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Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Com certificado online 120 horas Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério Rachel Cardoso de Almeida Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério Rachel Cardoso de Almeida 120 horas Com certificado online SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 5 EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE OBSTÉTRICA E NEONATAL ........................................................................................................................ 6 2.1 AVANÇOS E DESAFIOS NA ATENÇÃO MATERNA E NEONATAL ............ 7 PRÉ-NATAL ...................................................................................................................... 10 3.1 DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO, ANAMNESE E ORIENTAÇÕES .............. 11 3.1.1 Diagnóstico de Gravidez .................................................................................... 12 3.1.2 Sinais diagnósticos da gestação .......................................................................... 12 3.1.3 Sinais de Presunção (Inespecíficos) ................................................................... 13 3.2 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL .................................................... 13 3.3 CALENDÁRIO DE CONSULTAS E EXAMES COMPLEMENTARES ............... 15 3.3.1 Exames complementares .................................................................................... 15 3.4 IDADE GESTACIONAL E DATA PROVÁVEL DO PARTO ............................... 17 3.4.1 Idade gestacional ................................................................................................ 17 3.4.2 Data provável do parto ....................................................................................... 17 3.5 PALPAÇÃO OBSTÉTRICA E MEDIDA DA ALTURA UTERINA (AU) ............ 18 3.5.1 Palpação obstétrica ............................................................................................. 18 3.6 AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDÍACOS FETAIS ................................... 20 3.7 VACINAÇÃO NA GESTAÇÃO .............................................................................. 21 3.8 PRINCIPAIS SUPLEMENTOS PARA AS MULHERES NO CICLO GRAVÍDICO- PUERPERAL .................................................................................................................. 22 3.9 PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL ...................... 22 DESENVOLVIMENTO FETAL E EMBRIONÁRIO ................................................... 24 4.1 PRIMEIRA SEMANA .............................................................................................. 24 4.1.1 Segunda semana ................................................................................................. 26 4.1.2 Terceira semana .................................................................................................. 27 4.1.3 Quarta a oitava semanas ..................................................................................... 28 4.2 PERÍODO FETAL .................................................................................................... 29 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DAS GESTAÇÃO ................................................... 31 FISIOLOGIA DO PARTO ............................................................................................... 34 6.1 TERMINOLOGIAS OBSTÉTRICAS ...................................................................... 34 6.2 PRIMEIRO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO: DILATAÇÃO .............................. 35 6.3 SEGUNDO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO: FASE DE EXPULSÃO ............... 37 6.4 TERCEIRO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO: DEQUITAÇÃO ...................... 39 6.5 QUARTO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO: PERÍODO DE GREENBERG ... 39 FISIOLOGIA DO PUERPÉRIO ..................................................................................... 40 7.1 CONCEITOS ........................................................................................................ 40 7.2 AJUSTES FISIOLÓGICOS DO PERÍODO PUERPERAL ................................ 41 7.2.1 Mamas ................................................................................................................ 41 7.2.2 Involução do útero e colo uterino .................................................................. 41 7.2.3 Mucosa vaginal e perineal ............................................................................. 42 7.2.4 Lóquios ............................................................................................................... 42 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A GESTAÇÃO, PARTO E PUERPÉRIO ...... 44 8.1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ............................ 45 8.2 PROCESSO DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA A GESTANTE, PARTURIENTE E PUÉRPERA ..................................................................................... 46 8.2.1 Histórico ou coleta de dados ............................................................................... 46 AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 55 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 59 Unidade 1 – Apresentação 5 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 01 APRESENTAÇÃO O ciclo vital das mulheres perpassa por várias fases desde o seu nascimento até o envelhecer, de modo que cada etapa possui a sua própria característica e merece uma atenção em saúde específica e individualizada, considerando a grande diversidade dos sujeitos. Nesse âmbito, existem vários conceitos importantes sobre saúde da mulher que devem ser compreendidos, desde a criação de políticas públicas voltadas a essa população, até o entendimento de questões conceituais e fisiológicas que envolvem o funcionamento orgânico. Desse modo, no decorrer desse curso iremos abordar aspectos importantes sobre a gestação, parto e puerpério, associado a assistência de enfermagem prestada a mulher nesse contexto. A organização deste curso está articulada para que ao final, o profissional participante do curso seja capaz de: Compreender a construção sócio-histórica das políticas públicas de saúde da mulher, assim como as ações especificas voltadas ao contexto obstétrico e neonatal; Refletir sobre conceitos importantes referentes a gestação parto e puerpério; Compreender os cuidados gerais e de enfermagem voltados ao ciclo gravídico- puerperal. Bons estudos! Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher durante o Parto e Puerpério 6 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução totale parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 02 EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE OBSTÉTRICA E NEONATAL Nos últimos o Brasil passou por relevantes mudanças nos aspectos demográfico, socioeconômico estilo de vida que transformaram a qualidade de vida da população. Essas mudanças também alcançaram a área da saúde, tivemos a criação do Sistema Único de Saúde, com marcantes transformações nas políticas de saúde e a ampliação da atenção primária. No contexto histórico da sociedade brasileira diversas ações foram propostas e construídas na atenção materna e neonatal traçaremos abaixo algumas medidas que diretamente ou indiretamente colaboraram para a o avanço na atenção obstétrica e neonatal no nosso país. Então, a partir de 1988 com a reforma sanitária e constituição federal a compreensão da atenção à saúde ganhou conceitos que consideravam princípios como a universalidade, integralidade, equidade, descentralização, regionalização e de participação social no surgimento do SUS. Essa nova visão originou novas perspectivas em diversas áreas da saúde, dentre elas a atenção obstétrico e neonatal, que buscava uma ser mais humanista, compreendendo ações de forma integral a saúde das mulheres e crianças superando um modelo mecanicista centrado apenas na doença, sem considerar as singularidades das pessoas e uma atenção de qualidade e humanizada. Muitos progressos foram realizados na atenção obstétrica a partir das políticas públicas criadas, entretanto ainda é prevalente no Brasil a realização de intervenções, que são prejudiciais à saúde materna e neonatal, ocasionando a mortalidade materna e neonatal e muitas vezes por causas evitáveis. Para modificar essa realidade ainda são necessárias mudanças, tais como o fortalecimento das ações em rede, da Atenção Básica, implementar as ações das políticas públicas indicativas à atenção obstétrica, condutas adequadas na assistência obstétrica e neonatal e a realização de ações com a finalidade de empoderar a gestante e seu Unidade 2 – Evolução das políticas públicas de saúde obstétrica e neonatal 7 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). acompanhante. Acreditamos, que essas ações poderão colaborar para transformação da realidade obstétrica no Brasil e com isso melhorar os indicadores de saúde neste campo. 2.1 AVANÇOS E DESAFIOS NA ATENÇÃO MATERNA E NEONATAL Um dos primeiros marcos na atenção materna e neonatal aconteceu 1975 com a criação do Programa Nacional de Saúde Materno-Infantil, pelo Ministério da Saúde (MS), esse programa buscava a proteção e assistência materno-infantil e englobava os cuidados ao período pré-concepcional, pré-natal, parto e puerpério. Mas, depois de diversas críticas realizadas pelo movimento feminista por ter um ponto de vista limitado ao ciclo gravídico-puerperal, nasce então em 1984, o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), sua criação representou um marco histórico, pois apresentava um novo enfoque à saúde da mulher brasileira, ele possuía ações educativas, preventivas, diagnóstico e tratamento, assistência em clinicas ginecológicas, pré- natal, parto, puerpério, climatério, planejamento familiar DST, câncer de colo de útero e de mama e outras necessidades apresentadas pelas mulheres na época. Assim, ao pensarmos sobre políticas públicas quanto aos direitos reprodutivos, observa-se um esforço para interferir e agir na saúde feminina. Para se alcançar esses objetivos foram realizadas as implantações de programas e políticas nacionais voltadas a saúde da mulher. Nesse sentido em 2004, o Ministério da Saúde estabelece a “Política Nacional de Atenção à Saúde da Mulher”, visando a concretização dos avanços na área dos direitos sexuais e direitos reprodutivos através de metas e avanços da atenção obstétrica. Então, para alcançar a ampliação da execução das políticas de saúde foram criadas estratégias de pactuações diretas e indiretas, tais como: a Política Nacional de Atenção à Saúde da Mulher, o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, o Pacto pela Vida e a Política Nacional de Atenção Básica (BRASIL, 2013). Além disso, na década de 1980, ocorreu um movimento mundial em busca da humanização do parto e nascimento atraindo a atenção para a necessidade de modificações na assistência, na estimulação de novos pensamentos sobre a prática dos profissionais de saúde e a valorização do papel primordial da mulher nesse processo, com atenção centradas nas suas necessidades e segurança de forma humanizada. No Brasil, o marco pela busca por humanização do parto e nascimento acontece em 1985 com a Conferência sobre Tecnologia Apropriada para o Nascimento e Parto, realizada em Fortaleza/CE e organizada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pelos escritórios regionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa e Américas (UFSC, 2017). Dessa maneira, foram organizadas orientações, fundamentadas na reavaliação do conhecimento sobre as técnicas obstétricas, com a finalidade de restaurar o processo natural Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher durante o Parto e Puerpério 8 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). do nascimento e que a mulher tem papel central na assistência, sem tornar esse momento cheio de procedimentos e intervenções desnecessárias (WHO, 1985). Entre as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o processo natural do nascimento, podemos destacar: Não é necessário indicações para a prática de tricotomia e enema antes do parto; Não se deve realizar a episiotomia (incisão efetuada na região do períneo) de forma rotineira; A mulher deve ter o direito a presença de um acompanhante de sua preferência durante o trabalho de parto, no parto e puerpério e sua escolha precisa ser estimulada e respeitada; Mesmo que a mulher tenha histórico de cesariana prévia, é importante estimular e encorajar o parto normal; A prática da amniotomia de rotina, ou seja, a ruptura constante de forma intencional e artificial das membranas amnióticas durante o parto não possui justificativa; A mulher precisa ser estimulada a se movimentar e escolher a melhor posições para ela, sendo de livre escolha, enquanto a posição de litotomia deve ser evitada no trabalho de parto e parto. Sempre que possível, o recém-nascido que está saudável, sem nenhum problema, deve continuar junto com sua mãe; As mulheres que estão recebendo assistência nas instituições de saúde podem resolver o que vestir e com o que se alimentar. Assim em 1996, as orientações da OMS geraram o relatório “Maternidade Segura – Assistência ao parto normal: um guia prático”, nele práticas para a assistência ao parto foram indicadas ou não indicadas considerando evidências científicas (WHO, 1996). Enquanto isso no Brasil, a Rede de Humanização do Nascimento (ReHuNa) foi criada em 1993. Ela tem como objetivo divulgar a assistência e os cuidados perinatais, baseados em evidências científicas, passando também a noticiar largamente as recomendações da OMS em eventos, debates e publicando. Nesta perspectiva de transformações da atenção obstétrica no Brasil, o Ministério da Saúde tem apoiado, estimulado e acompanhado programas e ações, entre os quais separamos algunse vamos exibir a seguir: 1984 – Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher: a mulher passa a ser compreendida de forma integral e não mais somente no ciclo reprodutivo 1999 – Portaria no 985: estabeleceu a criação do Centro de Parto Normal, sendo uma unidade de saúde que oferece atendimento humanizado unicamente ao parto normal sem distócia. Unidade 2 – Evolução das políticas públicas de saúde obstétrica e neonatal 9 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 2000 – Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento (PHPN): visa garantir a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento que se inicia no pré-natal, passa pela assistência ao parto e vai até o puerpério contemplando a gestante e o recém-nascido, no aspecto dos direitos de cidadania. 2004 – Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade materna e neonatal: Incide na implementação de um grupo de ações articuladas, que busca a qualificação da atenção obstétrica e neonatal. 2005 – Lei no 11.108: conhecida também como a “Lei do acompanhante”, ela obriga as instituições de saúde a aceitarem a presença de um acompanhante de escolha da mulher durante todo o processo do parto e puerpério imediato. 2007 – Lei no 11.634: a respeito do direito da gestante ao conhecimento e à sua vinculação à maternidade em que irá receber a assistência. 2008 – Resolução no 36/2008: regulamenta as ações e práticas dos Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal. 2011 – Portaria no 1.459/2011: estabelece a Rede Cegonha Rede Cegonha, como uma estratégia que visa certificar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, e garantir às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. Vale destacar que mesmo com todo o movimento para reduzir as intervenções na atenção obstétrica, o excesso dessas práticas obstétricas ainda acontece durante o trabalho de parto e parto. E que mesmo com todos os avanços obtidos, ainda persistem muitos desafios a serem enfrentados no Brasil. Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher durante o Parto e Puerpério 10 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 03 PRÉ-NATAL A atenção à saúde da mulher no Sistema Único de Saúde também incorpora como objetivo a ampliação, qualificação e humanização do atendimento durante a gravidez e o período puerperal, assim, a atenção pré-natal e puerperal são essenciais, sendo de responsabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Uma vez que a realização do pré-natal de qualidade durante a gravidez pode diminuir os índices de morbidade e a mortalidade materno-infantil consideravelmente, pois durante o pré-natal é possível identificar algum risco gestacional pelo profissional de saúde, o que possibilita que seja realizada as orientações necessárias e os encaminhamentos apropriados. Apesar disso, essas taxas ainda são significativas e representam um desafio para o sistema de saúde. Assim, para mudar essa realidade é necessário ampliar a assistência pré-natal adequada as gestantes, com ações de detecção e a interferência precoce nas condições de risco, além de um trabalho de rede competente ágil, com a qualificação da assistência ao parto. Esses são importantes determinantes dos indicadores de saúde relacionados atenção materno infantil, pois através deles é possível diminuir as principais origens de mortalidade materna e neonatal. Nesse sentido, a atenção básica é apresentada como uma importante ferramenta para alcançar esses objetivos. Por isso, é necessário cada vez mais ações para ampliação da organização dos serviços ofertados pela atenção básica nos municípios, considerando questões sobre processos do cuidado, acesso a exames e aos seus resultados em tempo aceitável, bem como a qualificação dos profissionais de saúde. Assim como, garantir a integração da Atenção Básica (AB) com a rede, visando o cuidado materno-infantil. Para isso os estados e municípios precisam conter de uma rede de serviços constituída para a atenção obstétrica e neonatal, com estruturas estabelecidas de referência e contrarreferência e que deve garantir os seguintes elementos: 10 Passos para o pré-natal de qualidade na atenção básica Unidade 3 – Pré-natal 11 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 10 Passos para o Pré-Natal de Qualidade na Atenção Básica MS – 2012 1° PASSO: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de gestação (captação precoce) 2° PASSO: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à atenção pré-natal. 3° PASSO: Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação em termo oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento pré-natal. 4° PASSO: Promover a escuta ativa da gestante e de seus(suas) acompanhantes, considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e não somente um cuidado biológico: "rodas de gestantes". 5° PASSO: Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-natal, quando necessário. 6° PASSO: É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, exames e ter acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: "pré-natal do(a) parceiro(a)". 7° PASSO: Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja necessário. 8° PASSO: Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a elaboração do "Plano de Parto". 9° PASSO: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde no qual irá dar à luz (vinculação). 10° PASSO: As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no período gravídico-puerperal. Fonte: Ministério da Saúde – 2012 3.1 DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO, ANAMNESE E ORIENTAÇÕES A avaliação pré-concepcional é feita através de uma consulta com o casal antes da gravidez, seu objetivo é realizar a identificação de condições de risco ou enfermidades que podem modificar o processo normal de uma gestação futura. De tal modo, ela compõe uma ferramenta importante para diminuir os índices de morbidade e mortalidade materna e infantil. Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher durante o Parto e Puerpério 12 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). De acordo, com Brasil (2012) no mínimo metade das gestações não são planejadas, ainda que elas possam serem desejadas. Contudo, o que ocorre para a falta de planejamento, em muitas ocasiões, é ausência de orientação ou de oportunidades para a obtenção de algum método anticoncepcional. Sendo, o grupo de adolescentes afetados com mais frequência. Consequentemente é necessário que o em planejamento reprodutivo seja implantado na suatotalidade, sendo repassado as informações e orientações sobre os métodos de proteção e que ele seja de livre escolha e de acordo com a necessidade de cada pessoa, bem como o estímulo à dupla proteção para prevenção da gravidez e do HIV/aids e das demais IST. Essas ações podem acontecer nas consultas médicas, de enfermagem e visitas domiciliares. Além disso, na realização de atividades educativas em ações de vacinação, nas escolas e associações de moradores. Devem ser desenvolvidas na avaliação pré-concepcional: Realizar a anamnese e exame físico; Solicitar exames laboratoriais e ginecológico; Investigar o uso de substâncias (medicação, hábito de fumar, álcool e drogas ilícitas); Realizar a história clínica, na busca de fatores que podem causar complicações na futura gravidez; Levantar história familiar (doenças hereditárias, pré-eclâmpsia, hipertensão e diabetes); Registrar história obstétrica. 3.1.1 Diagnóstico de Gravidez Com o objetivo de ampliação da captação precoce das gestantes, o Ministério da Saúde compreendeu o Teste Rápido de Gravidez no protocolo dos exames de rotina do pré-natal e pode ser feito na própria atenção básica, com isso a confirmação da gravidez e o início do pré-natal será realizado de maneira mais rápida. Portanto, toda mulher da área que é compreendida pela unidade de saúde e apresenta história de atraso menstrual superior a 15 dias precisará ser orientada pelos profissionais de saúde a fazer o Teste Imunológico de Gravidez (TIG), sendo solicitado pelo médico ou enfermeiro da unidade (BRASIL, 2012). Em casos que a mulher apresenta história de atraso menstrual de mais de 12 semanas, o diagnóstico da gravidez pode ser realizado pelo próprio exame clínico e do exame físico, sem a necessidade de solicitar o TIG. E considerando as queixas principais da mulher como: atraso menstrual, fadiga, mastalgia, ao aumento da frequência urinária e enjoos e/ou vômitos matinais. 3.1.2 Sinais diagnósticos da gestação Unidade 3 – Pré-natal 13 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 3.1.3 Sinais de Presunção (Inespecíficos) Amenorreia; Sintomas clínicos tais como: enjoos, vômitos, tonturas, aumento da salivação, modificação no apetite, aumento da frequência urinária e sono excessivo); Alterações anatômicas, como: aumento das mamas, mamilos sensíveis, tubérculos de Montgomery, presença de colostro no mamilo, coloração violácea vulvar, cianose vaginal e cervical, crescimento do volume abdominal. Sinais de Probabilidade Amolecimento da cérvice uterina, com futuro aumento do seu volume; As paredes vaginais ficam aumentadas e ocorre o aumento da vascularização; Beta do HCG positivo no soro materno desde o oitavo ou nono dia após a fertilização. Sinais de Certeza Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF); Presença dos movimentos fetais a partir da 18 a 20 semanas; Realização da Ultrassonografia e a visualização do saco gestacional, por via transvaginal ele pode ser visualizado com apenas 4 a 5 semanas gestacionais. E logo depois de confirmar a gravidez, deve-se iniciar o acompanhamento da gestante com consultas médicas ou de enfermagem e atenção da equipe de multiprofissional. 3.2 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL A gestação é um processo fisiológico, mas que envolve mudanças físicas, sociais e emocionais devendo ser reconhecido assim pelas gestantes e equipes de saúde. Porém, por Presunção Provável Certeza Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher durante o Parto e Puerpério 14 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). conta de alguns aspectos de risco, determinadas gestantes podem apresentar maior possibilidade de uma evolução complicada desse processo, ou seja, uma “gestante de alto risco”. Nesse sentido, é necessário realizar a classificação das gestantes com o objetivo de diminuir a morbimortalidade materno-infantil e ampliação do acesso com qualidade. Entenda que a classificação de risco é um processo permanente e dinâmico para identificar pacientes que precisam de tratamento imediato, conforme o potencial de risco, os agravos à saúde ou o grau de sofrimento e que deve ocorrer em toda consulta. De acordo com Brasil (2012) existem fatores de risco que admitem a realização do pré-natal pela equipe de atenção básica e esses fatores são: Fatores relacionados aos aspectos individuais e às condições sociodemográficas desfavoráveis: Ter menos de 15 e mais que 35 anos; Profissão: esforço físico demasiado, carga horária vasta, rodízio de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, estresse; Apresentar situação familiar insegura e não aceitar a gravidez, especialmente em adolescente; Situação matrimonial insegura; Baixo nível de escolaridade (menos de cinco anos de estudo regular); Aspectos ambientais desfavorável; Estatura menor do que 1,45m; IMC que demonstre baixo peso, sobrepeso ou obesidade. Fatores relacionados à história reprodutiva anterior: Recém-nascido com dificuldades de crescimento, pré-termo ou com malformação; Macrossomia fetal; Problemas com síndromes hemorrágicas ou hipertensivas; Intervalo entre um parto e outro menor do que dois anos ou maior do que cinco anos; Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos); Cirurgia uterina prévia; Três ou mais cesarianas. Fatores relacionados à gravidez atual: Unidade 3 – Pré-natal 15 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Ganho de peso inadequado; Infecção urinária; Anemia. 3.3 CALENDÁRIO DE CONSULTAS E EXAMES COMPLEMENTARES O calendário de consultas deve iniciar precocemente, logo no primeiro trimestre e ser regular. Essas consultas podem ser realizadas na unidade de saúde ou nas visitas domiciliares. Para se garantir o mínimo de assistência é necessário realizar no mínimo seis consultas, sendo intercalada entre médico e enfermeiro. Por isso, o ministério da saúde adota para o cronograma de consulta as seguintes recomendações: Até 28ª semana Mensalmente Da 28ª até a 36ª semana Quinzenalmente Da 36ª até a 41ª semana Semanalmente 3.3.1 Exames complementares Já na primeira consulta devem ser solicitados exames complementares para que seja realizado o cuidado integral da gestante. Exames do 1º trimestre: Hemograma; Tipagem sanguínea e fator Rh; Coombs indireto (se a mãe for Rh negativo); Glicemia em jejum; Teste rápido para sífilis ou VDRL/RPR; IMPORTANTE LEMBRAR! Não existe “alta” das consultas de pré-natal antes do parto. Mas quando o parto não ocorre até a 41ª semana é preciso encaminhar a gestante para avaliação do bem-estar fetal. Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher durante o Parto e Puerpério 16 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercialdeste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Teste rápido para HIV ou sorologia (anti-HIV I e II); Toxoplasmose (IgM e IgG); Sorologia para hepatite B (HbsAg); Urina tipo I, urocultura e antibiograma; Exame da secreção vaginal (Se houver indicação clínica); Ultrassonografia obstétrica; Citopatológico (Se houver indicação clínica); Parasitológico de fezes (Se houver indicação clínica); Eletroforese da hemoglobina (devido ao alto grau de miscigenação da população brasileira, todas as gestantes necessitam ser rastreadas para doença falciforme). Exames do 2º trimestre: Teste de tolerância para glicose, com 75 g nas gestantes sem diagnóstico prévio de DM (24ª a 28ª semana) Coombs indireto (se a mãe for Rh negativo). Exames do 3º trimestre: Glicemia em jejum; Coombs indireto (se a mãe for Rh negativo) nesse caso o protocolo de Saúde da Mulher da atenção básica do Ministério da Saúde (BRASIL, 2016), diz que o coombs indireto deve ser solicitado a partir da 24ª semana e repetido a cada 4 semanas, se negativo; Teste rápido para HIV ou sorologia (anti-HIV I e II); Sorologia para hepatite B (HbsAg); Hemograma; Urina tipo I, urocultura e antibiograma; Exame de toxoplasmose só repete se o IgG do primeiro exame tenha como resultado: não reagente; Teste rápido para sífilis ou VDRL. Unidade 3 – Pré-natal 17 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 3.4 IDADE GESTACIONAL E DATA PROVÁVEL DO PARTO 3.4.1 Idade gestacional O método para estimar a idade gestacional (IG) deve considerar a data da última menstruação (DUM). Quando a gestante sabe a data certa da última menstruação (DUM): Com o auxílio do calendário: o profissional deverá somar o número de dias do espaço entre a DUM e a data da consulta, depois dividir o total por sete (resultado em semanas); Exemplo: a é DUM: 06/02/2021 e a data da Consulta dia: 06/03/2021, somando os dias do intervalo da DUM para a consulta, ficamos com 28, agora é só dividir por 7, o resultado será 4 ou seja 4 semanas. Ou com o auxílio do gestograma: o profissional deve colocar a seta sobre o dia e o mês correspondentes a DUM da gestante e observar o número de semanas apontado no dia e mês da consulta atual. Quando a gestante não sabe a data da última menstruação (DUM), mas lembra o período do mês em que ela ocorreu: Se a gestante relata que esse período foi no início, meio ou fim do mês, o profissional deve considerar como DUM os dias 5, 15 e 25, respectivamente. E então, realizar um dos métodos descritos anteriormente (usando do calendário ou o gestograma). Quando a gestante não lembra a data e o período da última menstruação: É possível realizar a medida da altura do fundo do útero e pelo toque vaginal, e da informação sobre a data de início dos movimentos fetais, que comumente ocorrem entre 18 e 20 sem. Mas quando não é possível definir clinicamente a idade gestacional é recomendado o uso da ultrassonografia obstétrica. 3.4.2 Data provável do parto Para calcular a data provável do parto (DPP) é necessário considerar a DUM. Podemos realizar essa técnica de duas maneiras: com o disco (gestograma) ou com a Regra de Näegele. Disco (gestograma): para saber a DPP basta colocar a seta sobre o dia e o mês correspondentes a DUM da gestante e observar para onde a seta está direcionada, indicando a data (dia e mês) com a data provável do parto. Regra de Näegele: nesse caso, para saber a DPP é preciso somar sete dias ao primeiro dia da última menstruação e subtrair três meses ao mês em que ocorreu a última Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher durante o Parto e Puerpério 18 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). menstruação (ou nos casos em que o mês da DUM corresponderem aos meses de janeiro a março adicionar nove meses). E em casos que o número de dias for maior do que o número de dias do mês, os dias excedentes devem ser passados para o mês seguinte, adicionando um ao final do cálculo do mês. Exemplos: Data da última menstruação (DUM): 16/05/20 Dia:16 + 7 = 23 Mês: 5 – 3 = 2 Data provável do parto (DPP): 23/02/21 Data da última menstruação: 11/02/20 Dia: 11 + 7 = 18 Mês: 2 + 9 = 11 Data provável do parto (DPP): 18/11/20 3.5 PALPAÇÃO OBSTÉTRICA E MEDIDA DA ALTURA UTERINA (AU) A palpação obstétrica tem como objetivos a identificação do crescimento fetal, o diagnóstico de anormalidades partindo da relação entre a altura uterina e a idade gestacional e a identificar da situação e a apresentação fetal. Assim, é importante realizar a palpação obstétrica antes da medida da altura uterina. Pois ela deve ser iniciada pela delimitação do fundo uterino, do mesmo que de todo o contorno da superfície uterina. Dessa forma, o profissional reduz o risco de erro da medida da altura uterina, quando realizado esse procedimento. 3.5.1 Palpação obstétrica A técnica para palpação abdominal é realizada através das Manobras de Leopold, essa técnica é realizada em 4 passos: 1. Com o auxílio das demarque o fundo do útero com a borda cubital de ambas as mãos e distinga a parte fetal que o ocupa; Unidade 3 – Pré-natal 19 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 2. Depois vá deslizando as mãos do fundo uterino até o polo inferior do útero, buscando palpar o dorso e as pequenas partes do feto; 3. Então, procure a mobilidade do polo, que se exibe no estreito superior pélvico; 4. Por fim, defina a situação fetal, depositando as mãos sobre as fossas ilíacas e deslizando em direção à escava pélvica e envolvendo o polo fetal, que se apresenta. Podemos encontrar as situações: longitudinal (cefálica e pélvica), transversa (córmica) e oblíquas. A ilustração abaixo demonstra os 4 passos da Manobra de Leopold, seguindo a ordem da esquerda para a direita. 3.5.2 Medida da altura uterina (AU) Principal objetivo da medida da altura uterina é acompanhar o crescimento fetal comparando a medida da altura uterina com o número de semanas gestacionais. Para isso, foi desenvolvido um Padrão de referência a partir dos dados do Centro Latino-Americano de Perinatologia (CLAP) que correlaciona as curvas de altura uterina para a idade gestacional, nas quais os percentis 10 e 90 marcam os limites da normalidade. Como realizar a técnica para medida da altura uterina de acordo com Brasil (2012): 1. A gestante precisa estar em decúbito dorsal, com o abdome descoberto; 2. Demarque a borda superior da sínfise púbica e depois o fundo uterino; 3. Com a palpação, busque corrigir a corriqueira dextroversão uterina; 4. Depois é preciso fixar a extremidade inicial (0cm) da fita métrica, na borda superior da sínfise púbica com o auxílio de uma das mãos, passando-a entre os dedos indicador e médio. 5. Então com a outra mão vá deslizando a fita métrica entre os dedos indicador e médio até obter o fundo do útero com a margem cubital da mesma mão; 6. Assim realize a leitura quando aborda cubital da mão chegar no fundo uterino; Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher durante o Parto e Puerpério 20 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 7. Por fim, realize a anotação da medida, em centímetros, na ficha do pré-natal e no cartão da gestante. Além de marcar o ponto na curva da altura uterina. 3.6 AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDÍACOS FETAIS A ausculta dos batimentos cardíacos fetais - BCF representa uma importante etapa do pré- natal e tem como objetivo verificar a cada consulta realizada como está a presença, o ritmo, a frequência e a normalidade dos BCF. Essa ausculta precisa ser realizada com o sonar, é possível realizar a técnica após 12 semanas de gestação, mas caso seja com Pinard, a ausculta só será provável após 20 semanas. É avaliada como normal a frequência cardíaca fetal entre 120 a 160 batimentos por minuto (BRASIL,2012). Já de acordo com o Protocolo da Atenção Básica: Saúde das Mulheres (2016), a frequência cardíaca fetal normal é de 110 a 160 bpm. Unidade 3 – Pré-natal 21 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). É importante lembrar que logo depois de contração uterina, da movimentação fetal ou de estímulos mecânicos sobre o útero, é normal um aumento transitório na frequência cardíaca fetal e que isso representa um sinal de boa vitalidade. 3.7 VACINAÇÃO NA GESTAÇÃO Durante a gestação existem recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, para a vacinação das gestantes. Pois a vacinação durante a gravidez tem como objetivo não só proteger a gestante, como também a proteger o feto. Esquema de vacinação da gestante VACINAS SITUAÇÃO ESQUEMA INDICADO Vacina contra influenza Gestantes em qualquer período gestacional Dose única Vacina contra hepatite b Gestantes com esquema incompleto: deve-se completar o esquema. Três doses com intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda e de 180 dias entre a primeira e a terceira. Gestantes com esquema completo: não se deve vaciná- las Dupla adulto – dT e dTpa Previamente vacinada, com pelo menos 3 doses de vacina de dT 1 dose de dTpa, preferencialmente ≥ da 20ª semana, pode ser administrada até o puerpério. Quando a vacinação é incompleta, tendo recebido 1 dose de vacina dT 1 dose de dT e 1 dose de dTpa, a partir da 20ª semana de gestação. Respeitando o intervalo mínimo de 30 dias entre elas. ATENÇAO! Se depois de contração uterina, da movimentação fetal ou de estímulos mecânicos sobre o útero ocorrer uma desaceleração ou a não alteração da frequência cardíaca fetal, temos, então, um SINAL DE ALERTA, o que demanda a avaliação da vitalidade fetal, por isso a gestante deve ser referenciada para um nível de maior complexidade ou à maternidade. Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher durante o Parto e Puerpério 22 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Quando a vacinação incompleta tendo recebido 2 doses de vacina de dT 1 dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação, o mais precocemente possível. Em gestantes não vacinadas e/ou histórico vacinal desconhecido 2 doses de dT; e 1 dose de dTpa, a partir da 20ª semana de gestação. Respeitar intervalo mínimo de 30 dias entre elas. 3.8 PRINCIPAIS SUPLEMENTOS PARA AS MULHERES NO CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL Ácido Fólico É indicado para prevenção de anomalias congênitas do tubo neural, principalmente nas mulheres com histórias prévias desse tipo de malformações; Indicado administração preventiva de 400 mcg de ácido fólico, solução oral 0,2 mg/mL. A apresentação dessa medicação é a solução oral 0,2mg/mL ou em cápsula de 400µg ou 0,4mg. Sulfato Ferroso É indicado uso para gestantes logo no início do pré-natal parao tratamento e profilaxia de anemia. Usado em todo o período da gravidez até o 3º mês pós-parto ou pós- aborto, na dosagem de 1 comprimido de sulfato ferroso/dia (200mg), que corresponde a 40mg de ferro elementar. 3.9 PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL Como visto ao longo desse tópico o papel da Enfermagem é muito importante para uma assistência ao pré-natal de qualidade. Por isso, vamos destacar algumas das ações do enfermeiro na assistência ao Pré-natal: Realizar orientações sobre a importância do pré-natal, da amamentação e da vacinação as mulheres e suas famílias; Realizar o preenchimento dos documentos, fichas e Cartão da Gestante, sem esquecer nenhuma informação; Intercalar as consultas de pré-natal de gestação de baixo risco com o(a) médico(a) da unidade; Unidade 3 – Pré-natal 23 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Fazer a solicitação dos exames complementares respeitando o protocolo local de pré- natal; Fazer os testes rápidos na gestante; O enfermeiro também pode exercer a prescrição de medicamentos padronizados para o programa de pré-natal e de medicamentos padronizados para tratamento das IST, conforme protocolo; Avaliar o histórico de vacinas da gestante e orientar sobre as vacinas necessárias para gestantes; Reconhecer os sinais de alarme e identificar casos de alto risco, realizando assim, o encaminhamento para consulta médica. Bem como, garantir que gestante classificada como de alto risco seja atendida; Executar o exame clínico das mamas e coletar o material para exame citopatológico do colo do útero; Desempenhar ações educativas, individual e coletiva; Produzir ações de orientações as gestantes e a equipe sobre os fatores de risco e à vulnerabilidade; Orientação as gestantes sobre a importância da frequência das consultas e praticar busca ativa das gestantes que não comparecem as consultas; Prestar visitas domiciliares ao longo da gravidez e puerpério, realizar o acompanhamento do processo de aleitamento e a orientação a mulher e seu companheiro sobre o planejamento reprodutivo. Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher durante o Parto e Puerpério 24 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 04 DESENVOLVIMENTO FETAL E EMBRIONÁRIO Tendo visto os eventos ovarianos e menstruais, vale relembrar o processo posterior a liberação do ovócito maduro nas tubas uterinas. Esse momento recebe o nome de fecundação e nidação, que ocorre mediante a fusão de núcleos das duas células germinativas, os gametas sexuais feminino (óvulo) e masculino (espermatozoide). Assim, o desenvolvimento tem iníciocom a fecundação, quando o espermatozoide se junta com o óvulo para dar origem ao ovo, célula que representa o nascimento de um novo ser. Nesse tópico, vamos compreender como funciona os estágios do desenvolvimento embrionário e fetal. Entende-se como desenvolvimento embrionário humano o período de alterações na aparência externa do embrião ao longo das primeiras 8 semanas do desenvolvimento. 4.1 PRIMEIRA SEMANA Conforme o ovo vai passando pela tuba uterina, ele vai sofrendo rápidas divisões mitóticas, iniciando a segmentação, responsável pelo desenvolvimento dos blastômeros. Então, no 3º o dia após ocorrer a fertilização, o ovo que está com 16 ou mais blastômeros passa a ser chamado de mórula e adentra na cavidade uterina. No 4º o dia após a fecundação a mórula se transforma em blástula ou blastocisto, quando uma cavidade se forma na mórula. Sendo o blastocisto constituído em: (1) Embrioblasto: é um grupo de células internas, esse grupo de células dará origem ao embrião propriamente dito; Unidade 4 – Desenvolvimento fetal e embrionário 25 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). (2) Cavidade blastocística ou blastocele: uma cavidade interna, preenchida por líquido (3) Trofoblasto: é uma camada de células externas, que irá englobar a blastocele e o embrioblasto. Na imagem a seguir, as divisões celulares estão representadas compreendo cada momento subsequente. Até o 6º dia o blastocisto, que estava livre na cavidade do útero, começa a aderir o epitélio do endométrio. Já no 7º o dia, o trofoblasto se diferencia em duas camadas: uma interna, o citotrofoblasto e outra externa, o sinciciotrofoblasto. Elas penetram no epitélio do endometrial. Ao mesmo tempo da implantação do blastocisto, o embrioblasto começa a formação do endoderma embrionário, constituindo-se na primeira das três camadas germinativas primárias do embrião. Ao final da 1ª a semana, o óvulo está superficialmente implantado no endométrio conforme descrito na imagem que se segue. Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher durante o Parto e Puerpério 26 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 4.1.1 Segunda semana Na segunda semana ocorre a implantação do blastocisto por completo. Nela o trofoblasto passa por rápidas transformações e se dividem em duas camadas: o citotrofoblasto e o sinciciotrofoblasto. No sinciciotrofoblasto começam a se desenvolver lacunas, formando a rede lacunar, assim o sangue passeia para o interior da rede lacunar desenvolvendo a circulação uteroplacentária primitiva. Concomitantemente, o sinciciotrofoblasto acaba se aprofundando mais no endométrio, desconjuntando e causando apoptose de células endometriais. Por isso, está camada do blastocisto é alimentada pelas células deciduais, células adjacentes ao local de implantação, que são ricas em glicogênio e lipídeos. Além disso o sincíciotrofoblasto também é responsável pela produção do hormôniogonadotrofina coriônica humana hCG, que é responsável por manter as atividades hormonais do corpo lúteo e dos ovários durante a gravidez, cooperando para sustentar o percurso normal da gestação. Durante esse processo, acontecem mudanças morfológicas no blastocisto, ocorre a formação do disco embrionário bilaminar (epiblasto e hipoblasto). Ainda dirante essa semana é formada também algumas das estruturas extraembrionárias, tais como: cavidade amniótica, âmnio, vesícula umbilical, pedículo de conexão e saco coriônico. O mesoderma somático extraembrionário e as duas camadas do trofoblasto vão formar o cório. O cório compõe a parede da vesícula amniótica, onde o embrião e as vesículas vitelina e amniótica estão pendentes pelo pedículo. O celoma extraembrionário é chamado de cavidade coriônica (conhecido na gravidez como saco gestacional, visto na ultrassonografia). O embrião de 14 dias também exibe a forma de um disco bilaminar; nas células hipoblásticas, em um espaço limitado, forma a placa precordal, o futuro lugar da boca e importante componente da região da cabeça. Unidade 4 – Desenvolvimento fetal e embrionário 27 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 4.1.2 Terceira semana Esse período coincidindo com a momento da primeira menstruação falhada. Sendo a falta do sangramento menstrual o primeiro sinal de gravidez, apesar de poder ocorrer, algum sangramento pequeno derivado do local de implantação. As alterações distintas de maneira resumida na 3ª a semana, de acordo com Rezende (2017) são: Gastrulação: dá origem a todas as três camadas germinativas (ectoderma, mesoderma, endoderma). A gastrulação é o começo da morfogênese (formação dos sistemas), na gastrulação ocorre a propagação celular na superfície do epiblasto, para desenvolvimento das camadas germinativas. Células mesenquimais derivadas do nó primitivo da linha primitiva localizada no epiblasto compõem o notocórdio, o eixo principal do embrião em torno de onde vai se formar o esqueleto axial. Formação do tubo neural, que dá origem ao sistema nervoso central a partir de uma condensação do ectoderma. Ao mesmo tempo, células neuroectodérmicas migram para desenvolver a crista neural, iniciando os gânglios sensoriais dos nervos cranianos e espinais. Por volta do 20º dia o mesoderma paraxial se encorpa e se divide em agregados de células chamados somitos, assim as células migram e dão início a formação das vértebras, das costelas e da musculatura axial. Acontece também o aparecimento do celoma intraembrionário, que nasce como espaços avulsos no mesoderma lateral e no cardiogênico. As vesículas celômicas se agregam posteriormente, constituindo uma única cavidade, no formato de ferradura, gerando futuramente as cavidades do organismo: pericárdica, pleural e peritoneal. Vasos sanguíneos derivam inicialmente no mesoderma extraembrionário da vesícula vitelina, do pedículo embrionário e do cório; os vasos embrionários apenas vão se desenvolver 2 dias depois. Pequenos grupos sanguíneos são constituídos de aglomerados de células mesenquimais, conhecidos como hemangioblastos. Então espaços organizam-se dentro dos pequenos grupos sanguíneos torna revestidos pelo endotélio e se acoplam com outros espaços para realizar a formação do sistema cardiovascular primitivo. Além disso no final da 3 a semana, alicerçado as células mesenquimais cardiogênicas, aparecem os tubos cardíacos, ocorrendo a fusão em estrutura única (coração primitivo), conectando os vasos sanguíneos do embrião aos extraembrionários. Contudo o desenvolvimento de sangue, no embrião, só irá iniciar no 2 o mês, e acontece no fígado, depois no baço, medula óssea e gânglios linfáticos. Enquanto isso, a circulação sanguínea começará ao final da 3ª semana, e assim, sendo o sistema cardiovascular se torna o primeiro do organismo a obter estado funcional. As vilosidades coriônicas primárias ao adquirirem o eixo central de mesênquima tornam-se secundárias. Então, antes de terminar a 3ª semana, capilares se desenvolvem no interior das vilosidades, que se alteram paraterciárias. Expansões citotrofoblásticas dessas vilosidades se unem para formar o manto citotrofoblástica, Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher durante o Parto e Puerpério 28 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). a qual ancora o saco coriônico ao endométrio. O acelerado processo de desenvolvimento das vilosidades ao longo da 3ª semana aumenta a superfície do cório e facilita as trocas materno-embrionárias. 4.1.3 Quarta a oitava semanas Ao longo dessas 5 semanas, serão formados todos os principais órgãos e sistemas do corpo provenientes das três camadas germinativas. Na 4ª semana, dobramentos longitudinais (cefálica e caudal) e laterais (direita e esquerda) transformam o disco embrionário em um embrião cilíndrico, na forma de um “C”. A formação das curvaturas cefálica, caudal e laterais é uma sequência sucessiva de eventos que finaliza por compreender o embrião na vesícula vitelina. Sendo uma parte é agrupada ao embrião no processo de curvatura, criando o intestino primitivo, e o restante compõe o remanescente da vesícula vitelina secundária. Das curvaturas laterais derivam as paredes laterais e ventral do corpo. O cordão umbilical é formado pelo conjunto: pedículo embrionário primitivo, com os vasos sanguíneos e a alantoide Unidade 4 – Desenvolvimento fetal e embrionário 29 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). A curvatura cefálica faz com que o coração se posicione na parte ventral e o cérebro vira o componente mais cranial do embrião. A curvatura caudal obriga o pedículo do embrião a movimentar para a região ventral como é possível observar na figura anterior. Durante esse período os três folhetos germinativos primários vão se diferenciar nos vários tecidos e órgãos. Logo, ao final da 7ª semana estão quase todos os principais sistemas do organismo formados. A aparência externa do embrião está muito influenciado pelo desenvolvimento do cérebro, dos membros, das orelhas, do nariz e dos olhos e conforme essas estruturas vão se desenvolvendo, elas transformam a imagem do concepto, que passa a adquirir uma imagem humana. Visto que todas as estruturas essenciais são iniciadas durante o período embrionário. Podemos considerar que essas quatro semanas mencionadas compõem uma fase crítica para o desenvolvimento embrionário e fetal, pois é possível surgir diferentes malformações congênitas, quando o embrião é exposto a agentes teratogênicos. 4.2 PERÍODO FETAL Consideramos que o período fetal quando o embrião já possui aparência humana, isso acontece em torno da 9ª semana da gestação. A organogênese, processo de formação dos órgãos, está quase completa, e agora o desenvolvimento está basicamente voltado para o crescimento e a amadurecimento de tecidos e órgãos formados na fase anterior, visto que são poucas estruturas que vão surgir durante a fase fetal. Os vários órgãos e tecidos vão se desenvolver em tempos distintos, cada um no seu tempo chegará a maturação. O feto a termo já apresenta os aparelhos digestivo, respiratório, circulatório e urinário quase prontos para a vida extrauterina, ao passo que os tecidos nervosos e ósseos continuam imaturos, e sua diferenciação persiste por bastante tempo após o nascimento. Podemos então, destacar os seguintes eventos sobre o período fetal: 9ª a 12ª a semana: acontece a diminuição do crescimento da cabeça, de forma considerável, comparada ao corpo. A genitália externa de ambos os sexos, masculino e feminino, dos fetos ainda aparece de maneira indiferenciada até o final da 9ª semana, sendo possível visualizar e diferenciar somente na 12ª. 13ª a 16ª semana: essa fase é caracterizada pelo crescimento rápido, principalmente do corpo e é possível observar os centros de ossificação aos raios X, a partir da 16ª semana. 16ª a 20ª semana: nessa fase a gestante começa a notar os movimentos fetais, na realidade gerados entre 8 e 12 semanas. Ao início da 20ª semana passar a existir lanugem e Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher durante o Parto e Puerpério 30 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). cabelos, e a pele está protegida de verniz caseoso, conteúdo formado pela secreção gordurosa das glândulas sebáceas, e que tem como finalidade proteger a epiderme fetal. Até 22 a 24 semanas: O tecido adiposo tem um desenvolvimento rápido durante as 6 a 8 últimas semanas, é uma fase com o crescimento de tecidos e os preparativos dos sistemas envolvidos na passagem da vida intrauterina para a extrauterina. Com 28 semanas: o feto já tem quase 1.000 g, os pulmões estão satisfatoriamente desenvolvidos de maneira a tornar possível a vida do recém-nascido pré-termo. Pois antes desse período, os pulmões não são capazes de realizar as trocas gasosas adequadas: a superfície alveolar e a vascularização não são suficientes. Unidade 5 – Alterações fisiológicas da gestação 31 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 05 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DAS GESTAÇÃO Durante a gestação ocorrem alterações no organismo da mulher devido a presença feto e da placenta. Isso acontece, pois, a placenta secreta altos níveis de hormônios e o processo de maturação do feto requer muita demandas energéticas o que gera importantes adaptações sistêmicas. Além disso, essas mudanças resguardam o funcionamento fisiológico normal da mulher e promovem um ambiente favorável para o desenvolvimento e crescimento do feto. Nesse sentido, podem ser observadas adaptações no sistema cardiovascular, respiratório, endócrino, digestório, renal e sistema nervoso central. Do mesmo modo, o crescimento uterino causa modificações mecânicas do sistema musculoesquelético. Durante a gravidez, o coração da mulher precisa trabalhar mais pois à medida que o feto cresce, o coração necessita bombear mais sangue para o útero. As alterações do sistema cardiovascular começam ainda no primeiro trimestre gestacional com o aumento do volume sanguíneo e com o da frequência cardíaca. E o débito cardíaco estará com um acréscimo em torno de 80% no fim da gestação, pois ele precisa garantir as necessidades suplementares do feto por nutrientes e oxigênio. Contudo, o que podemos observar segundo trimestre gestacional é que mesmo com o aumento do volume sanguíneo ocorre uma queda na pressão arterial sistêmica em decorrência da vasodilatação periférica, ocasionada pelos altos níveis de progesterona adicionados à liberação de substâncias vasodilatadoras. Com relação ao Sistema Respiratório ocorre um aumento do consumo de oxigênio pela gestante, induzindo ao aumento da ventilação pulmonar (quantidade de ar inalado e expirado por minuto). Queixas referentes Sistema Respiratório também são comuns, tais como fadiga e dispneia isso acontece devido a diminuiçãoda expansão dos pulmões por conta da elevação do diafragma em decorrência crescimento do útero aumentado. No sistema gastrointestinal por conta do aumento da progesterona sobre a musculatura lisa, isso acaba proporcionando o relaxamento o peristaltismo fica diminuído Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher durante o Parto e Puerpério 32 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). consequência é o retardo no esvaziamento gástrico e no trânsito intestinal, derivando em: náuseas, azia, vômitos, constipação e pirose. Ocorre também alteração do apetite ocorrer muitas vezes a aversão a comida. Algumas orientações podem ser realizadas para aliviar os sintomas: Evitar deixar o estômago vazio, por isso é importante comer em pequenas quantidades, mas com maior frequência. Dietas ricas em frutas ou com resíduos laxantes, tais como: verduras e legumes, laranja, ameixa, mamão, entre outras. Beber bastante água durante o dia. No sistema urinário em razão do aumento do volume sanguíneo, os rins filtram uma quantidade maior de sangue, do mesmo modo, o crescimento do útero causa pressão sobre a bexiga urinária o que resulta no aumento da frequência e da urgência urinaria, além da incontinência de esforço. O aumento do tamanho do útero também é responsável por alterações posturais, motivada pela modificação do centro de gravidade da gestante, que nesse momento é necessário para manter o equilíbrio. Então, a gravida precisa aumentar a sua base de apoio, ela afasta os pés enquanto marcha e ocorre o aumento da lordose lombar, com o objetivo de estabelecer o seu centro gravitacional conforme imagem a seguir. Por isso, reclamações de dores na região lombar são frequentes, especialmente no último trimestre gestacional. Uma das mudanças mais evidentes ao longo da gestação é o ganho de peso, motivada pelo crescimento fetal, do desenvolvimento da placenta e anexos, do armazenamento de gordura, da retenção de líquidos e do aumento das glândulas mamárias e do volume sanguíneo. Dessa maneira, o profissional da saúde deve considerar todos esses aspectos e Unidade 5 – Alterações fisiológicas da gestação 33 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). ficar atento a possíveis alterações não fisiológicas, por isso o acompanhamento do peso e IMC durante o pré-natal são indispensáveis. Durante a gestação acontece o aumento da secreção das glândulas sebáceas por conta da ação progestagênica fazendo com que a pele da grávida fique mais oleosa e provoca a queda de cabelo e o aparecimento de acne. Alguns locais durante a gravidez pode adquirir pigmentação mais escura, como é o caso aréola mamária, períneo, axilas e linha nigra. Ao longo da gestação a vagina aumenta seu comprimento e largura. As fibras do colágeno apresentam-se mais espaçadas, o que possibilita o afrouxamento do tecido conectivo. Modificações parecidas são notadas na musculatura do períneo e do assoalho pélvico. Outro fato, é que a secreção vaginal pode aumentada, isso acontece devido ao aumento da vascularização e uma maior produção glandular, a secreção tem um aspecto leitoso. A vulva também passa por alterações, ela pode apresentar uma coloração violácea. Na região dos grandes e os pequenos lábios e o meato uretral acontece a hipertrofia. Os pequenos lábios tornam-se túrgidos e acentuados. Já no início da gravidez, por volta da 5 ou 6 semanas, as mamas aumentam de volume e sensibilidade, tornam-se dolorosas e edemaciada, ocasionando mastalgia. Esse alteração ocorre devido a hiperplasia dos elementos glandulares com proliferação dos canais galactóforos e ramificações dos dutos mamários. É possível observar o aumento da pigmentação dos mamilos e aumento das aréolas, o aparição da rede venosa de Haller, devido a hipervascularização, a hipertrofia das glândulas sebáceas das aréolas, com papel de lubrificação da aréola, e ereção e aumento do tamanho dos mamilos, com possível formação de colostro. A ilustração abaixo representa as alterações supracitadas. Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher durante o Parto e Puerpério 34 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 06 FISIOLOGIA DO PARTO O processo de gestar e parir compreendem eventos fisiológicos que podem ou não ocorrer na vida da mulher, sendo de extrema relevância para a assistência obstétrica, que o profissional de enfermagem conheça as especificidades desse momento. Tendo isso em vista, para fins de construção do conhecimento, esse material irá abordar a fisiologia do parto normal com apresentação cefálica. 6.1 TERMINOLOGIAS OBSTÉTRICAS Inicialmente é válido considerar alguns termos usuais na prática obstétrica, visando a melhor compreensão de algumas situações referentes a gestação e parto. Parto espontâneo compreende a saída fetal e dos anexos de modo natural, ou seja, sem maiores intervenções e/ou intercorrências. Parto induzido envolve a estimulação do trabalho de parto através do uso de técnicas específicas, medicamentos e/ou manobras. Parto operatório inclui os nascimentos que ocorrem a partir de intervenções cirúrgicas, inclusive aqueles que se utilizam de fórceps. Parto eutócico é o parto que acontece de modo fisiológico. Parto distócico compreende aqueles que desencadeiam em situações patológicas. Nuligesta se refere a mulher que nunca gestou, primigesta compreende as mulheres que estão grávidas pela primeira vez e multigesta envolve mulheres com mais de uma gestação anterior. Deve se ainda considerar o termo parturientes, que representa as mulheres que estão em trabalho de parto. Nesse aspecto, normalmente o parto ocorre quando a gestação chega ao seu termo, em outras palavras, quando chega a 37° semana completa de gestação até a 41° semana e 6 Unidade 6 – Fisiologia do parto 35 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). dias. Após esse período se pode considerar um gestação pós termo e antes desse período há um corte entre 22 e 36 semanas e 6 dias, sendo assim considerada gestação pré termo. Antes do período de 22 semanas, a interrupção espontânea ou provocada da gestação é considerada abortamento, segundo documentos da Organização Mundial da Saúde (OMS). 6.2 PRIMEIRO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO: DILATAÇÃO Para promover uma assistência materno-fetal qualificada e de modo eficaz, torna-se fundamental que o profissional, especialmente de enfermagem, conheçam os períodos clínicos do parto normal e assim, desenvolva um raciocínio crítico para o estabelecimento de metas assistenciais. Desse modo, o trabalho de parto em si, corresponde a uma série de eventos biofísicos e mecânicos, no qual desencadeia na saída dos produtos da concepção (feto e anexos), através do corpo materno, dividido em quatroestágios ou períodos sendo o primeiro deles, o período de dilatação. O primeiro estágio ou primeiro período, corresponde ao início do trabalho de parto, onde são observados os primeiros sinais de evolução clínica. É também conhecido como período de dilatação, onde o orifício do colo uterino começa a dilatar proporcionando uma abertura que se tornará cada vez maior ao longo do progresso parturitivo, no intuito de favorecer a passagem do feto e anexos. Esse período tem seu início a partir da presença de contrações uterinas regulares e termina com a dilatação completa do colo do útero, sendo importante a avaliação da regularidade e intensidade dessas contrações, assim como dos centímetros de dilatação atingidos. Além da dilatação, outra alteração cervical é observada nesse período, conhecida como apagamento do colo uterino, é o processo em que há um afinamento das paredes cervicais, o que facilitará o processo de dilatação. É comum que o período de dilatação seja mais longo que o segundo e o terceiro juntos, porém, a sua duração pode variar entre a grande diversidade de mulheres, especialmente no que se refere a história obstétrica de partos normais anteriores. Vale ressaltar, que não há valores absolutos de normalidade, podendo ainda considerar fatores como a prática clínica ou o uso auxiliar de técnicas que favorecem o trabalho de parto, como é o caso das tecnologias de cuidado não invasivas (métodos não farmacológicos de alívio da dor). Em suma, o trabalho de parto completo nas primigestas (mulheres que estão vivenciando a primeira gestação) pode ter uma variação entre 8 a 18 horas de duração para esse estágios. Já em multíparas (mulheres que já tiveram partos anteriores), essa variação pode diminuir e chegar a um período de 5 a 12 horas (BRASIL, 2016). Esses valorem podem ainda diferir conforme referência utilizada. Para tanto, as medidas de avaliação no período de dilatação devem ser iniciadas já no primeiro contato, especificamente quando a mulher procura o setor de saúde obstétrico, sendo o enfermeiro incumbido de realizar uma conduta respeitosa e uma atitude atenciosa, Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher durante o Parto e Puerpério 36 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). tendo em vista o encorajamento da mulher, estimular o protagonismo e a verbalização de suas preocupações e/ou possíveis queixas. No período da dilatação, onde as contrações começam a ser rítmicas e regulares, observa-se que a contratilidade respeita uma propagação tríplice gradiente descendentes, ou seja, iniciam-se no fundo do útero com maior intensidade e a partir disso, propagam-se por todo o útero. Para identificação das contrações uterinas, utiliza-se da dinâmica uterina (DU), onde o profissional avaliador coloca a sua mão sobre o fundo do útero e avalia aspectos como intensidade, frequência e duração, que serão descritos a seguir: Intensidade: representa a força de uma contração produzida no miométrio (músculo uterino) que aumenta à medida em que o trabalho de parto avança. Frequência: corresponde ao número de contrações que ocorrem em um período de 10 minutos, aumentando também conforme o progresso do trabalho de parto. Os parâmetros considerados envolvem a presença de pelo menos 3 contrações em 10 minutos no início, com o avançar 4 contrações em 10 minutos e na fase expulsiva, 5 contrações em 10 minutos. Duração: envolve o tempo de uma contração que vai desde o seu início até o final de uma mesma contração, sendo iniciada no fundo uterino e registrada em segundos. Em linhas gerais, no período expulsivo, as contrações podem durar em torno de 40 a 60 segundos, de modo que o relaxamento uterino entre as contrações pode durar cerca de 1 a 2 minutos, possibilitando ao feto reestabelecer a oxigenação, essencial para que não ocorra sofrimento fetal. Na prática, podemos dizer que nesse caso, a mulher passa um minuto com contração e outro sem. A fim de compreender melhor o período de dilatação, devemos considerar que este divide-se em três fases: fase latente, fase ativa e fase de transição. Anterior a fase latente, classifica-se um momento conhecido como pródomos ou período prodrômico, onde podem ser caracterizadas contrações irregulares do útero ou a saída do tampão mucoso. Já na fase latente, a dilatação do colo uterino vai até 3 a 4 cm e as contrações uterinas intensidade mais fraca e curta duração (o intervalo entre elas pode variar de 10 a 15 minutos e sua duração entre 15 e 20 segundos). O apagamento uterino está em torno de 60 a 70%. Esta fase é mais demorada, porém não proporciona desconforto doloroso intenso, de forma que a mulher não precisa ser hospitalizada às pressas, deve ser estimulada quanto à prática de deambulação, hidratação e ingestão de dieta leve. Na fase ativa as contrações aumentam de intensidade, frequência e duração, chegando de 30 a 45 segundos de duração e dilatação uterina que vai de 4 a 8 cm. A parturiente pode queixar-se do aumento das dores, já que há aumento na intensidade das contrações. O apagamento do colo uterino está a partir de 80% e o feto deve estar progredindo pelo canal de parto em direção da saída. Na fase de transição as contrações se intensificam (45 a 60 segundos) até chegar à dilatação completa (10 cm) e a apresentação do feto desce mais no canal vaginal da mulher. O colo uterino se encontra 100% apagado. Muito embora não seja um padrão, nesse Unidade 6 – Fisiologia do parto 37 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). momento pode ainda ocorrer a rotura espontânea das membranas ovulares, com saída parcial do líquido amniótico. É comum que a parturiente relate sentimentos como medo e apresente dores mais intensas. Desse modo, a imagem seguinte mostra os eventos de apagamento cervical e dilatação. A observação das manifestações clínicas e do comportamento da parturiente permite uma adequada avaliação da fase do trabalho de parto, para melhor direcionar a assistência, tendo em vista as suas necessidades. 6.3 SEGUNDO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO: FASE DE EXPULSÃO O segundo período clínico do parto também conhecido como período expulsivo, inicia-se a partir da dilatação completa do colo do útero (10 cm) e termina com a expulsão fetal. O tempo de ocorrência desse período também varia entre primíparas multíparas, sendo mais demorado em primíparas. É nesse momento que a parturiente pode apresentar forças involuntárias conhecidas como puxos (vontade de fazer força para baixo). Os puxos acontecem devido pressão exercida pela insinuação fetal no canal de parto, assim como a distensão do assoalho pélvico, o que provoca uma compressão das terminações nervosas entre as paredes da vagina, do reto e da bexiga, sendo comum a liberação de eliminações intestinais nesse momento. Início do apagamento: colo mais grosso e pouco aberto (dilatado) Progresso do apagamento: colo mais fino e pouco mais aberto (dilatado) Final do apagamento: colo fino e totalmente aberto (dilatado) Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher durante o Parto e Puerpério 38 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Atenção Integral à Saúde da Mulher no Parto e Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida
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