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Prezado(a) aluno(a), Este é o conteúdo da disciplina Organização didática do ensino médio, que corresponde aos capítulos 5 e 6 do livro e do DVD de Organização didática da educação básica. Capítulo 5 - Desafios do pedagogo no ensino médio Capítulo 6 - Organização didática do ensino médio e da educação profissional Bons estudos! Desafios do pedagogo no ensino médio 67 Já sabemos a relevância do pedagogo na educação infantil e no ensino fundamental – anos iniciais e finais. Agora, vamos refletir sobre sua atuação no ensino médio, que se torna ainda mais ampla, pois suas preocupações são voltadas também à formação profissional dos alunos. Nessa fase, o aluno, agora adolescente, além de todos os desafios que a idade traz, depara-se, também, com novas decisões, com uma visão mais realista do futuro e dos estudos que direcionarão os rumos de sua vida profissional. Sendo assim, analisaremos, neste capítulo, as formas de trabalho e os desafios encontrados pelo pedagogo nessa etapa final da educação básica chamada ensino médio. Desafios do pedagogo no ensino médio 5 5.1 A idade da pressão Videoaula É por volta dos quinze anos de idade que o adolescente ingressa no ensino médio. Nessa fase, acontecem muitas alterações de humor, de concentração e de interesse pelo que o rodeia. Por ser um momento repleto de diferentes sensações, o pedagogo, que atua orientando os professores desses alunos, deve compreender que, por conta dessas diferentes sensações, algumas posturas são essenciais para o bom convívio e desenvolvimento das aulas. Ao se deparar com uma situação de conflito com os adolescentes, é preciso ter sabedoria para lidar com o caso, pois suas reações podem ser adversas. Dessa maneira, o confronto não é uma boa solução para casos como esse, uma vez que, provavelmente, o adolescente está ape- nas buscando uma forma de se expressar e de se impor na sociedade. 68 Organização didática da educação básica Assim, o sentimento de companheirismo e parceria pode trazer uma condução diferenciada para os momentos de aprendizagem. Esse período de instabilidade requer momentos de escuta, acolhida de sugestões e reflexões que levarão o adolescente a se sentir parte do processo em que está inserido. Por consequência, com o desenvolvi- mento desse relacionamento interpessoal e o interesse despertado, a aprendizagem ocorrerá de maneira efetiva. Para compreender ainda mais esse momento em que o aluno já se encontra, que Piaget (2001) chama de estágio das operações formais, o pedagogo pode buscar, em diferentes áreas, conhecimentos que em- basarão sua orientação aos professores. Uma dessas áreas é a Neurociência, que explica a instabilidade de humor e as reações dos adolescentes em uma mudança de sinapses. É no córtex frontal que essas funções são reorganizadas, assim como ocorre na primeira infância, permitindo novas conexões, que levarão o adolescente à maturidade neural e à vida adulta. Essas questões vão ao encontro de um momento que, além de mui- tas mudanças, traz também novas responsabilidades, principalmente para os alunos do último ano do ensino médio. É a fase da vida em que há uma grande cobrança, principalmente da família, em relação ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ao vestibular e, conse- quentemente, à escolha de uma profissão. Além disso, separar-se da turma que até então o acompanhava por muito tempo pode ser um dos fatores emocionais com o qual o adolescente tem dificulda- de em lidar. Como citado, uma das questões desafiadoras é o Enem, que foi criado em 1998 para avaliar a qualidade do ensino médio no país e, ao mesmo tempo, servir como ingresso ao ensino superior; ou seja, é um mo- mento em que, por meio de um exame, o aluno demos- tra o conhecimento adquirido durante sua vida escolar. Outro fator desafiador e que exige grande preparo dos estudantes é o vestibular, conhecido exame para in- gresso no ensino superior. Ele também é parte da pres- são vivida pelo aluno, que deve se preparar para a prova em si e escolher sua futura profissão. Figura 1 As mudanças dessa fase, so- madas à cobrança, são algo difícil para o adolescente. Monkey Busines s Image s/Sh utt ers toc k córtex frontal: área do cérebro responsável pelo planejamento e controle das emoções. Glossário Desafios do pedagogo no ensino médio 69 Essa escolha, no entanto, pode ser feita ainda mais cedo, no próprio ensino médio. A educação profissional é uma modalidade de ensino encontrada na educação básica e sua oferta ocorre por meio de cursos técnicos, de formação inicial e continuada. Esses cursos, a nível de en- sino médio integrado, destinam-se aos alunos que concluíram o 9º ano do ensino fundamental – anos finais. Para além dessa preocupação quanto à formação profissional, qual curso fazer, que profissão seguir etc., há, muitas vezes, a necessida- de de conciliar estudo e trabalho. Tais desafios, em alguns momentos, podem gerar a evasão escolar, ou seja, a desistência de estudar. É im- portante deixar claro que a evasão não é somente responsabilidade do próprio aluno ou da família, uma vez que a escola e os professores podem ter sua parcela de responsabilidade. Ao pensarmos no âmbito familiar, podemos considerar que a pre- sença da família na escola, quando os alunos estão no ensino médio, é bem menor em comparação aos outros níveis. Isso acontece porque muitas famílias pensam que esse aluno já tem autonomia suficiente para conduzir sua vida escolar. No entanto, nem todos conseguem li- dar com essa fase de maneira autônoma. Assim, a ausência familiar pode acarretar a falta de interesse e comprometimento do aluno para com os estudos. Consequentemente, essa desmotivação gera desistên- cia. Apesar dessa análise geral da situação de evasão escolar, é preciso estudar os casos individualmente e com muita atenção, pois cada um possui uma característica diferente. Segundo Brandão, Baeta e Rocha (1983, p. 38), o fenômeno da evasão e repetência está longe de ser fruto de ca- racterísticas individuais dos alunos e suas famílias. Ao contrário, reflete a forma como a escola recebe e exerce a ação sobre os membros desses diferentes segmentos da sociedade. Por isso, consideramos não somente a família, mas também a esco- la como corresponsável pela evasão escolar. Isso porque é clara a falta de tratamento individualizado ao aluno (BRANDÃO, 1983). A impressão de que agora o aluno “cresceu” e de que ele não precisa de todos os cuidados como no ensino fundamental não é verdadeira. A individualidade diante das dificuldades, das facilidades e da cultu- ra do aluno deve ser vista pelos pedagogos e professores em todos os níveis de ensino, considerando as peculiaridades de cada um. A conse- quência desse cuidado, juntamente com o apoio da família e um traba- 70 Organização didática da educação básica lho direcionado de orientação a esses desafios, seria a diminuição de alunos desistentes. Ainda entre os desafios está a necessidade de lidar com a sexualida- de e o namoro, elementos novos para quem acabou de sair da infância. É nessa fase que os interesses pessoais mudam por conta da transfor- mação hormonal, que vai aos poucos inserindo o adolescente na idade adulta. Por isso, focar nos estudos e pensar em namoro, nas obriga- ções com a família, no Enem e no vestibular são demandas que agora surgem na vida do adolescente com mais intensidade em todo o período do ensino médio. Em qualquer um desses momentos, o pedagogo responsável por esses processos deve organizar as formas efetivas de sucesso de aprendizagem e as orientações e vivências dos alunos. Deve, ainda, auxiliar o professor, que também enfrenta gran- des desafios nessa fase, para que, em cada ano do ensino médio, saiba adequar-se às necessi- dades daquele momento. Chegar ao ensino médio não é garantia de maturidade para vivenciá-lo. A maturidade e a forma como lidar com cada momento da vida escolar é reflexo das fases anteriores, desenvol- vidas no ensino fundamental.5.2 A formação continuada do professor para além da sua especialização Videoaula Sabemos que os professores que trabalham com os alunos de ensi- no fundamental – anos finais e ensino médio são licenciados em uma área específica. Nesse sentido, cabe ao pedagogo orientar os professo- res sobre o trabalho integrado e auxiliá-los em possíveis dificuldades que possam ter com as metodologias. Hoje, o mercado de trabalho exige profissionais cada vez mais capa- citados e inovadores, e o pedagogo também é o profissional competen- te para trazer tal capacitação aos professores, por meio da formação continuada na escola. Figura 2 A descoberta da sexuali- dade e os relacionamentos são desafios tanto para os alunos quanto para pedago- gos e professores. LightField Studios/Shutterstock Desafios do pedagogo no ensino médio 71 Há algum tempo, a graduação era suficiente para conseguir bons cargos e manter-se no mercado de trabalho. Hoje, devido à globaliza- ção e à tecnologia, uma demanda diferenciada, em relação à maneira da aquisição do conhecimento, exige que profissionais busquem sabe- res aprofundados e novas formas de exercer a docência. Dessa forma, ao pensarmos em uma atualização constante dos pro- fissionais, estamos falando em uma formação continuada que abrange os professores licenciados nas mais diversas áreas e o pedagogo. Figura 3 A formação continuada coloca o professor de volta na posição de estudante. Monkey Business Images/ Shutt erst ock Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) implementou o conceito de formação continuada, que visa valorizar e orientar a for- mação dos profissionais da educação. Sendo assim, ela é considerada um direito de extrema importância para os profissionais da educação. A orientação de que o profissional de pedagogia deve, durante sua carreira, passar constantemente por formação continuada é algo que os cursos de graduação em pedagogia precisam trazer desde o início. Assim, o pedagogo que busca a formação para superar seus próprios desafios diante da profissão e de situações vivenciadas no dia a dia escolar terá subsídios para trabalhar com seu grupo de professores, trazendo diferentes benefícios para o cotidiano escolar. 72 Organização didática da educação básica Esses benefícios iniciam a partir do momento em que o professor busca aprimorar suas práticas e dá um novo sentido e significado a suas aulas. Isso pode ocorrer por meio de dinâmicas diferenciadas, com metodologias que aproximem o aluno do conhecimento de ma- neira ativa e participativa. Ao mesmo tempo, essa prática cria subsídios que auxiliam o professor a perceber possíveis problemas no processo de aprendizagem dos alunos. Práticas tradicionais, em que o aluno é apenas o receptor do conhe- cimento, estão totalmente ultrapassadas para as características das crianças e dos adolescentes de hoje. Dessa forma, para que os alunos possam aprender de maneira saudável em momentos de pressão, como no ensino médio, eles precisam se sentir engajados e motivados na bus- ca pelo conhecimento. Essa consciência de constante transformação da prática docente só será evidente por meio da formação continuada. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como documento nor- teador da educação em nosso país, também evidencia a formação continuada como pauta obrigatória nas escolas diante da busca pela educação de qualidade, estabelecendo a necessidade de que as esco- las criem formas de: • criar e disponibilizar materiais de orientação para os professores, bem como manter processos permanentes de formação docen- te que possibilitem contínuo aperfeiçoamento dos processos de ensino e aprendizagem; • manter processos contínuos de aprendizagem sobre gestão pe- dagógica e curricular para os demais educadores, no âmbito das escolas e sistemas de ensino. (BRASIL, 2018, p. 17) Tais instrumentos e direcionamentos voltados à formação continua- da levam o professor a compreender que a própria cultura escolar ne- cessita se aprimorar quanto às exigências do mundo atual. Não basta apenas formar alunos com saberes teóricos, é necessário desenvolver habilidades que venham ao encontro das características das novas ge- rações e do mercado de trabalho, que é uma das preocupações no en- sino médio. Sendo assim, desenvolver competências socioemocionais, saber fazer uso das tecnologias digitais e agir de maneira efetiva na socie- dade, com base nos conhecimentos adquiridos, é o que se espera da formação atual para os alunos de ensino médio. O pedagogo à frente da coordenação desse trabalho deve estar engajado em fazer com que Desafios do pedagogo no ensino médio 73 essa realidade ocorra na escola. Uma das maneiras de efetivar esse acontecimento é por meio da formação continuada. Segundo o Parecer CNE/CEB (Conselho Nacional de Educação/Câ- mara de Educação Básica) n. 5, de 2011, é fundamental reconhecer: a juventude como condição socio-histórico-cultural de uma ca- tegoria de sujeitos que necessita ser considerada em suas múl- tiplas dimensões, com especificidades próprias que não estão restritas às dimensões biológica e etária, mas que se encontram articuladas com uma multiplicidade de atravessamentos sociais e culturais, produzindo múltiplas culturas juvenis ou muitas ju- ventudes. (BRASIL, 2011, p. 12-13) Dessa forma, considerando essa multiplicidade cultural e social, o ensino não pode permanecer igual. Por isso, a forma de ver e agir em educação se modifica e apropria-se conforme os novos tempos, as no- vas realidades e as necessidades diferentes das instauradas até então. O vídeo Especialista em educação fala da formação de professores no Brasil, publicado pelo canal TV Senado, traz uma análise sobre a formação dos professores da educação básica no Brasil, tratando tanto dos pe- dagogos quanto dos professores formados nas licenciaturas. Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=63h6U 4drFLU. Acesso em: 22 jan. 2020. Vídeo 5.3 O papel do pedagogo no ensino médio e na educação profissional Videoaula O pedagogo que atua no ensino médio, além de conhecer todos os desafios vinculados a essa etapa da educação básica, deve conhecer as possibilidades que esses mesmos desafios trazem à educação profis- sional, a qual pode ocorrer durante o ensino médio. Contudo, o papel do pedagogo está em torno da formação conti- nuada do professor que trabalhará nesse nível de ensino – médio ou profissional– e do auxílio constante nas demandas que surgirem aos alunos. Nessa perspectiva, é necessário o entendimento inicial do que é a educação profissional. Prevista pela LDB, a educação profissional tem a finalidade de pre- parar o indivíduo para a entrada no mundo do trabalho e exercer uma profissão. Para isso, são disponibilizadas duas modalidades de apren- dizagem. A primeira, a Educação de Jovens e Adultos (EJA), é voltada àqueles alunos que estão retomando seus estudos em outras fases da vida. A segunda, a nível de ensino médio, articula a formação dessa etapa com a preparação profissionalizante. Paralelamente a essas possibilidades, o novo ensino médio, aprova- do pelo governo em 2017, tem o objetivo de levar o jovem a conhecer 74 Organização didática da educação básica as transformações do mercado de trabalho, disponibilizando, assim, uma formação mais atualizada. Com isso, o aluno tem a possibilidade de definir os rumos a serem seguidos em seus estudos de acordo com suas afinidades e interesses pessoais. A BNCC, por sua vez, é o documento responsável por nortear essa nova forma de conduzir o ensino médio e orienta para que esse novo currículo seja organizado por meio da oferta de diferentes arranjos cur- riculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino, os quais serão: • Linguagens e suas tecnologias • Matemática e suas tecnologias • Ciências da natureza e suas tecnologias • Ciências humanas e sociais aplicadas • Formação técnica e profissional Apenas as disciplinas de Português,Matemática e Língua Inglesa se- rão obrigatórias durante os três anos de ensino médio. Com essa realida- de, cabe aos estados e municípios organizarem seus currículos com base na BNCC, assim como o projeto da escola e a realidade da comunidade. Essa organização tem como principal envolvido o pedagogo, pois ele é o articulador responsável por conduzir, em conjunto com a equipe escolar, as melhores formas de organizar e tornar real os conhecimen- tos trabalhados no ensino médio. Para que esse movimento ocorra, as escolas precisam ter clara a necessidade de tratar a teoria e a prática de maneira integrada, em que os saberes trabalhados na formação continuada dos professores sejam verdadeiramente aplicados em sala se aula. Ao tratar da forma- ção profissional, o pedagogo e a escola estão investindo, juntamente, na formação do cidadão autônomo, com conhecimentos que possibili- tem a sua produção na sociedade por meio de sua prática profissional, superando desigualdades. Desse modo, com todos os detalhes que constituem o trabalho ao longo do ensino médio, fica clara a necessidade da integração do pe- dagogo com os demais envolvidos no ambiente escolar, a fim de co- laborarem para essa formação. Assim, busca-se garantir um trabalho No livro Pedagogos em cena: espaços de atuação e expe- riências profissionais, vemos o registro da reflexão teóri- ca e prática de pedagogos sobre seus espaços de atuação profissional e/ou suas trajetórias acadêmicas/ profissionais, o que propicia a reflexão sobre os aspectos tratados neste capítulo. MAGALHAES, J.; SOUZA, R.; RAMOS, M.; ARAUJO, A. L. Jundiaí: Paco Editorial, 2019. Livro Desafios do pedagogo no ensino médio 75 pedagógico efetivo, que contribua para a formação de alunos e profes- sores, possibilitando ao aluno adolescente exercer, de maneira efetiva, seu papel de cidadão. CONSIDERAÇÕES FINAIS O pedagogo é aquele que articula e auxilia na aplicação de métodos de aprendizagem em diferentes níveis de ensino. Sua profissão, assim como a dos professores, requer uma formação continuada e a busca constante por formas de trabalho atualizadas em diferentes ambientes. No caso do ensino médio, tendo em vista a formação específica dos professores em diferentes áreas, o pedagogo é aquele que orienta e auxilia nas questões didáticas e metodológicas, as quais podem ajudar a prática em sala de aula. Essa preocupação ocorre em todos os níveis de ensino, porém é nessa fase final do ensino básico que os alunos possuem uma carga maior de responsabilidades. Além disso, pensar e traçar os melhores caminhos que direcionarão a vida do estudante, também em um âmbito profissional, traz ao peda- gogo e aos professores envolvidos uma responsabilidade ainda maior e mais próxima da formação de um cidadão crítico e atuante na sociedade. ATIVIDADES 1. A adolescência, fase em que se está iniciando o ensino médio, é um momento de muitas transformações biológicas e psicológicas. Essas transformações alteram o modo dos adolescentes de agir e reagir diante de algumas situações. Reflita e escreva sobre como o pedagogo deve atuar diante desse contexto. 2. Durante todos os anos da educação básica, a presença da família é tratada como relevante no processo. No ensino médio, essas questões mudam um pouco. De acordo com as reflexões do capítulo, escreva qual é a ação da maioria das famílias nessa fase e qual é a consequência. 3. Durante este capítulo, tratamos do papel do pedagogo no ensino médio. Escreva algumas das ações que o pedagogo exerce nessa etapa da educação e que contribuem para o processo de ensino-aprendizagem. 76 Organização didática da educação básica REFERÊNCIAS BRANDÃO, Z.; BAETA, A. M. B.; ROCHA, A. D. C. O estado da arte da pesquisa sobre evasão e repetência no ensino de 1º grau no Brasil (1971-1981). Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, DF, v. 64, n. 147, p. 38-69, maio/ago. 1983. BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Câmara de Educação Básica. Parecer n. 5, de 4 de maio de 2011. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 de janeiro de 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ index.php?option=com_docman&view=download&alias=8016-pceb005-11&category_ slug=maio-2011-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 22 jan. 2020. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site. pdf. Acesso em: 22 jan. 2020. PIAGET, J. Inteligencia y afectividad. Buenos Aires: Aique Grupo Editor, 2001. Organização didática do ensino médio e da educação profissional 77 Ao longo da história, a educação passou por muitos momentos de transformação. Diferentes tendências, métodos e metodologias fazem parte de cada momento vivido dentro das escolas. Essas modificações trouxeram ampliações de possibilidades e melhorias que contribuí- ram para a aquisição do conhecimento pela humanidade. Hoje, não é diferente. Ao tratarmos do ensino das diferentes etapas – educação infantil, ensino fundamental e o ensino médio –, é emergente uma nova perspectiva frente aos desafios de uma so- ciedade tecnológica e ágil na assimilação do conhecimento. Por isso, muitos são os desafios que escolas e professores en- frentam em busca de ações indispensáveis, como o envolvimento efetivo entre professor e aluno, o desenvolvimento de projetos in- terdisciplinares que transforme e torne a educação mais próxima das vivências e dos desafios diários. Sendo assim, neste capítulo, refletiremos sobre tais fatores edu- cacionais e sobre formas de tornar o ensino diferenciado e signifi- cativo no ensino médio e na educação profissional. Organização didática do ensino médio e da educação profissional 6 6.1 Envolvendo os professores e os alunos no aprendizado Videoaula Ao pensar em aprendizado, seja na educação infantil, no ensino fun- damental, ou até mesmo no ensino médio, muitos fatores precisam ser considerados para que o processo de ensino e aprendizagem ocorra, como o ambiente, os recursos utilizados, as metodologias e a afetividade. Os fatores estruturais, de recursos e de metodologias devem ser constantemente atualizados, e a relação professor-aluno deve ser alvo 78 Organização didática da educação básica de preocupação e cuidado do pedagogo durante o trabalho na escola, pois sabemos que essa questão é um dos caminhos para que o propó- sito educacional não venha a fracassar. Desse modo, entendendo a escola como um local propício para que o conhecimento seja construído, sistematizado, elaborado e aplicado, as condições escolares devem ser favoráveis para que isso ocorra. Nesse sentido, o envolvimento do professor com o aluno no pro- cesso de aprendizagem reflete em muitos pontos no resultado. A afetividade, confiança mútua, curiosidade e pesquisa são construídas juntamente com os alunos, em uma caminhada contínua e rica de no- vas possibilidades em cada momento. Além disso, a boa instrumentalização do professor, a clareza sobre os objetivos a serem atingidos, o amparo dado pelo pedagogo durante o ano letivo, aliados à aproximação positiva com o aluno, são funda- mentais para que a construção do conhecimento ocorra de maneira efetiva. A consciência de que esses aspectos caminham juntos deve fa- zer parte da formação do professor e do trabalho do pedagogo escolar como condutor dessa tarefa. Mudar a realidade de que o professor é apenas alguém em sala para mediar conhecimento e aproximá-lo do aluno de modo mais envolvente, considerando ainda as dificuldades e facilidades de cada um, é um dos desafios do pedagogo. Isso porque ainda se percebe certa resistência de alguns professores em aproximar-se dos alunos de ensino médio, seguindo a crença de que estes não precisam mais de apoio emocional. Na relação professor-aluno, é necessário estabelecer o entendi- mento de que o professor possui um papel social e político frente à for- mação do aluno. Assim,ele pode assumir uma postura crítica diante de cada necessidade em sala de aula de maneira reflexiva e imparcial. De acordo com Pimenta (1999), é preciso compreender inicialmen- te o conceito desse professor reflexivo, pois o termo se tornou mais uma expressão da moda do que uma meta de transformação propria- mente dita. Nesse sentido, mais uma vez, aparece a necessidade de se estabelecer uma relação da teoria com a prática, pois se o profes- sor reflete sobre os processos, é necessário também agir sobre eles. No livro Pedagogia da ter- nura, Luiz Schettini Filho desenvolve um conceito de ternura aplicado à prática pedagógica como um instrumento de valo- rização da pessoa, tendo em vista a singularidade de cada indivíduo. Longe de ser um livro teórico, o autor se vale da exempli- ficação para desenvolver sua pedagogia, tornando o texto, ao mesmo tempo, prático e reflexivo. SCHETTINI FILHO, L. 3. ed. Petrópo- lis: Vozes, 2011. Livro Organização didática do ensino médio e da educação profissional 79 Já para Libâneo (2005, p. 76), é fundamental questionar o tipo de reflexão que o professor precisa para alterar sua prática, pois a reflexão sobre a prática não resolve tudo, a experiência refleti- da não resolve tudo. São necessárias estratégias, procedimentos, modos de fazer, além de uma sólida cultura geral, que ajudam a realizar o trabalho e melhorar a capacidade reflexiva sobre o que e como mudar. Assim, mais uma vez, teoria e prática caminham juntas e devem re- fletir resultados visíveis, voltados à elaboração de estratégias que apro- ximem professor, aluno e metodologias, para que juntos construam o conhecimento e convivam em um ambiente escolar saudável e intera- tivo. Lembrando que, no ensino médio, o pedagogo é o responsável para que todo esse trabalho ocorra e por orientar professores frente a dificuldades nessa condução. Portanto, a boa relação profissional en- tre pedagogo e professor é imprescindível para que ocorra a interação entre professor e aluno durante o aprendizado. Com esse trabalho, há muitas possibilidades de se estabelecer essa relação entre professor e aluno, principalmente nos momentos de construção de conhecimento em sala de aula, durante pesquisas, tra- balhos em grupo e situações de desafio, em que o aluno deve se sentir parte desse grupo, assistido pelo professor e, consequentemente, con- fiante a caminhar com autonomia. Para que isso aconteça, o diálogo é um elemento essencial. Freire (2005, p. 91) acrescenta que o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereça- dos ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode re- duzir-se a um ato de depositar ideias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca de ideias a serem consu- midas pelos permutantes. Ou seja, por meio de algumas estratégias simples, como o diá- logo, é possível envolver alunos e professores no processo de en- sino-aprendizagem, tornando o ensino significativo e voltado ao desenvolvimento humano. Entre outras possibilidades de se estabelecer uma relação constru- tiva e prazerosa entre professor e aluno, está a de que o aluno precisa perceber a aplicabilidade prática daquilo que está sendo tratado em 80 Organização didática da educação básica sala de aula, em que parte do seu cotidiano será aplicado. Essa apro- ximação da relação entre teoria e prática é algo que o professor deve incluir durante o desenvolvimento de suas aulas. Com isso, a valorização e o respeito mútuo entre professor e aluno acontecem, uma vez que, ao perceber sentido nas aulas, o aluno automaticamente participará mais e se aproximará do professor para se posicionar ou solucionar dúvidas. Dessa maneira, com criatividade e investimento no diálogo, são abertas novas portas com inúmeras possibilidades de trabalho integra- do e efetivo em sala de aula para professor e aluno. 6.2 Projetos interdisciplinares e o Enem Videoaula As possibilidades de aprendizado atualmente são diversas. As tec- nologias acabaram com as barreiras de comunicação entre os mais va- riados locais do mundo e, consequentemente, suas culturas. Assim, o conhecimento se tornou de fácil acesso para muitas pessoas. A partir desse panorama, devemos reconhecer que a escola, por ser um local de socialização, de troca mútua e construção do conhecimen- to, não pode continuar com metodologias que hoje não fazem sentido para a nova geração de alunos, já que é possível adquirir conhecimento de diversas maneiras, independente do ambiente escolar. Nessa perspectiva, é importante que a escola reconheça a integra- ção das áreas do conhecimento em seu ambiente e fora dele. A geo- grafia está relacionada à história, assim como a língua portuguesa e a matemática estão também. As ciências são vivenciadas cotidianamen- te, pois fatores humanos e ambientais nos rodeiam a todo momento, interagindo uns com os outros. Por isso, não é cabível tratar os saberes de maneira fragmentada e distante da sua aplicação prática. É necessário olhar o conhecimento como integrado e interdisciplinar, ou seja, relacionando as disciplinas de maneira que elas façam sentido em seu uso. Para que isso aconteça, o projeto pedagógico das escolas precisa ser revisto e reelaborado nessa nova perspectiva, voltada ao pensamen- to crítico, integrado e com aplicabilidade clara no dia a dia. A revisão do projeto pedagógico da escola pode ser conduzida pelo pedagogo e construída de maneira democrática, em que a participação de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem é de extrema impor- tância para manter as características da cultura escolar, mesmo diante de grandes mudanças. A partir desse novo olhar interdisciplinar, surge a oportunidade de desenvolver metodologias ativas de aprendizagem e projetos di- ferenciados que alcancem novas formas de construir conhecimento. Essa nova construção torna o aluno mais ativo e autônomo para a sua aprendizagem e crítico ao buscar novos conhecimentos. Para que essa nova perspectiva ocorra no ambiente escolar durante o processo de ensino-aprendizagem, é necessário inicialmente que pe- dagogo e professores façam um bom planejamento. Nesse momento, evidencia-se o papel do pedagogo como aquele que faz a intermedia- ção para que a interdisciplinaridade ocorra, pois, no ensino fundamen- tal – anos finais e no ensino médio, em que há um professor para cada disciplina, ele precisa estar integrado e planejar juntamente com as de- mais áreas para garantir esse olhar abrangente sobre os temas. Figura 2 É importante sair até mes- mo do ambiente tradicional da sala de aula e propor trabalhos em grupo em outros espaços da escola, como a biblioteca. M on ke y Bu si ne ss Im ag es /S hu tt er st oc k Figura 1 Aulas expositivas podem se tornar enfadonhas, gerando distração e distanciamento entre professor e alunos. IIIII IIIIIIIIIIIIIIIIII IIII como integrado e interdisciplinar, ou seja, relacionando as disciplinas de maneira que elas façam sentido em seu uso. Para que isso aconteça, o projeto pedagógico das escolas precisa ser revisto e reelaborado nessa nova perspectiva, voltada ao pensamen- to crítico, integrado e com aplicabilidade clara no dia a dia. A revisão do projeto pedagógico da escola pode ser conduzida pelo pedagogo e construída de maneira democrática, em que a participação de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem é de extrema impor- tância para manter as características da cultura escolar, mesmo diante de grandes mudanças. A partir desse novo olhar interdisciplinar, surge a oportunidade de desenvolver metodologias ativas de aprendizagem e projetos di- ferenciados que alcancem novas formas de construir conhecimento. Essa nova construção torna o aluno mais ativo e autônomo para a sua aprendizagem e crítico ao buscar novos conhecimentos. Para que essa nova perspectiva ocorra no ambiente escolar durante o processo de ensino-aprendizagem,é necessário inicialmente que pe- dagogo e professores façam um bom planejamento. Nesse momento, evidencia-se o papel do pedagogo como aquele que faz a intermedia- ção para que a interdisciplinaridade ocorra, pois, no ensino fundamen- tal – anos finais e no ensino médio, em que há um professor para cada disciplina, ele precisa estar integrado e planejar juntamente com as de- mais áreas para garantir esse olhar abrangente sobre os temas. Figura 2 É importante sair até mes- mo do ambiente tradicional da sala de aula e propor trabalhos em grupo em outros espaços da escola, como a biblioteca. M on ke y Bu si ne ss Im ag es /S hu tt er st oc k Organização didática do ensino médio e da educação profissional 81 82 Organização didática da educação básica A partir desse planejamento, diversas possibilidades de integração podem surgir, como o desenvolvimento de uma peça de teatro, ou a elaboração de plataformas interativas. Essas são ferramentas que vão ao encontro do interesse dos adolescentes, permitindo-lhes a obten- ção de conhecimento de diferentes formas, bem como a socialização e a expressão, elementos tão importantes nessa fase da vida. Para o sucesso desse processo, a escola deve conversar como um todo. É necessária a ação integrada entre professores e pedagogo para garantir o suporte diante dos planejamentos e desafios que possam surgir, e entre professores e alunos para que o momento de constru- ção do conhecimento seja prazeroso e rico em possibilidades. Com essa boa condução, o processo interdisciplinar se tornará parte da cul- tura escolar e, consequentemente, dessa nova forma de o aluno visua- lizar a aprendizagem. Por isso, essa aprendizagem necessita de um olhar inovador, pois, hoje, até mesmo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) adota cada vez mais um viés interdisciplinar, crítico e amplo do conhecimento re- lacionado às ciências e à sociedade. Assim, para que esse objetivo seja alcançado, são necessários alguns cuidados específicos ao pensar no planejamento de uma proposta interdisciplinar. Inicialmente, é preciso ter claro as prioridades de estudo. No caso de projetos voltados a contemplar as competências cobradas no Enem, os professores que se propuserem a desenvolver o projeto in- terdisciplinar precisam saber quais objetivos devem ser alcançados com esse trabalho. Um exemplo de trabalho interdisciplinar é o estudo das obras literárias pertinentes ao Enem ou aos vestibulares, pois é possível observar, dentro dessas leituras, fatores geográficos, históricos, na- turais e políticos. Assim, seja esperando um bom resultado no Enem ou aplicando em qualquer outro momento da vida, os conhecimentos interdiscipli- nares fazem parte dessa nova perspectiva de ensino-aprendizagem, os quais não podem deixar de ser alvo de cuidado e trabalho do peda- gogo nas escolas. O livro Pedagogia da Auto- nomia: saberes necessários para a prática educativa trata de maneira direta e sensível a necessidade de um olhar especial do pro- fessor sobre a sua prática, sobre a sua ação frente à formação do aluno e aos reflexos na construção do ser cidadão. FREIRE, P. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. Livro Organização didática do ensino médio e da educação profissional 83 6.3 A escola e as novas exigências da sociedade contemporânea Videoaula A sociedade atual passa constantemente por transformações que modificam comportamentos e estruturas sociais. Assim, a escola, como agente transformador do cidadão, deve acompanhar essas mudanças e suprir as necessidades contemporâneas. Nesse sentido, ela deve munir-se de um acervo de possibilidades que formem um aluno cada vez mais integrado e ativo nessa sociedade. Po- rém, os caminhos para que isso ocorra devem ser planejados em prol da busca por superações de obstáculos que a escola ainda encontra. No vídeo Educação na sociedade do conhecimento, publicado pelo canal vivianemosevideos, Viviane Mosé fala sobre as mu- danças sociais que impactam diretamente no modo de ser, pensar e agir do ser humano. Consequentemente, essas mudanças ocorrem também no interior da escola. Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=v- qkUWJINT_k. Acesso em: 22 jan. 2020. Vídeo Nessa perspectiva, a tecnologia digital ainda é uma dessas dificuldades, tanto pelo uso dos próprios pro- fessores, que algumas vezes não dominam as ferra- mentas, quanto na sua utilização em sala de aula, que precisa ocorrer de maneira integrada e como recurso importante nas dinâmicas – no formato de pesquisa, nas descobertas, no complemento, na criticidade e até mesmo para desenvolver o olhar crítico do aluno. Ou seja, não basta utilizar slides ou passar ví- deos para os alunos em sala, é necessário utilizar as tecnologias digitais para uma ação efetiva com a participação dos alunos, por meio de jogos, plata- formas interativas, pesquisas diferenciadas, entre outras possibilidades. Com relação à motivação dos alunos, levá-los à sensibilização e a uma participação efetiva nas aulas de maneira articulada e ativa é ou- tro desafio. O uso de tecnologias digitais e de metodologias ativas é um caminho para superá-lo. Assim, a mediação do conhecimento ocorre partindo principalmen- te de metodologias ativas, aproximando o aluno, despertando interes- se e motivação em descobrir novos conhecimentos, além de buscar superação diante de dificuldades. Para que tudo isso ocorra, é necessário repensar a forma de conduzir as aulas, pois essa questão diz respeito também às competências sociais e emocionais dos alunos. Saber conviver e lidar com as diferenças faz parte dessa forma de pensar a educação. 84 Organização didática da educação básica CONSIDERAÇÕES FINAIS Em qualquer etapa de ensino, da educação infantil ao ensino médio, é notório o importante papel do pedagogo e do professor para o desenvol- vimento efetivo do ser humano. Para que esse desenvolvimento ocorra, é necessário que o processo de conduzir o pensar pedagógico pelos mais diferentes caminhos seja traçado aproveitando a beleza e a diversidade de cada fase da criança e do adolescente. Nesse caminho, pudemos perceber que não bastam conhecimentos científicos para que o professor realize um bom trabalho – estes são ape- nas a base que norteia a prática –, é preciso que a prática seja prazerosa, significativa, crítica, criativa e adequada às necessidades individuais e co- letivas dos alunos. A influência que se exerce na formação do ser humano na condução da sua aprendizagem é o sentido da educação. Por isso, olhar essa edu- cação com delicadeza e cuidado, é essencial ao pedagogo/professor que estará à frente desse processo que marca e faz a diferença na vida e na formação humana. ATIVIDADES 1. Conforme refletimos neste capítulo, para que a escola esteja no caminho das necessidades sociais contemporâneas, é necessário que o professor adote encaminhamentos e posturas específicas em sala de aula. Com relação à metodologia aplicada, comente como você acredita ser a dinâmica adequada para a condução das aulas de hoje. 2. A interdisciplinaridade hoje é um conceito de grande importância a ser aplicado nas escolas. Sendo assim, descreva o conceito de interdisciplinaridade e o motivo dessa importância. 3. Entre os desafios encontrados pela escola na sociedade contemporânea, o uso das tecnologias ainda é um fator a ser trabalhado. Comente por que esse recurso ainda é um desafio nas escolas. REFERÊNCIAS FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e terra, 2005. LIBÂNEO, J. C. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2005. PIMENTA, S. G. Professor: formação, identidade e trabalho docente. In: PIMENTA, S. G. (org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez, 1999. Gabarito 89 GABARITO 5 Desafios do pedagogo no ensino médio 1. O pedagogo deve orientar os professores que trabalham nesse nível, levando-os a compreender que esse período de instabilidade psicológica requer momentos deescuta, acolhida de sugestões e reflexões, que levarão o adolescente a sentir-se parte do processo em que está inserido durante as aulas. 2. O ensino médio é uma etapa em que algumas famílias não acompanham mais os alunos. Isso ocorre até mesmo pelas transformações que ocorrem nas estruturas emocionais e sociais do adolescente. No entanto, esse acompanhamento ainda é importante, mesmo prezando pela autonomia do aluno. Uma das consequências dessa falta de acompanhamento é a evasão escolar. 3. O pedagogo no ensino médio assume o papel de organizador dos processos que conduzem esse nível de formação e da educação profissional. Ele atua em questões voltadas à atualização do currículo escolar, à formação continuada de professores e à aplicação da teoria e da prática no ambiente escolar. 6 Organização didática do ensino médio e da educação profissional 1. O professor precisa inicialmente estar bem instrumentalizado, com clareza nos objetivos a serem atingidos, bem amparado pelo pedagogo durante o transcorrer do ano escolar e proporcionar a aproximação com o aluno para que a construção do conhecimento ocorra de maneira efetiva. A consciência de que esses aspectos caminham juntos deve fazer parte da formação do professor e do trabalho do pedagogo escolar como condutor do trabalho pedagógico. Além de conhecimento científico, é necessário o conhecimento do perfil do aluno e de novas metodologias. Essas metodologias são o grande diferencial do trabalho, uma vez que, ao optar por metodologias diferenciadas, o aluno será ativo diante do seu processo de aprendizagem. Assim, a metodologia deve ser voltada a estimular a participação e a autonomia. 2. Interdisciplinaridade é o tratamento integrado do conhecimento entre as áreas. Os professores planejam aula fazendo a relação entre 90 Organização didática da educação básica as matérias e sua aplicabilidade prática. Hoje, a interdisciplinaridade vem ao encontro do perfil do estudante do mundo atual, devido a sua relação próxima do cotidiano e das possibilidades de trabalhos atrativos e diferenciados, que tornam o ensino instigante para o aluno. 3. O uso das tecnologias nas escolas ainda é um desafio por dois pontos principais: o primeiro trata-se da resistência ou falta de instrução de alguns professores, e o outro é quando são utilizadas de maneira superficial nas aulas. A tecnologia deve estar integrada como recurso significativo.
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