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GO – Infertilidade Infertilidade Conjugal Cecilia Antonieta 82 A 1 INFERTILIDADE CONJUGAL INFERTILIDADE incapacidade de um casal atingir uma gestação após um ano de relações seuxais frequentes, bem distribuídas ao longo do ciclo menstrual, sem uso de método anticoncepcional. PRIMÁRIA casal nunca conseguiu engravidar. SECUNDÁRIA casal já engravidou, mas após um ano não conseguiu engravidar. Fecundidade probabilidade de se alcançar uma gestação dentro de um ciclo menstrual. FISIOLOGIA OOGÊNESE PERÍODO EMBRIONÁRIO oogônias → oócito I (interrompido em prófase I). PUBERDADE retomada a divisão meiótica pela ativação hormonal → oócito II. FUSÃO COM O ESPERMATOZÓIDE finaliza a divisão. FOLICULOGÊNESE concomitante ao desenvolvimento do oócito, ocorre desenvolvimento dos folículos. Primordiais → primários → pré-antrais → antrais. Mensalmente apenas um assume a dominância. Em torno de 1000 são levados à atresia. PROPEDÊUTICA DO CASAL INFÉRTIL QUANDO INVESTIGAR? Após 1 ano de tentativa, com coito regular desprotegido, ou Após 6 meses + pior progronóstico reprodutivo – mulher > 35 anos (se > 40 anos – investigacao imediata) história de oligo/amenorreia. FATOR MASCULINO ESPERMOGRAMA avalia potencial fértil. Triagem – solicitado a todos os homens inférteis. AZOOSPERMIA ausência de espermatozoides no ejaculado. OLIGOZOOSPERMIA concentração < 15.000.000/ml. Grave < 5.000.000/ml. ASTENOZOOSPERMIA motilidade progressiva < 32%. TERATOZOOSPERMIA morfologia de Kruger < 4%. NECROZOOSPERMIA vitalidade < 58%. AVALIAÇÕES HORMONAIS em caso de alterações na concentração espermática. FSH, LH, testosterona, estradiol, rpolactina. *Testosterona/estradiol < 10. Testosterona < estradiol homens obesos (↑conversão periférica de gordura) – administrar inibidores da aromatase. AVALIAÇÃO GENÉTICA oligooespermia grave ou azoospermia. Cariótipo avaliação de S. Klinefelter (47, XXY). Pesquisa de microdeleções do cromossomo Y PROVAS FUNCIONAIS casos específicos. § Pesquisa de fragmentação de DNA espermático; § Atividade mitocondrial; § Integridade do acrossomo. FATOR FEMININO OVULATÓRIO OVULAÇÃO ciclos regulares (intervalos 24-38 dias). Falência Completa Alteração hipotálamo-hipófise hipogonadismo hipogo- nadotrófico – S. de Kallman, S. de Sheenan. Alt ovariana hipognodismo hipergonadrotrófico – IOP. Disfunção ovulatória reversível SOP, obesidade, altera- ções da tireoide, hiperprolactinemia. DOSAGENS HORMONAIS Progesterona segunda fase do ciclo (21-24˚ dia) > 3 ng/ml – ovulação. Volume ≥ 1,5 ml pH ≥ 7,2 Concentração ≥ 15 x106/ml Motilidade (a+b) ≥ 32% Motilidade (a+b+c) ≥ 40% Vitalidade ≥ 58% Morfologia (Krueger) > 4% Células redondas < 5,0 x106/ml Neutrófilos < 1,0 x106/ml Investigação < 35 anos 1 ano. 35-40 anos 6 meses. > 40 anos investigação imediata. GO – Infertilidade Infertilidade Conjugal Cecilia Antonieta 82 A 2 Testosterona, SDHEA e 17-OH, progesterona SOP e ddx de outras alterações androgênicas. FHS dosar nos primeiros 5 dias. Identificação de IOP 2 dosagem > 25 UI/ml em intervalo de 4 semanas. *IOP FIV com ovorrecepção Prolactina irregularidade menstrual. Tratamento hiperprolactinemia – bromocriptina ou cabergolina. TSH hiper ou hipotireoisimo. Causa de anovulação central – hipotalâmica e hipofisária. USGS SERIADAS documentar ocorrência da ovulação. RESERVA OVARIANA idade da mulher – fator isolado mais importante, rela-cionado à quantidade e qualidade dos óvulos. FSH coleta entre 2-4º dias do ciclo. AMH sintetizado pelas células da granulosa dos foliculos pré-antrais, grande correlaço com a reserva ovariana. Contagem de folículos antrais. CONTAGEM DE FOLÍCULOS ANTRAIS até o 5º dia. FATOR TUBÁRIO Ocorrem por processos infecciosos, inflamatórias ou aderenciais. § ISTs: clamídia. § Endometriose – alterações anatômicas e inflamatóri- as, redução da reserva ovariana. § Cirurgias prévias. HISTEROSSALPINGOGRAFIA baixo valor preditivo positivo, alto valor preditivo negativo. *Hidrossalpinge pode dificultar a fertilização na FIV. Prova de Cotté positiva – sem obstrução. HISTEROSSONOSALPINGOGRAFIA USG – contraste aerado. Acurácia semelhante, menos dor. LAPAROSCOPIA + CROMOTUBAGEM padrão-ouro. Indicação restrita – endometriose. CAVIDADE UTERINA § Malformações mullerianas – mais relacionadas a abor- tamento de repetição; § Pólipos; § Miomas (submucosos); § Sinéquias. ULTRASSOM fácil acesso, barato. Observar lesões, fases do ciclo, características do endométrio. HISTEROSCOPIA padrão-ouro na avaliação de anomali- as. Diagnóstico e tratamento. Não é rotina. INFERTILIDADE S/ CAUSA APARENTE (ISCA) Dianóstico de exclusão após investigação básica inicial: análise seminal, ciclos ovulatórios, avaliação tubárias e uterina normais. Ausência de causas identificáveis de infertilidade. 15-30% dos casais inférteis. TRATAMENTO MEDICAMENTOS INDUTORES DA OVULAÇÃO Dependem da produção endógena de gonadotrofinas – não funcionam se defeito central. CLOMIFENO SERM – agonista parcial do receptor de estrogênio no hipotálamo – impede o feedback negativo do estradiol e mantém o estímulo hipotalâmico à produção de FSH (aumento do FSH recruta mais folículos). Uso por 5 dias, iniciar do 3º ao 5º dias do ciclo. LETROZOL inibidor da aromatase – reduz níveis de estro- gênio circulantes, levando a aumento do estímulo à produção de FSH. Usado por 5 dias, iniciando entre 3º e 5º dias. *Primeira opção em SOP (↓risco de mult. ovulação). GONADOTROFINAS atuam diretamente nos ovários, estimulando a produção dos folículos. Monitorização com USG – risco de gestações múltiplas e síndrome de hiperestimulação ovariana. Mais usados na alta complexidade. ANÁLOGOS DO GNRH agonistas ou antagonistas. Bloqueiam a liberação de gonadotrofinas na hipófise. BAIXA COMPLEXIDADE AMH (ng/ml) CFA Interpretação 0,5-1,1 5-7 folículos Baixa reserva 1,1-3,5 8-15 folículos Reserva normal > 3,5 > 15 folículos Reserva aumentada Sd. Da hipertimulação resposta exagerada aos indutores da ovulação. Decorre de altos níveis de hCG – ↑permeabilidade vascular, exsudação de fluidos, distensão abdominal, náuseas e vômitos, ascite, hidrotótrax, hemoconcentração, IRA. Tratamento suporte. GO – Infertilidade Infertilidade Conjugal Cecilia Antonieta 82 A 3 Fecundação ocorre dentro do organismo da mulher. COITO PROGRAMADO em ciclo espontâneo ou induzido. USG seriado orientar atividade sexual no período mais fértil do casal. Pacientes com bom prognóstico reprodutivo. CONDIÇÕES permeabiliade de ao menos uma tuba e concentração de espermatozoides alta o suficiente. *hCG mimetiza LH – induz ovulação. INSEMINAÇÃO INTRAUTERINA ciclo estimulado com medicações orais ou baixas doses de gonadotrofinas. USG seriado sêmen preparado é insemiando no interiror da cavidade uterina em período fertil. INDICAÇÕES infertilidade sem causa aparente, endo- metriose leve, fator masculino leve. ALTA COMPLEXIDADE INDICAÇÕES § Obstrução tubária bilateral; § Fator masculino grave; § Necessidade de biópsia embrionária; § Ovodoação/ovorrecepção § Falhas de outros tratamento § Endometriose. FIV medicações indutoras da ovulação em doses mais elevadas. Mutíplos óvulos em um mesmo ciclo. US seriado – captação de óvulos e coleta de sêmen. Fertilização em laboratório (FIV ou ICSI). Crescimento dos embriões em laboratório. Posterior transferência ao útero. BIÓPSIA EMBRIONÁRIA retirada de algumas células do embrião para análise genéica – cariótipo, análise de genes específicos. LEGISLAÇÃO – REPRODUÇÃO ASSISTIDA Auxiliar à procriação e preservação social e/ou oncologia. IDADE MÁXIMA 50 anos. *Maiores de 50 anos, a depender de julgamento clínico do médico assistente. As técnicas de reprodução assistida não podem ser utilizadas para a escolha do sexo do filho, exceto para evitar doenças no possível descendente. NÚMERO DEEMBRIÕES A SEREM TRANSFERIDOS MULHERES ATÉ 37 ANOS até 2 embriões. MULHERES COM MAIS DE 37 ANOS até 3 embriões. EMBRIÕES EUPLOIDES até 2 embriões independente- mente da idade. GESTAÇÃO COMPARTILHADA permitida em união homoafetiva feminina. DOAÇÃO DE GAMETAS não pode ter caráter lucrativo ou comercial. Os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa, exceto na doação de gametas para parentes até 4º grau. CRIOPRESERVAÇÃO DE GAMETAS E EMBRIÕES os exce- dentes viáveis devem ser criopreservados. Os pacientes devem manifestar sua vontade, por escrito, quanto ao destino a ser dado aos embriões criopreservados. DIAGNÓSTICO GENÉTICO PRÉ-IMPLANTACIONAL sele- ção de embriões sem alterações genéticas. Tipagem HLA, para escolha de embriões HLA-compatíveis. GESTAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO cessão temporária do útero. Se existir um problema médico que impeça ou contrain- dique a gestação, ou em caso de união homoafetiva ou de pessoa solteira. A cedente temporária deve ter ao menos um filho vivo e pertencer à família de um dos parceiros em paren- tesco cosanguíneo até o quarto grau. Exceções sujeito a avaliação pelo CRM.
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