lembrete Montante é o valor do dinheiro em tempo futuro. Como já foi apontado anteriormente, o montante pode ser obtido por meio da soma do capital com os juros. Montante = capital + juros Pelas representações da HP12C, ficaria assim: FV = PV + INT Capital é um valor monetário disponível em determinada data. Sempre é considerada a data zero, o momento em que é feita uma aplicação ou empréstimo. Sua representação ocorre pela letra C ou pela abreviatura PV, que, do inglês, significa valor presente. Não importando por qual dessas representações optar, o significado é o mesmo. Lembrete Capital é o valor presente do dinheiro, o valor na data zero da operação. Mediante o entendimento dos conceitos de capital e montante, é possível obtermos as seguintes fórmulas: Juros J=C x i x n Montante M = C + J Quando os juros não forem expressos, a fórmula do montante será: M = C(1 + i ⋅ n) Capital C M i n � � �( )1 39 MATEMÁTICA FINANCEIRA Observe que a base da fórmula é a mesma para encontrar quaisquer dos valores dos elementos que a compõem. Há casos em que precisamos depreender dela outros caminhos para chegarmos ao valor procurado, ou seja, isolarmos um elemento, segundo regras matemáticas, para encontrar o seu valor. Taxa de juros Utilizando o método de isolar a variável necessária, obtemos as fórmulas para o cálculo da taxa de juros: i M C n � �1 Período Da mesma forma, obtemos a fórmula para determinar o período. n M C i � �1 Lembrete Em exercícios de capitalização composta, nos quais sejam fornecidos os valores de juros, taxa e capital, podemos usar das fórmulas de juros simples já fornecidas. Com essas fórmulas, é possível resolvermos grande parte dos problemas matemático-financeiros. Vamos aos exemplos. O exemplo a seguir foi baseado em Assaf Neto (2002), Bruni e Famá (2002) e Hazzan e Pompeo (2004). Trata-se de um exercício padrão, com redação muito próxima daquela que geralmente se observa em treinamentos e testes de Matemática Financeira no Brasil. Exemplo 1. Um capital de R$ 70.000,00 é aplicado à taxa de 3,5% ao mês, no regime de capitalização simples, durante um semestre. Pede-se determinar o valor dos juros acumulados nesse período. Legenda: C = 70.000 i = 3,5% a.m. (taxa percentual); a taxa unitária = 0,035 n = 1 semestre = 6 meses J = ? 40 Unidade I Substituindo J = C x i x n J = 70.000 x 0,035 x 6 J = R$ 14.700,00 Exemplo 2. Um negociante tomou um empréstimo pagando uma taxa de juros simples de 8% a.m. durante 10 meses. Ao final desse período, calculou em R$ 255.000,00 o total dos juros incorridos na operação. Determine o valor do empréstimo. Como não é mencionado o montante, mas os juros, é mais fácil o cálculo pela fórmula de juros, e não pela do montante. Para quem está tendo o primeiro contato com a Matemática Financeira, uma das dificuldades é justamente saber qual fórmula utilizar, então entenda isso como uma dica do professor. Legenda: C = ? J = 255.000 i = 8% ao mês (taxa percentual); taxa unitária = 0,08 n = 10 meses J = C x i x n Substituindo 255.000 = C x 0,08 x 10 Observe que o valor destacado passará para o outro lado da equação, dividindo: C � � 255 000 0 08 10 . , C = 318.750,00 Exemplo 3. Um capital de R$ 35.000,00 foi aplicado num fundo de poupança por 9 meses, produzindo um montante de R$ 44.750,00. Pede-se apurar a taxa de juros simples oferecida por essa operação. 41 MATEMÁTICA FINANCEIRA Legenda: C = 35.000 M = 44.750 n = 9 meses i = ? Substituindo: i M C n i i i � � � � � � � � 1 44 750 35 000 1 9 1278571 1 9 0 278571 9 0 030952 . . , , , Como é taxa de juros, devemos multiplicar por 100: i = 0,030952 x 100 = 3,0952% ao mês. Outra forma de fazer o mesmo exercício: J = Cx i x n Não temos, de forma explícita, o valor dos juros, mas o montante e o capital, e sabemos que o montante equivale ao capital acrescido dos juros. Então, se retirarmos, do montante, o capital, sobrarão os juros: J = M – C J = 44.750 – 35.000 = 9.750,00 Agora podemos utilizar a fórmula de juros: 9.750 = 35.000 x i x 9 42 Unidade I 9.750 = 315.000 x i i= = 9 750 315 000 0 030952 . . , Como é taxa de juros, devemos multiplicar por 100: i = 0,030952 x 100 = 3,0952% ao mês. Exemplo 4. Uma aplicação de R$ 244.000,00 rendendo a uma taxa de juros simples de 1,9% ao mês produz, ao final de determinado período, juros no valor de R$ 31.000,00. Calcular o prazo da aplicação. Legenda: C = 244.000 i = 1,9% ao mês (taxa percentual); a taxa unitária = 0,019 J= 31.000 n=? M = C + J = 275.000 Substituindo: n M C i � �1 Primeiro, fazemos a divisão, depois, subtraímos 1, dividindo o resultado por 0,019. n n n � � � � � 275 000 244 000 1 0 019 1127049 1 0 019 0 127049 0 019 . . , , , , , n= 6,6867 meses ou arredondando 7 meses. 43 MATEMÁTICA FINANCEIRA Exemplo 5. Uma empresa tomou R$ 3.500,00 emprestados para pagar dentro de 7 meses, a uma taxa de juros simples igual a 5,5% a.m. Calcule o valor futuro dessa operação. Lembrete Valor futuro é o valor do dinheiro após um determinado período, é o que chamamos de montante. Legenda: C = 3.500 n = 7 meses i = 5,5% ao mês (taxa percentual); a taxa de juros unitária = 0,055 M = ? M = C (1 + i x n) M = 3.500 (1 + 0,055 x 7) M = R$ 4.847,50 Exemplo 6. Uma aplicação feita no regime de juros simples rendeu um montante igual a R$ 780,00 após 6 meses, a uma taxa de 9,5% a.m. Qual o capital inicial da operação? C = ? M = 780,00 n = 6 meses i = 19% ao bimestre = 9,5% ao mês (taxa percentual); a taxa de juros unitária = 0,095 Substituindo: C M i n C C C � � � � � � � � ( ) ( , ) , , 1 780 1 0 095 6 780 157 496 81 44 Unidade I C M i n C C C � � � � � � � � ( ) ( , ) , , 1 780 1 0 095 6 780 157 496 81 3 DESCONTO SIMPLES RACIONAL OU “POR DENTRO” O desconto simples racional, também chamado de desconto “por dentro”, assume os conceitos e relações básicas de juros simples. Dessa forma, Dr é o valor do desconto racional, C é o capital (ou valor atual), i é a taxa periódica de juros e n é o prazo do desconto (número de períodos em que o título é negociado antes de seu vencimento). Tem-se a seguir a expressão de juros simples: Dr = C x i x n Pela definição de desconto, e incorporando o conceito de valor descontado no lugar do capital no cálculo do desconto, obtém-se: Dr = N – Vr sendo que N é o valor nominal (ou valor de resgate ou montante) e Vr é o valor descontado racional (ou valor atual) na data da operação: V N Dr r� � Na maioria dos exercícios, vamos utilizar as seguintes fórmulas: Desconto: D N i n i nr � � � � �1 Valor descontado: V N i nr � � �1 Lembrete No desconto racional, o juro incide sobre o capital do título e a taxa de juros (aqui representada como desconto) é o custo incorrido no período do desconto. Temos a seguir mais um exemplo baseado em Assaf Neto (2002), Bruni e Famá (2002) e Hazzan e Pompeo (2004), muito próximo de treinamentos e testes de Matemática Financeira no Brasil. 45 MATEMÁTICA FINANCEIRA Exemplo 1. Seja um título de valor de R$ 3.500,00 vencível em um ano, que está sendo liquidado 2 meses antes de seu vencimento. Sendo 48% a.a. a taxa nominal de juros corrente, pede-se calcular o desconto e o valor descontado. Primeiro, vejamos a solução graficamente: Vr N = R$ 3.500,00 0 i = 48% a.a 4% a.m 12 meses10 Figura 7 Análogo ao que já estudamos na capitalização simples, trazemos um valor futuro para o presente. Legenda: N = 3.500 n = 2 meses i = 48% a.a, ou, em taxa mensal, = 4% ao mês Dr = ? Vr = ? D N i n i n D r r � � � � � � � � � � � � 1 3 500 0 04 2 1 0 04 2 280 1 08 259 26 . , , , , (valor do desconto) Esse é o valor que será abatido, ou deduzido, do valor nominal do título. Valor descontado V N D V r r r � � � � �3 500 259 26 3 240 74. , $ . , Ou 46 Unidade I V N i n V r r � � � � � � � 1 3 500 00 1 0 04 2 3 240 74 . , , $ . , Para o devedor, o valor de R$ 259,26 representa o que se está deixando de pagar por quitar a dívida antecipadamente. O valor líquido do pagamento (valor descontado) é de R$ 3.240,71. 3.1 Desconto bancário ou comercial ou “por fora” De ampla utilização pelo mercado, em operações de crédito bancário e comercial de curto prazo, segundo autores brasileiros de trabalhos de Matemática Financeira, como Bruni e Famá (2002), Hazzan e Pompeo (2004) e Assaf Neto (2002), o desconto comercial (ou “por fora”) proporciona maior volume de encargos financeiros nas operações, porque incide sobre o valor nominal, ou “valor de resgate”. Determina-se o desconto por fora (DF, no regime de juros) da seguinte forma: o produto do valor nominal do título (N) multiplicado pela taxa de desconto periódica “por fora” contratada na operação (d) e pelo prazo de antecipação definido para o desconto (n), o que pode ser matematicamente representado da seguinte forma: DF = N x d x n Sendo assim, aplicando-se a definição para o valor descontado “por fora” (VF), obtém-se a seguinte fórmula: VF = N – DF VF = N – N x d x n VF = N (1 – d x n) Dediquemo-nos, em seguida, a três exemplos para fixarmos o que acabamos de aprender; os dois primeiros, como outros no decorrer desse material, foram baseados em Assaf Neto (2002), Bruni e Famá (2002) e Hazzan e Pompeo (2004). Exemplo 1. Qual o valor do desconto bancário de uma duplicata de R$ 100,00 descontada 60 dias antes do vencimento, à taxa de desconto de 0,2% a.d.? Legenda: Db = ? 47 MATEMÁTICA FINANCEIRA N = 100 d = 0,2% a.d. = 0,002 a.d. n = 60 dias Db = N x d x n Db = 100,00 x 0,002 x 60 Db = R$ 12,00 O valor do desconto bancário é de R$ 12,00. Exemplo 2. Uma empresa emitiu uma duplicata de R$ 7.500,00 a vencer em 3 de abril. No dia 19 de janeiro, descontou o título num banco que cobra 2,5% a.m. de desconto bancário. Calcular o valor de resgate do título. Legenda: N = 7.500 C = ? i = 2,5% a.m. = 2,5/30 = 0,0833% ao dia (taxa percentual); taxa unitária = 0,000833 a.d. n = 74 dias C = 7.500 (1– 0,000833 x 74) C= 7.500 ( 1 – 0,091667) C= 7.500 (0,938333) O valor do resgate é R$ 7.037,50. Exemplo de aplicaçãoExemplo de aplicação Ao longo da unidade, você teve contato com termos das áreas financeira e matemática que correspondem a determinados conceitos. Propomos, por isso, que você aprofunde sua compreensão com relação a eles. Tente explicar a seguir com suas próprias palavras o que significa juro. Caso necessite, volte ao texto, releia-o e pesquise, em livros e na internet, não só o que o termo significa, mas como os profissionais da área financeira e matemática o utilizam. 48 Unidade I ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________. Saiba mais A Matemática, em geral, e a Financeira, ainda mais, podem ser disciplinas muito enfadonhas (chata) para grande parte dos estudantes. No entanto, também podem ser divertidas e curiosas. Recomendamos, após o estudo desta unidade, a leitura dos livros a seguir: TAHAN, M. O homem que calculava. São Paulo: Record, 2003. ______. Matemática divertida e curiosa. São Paulo: Record, 2002. Há também um bem recomendado site com muitas informações sobre Malba Tahan: <http://www.malbatahan.com.br/>. 4 REGIME DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA Compara-se a uma progressão geométrica, ou seja, o juro crescede forma exponencial ao longo do tempo. Os juros incorporam-se ao capital inicial da operação e de forma acumulativa, isto é, juros sobre juros. Vejamos exemplo: Tabela 4 Ano Capital Juros 10% a.a Montante 0 1.000,00 1 1.000,00 1.000 x 0,10 = 100,00 1.000 + 100 = 1.100,00 2 1.100,00 1.100 x 0,10 = 110,00 1.100 + 110 = 1.210,00 3 1.210,00 1.210 x 0,10 = 121,00 1.210 + 121 = 1.331,00 4 1.331,00 1.331 x 0,10 = 133,10 1.331 + 133,1 = 1.464,10 5 1.464,10 1.464,10 x 0,10 = 146,41 1.464,10 + 146,41 = 1.610,51 49 MATEMÁTICA FINANCEIRA Na comparação entre juros simples e compostos, o mesmo capital aplicado pelo mesmo período e taxa de juros fica da seguinte forma: Tabela 5 Ano Simples Montante Composto Montante 0 1.000,00 1.000,00 1 1.100,00 1.100,00 2 1.200,00 1.210,00 3 1.300,00 1.331,00 4 1.400,00 1.464,10 5 1.500,00 1.610,51 1800 1500 1200 900 600 1 2 3 4 5 6 Ano Simples montante Composto montante Figura 8 Observe, na tabela de juros compostos, que os juros não incidem unicamente sobre o capital inicial de R$ 1.000,00, mas sobre o saldo total existente no início de cada ano. O crescimento dos juros ocorre em progressão geométrica, evoluindo de forma exponencial ao longo do tempo. 4.1 Juros compostos O regime de juros compostos é comumente usado no sistema financeiro e, com isso, o mais usual para cálculos de problemas financeiros do cotidiano. Uma particularidade é serem juros gerados a cada período e incorporados ao valor principal para serem referência no cálculo dos juros do período seguinte, isto é, são juros sobre juros. O momento em que os juros são incorporados ao valor principal é quando ocorre a capitalização. A seguir, temos a expressão algébrica que demonstra os juros sobre juros em três períodos: 1º mês M = C.(1 + i) 50 Unidade I 2º mês: o principal passa a ser o montante do mês anterior: M = C x (1 + i) x (1 + i) 3º mês: o principal passa a ser o montante do mês anterior: M = C x (1 + i) x (1 + i) x (1 + i) Dessa forma, é possível obtermos a fórmula da qual deriva todas as outras fórmulas que veremos em seguida a ela: M = C.(1 + i)n Para calcular o capital: C M i n � �( )1 Para calcular o juro: j C i n� � � ��� � �( )1 1 Para calcular a taxa de juros: i M C n� �( ) 1 1 Observação A taxa de juros, representada pela letra i, tem de ser expressa na mesma medida de tempo de n, ou seja, taxa de juros ao mês para n meses. Obviamente, podem ser usadas outras unidades de tempo como ano, semestre etc., mas devemos sempre utilizar a mesma unidade para período e taxa. Para calcular o juro, basta diminuir o valor principal do montante ao final do período: J = M – C Analisemos um exemplo para que você possa compreender melhor o conceito de juros compostos. Se uma pessoa deseja obter R$ 26.750,00 dentro de 11 meses, quanto deverá depositar hoje numa poupança que rende 1,65% de juros compostos ao mês? 51 MATEMÁTICA FINANCEIRA Interpretemos a questão. Veja a pergunta: quanto deverá guardar hoje? Lembre-se de que definimos o valor do dinheiro hoje como o capital ou o valor presente, e o valor que desejamos obter no futuro, como montante ou valor futuro. Sendo assim, vamos à solução do problema: Legenda: M = 26.750 i = 1,65% a.m n = 11 meses C = ? Substituindo: C M i C C C n � � � � � � ( ) . ( , ) . , . , 1 26 750 1 0 0165 26 750 1197139 22 343 07 11 Para que o gestor financeiro tenha a visão de mercado, vamos indicar, em alguns exercícios, a solução na HP12C, deixando claro, contudo, que essa ferramenta não poderá ser utilizada nas avaliações; a permissão aqui é simplesmente para embasar o aluno nas ações de mercado. Vale observar que nem sempre se podem utilizar calculadoras nos exames oficiais. Figura 9 – HP12C 52 Unidade I Para a calculadora HP12C realizar cálculos de capitalização composta, deve exibir a letra C no visor. Caso não mostre, aperte a tecla STO e depois EEX. Fazendo os cálculos: Digite o valor principal, 26750, depois aperte a tecla chs, em seguida a tecla FV, digite 1,65 que é a taxa de juros, e para conformar como taxa aperte a tecla i, digite 11 e em seguida aperte a tecla n, estará assim registrando o período. Por último aperte a tecla PV e o resultado será exibido. Para facilitar, segue sequência a ser seguida. Digite os dados da legenda nesta sequência: 26750 Chs FV 1,65 i 11 n PV E terá o resultado: R$ 22.343,05. A mínima diferença nos centavos é devido às dízimas periódicas. Para fixar o aprendizado, vejamos outros exemplos. Exemplo 1. Qual o valor de resgate de uma aplicação de R$ 12.000,00 em um título pelo prazo de 8 meses à taxa de juros compostos de 3,5% a.m.? Legenda: C= 12.000,00 i = 3,5% a.m n = 8 meses M = ? 53 MATEMÁTICA FINANCEIRA Substituindo: M = C (1 + i)n M = 12000 (1 + 0,035)8 M = R$ 15.801,71 Cálculo pela HP12C: Digite os dados da legenda nesta sequência: 12000 Chs Pv 3,5 i 8 n FV Resultado: R$ 15.801,70. Exemplo 2. Calcule o montante de um capital de R$ 6.750,00, aplicado no regime de juros compostos, durante 13 meses, à taxa de 3,8% ao mês. Legenda: C = R$ 6.750,00 n = 13 meses i = 3,8% a.m. = 0,038 M = ? Cálculo: M = C.(1+i)n 54 Unidade I M = 6750 (1+0,038)13 M=10.961,48 Cálculo pela HP12C: Digite na sequência os dados da legenda: 6750 Chs Pv 3,8 i 13 n FV Resultado: R$ 10.961,48. Exemplo 3. Determinar os juros pagos de um empréstimo de R$ 87.520,00 pelo prazo de 6 meses, à taxa composta de 3,35% ao mês. Legenda: C = R$ 87.520,00 i = 3,35% a.m (taxa percentual); taxa unitária = 0,0335 n = 6 meses J = ? Solução: J = C [(1+i)n–1] j = 87.520 [(1 + 0,0335)6 – 1] j = 87.520 [(1,0335)6 – 1] 55 MATEMÁTICA FINANCEIRA j = 87.520 [1,218604 – 1] j = 87.520 [0,218604] j = R$ 19.132,22 Para o cálculo na HP12C, digite sequencialmente os dados da legenda: 87520 Chs Pv 3,35 i 6 f n Resultado: R$ 19.132,29. Exemplo 4. Calcule quanto se deve depositar hoje para resgatar R$ 100.000,00 daqui a 15 meses, considerando a taxa de juro de 1,75% ao mês no regime de juros compostos. Legenda: M = 100.000,00 C = ? i = 1,75% a.m n = 15 meses C = ? Substituindo: C M i C C C n � � � � � � � � ( ) . ( , ) . , . , 1 100 000 1 0 0175 100 000 1297227 77 087 15 551 56 Unidade I C M i C C C n � � � � � � � � ( ) . ( , ) . , . , 1 100 000 1 0 0175 100 000 1297227 77 087 15 551 Para o cálculo na HP12C, digite sequencialmente os dados da legenda: 100000 Chs Fv 1,75 i 15 n Pv Resultado: R$ 77.087,46 Observação Houve uma pequena diferença nos centavos, pois na HP12C considera- se todos os números após a vírgula e, feita com fórmulas, por questão de espaço, utiliza-se somente seis dígitos após a vírgula. Exemplo 5. João emprestou a Maria R$ 100.000,00, e, após seis meses, a devolução do empréstimo foi de R$ 141.852,00. Considerando capitalização composta, qual foi a taxa de juros mensal dessa operação? Legenda: C = 100.000,00 M = 141.852,00 n = 6 meses i = ? Solução: 57 MATEMÁTICA FINANCEIRA i = (M / C)1/n -1 i = (141.852 / 100.000)1/6 -1 i = 0,06 Desenvolvendo o cálculo pela HP12C: (141.852 / 100.000)1/6 -1 Figura 10 1) abrir parêntese; 2) digitar 141852 / 100000; 3) fechar parêntese; 4) apertar a tecla ^, que indica que os valores digitados na sequência estarão em potência; 5) abrir parêntese; 6) digitar 1/6; 7) fechar parêntese; 8) digitar – 1 e =. Para desenvolver o mesmo cálculo na calculadora do computador, você deve seguir os mesmos passos vistos anteriormente, com a única diferença de digitar no lugar de isto: x, em algumas tem-se a tecla: yx. 58 Unidade I Figura 11 Exemplo 6. Hoje foram aplicados R$ 10.000,00 pelo prazo de 12 meses, com taxa de juro de 3,5% ao trimestre. Calcule o valor do resgate considerando o regime de juros compostos. Legenda: C= 10.000 n = 12 meses (4 trimestres) i = 3,5 a.t (taxa percentual); taxa unitária = 0,035 M = ? Solução: M= C x (1 + i)n M = 10.000 x (1 + 0,035)4 = 11.475,23 Exemplo de aplicaçãoExemplo de aplicação 1. Calcule quanto deveria ser aplicado hoje para se resgatarem R$ 10.000,00 daqui a 12 meses, considerando a taxa de juro constante de 2,2% ao mês, no regime de juros compostos. Legenda: 59 MATEMÁTICA FINANCEIRA Calculando: Solução: C = M / (1 + i)n C = 10000 / (1+0,022)12 C = 7.701,75 2. Um investidor tem R$ 11.000,00 para aplicar durante 4 meses. Consultou um determinado banco e recebeu as seguintes propostas de investimento: I: 2,5% de juros simples ao mês. II: 1,3% de juros compostos ao mês. III: resgate de R$ 11.450,00 ao final de um período de quatro meses. Qual é a mais interessante? Análise da proposta I 60 Unidade I Análise da proposta II Análise da proposta III Solução: Proposta I: juros simples i = 2,5% ao mês N = 4 meses C = 11.000 M = ? Substituindo na fórmula: M = C ( 1+ i x n) M = 11.000 ( 1+ 0,025 x 4) M = 11.000 (1,10) M= 12.100,00 61 MATEMÁTICA FINANCEIRA Proposta II: juros compostos i = 1,3% ao mês N = 4 meses C = 11.000 M = ? Substituindo na fórmula: M = C ( 1+ i)n M = 11.000 ( 1 + 0,013)4 M = 11.583,25 Proposta III: retorno de 11.450,00. Decisão: olhando somente para os valores absolutos, já temos a escolha da opção I, pois o valor é maior pelo mesmo período. Isso significa que as taxas não são equivalentes. Visualizemos melhor cada proposta no quadro em seguida. Quadro 4 Proposta I Proposta II Proposta III i = (M / C)1/n -1 i = ( 12.100 / 11.000)1/4 – 1 i = 2,4% ao mês Taxa da opção II 1,3% ao mês i = (M / C)1/n -1 i= (11.450 / 11000)1/4 – 1 i = 1,007% ao mês 3. Calcule os juros compostos e o montante referentes a um capital de R$ 7.500,00, aplicado durante 6 meses, à taxa de 10% a.m. 62 Unidade I Solução: Legenda C = 7.500 i = 10% a.m. = 0,10 n = 6 meses J = ? M = ? Cálculo para encontrar o montante: M = C . (1 + i)n M = 7.500,00 (1 + 0,10)6 M = 7.500,00 (1,10)6 M = 7.500,00 (1,771561) M = 13.286,70 Calculemos agora os juros compostos, o que pode ser realizado de duas formas: Primeira forma: J = M – C J = 13.286,70 – 7.500,00 J = 5.786,70 Segunda forma: J = C . [(1 + i)n–1] J = 7.500,00 [(1 + 0,10)6–1] J = 5.786,70 63 MATEMÁTICA FINANCEIRA 4.2 Taxas proporcionais e equivalentes em capitalização composta Da mesma maneira que estudamos em juros simples, as taxas em juros compostos também exigem análise de equivalência em algumas situações. Para compreender o significado dessas taxas, é necessário reconhecer que toda operação envolve dois prazos: • prazo a que se refere a taxa de juros; • prazo de capitalização do juros. Para exemplificar, um investimento paga aos investidores uma taxa de juros de 6% ao ano, a qual é capitalizada ao valor principal, todo mês, por meio de um percentual proporcional de 0,5% a.m. Portanto, temos dois prazos: prazo da taxa em ano e prazo da capitalização em mês, e, para uso das fórmulas da Matemática Financeira, é necessário expressá-los na mesma unidade de tempo. No regime de juros compostos, o conceito de taxa equivalente permanece válido, diferenciando a fórmula de cálculo da taxa de juros. Vejamos: Lembrete Duas taxas são equivalentes quando um determinado capital aplicado produz mesmo montante no mesmo período. iq iq� � �1 1 ou iq i q� � �( )1 1 1 iq= (1+i)1/q – 1 em que: q = número de períodos de capitalização. Veja alguns exemplos para compreender melhor o que acabamos de estudar. Exemplo 1. Qual a taxa equivalente composta mensal de 10,3826% ao semestre? Temos duas formas de solucionar o problema. Vejamos a primeira delas: iq iq� � �1 1 64 Unidade I i i i 6 6 6 6 6 1 0 103826 1 1103826 1 166 � � � � � � , , , A segunda solução é esta: iq = (1+i) 1/q – 1 iq = (1+0,103826) 1/6 – 1 iq = (1,103826) 1/6 – 1 iq = 1,0165999 – 1 iq= 0,0165999. Como é taxa, iq = 0,0165999 x 100 = 1,66% ao mês. Interpretação: 10,3826% ao semestre ou 1,66% ao mês é a mesma coisa; em linguagem técnica são equivalentes ou proporcionais. Assim sendo, a um mesmo capital e prazo de aplicação, é financeiramente indiferente o rendimento de 1,66% ao mês ou 10,3826% ao semestre. Para demonstrar isso, pensemos numa aplicação de $ 50.000,00 aplicado por 2 anos: • Para i = 1,66% e n = 24 meses: M = 50.000,00 (1,0166)24 = R$ 74.228,81 • Para i = 10,3826% e n = 4 semestres: M = 50.000,00 (1,103826)4 = R$ 74.228,81 Exemplo 2. A taxa Selic anual atual é de 9,5%. Qual é taxa equivalente ao dia e ao mês, considerando o ano comercial? Solução: Ao dia i i i i i q q� � � � � � � � � 1 1 1 0 095 1 1 000252 1 0 000252 360 360 360 360 , , , 65 MATEMÁTICA FINANCEIRA Como é taxa I360= 0,000252 x 100 = 0,0252% ao dia. Ao mês i i i i q q� � � � � � � � 1 1 1 0 095 1 1 007591 1 12 12 12 , , i12 = 0,007591 Como é taxa i12 = 0,007591 x 100 = 0,7591% ao mês. Sendo assim: 9,5% ao ano, 0,0252% ao dia e 0,7591% ao mês são equivalentes. Observação Perceba que os procedimentos são diferentes dos métodos utilizados em juros simples, pois simplesmente efetuávamos a divisão pelos períodos envolvidos, sendo que 12% ao ano era equivalente a 1% ao mês. Exemplo 3. A taxa de juros de um financiamento está fixada em 4,2% a.m. em determinado instante. Qual a taxa acumulada para 1 ano? Observação Nos modelos apontados anteriormente, foi necessário transformar ano em mês, ou seja, a pergunta era: quantos meses tem um ano? Assim, o expoente em um dos casos era 12. E, quando era para transformar taxa anual e taxa diária, a pergunta a ser feita era: quantos dias tem um ano? Assim, o expoente era 360. Agora, teremos de transformar mês em ano; a pergunta deve ser então: um mês em ano deve ser representado como? Nesse caso expoente da raiz ficará, então, da seguinte forma: 1/12. i i i i i q q� � � � � � � � � 1 1 1 0 042 1 0 112 112 12 12 / / , , , 16383 1 6383 66 Unidade I como é taxa i x i 12 12 0 6383 100= = , 63,83% ao ano Exemplo 4. Capitalizar as seguintes taxas: Quadro 4 2,3% ao mês Em taxa anual 0,14% ao dia Para 23 dias 7,45% ao trimestre Para um ano 6,75% ao semestre Para um ano 34% ao ano Em taxa mensal Solução: 2,3% ao mês Em taxa anual ia = (1+0,023)12 – 1 = 31,37 % a.a. 0,14% ao dia Para 23 dias id = (1+0,0014)23 – 1 = 3,27% para 23 dias. 7,45% ao trimestre Para um ano ia = (1+0,0745)4 – 1 = 33,29% a.a 6,75% ao semestre Para um ano ia = (1+0,0675)2–1= 13,95% a.a. 34% ao ano Em taxa mensal im = (1+0,34)1/12 – 1 = 2,47%a.m. Resumo Nesta unidade, você deu seus primeiros passos no ambiente da Matemática Financeira, ao estudar os conceitos fundamentais utilizados por todos os que se deparam com problemas matemáticos relacionados aos negócios. Estudou conceitos como: juros; capitais; fluxo de caixa; valor atual; capitalização simples e composta; juros simples e juros compostos; montante, capital; taxas proporcionais e equivalentes; desconto simples, racional ou “por dentro”. Conforme advertimos, é importante que se dedique bastante a esta unidade, não partindo tão logo, então, à unidade II. Dessa forma, caso não tenha assimilado bem tudo o que vimos até agora, volte e estude mais um pouco. Quanto mais tempo puder se dedicar aos estudos dessa primeira parte do nosso material, melhor! 67 MATEMÁTICA FINANCEIRA No mais, parabéns por todo o seu esforço. Estas primeiras páginas proporcionaram um conhecimento que pode ser considerado a base matemática para sua vida profissional, sendo-lhe muito útil para outros desafios ao longo do curso. O primeiro desses desafios já bate à sua porta. Vamos para a unidade II. Exercícios Questão 1. (ATE/SEFAZ/MT 2001) A quantia de R$ 1.000,00 é aplicada mensalmente durante seis meses; a quantia de R$ 2.000,00 é aplicada mensalmente durante os seis meses seguintes e, finalmente, a quantia de R$ 3.000,00 é aplicada mensalmente durante mais seis meses. Qual o valor mais próximo domontante das aplicações ao fim dos dezoito meses de prazo, considerando que as aplicações foram sempre realizadas ao fim de cada mês e renderam uma taxa de juros compostos de 4% ao mês? A) R$ 41.040,00 B) R$ 47.304,00 C) R$ 51.291,00 D) R$ 60.000,00 E) R$ 72.000,00 Resposta correta: alternativa B. Análise das alternativas Justificativa geral: no enunciado da questão é dado que uma aplicação de R$ 1.000,00 é realizada por 6 meses e após, outra de R$ 2.000,00, também por 6 meses e, por fim, mais uma de R$ 3.000,00, também por 6 meses. Pode-se entender que houve uma aplicação de R$ 1.000,00 por 18 meses, outra de R$ 1.000,00 por 12 meses e mais outra de R$ 1.000,00 por 6 meses. Nessa circunstância, o montante é obtido pela aplicação da fórmula seguinte: M = [P (1+ i)n ], i n4% , sendo que i n 4% é obtido na tabela a seguir: 68 Unidade I Fator de VALOR PRESENTE de uma SÉRIE UNIFORME Valor Presente de uma Série Uniforme: multiplique o valor da parcela fixa pelo fator da tabela e encontre o valor presente de todas as parcelas da série de pagamentos n/i 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 11% 12% 13% 14% 15% 16% 1 0,9901 0,9804 0,9709 0,9615 0,9524 0,9434 0,9346 0,9259 0,9174 0,9091 0,9009 0,8929 0,8850 0,8772 0,8696 0,8621 2 1,9704 1,9416 1,9135 1,8861 1,8594 1,8334 1,8080 1,7833 1,7591 1,7355 1,7125 1,6901 1,6681 1,6467 1,6257 1,6052 3 2,9410 2,8839 2,8286 2,7751 2,7232 2,6730 2,6243 2,5771 2,5313 2,4869 2,4437 2,4018 2,3612 2,3216 2,2832 2,2459 4 3,9020 3,8077 3,7171 3,6299 3,5460 3,4651 3,3872 3,3121 3,2397 3,1699 3,1024 3,0373 2,9745 2,9137 2,8550 2,7982 5 4,8534 4,7135 4,5797 4,4518 4,3295 4,2124 4,1002 3,9927 3,8897 3,7908 3,6959 3,6048 3,5172 3,4331 3,3522 3,2743 6 5,7955 5,6014 5,4172 5,2421 5,0757 4,9173 4,7665 4,6229 4,4859 4,3553 4,2305 4,1114 3,9975 3,8887 3,7845 3,6847 7 6,7282 6,4720 6,2303 6,0021 5,7864 5,5824 5,3893 5,2064 5,0330 4,8684 4,7122 4,5638 4,4226 4,2883 4,1604 4,0386 8 7,6517 7,3255 7,0197 6,7327 6,4632 6,2098 5,9713 5,7466 5,5348 5,3349 5,1461 4,9676 4,7988 4,6389 4,4873 4,3436 9 8,5660 8,1622 7,7861 7,4353 7,1078 6,8017 6,5152 6,2469 5,9952 5,7590 5,5370 5,3282 5,1317 4,9464 4,7716 4,6065 10 9,4713 8,9826 8,5302 8,1109 7,7217 7,3601 7,0236 6,7101 6,4177 6,1446 5,8892 5,6502 5,4262 5,2161 5,0188 4,8332 11 10,3676 9,7868 9,2526 8,7605 8,3064 7,8869 7,4987 7,1390 6,8052 6,4951 6,2065 5,9377 5,6869 5,4527 5,2337 5,0286 12 11,2551 10,5753 9,9540 9,3851 8,8633 8,3838 7,9427 7,5361 7,1607 6,8137 6,4924 6,1944 5,9176 5,6603 5,4206 5,1971 13 12,1337 11,3484 10,6350 9,9856 9,3936 8,8527 8,3577 7,9038 7,4869 7,1034 6,7499 6,4235 6,1218 5,8424 5,5831 5,3423 14 13,0037 12,1062 11,2961 10,5631 9,8986 9,2950 8,7455 8,2442 7,7862 7,3667 6,9819 6,6282 6,3025 6,0021 5,7245 5,4675 15 13,8651 12,8493 11,9379 11,1184 10,3797 9,7122 9,1079 8,5595 8,0607 7,6061 7,1909 6,8109 6,4624 6,1422 5,8474 5,5755 16 14,7179 13,5777 12,5611 11,6523 10,8378 10,1059 9,4466 8,8514 8,3126 7,8237 7,3792 6,9740 6,6039 6,2651 5,9542 5,6685 17 15,5623 14,2919 13,1661 12,1657 11,2741 10,4773 9,7632 9,1216 8,5436 8,0216 7,5488 7,1196 6,7291 6,3729 6,0472 5,7487 18 16,3983 14,9920 13,7535 12,6593 11,6896 10,8276 10,0591 9,3719 8,7556 8,2014 7,7016 7,2497 6,8399 6,4674 6,1280 5,8178 19 17,2260 15,6785 14,3238 13,1339 12,0853 11,1581 10,3356 9,6036 8,9501 8,3649 7,8393 7,3658 6,9380 6,5504 6,1982 5,8775 Fonte: <http://aulasdematematica.com.br/documentos/aulasdematematica.com.br-vp_serie_uniforme.pdf>. Acesso em: 22 nov. 2011. Montante total = M1 + M2 + M3 M1 = [1.000 (1 + 0,04)18 ] ¸ i 4 18 % = 25.645,41 M2 = [1.000 (1 + 0,04)12 ] ¸ i 4 12 % = 15.025,80 M3 = [1.000 (1 + 0,04)6 ] ¸ i 4 6 % = 6.632,97 Montante total = 47.304,18 Questão 2. (ATE/SEFAZ/MT 2001) Três capitais são aplicados a juros simples pelo mesmo prazo. O capital de R$ 3.000,00 é aplicado à taxa de 3% ao mês, o capital de R$ 2.000,00 é aplicado a 4% ao mês e o capital de R$ 5.000,00 é aplicado a 2% ao mês. A taxa média mensal de aplicação destes capitais é de: A) 3,0% B) 2,7% 69 MATEMÁTICA FINANCEIRA C) 2,5% D) 2,4% E) 2,0% Resolução desta questão na plataforma. 70 Unidade II Unidade II Na unidade I, estudamos as aplicações básicas em Matemática Financeira; agora, vamos aplicar os conceitos já estudados nos modelos de amortização. 5 SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS Os sistemas de amortização são desenvolvidos basicamente para operações de empréstimos e financiamentos de longo prazo, envolvendo desembolsos periódicos do valor principal e encargos financeiros. 5.1 Sistema Financeiro da Habitação (SFH) Criado em 1964, com o objetivo de viabilizar a concessão de financiamentos de longo prazo para aquisição da casa própria, o Sistema Financeiro da Habitação é composto por um complexo conjunto de leis e regras próprias que definem as condições da concessão do financiamento em cada época. A concessão de um financiamento habitacional inicia-se com a procura, pelos interessados, de um agente financeiro. Os recursos para esse empréstimo podem ser oriundos das contas vinculadas do FGTS, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, do SBPE, Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo e demais fundos ou mesmo recursos próprios do agente financeiro. A hipoteca do imóvel é a garantia do financiamento. Na vigência desse sistema (SFH), foram criados planos e formas de reajuste de prestações, com benefícios aos tomadores, causando o descasamento entre saldo e prestação, o que gerou um grande déficit a ser coberto pelo FCVS, Fundo de Compensação de Variações Salariais. Há várias maneiras de amortizar uma dívida. É imprescindível, em cada operação, que as partes estabeleçam contrato para esclarecimento das formas, taxas e afins para o acerto da antecipação do montante e quitação da dívida. Uma característica fundamental dos sistemas de amortização é a utilização exclusiva do critério de juros compostos, incidindo os juros exclusivamente sobre o saldo devedor (montante) apurado em período imediatamente anterior. Para cada sistema de amortização, é construída uma planilha financeira que relaciona, dentro de certa padronização, os diversos fluxos de pagamentos e recebimentos. São consideradas também, no SFH, modalidades de pagamento com e sem carência. 71 MATEMÁTICA FINANCEIRA Observação Na carência, não há pagamento do valor principal, sendo pagos somente os juros, que podem eventualmente ser capitalizados durante esse período. Os sistemas de amortização mais usados no mercado são: • Sistema de Amortização Constante – SAC; • Sistema de Amortização Francês (Price) – SAF; • Sistema de Amortização Misto – SAM; • Sistema de Amortização Americano – SAA; • Sistema de Amortização Crescente – Sacre; • Sistema de Amortização Variável (parcelas intermediárias). Saiba mais Você pode aprofundar o seu conhecimento sobre o SFH, Sistema Financeiro Habitacional, consultando o site do Banco Central: <http:// www.bcb.gov.br/?SFH>. 5.2 Definições básicas Os sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos tratam da forma pela qual o valor principal e os encargos financeiros são restituídos ao credor. Antes de estudá-los, é importante definirmos os principais termos empregados nas operações de empréstimos e financiamentos. Encargos financeiros: representam os juros da operação, caracterizados como custo para o devedor e retorno para o credor. Eles podem ser prefixados ou pós-fixados. O que distingue essas duas modalidades é a correção (indexação) da dívida em função de uma expectativa (prefixação) ou verificação posterior (pós-fixação) do comportamento de determinado indexador. Nas operações pós-fixadas, há um desmembramento dos encargos financeiros em juros e correção monetária (ou variação cambial, no caso de a dívida ser expressa em moeda estrangeira) que vier a se verificar no futuro; nas prefixadas, estipula-se uma taxa única, a qual incorpora evidentemente uma 72 Unidade II expectativa inflacionária para todo o horizonte de tempo. Dessaforma, para uma operação pós-fixada, a taxa de juros contratada é aquela definida como real, isto é, situada acima do índice de inflação verificado no período. Além do encargo real da taxa de juros, as operações pós-fixadas preveem também a correção monetária (ou variação cambial) do saldo devedor da dívida, o que representa normalmente a recuperação da perda de valor do capital emprestado e ainda não restituído, situação gerada pela desvalorização perante a inflação. Nas operações prefixadas, os encargos financeiros são medidos por uma única taxa, que engloba os juros exigidos pelo emprestador e a expectativa inflacionária (correção monetária) para o período em vigência. Segundo Rovina (2009, pp. 24-25), alguns termos são muito importantes dentro do estudo da capitalização. São eles: Amortização: a fração (parte) do capital paga ou recebida em um determinado período (data). É representada pela variável A. Prestação: é o pagamento efetuado ao longo da série de pagamentos, sendo composto de uma parcela de capital chamada amortização e uma parcela de juros. É representada por PMT (abreviatura de payment, que significa pagamento), nomenclatura aqui utilizada em função de ser a representação mais comum na maioria das calculadoras financeiras. Matematicamente, podemos agora descrever: Prestação = Amortização + Juros. PMT = A + INT Carência: significa a postergação só do valor principal, excluídos os juros. Os encargos financeiros podem, dependendo das condições contratuais, ser pagos ou não durante essa etapa. No primeiro caso, eles são capitalizados e pagos junto à primeira parcela de amortização do valor principal ou distribuídos por várias datas pactuadas de pagamento. Contudo, é mais comum o segundo caso: serem pagos no período de carência. Exemplo: ao tomar um empréstimo por 4 anos, a ser restituído em prestações trimestrais, o primeiro pagamento ocorrerá normalmente 3 meses (um trimestre) após a liberação dos recursos, vencendo os demais ao final de cada um dos trimestres subsequentes. Pode ocorrer um deferimento (carência) quanto ao pagamento da primeira prestação, iniciando 9 meses após o recebimento do capital emprestado. Nesse caso, diz-se que a carência corresponde a 2 trimestres, ou seja, ao prazo verificado entre a data convencional de início de pagamento (final do primeiro trimestre) e a do final do 9º mês. Vejamos, por fim, as características dos sistemas de financiamento habitacional: 73 MATEMÁTICA FINANCEIRA • são basicamente desenvolvidos para operações de empréstimos e financiamentos de longo prazo, envolvendo amortizações periódicas do valor principal e encargos financeiros (juros da operação); • utilizam exclusivamente o critério de juros compostos, incidindo os juros sobre o saldo devedor apurado em período imediatamente anterior; • obedecem certa padronização, tanto nos desembolsos quanto nos reembolsos; • podem ter ou não carência; quando têm, normalmente são pagos os juros. Temos ainda os conceitos de saldo devedor. Este é o elemento principal da dívida em um momento em que se tem deduzido o valor pago ao credor a título de amortização e de carência (que é uma diferenciação da data convencional do início dos pagamentos). 5.3 Sistema de Amortização Constante (SAC) O Sistema de Amortização Constante tem como característica básica as amortizações sempre iguais do valor principal, em todo o prazo da operação. O valor da amortização é facilmente obtido mediante a divisão do capital (quantia emprestada) pelo número de prestações. Nessa modalidade, os juros, por incidirem sobre o saldo devedor, cujo montante decresce após o pagamento de cada amortização, assumem valores decrescentes nos períodos. Em consequência do comportamento da amortização e dos juros, as prestações periódicas e sucessivas do SAC são decrescentes em progressão aritmética. Lembrete Para o cálculo da amortização no SAC, é importante lembrar que: • o capital da operação é dividido pelo número de parcelas; • os juros incidem sempre sobre o saldo devedor. Para sua melhor compreensão, exploremos agora um exemplo. Trata-se de empréstimo de R$ 100.000,00, concedido dentro de um prazo de 10 anos, com pagamento em 20 prestações semestrais. Desconsidere a existência de um prazo de carência. Foram considerados juros de 7% a.s. Devemos desenvolver uma planilha que mostre o desenrolar das prestações e dos juros. 74 Unidade II Tabela 6 Período Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 95.000,00 5.000,00 7000,00 12.000,00 2 90.000,00 5.000,00 6650,00 11.650,00 3 85.000,00 5.000,00 6300,00 11.300,00 4 80.000,00 5.000,00 5950,00 10.950,00 5 75.000,00 5.000,00 5600,00 10.600,00 6 70.000,00 5.000,00 5250,00 10.250,00 7 65.000,00 5.000,00 4900,00 9.900,00 8 60.000,00 5.000,00 4550,00 9.550,00 9 55.000,00 5.000,00 4200,00 9.200,00 10 50.000,00 5.000,00 3850,00 8.850,00 11 45.000,00 5.000,00 3500,00 8.500,00 12 40.000,00 5.000,00 3150,00 8.150,00 13 35.000,00 5.000,00 2800,00 7.800,00 14 30.000,00 5.000,00 2450,00 7.450,00 15 25.000,00 5.000,00 2100,00 7.100,00 16 20.000,00 5.000,00 1750,00 6.750,00 17 15.000,00 5.000,00 1400,00 6.400,00 18 10.000,00 5.000,00 1050,00 6.050,00 19 5.000,00 5.000,00 700,00 5.700,00 20 - 5.000,00 350,00 5.350,00 Total 100.000,00 73.500,00 173.500,00 O SAC determina que a restituição do valor principal (capital emprestado) seja efetuada em parcelas iguais. Assim, o valor de cada amortização devida semestralmente é calculado pela simples divisão do valor principal pelo número fixado de prestações, ou seja: Amortização = valor do empréstimo / número de prestações Amortização = 100 000 00 20 5 000 00 . , . ,= Amortização = 5.000,00 ao semestre Observação Note que, no período 0 (zero), não há amortização, pois é o momento em que ocorre o empréstimo. 75 MATEMÁTICA FINANCEIRA Os pagamentos desses valores determinam decréscimos iguais e constantes no saldo devedor em cada um dos períodos, ocasionando reduções nos valores semestrais dos juros e das prestações, como observamos na tabela. Nesse exemplo, o cálculo de juros foi realizado como é mais comum nessas operações de crédito de médio e longo prazos: com a taxa equivalente composta. Assim, para uma taxa equivalente nominal de 30% ao ano, conforme a taxa equivalente semestral, os juros atingem 7% a.s. Vejamos. Taxa equivalente semestral de 14,49% a.a. = 1 0 1449+ , – 1 = 1,07 – 1 = 0,07. Como é taxa devemos multiplicar por 100, resultando em 7% a.s. Os juros, por incidirem sobre o saldo devedor imediatamente anterior, apresentam valores aritmeticamente decrescentes, conforme são apurados na penúltima coluna da tabela exemplificada anteriormente. Ao final do primeiro semestre, os encargos financeiros correspondem a: 7% x 100.000,00 = R$ 7.000,00; ao final do segundo semestre: 7% x 95.000 = R$ 6.650,00; ao final do terceiro semestre: 7% x 90.000 = R$ 6.300,00; e assim por diante. Lembrete Para calcular os juros, considera-se sempre o saldo devedor do período anterior. Por exemplo, se desejamos calcular os juros do período 1, consideramos saldo devedor do período zero, se juros do período 2, consideramos saldo devedor do período 1. Soma-se, em cada período, o valor da prestação semestral do financiamento. Assim, para o primeiro semestre, a prestação atinge: R$ 5.000,00 + R$ 7.000,00 = R$ 12.000,00; para o segundo semestre: R$ 5.000,00 + R$ 6.650,00 = R$ 11.650,00. O mesmo processo foi realizado até o último período. Pode ser observado, uma vez mais, que a diminuição de R$ 350,00 no valor dos juros em cada período é explicada pelo fato de as amortizações (fixas) reduzirem semestralmente o saldo devedor da dívida (base de cálculo dos juros) em R$ 5.000,00. 5.4 Expressões de cálculo do SAC São desenvolvidas, a seguir, as expressões genéricas de cálculo de cada parcela da planilha do sistema de amortização constante. Amortização (Amort): os valores são sempre iguais e obtidos por: Amort PV n = PV =principal (valor do financiamento) n = número de prestações. 76 Unidade II Logo, PV n Amort 1 = Amort 2 = Amort 3 … Amort n PV n Amort 1 + Amort 2 + Amort 3 +… + Amort n Saldo devedor (SD): é decrescente em PA (progressão aritmética) pelo valor constante da amortização. Logo, a redução periódica do SD equivale a subtrair, do seu valor anterior, a amortização (PV/n) do período atual: SD PV n = Juros (J): pela redução constante do saldo devedor, os juros diminuem linearmente ao longo do tempo, comportando-se como uma PA decrescente. A expressão de cálculo dos juros é então esta: J PV n n t i1 1� � � � �( ) Prestação (PMT): é a soma da amortização com juros e encargos administrativos que deve ser analisada em cada situação de empréstimo com a instituição financeira. PMT = Amort + J (não consideraremos encargos administrativos nesse modelo). Algebricamente, a prestação é, portanto, assim expressa: PMT PV n n t i� � � � � �� �1 1( ) Vejamos um exemplo de cálculo de prestação no sistema SAC. Um capital de R$ 100.000,00 financiado em 5 anos, com taxa de juros de 30% ao ano terá, pelo SAC, a prestação do 5º semestre de que valor? Legenda: PV = 100.000 n = 5 anos = 10 semestres i = 30% ao ano. Transformando-a em taxa semestral: 1 0 30+ . –1 = 1,140175 – 1 = 0,140175 x 100 = 14,0175% a.s. 77 MATEMÁTICA FINANCEIRA Fórmula: PMT PV n n t i� � � � � �� �1 1( ) Substituindo: PMT5 100 000 10 1 10 5 1 0 140175� � � � � �� �. ( ) , PMT PMT 5 5 10 000 1 6 0 140175 18 410 50 � � � �� � � . , . , Vejamos a representação do cálculo na tabela em seguida: Tabela 7 Período Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 90.000,00 10.000,00 14017,5 24.017,50 2 80.000,00 10.000,00 12615,75 22.615,75 3 70.000,00 10.000,00 11214 21.214,00 4 60.000,00 10.000,00 9812,25 19.812,25 5 50.000,00 10.000,00 8410,5 18.410,50 6 40.000,00 10.000,00 7008,75 17.008,75 7 30.000,00 10.000,00 5607 15.607,00 8 20.000,00 10.000,00 4205,25 14.205,25 9 10.000,00 10.000,00 2803,5 12.803,50 10 - 10.000,00 1401,75 11.401,75 Total 100.000,00 77.096,25 177.096,25 Lembrete Veja que podemos obter os valores das prestações do SAC, de qualquer período, pela fórmula a seguir ou pela tabela apontada. PMT PV n n t i� � � � � �� �1 1( ) 78 Unidade II 5.5 SAC com carência A ilustração desenvolvida na tabela anterior não previu existência de prazo de carência para a amortização do empréstimo. Ao supor uma carência de dois anos (contada a partir do final do primeiro semestre), por exemplo, três situações podem ocorrer: a) os juros são pagos durante a carência; b) os juros são capitalizados e pagos totalmente quando do vencimento da primeira amortização; c) os juros são capitalizados e acrescidos ao saldo devedor, gerando um fluxo de amortizações de maior valor. Lembrete Carência é o prazo concedido nas operações de financiamento em que o credor não paga ou não amortiza o valor principal da dívida contraída. Vejamos, em seguida, um caso em que a tabela demonstra uma situação em que os juros são pagos durante a carência estipulada. Exemplo 1. Ao final dos 4 primeiros semestres, a prestação, constituída unicamente dos encargos financeiros, atinge R$ 14.017,50, ou seja, 14,0175% x R$ 100.000,00. A partir do 5º semestre, tendo sido encerrada a carência de 2 anos, inicia-se a amortização do valor principal emprestado, sendo o fluxo de prestações, desse momento em diante, idêntico ao desenvolvido anteriormente: Tabela 8 – SAC com carência (2 anos) e pagamento dos juros Período/semestre Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 100.000,00 14.017,50 14.017,50 2 100.000,00 14.017,50 14.017,50 3 100.000,00 14.017,50 14.017,50 4 100.000,00 14.017,50 14.017,50 5 90.000,00 10.000,00 14.017,50 24.017,50 6 80.000,00 10.000,00 12615,75 22.615,75 7 70.000,00 10.000,00 11214 21.214,00 8 60.000,00 10.000,00 9812,25 19.812,25 9 50.000,00 10.000,00 8410,5 18.410,50 10 40.000,00 10.000,00 7008,75 17.008,75 11 30.000,00 10.000,00 5607 15.607,00 12 20.000,00 10.000,00 4205,25 14.205,25 13 10.000,00 10.000,00 2803,5 12.803,50 14 - 10.000,00 1401,75 11.401,75 Total 100.000,00 133.166,25 233.166,25 79 MATEMÁTICA FINANCEIRA Vejamos agora como fica a tabela, com relação ao mesmo exemplo, para o caso de carência e capitalização de juros. Tabela 9 – SAC com carência (2 anos) e capitalização dos juros Período Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 114.017,50 - 2 129.999,90 - 3 148.222,64 - 4 168.999,75 - 5 152.099,77 16.899,97 23.689,54 40.589,51 6 135.199,80 16.899,97 21320,5857 38.220,56 7 118.299,82 16.899,97 18951,63174 35.851,61 8 101.399,85 16.899,97 16582,67777 33.482,65 9 84.499,87 16.899,97 14213,7238 31.113,70 10 67.599,90 16.899,97 11844,76984 28.744,74 11 50.699,92 16.899,97 9475,815868 26.375,79 12 33.799,95 16.899,97 7106,861901 24.006,84 13 16.899,97 16.899,97 4737,907934 21.637,88 14 - 16.899,97 2368,953967 19.268,93 Total 168.999,75 130.292,47 299.292,22 A tabela ilustra o plano de amortização da dívida na hipótese de os juros não serem pagos durante a carência. Nesse caso, os encargos são capitalizados segundo o critério de juros compostos e devidos integralmente quando do vencimento da primeira parcela de amortização. Quando uma loja de móveis ou outra qualquer faz financiamento de um produto, e o pagamento inicia-se após 3 ou 4 meses, aplica-se o mesmo conceito aqui estudado. Vejamos isso com o exemplo a seguir. Exemplo 2. Um banco concede um financiamento de R$ 660.000,00 para ser liquidado em 8 pagamentos mensais pelo SAC. A operação é realizada com uma carência de 3 meses, sendo pagos somente os juros nesse período. Considerando uma taxa efetiva de juros de 2,5% ao mês, elabore a planilha de desembolsos desse financiamento. 80 Unidade II Tabela 10 Período Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 660.000,00 1 660.000,00 16.500,00 16.500,00 2 660.000,00 16.500,00 16.500,00 3 660.000,00 16.500,00 16.500,00 4 577.500,00 82.500,00 16.500,00 99.000,00 5 495.000,00 82.500,00 14.437,50 96.937,50 6 412.500,00 82.500,00 12.375,00 94.875,00 7 330.000,00 82.500,00 10.312,50 92.812,50 8 247.500,00 82.500,00 8.250,00 90.750,00 9 165.000,00 82.500,00 6.187,50 88.687,50 10 82.500,00 82.500,00 4.125,00 86.625,00 11 - 82.500,00 2.062,50 84.562,50 Total 660.000,00 123.750,00 783.750,00 Observe, no período 1, que o valor pago como prestação é apenas aquele equivalente aos juros: R$ 16.500,00. Note ainda que a amortização só começa a acontecer depois do prazo de carência, ou seja, no 4º mês. Lembre que: Amort PV n = ; no caso: 660.000/8 = 82.500, ou seja: valor do empr stimo n mero de parcelas é ú ´ ´ . Portanto, a prestação de cada período equivale à soma: juros + amortização. Exemplo 3. Um banco concede um financiamento de R$ 100.000,00 para ser liquidado em 10 anos, mediante SAC. Considerando uma taxa efetiva de juros de 25% a.a., elabore a planilha de desembolsos desse financiamento. Observação Ignora-se a carência quando não mencionada no problema. Nesse caso, a amortização já começa então no 1º mês. Lembremos da fórmula: amortização = valor do empr stimo n mero de parcelas é ú ´ ´ Temos então = 100 000 10 000 10 000 00 . . . ,= 81 MATEMÁTICA FINANCEIRA Tabela 11 Período Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 90.000,00 10.000,00 25.000,00 35.000,00 2 80.000,00 10.000,00 22.500,00 32.500,00 3 70.000,00 10.000,00 20.000,00 30.000,00 4 60.000,00 10.000,00 17.500,00 27.500,00 5 50.000,00 10.000,00 15.000,00 25.000,00 6 40.000,00 10.000,00 12.500,00 22.500,00 7 30.000,00 10.000,00 10.000,00 20.000,00 8 20.000,00 10.000,00 7.500,00 17.500,00 9 10.000,00 10.000,00 5.000,00 15.000,00 10 - 10.000,00 2.500,00 12.500,00 Total 100.000,00 137.500,00 237500 6 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS O Sistema de Amortização Francês (SAF), desenvolvido originalmente pelo inglês RichardPrice, assumiu essa denominação pelo seu uso amplamente generalizado na França no século passado. Amplamente adotado no mercado financeiro do Brasil, estipula que as prestações sejam iguais, periódicas e sucessivas. Equivalem, em outras palavras, ao modelo de fluxos de caixa. Os juros, por incidirem sobre o saldo devedor, são decrescentes, e as parcelas de amortização assumem valores crescentes. No SAF, os juros decrescem, e as amortizações crescem ao longo do tempo. A soma dessas duas parcelas permanece sempre igual ao valor da prestação. É importante, então, que o aluno veja as principais diferenças entre o SAC e o SAF, pois os valores pagos ao final do período de cada um deles são diferentes. Para exemplificar, a planilha financeira do SAC é mais bem elaborada partindo-se da última coluna para a primeira, isto é, calculam-se inicialmente as prestações e, posteriormente, para cada período, os juros, as parcelas de amortização e o respectivo saldo devedor. Da mesma forma em que ocorre com o SAC, o SAF pode ser realizado com ou sem carência, capitalizando ou não os juros durante a carência. Exemplo 1 - SAF sem carência. Consideremos a mesma situação de exemplos já citados: financiamento de R$ 100.000,00, com prazo de pagamento de 10 semestres, com taxas de 14,01755% ao semestre. 82 Unidade II Tabela 12 Período Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 94.833,06 R$5.166,94 14.017,50 R$19.184,44 2 88.941,84 R$5.891,22 13.293,22 R$19.184,44 3 82.224,83 R$6.717,02 12.467,42 R$19.184,44 4 74.566,25 R$7.658,57 11.525,87 R$19.184,44 5 65.834,14 R$8.732,12 10.452,32 R$19.184,44 6 55.878,00 R$9.956,14 9.228,30 R$19.184,44 7 44.526,26 R$11.351,74 7.832,70 R$19.184,44 8 31.583,28 R$12.942,97 6.241,47 R$19.184,44 9 16.826,03 R$14.757,25 4.427,19 R$19.184,44 10 0,18 R$16.825,85 2.358,59 R$19.184,44 R$99.999,82 91.844,58 R$191.844,40 As prestações semestrais são determinadas pela aplicação da fórmula de valor presente: PV = PMT x FPV (i,n) PV = valor presente PMT = valor da prestação periódica, igual e sucessiva FPV = fator de valor presente, sendo: FPV i i n � � � �1 1( ) Substituindo os valores do exemplo ilustrativo na equação, tem-se: 100 000 00 1 1140175 0 140175 100 000 1 0 269 10 . , ( , ) , . ( , � � � � � � � PMT PMT 3330 0 140175 100 000 0 73067 0 140175 100 000 5 2125 ) , . , , . , � � � � PMT PMT 555 100 000 5 212555 19 184 44PMT semestre� � . , . , / 83 MATEMÁTICA FINANCEIRA Os demais valores da planilha são mensurados de forma sequencial em cada um dos períodos. Assim, para o primeiro semestre, têm-se: • Juros (calculados sobre o saldo devedor imediatamente anterior): 14,0175% x 100.000,00 = R$ 14.017,50. • Amortização (obtida pela diferença entre o valor da prestação e dos juros acumulados para o período): R$19.184,40 – R$ 14.017,50 = R$5.166,90. • Saldo devedor (saldo anterior no momento zero – parcela de amortização do semestre): R$100.000,00 – R$ 5.166,90 = R$94.833,10. Para o segundo semestre, os cálculos são os seguintes: • Juros: 14,0175% x R$94.833,70 = R$13.293,20. • Amortização: R$ 19.184,40 – R$ 13.293,20 = R$ 5.891,20. • Saldo devedor: R$ 94.833,10 – R$ 5.891,20 = R$ 88.941,90, e assim por diante. 6.1 Expressões de cálculo do SAF No SAF, as prestações são constantes, os juros, decrescentes e as amortizações, exponencialmente crescentes ao longo do tempo. As expressões básicas de cálculo desses valores são desenvolvidas a seguir. Amortização (Amort): é obtida pela diferença entre o valor da prestação e os juros: Amort = PMT – J A amortização do primeiro período é assim expressa: Amort1 = PMT – J1, o que equivale a: Amort1 = PMT – (PV x i). Como o seu crescimento é exponencial no tempo, o valor da amortização num momento t qualquer é calculado desta forma: Amort1 = Amort1 x (1 + i)t-1 Por exemplo, o valor da amortização no 4º semestre atinge: Amort4 = 5.166,90 x (1 + 0,140175)4–1 Amort4 = 7.658,60 (valores arredondados) 84 Unidade II Prestação (PMT): conforme demonstrado, o valor da prestação é calculado mediante a aplicação da fórmula do valor presente desenvolvida para o modelo padronizado para fluxos de caixa: PMT PV FPV i n � � 1 ( , ) Onde: FPV i n i i n ( , ) ( ) � � � �1 1 Vale salientar que os cálculos das prestações foram realizados em exemplos anteriores. Saldo devedor (SD): para cada período, é calculado pela diferença entre o valor devido no início do intervalo de tempo e a amortização do período. Logo, para uma dada taxa de juros, o saldo devedor de qualquer período é assim apurado: SDt = PMT x FPV (i, n–t) SD PMT i i n t � � � � � �1 1( ) ( ) Por exemplo, o saldo devedor no 6º semestre do financiamento atinge: SD SD � � � � � � � � 19 184 44 1 1 0 140175 0 140175 19 184 44 0 4 10 6 . , ( , ) , . , , ( ) 008283 0 140175 19 184 44 2 912667 55 877 88 , . , , . , SD SD � � � Cumpre observar que, nas planilhas, o resultado pode ocorrer com pequenas diferenças nos centavos. No nosso caso não consideramos arredondamentos, pois as tabelas foram desenvolvidas no Excel. Juros (J): incidem sobre o saldo devedor apurado no início de cada período (ou ao final de cada período imediatamente anterior). A expressão de cálculo de juros pode ser ilustrada desta forma: 85 MATEMÁTICA FINANCEIRA J1 = SD0 x i = PV x i J2 = SD1 x i = (PV – Amort) x i J3 = SD2 x I = (PV – Amort1 – Amort2 ) x i E assim, sucessivamente. 6.2 SAF com carência De modo idêntico aos demais sistemas, no SAF, podem-se verificar períodos de carência, nos quais, ainda, os encargos financeiros podem ser pagos ou capitalizados. A seguir, ilustramos a situação em que os juros são pagos durante a carência e capitalizados para resgate posterior (juntamente às prestações). Exemplo 1 – SAF com carência (2 anos) e pagamentos dos juros. Tabela 13 Período Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 100.000,00 14.017,50 14.017,50 2 100.000,00 14.017,50 14.017,50 3 100.000,00 14.017,50 14.017,50 4 100.000,00 14.017,50 14.017,50 5 94.833,10 5.166,90 14.017,50 19.184,40 6 88.941,93 5.891,17 13.293,23 19.184,40 7 82.224,96 6.716,96 12.467,44 19.184,40 8 74.566,45 7.658,52 11.525,88 19.184,40 9 65.834,40 8.732,05 10.452,35 19.184,40 10 55.878,34 9.956,06 9.228,34 19.184,40 11 44.526,68 11.351,65 7.832,75 19.184,40 12 31.583,81 12.942,87 6.241,53 19.184,40 13 16.826,67 14.757,14 4.427,26 19.184,40 14 0,95 16.825,72 2.358,68 19.184,40 Total 99.999,05 147.914,95 247.914,00 Observação O cálculo da prestação no 5º período foi realizado com a fórmula vista anteriormente: 86 Unidade II PMT PV FPV i n Onde FPV i n i i n � � � � � 1 1 1 ( , ) : ( , ) ( ) O sistema francês com carência e pagamento dos juros no período segue basicamente o mesmo esquema anterior (SAF sem carência), diferenciando-se unicamente quanto às prestações dos 4 primeiros semestres (carência). Nesses períodos, são previstos somente pagamentos de R$ 14.017,50 referentes aos juros do valor principal não amortizado (14,0175% x R$ 100.000,00). Observação Para os demais semestres, o raciocínio é idêntico ao formulado anteriormente, apurando-se prestações com valores constantes, juros decrescentes e amortizações crescentes. No quadro SAF com carência, está prevista a capitalização dos juros durante o período de carência de 4 semestres. Somando esse montante ao saldo devedor, tem-se um novo valor ao final do 4º semestre: de R$169.000,00, o qual serve de base para o cálculo das prestações com vencimento a partir do 5º semestre, ou seja: saldo devedor (4º semestre) serve de base para o cálculo das prestações após o período de carência (5º semestre): R$ 100.000,00 x (1,140175)4 = R$ 169.000,00 Prestação (PMT) semestral a ser paga a partir do 5º semestre será: PV PMT i i n � � � � �1 1( ) 169 000 1 1 0 140175 0 140175 169 000 1 11401 10 . ( , ) , . ( , � � � � � � � � PMT PMT 775 0 140175 169 000 1 0 2693300 140175 169 000 10) , . ( , ) , . � � � � � PMT PMT �� � � � � 0 730669 0 140175 169 000 5 212548 169 000 5 212548 , , . , . , PMT PMT 332 42176. , 87 MATEMÁTICA FINANCEIRA 169 000 1 1 0 140175 0 140175 169 000 1 11401 10 . ( , ) , . ( , � � � � � � � � PMT PMT 775 0 140175 169 000 1 0 269330 0 140175 169 000 10) , . ( , ) , . � � � � � PMT PMT �� � � � � 0 730669 0 140175 169 000 5 212548 169 000 5 212548 , , . , . , PMT PMT 332 42176. , AO SEMESTRE O preenchimento da planilha financeira a partir do final do período de carência é análogo ao proposto anteriormente. Os valores 169.000 e 198,999,75 são os mesmos, foram arredondados para facilitar. Vejamos: Tabela 14 Período Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 114.017,50 14.017,50 2 129.999,90 15.982,40 3 148.222,64 18.222,74 4 168.999,75 20.777,11 5 160.267,62 8.732,13 23.689,54 32421,67 6 150.311,46 9.956,16 22.465,51 32421,67 7 138.959,70 11.351,76 21.069,91 32421,67 8 126.016,71 12.942,99 19.478,68 32421,67 9 111.259,43 14.757,28 17.664,39 32.421,67 10 94.433,55 16.825,88 15.595,79 32.421,67 11 75.249,10 19.184,45 13.237,22 32.421,67 12 53.375,47 21.873,63 10.548,04 32.421,67 13 28.435,71 24.939,76 7.481,91 32.421,67 14 0,02 28.435,69 3.985,98 32.421,67 Total 168.999,73 155.216,97 324.216,70 Exemplo 2. Um equipamento no valor de R$ 1.200.000,00 será financiado por um banco pelo prazo de 6 anos. A taxa de juros contratada é de 15% ao ano, e as amortizações anuais são efetuadas pelo SAF, Sistema de Amortização Francês. O banco concede uma carência de 2 anos para o início dos pagamentos, sendo os juros cobrados nesse intervalo. Vamos preencher a tabela: 88 Unidade II Tabela 15 Período Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 1.200.000,00 1 1.200.000,00 180.000,00 180.000,00 2 1.200.000,00 180.000,00 180.000,00 3 1.062.915,72 137.084,28 180.000,00 317.084,28 4 905.268,80 157.646,92 159.437,36 317.084,28 5 723.974,84 181.293,96 135.790,32 317.084,28 6 515.486,78 208.488,05 108.596,23 317.084,28 7 275.725,52 239.761,26 77.323,02 317.084,28 8 0,07 275.725,45 41.358,83 317.084,28 Total 1.062.505,75 2.262.505,68 Recomendamos ao aluno refazer essas planilhas para treinar o aprendizado, pois o raciocínio matemático se desenvolve com a prática; devemos utilizar os três meios de absorção: audição, visão e sentimento ao aproximarmos os assuntos do nosso dia a dia. 7 TABELA PRICE O Sistema Price de Amortização (ou Tabela Price) representa uma variante do SAF, Sistema de Amortização Francês. Compreendamos como funciona o Sistema Price com exemplo em seguida, em que consideramos a taxa equivalente semestral de 14,0175 % para o cálculo dos juros (assim como aconteceu nos exemplos usados para o SAC). Exemplo 1 - Sistema Price sem carência: Tabela 16 Período Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 97.752,91 2.247,09 5.000,00 7247,09 2 95.393,47 2.359,44 4.887,65 7247,09 3 92.916,05 2.477,42 4.769,67 7247,09 4 90.314,76 2.601,29 4.645,80 7247,09 5 87.583,41 2.731,35 4.515,74 7247,09 6 84.715,49 2.867,92 4.379,17 7247,09 7 81.704,17 3.011,32 4.235,77 7247,09 8 78.542,29 3.161,88 4.085,21 7247,09 9 75.222,32 3.319,98 3.927,11 7247,09 10 71.736,34 3.485,97 3.761,12 7247,09 89 MATEMÁTICA FINANCEIRA 11 68.076,07 3.660,27 3.586,82 7247,09 12 64.232,78 3.843,29 3.403,80 7247,09 13 60.197,33 4.035,45 3.211,64 7247,09 14 55.960,11 4.237,22 3.009,87 7247,09 15 51.511,03 4.449,08 2.798,01 7247,09 16 46.839,49 4.671,54 2.575,55 7247,09 17 41.934,37 4.905,12 2.341,97 7247,09 18 36.784,00 5.150,37 2.096,72 7247,09 19 31.376,11 5.407,89 1.839,20 7247,09 20 25.697,83 5.678,28 1.568,81 7247,09 21 19.735,63 5.962,20 1.284,89 7247,09 22 13.475,32 6.260,31 986,78 7247,09 23 6.901,99 6.573,32 673,77 7247,09 24 0,00 6.901,99 345,10 7247,09 100.000,00 73.930,16 173930,16 Exemplo 2 Empréstimo: R$ 100.000,00 Prazo: 10 anos Taxa: 25% a.a. Usando a fórmula usada para séries de pagamentos iguais com termos postecipados: Observação O termo postecipado significa que o primeiro pagamento será realizado no período seguinte. PMT = PV / FRC (i, n) ∴ PMT = 100.000,00 x 0,28007 = R$ 28.007,00 Em que: FRC i n i i n ( , ) ( ) ( , ) , , , , � � � � � � � � 1 1 1 1 0 25 0 25 1 0 107374 0 25 0 892625 10 00 25 3 5705 100 000 5 5705 28 007 28 , , . , . , � � �PMT 90 Unidade II FRC i n i i n ( , ) ( ) ( , ) , , , , � � � � � � � � 1 1 1 1 0 25 0 25 1 0 107374 0 25 0 892625 10 00 25 3 5705 100 000 5 5705 28 007 28 , , . , . , � � �PMT Tabela 17 Período Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 96.992,74 3.007,26 25.000,00 28.007,26 2 93.233,67 3.759,07 24.248,19 28.007,26 3 88.534,83 4.698,84 23.308,42 28.007,26 4 82.661,28 5.873,55 22.133,71 28.007,26 5 75.319,34 7.341,94 20.665,32 28.007,26 6 66.141,91 9.177,42 18.829,83 28.007,26 7 54.670,13 11.471,78 16.535,48 28.007,26 8 40.330,41 14.339,73 13.667,53 28.007,26 9 22.405,75 17.924,66 10.082,60 28.007,26 10 -0,07 22.405,82 5.601,44 28.007,26 Total 100.000,07 180.072,51 280072,58 Como o crescimento da amortização é exponencial, o valor dela, em um determinado momento t, é calculado da seguinte forma: Amortt = Amort1 x (1 + i) t – 1 Logo, Amort6 = 3.007, 00 x (1,25) 5 = 3.007,00 x 3,05176 = 9.176,64 Esse cálculo realizado pode ser desenvolvido para encontrar qualquer período. 7.1 Sistema de amortização misto O Sistema de Amortização Misto (SAM) foi desenvolvido originalmente para as operações de financiamento do Sistema Financeiro de Habitação. Trata-se simplesmente de uma mescla do Sistema de Amortização Francês (SAF) e do Sistema de Amortização Constante (SAC), por meio de uma média aritmética. Por ser uma mescla entre dois sistemas, recebeu a denominação de sistema misto. Para cada um dos valores do seu plano de pagamentos, devem-se somar aqueles obtidos pelo SAF com os do SAC e dividir o resultado por dois. Ao se adotar o SAM para o empréstimo contraído, têm-se, para o primeiro período (semestre), os seguintes valores: 91 MATEMÁTICA FINANCEIRA Tabela 18 – SAC Período Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 90.000,00 10.000,00 14017,5 24.017,50 2 80.000,00 10.000,00 12615,75 22.615,75 Tabela 19 – SAF Período Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 94.833,06 R$5.166,94 14.017,50 R$19.184,44 2 88.941,84 R$5.891,22 13.293,22 R$19.184,44 PMT Juros SAM SAM � � � � � 24 017 50 19 184 44 2 21 600 97 14 017 50 14 . , . , . , . , .. , . , . . , . , 017 50 2 14 017 50 10 000 5 166 90 2 7 583 45 � � � �Amort SD SAM SAM �� � � 90 000 94 833 10 2 92 416 55 . . , . , Para os demais semestres, segue-se o mesmo raciocínio, conforme a tabela: Tabela 20 Período Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 92.416,53 R$7.583,47 R$14.017,50 R$21.600,97 2 84.470,92 R$7.945,61 R$12.954,49 R$20.900,10 3 76.112,41 R$8.358,51 R$11.840,71 R$20.199,22 4 67.283,13 R$8.829,29 R$10.669,06 R$19.498,35 5 57.917,07 R$9.366,06 R$9.431,41 R$18.797,47 6 47.939,00 R$9.978,07 R$8.118,53 R$18.096,60 7 37.263,13 R$10.675,87 R$6.719,85 R$17.395,72 8 25.791,64 R$11.471,49 R$5.223,36 R$16.694,85 9 13.413,01 R$12.378,63 R$3.615,34 R$15.993,97 10 0,09 R$13.412,93 R$1.880,17 R$15.293,10 R$99.999,91 84.470,41 R$184.470,33 92 Unidade II 7.2 Comparações entre SAC, SAF e SAM Uma avaliação comparativa dos três sistemas de amortização é desenvolvida na tabela a seguir. Tabela 21 – Comparação entre SAC, SAF E SAM SAC SAF Sado devedor Amortização Juros Prestação Sado devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 100.000,00 1 90.000,00 10.000,00 14.017,50 24.017,50 94.833,06 5.166,94 14.017,50 19.184,44 2 80.000,00 10.000,00 12.615,75 22.615,75 88.941,84 5.891,22 13.293,22 19.184,44 3 70.000,00 10.000,00 11.214,00 21.214,00 82.224,83 6.717,02 12.467,4219.184,44 4 60.000,00 10.000,00 9.812,25 19.812,25 74.566,25 7.658,57 11.525,87 19.184,44 5 50.000,00 10.000,00 8.410,50 18.410,50 65.834,14 8.732,12 10.452,32 19.184,44 6 40.000,00 10.000,00 7.008,75 17.008,75 55.878,00 9.956,14 9.228,30 19.184,44 7 30.000,00 10.000,00 5.607,00 15.607,00 44.526,26 11.351,74 7.832,70 19.184,44 8 20.000,00 10.000,00 4.205,25 14.205,25 31.583,28 12.942,97 6.241,47 19.184,44 9 10.000,00 10.000,00 2.803,50 12.803,50 16.826,03 14.757,25 4.427,19 19.184,44 10 - 10.000,00 1.401,75 11.401,75 0,18 16.825,85 2.358,59 19.184,44 Total 100.000,00 77.096,25 177.096,25 99.999,82 91.844,58 191.844,40 Compare os valores com a tabela do sistema amortização mistos, que fizemos na tabela anterior. 7.3 Gráfico de comparação entre SAC, SAF e SAM 0 1 2 3 4 4,45 PMT ($) 24.017,50 21.601,00 19.184,40 SAC Período (n) SAM SAF 5 6 7 8 9 10 Figura 12 O ponto em que as retas se cruzam indica valores iguais para as prestações. Calculando-se analiticamente esse ponto de interseção, verifica-se que as prestações se igualam por volta da 4ª 93 MATEMÁTICA FINANCEIRA prestação. No SAF, as prestações tornam-se maiores que as determinadas pelos demais sistemas de amortização. Ponto de igualdade das prestações PMT cons te PMT PV n n t i PMT SAF SAC SAC � � � � � � �� � � 19 184 44 1 1 . , ( tan ) ( ) 1100 000 10 1 10 1 0 140175 . ( ) ,� � � � �� �t Igualando PMTSAC e PMTSAF 100 000 10 1 10 1 0 140175 19 184 44 10 000 1 140175 . ( ) , . , . , � � � � �� � � � � � t 00 140175 0 140175 19 184 44 10 000 14 017 50 0 140175 , , . , . . , , � �� � � � � � t tt t t � � � � � 1 40175 19 184 44 1 40175 6 234 81 6 234 81 1 40175 . , . , . , . , . , . , 44 45, 8 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO AMERICANO O Sistema de Amortização Americano (SAA) estipula que a devolução do capital emprestado seja efetuada ao final do período contratado, ou seja, deve ser efetuada de uma só vez. De acordo com essa característica básica do SAA, não estão previstas amortizações intermediárias durante o período de empréstimo. Os juros costumam ser pagos periodicamente. Exemplo 1 Tabela 22 Período Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 100.000,00 14.017,50 14.017,50 2 100.000,00 14.017,50 14.017,50 3 100.000,00 14.017,50 14.017,50 4 100.000,00 14.017,50 14.017,50 5 100.000,00 14.017,50 14.017,50 6 100.000,00 100.000,00 14.017,50 114.017,50 Total 100.000,00 84.105,00 184.105,00 94 Unidade II O exercício a seguir foi baseado em Boggiss (2003), Lapponi (1995) e Puccini (1983). Trata-se de um exercício-padrão, com redação muito próxima ao que geralmente se observa em treinamentos e testes de Matemática Financeira no Brasil. Exemplo 2. Um financiamento para capital de giro no valor de R$ 2.000.000,00 é concedido a uma empresa pelo prazo de 4 semestres. A taxa de juros contratada é de 10% a.s., sendo adotado o Sistema Americano de Amortização para essa dívida, e os juros pagos semestralmente durante a carência. Calcular o valor de cada prestação mensal. Admita que a taxa de aplicação seja de 4% ao semestre. Calcular os depósitos semestrais que a empresa deve efetuar nesse fundo, de maneira que possa acumular, ao final do prazo de financiamento, um montante igual ao desembolso da amortização exigido. Tabela 23 Período Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 2.000.000,00 1 2.000.000,00 200.000,00 200.000,00 2 2.000.000,00 200.000,00 200.000,00 3 2.000.000,00 200.000,00 200.000,00 4 - 2.000.000,00 200.000,00 2.200.000,00 Total 2.000.000,00 800.000,00 2.800.000,00 Para ampliar o exemplo, vamos imaginar que, para facilitar o cumprimento da dívida de R$ 2.800.000,00 no final do período 4, a empresa decida fazer aplicações mensais para que tenha a quantia no final do período. Assim sendo, quanto deveria aplicar mensalmente? O valor de cada parcela a ser depositada semestralmente no fundo de amortização é de R$ 470.980,00, isto é: FV = 2.000.000,00 10 PMT PMT PMT PMT 2 3 4 Figura 13 PV PMT FPV i n PV PMT i i PMT PV i i PMT n n � � � � � � � � � � � ( , ) ( ) ( ) . . 1 1 1 1 2 000 0000 0 04 1 04 1 470 980 00 4 � � � , ( , ) . ,PMT 95 MATEMÁTICA FINANCEIRAPV PMT FPV i n PV PMT i i PMT PV i i PMT n n � � � � � � � � � � � ( , ) ( ) ( ) . . 1 1 1 1 2 000 0000 0 04 1 04 1 470 980 00 4 � � � , ( , ) . ,PMT 8.1 Sinking fund ou fundo de amortização Dentro do Sistema de Amortização Americano, costuma-se utilizar um dispositivo denominado sinking fund, ou fundo de amortização, cujo propósito é estocar poupanças periodicamente durante a vigência do empréstimo para, ao final do empréstimo, o montante do fundo igualar-se ao valor da dívida. Lembrete Lembre-se de que a preocupação em formar um fundo desse tipo é a de evitar que o mutuário tenha de desembolsar uma quantia muito grande de dinheiro de uma vez só. Representando matematicamente, se considerarmos: • a taxa de juros: i • o período: n • o montante igual ao principal: S • o depósito do período: R • o fato de valor presente em séries uniformes postecipadas (valor da tabela): K, surge a seguinte fórmula: R = S / k Por exemplo, se considerarmos um empréstimo de R$100.000,00 com uma taxa de juros de 12% ao ano e um prazo de 4 anos, é possível criarmos um fundo de amortização com uma taxa de aplicação de 10% ao ano. Se: S = R$100.000,00 96 Unidade II k: a constante para uma taxa de 10% e um período de 4 anos (4,641) R: o valor do depósito anual, temos: R = S/k R = 100.000/4, 641 R = 21.547,08 É possível, dessa forma, obtermos a seguinte planilha: Tabela 24 Anos Saldo devedor Depósito Juros 0 - - - 1 21.547,08 21.547,08 - 2 45.248,87 21.547,08 2.154,71 3 71.320,84 21.547,08 4.524,89 4 100.000,00 21.547,08 7.132,08 Total - 86.188,32 13.811,68 8.2 Sistema de Amortização Crescente (Sacre) O Sacre é um sistema misto de cálculos do SFH, muito utilizado pela Caixa Econômica Federal. Nele utiliza-se a metodologia de amortização constante (SAC anual), mas sem adicionar o valor da TR (Taxa Referencial). Dessa forma, o Sacre proporciona uma amortização variável. Apesar do nome, amortização “crescente”, ele pode resultar amortizações decrescentes, caso a TR esteja com valor baixo. A intenção desse sistema misto é proporcionar maior amortização do valor emprestado, reduzindo ao mesmo tempo a parcela de juros sobre o saldo devedor. Comparando-o com a Tabela Price, descobre- se que a sua prestação inicial pode comprometer até 30% da renda, enquanto na Tabela Price, 25%. O grande atrativo do Sacre é que, enquanto na Tabela Price as prestações tendem a aumentar sempre, nele, a partir de um momento, as prestações começam a diminuir. Para os cálculos do sistema Sacre, de acordo com a ABC (d.o.)1, que utilizou dados do SFH, temos os seguintes conceitos: 1 ABC (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONSUMIDORES). Cartilha SFH. Disponível em: <http://www.ongabc.org.br/ cartilha_shf.doc>. Acesso em: 01 dez. 2011. 97 MATEMÁTICA FINANCEIRA Valor da razão da progressão aritmética (corresponde ao decréscimo das prestações) Valor da primeira prestação: r b i PV n PMT PV b i i i b n i PV n n � � � � � � � � � � � � � � �1 1 1 1 1 1( ) ( ) ( ) ( ) Valor das prestações no período t (t > 1) PMT PMT rt t� � �1 Juros na data t J i SDt t� � �1 PV = valor do principal PMT1 = valor da primeira prestação b = coeficiente variável por tipo de plano r = razão da progressão (corresponde ao decréscimo do valor das prestações sucessivas). Dependendo do valor de b, o sistema de reembolso pode resultar no Sistema Price (para b = 0) ou no SAC (no caso de b = 1). O denominado Sacre é um caso particular em que b = 0,5. Nesse sistema, devido à ponderação 0,5, o valor das prestações, amortizações, juros e saldos devedores correspondem à média aritmética dos sistemas Price e SAC. 8.3 Custo efetivo Quando é cobrado unicamente juro nas operações de empréstimos e financiamentos, o custoefetivo, qualquer que seja o sistema de amortização adotado, é a própria taxa de juro considerada. Por outro lado, é comum as instituições financeiras cobrarem, além do juro declarado, outros tipos de encargos, tais como: IOC (Imposto sobre Operações de Crédito), comissões, taxas administrativas etc. Essas despesas adicionais devem ser consideradas na planilha de desembolsos financeiros. Exemplo de aplicaçãoExemplo de aplicação Ao longo da unidade, você teve contato com termos das áreas financeira e matemática que correspondem a determinados conceitos. Propomos, por isso, que aprofunde sua compreensão com relação a eles. Tente explicar a seguir com suas próprias palavras o que significa amortização. Caso 98 Unidade II necessite, volte ao texto, releia-o e pesquise, em livros e na internet, não só o que o termo significa, mas como os profissionais da área financeira e matemática o utilizam. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ Saiba mais Para quem gosta de estratégia, a Matemática Financeira é um dos principais exemplos da chamada Teoria dos Jogos. Nesse sentido, recomenda-se assistir ao filme Uma mente brilhante (A beautiful mind), de 2001, com direção de Ron Howard, que aborda a vida de um dos principais autores dessa teoria, o matemático John Nash. Uma interessante crítica a esse filme pode ser encontrada em: <http://www.cineclick.c om.br/critic as/ ficha/film e/uma-mente-brilha nte /id/471>. Resumo Chegamos ao fim da unidade II e da nossa disciplina de Matemática Financeira. Você estudou, nesta segunda parte, os sistemas de amortização e mais especificamente os seguintes tópicos: Sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos; Sistema de Amortização Constante (SAC); Sistema de Amortização Francês; Sistema de Amortização Americano; Tabela Price; sistema misto; Comparações entre os sistemas de amortização; Sinking fund ou fundo de amortização; Sistema de Amortização Constante (Sacre); Custo efetivo. Parabéns pelo esforço. No entanto, é sempre bom lembrar que você não esgotou todo o conhecimento sobre a Matemática Financeira; esta disciplina é uma introdução. Sempre é necessário estudar mais e se manter atualizado. É muito comum, ao longo do tempo, principalmente se você não aplica constantemente esses conhecimentos, esquecer-se por completo das fórmulas. Contudo, certamente você ainda se lembrará dos conceitos 99 MATEMÁTICA FINANCEIRA e suas aplicações, de modo que as fórmulas possam ser relembradas a qualquer momento. O uso de artefatos e dispositivos eletrônicos também ajuda muito nesse sentido. De qualquer forma, aplique sempre esses conceitos de Matemática Financeira. Bom trabalho e bons negócios! Exercícios Questão 1. (AFC/STN/ESAF-2008) Se a CM – Correção Monetária for zero, e considerando um empréstimo imobiliário a ser pago em 25 anos com capitalizações mensais, sendo que os juros sobre o saldo devedor de cada mês também serão pagos com (junto) às respectivas parcelas mensais, podemos afirmar que: I. As parcelas de juros são constantes. II. As parcelas de amortização são constantes. III. O saldo devedor é decrescente e linear, financeiramente. Com base no proposto e frente às três sentenças, indicando por V – Verdadeira e por F – Falsa, a opção correta é: A) V, V, V. B) V, V, F. C) V, F, F. D) F, V, V. E) F, F, V. Resposta correta: alternativa D. Análise das afirmativas Considerando-se os dados do enunciado, teremos: CM – Correção Monetária = zero Financiamento imobiliário = 25 anos 100 Unidade II Capitalização mensal Pagamento do mês => Juros sobre o saldo devedor e parcelas mensais. Considerando-se os juros compostos, teremos: Regime de Capitalização Mensal 10 P 1.000,00 2 3 n... Figura 13 Sendo: n = número total de meses de pagamento da parcela mensal Parcela paga mensalmente = P = Juros + Parcela Mensal (PM) = Juros + Amortização constante Saldo devedor inicial = D Saldo devedor (Período 1) = D.(1 + i) – P P = Juros + PM = D.i + PM Saldo devedor (Período 1) = D.(1 + i) – D.i – PM = D + D.i – D.i – PM = D – PM Saldo devedor (Período 2) = [D – PM].(1 + i) – P P = Juros + PM = [D – PM].i + PM Saldo devedor (Período 2) = [D – PM].(1 + i) – [D – PM].i – PM = Saldo devedor (Período 2) = [D – PM] + [D – PM].i – [D – PM].i – PM = D – PM – PM 101 MATEMÁTICA FINANCEIRA Saldo devedor (Período 2) = D – 2.PM Saldo devedor (Período n) = D – n.PM Sendo assim, podemos analisar as afirmativas: I. Afirmativa incorreta. Justificativa: Juros (Período 1) = D x i Juros (Período 2) = [D – PM].i Juros (Período 3) = [D – 2 x PM].i … Juros (Período n) = [D – (n-1).PM].i Logo, as parcelas de juros não são constantes. A afirmativa é incorreta (falsa). II. Afirmativa correta. Justificativa: Amortização (Período 1) = PM Amortização (Período 2) = PM …. Amortização (Período n) = PM Logo, as parcelas de amortizações são constantes. A afirmativa é correta (verdadeira). III. Afirmativa correta. Justificativa: Saldo devedor (Período n) = D – n.PM => Linear e decrescente. A afirmativa é correta (verdadeira). Assim, a alternativa correta é D (F, V, V). 102 Unidade II Questão 2. (AFRF/ESAF-2002.2) Na compra de um carro em uma concessionária no valor de R$ 25.000,00, uma pessoa dá uma entrada de 50% e financia o saldo devedor em doze prestações mensais a uma taxa de 2% ao mês. Considerando que a pessoa consegue financiar ainda o valor total do seguro do carro e da taxa de abertura de crédito, que custam R$ 2.300,00 e R$ 200,00, respectivamente, nas mesmas condições, isto é, em doze meses e a 2% ao mês, o valor que mais se aproxima da prestação mensal do financiamento global é: A) R$ 1.405,51. B) R$ 1.418,39. C) R$ 1.500,00. D) R$ 1.512,44. E) R$ 1.550,00. Resolução desta questão na plataforma. 103 REFERÊNCIAS Audiovisuais UMA MENTE brilhante. Direção de: Ron Howard. Roteiro: Akiva Goldsman. EUA: 2001. 1 DVD ( ). Textuais ABC (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONSUMIDORES). Cartilha SFH. Disponível em: <http://www. ongabc.org.br/cartilha_shf.doc>. Acesso em: 1º dez. 2011. ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2003. ______. Matemática Financeira e suas aplicações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002. ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. São Paulo: Atlas, 2002. BANCO CENTRAL. SFH – Sistema Financeiro Habitacional. Disponível em: <http://www.bcb.gov. br/?SFH>. Acesso em: 26 set. 2012. BENNINGA, S. Z.; SARIG, O. H. Corporate finance: a valuation approach. Nova Iorque: McGraw-Hill, 1997. BERNI, M. T. Operação e concessão de crédito: os parâmetros para a decisão de crédito. São Paulo: Atlas, 1999. BOGGISS, G. J. Matemática Financeira. 2. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2003. BRAGA, R. 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Unidade II – Questão 1: ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA (ESAF). Concurso Público Secretaria da Receita Federal 2008: Analista de Finanças e Controle AFC. Questão 45. Disponível em: <http:// rotadosconcursos.com.br/prova/stn-2008-esaf-analista-de-financas-e-controle-afc-prova-1-geral- comum-a-todos-os-cargos-de-afc/327216>. Acesso em: 28 out. 2014. Unidade II – Questão 2: ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA (ESAF). Concurso Público Secretaria da Receita Federal 2002.2: Auditor-Fiscal da Receita Federal. Questão 33. Disponível em: <http://www. concursosolucao.com.br/provas/1108_afrf-2002.2-(especifica-e-comum)/>. Acesso em: 28 out. 2014. 106 107 108 109 110 111 112 Informações: www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000 Unidade I MATEMÁTICA FINANCEIRA Prof. Luiz Felix A Matemática Financeira estuda o comportamento do dinheiro ao longo do tempo. Capital é o valor principal de uma operação, ou seja, do dinheiro em um momento inicial. Matemática financeira Juros são a correção monetária em espécie ou o valor acrescido pela taxa de juros. A soma do capital com os juros é chamada de montante. Juros Abreviaturas Fonte: Livro Texto A taxa de juros, simbolizada pela letra i, pode se apresentar na forma percentual (exemplo: 11%) ou na forma unitária (exemplo: 0,11). Taxa de juros Taxa Percentual Transformação Taxa unitária 40% a.m. 40 100 0,40 a.m. 4% a.a. 4 100 0,04 a.a. 24,5% a.d. 24,5 100 0,245 a.d. Passe para a forma unitária os seguintes valores: 0,5% a.a. 0,005 a.a. 2% a.s. 0,02 a.s. 17,5% a.d. 0,175 a.d. Passe para a forma percentual os seguintes valores: 0,003 a.b. 0,3% a.b. 0,04 a.m. 4% a.m. 0,18 a.d. 18% a.d. Taxas de juros: exercícios Um gerente de um banco emprestou R$ 5.000,00 pelo prazo de 50 dias. Ao assinar o contrato, o devedor se comprometeu a devolver R$ 5.250,00. a) Qual o juro? Montante = Capital + Juro ou M = C + J 5250 = 5000 + J 5250 – 5000 = J J = 250 b) Qual a taxa unitária de juro? i = J i = 250 i = 0,05 em 50 dias C 5000 c) Qual a taxa percentual de juro? i = 0,05 x 100 = 5% em 50 dias Taxas de juros: exercícios Um bolo é vendido por R$ 35,00. Se seu preço fosse acrescido de 15%, quanto o bolo passaria a custar? Calculando 15% de R$ 35,00; temos: 15 . 35 = 0,15 . 35 = 5,25 100 Somando R$ 5,25 ao preço original do bolo, temos: Novo preço: R$ 35,00 + R$ 5,25 = R$ 40,25 Taxas de juros: exercícios Os juros de cada período incidem sobre o capital inicial aplicado: juros não rendem juros. Crescimento linear ou em progressão aritmética. Poucas são as operações financeiras e comerciais. Juros simples Para um entendimento do sistema de capitalização simples, vamos supor uma aplicação no valor de R$ 1.000,00 por cinco anos, com taxa de juros no valor de 10% ao ano. Juros simples Fonte: Livro Texto Resumidamente, é a forma de igualarmos taxas em períodos diferentes. Exemplos: Transformar 2% a.m. em taxa semestral 2 x 6 = 12% a.s. Transformar 10% a.s. em taxa trimestral 10 / 2 = 5% a.t. Importante: o prazo da capitalização e a taxa de juros devem estar expressos, necessariamente, na mesma unidade de tempo. Juros simples: taxas equivalentes Qual a taxa mensal equivalente a 8% ao bimestre? Resposta: 8/2 = 4% ao mês Qual a taxa anual equivalente a 3% ao semestre? Resposta: 3 * 2 = 6% ao ano Qual a taxa bimestral equivalente a 12% ao ano? Resposta: 12/6 = 2% ao bimestre Juros simples: exercícios de taxas equivalentes Em juros simples, qual a taxa anual equivalente a 2% ao mês? a) 0,16% ao ano. b) 0,5% ao ano. c) 6% ao ano. d) 12% ao ano. e) 24% ao ano. Interatividade A alternativa correta é: e) 24% ao ano Em juros simples, qual a taxa anual equivalente a 2% ao mês? 2% ao mês = 2 x 12 = 24% ao ano Resposta J = C . i . n Em que: J = juros C = capital i = taxa de juros n = período M = C + J ou M = C.(1 + i.n) Em que: M = montante Juros simples: fórmulas Uma pessoa aplicou R$ 3.000,00 à taxa de 2% ao mês durante 5 meses. Quanto receberá de juros e qual será o montante ao fim dessa aplicação? Resolução incorreta C = 3000 i = 2% a.m. n = 5 meses J = ? M = ? J = C.i.n M = C + J J = 3000 . 2 . 5 M = 3000 + 30000 J = 30000 M = 33000 J = R$ 30.000,00 M = R$ 33.000,00 Juros simples: exemplo Uma pessoa aplicou R$ 3.000,00 à taxa de 2% ao mês durante 5 meses. Quanto receberá de juros e qual será o montante ao fim dessa aplicação? Resolução correta C = 3000 i = 2% a.m. n = 5 meses J = ? M = ? J = C.i.n M = C + J J = 3000 . 0,02 . 5 M = 3000 + 300 J = 300 M = 3300 J = R$ 300,00 M = R$ 3.300,00 Juros simples: exemplo Um capital de R$ 1.500,00 foi aplicado à taxa de 10% a.b.,pelo período de 2 meses, no regime de capitalização simples. Qual o valor dos juros para o período? Resolução incorreta C = 1500 n = 2 meses i = 10% a.b. J = ? J = C.i.n J = 1500 . 0,1 . 2 J = 300 J = R$ 300,00 Juros simples: exemplo Um capital de R$ 1.500,00 foi aplicado à taxa de 10% a.b., pelo período de 2 meses, no regime de capitalização simples. Qual o valor dos juros para o período? Resolução correta C = 1500 n = 2 meses i = 10% a.b. 10 / 2 = 5% a.m. J = ? J = C.i.n J = 1500 . 0,05 . 2 J = 150 J = R$ 150,00 Juros simples: exemplo Calcule o capital que deve se empregar à taxa de 6% a.m., a juros simples, para obter R$ 6.000,00 de juros em 4 meses. C = ? i = 6% a.m. J = 6000 n = 4 meses J = C.i.n 6000 = C . 0,06 . 4 6000 = C . 0,24 6000 = C 0,24 C = 25000 C = R$ 25.000,00 Juros simples: exemplo Uma empresa tomou R$ 3.500,00 emprestado para pagar dentro de 7 meses, a uma taxa de juros simples igual a 5,5% a.m. Calcule o valor futuro dessa operação. C = 3500 n = 7 meses i = 5,5% a.m. M = ? M = C (1+ i.n) M = 3500 (1 + 0,055 . 7) M = 3500 (1 + 0,385) M = 3500 (1,385) M = 4847,50 M = R$ 4.847,50 Juros simples: exemplo Juro exato: utiliza o calendário do ano civil com 365 dias. Juro comercial: admite o mês com 30 dias e o ano com 360 dias. Exemplo: 30% ao ano (a.a.) equivalem, pelo critério de juros simples, a taxa diária de: a) Juro exato: 30% = 0,082191% ao dia 365 dias b) Juro comercial: 30% = 0,083333% ao dia 360 dias Juro exato e juro comercial Linha horizontal é a escala do tempo. Demais pontos representam outros períodos de tempo (datas). Fluxo de caixa 0 1 2 3 4 5 6 7 Entradas de Caixa ( + ) Saídas de Caixa ( - ) tempo R$ 500,00 R$ 600,00 R$ 700,00 R$ 300,00 Calcular os juros simples de uma aplicação de R$ 1.200,00 a uma taxa de 13% a.t. por quatro meses e quinze dias. a) R$ 150,00 b) R$ 23.400,00 c) R$ 702,00 d) R$ 70.200,00 e) R$ 234,00 Interatividade A alternativa correta é: e) R$ 234,00 Dica para a resolução: i = 13% a.t. Como 1 trimestre tem 90 dias, vamos dividir 13 por 90 para obtermos a taxa ao dia: 13 / 90 = 0,1444444 i = 0,1444444% a.d. n = 4 meses e 15 dias = 135 dias J = 1200 . 0,0014444 . 135 = 234 J = R$ 234,00 Resposta Assume os conceitos e as relações básicas de juros simples. Dr é o valor do desconto racional. Vr é o valor descontado racional (ou valor atual). N é o valor nominal (ou valor de resgate ou montante). Dr = N – Vr N = Vr.(1 + i.n) Desconto simples racional ou “por dentro” Seja um título de valor de R$ 3.500,00 vencível em um ano, que está sendo liquidado 2 meses antes de seu vencimento. Sendo 48% a.a. a taxa nominal de juros corrente, pede-se calcular o desconto e o valor descontado. Dr (valor do desconto) Vr (valor descontado) i = 48% a.a = 4% a.m N valor nominal = 3500 N = Vr.(1 + i.n) Dr = N – Vr 3500 = Vr.(1 + 0,04.2) Dr = 3500 – 3240,74 3500 = Vr.(1 + 0,08) Dr = 259,26 3500 = Vr.(1,08) Vr= 3500 / 1,08 = 3240,74 Desconto simples racional ou “por dentro” A modalidade de “desconto por fora” é amplamente adotada pelo mercado em operações de crédito bancário e comercial em curto prazo. DF é o valor do desconto VF é o valor descontado “por fora” N é o valor nominal d é a taxa de desconto “por fora” n é o prazo definido DF = N . d . n VF = N.(1 – d.n) Desconto bancário ou comercial ou “por fora” Qual o valor do desconto bancário de uma duplicata de R$ 100,00 descontada 60 dias antes do vencimento, à taxa de desconto de 0,2% a.d.? d = 0,2% a.d. n = 60 dias N = 100 DF = ? DF = N . d . n DF = 100 . 0,002 . 60 DF = 12 DF = R$ 12,00 Desconto bancário ou comercial ou “por fora” Juros de cada período incidem sobre o capital do início do período (saldo): juros rendem juros. Crescimento exponencial ou em progressão geométrica. É o mais comum no sistema financeiro. Juros compostos Para um entendimento do sistema de capitalização composto, vamos supor uma aplicação no valor de R$ 1.000,00 por cinco anos, com taxa de juros no valor de 10% ao ano. Juros compostos Fonte: Livro Texto M = C.(1 + i)n Em que: M = montante C = capital i = taxa de juros n = número de períodos Juros compostos: fórmula Um capital de R$ 6.000,00 foi aplicado a juros compostos durante 3 meses, à taxa de 2% a.m. Qual o montante e qual o total de juros efetuados? C = 6000 i = 2% a.m. n = 3 meses M = C.(1 + i)n M = 6000.(1+0,02)3 M = 6000.(1,02)3 = 6000.1,0612 = 6367,20 M = C + J 6367,20 = 6000 + J J = 6367,20 – 6000 = 367,20 O montante foi de R$ 6.367,20 e o juros de R$ 367,20 Juros compostos: exemplo Qual o capital que, aplicado a juros compostos à taxa de 2,5% a.m., produz um montante de R$ 3.500,00 após um ano? M = 3.500 i = 2,5% a.m. n = 12 meses M = C.(1 + i)n 3500 = C.(1+0,025)12 3500 = C.(1,025)12 3500 = C.1,3449 C = 3500 = 2.602,42 1,3449 O capital foi de R$ 2.602,42 Juros compostos: exemplo Qual o valor de resgate de uma aplicação de R$ 4.000,00 pelo prazo de 4 meses à taxa de juros compostos de 1,5% ao mês? a) R$ 4.140,00 b) R$ 5.065,90 c) R$ 16.240,00 d) R$ 4.245,45 e) R$ 5.040,65 Interatividade A alternativa correta é: d) R$ 4.245,45 Resolução: C = 4000 i = 1,5% a.m. n = 4 meses M = C.(1 + i)n M = 4000 . (1+0,015)4 M = 4000 . (1,015)4 M = 4000 . 1,0613634 M = 4.245,45 M = R$ 4.245,45 Resposta Importante: o prazo da capitalização e a taxa de juros devem estar expressos, necessariamente, na mesma unidade de tempo. iq = (1 + i) q – 1 iq = (1 + i) 1/q – 1 q = número de períodos de capitalização Lembrete: q 1+ i – 1 = (1 + i)1/q – 1 Juros compostos: taxas equivalentes Em juros compostos, qual a taxa anual equivalente a 2,3% a.m.? Mês Anual iq = (1 + i) q – 1 1 mês 12 meses iq = (1 + 0,023) 12 – 1 iq = (1,023) 12 – 1 iq = 1,3137 – 1 iq = 0,3137 Se multiplicarmos por 100, obtemos a taxa percentual iq = 0,3137 . 100 iq = 31,37% a.a. Juros compostos: exercícios Taxas equivalentes Em juros compostos, qual a taxa para 23 dias equivalente a 0,14% a.d. ? Dia Dias iq = (1 + i) q – 1 1 dia 23 dias iq = (1 + 0,0014) 23 – 1 iq = (1,0014) 23 – 1 iq = 1,0327 – 1 iq = 0,0327 Se multiplicarmos por 100, obtemos a taxa percentual iq = 0,0327 . 100 iq = 3,27% para 23 dias Juros compostos: exercícios Taxas equivalentes Em juros compostos, qual a taxa anual equivalente a 7,45% a.t.? Trimestre Anual iq = (1 + i) q – 1 1 trimestre 4 trimestres iq = (1 + 0,0745) 4 – 1 iq = (1,0745) 4 – 1 iq = 1,3329 – 1 iq = 0,3329 Se multiplicarmos por 100, obtemos a taxa percentual iq = 0,3329 . 100 iq = 33,29% a.a. Juros compostos: exercícios Taxas equivalentes Em juros compostos, qual a taxa mensal equivalente a 34% a.a.? Mês Anual iq = (1 + i) 1/q – 1 12 meses 1 ano iq = (1 + 0,34) 1/12 – 1 iq = (1,34) 1/12 – 1 iq = 1,0247 – 1 iq = 0,0247 Se multiplicarmos por 100, obtemos a taxa percentual iq = 0,0247 . 100 iq = 2,47% a.m. Juros compostos: exercícios Taxas equivalentes Cálculo de (1,34) 1/12 = 1,0247 Na HP: Vamos trabalhar com 4 casas decimais: f 4 1,34 ENTER 12 1/x yx 1,0247 Na calculadora do computador: Chamar a calculadora Clicar em exibir e selecionar científica Dividir 1 por 12, resultado: 0,08333 1,34 xy 0,08333 = 1,0247 Em calculadoras científicas com símbolo ^ Utilizar o símbolo ^ 1,34 ^ 0,08333 = 1,0247 Juros compostos: exercícios Taxas equivalentes Em juros compostos, qual a taxa diária equivalente a 9,5% a.a.? Dia Ano iq = (1 + i) 1/q – 1 360 dias 1 ano iq = (1 + 0,095) 1/360 – 1 iq = (1,095) 1/360 – 1 iq = 1,000252 – 1 iq = 0,000252 Se multiplicarmos por 100, obtemos a taxa percentual iq = 0,000252 . 100 iq = 0,0252% a.d. Juros compostos: exercíciosTaxas equivalentes Em juros compostos, qual a taxa mensal equivalente a 50% a.s.? a) 10,39% a.m. b) 5,50% a.m. c) 7% a.m. d) 4,43% a.m e) 15% a.m. Interatividade A alternativa correta é: c) 7% a.m. Em juros compostos, qual a taxa mensal equivalente a 50% a.s.? Mensal Semestral iq = (1 + i) 1/q – 1 6 meses 1 semestre iq = (1 + 0,50) 1/6 – 1 iq = (1,50) 1/6 – 1 iq = 1,070 – 1 iq = 0,070 iq = 7,0% a.m. Resposta ATÉ A PRÓXIMA! Unidade II MATEMÁTICA FINANCEIRA Prof. Luiz Felix São desenvolvidos, basicamente, para operações de empréstimos e financiamentos de longo prazo, envolvendo pagamentos periódicos do principal e encargos financeiros. Abaixo segue relação de alguns sistemas: Sistema de amortização constante. Sistema de amortização francês. Sistema de amortização misto. Sistema de amortização americano. Sistema de amortização crescente. Sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos Encargos financeiros: representam os juros da operação, caracterizados como custo para o devedor e retorno para o credor. Amortização: a fração (parte) do capital paga ou recebida em um determinado período (data). Saldo devedor: valor principal da dívida. Prestação: é o pagamento efetuado ao longo da série de pagamentos. Carência: prazo concedido nas operações de financiamento em que o credor não paga ou não amortiza o valor principal da dívida contraída. Definições básicas As amortizações do principal são sempre iguais em todo o prazo da operação. O valor da amortização é obtido pela divisão do capital emprestado pelo número de prestações. Os juros, por incidirem sobre o saldo devedor, cujo montante decresce após o pagamento de cada amortização, assumem valores decrescentes nos períodos. As prestações são decrescentes em progressão aritmética. Sistema de Amortização Constante (SAC) Construa a tabela do SAC: Valor do empréstimo R$ 100.000,00, concedido dentro de um prazo de 10 anos, com pagamento em 20 prestações semestrais com taxa de juros de 7% ao semestre. Amortização = Valor empréstimo nº de prestações Amortização = 100.000 = 5000 20 Amortização = R$ 5.000,00 ao semestre Sistema de Amortização Constante (SAC): exemplo Sistema de Amortização Constante (SAC): exemplo Amortização (Amort): valores sempre iguais. Em que: PV = principal (valor do financiamento). n = número de prestações. Saldo Devedor (SD): é decrescente pelo valor constante da amortização. Sistema de Amortização Constante (SAC): expressões de cálculo Amort = PV n Juros (J): diminuem linearmente ao longo do tempo. Sendo i a taxa de juros, temos: J = PV . (n – t + 1) . i n Prestação (PMT): soma da amortização com juros e encargos administrativos, que deve ser analisado em cada situação de empréstimo com a instituição financeira. PMT = Amort + J (não consideramos encargos administrativos nesse modelo). PMT = PV . [ 1+ (n – t + 1) . i ] n Sistema de Amortização Constante (SAC): expressões de cálculo Exemplo 1: Um capital de R$ 100.000,00 foi financiado em 5 anos, com pagamento em 10 prestações semestrais com taxa de juros de 30% a.a.. Calcular o valor do juros no 3º semestre. Em primeiro lugar, vamos converter a taxa de 30% ao ano em uma taxa semestral. Expressões de cálculo (SAC): exemplos Taxa equivalente semestral de 30% a.a. é de 14,0175% ao semestre Semestral Anual iq = (1 + i) 1/q – 1 2 semestres 1 ano iq = (1 + 0,30) 1/2 – 1 iq = (1,30) 1/2 – 1 iq = 1,140175 – 1 iq = 0,140175 iq = 14,0175% a.s. Sistema de Amortização Constante (SAC): exemplo Juros no 3º semestre = ? PV = 100.000 n = 10 semestres i = 14,0175% a.s. J = PV . (n – t + 1) . i n J = 100000 . (10 – 3 + 1) . 0,140175 10 J = 10000 . 8 . 0,140175 J = R$ 11.214,00 Expressões de cálculo (SAC): exemplos Exemplo 2: Um capital de R$ 100.000,00 foi financiado em 5 anos com 10 prestações semestrais e taxa de juros de 30% a.a. Calcular o valor da prestação no 5º semestre. PMT = PV . [ 1+ (n – t + 1) . i ] n PMT = 100000 . [ 1 + (10 – 5 + 1) . 0,140175] 10 PMT = 10000 . [ 1 + (6) . 0,140175] PMT = 10000 . [ 1 + 0,84105] PMT = 10000 . 1,84105 PMT = R$ 18.410,50 Expressões de cálculo (SAC): exemplos Calcular o valor da prestação no 7º semestre, sabendo que o valor do empréstimo é de R$ 100.000,00 dentro de um prazo de 5 anos em 10 prestações semestrais com a taxa de juros de 30% ao ano. a) R$ 15.607,00 b) R$ 28.035,00 c) R$ 13.233,50 d) R$ 20.460,00 e) R$ 24.831,50 Interatividade A alternativa correta é: a) R$ 15.607,00 Resolução PMT = PV . [ 1+ (n – t + 1) . i ] n PMT = 100000 . [ 1 + (10 – 7 + 1) . 0,140175] 10 PMT = 10000 . [ 1 + (4) . 0,140175] PMT = 10000 . [ 1 + 0,5607] PMT = 10000 . 1,5607 PMT = R$ 15.607,00 Resposta Os exemplos anteriores não apresentaram prazo de carência para amortização do empréstimo. A próxima tabela demonstra uma situação em que os juros são pagos durante a carência estipulada. Ao final dos quatro primeiros semestres, a prestação, constituída unicamente dos encargos financeiros, é de R$ 14.017,50; ou seja: 14,0175% x R$ 100.000,00. A partir do quinto semestre, inicia-se a amortização do principal emprestado, sendo o fluxo de prestações, deste momento em diante, idêntico ao desenvolvido anteriormente. Sistema de Amortização Constante (SAC): com carência Sistema de Amortização Constante (SAC): com carência – exemplo Períodos Saldo Devedor (R$) Amortização (R$) Juros (R$) Prestação (R$) 0 100.000,00 - - - 1 100.000,00 - 14.017,50 14.017,50 2 100.000,00 - 14.017,50 14.017,50 3 100.000,00 - 14.017,50 14.017,50 4 100.000,00 - 14.017,50 14.017,50 5 90.000,00 10.000,00 14.017,50 24.017,50 6 80.000,00 10.000,00 12.615,75 22.615,75 7 70.000,00 10.000,00 11.214,00 21.214,00 8 60.000,00 10.000,00 9.812,25 19.812,25 9 50.000,00 10.000,00 8.410,50 18.410,50 10 40.000,00 10.000,00 7.008,75 17.008,75 11 30.000,00 10.000,00 5.607,00 15.607,00 12 20.000,00 10.000,00 4.205,25 14.205,25 13 10.000,00 10.000,00 2.803,50 12.803,50 14 - 10.000,00 1.401,75 11.401,75 TOTAL - 100.000,00 133.166,25 233.166,25 Sistema de Amortização Constante (SAC): com carência – exemplo Períodos Saldo Devedor (R$) Amortização (R$) Juros (R$) Prestação (R$) 0 100.000,00 - - - 1 114.017,50 - - - 2 129.999,90 - - - 3 148.222,64 - - - 4 168.999.75 - - - 5 152.099,77 16.899,97 23.689,54 40.589,51 6 135.199,80 16.899,97 21.320,59 38.220,56 7 118.299,82 16.899,97 18.951,64 35.851,61 8 101.399,85 16.899,97 16.582,68 33.482,65 9 84.499,87 16.899,97 14.213,73 31.113,70 10 67.599,90 16.899,97 11.844,77 28.744,74 11 50.699,92 16.899,97 9.475,82 26.375,79 12 33.799,95 16.899,97 7.106,87 24.006,84 13 16.899,97 16.899,97 4.737,91 21.637,88 14 - 16.899,97 2.368,96 19.268,93 TOTAL - 168.999,75 130.292,47 299.292,22 SAC com carência (2 anos) com juros (14,0175% a.s.) capitalizados e acrescidos ao saldo devedor Sistema amplamente adotado no mercado financeiro brasileiro, estipula que as prestações devem ser iguais, periódicas e sucessivas. Os juros, por incidirem sobre o saldo devedor, são decrescentes e as parcelas de amortização assumem valores crescentes. O valor da prestação é a soma dos juros com o valor da amortização. Para compor a planilha financeira desse sistema, vamos partir da última coluna para a primeira, isto é, vamos calcular inicialmente as prestações e a seguir os juros, as parcelas de amortização e o respectivo saldo devedor. Sistema de Amortização Francês (SAF) Construa a tabela do SAF: Valor do empréstimo R$ 100.000,00; pagamentos semestrais durante 5 anos com taxa de juros de 30% ao ano. As prestações semestrais são determinadas pela fórmula: PV = PMT . FPV (i,n) Em que: PV = valor presente PMT = valor prestação FPV = fator de valor presente,sendo: FPV = 1 – (1+ i) –n i Sistema de Amortização Francês (SAF): exemplo Vamos calcular o valor das prestações (PMT): PV = PMT . FPV (i,n) Em que: FPV = 1 – (1+ i) –n i Empréstimo (PV) = 100000 Número de prestações (n) = 10 Taxa de juros (i) = 14,0175% a.s. 100000 = PMT . 1 – (1+ 0,140175) -10 0,140175 100000 = PMT . 1 – (1,140175) -10 0,140175 100000 = PMT . 1 – 0,26933 0,140175 100000 = PMT . 5,212556 PMT = 100000 / 5,212556 = 19.184,44 Sistema de Amortização Francês (SAF): exemplo Taxa de juros: 14,0175% ao semestre Sistema de Amortização Francês (SAF): exemplo Com base nos exemplos apresentados do Sistema de Amortização Constante (SAC), qual deles apresenta o maior valor como total das prestações pagas? a) SAC sem carência. b) SAC com carência e pagamento dos juros na carência. c) SAC com carência, com juros capitalizados e acrescidos ao saldo devedor. d) SAC sem carência e com carência, sendo os juros pagos na carência. e) Não há variação entre os totais das prestações. Interatividade Com base nos exemplos apresentados do Sistema de Amortização Constante (SAC), qual deles apresenta o maior valor como total das prestações pagas? a) SAC sem carência. b) SAC com carência e pagamento dos juros na carência. c) SAC com carência, com juros capitalizados e acrescidos ao saldo devedor. d) SAC sem carência e com carência, sendo os juros pagos na carência. e) Não há variação entre os totais das prestações. Resposta Amortização (Amort): é a diferença entre o valor da prestação e os juros. Amort = PMT – J Amort1 = 19184,40 – 14017,50 = 5166,90 A amortização em um momento t qualquer é calculada: Amort = Amort1 . (1 + i) t – 1 Exemplo: qual o valor da amortização no quarto semestre? Amort = 5166,90 . (1 + 0,140175) 4 – 1 Amort = 5166,90 . (1,140175) 3 Amort = 7658,60 Sistema de Amortização Francês (SAF): expressões de cálculo Prestação (PMT): conforme visto, as prestações semestrais são determinadas pela fórmula: PV = PMT . FPV (i,n) Em que: PV = valor presente PMT = valor prestação FPV = fator de valor presente, sendo: FPV= 1 – (1+ i) –n i Juros (J): incidem sobre o saldo devedor apurado no início de cada período (ou ao final de cada período imediatamente anterior). J1 = SD0 . i J2 = SD1 . i J3 = SD2 . i e assim por diante. Sistema de Amortização Francês (SAF): expressões de cálculo Saldo Devedor (SD): para cada período é calculado pela diferença entre o valor devido no início do intervalo de tempo e a amortização do período. SDt = PMT . FPV (i, n – t) Por exemplo, o saldo devedor no 6º semestre é: SD6 = 19184,40 . FPV (14,175%, 10 – 6) FPV= 1 – (1+ i) –n = 1 – (1+0,140175) -4 i 0,140175 FPV= 1 – 0,591717 = 0,408283 = 2,91267 0,140175 0,140175 SD6=19184,40 . 2,91267 = 55877,90 Sistema de Amortização Francês (SAF): expressões de cálculo O Sistema Price de Amortização (ou Tabela Price) representa uma variante do SAF (Sistema de Amortização Francês). Sistema Price de Amortização (Tabela Price) Construa a Tabela Price: Valor do empréstimo R$ 100.000,00; pagamentos anuais durante 10 anos com taxa de juros de 25% ao ano. As prestações anuais são determinadas pela fórmula: PV = PMT . FPV (i,n) Em que: PV = valor presente PMT = valor prestação FPV = fator de valor presente, sendo: FPV = 1 – (1+ i) –n i Sistema Price de Amortização (Tabela Price): exemplo Vamos calcular o valor das prestações (PMT): PV = PMT . FPV (i,n) Em que: FPV = 1 – (1+ i) –n i Empréstimo (PV) = 100000 Número de prestações (n) = 10 Taxa de juros (i) = 25% a.a. 100000 = PMT . 1 – (1+ 0,25) -10 0,25 100000 = PMT . 1 – (1,25) -10 0,25 100000 = PMT . 1 – 0,107374 0,25 100000 = PMT . 3,570503 PMT = 100000 / 3,570503 = 28007,26 Sistema Price de Amortização (Tabela Price): exemplo Sistema Price de Amortização (Tabela Price): exemplo Taxa de juros: 25% ao ano Um empréstimo de R$ 800.000,00 deve ser devolvido pelo sistema francês em 5 prestações semestrais, considerando uma taxa de juros de 4% ao semestre. Sabendo que a prestação a ser paga é de R$ 179.701,70 e que a amortização no primeiro semestre é de R$ 147.701,70; calcule a amortização no terceiro semestre. a) R$ 180.328,43 b) R$ 159.754,15 c) R$ 233.431,50 d) R$ 201.552,00 e) R$ 141.733,18 Interatividade A alternativa correta é: b) R$ 159.754,15 Resolução Amort = Amort1 . (1 + i) t – 1 Amort = 147701,70 . (1 + 0,04) 3 – 1 Amort = 147701,70 . (1,04) 2 Amort = 147701,70 . 1,0816 Amort = 159754,15 Resposta Desenvolvido originalmente para operações de financiamento do Sistema Financeiro de Habitação. Representa a média aritmética entre o sistema francês e o sistema de amortização constante. Sistema de Amortização Misto (SAM) PMTSAM = 24.017,50 + 19.184,44 = 21.600,97 2 SDSAM = 90.000,00 + 94.833,06 = 92.416,53 2 Sistema de Amortização Misto (SAM) SAC SAF A devolução do capital emprestado é efetuada no final do período contratado, ou seja, deve ser efetuada de uma só vez. Amortizações intermediárias durante o período de empréstimo não estão previstas. Os juros costumam ser pagos periodicamente. Sistema de Amortização Americano (SAA) Construa a tabela do SAA: Valor do empréstimo R$ 100.000,00; pagamentos semestrais durante 3 anos com taxa de juros de 30% ao ano. Sistema de Amortização Americano (SAA): exemplo Taxa de juros: 14,0175% ao semestre Sistema de Amortização Americano (SAA): exemplo Períodos Saldo Devedor (R$) Amortização (R$) Juros (R$) Prestação (R$) 0 100.000,00 - - - 1 100.000,00 - 14.017,50 14.017,50 2 100.000,00 - 14.017,50 14.017,50 3 100.000,00 - 14.017,50 14.017,50 4 100.000,00 - 14.017,50 14.017,50 5 100.000,00 - 14.017,50 14.017,50 6 100.000,00 100.000,00 14.017,50 114.017,50 TOTAL - 100.000,00 84.105,00 184.105,00 No Sistema de Amortização Americano ocorre o sinking fund ou fundo de amortização. Consiste em acumular poupanças periódicas durante o prazo do empréstimo para que, no final do período, o montante do fundo seja igual ao valor da dívida. Esse fundo é usado para evitar que o mutuário desembolse uma grande quantia de uma só vez. R = S / k em que: S = montante igual ao principal R = depósito do período k = fator de valor presente Sinking fund ou fundo de amortização Um empréstimo de R$ 100.000,00 a uma taxa de juros de 12% ao ano e um prazo de quatro anos, pode-se criar um fundo de amortização com uma taxa de aplicação de 10% ao ano com k = 4,641 i = taxa de juros do fundo = 10% a.a. S = montante igual ao principal = 100.000,00 R = depósito anual k = fator de valor presente = 4,641 Temos: R = S / k R = 100000 / 4,641 R = R$ 21.547,08 Sinking fund ou fundo de amortização: exemplo Sinking fund ou fundo de amortização: exemplo Anos Saldo Credor (R$) Depósito (R$) Juros (R$) 0 - - - 1 21.547,08 21.547,08 - 2 45.248,87 21.547,08 2.154,71 3 71.320,84 21.547,08 4.524,89 4 100.000,00 21.547,08 7.132,08 TOTAL - 86.188,32 13.811,68 O Sacre é um sistema misto de cálculos do SFH, muito utilizado pela Caixa Econômica Federal. Foi desenvolvido com o objetivo de permitir maior amortização do valor emprestado, reduzindo-se simultaneamente a parcela de juros sobre o saldo devedor. O grande atrativo do Sacre é que, enquanto na Tabela Price as prestações tendem a aumentar sempre, nele, a partir de um momento, as prestações começam a diminuir. Sistema de amortização crescente (SACRE) Com base nas tabelas SAC e SAF abaixo, calcule o valor da prestação do período 2, utilizando o sistema de amortização misto. SAC SAF a) R$ 21.600,97 b) R$ 92.416,53 c) R$ 20.900,10 d) R$ 19.184,44 e) R$ 22.615,75 Interatividade A alternativa correta é: c) R$ 20.900,10 Resolução PMTSAM = 22.615,75 + 19.184,44 = 20.900,10 2Resposta ATÉ A PRÓXIMA! Prof. Claudio Ditticio Material Complementar: Matemática Financeira Equivalências de taxas (juros compostos) (1 ) 1 equivalente conhecido n n equivalente conhecidai i i taxadejuros n prazo taxa de juros 13. Qual é a taxa equivalente, no regime de juros compostos, a: Equivalências de taxas (juros compostos) Taxa nominal Taxa equivalente 0,5% ao mês Trimestre 4% ao bimestre Dia 4,5% ao trimestre Ano 5% ao quadrimestre Bimestre 0,5% ao mês = (1+0,05)3 – 1 = 0,1576trimestre 4% ao bimestre = (1 + 0,04) – 1 = 0,0653dia 4,5% ao trimestre = (1+0,045)4 – 1 = 19,25%ano 5% ao quadrimestre = (1 + 0,05) – 1 = 24,70%bimestre Equivalências de taxas (juros compostos) 1 60 1 2 Taxas acumuladas e médias (juros compostos) 1 2(1 )(1 )...(1 ) 1acumulada nI i i i 1 2(1 )(1 )...(1 ) 1 n média nI i i i 14. Um determinado país apresentou a seguinte variação (inflação ou deflação anual), em determinado período: Calcule e informe a taxa acumulada e a média da variação dos preços nesse período, informando também se houve inflação ou deflação. Taxas acumuladas e médias (juros compostos) Período Taxa de inflação (positiva) ou deflação (negativa) em % Agosto 1 Setembro 0 Outubro -0,3 Taxas acumuladas e médias (juros compostos) Cálculo da taxa acumulada no período: Iacumulada = (1 + 0,01)(1 + 0,0)(1 – 0,003) – 1 Iacumulada = (1,01)(1)(0,997) – 1 Iacumulada = (1,007) – 1 = 0,007 = 0,7% Cálculo da taxa média no período: Imédia = 3 (1,007) – 1 = 1,002327 – 1 = 0,0023 = 0,2379% Como a taxa calculada foi positiva, conclui-se pela ocorrência de inflação, no período. Taxas reais (juros compostos) 15. Com base na taxa de inflação obtida na questão imediatamente anterior (0,7% no período), informe a taxa real de uma operação financeira contratada a 10%, por todo esse mesmo período, por meio do regime de juros compostos: a) 3%. b) 0,28%. c) 2,5%. d) 3,5%. e) 9,2%. Taxas reais (juros compostos) Taxas reais (juros compostos) Mais de um pagamento (periódico ou não) durante o fluxo de uma operação financeira. Podem variar em função de: Tempo: temporária (número finito de pagamentos) ou infinita (número indeterminado de pagamentos). Periodicidade: periódicas (quando ocorrem em intervalos de tempo iguais) ou não periódicas. Séries de pagamentos ou recebimentos Valor dos pagamentos: fixos/uniformes (quando os pagamentos são iguais) ou variáveis. Vencimento do primeiro pagamento: imediata (quando ocorre exatamente no primeiro período da série) e diferida. Momento dos pagamentos: antecipada (quando o pagamento é feito no momento 0-zero) ou postecipada/vencida (quando os pagamentos ocorrem no final de cada período). Séries de pagamentos ou recebimentos São aquelas em que os pagamentos são constantes e ocorrem em intervalos iguais. Antecipadas: Primeiro pagamento ocorre no início de cada período. Postecipadas (vencidas): Primeiro pagamento ocorre no final de cada período. Diferidas: Primeiro pagamento ocorre após um certo período denominado carência. Podemos, assim, representar graficamente as séries uniformes de pagamentos. Séries uniformes de pagamentos ou recebimentos Uso das teclas financeiras da Calculadora HP12c (PV): capital no instante inicial (zero) de uma série de pagamentos. (FV): montante no instante da última prestação – valor futuro de uma série de pagamentos. (i): taxa de juros, na forma %. (n): números de períodos da série de pagamentos. (PMT): valor de cada prestação ou pagamento. (BEG): indicação, no visor, de séries antecipadas. (END): indicação, no visor, de séries postecipadas. Tempo Taxa Capital ou Valor do presente Montante ou Valor futuro Inverte o sinal Fonte: o autor Cálculos algébricos (envolvendo VP e PMT) Tanto a taxa quanto o prazo devem estar expressos na mesma base de tempo. Antecipada Postecipada Diferida VP VF Antecipados Vencidos Alternativas de cálculos algébricos (envolvendo VP, VF e PMT) Permitem calcular valores futuros e presentes de um único pagamento ou de uma série de pagamentos uniformes, além dos valores das parcelas fixas de um financiamento. Por exemplo, a partir da taxa (i) e número de parcelas (n), o fator de valor presente de uma série uniforme de pagamentos/recebimentos, multiplicado pelo valor da parcela fixa resulta no valor presente (à vista) de todos os valores periódicos. Uso de tábuas financeiras ( )VP PMT Fator Uso de tábuas financeiras Fator de VALOR PRESENTE de uma SÉRIE UNIFORME Valor Presente de uma Série Uniforme: multiplique o valor da parcela fixa pelo fator da tabela e encontre o valor presente de todas as parcelas da série de pagamento n/i 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 11% 12% 13% 14% 15% 1 0,9901 0,9804 0,9709 0,9615 0,9524 0,9434 0,9346 0,9259 0,9174 0,9091 0,9009 0,8929 0,8850 0,8772 0,8696 2 1,9704 1,9416 1,9135 1,8851 1,8594 1,8334 1,8080 1,7833 1,7591 1,7355 1,7125 1,6901 1,6681 1,6167 1,6257 3 2,9410 2,8839 2,8286 2,7751 2,7232 2,6730 2,6243 2,5771 2,5313 2,4869 2,4437 2,4018 2,3612 2,3216 2,2832 4 3,9020 3,8077 3,7171 3,6299 3,5460 3,4651 3,3872 3,3121 3,2397 3,1699 3,1024 3,0373 2,9745 2,9137 2,8550 5 4,8534 4,7135 4,5797 4,4518 4,3295 4,1002 4,1002 3,9927 3,8897 3,7908 3,6959 3,6048 3,5172 3,4331 3,3522 6 5,7955 5,6014 5,4172 5,2421 5,0757 4,7665 4,7665 4,6229 4,4859 4,3553 4,2305 4,1114 3,9975 3,8887 3,7845 Uso de tábuas financeiras (Cont.) Fator de VALOR PRESENTE de uma SÉRIE UNIFORME Valor Presente de uma Série Uniforme: multiplique o valor da parcela fixa pelo fator da tabela e encontre o valor presente de todas as parcelas da série de pagamento n/i 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 11% 12% 13% 14% 15% 7 6,7282 6,4720 6,2303 6,0021 5,7864 5,3893 5,3893 5,2064 5,0330 4,8684 4,7122 4,5638 4,4226 4,2883 4,1604 8 7,6517 7,3255 7,0197 6,7327 6,4632 5,9713 5,9713 5,7466 5,5348 5,3349 5,1461 4,9676 4,7988 4,6389 4,4873 9 8,5660 8,1622 7,7861 7,4353 7,1078 6,5152 6,5152 6,2469 5,9952 5,7590 5,5370 5,3282 5,1317 4,9464 4,7716 10 9,4713 8,9826 8,5302 8,1109 7,7217 7,0236 7,0236 6,7101 6,4177 6,1446 5,8892 5,6502 5,4262 5,2161 5,0188 11 10,3676 9,7868 9,2526 8,7605 8,3064 7,1390 7,4987 7,1390 6,8052 6,4951 6,2065 5,9377 5,6869 5,4527 5,2337 12 11,2551 10,5753 9,9540 9,3851 8,8633 7,5361 7,9427 7,5361 7,1607 6,8137 6,4924 6,1944 5,9176 5,6603 5,4206 16. Calcular o valor de um financiamento (pagamento à vista) a ser quitado em seis pagamentos mensais de $ 1.500,00; vencendo a primeira parcela a 30 dias da liberação dos recursos, sendo de 3,5% a.m. a taxa de juros negociada na operação. VP = ? PMT = 1.500,00 Postecipada ou vencida i = 0,035 a,m. n = 6 meses Séries uniformes de pagamentos ou recebimentos postecipados Séries uniformes de pagamentos ou recebimentos postecipados INTERVALO 17. Uma mercadoria encontra-se em promoção e é comercializada em 5 prestações mensais de $ 150,00. A loja está oferecendo uma carência de 5 meses para o primeiro pagamento. Determine o valor à vista dessa mercadoria, sabendo-se que a taxa de juros praticada é de 3% a.m. PMT = 150,00 Carência = 5 meses i = 0,03 a.m. VP = (valor à vista)? Séries uniformes de pagamentos ou recebimentos – diferidas Série foi tratada como postecipada. Séries uniformes de pagamentos ou recebimentos – diferidas Na calculadora HP12c, teríamos: (f) (REG) 150 (CHS) (PMT) (g) (END) Postergando o início da série de pagamentos postecipados Na calculadora HP12c, teríamos: 5 (n) 3 (i) PV Resultado: 686,96 Postergando o início da série de pagamentos postecipados CHS) (FV) 0 (PMT) 4 (n) PV Resultado: 610,35 Exemplo 2 (antecipando o início da série de pagamentos antecipados) Tanto a taxa quanto o prazo devem estar expressos na mesma base. Sistema Americano (SAA); Sistema de Amortização Constante (SAC); Sistema de Amortização Francês (Price). Os sistemas diferem quanto aos componentes das respectivas séries e composição dos períodos de pagamentos ou recebimentos. Amortizações Nessa hipótese, a amortização só ocorre no último período da operação. Os juros são calculados com base no saldo devedor do início de cada período. SAA (Sistema de Amortização Americano) 18. Um investidor obteve um empréstimo de R$ 100.000,00 para o pagamento em 4 parcelas mensais, que correspondem às amortizações do principal e dos pagamentos dos juros. A operação foi feita a uma taxa de 2% ao mês. SAA (Sistema de Amortização Americano) Valor da amortização: 100.000,00 (apenas no último período). Valores do período 1: Amortização: 0,00 Saldo devedor no final do período anterior = 100.000,00 Valor dos juros: 100.000,00 x 0,02 = 2.000,00 Valor da primeira prestação: 2.000,00 Saldo devedor no final do período: 100.000,00 O slide a seguir mostra o mapa geral com os totais em cada período. SAA (Sistema de Amortização Americano) Sistema de Amortização Americano (SAA) MAPA FINANCEIRO – SISTEMA (SAA) Períodos Juros Amortização Prestação Novo saldo devedor Inicial 100.000,00 1 2.000,00 0,00 2.000,00 100.000,00 2 2.000,00 0,00 2.000,00 100.000,00 3 2.000,00 0,00 2.000,00 100.000,00 4 2.000,00 100.000,00 102.000,00 0,00 Totais 8.000,00 100.000,00 108.000,00 19. Um investidor obteve um empréstimo de R$ 100.000,00 para o pagamento em 4 parcelas mensais, que correspondem às amortizações do principal, iguais em todas as parcelas, e aos pagamentos dos juros. A operação foi feita a uma taxa de 2% ao mês. SAC (Sistema de Amortização Constante) Repete-se em cada período o valor da amortização, dividido pelo número de períodos. Os juros são calculados a partir do saldo devedor do início de cada período. Valores do período 1: Amortização: 25,000,00 Saldo devedor no final do período anterior = 100.000,00 Valor dos juros: 100.000,00 x 0,02 = 2.000,00 Valor da primeira prestação: 2.000,00 + 25.000,00 = 27.000,00 Saldo devedor no final do período: 75.000,00 O slide a seguir mostra o mapa geral com os totais em cada período. SAC (Sistema de Amortização Constante) SAC (Sistema de Amortização Constante) Períodos Juros Amortização Prestação Novo saldo devedor Inicial 100.000,00 1 2.000,00 25.000,00 27.000,00 75.000,00 2 1.500,00 25.000,00 26.500,00 50.000,00 3 1.000,00 25.000,00 26.000,00 25.000,00 4 500,00 25.000,00 25.500,00 0,00 Totais 5.000,00 100.000,00 105.000,00 20. Um investidor obteve um empréstimo de R$ 100.000,00 para o pagamento em 4 parcelas mensais iguais, que correspondem às amortizações do principal e pagamentos dos juros. A operação foi feita a uma taxa de 10% ao mês. (Price) Sistema de Amortização Francês Repete-se em cada período o valor da prestação. Os juros são calculados a partir do saldo devedor do início de cada período. Valores do período 1: Amortização: conforme se trata de série antecipada ou postecipada. Saldo devedor no final do período anterior = 100.000,00 Valor dos juros: 100.000,00 x 0,10 = 10.000,00 Valor da primeira prestação: 31.545,74 Saldo devedor no final do período: 78.454,46 O slide a seguir mostra o mapa geral com os totais em cada período. (Price) Sistema de Amortização Francês Sistema de Amortização Francês Períodos Juros Amortização Prestação Novo saldo devedor Inicial 100.000,00 1 10.000,00 21.545,74 31.545,74 78.454,26 2 7.845,42 23.700,32 31.545,74 54.753,94 3 5.475,39 26.070,35 31.545,74 28.683,59 4 2.868,35 28.683,59 31.551,94 0,00 Totais 26.189,16 100.000,00 126.189,16 MOITA, Flávio. Análise de Investimentos: As cinco técnicas mais utilizadas para avaliar investimentos. São Paulo: Amazon Kindle. 2010 (e-book). PUCCINI, Abelardo de Lima. Matemática Financeira Objetiva e Aplicada. São Paulo: Saraiva. 2009. ZENTGRAF, Walter. Matemática Financeira com emprego de funções e planilhas-modelo do Excel. Rio de Janeiro: Campus. 2007. Referências ATÉ A PRÓXIMA! Prof. Claudio Ditticio Material Complementar: Matemática Financeira O valor do dinheiro no tempo e a existência de juros são elementos interligados e indispensáveis no estudo da Matemática Financeira. 100,00 hoje valem mais do que 100,00 no futuro! Exercícios – Matemática Financeira Saber resolver problemas de matemática, como, por exemplo, com juros compostos, é determinante para nossa vida acadêmica, pessoal e profissional. Como argumenta MOITA (2010): Os juros compostos são estudados em disciplinas de matemática financeira, em cursos de graduação e pós-graduação, como também no ensino fundamental. Esse conteúdo também é cobrado em concursos, seleções, testes profissionais e vestibulares. Por que é importante o conhecimento de Matemática Financeira? Conceitos fundamentais de Matemática Financeira; Operações com mercadorias; Juros e descontos simples; Equivalências de taxas em juros simples; Juros compostos; Equivalências de taxas em juros compostos; Séries de pagamentos ou recebimentos; Amortizações de empréstimos. Soluções com o emprego de método algébrico e com uso de calculadoras e softwares financeiros. Exercícios – Matemática Financeira – Tópicos a serem revistos Quando um problema é apresentado, ele deve ser interpretado para que seus dados sejam extraídos e trabalhados de forma correta. É sabido que aqui repousa a grande dificuldade para a solução de problemas de Matemática Financeira. Método de resolução de exercícios Coleta de dados: separação dos elementos centrais do problema. Terminologia relacionada com as nomenclaturas específicas da Matemática Financeira. Cálculo, cuja importância é complementar, de vez que se o problema estiver devidamente interpretado, o resultado encontrado concluirá o processo: fórmulas algébricas; tábuas financeiras; calculadora, como a HP12c; Softwares, como o Excel. Método de resolução de exercícios Uso da Calculadora HP12c Fonte: https://www.educalc.net/324080.page Estudo e operações de Matemática Financeira. Característica básica: lógica RPN ao invés da algébrica. RPN: operadores matemáticos digitados após os números. não é usado = 2 + 3 = 5 visor: 5 E sim = 2 (enter) 3 + visor: 5 Podem ser digitados dois números seguidos – até três – com (ENTER), após cada um e, a seguir, retrocedendo, os sinais das operações algébricas pretendidas com os números. Uso da Calculadora HP12c Muitas teclas da HP12c executam mais de uma função. Teclas de prefixos/funções: (f) laranja (g) azul (Cfo): valor de caixa no instante 0. 5 (g) (Cfo). (Cfj): valor de caixa que ocorre a cada período 0 (g) (Cfj) -0: quando não há qualquer valor de entrada ou saída. Usadas para fluxos de caixa de financiamentos e empréstimos. Uso da Calculadora HP12c (PV): capital no instante inicial (zero) de uma série de pagamentos. (FV): montante no instante da última prestação – valor futuro de uma série de pagamentos. (i): taxa de juros, na forma %. (n): números de períodos da série de pagamentos. (PMT): valor de cada prestação ou pagamento. (BEG): indicação, no visor, de séries antecipadas. (END): indicação, no visor, de séries postecipadas Funções das teclas financeiras da HP12c Tempo Taxa Montante ou valor futuro Capital ou valor do presente Inverte o sinal Fonte: o autor. 1. Desenhe o diagrama de caixa de uma aplicação inicial de R$ 10.000,00, que rende R$ 2.000,00 em cada um dos três próximos meses e permite um resgate, no final do período, de R$ 4.000,00. Fluxos negativos (saídas de caixa): 10.000,00 (momento 0). Fluxos positivos (entradas de caixa): 2.000,00 (em cada um dos meses 1, 2 e 3) e 4.000,00 no final do período. Diagrama de fluxo de caixa Diagrama de fluxo de caixa 2.000,00 2.000,00 10.000,00 4.000,00 2.000,000 1 2 3 MESES 2. Calcule os valores decimais, relativos aos percentuais: a) 0,5% ao dia; b) 15% ao quadrimestre; c) 0,01% ao dia; d) 160% ao ano. Percentagem é um número dividido por 100. Porcentagens 3. Por quanto deverá ser vendido um equipamento adquirido por R$ 500,00, admitindo que o comerciante deseja obter um lucro de 20% sobre o preço/custo de aquisição? PV = PC + L PC = 500,00 L = 0,20(PC) PV = 500,00 + 0,20(500,00) PV = 600,00 PV = Preço de venda; PC = preço de compra; L/P = Lucro/Prejuízo Porcentagens 4. Por quanto deverá ser vendido um equipamento adquirido por R$ 500,00; admitindo que o vendedor deseja obter um lucro de 20% sobre o preço de venda? PV = PC + L PV = 500,00 + 0,20(PV) PC = 500,00 PV – 0,20(PV) = 500,00 L = 0,20(PV) PV = 500,00/0,8 PV = 625,00 PV = Preço de venda; PC = preço de compra; L/P = Lucro/Prejuízo Operações com mercadorias Tanto a taxa quanto o prazo DEVEM ESTAR EXPRESSOS NA MESMA BASE de tempo. M = C(1 + i.n) J = C.i.n M = C + J M = montante/valor futuro C = capital/valor presente/principal i = taxa de juros J = valor dos juros Juros Simples 5. João Falastrão efetuou uma aplicação no banco no qual mantém sua conta corrente, remunerada a juros simples, desejando dobrar o capital que possui atualmente. O banco informou-lhe que a taxa da operação é de 10% ao bimestre. Em quanto tempo João conseguirá dobrar o atual capital? M = C (1+i.n) C = C (pode ser qualquer valor) i = 10% ao bimestre n = ? Juros Simples 6. Qual é taxa devida por um empréstimo que libera ao tomador R$ 10.000,00, para ser resgatado por R$ 13.000,00 em um período de 5 meses, no regime de juros simples? Juros Simples INTERVALO 7. Um empresário tem uma conta de cheque especial em um banco que permite saques a descoberto e que cobra 1,5% ao mês sobre o saldo devedor, a juros simples, pelos dias que a conta ficar descoberta. Calcule o montante dos juros cobrados no mês de abril, assumindo que a conta tem saldo zero no final de março e que, em abril, são emitidos os seguintes cheques (PUCCINI, 2009, p. 29) Juros Simples Data Valor do cheque (R$) 1º de abril 2.000,00 11 de abril 1.000,00 22 de abril 2.000,00 Convertendo a taxa em diária: Juros de 1º a 10 de abril: Juros de 11 a 20 de abril: Juros de 21 a 30 de abril: Total dos juros: 10,00 + 15,00 + 20,00 = 45,00 Juros Simples Alternativamente: Cálculo do saldo médio devedor: Juros de Abril: Juros Simples Tanto a taxa quanto o prazo devem estar expressos na mesma base. DRS = desconto racional simples DBS = desconto bancário (ou comercial) simples VN = valor de face/nominal VL = valor líquido, após a operação de descontos Descontos simples 8. Uma duplicata, no valor de 25.000,00, é descontada em um banco 2 meses antes do seu vencimento, à taxa de 2,5% ao mês. Sabendo-se que o banco cobra também 1% sobre o valor nominal do título, como despesas administrativas, e que a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) devida pela operação é 0,0041% ao dia sobre o líquido descontado, após os valores do desconto e das despesas administrativas, calcule o montante final recebido pelo portador do título. O cliente tem como outra opção a tomada de um empréstimo com a taxa líquida final de 2,8% ao mês. Qual é a melhor opção para o tomador do empréstimo? Descontos simples VN: 25.000,00 Prazo: 2 meses. Taxa: 2,5% a.m. Taxa de administração: 1% s/ VN. Alíquota do IOF: 0,0041% ao dia – calculado sobre a respectiva base de cálculo do imposto (valor líquido descontado, já deduzido também da taxa de administração). i = ? VL (final):? D(iof) = ? Desconto bancário, comercial ou “por fora” Considerando-se o valor líquido final, recebido pelo tomador do empréstimo: PV = 23.442,19 e que FV (ou N) = 25.000,00, a taxa global – mensal – líquida – da operação de descontos será: Portanto, a operação alternativa melhor para o tomador é a operação de empréstimo com a taxa de 2,8% ao mês. Desconto bancário, comercial ou “por fora” 9. Uma empresa apresenta o borderô de duplicatas a seguir, para serem descontadas em banco à taxa de desconto bancário de 3% ao mês. Qual é o valor líquido recebido pela empresa, considerando que o banco trabalhará com conjunto/total do borderô e não título a título? Operações com um conjunto de títulos descontados Duplicata R$ Prazo/vencimento (dias) A 2.500,00 25 B 3.500,00 57 C 6.500,00 72 Precisamos, inicialmente, obter o prazo médio desse conjunto de títulos, que será utilizado no cálculo do desconto do valor total do borderô. Esse prazo será obtido com base na média aritmética dos títulos, ponderados pelo seus respectivos valores. Operações com um conjunto de títulos descontados VL = 12.500,00 – 730,00 = 11.770,00 Operações com um conjunto de títulos descontados 10. Qual é a taxa equivalente, no regime de juros simples, a: Taxas equivalentes – Juros e descontos simples Taxa nominal Taxa equivalente 0,5% ao mês Trimestre 4% ao bimestre Dia 4,5% ao trimestre Ano 5% ao quadrimestre bimestre 0,5% ao mês: itrim = 0,5(3) = 1,5%trim 4% ao bimestre: idia = 4/60 = 0,67%dia 4,5% ao trimestre: iano = 4,5(4) = 18%ano 5% ao quadrimestre: ibim = = 2,5%bim Taxas equivalentes – Juros e descontos simples 5 2 Cálculo de juros. Equivalência de taxas. Taxas acumuladas. Taxas médias. Taxas reais. Juros compostos Tanto a taxa quanto o prazo devem estar expressos na mesma base de tempo. M = montante/valor futuro C = capital/valor presente/principal i = taxa de juros J = valor dos juros Juros compostos O fluxo pode ser mostrado tanto sob a ótica do tomador como de quem concedeu o empréstimo. Ou, então, tanto sob a ótica de quem fez a aplicação quanto de quem vendeu o título financeiro. Fluxo de Caixa (visão do tomador). $1.000 a Fluxo de caixa (visão do tomador de empréstimo) $1.100 b 1 2 3 4 5 c 11. Qual é o montante de uma aplicação de 13.500,00, à taxa de 25% a.a., para 92 dias, pelo regime de juros compostos? M = ? C = 13.500 i = 25% a.a. n = 92 dias Usualmente, trabalhamos com mês (30 dias) e ano comercial (360 dias). Juros compostos Na calculadora HP12c, executaríamos os procedimentos: (f) (FIN) 13.500 (ENTER) 1,25 (ENTER) 92 (ENTER) 360 (/) (x) Resultado: 14.292,22 Juros compostos Fonte: https://www.educalc.net/324080.page 12. Uma aplicação de R$ 22.000,00 efetuada em determinado momento produz, à taxa composta de juros de 2,4% ao mês, um montante de R$ 26.596,40 em uma certa data futura. Calcular o prazo da operação. (Nos cálculos, trabalhe com 2 casas decimais, arredondando a segunda posição após a vírgula. Considere que o log de 1,21 é 0,08 e o de 1,02 é 0,009. Arredonde o número inteiro, correspondente ao resultado final). C = 22.000,00 i = 2,4% a.m. M = 26.596,40 Juros compostos M = C(1+i){n 26.596,40 = 22.000,00(1+0,024)^n 26.596,40 = 22.000,00 (1,024)^n 26.596,40/22.000,00 = 1,024^n Uso Logarítimos neperianos – basen 1,2089 = 1,024^n 1,21= 1,02^n Log (1,21) = Log (1,02)^n 0,08 = 0,09^n n = 0,08/0,009 n = 8,88 meses = 8 meses e 26 dias Usualmente, trabalhamos com mês e ano comercial. Juros compostos ATÉ A PRÓXIMA! _GoBack