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CM – Pneumologia Embolia Pulmonar e Hipertensão Pulmonar Cecilia Antonieta 1 EMBOLIA PULMONAR E HIPERTENSÃO PULMONAR TROMBOSE VENOSA PROFUNDA Formação de trombo(s) no sistema venoso. Localização mais frequente – veias dos MMII. FISIOPATOLOGIA Tríade de Virchow lesão endotelial – hipercoagulabilida- de – estase sanguínea. FATORES DE RISCO Maior probabilidade pré-teste de tromboembolismo venoso. § História prévia de TEV (TVP/TEP); § Neoplasias; § Trombofilias; § Obesidade; § Imobilizaçao recente (principalmente MMII); § Uso de contraceptivos orais; § Gestação e puerpério; § Tabagismo. § Síndrome nefrótica; § AVC prévio; § Insuficiência cardíaca; § Doenças inflamatórias intestinais; § Infecção por COVID-19; § Paralisia/paresia de membros; § Internação em UTI; § Restrição no leito > 3 dias; § Grande cirurgia < 4 semanas; § Idade avançada. CLASSIFICAÇÃO LOCALIZAÇÃO PROXIMAL acima das veias poplíteas. Maior risco de TEP. DISTAL abaixo da veia poplítea. PRESENÇA DE FATORES DE RISCO PROVOCADA presença de algum fator de risco secundá- rio (pode ser retirado). NÃO PROVOCADA/ESPONTÂNEA acontece por alguma trombofilia. *Não identificado o fator causador. QUADRO CLÍNICO Edema depressível assimétrico de MMII (> 3 cm), erite- ma, dor e empastamento da panturrilha. Sinal de Homans dor à dorsiflexão da panturrilha. Sinal da Bandeira empastamento da panturrilha. A ausência desses sinais não exclui dianóstico. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL celulite, erisipela, trauma local, insuficiencia venosa cronica. DIAGNÓSTICO CRITÉRIO DE WELLS PARA TVP probabilidade pré-teste. Neoplasia ativa 1 Paresia, imobilização de MMII 1 Restrição leito (> 3 dias) ou grande cx < 4 semanas 1 Hipersensibilidade de topografia venosa 1 Edema assimétrico em todo membro 1 Diferença diâmetros > 3 cm nas panturrilhas 1 Edema em apenas um membro (cacifo +) 1 Veias superficiais colaterais 1 Outros diagnóstico mais provável -2 PROBABILIDADE 0 – baixa dosar D-dímero. 1-2 – intermediária dosar D-dímero. ≥ 3 – alta USG doppler. D-DÍMERO alta sensibilidade e baixa especificidade. VR 500 ng/ml. Aumenta com a idade – idade x 10. BAIXO (< 500 ng/ml) descar TVP. ELEVADO USG doppler. Condições que aumenta o D-dímero hematomas, neoplasias, feridas cirúrgicas, isquemia coronariana, síndrome aórticas agudas, insuficiência renal, insuficiência hepática, derrame pleural e ascite, eclâmpsia. USG DOPPLER MMII ou membro acometido. Confirmação visualização do trombo. Veia não colaba à compressão, tecido mais hiperecoico dentro do vaso. § Localização (veias superficiais ou profundas); § Extensão; § Estimativa temporal. COMPLICAÇÕES Embolia pulmonar. Insuficiência venosa crônica. Flegmasia alba dolens – flegmasia cerulea dolens. TRATAMENTO Depende da localização – distal/MMSS é questionável. AMBULATORIAL maioria dos casos. CM – Pneumologia Embolia Pulmonar e Hipertensão Pulmonar Cecilia Antonieta 2 HOSPITALAR pacientes instáveis ou com outras condi- ções que impeçam a alta – DRC, alto risco de sangra- mento, incapacidade do uso em domicílio. ANTICOAGULANTES HNF ANTICOAGULAÇÃO PLENA 80 U/kg EV bolus e 18 U/kg/h após. Seguimento TTPA 1,5-2,5 (atenção redobrada para obsesos e nefropatas). Monitorização com fator anti-Xa. DOSE PROFILÁTICA 500 UI SC 12/12h (ou 8/8h para pacientes de alto risco). HEPARINA DE BAIXO PESO MOLECULAR enoxaparina. ANTICOAGULAÇÃO PLENA 1 mg/kg SC 12/12 h ou 1,5 mg/kd/dia. Seguimento geralmente não é necessário. Obesos e DRC – monitorização com fator anti-Xa. DOSE PROFILÁTICA 40 mg SC 1x/dia. FONDAPARINUX inibidor direto do fator Xa (injetável). VARFARINA cumarínico (inibe a formação de fatores de co- agulação dependentes de vitamina K – II, VII, IX e X, além de proteínas C e S). *efeito pró-trombótico inicial. ANTICOAGULAÇÃO PLENA 5 mg/dia VO. Seguimento RNI (TP) 2,0-3,0. ANTICOAGULANTES ORAIS DIRETOS inibidores do fator Xa (rivaroxabana, apixabana, edoxabana) e inibidores dire- tos da trombina (dabigatrana). ANTICOAGULAÇÃO PLENA rivaroxabana – 15 mg VO 2x/dia por 21 dias + 20 mg/dia até o fim da terapia. Seguimento não é necessário. DOSE PROFILÁTICA 10 mg/dia VO. ANTICOAGULAÇÃO § HBPM/HNF + varfarina até RNI 2,0-3,0 –> varfarina para controle ambulatorial; § HBPM/HNF + edoxabana (inib. fXa)/dabigatrana – após 5-7 dias apenas DOAC; § DOACS (rivaroxabana/apixabana). *Não precisa da ponte. Neoplasias HBPM (considerar DOAC). SAAF, dialíticos, prótese valvar mecânica ou FA valvar (EM) varfarina. DURAÇÃO FATOR DE RISCO TRANSITÓRIO 3 meses. SEM FATOR DE RISCO IDENTIFICADO/RECORREN- TE ≥ 3 meses, indefinidamente. NEOPLASIA enquanto a doença estiver ativa (HBPM) ou 3-6 meses. CONTRA-INDICAÇÃO À ANTICOAGULAÇÃO FILTRO DE VEIA CAVA (FVCI) reduz o risco de TEP. COMPLICAÇÕES desalojamento, obstrução local por coágulo. Eficácia na prevenção de embolia pulmonar não é comprovada. TROMBÓLISE nunca – altos riscos de sangramento. TROMBECTOMIA + TROMBÓLISE IN SITU possibildade em indicaçoes específicas. EMBOLIA PULMONAR Obstrução da artéria pulmonar ou de um de seus ramos por material originado em outro local do corpo (trombo, tumor, ar, gordura). TROMBOS PROXIMAIS repercussões hemodinâmicas. DISTAIS infarto pulmonar. PRINCIPAIS SÍTIOS DE ORIGEM DO TEP veias femorais, poplíteas, pélvicas, femorais superficiais. FISIOPATOLOGIA Espaço-morto – ventila, mas não perfunde. Distúrbio ventilação-perfusão (V/Q). Obstrução artéria pulmonar – aumenta a pressão e a resistência vascular pulmonar – dilatação de VD Redução da pré-carga VE e IC direita choque cardiogêni- co/obstrutivo – queda do volume sistólico – diminuição do débito cardíaco – hipotensão. Lesão miocárdica aumenta troponina e BNP. QUADRO CLÍNICO Heterogêneo. Assintomáticos – choque cardiogênico. Tríade clássica dispenia, dor pleurítica (casos mais distais, irritação da pleura adjacente), hemoptise. DOAC x HBPM em pacientes oncológicos eficácia semelhante na maioria dos estudos. Aumento na taxa de sangramento TGI em pacientes com neoplasia do TGI – HBPM Caso seja optado por DOAC – apixabana (menor associação com sangramento). CM – Pneumologia Embolia Pulmonar e Hipertensão Pulmonar Cecilia Antonieta 3 OUTROS tosse, taquicardia, taquipneia, dessaturaçao, clínica de TVP. SINAIS E SINTOMAS DE REPERCUSSÃO HEMOD § Hiperfonese de B2, insuficiencia de tricúspide; § Queda de DC – hipotensão, ma perfusão periférica; § IVD – congestão sistêmica, turgência jugular; § Morte súbita. EXAMES COMPLEMENTARES RX DE TÓRAX 3 sinais clássicos. Sinal de Westermark oligoemia pela hiperfusão. Corcova de Hampton hipotransparência em cunha nas bases pulmonares (infarto pulmonar). Sinal de Palla dilatação da artéria pulmonar. ELETROCARDIOGRAMA taquicardia sinusal (mais frequente). Inversão de onda T em parede anterosseptal (V1-V4). Sinais de sobrecarga de VD ou bloqueio de ramo direito. S1Q3T3 pouco sensível e, mas especifico. GASOMETIRA ARTERIAL hipocapnia (hiperventilação – taquipneia), alcalose respiratória, hipoxemia. BNP quando aumentado, indica sobrecarga de VD. TROPONINA quando aumentada, indica pior prognósti- co (sofrimento miocárdico). DIAGNÓSTICO Visualizacão do trombo – visualização do trombo. CRITÉRIO DE WELLS (GENEVA) probabilidade pré-teste. Orig. Simplif Sinais de TVP 3 1 TEP é o principal diagnóstico 3 1 Antecedente pessoal de TVP ou TEP 1,5 1 FC > 100 bpm 1,5 1 Imobilização > 3 dias ou cx < 4 semanas 1,5 1 Hemoptise 1 1 Neoplasia ativa 1 1 PROBABILIDADE Baixa/moderada dosar D-dímero. Baixo risco escore de PERC. Caso uma das perguntas seja SIM, solicitar D-dímero. D-DÍMERO BAIXO exclui diagnóstico. ELEVADO exame de imagem. EXAMES DE IMAGEM ESTÁVEL ARTERIOGRAFIA padrão-ouro. Pode ser terapêutica. ANGIOTC falha de enchimento pelo contraste. Trombo a cavaleira grandeaumento de pós-carga para o VD, mortalidade alta. Limitações disfunção renal (risco x benefício), alergia à con- traste iodado, instabilidade hemodinâmica, gestação. INSTÁVEL ecocardiogram ou USG de MMII. ECOTRANSTORÁCICO sinais de sobrecarga de VD – redução do volume sistólico de VE. Sinal de McConnel hipercontralildade do ápice e acine- sia da parede livre do VD. USG VENOSO DE MMII trombose venosa. CINTILOGRAFIA V/Q 50% – inconclusiva espcialmente em doenças pulmonares prévias. Negativa exclui o diagnóstico (especificidade ~100%). Positiva precisa de complementação (visualização do trombo em US doppler de MMII). ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO Mortalidade em 30 dias. ANÁLISE DE DISFUNÇÃO DE VD ecoTT, angioTC. ESCORE DE PESI Idade Idade em anos Sexo masculino 10 Neoplasia 30 IC 10 DPOC 10 FC ≥ 110 bpm 20 PAS < 100 mmHg 30 FR > 30 irpm 20 Temp < 36 ˚C 20 Alteração do nível de consciência 60 SaO2 < 90% 20 CLASSE I ≤ 65. CLASSE II 66-85. CLASSE III 86-105. CLASSE IV 106-125. Probabilidade clínica original Baixa 0-1 Intermediária 2-6 Alta ≥ 7 Probabilidade clínica simplificada TEP improvável 0-4 TEP provável ≥5 PERC idade ≥ 50 anos, hemoptise, FC ≥ 100 bpm, SatO2 em AA < 95%, edema unilateral de membro inferior, trauma ou cirurgia geral há menos de 4 semanas, antecedente de TEP ou TVP, uso de estrogênio. CM – Pneumologia Embolia Pulmonar e Hipertensão Pulmonar Cecilia Antonieta 4 CLASSE V > 125. TROPONINA E BNP Risco de mortalidade Indicadores de risco Instab. PESI III-V Disfunção VD (ecoTT/angioTC) ↑Troponina Alto + +/- + +/- Interm ediário Alto - + + + Baixo - + 1 ou 0 positivos Baixo - - - - TRATAMENTO ESTABILIZAÇÃO HEMODINÂMICA Monitorização (suporte hemodinâmico). Oxigenação (SatO2 ≥ 92-94%). Veia (acesso venoso). ANTICOAGULAÇAO PLENA AMBULATORIAL PESI I-II (baixo risco), paciente consegue ingerir medicação, sem DRC, sem risco de sangramento, sinais de sobrecarga de VD ou aumento de troponina. ANTICOAGULAÇÃO PLENA HBPM + varfarina ou HBPM + enoxabana/dabigatrana ou rivaroxabana/ api- xabana (n precisa da ponte c/ varfarina). Após 5-7 dias ou RNI 2,0-3,0 para a varfarina – varfarina DOAC. MANUTENÇÃO varfarina ou DOAC. INTRA-HOSPITALAR PESI III-V (estável com moderado a al- to risco) ou instável (avaliar necessidade de trombólise). ANTICOAGULAÇÃO PLENA enoxaparina ou HNF (DRC, LRA, instabilidade hemodinâmica) IV em BIC + varfarina/ edoxabana/dabigatrana. MANUTENÇÃO oral – varfarina ou edoxaban ou dabigatrana. Alta varfarina (INR) ou DOAC. AVALIÇÃO DA NECESSIDADE DE TROMBÓLISE Até 14 dias. Preferencialmente nas primeiras 48 horas. INDICAÇÕES presença de instabilidade hemodinâmica – hipotensão, confusão mental, má perfusão periférica, oligúria. PCR (questionável). PROTOCOLO CASA Tamponamento cardíaco avalia a presença de derrame pericárdico (área hipoecóica em torno do coração). Ventriculo direito avalia se há aumento de VD em rela- ção ao VE – maior probabilidade de TEP. Atividade cardíaca avalia presença ou ausência de atividade contrátil cardíaca. CONTRAINDICAÇOES ABSOLUTAS § AVCi < 3 meses (fragilidade vascular); § AVC hemorrágico; § Neoplasia intracraniana; § Sangramento ativo importante; § Malformação vascular cerebral; § Cirurgia recente no SNC; § Trauma craniofacial grave recente. OUTROS MÉTODOS FILTRO DE VEIA CAVA INFERIOR indicado para TEP na vigência de anticaogulação. Contraindicação à anticoagulação + risco de TEV. EMBOLECTOMIA contraindicação a trombólise + insta- bilidade hemodinâmica. DURAÇÃO FATOR DE RISCO TRANSITÓRIO 3 meses. SEM FATOR DE RISCO IDENTIFICADO/RECORRENTE ≥ 3 meses, indefinidamente. EMBOLIA GORDUROSA Liberação de partículas de gordura na circulação de os- sos longos – obstrução ao fluxo sanguíneo em pequenos vasos – disfunção de órgãos e/ou sistemas – síndrome da embolia gordurosa. DESENCADEANTES PRINCIPAIS traumas e cirurgias orto- pédicas – fraturas de osso longos ou pélvicos. Procedimentos estéticos – lipoaspiração. QUADRO CLÍNICO tríade clássica – dispneia súbita, com- fusão mental, petéquias (principlamente axilar). TRATAMENTO suporte clínico. HIPERTENSÃO PULMONAR Pressão arterial pulmonar média > 20 mmHg em repou- so, avaliada por cateterismo direito. PSAP sugestiva, mas não confirma. FISIOPATOLOGIA Aumento da resistência da circulação artéria pulmonar – ↑pós-carga do VD – insuficiência ventricular direita – ↓pré-carga do VE – redução do débito cardiaco. CM – Pneumologia Embolia Pulmonar e Hipertensão Pulmonar Cecilia Antonieta 5 PRÉ-CAPILAR origem na circulação pulmonar. Proliferação vascular da circulação arterial pulmonar – hipertensão arterial pulmonar. PÓS-CAPILAR origem no coração esquerdo. COMPONENTES MISTOS CLASSIFICAÇÃO – ETIOLOGIA I – HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR (HAP) doença da circulação arterial pulmonar (pré-capilar). Idiopática, induzida por drogas, esclerose sistêmica, esquitossomose, HIV. II – HP CAUSADA POR DOENÇA DO CORACÃO ESQUER- DO pós-capilar. ICEFER, ICEFEP, estenose mitral. III – HP CAUSADA POR DOENCA DO PARÊNQUIMA PUL- MONAR pré-capilar. DPOC, pneumopatias intersticiais, SAHOS. IV – TROMBOEMBÓLICA CRÔNICA (HPTEC) pré-capilar. TEP crônico, arterites V – MISCELÂNEA anemia falciforme, doenças mielopro- liferativas, sarcoidose, doenças de depósito. QUADRO CLÍNICO Sinais e sintomas sugestivos de IC, esclerose sistêmica, LES, fenômeno de Raynaud, antecedente de TEP, taba- gismo. Sinais e sintomas de IVD dispneia, estase jugular, edema de MMII, B2 hiperfonética (P2), insuficiência tricúspide. Sinais e sintomas de insuficiência respiratória crônica. DIAGNÓSTICO ECG com sinais de sobrecarga de câmaras direitas. RX DE TÓRAX com abaulamento do 2º arco por aumen- to do tronco da artéria pulmonar. ECOTT exame inicial – rastreio. Sobrecarga de câmaras direitas. Estimar a pressão sistólica de artéria pulmonar (normal quando < 25 mmHg). EXAMES COMPLEMENTARES CONFORME ETIOLOGIA ECOTT avaliação da função do coração esquerdo. TC de tórax, espirometria, polissonografia. CINTOLOGRAFIA V/Q suspeita de HP tipo IV. EXME CONFIRMATÓRIO cateterismo direito se nenhum outro exame revelou a causa base. TRATAMENTO I vasodilatadores pulmonares direitos (bosentana, iloprost, tadalafil, sildenafil). II E III tratar doença de base. IV anticoagulação plena + tromboendarterectomia. V variável.
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