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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA CURSO DE GESTÃO HOSPITALAR DAYANE MENDES PEREIRA MELO MATRÍCULA: 1230104673 HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR (E400003) RIO DE JANEIRO MARÇO DE 2024 INTEGRANDO SABERES E CUIDADOS: A ATUAÇÃO MULTIPROFISSIONAL NA HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR RESUMO: A valorização da humanização no âmbito dos cuidados de saúde tem ganhado destaque como uma estratégia essencial para promover uma assistência mais centrada no paciente. No contexto do trabalho multiprofissional, a interação entre diversos profissionais da saúde desempenha um papel fundamental na promoção do bem-estar do paciente. Este estudo busca analisar as práticas de humanização no contexto do atendimento multiprofissional na saúde geral, identificando estratégias, desafios e impactos dessas práticas na qualidade do cuidado prestado. A revisão integrativa foi adotada como metodologia, permitindo uma análise abrangente e uma síntese de estudos relevantes sobre o tema. Os resultados destacam que a humanização no atendimento multiprofissional vai além das competências técnicas, abrangendo aspectos relacionais e emocionais. Elementos- chave incluem a comunicação eficaz entre profissionais, o trabalho em equipe, a escuta ativa e o respeito à singularidade do paciente. No entanto, desafios como sobrecarga de trabalho e falta de integração entre equipes foram identificados como obstáculos para a eficaz implementação da humanização. ABSTRACT: Humanization in healthcare services has emerged as a crucial approach to promote patient-centered care. Within the multiprofessional context, the interaction among different healthcare professionals plays a pivotal role in enhancing patient well-being. This review aims to analyze humanization practices within the context of multiprofessional healthcare services, identifying strategies, challenges, and impacts on the quality of care provided. Integrative review methodology was employed, allowing for a comprehensive analysis and synthesis of relevant studies on the topic. Findings reveal that humanization in multiprofessional healthcare extends beyond technical competencies, encompassing relational and emotional aspects. Key elements include effective communication among professionals, teamwork, active listening, and respect for patient individuality. However, challenges such as workload overload and lack of team integration were identified as barriers to effective humanization implementation. This study underscores the importance of humanization in multiprofessional healthcare services. Collaboration among professionals from different fields not only optimizes clinical outcomes but also contributes to patient satisfaction and the development of a more holistic, human- centered approach. elements include effective communication among professionals, teamwork, active listening, and respect for patient individuality. However, challenges such as workload overload and lack of team integration were identified as barriers to effective humanization implementation. This study underscores the importance of humanization in multiprofessional healthcare services. Collaboration among professionals from different fields not only optimizes clinical outcomes but also contributes to patient satisfaction and the development of a more holistic, human- centered approach. INTRODUÇÃO: Explorando uma nova ótica sobre o tema, destaca-se a busca contínua pela excelência no cuidado prestado aos usuários dos serviços de saúde, por meio de uma abordagem centrada no paciente e conduzida por uma equipe multidisciplinar. Nos últimos anos, tem-se observado um crescente debate em torno da humanização, visando efetivar princípios como equidade, integralidade e participação social. Reconhecer o direito à saúde como uma questão de cidadania é fundamental para revisar as práticas de saúde, o que culminou na implementação da Política Nacional de Humanização (PNH) no Brasil em 2003. Para a PNH, a humanização representa um compromisso coletivo que demanda a colaboração entre gestores, profissionais de saúde e usuários, reconhecendo-os como agentes ativos e protagonistas do processo de cuidado. Essa abordagem enfatiza a importância da troca de conhecimentos, do trabalho em equipe e da criação de redes solidárias para promover um sistema de saúde mais participativo e humano. Destaca-se ainda a necessidade de integrar a humanização em todos os níveis de atenção à saúde, especialmente na atenção terciária, onde os desafios para efetivar o cuidado humanizado são mais evidentes, devido à complexidade dos serviços oferecidos. Vejamos o que está escrito no projeto original da PNH: Considera-se que humanizar a assistência significa agregar, à eficiência técnica e científica, valores éticos, além de respeito e solidariedade ao ser humano. O planejamento da assistência deve sempre valorizar a vida humana e a cidadania, considerando, assim, as circunstâncias sociais, étnicas, educacionais e psíquicas que envolvem cada indivíduo. Deve ser pautada no contato humano, de forma acolhedora e sem juízo de valores e contemplar a integralidade do ser humano. A Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde entende por humanização a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde e enfatiza a autonomia e o protagonismo desses sujeitos, a corresponsabilidade entre eles, o estabelecimento de vínculos solidários e a participação coletiva no processo de gestão. Pressupõe mudanças no modelo de atenção e, portanto, no modelo de gestão. Assim, essa tarefa nos convoca a todos: gestores, trabalhadores e usuários. REVISÃO: O questionamento central que emerge é: como efetivar na prática diária os princípios de humanização no atendimento em saúde, garantindo o compromisso moral e a adesão dos profissionais envolvidos? Esse desafio se torna ainda mais complexo diante do cenário permeado por conflitos de interesse e dinâmicas de poder. A implementação eficaz da política de humanização requer o comprometimento dos profissionais de saúde e a melhoria das relações entre eles e os usuários. No entanto, esbarramos em hierarquias arraigadas e na premissa da autonomia do médico, aspectos considerados intocáveis. Assim, a humanização verdadeira exige mais do que uma simples vitrine para acreditação; requer uma abordagem honesta e comprometida com seus ideais. Os projetos de humanização buscam sensibilizar os profissionais para uma mudança de atitude, mas também impõem estruturas e protocolos que tendem a gerar resistência. É essencial, portanto, criar espaços de diálogo e reflexão constantes, onde os conflitos possam ser abordados e enfrentados. No contexto do trabalho multiprofissional, surgem conflitos inerentes às diferenças de poder e autonomia entre os profissionais. Como lidar com essas disparidades e conquistar a simpatia de todos os envolvidos? Como negociar uma distribuição mais equitativa do poder e favorecer a participação dos usuários, sem desconsiderar a hierarquia e a autonomia dos médicos? Essas questões apontam para a necessidade de uma mudança profunda nos processos de trabalho e nas dinâmicas organizacionais das equipes de saúde. No entanto, essa transformação só será possível com o envolvimento e a motivação dos indivíduos, direcionados para um objetivo comum: promover uma assistência mais humanizada e centrada no paciente. CONCLUSÕES: A análise dedicada à humanização no atendimento multiprofissional em saúde geral proporcionou uma visão abrangente das práticas, desafios e impactos associados a essa abordagem. Dentre as conclusões extraídas, destacam-se diversos aspectos fundamentais para compreendera complexidade desse contexto. A integração eficaz entre os diferentes profissionais de saúde emerge como um pilar essencial para promover práticas centradas no paciente. A colaboração entre equipes multiprofissionais é crucial, destacando a importância da comunicação transparente e colaborativa para garantir um cuidado coordenado e eficaz. No entanto, a implementação da humanização enfrenta desafios significativos, como a sobrecarga de trabalho e a falta de integração entre as equipes. Estratégias específicas são necessárias para superar essas barreiras e garantir uma assistência humanizada de qualidade. As práticas humanizadas no atendimento multiprofissional demonstraram ter um impacto positivo na qualidade do cuidado oferecido aos pacientes, considerando não apenas as dimensões físicas, mas também as emocionais, sociais e culturais. Além disso, profissionais envolvidos em equipes humanizadas tendem a experimentar uma maior satisfação profissional, refletindo positivamente na experiência global do paciente. Para alcançar uma implementação bem-sucedida da humanização, é crucial investir continuamente em capacitação, infraestrutura e mudanças organizacionais. O comprometimento institucional e a conscientização de todos os membros da equipe são fundamentais para sustentar práticas humanizadas a longo prazo. Estratégias de Capacitação para Profissionais de Saúde Uma abordagem cada vez mais adotada para promover a humanização no atendimento em saúde é o investimento em programas de capacitação para os profissionais da área. Esses programas reconhecem a necessidade de cuidar melhor dos trabalhadores, oferecendo informações práticas e atualizadas para o seu dia a dia. Esses incentivos têm o intuito de melhorar a autoestima dos profissionais, fornecendo conhecimento técnico, habilidades atualizadas e promovendo uma melhor relação interprofissional. As atividades de capacitação visam desenvolver uma compreensão mais profunda sobre a relação do profissional de saúde com o paciente e seus familiares. Além disso, abordam de forma preventiva as dificuldades emocionais enfrentadas pelo grupo profissional ao lidar com situações adversas, como óbito, pacientes sem prognóstico, agressividade, hostilidade e ansiedade das famílias. Programas de Humanização nas Instituições de Saúde Os programas de humanização desenvolvidos nas instituições de saúde têm como objetivo implementar ações que promovam a humanização na assistência aos pacientes e nas relações entre os profissionais de saúde. Esses programas estão alinhados com a Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde, buscando reconhecer, valorizar e divulgar iniciativas que estejam em consonância com os princípios da humanização. No entanto, muitas vezes esses programas encontram-se sem o devido respaldo institucional, o que limita seu potencial de impacto. É essencial que haja um comprometimento institucional efetivo para garantir o sucesso dessas iniciativas e sua integração na cultura organizacional das instituições de saúde. Somente assim será possível alcançar uma verdadeira transformação na prática assistencial e na qualidade do cuidado oferecido aos pacientes. Por fim, as conclusões apontam para lacunas no conhecimento e oportunidades para pesquisas futuras. Uma investigação mais aprofundada sobre estratégias específicas para superar desafios e a eficácia de intervenções específicas pode direcionar avanços significativos nessa área. Em resumo, a humanização no atendimento multiprofissional não apenas melhora a qualidade do cuidado, mas também influencia positivamente a experiência do paciente e a satisfação profissional, ressaltando a importância de abordagens colaborativas e centradas no paciente para transformar as práticas de saúde multiprofissionais. Referências: - MINISTÉRIO DA SAÚDE - cartilhas da PNH. MACEDO, Paula Costa Mosca. Desafios atuais no trabalho multiprofissional em saúde. 2007. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516- 08582007000200005. Acesso em: 30 mar. 2024. SAÚDE, Ministério da. Política Nacional de Humanização - HumanizaSUS. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e- programas/humanizasus. Acesso em: 30 mar. 2024. MATOS, Wemerson Matheus. A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL E O DEBATE ACERCA DO ATENDIMENTO HUMANIZADO. 2022. Disponível em: https://www- periodicos-capes-gov-br.ezl.periodicos.capes.gov.br/index.php/buscador-primo.html. Acesso em: 30 mar. 2024.
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